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Introdução
Hoje há uma unanimidade em todo o Brasil: estamos diante do colapso da mobilidade urbana, especialmente do modelo rodoviário, baseado no automóvel individual e no transporte coletivo por ônibus, que foi imposto ao Brasil na década de 1950 pelos Estados Unidos, como base da industrialização brasileira.
Esse modelo de mobilidade urbana se converteu, por um lado, em imobilidade urbana, destruição ambiental e carnificina do ser humano, porém, por outro lado, enriqueceu a indústria automobilística multinacional, que domina a economia brasileira há 7 décadas.
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Como alternativa a esse colapso, está se implementando na maioria das grandes cidades do mundo a expansão do modelo sobre trilhos (metroferroviário), que é inclusivo socialmente, coletivo, ambientalmente limpo, seguro para o ser humano e que, combinado com ônibus, bicicletas e novas calçadas para pedestres, soluciona a crise da imobilidade urbana.
Diante do colapso do modelo rodoviário, a indústria automobilística e petrolífera mundial, está pegando uma carona na nova revolução industrial (indústria 4.0) para ressuscitar o automóvel individual, de cara nova — elétrico e autônomo — e quer impor novamente o velho projeto rodoviário individual, que entrou em colapso e se demonstrou nocivo para toda a sociedade.
Você está buscando um veículo elétrico, ambientalmente limpo, que pode funcionar a partir de energia eólica ou solar, que tem autonomia para rodar mais de 1000 quilômetros, inclusive sem piloto, que transporta 10 milhões de passageiros por dia no Brasil e que pode alcançar uma velocidade de 100km por hora?
Esse veículo já existe: o metrô e o trem!
Nesta pesquisa, passamos em revista todas as alterações no setor metroviário nas últimas décadas, envolvendo sua base nacional de trabalhadores e a análise da maior parte das empresas público ou privadas que operam os sistemas metroviários no país.
Sabemos que, na atualidade, os sistemas metroviários brasileiros sofrem um acelerado processo de privatização, por esse motivo, focamos a análise na dinâmica do setor público e privado. Como veremos, o processo de privatização em curso representa um ataque tanto para os trabalhadores do setor como para o conjunto da população que é usuária desses serviços essenciais.
Todo esse quadro coloca tarefas de máxima importância para o conjunto dos trabalhadores brasileiros, cujos interesses conflitam com as empresas privadas que dia após dia se apossam do setor.
Esta pesquisa, realizada pelo ILAESE, através dos pesquisadores Gustavo Machado e Nazareno Godeiro, pretende demonstrar a falência e a insanidade do modelo rodoviário baseado no automóvel particular e contribuir para a formulação de um novo modelo de mobilidade urbana, socialmente inclusiva e ambientalmente limpa, estruturada a partir do modelo metroferroviário.
É uma contribuição dos trabalhadores e sindicatos do setor metroferroviário (e da Federação Nacional dos Metroferroviários — FENAMETRO) para o debate que se abre na sociedade diante do colapso da mobilidade urbana.