Palavra em Fluxo

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>>palavra ‘em fluxo<< fê Luz Investiga as relações entre a palavra falada e a escrita, bem como a palavra e a imagem. Propõe pensar a poesia em seu campo expandido, ou seja, que atua para além do papel: em artes visuais, música, performance, intervenção urbana e videoarte. Compondo um conjunto de vídeos (videopoesia e videoperformance); áudios (paisagens sonoras); textos (da artista e de convidados), e objetos. Estes trabalhos foram desenvolvidos entre 2002 e 2015, e representam o encontro entre a trajetória da artista e suas experiências recentes com a palavra. >>palavra ‘em fluxo<< pretende instigar as questões do olhar e do deriva, através da palavra, do objeto e do corpo, que transitam, em busca de lugares. Trata sobre as manifestações sutis da palavra, e as sensações provocadas pelo poema, através da matéria, da imagem e do som.


Este projeto amplia-se na medida em que possibilita novas formas de vivência com o espaço-tempo no sujeito e seus diálogos, através de uma experiência sensorial.

Histórico Na primeira exibição, realizada no Museu da Imagem e do Som – SC, localizado no Centro Integrado de Cultura –CIC, em Florianópolis, a mostra teve a participação de escritores e artistas convidados que contribuíram com fragmentos poéticos acerca do trabalho da artista, como a filósofa-performer Clarissa Alcântara, a artista-bailaora Lela Martorano, o poeta português Luís Serguilha e o multiartista Pedro Paulo Rocha, com um dos seus textos sobre o movimento de poesia brasileiro “infrapoesia”, criado recentemente, onde a artista atua também. Na montagem, que subdividiu-se em “matéria em suspensão” e “infrapoesia”, os textos foram aplicados de forma interativa com as obras. O espaço expositivo foi composto de 1 projetor; 6 tv’s; 3 dvd’s; 5 objetos e 2 painéis escritos pela artista. Na parte externa foi aplicado um banner de 2x3m, disponível para reutilização em novos locais.

Continuidade Com a intenção de se propagar para outros espaços expositivos em outras cidades, esta mostra em movimento, é flexível às variantes dos espaços futuros, em relação à estrutura a ser oferecida, bem como à mudança ou acréscimo de novos trabalhos.


Textos, Objetos, Vídeos e Áudios

Matéria em suspensão: É a possibilidade da palavra e da poesia estarem em todos os lugares. A Palavra em Fluxo é poesia na rua, em casa, no cinema. É essa multiplicidade que a palavra tem. Esse poder da poesia em transitar em tantas linguagens ao mesmo tempo, e que sai do livro. Infrapoesia É um movimento que está acontecendo no Brasil. É a continuação da poesia concreta, o movimento mais importante no Brasil dos anos 50 para cá, em que a palavra se torna um elemento visual. A infrapoesia vai além porque ela é o ruído que sobrou da poesia concreta.


“conexões de acesso ao antes” 2015

“em suspensão” 2015

“português-espanhol-português-francês” 2012


“livro invisível” 2015 “livro vazio” 2015

detalhes da montagem


Vídeos projetados

“De Como Transportar um Ovo na Sala de Espera”, 2011. Duração 6`35”. Video-performance de Renata de Lélis e Fê Luz. Video e imagens de Bernardo Vieira com trilha sonora de Felipe de Paula. Atuação de Renata de Lélis. Filmado na Usina do Gasômetro (Porto Alegre). Trabalho de residência artística selecionada pelo Coletivo Sala 209, Porto Alegre, 2011.Texto retirado do livro "Verbalizações do Amor em Transe" de Fê LUz, na voz de Renata de Lélis. Um percurso; uma linha que discursa sobre o tempo. Sobre a resignificação de sentidos. Como ciclos de se nascer, morrer e renascer. “Pequenas Quinquilharias para Colecionadores Precoces”,2007. 4’28’’ Narração Marina Lima com textos de Fê Luz, do livro de mesmo título. Vídeo e Imagens de Juliana Petters. Edição de áudio Daniel da Luz e Sérgio Sant`Ana. Performance de Volmir Cordeiro e Manoela Rangel no Espaço Cultural Boca da Bernunça em Florianópolis.


Vídeos em TV’s

“Se-já”, 2015. Duração 1´32”. Estudos sobre a Infra-poesia. Infra-poesia: movimento de poesia contemporânea (iniciada em São Paulo), que transforma a poesia concreta em ruído. Número, letra e sinal. O Tempo é uma prisão construída a partir de fora, pois na realidade somos atemporais.

“Memórias do infra-poema”, 2015. Duração 3`04”. Traz a proposição da palavra múltipla, que explora no campo da imagemcorpo-atemporal, fusões entre a fala e a escrita universais. A transcendência de um futuro provável, que engloba diferentes formas de comunicação entre o passado e o futuro, através da miscigenação de linguagens.

“Respostas macias para realidades duras”, 2014. Duração 3´13”. Videopoema e poesia sonora criados a partir da relação entre palavra e tecnologia, utilizando o texto falado pelo pdf em diálogo com o ambiente natural. A máquina fala a poesia, lendo até mesmo os sinais e caracteres desenhados. Valoriza a estética do precário, utilizando gravações caseiras com sanfona e áudio externo; recursos simples com o celular smartphone. Filmado na Lagoa do Peri (Florianópolis).


“No amar-go do poema delirante”, 2014. Duração 2´11”.Poema Incidental de fogueira. Áudio experimental com captação de smarthphone. Explora fusões entre a fala, a escrita e o som, intercalando narração confessional com diálogos aleatórios captados em outros idiomas.

“Papel y La Piel”, 2014. Duração 2 minutos. Vídeo-performance escrito em espanhol, com vozes em português e italiano. Criado a partir da fusão de imagens de 2009, com textos e vozes de 2002 e 2010. Baseado na junção de fragmentos, de textos de dois livros: "Pequenas Quinquilharias para Colecionadores Precoces" na voz de Marina Lima (cantora e compositora), e "Verbalizações do Amor em Transe" na voz de Marina Mendo (atriz e musicista).

“in-deriva”, 2012. Duração 2`03”. Vídeo-performance. Caracteriza-se por uma proposição sobre a transitoriedade do corpopoema, no objeto em percurso. Onde a relação entre espaço, corpo e objeto permite-se a novas possibilidades de comunicação subjetiva. Improvisação cênica de Sarah Pusch e Thais Carli. Filmado na Ponta das Almas, Lagoa da Conceição (Florianópolis).


“Verbalizações do amor em transe”, 2010. Duração 5`30”. Criado a partir do livro de mesmo título, como elemento de proposição sobre a palavra em diferentes suportes. Oito (8) mulheres de diferentes gerações e idiomas, interpretam o Pré-Fácil. Com idades entre 6 e 64 anos, as locuções foram feitas em grego, português, inglês, francês, alemão, italiano e espanhol. Reeditado com nova trilha sonora em 2013. Florianópolis, Costa da Lagoa.

”Intervenção Muro Preto” 2015, 1’25’’. Lançado em portugal - famalicão, no evento raias poéticas em outubro de 2015. investiga a relação da poesia com o espaço através da intervenção urbanatural, e da infrapoesia - movimento que nasce do ruído esfarelado em múltiplas práticas, ampliando-se em sistemas desconstruídos e reinventados. imagens: lela martorano; edição e audio: fê luz. ação realizada em 2014, Florianópolis, Morro das Pedras.

Áudios “No amar-go do poema delirante”. 1’20’’ Poema incidental na fogueira. Narração Fê Luz. “Respostas macias para realidades duras”. 2’22’’ Narração de poesia pelo Arquivo PDF. Sanfona e poema Fê Luz.


“Senão quando_x”.2’12’’. Narração Kamila Nunes e Matheus Carrera Massabki. Sons Juliana Schimdt, Giba Duarte, Iam Campigotto e Fê Luz. Poemas de Fê Luz. “Subjecto_b”. 2’10’’. Narração Marcelo Perna, gramelôs e Luís Serguilha, poema de Fê Luz. “Dub_greg_ale”. 3’12’’. Trechos do Filme “asas do desejo” de Win Wenders. Narração de Marina Moros em grego no Poema de Fê Luz. “Fragmentos_gregcello”. 00’39’’. Narração Marina Moros em grego no poema de Fê Luz. Solos de violãocello distorcidos. “Sobre o Azul”. 1’14’’. Narração e poema, Fê Luz. “Sussurros”. 1’20’’. Narração e poema, Fê Luz. “To decifer”. 00’58’’. Narração Luana Raiter em inglês e Paula Albuquerque em francês. Poemas de Fê Luz. “Serenavoutotal”. 1’09’’. Narração Carlos Gomes em espanhol, Maurício Vieira em Francês. Poema de Fê Luz. “Nave-decolagem”. 2’09’’. Narração Renata de Lélis no poema de Fê Luz e Narração NASA de foguete sendo lançado. “Sin qua non”. 1’57’’.Narração Fê Luz infrapoema.

Foram utilizados 3 cubos c/ DVD e fone, para 4 áudios em cada um.


Detalhes da Montagem


Fotografias de Márcio Henrique Martins, Marco Favero e Fê Luz.


Divulgação


MatĂŠrias




“Os delicados limites da palavra se desfazem constantemente e se refazem em novas linguagens”. Lela Martorano, artista bailaora “A palavra Infrapoesya traduzida ao infinito de todas as línguas, até que se crie uma geração maquinal de erros de transposições fraktalizantes, de sentidos e significados nas sonoridades nascidas do glitch, de letras interpenetradas por letras disparadas, já para fora do seu corpo tradutório de partitura de design, é mais um pixo indecifrável, diretamente um vírus fractal intraduzível para a estrutura-linguagem sem transposição. Um transbordamento eletrônico imediato atual virtual tela-corpo. O poema conectivo sem senha linguística, o eclipse disruptivo do poema visual, o pixo do signo, o ruído kaotyko da forma, o Rayo ezkuro na yryz kLarA”. Pedro Paulo Rocha, multiartista “Fê Luz. Férrea luz que inventa línguas minúsculas para nos desafogar da língua grande que nos engole feito massa dominante cinzenta. Fê Luz. Ferocidade da luz em intensividade infraleve. Conexão “imprenfinderável”: Wlademir Dias-Pino, poeta visual brasileiro que radicaliza a continuidade da poesia concreta, separa a poesia do poema: poesia não funciona sem palavra; poema é visualidade espacional, linguagem em processo. Fê é luz infrapoema. Explode e esfarinha a palavra. Arregaça nossos olhos e ouvidos e boca. Faz cair o queixo, o rosto, a máscara. Inventa existência com a minúcia de sua língua processual. Ela não nos pede para entender, ela nos arrasta em seu fazer. Feita luz em corpo vasto, fluxo enérgico, transita territórios afora, desbordando contornos em seu entorno. Fê Luz é corpoemaprocesso in-deriva”. Clarissa Alcântara, filósofa performer


FRAYAGES a-significantes de FÊ-LUZ por Luís Serguilha, poeta-ensaísta Tudo se exsolve num theatrum de indeterminações, tudo volta metamorficamente na paleonímia, tudo ressurge-desliza caleidoscopicamente, tudo flutua em movimentos intervalares e exige o recomeço de eclipses vazadoras de infravisualidades, de hiperformas num palco fractalizador-indiscernível, propulsionado pelos milissegundos prolongáveis das estações pansemióticas, pelos blocos de durabilidades-multidimensionalidades acústicas de FÊ-LUZ( rebatidas multímodas-filosóficas constroem multifocalidades, visageidades, expansibilidades explosíveis-gravitacionais adentro de cartografias cataclísmicas): o pensamento do impossível adentra-se nas vizinhanças transbordantes de inseparabilidades a-gramaticais e de des-emaranhamentos súcubos que arruínam tremendamente as permanências das multidões-logocêntricasteleológicas nas esculturas-desterritorializadas, emancipam corporologias sincopadas numa arqueologia-cybermonde, num olhar-háptico-anargânico-caologicamenteestético: FÊ-LUZ transgeografa-se infinitamente nas holopalavras-espectrais acopladas às espécies multiangulares impulsionadoras de zonas cibridas-ondulatóriaspermutatórias( embaralhamentos de códigos-ciborgues-tipográficos-caligráficos): defronte ao seu CAOS-GERME, QUEM somos NÓS ADENTRO de uma GEOMETRIAtranspoética em TRANSFORMAÇÃO de FORMAS VARIÁVEIS-pulveriformes? O que somos NÓS na POTÊNCIA SINESTÉSICA dos desastres-espaço-tempo-arquitecturas-doinverso e da multiplicação prestidigitadora de vazios-a-sígnicos-catastróficos?______a performance da estocástica-boomerangue-acústica é já em si a fulguração, a contaminação do acontecimento polissémico_____ Como somos FALADOS pela guerrilha-usurpadora da LÍNGUA que NÃO PERTENCE a NINGUÉM? SEREMOS uma VOZ ANAMÓRFICA-transcodificadora de outras-verbaizações nos DESACORRENTAMENTOS PROBALÍSTICOS-ALGORÍTMICOS? QUEM somos nós entre os conceitos turbilhonantes de HEINZ VON FOERSTER, a des-ordem ritualística de EDGAR MORIN, a harmonia vinda dos despenhadeiros de RENÉ THOM e os acidentes das circunvizinhanças do pensamento-estiolado-infectado onde regermina os balancins repletos de futuras-fossilizações entre os veredictos parasitários das falhas-dos-acasos que se transpuseram ao presentificarem as extensões do poema-Thaumázein catapultador de multiperceptividades esfuracadas, de sensorialidades estranhadas, de interrogações antropofágicas e sobretudo carregado de rastros-frayage da memória colectiva? O que somos nós na REALIDADE defloradora do irrepresentável entre as línguas luciferinaselípticas-assimetrizadas, o terror harmónico dos crivos-difractores-entre-dobras-transcendentes e os resvaladouros cosmológicos-cosmogónicos dos incestuosos pensamentos?___SIM___ as intensidades do tempo-incontrolado-autónomo-plurivocálico das construções de FÊ-LUZ são relações de variação do real-irreal no mosaico assombreado do nosso cérebro de milhares de chusmas-espélhicas-borbulhantes que se questionam permanentemente ao defrontarem as suas próprias mutabilidades receptoras, as dismorfoses mónadas, as translações recurvadas entre batimentos fabulados e hiperbolizados pelos acumulamentos anarquistas-ontológicos das tecedeiraspolicromadas-góticas: REDIZEM os físicos: onde acaba o fluxo das partituras in-sensíveis das substâncias, as vibrações das cúpulas da anti-matéria? Como se processam no cérebro de miríades-pentatómicas as moléculas-mónadas dos escolhimentos em persistentes capturas variacionais? Ninguém sabe....ninguém entre leques de possibilidades em transferências ininterruptas (alomorfias de fluxos das dissemelhanças potencializam transfronteiras, coexistências indecifráveis: atingir desabaladamente as disjunções da cosmovisão onde as raias paradoxais do corpo de FÊ-LUZ se des-condensam intensificando as PHANEROSCOPIAS, as volteaduras sonoras e as gravitações afectivas em direcção ao riso gestual do pensamento). Haja as dissonâncias-assonâncias-irrupções da inumanidade carregada de cruzamentos des-enredados das multiespécies esculpidas pelo espaço incomensurável de outras multiespécies onde as polifonias do desejo, do delírio, da exultação, dos afectos, dos intermezzos amostram e amplificam-microscopicamente-obscuramente os acontecimentos resistentes da arte-dos-ecos em planos incorpóreos! Dizem por aí: os corpos são conexões composicionais de forças em múltiplas direcções descentradas, são populações de encorajamentos alegóricos, de incitamentos transfigurados, de aturdimentos das micropercepções, são releituras e desescritas pulverizadoras de possíveis mundos, são isocronismos dos imprevistos diferenciais que nunca se harmonizarão, adaptarão: redobrar e acontecer perpendicularmente, imanentemente, interinamente, provisoriamente nas gravidades excitatórias em afectação-repovoação-idiogrâmica carregada


de transmudações epistemológicas_____magnetismos em diversidade espiritual-geodésica____( vagidos das inversões das partículas-sensoriais, correlações vivas adentro das superfícies invisíveis e dos vitalismos prismáticos dos destons catatónicos onde hipotéticas vigílias do instante-do-instante esboçam evaporações galopantes dos contubérnios plásticos-cinemáticos de FÊ-LUZ com a TO-PERFORM do arvoamento cheio de vagaturas, de revolvimentos caleidoscópicos, de envoltórios, de vacâncias, de gástrulas, de escarcéus inexplicáveis actualizadores de um corpo de ulcerações anamórficas onde as correspondências quase-proposicionais acontecem nas golpeaduras do expressável de outros corpos em encarnações de não-pertença mas sempre interligados por áreas trasfegadas nas próprias zimbraduras constituídas de multicamadas estoicamente oscilantes: aqui, os vestígios da estereognosia, as rasuras da complexidade dos signos sem abecedários tentam incestuosamente, indiscernivelmente desaparecer nos primórdios da natureza-fora-das-escritas que não suporta a chaneza-cristalizada-colonizada pelas ressonâncias das válvulas temporalizadoras de significações: as escavações de uma visão alucinatória de bordaduras emancipantes de FÊ-LUZ, provocam passagens múrmuras sem qualquer tipo de uniformidade piramidal(expansibilidades de matrizes-neuronais: as forças dos exórdios das línguas-extintas aparentemente simbióticas tentam agregar envoltórios indecidíveis, pigmentos perspectivistas, tegumentos interactivamente abstractos para convergirem em partículas desvinculadas e extrapassarem os seus próprios vértices por meio da indução dos cânticos das fragmentações semânticas( desmanchar os sentidos dos brinquedos-metapoéticos com a deiscência intermitente que revivifica o trilhamento da des-aparição ): vejam, o ressurgimento da elasticidade imprevisível i-emergida em cada pulsação descontínua-complexificada que arrasta hordas aporéticas para as suspensas conas-edipianas( ritmos apoplécticos)___sim___tudo se transfigura a cada instante no animal-da-memorização sem biografia, enlaçado libertadoramente por pluralidades intervertidas noutras multiplicidades captadas pelos sopros trigonais dos arquipélagos-tartaglianos de PASCAL! FÊ-LUZ intersecciona-se nas CALIGRAFIAS de ROLAND BARTHES, nas oralidades acronológicas de HOMERO, nas migrações ópticas do “OVO” de SÍMIAS de RODES, nas pulsações das Carminas Figuratas Medievais: seus traços-bosquejos-diagramáticos alcançam as proliferações abíssicas-visuais da máquinas de RAMON HULL que se exortam nas TÁBUAS CRÍTICAS dos alquimistas porque os caligramas de APOLLINAIRE, as palavras-liberdade do futurismo, o construtivismo russo, o letrismo francês, a poesia VISIVA Italiana experimentam os entretempos nas suas construções hipertextuais-vocálicas-pictóricas, esfericizando simultaneamente o grito de Artaud, as interfaces de ILYA PRIGOGINE, fazendo do corpo transsígnico uma dobra-mola de anamorfoses catapultadoras dos espelhos convexos de PARMIGIANINO onde as palavras em balanço molecular nos causam febre imanente no olhar: a LÍNGUA é a hostilidade em deformação tridimensional, atravessada pela possibilidade geométrica da desmaterialização, potencializando a visão da excripta catastrófica, browniana: a LÍNGUA será sempre inimiga de FÊ-LUZ porque esta artista de tecidos pluritemporais-a-temporais vivíssimos conecta-se barrocamente entre as tecnologias cibernéticas, as intertextualidade, as retraduções plagiotrópicas, as metapoesias no hiperespaço, nas interactividades das parataxes desejantes: estamos perante a transformação anamórfica em sincronicidade-ubiquidade-holográficas que nos faz penetrar em espaços labirínticos e em redes de complexidade onde os atractores estranhos da geometria não euclidiana de BENOIT MANDRELBOT, a INFOPOESIA, a POESIA CONCRETA VISUAL EXPERIMENTAL possibilitam acoplamentos ao TEL QUELL FRANCÊS, ao destruction-Derrida, às ciências físicas e cosmológicas em tentativa transcodificante actualizadora das tecnophanhias herdadas da antiguidade greco-latina, árabe e sânscrita, não esquecendo os ideogramas orientais tatuados no cérebro de FENOLLOSA de Ezra Pound e de Haroldo Campos!


Fê Luz Poeta e Artista Visual, 1976, Araranguá (Santa Catarina – Brasil). Reside em Florianópolis, desde 1983. Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Santa Catarina, 2002. Premiada quatro vezes (duas em poesia, uma em artes visuais e a outra em artes cênicas), propõe diferentes suportes e investigações no campo da arte, como forma de expressão híbrida, suscitando o diálogo entre o sujeito e o tempo. Seu trabalho já circulou em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Porto Alegre, Londrina, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro no Brasil; Portugal, Suiça, Cuba e Espanha no exterior. É autora de três livros: “Dormir Pedra Acordar Passarinho” (Letras Contemporâneas, 2000 – escrito com a atriz Loren Fischer); “Pequenas Quinquilharias Para Colecionadores Precoces” (Independente, 2002) e “Verbalizações do Amor em Transe” (Edição do autor, 2010). Já publicou em revista, catálogo, jornal e livro. Entre os projetos que participou destacam-se: “Raias Poéticas – afluentes afro-ibero-americanos de arte e pensamento” (Portugal, 2015); “Caos na Margem” (videoinstalação sonoro poética, com Lela Martorano, 2015); “Território Poético” (intervenção urbana, 2015-2013); “Vendem-se Frases Avulsas”(intervenção urbana, 20142009); “Mostra de videopoema Londrix” (Festival Literário, Londrina 2014 e 2012); “Festival dês 4 vents” (Genebra, 2013); “13º Salão Nacional de Artes de Itajaí”, 2014; “Projeto Obra Viva” Prêmio Artes Cênicas na Rua pela FUNARTE (com Circoloko Alucinações, 2010) ; “Projeto Construção Humana” Prêmio Brasil Telecom (mostra coletiva, 1999) e os dois primeiros livros premiados no Edital de Apoio a Criação e Produção - Fundação Catarinense de Cultura.

.. Contato: 48 96617737 e 32049383 feluz.liluah@gmail.com

Links: artefeluz.wordpress.com https://soundcloud.com/feluz https://www.youtube.com/c/FêLuz


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