D
urante o tempo que passamos fazendo essa revista, com certeza aprendemos muita coisa, mas tenho certeza que para todos os envolvidos o que mais aprendemos foi cumplicidade. Tivemos ajuda de diversas pessoas incríveis e essa carta do leitor eu gostaria de dedicar a todas elas que tiveram presente nesse processo. Aos meus amigos Max e Nando que passaram seis horas dentro de um estúdio sendo maqueados e fotografados para que saisse a capa da revista, à Bia que mesmo sem ter nada a ver com isso tudo comprou nossa bagunça e também passou esse tempo todo dentro do Estúdio, sendo fotografada e ajudando a maquear, a qual a ajuda foi de total importancia. Ao Mateus, que fez a ilustração da página 20. Aos nossos familiares que nos viu passar por todo o processo. Com certeza não teriamos conseguido concluir esse projeto se não fosse ajuda de todas essas pessoas que tiveram presente em cada etapa, comemorando os acertos e auxiliando nos erros. Nessa carta eu só tenho a agradecer. Espero que curta a revista. Até a próxima... Abraços,
Fernanda Jerônimo Designer.
Equipe Grito
Breno Rosa
Matheus Trece
Fernanda Jerônimo
+ 21 anos, branding designer, cursando design gráfico. Apaixonado pela cultura geek. Gosta de jogar e organizar alguns eventos de games para de divertir.
+ 20 anos, Ilustrador. Apaixonado por arte desde criança quando seu passatempo era desenhar. Hoje atua na área como Ilustrador Editorial e Character Design.
+ 21 anos, Formada em Design Gráfico. Adora chá, livros, hqs, gatinhos e comer temaki. Trabalha na area de Design Editorial.
SUMARIO Nº 19
Nº 08
MONSTROS CLÁSSICOS Frankstein, a criatura que se rebelou.
ESTÁTUAS SUBMERSAS Um curioso sonho assusta senhorita C.
Nº 10
EU VEJO VOCÊ Creepypasta sobre uma menina que era peseguida por um espirito.
Nº 14
MONSTROS CLÁSSICOS As histórias e curiosidades dos montros mais conhecidos do terror.
Nº 16
Nº 20
STONEHENGE FOI CRIADA POR ALIENS? Curiosidades e teorias sobre a criação de Stonehenge.
MONSTROS CLÁSSICOS Conde Drácula, o vampiro mais famoso do mundo e que existiu de verdade.
Nº 18
Nº 12
12 FILMES DE TERROR PSICOLOGICO Lista dos melhores filmes novos e clássicos de terror
MONSTROS CLÁSSICOS Lobisomem, monstro metade lobo e metade homem mundialmente temido.
Nº 22
CONHEÇA A DIFERENÇA DE TERROR E HORROR Esclarecendo a diferença de dois generos diferentes que são confundidos.
Nº 24
Nº 40
REDAÇÃO RECOMENDA Indicações da redação.
CONTO DO LEITOR Incríveis contos aterrorizantes.
Nº 26
Nº 36
O LADO SOMBRIO DOS CONTOS DE FADAS Histórias antigas dos verdadeiros contos de fadas muito antes da Disney.
Nº 32
O LADO SOMBRIO DOS CONTOS DE FADAS Bela Adormecida, três versões do antigo conto da princesa Aurora.
A MALDIÇÃO DE POLTERGEIST Conheça histórias aterrorizantes que aconteceram nos bastidores.
Nº 34
FILMES QUE VIRARAM SERIADOS Um pouco mais sobre a história de Bates Motel e Psicose.
Nº 28
O LADO SOMBRIO DOS CONTOS DE FADAS Chapeuzinho Vermelho, uma história repleta de violência
Nº 30
O LADO SOMBRIO DOS CONTOS DE FADAS Alice, o país das maravilhas na verdade é a janela de seu quarto.
Estátuas Submersas Q
uando era criança, eu tinha um sonho recorrente. Talvez ele explique os motivos pelo meu medo de água? Não estou 100% certo disso, mas quando você tem o mesmo sonho tantas vezes entre os seus três e quinze anos, não pode deixar de pensar que ele signifique algo. Pode parecer besteira para alguns, mas isso foi algo que me incomodou por grande parte da minha vida. Agora vamos ao sonho: já faz muito tempo, então posso não lembrar tão perfeitamente.
No sonho, eu andava em um caminho numa floresta com dois garotos. Tenho certeza que nesse sonho eu era um tipo de babá para eles. Eles se pareciam bastante com algumas pessoas que conheci futuramente, mas sei que nada de ruim aconteceu com eles até o momento, porém, de qualquer forma... Os dois garotos me levavam por esse caminho, contando que havia um lago onde queriam nadar. - Certo pessoal, mas vocês sabem que não posso nadar respondi. - Tudo bem! Podemos ensina-la! - O mais jovem falou . - Tudo bem. Posso apenas observar - rejeitei educadamente. Assim que viu o lago, o mais novo tirou a camisa e mergulhou. Uma sensação de pavor tomou conta de mim por um momento, e eu não tive certeza do motivo. - Qual o problema Senhorita C? - Vou referir a mim mesma como Senhorita C. simplesmente para não revelar a minha identidade - O garoto provavelmente tinha visto o meu rosto empalidecer. - Nada, só estou preocupada com o seu irmão. -Quer que eu vá ver ele? Eu estava prestes a dizer que não precisava, mas o garoto já tinha mergulhado antes que eu pudesse falar.
Revista Grito • 8
Eu esperei e esperei. O mais novo ficou nadando pela superfície do lago como se não houvesse nenhuma preocupação no mundo, e então ele mergulhou. Verifiquei meu relógio. Eles já estavam lá embaixo por muito tempo, mas eu não tinha visto bolhas ou qualquer outro sinal de afogamento. Talvez fosse um truque? Talvez existisse uma passagem ou algo assim abaixo da superfície da água e que não pudesse ser vista. No entanto, eu não voltaria sem eles. Apesar de não saber nadar, pulei no lago. Algo não estava certo. Eu estava lutando, mal conseguindo me manter na superfície. Eu odiava estar na água. Meu pé roçou em algo frio. Parecia uma pedra. Aquilo era uma mão? Não, estava muito rígido. Talvez fosse uma estátua que alguém jogou no lago? Mas logo percebi que não conseguia mexer meus pés. Minhas pernas se recusavam a se movimentar e ficavam insuportavelmente pesadas.
“Eu vi os dois garotos, transformados em pedra.” Comecei a entrar em pânico. Não conseguia me manter na superfície, meus braços se agitavam impotentes. E logo o peso das minhas pernas começou a me fazer afundar. Enquanto procurava por ar e me afastava mais da superfície, eu vi os dois garotos, transformados em pedra, bocas escancaradas em terror, agora congelados desse jeito pela eternidade. E não eram os únicos, havia vários outros petrificados da mesma maneira. Olhando para minhas pernas, percebi que estava indo de encontro ao mesmo destino. Estava me transformando em pedra, impossibilitada de contar para alguém sobre o que aquele lago era capaz de fazer. Nesse ponto, eu sempre acordava. Eu odiava esse sonho, e sempre achei que ele tentava me dizer algo. Desde então, continuo com medo de água. Sempre que vejo uma estátua realística de uma criança, não consigo parar de olhar e pensar se um lago assim existe em algum lugar...
Revista Grito • 9
Eu vejo você M
edo. Gritos. Por que é que eles sempre gritam? Na maioria dos filmes de terror, o personagem babaca se vê perto do monstro e então grita “Tem alguém aí?”, como se já não soubesse que está prestes a se encontrar com seu assassino. Por que eles representam assim? Todo mundo sabe que é idiota, e não faz o menor sentido.
e por que ela não me deixa. Mas ela está aqui há tanto tempo, que eu já nem me incomodo mais. Eu apenas a ignoro com aquele esquema do celular. É bem simples. Por que as pessoas têm tanto medo? Ela nunca me fez nada. Os outros fizeram, eles me traumatizaram; mas sumiram. Já ela, apenas me assusta algumas vezes. Não é tão grave assim.
No mundo real, isso não passa de uma grande utopia. Quando eu era mais nova, eu via coisas. Acordava todos os dias às três da manhã gritando por minha mãe, e quando ela aparecia, me salvava dos monstros que me perseguiam mesmo depois de acordar dos pesadelos. Todo santo dia. Eu culpo a casa. Desde que nos mudamos daquela casa, eu não tive mais pesadelos diários, aquilo passou. Foi um grande alívio para mim e, é claro, para minha mãe. Mas eu ainda via coisas. Eu ainda vejo.
Eu nunca a vi se não pelo canto do olho enquanto estou mexendo no celular, mas não era necessário vê-la. Eu a sentia. Enquanto eu corria, era como se uma respiração fria dançasse pela minha nuca. Era o suficiente para o meu corpo todo arrepiar. Quantas vezes atravessando aquele corredor eu senti alguém atrás de mim, ouvi passos e quando tinha coragem para virar, lá estava: o grande nada. Gostaria de saber o que ela é, o que ela quer e por que ela não me deixa. Mas ela está aqui há tanto tempo, que eu já nem me incomodo mais. Eu apenas a ignoro com aquele esquema do celular. É bem simples. Por que as pessoas têm tanto medo? Ela nunca me fez nada. Os outros fizeram, eles me traumatizaram; mas sumiram. Já ela, apenas me assusta algumas vezes. Não é tão grave assim.
Não é nada tão horrível assim, apenas uma figura feminina no final do corredor com longos cabelos pretos, pele pálida e um vestido branco. Se assemelha muito a maioria dos filmes de terror, e eu nem sei por quê. Só assisti dois em toda a minha vida, e um deles era sobre a Bloody Mary; quando eu tinha uns quatro anos, entrei no quarto onde minha irmã e meus primos estavam assistindo — eles amavam filmes de terror — e vi uma cena em que ela aparece no espelho após ser chamada. Fiquei extremamente perturbada, e sequer fui capaz de me olhar no espelho por meses. Ainda tenho um certo receio de espelhos, mas digamos que passou. Essa mulher que aparece pra mim, eu não sei o que ela quer. Ela é a única que ainda permanece aqui. Eu a vejo pelo canto do olho quando estou deitada no sofá atenta ao celular, então eu meio que coloco o aparelho na frente do corredor e não a vejo mais. Quando eu tento olhar pra ela, ela some. Às vezes eu vejo uma criança idêntica a ela, que corria para o banheiro quando eu a olhava. Mas essa mulher está aqui, todas as noites. Uns anos atrás eu a temia mais do que tudo. Quando ia dormir, desligava a TV da sala e ia correndo até o quarto, atravessando o corredor o mais rápido que podia. Eu nunca a vi se não pelo canto do olho enquanto estou mexendo no celular, mas não era necessário vê-la. Eu a sentia. Enquanto eu corria, era como se uma respiração fria dançasse pela minha nuca. Era o suficiente para o meu corpo todo arrepiar. Quantas vezes atravessando aquele corredor eu senti alguém atrás de mim, ouvi passos e quando tinha coragem para virar, lá estava: o grande nada. Gostaria de saber o que ela é, o que ela quer Revista Grito • 10
“Não era necessário vê-la. Eu a sentia.” Ela sumiu... Eu posso ouvir a sua respiração pesada, o som de cada passo; mas ela não está mais aqui. Ainda sim, quando eu fecho os olhos, tudo o que eu ouço são gritos implorando por misericórdia, enquanto roda na minha mente a imagem dos cartazes pendurados nos postes, tão claros quanto sua pele jamais foi.. Paira sobre mim uma lembrança não tão recente daquele pequeno corpo ferido sendo arrastado para o meu banheiro. E os gritos agonizantes soando como estacas furando a minha cabeça, qualquer som que emitia me incentivava a rasgá-la cada vez mais. Eu vejo o sangue escorrendo pelo seu delicado vestido branco, seu cabelo completamente emaranhado, seus olhos piedosos e seu choro sem fim. Eu sinto o toque de suas mãos tentando lutar, sua voz perdendo a força, seus olhos congelando, seu corpo sem reação.... Uma linda garotinha. Então eu abro os olhos e, finalmente, eu entendo porque ela sumiu. Ela sabia que não era o único monstro aqui.
Revista Grito • 11
Garota Exemplar + David Fincher, 2014.
12 FILMES DE TERROR
PSICOLÓGICO
Parum eaque impor magnihi ligente volum landent aut que non poriti quatquo es eum voloriam iderum et quis eum,
Nick Dunne volta para casa no seu aniversário de casamento e se surpreende com o sumiço de sua mulher, Amy. Ele avisa a polícia do desaparecimento, porém suas atitudes estranhas e algumas mentiras fazem de Nick o principal suspeito da polícia. Garota Exemplar não foi um best-seller atoa, a trama é, sem dúvidas, envolvente e perturbadora.
A Bruxa
+ Robert Eggers, 2015.
William e Katherine levam uma vida cristã com suas cinco crianças, morando à beira de um deserto intransitável. Quando o filho recém nascido dela desaparece e a colheita falha, a família se transforma em outra. Por trás de seus piores medos, um mal sobrenatural se esconde no bosque ao lado.
O Babadook + Jennifer Kent, 2014.
Revista Grito • 12
Já faz tempo desde a morte de seu marido, mas Amelia ainda não superou a perda. Ela tem um filho, Samuel e tem dificuldades para amá-lo. O garoto sonha diariamente com um monstro e ao encontrar um livro chamado “O Babadok” reconhece imediatamente seu pesadelo. Certo de que Babadok deseja matá-lo, o menino começa a agir irracionalmente, para desespero de Amélia.
Boa Noite, Mamãe!
O Bebê de Rosemary
O Homem Duplicado
Uma família vive em uma residência isolada em meio a árvores e plantações de milho. Após dias afastada por conta de cirurgias plásticas, a mãe volta para casa e não é reconhecida pelos filhos gêmeos. As crianças, de nove anos, duvidam que a mulher de rosto coberto seja realmente sua mãe e a partir de então nada será como antes.
Rosemary e seu marido mudam-se para um novo apartamento em NY, onde conhecem um casal de idosos que mora ao lado. Esse casal age de forma estranha, e invade a privacidade de Rosemary de forma que começa a incomodá-la. Algo há por trás disso tudo, e ela começa a desconfiar das pessoas, querendo proteger seu futuro filho.
Adam, é um professor que leva uma vida solitária, mesmo tendo um relacionamento com Mary. Ele descobre, assistindo a um filme erótico, que tem um sósia que é ator, Anthony. Ele fica obcecado por Anthony – que, apesar de fisicamente idêntico, tem a personalidade oposta.
Refém do Medo
[REC]
O Labirinto do Fauno
Mary, cuida do filho em estado vegetativo em uma casa isolada New England. Ela conhece um menino, que lembra muito seu filho, mas o garoto desaparece em sua casa. Quando a tempestade de neve aperta e impossibilita a fuga, ela começa a perder noção da realidade e precisa encontrar o garoto.
Ángela Vidal é uma jornalista e junto com seu operador de câmera Pablo,faz uma reportagem em um quartel do Corpo de Bombeiros, na intenção de mostrar seu cotidiano. Porém o que aparentemente seria uma saída noturna rotineira de resgate logo se transforma em um grande pesadelo.
Precisamos Falar Sobre Kevin
Triângulo do Medo
+ Lynne Ramsay, 2012.
+ Triângulo do Medo, 2009.
Eva mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa. Essa situação vem da época em que era casada com Franklin, com quem teve dois filhos. Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado. Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
Jess planejou um passeio de barco com um grupo de amigos, mas, antes de embarcarem, a estranha sensação de que já havia passado pela situação lhe deixa apreensiva. Quando uma forte tempestade atinge a embarcação, Jess vê seu pressentimento virar realidade e que o destino de todos já foi traçado.
+ Severin Fiala, Veronika Franz, 2014.
+ Farren Blackburn, 2016.
+ Roman Polanski, 1968.
+ Jaume Balagueró, Paco Plaza, 2007.
+ Denis Villeneuve, 2013.
+ Guillermo Del Toro, 2006. Ofelia se muda para Navarra com sua mãe e seu padrasto, um oficial fascista que luta contra rebeldes, onde ainda há resquícios da Guerra. A garota é a única criança nas redondezas e muito solitária se distrai do mundo com passeios pelo jardim de sua casa, onde descobre um um mundo mágico.
Cisne Negro + Darren Aronofsky 2010.
Beth MacIntyre, a primeira bailarina de uma companhia, está prestes a se aposentar. O posto fica com Nina, mas ela possui sérios problemas pessoais, especialmente com sua mãe. Pressionada por Thomas Leroy, um exigente diretor artístico, ela passa a enxergar uma concorrência desleal vindo de suas colegas, em especial Lilly. Revista Grito • 13
Monstros Classicos Conheรงa algumas curiosidades sobre os monstros clรกssicos da literatura e do cinema.
Conde Drácula Dracula existiu de verdade. Um príncipe chamado Vlad III inspirou uma das lendas mais famosas da História.
Revista Grito • 16
F
alemos então de um vampiro à moda antiga, o maior de todos: o Conde Drácula. O personagem, criado por Bram Stoker, é inspirado em uma pessoa real: Vlad III, príncipe da Valáquia, região na atual Romênia situada entre o rio Danúbio e os montes Cárpatos. Conhecido pela alcunha de Vlad III, o Empalador, ele governou a região em 1448, de 1456 a 1462 e em 1476. Como seu sinistro título sinaliza, Vlad era famoso pela crueldade contra seus inimigos.
Vlad nasceu em 1431 na Transilvânia, outra região da atual Romênia, numa época em que seu pai, Vlad II – ou Vlad Dracul -, tentava ascender ao trono local. Vlad III, o Drácula (que significa “filho de Dracul”), chegou ao trono em 1448. Seu primeiro reinado, contudo, duraria apenas dois meses, já que fora exilado por apoiar os turcos em sua expansão pela Europa.
EXPANSÃO TURCA
Nessa época, o Império Otomano estava em evidência, expandindo-se rumo à Europa e ao Oriente Médio. “Com a fragmentação do Império Romano do Oriente após a queda de Constantinopla, a região em que se situava a Romênia era presa fácil para o expansionismo turco”, explica Lucas Kooama, professor de história do cursinho Anglo. É um novo caso do embate entre o Islã e o cristianismo, como
visto, por exemplo, durante as cruzadas entre os séculos XI e XIII. A ausência de um poder centralizado na Europa facilitou a expansão turca e sua constante fixação como um império gigante, que durou por cerca de 500 anos. “O Império Otomano era unido pela religião e era muito poderoso. Sua expansão teve sucesso em diversos aspectos, tanto é que ele durou até o fim da Primeira Guerra Mundial”, explica Lucas. Além das invasões, a ascensão dos otomanos teve como consequência a estrangulação das rotas de comércio entre Oriente e Ocidente, resultando, anos depois, nas Grandes Navegações.
de Vlad III, que tinha como hábito ter suas refeições entre as estacas que continham suas vítimas empaladas. Daí a lenda de que o Conde Drácula se alimentava de sangue humano. Empalar era sua diversão e o método servia para punir inimigos e súditos menos exemplares. Mas suas formas de punição não se resumiam às estacas. Certa vez, mensageiros do sultão Maomé II sentiram na pele a criatividade de Vlad III. Ao se recusarem a tirar seus turbantes na frente do regente da Valáquia, os dois tiveram o adereço pregado às suas cabeças como castigo.
REINO DE CRUELDADE
Vlad III acabou morto pelos turcos em 1476. Sua cabeça ficou exposta em Constantinopla, na ponta de uma estaca. O seu corpo foi enterrado em Snagov, uma ilha-monastério localizada nos arredores de de Bucareste, capital da Romênia. Séculos depois, em 1931, arqueólogos escavaram o túmulo e foram surpreendidos ao não encontrar nenhuma ossada humana, apenas de animais. Não é à toa que Vlad III, O Empalador, se tornou o símbolo dos vampiros.
Vlad III retornou à Valáquia em 1456, ficando até 1462. E é nesse período que a sua fama “vampiresca” se espalhou, começando com o fato de que, quando retornou à região, ele era muito parecido com o seu pai. Graças à imaginação bastante fértil daqueles que viveram na Idade Média, a população se confundiu, achando que Vlad II teria ressuscitado e, criando assim, a lenda da imortalidade de Vlad III, característica primordial de qualquer vampiro que se preze. A crueldade de Drácula e a excentricidade de seus hábitos alimentaram várias lendas. Seu castelo ficava em uma região afastada, entre montanhas, alimentando os boatos de mal-assombrado. Os turcos, em sua expansão rumo à Europa, também foram vitimados pela crueldade
QUE FIM LEVOU?
Curiosidades 01.
Drácula aprendeu a técnica de empalar as pessoas enquanto vivia em Constantinopla Acredita-se que 100 mil turcos morreram em suas mãos dessa maneira
02.
Morreu tanta gente empalada que o sultão Mehmed 2º fugiu da batalha quando viu 20 mil corpos em volta da cidade de Targoviste, onde Drácula vivia em 1462. Mehmed 2º, o Conquistador, fugiu de Vlad 3º, o Empalador
03.
O mito de que Vlad era um vampiro começou porque ele drenava o sangue das pessoas empaladas com um ferimento no pescoço Isso fazia o cadáver ficar pálido e amedrontava possíveis invasores
04.
Arqueólogos acreditam ter encontrado os restos mortais de Vlad em 1931, na cidade de Bucareste, na Romênia. Eles foram transferidos para um museu na cidade e desapareceram tempos depois Revista Grito • 17
Lobisomem 01.
A figura do homem que se transforma em lobo está presente no folclore de quase todos os povos do mundo.
02.
Os primeiros relatos mencionando o monstro são gregos. A crença helênica considera o rei Licaon, da Arcádia (região do Peloponeso), o lobisomem original. Na história, o monarca arma uma estratégia para desmascarar o deus Zeus entre os convidados de um banquete. Ele mata seu filho mais novo e o serve como prato da festa, ciente de que apenas os poderosos do Olimpo tinham a capacidade de diferenciar o gosto da carne humana. Mas Zeus descobre o esquema de Licaon antes de comer o petisco e, como castigo, o transforma em lobo.
03.
Hoje, as histórias sobre lobisomem têm características bem diferentes do mito grego. Em sua fase humana, são pessoas magras, pálidas, com olhos fundos e aspecto doentio. Acredita-se que assumam a forma de lobos em noites de lua cheia. As explicações para justificar essa transformação variam: há quem diga que isso se dá porque são os sétimos filhos de uma prole só de meninas ou só de meninos, porque estão pagando por algo de ruim que fizeram ou porque sofrem de doenças ligadas ao sangue. Revista Grito • 18
04.
Antigamente, muita gente queria virar lobisomem para adquirir a astúcia e a virilidade próprias dos lobos. Para isso, bastava aos candidatos tirar a roupa, colocá-la do avesso e enchê-la de nós, e se deitar em um local onde um burro, cavalo ou cachorro tivessem se esfregado, tudo em uma noite de lua cheia. Provavelmente o feitiço funcionava, já que existem cerca de 30 mil registros de aparições de lobisomens na França entre 1520 e 1630.
05.
O único jeito de matar esses monstros é com tiros de bala de prata ou balas envoltas em cera de vela que passou por várias missas. As armas brancas, como os punhais, também são eficientes.
06. Outra teoria que explicaria a origem da lenda é o fato de alguns guerreiros europeus usarem carcaças de lobos para se esquentarem no inverno. A aparência desse homens vestidos de lobo aterrorizava comunidades. 07.
Antes do século 20, não havia nenhum registro de histórias em que um lobisomem fosse morto. A primeira ocorrência de morte de um lobisomem foi em 1935, quando um romancista reformulou um conto de 1767.
08.
Em 1589, Peter Stubb confessou ser responsável por uma série de assassinatos, canibalismo e relações incestuosas. Ele afirmou que o fato de ser um lobisomem foi o causador do comportamento violento. O assassino foi executado.
09.
Nos anos de 1500, o canibal Gilles Garnier confessou matar crianças por ter se tornado um lobisomem. O criminoso foi queimado na fogueira.
10.
O francês conhecido como a Besta de Gévaudan dizia-se um lobisomem. Ele foi responsável pelo ataque de nada menos que 210 pessoas. 113 dos casos foram fatais. O exército teve de ser convocado para sair à caça do suposto lobisomem. Os ataques só cessaram quando um fazendeiro atirou em um lobo que tinha restos humanos no estômago. É daí que vem a lenda de que, para matar um lobisomem, ele precisa levar um tiro com uma bala de prata.
Frankstein 01. O monstro conhecido como Frankenstein
não se chama Frankenstein. Esse é, na verdade, o nome de seu criador. Victor Von Frankenstein, um estudante de química, biologia, filosofia natural e anatomia, construiu um monstro horrível em seu laboratório com pedaços de cadáveres costurados e reanimados com uma descarga elétrica numa noite de tempestade.
02. O livro “Frankenstein” (ou “Prometeu Moderno”)
é de autoria da inglesa Mary Shelley (1797-1851), publicado em 1818. A idéia surgiu numa tempestade durante suas férias na Suíça que obrigou-a ficar durante três dias em casa. Ela se reuniu com vários amigos, entre eles seu marido, o poeta Percy Bysshe Shelley, e Lorde Byron. Cada um deles teve que escrever um conto de horror.
03. Ao descobrir que é rejeitada por todos, a criatura resolve se vingar de seu criador. Por onde passa, Frankenstein deixa um rastro de morte e vingança.
04. Em 75, Radu Florescu, professor de História do
Leste no Boston College, em Massachusetts, fez uma revelação: Mary teria se inspirado no dr. Konrad Dippel (1673-1734).
05. O alemão Dippel era um alquimista famoso por ter
inventado, por acaso, o ácido cianídrico. Ele tinha duas idéias fixas: fabricar ouro a partir de metais inferiores e dar vida a defuntos. Dippel foi expulso de Estrasburgo, acusado de exumar corpos “para bizarras experiências anatômicas”.
06. Outra coincidência: Dippel brigou com uma família chamada Frankenstein pela posse de um castelo.
07. No ano de 1979, porém, o inglês Peter Haining anunciou outra descoberta: Mary Shelley teria se inspirado no cientista amador Andrew Crosse (1784-1855), autor de audaciosas experiências eletromagnéticas e metalúrgicas. Desse modo, a origem do doutor Frankenstein nunca foi bem solucionada.
Revista Grito • 19
Stonehenge foi criada por aliens? Não faltam teorias para explicar a misteriosa Stonehenge, construída entre 3000 e 2000 a.C. Calendário astral, cemitério ou herança alienígena?
PRESENTE DOS CÉUS
Para ufólogos, o conjunto de pedras de até 50 toneladas, situado a 137 km de Londres, pode ser mais um exemplo da “teoria dos astronautas antigos”. Alienígenas com tecnologia avançada teriam visitado a Terra milênios atrás e deixado construções que parecem muito complexas ou difíceis para terem sido realizadas pelas civilizações humanas da época.
BARREIRAS DE SOM
Em 2012, o especialista em arqueologia acústica Steven Waller afirmou que a posição das pedras corresponde a padrões em ondas sonoras quando dois instrumentos tocam a mesma nota continuamente. As ondas criam pontos em que se combinam e outros em que se anulam, gerando a ilusão de obstáculos reais. O fenômeno teria sido representado fisicamente em Stonehenge para ser venerado.
Revista Grito • 20
ESCRITO NAS ESTRELAS
O astrônomo Gerald Hawkins não menciona que alienígenas criaram Stonehenge, mas corrobora a tese de que o lugar é uma mistura de mapa e calendário estelar. Estudos mostram que 165 pontos da construção estão alinhados com objetos celestes. Outros cientistas constataram que a posição das pedras poderia ser usada para prever fenômenos como eclipses.
UM MAPA DO UNIVERSO
Um dos principais divulgadores da teoria dos astronautas antigos, o autor suíço Erich von Däniken defende que Stonehenge tem mesmo origem alienígena e que representa o sistema solar. Segundo ele, há na Terra outros 16 modelos como esse, criados na pré-história – época em que o homem mal sabia o mapa do mundo, quanto mais a órbita dos planetas.
SÓ COM MÁGICA
Relatos do historiador Geoffrey of Monmouth, do século 12, dizem que quem criou Stonehenge foi um mago poderoso: Merlin. O personagem do popular mito bretão do rei Artur teria usado magia para transportar os rochedos gigantes da Irlanda para a Inglaterra, a pedido de soldados britânicos que queriam homenagear amigos que morreram em batalha.
UMA PARTE DO TODO
LOCAL DE REPOUSO
Segundo um estudo recente de arqueólogos britânicos, o lugar é um dos maiores cemitérios da Grã-Bretanha do período Neolítico. Suas pedras foram erguidas como uma maneira de homenagear os mortos. O arqueólogo britânico Mike Parker Pearson estima que há cerca de 240 pessoas enterradas no local. Foram descobertos também 56 pontos de cremação.
Pearson derruba veementemente a teoria dos ETs. “Há muitas evidências que comprovam que o monumento foi uma construção de uma sociedade agrícola neolítica”, afirma. Para ele, o complexo tinha uma função religiosa e era só parte de algo muito maior: uma vila erguida em 2500 a.C., por mais de 4 mil fazendeiros.
NA VERDADE....
Historiadores e pesquisadores têm conclusões mais embasadas e comumente aceitas pela ciência • Stonehenge foi construído no período Neolítico, por volta de 3000 a.C., mas alterado várias vezes ao longo da história, ganhando diferentes propósitos • As pedras teriam viajado cerca de 320 km desde seu local de origem • Segundo o historiador Gary Levin, elas foram transportadas em espécies de casulo feitas de vime, que permitiam que fossem roladas e até flutuassem na água • Já a Universidade de Exeter, na Inglaterra, diz que os rochedos foram rolados sobre enormes bolas feitas de madeira e pedra • A presença de ossos humanos e antigos vasos (provavelmente para aqueima de incensos) reforça a tese de que o lugar era um cemitério
Revista Grito • 21
HORROR X Entenda a diferença entre
Essa sensação pode vir acompanhada ou não de arrepio, gerada pela perceção, intuição, lembrança de algo horrendo, ameaçador, repugnante; Filmes de horror passam a forte impressão de repulsa ou desagrado, ou seja, você não quer ver aquilo. Essa sensação pode vir acompanhada ou não de arrepio, gerada pela perceção, intuição, lembrança de algo horrendo, ameaçador, repugnante;
Normalmente isso acontece em filmes que contenham cenas fortes e "reais" como mutilação, tortura, estupro, ou a morte sem sensura de várias maneiras possíoveis.
Revista Grito • 22
X TERROR Filmes de terror passam uma impressaão aterrorizante, utilizando para isso figuras ou imagens amendrontadoras que causem uma sensação de medo.
Normalmente, filmes de terror contam histórias de espíritos, demônios, assombrações, e tudo que pode vir nos causar aquela vontade de dormir de luz acesas e ter algúem sempre ao lado pra fazer companhia.
Essa sensação vem muitas vezes por desconhecermos do assunto tratado no filme, e quando nos é apresentado, criamos nossas próprias ciência de que aquilo pode ser real (não estamos dizendo que não é).
Exemplo de filme O Chamado Essa franquia conta a história do espírito de uma garotinha que está presa em um poço e tentando se libertar. Esses elementos sobrenaturai acabam causando a sensação de medo nas pessoas.
Revista Grito • 23
REDAÇÃO RECOMENDA
Uma seleção do melhor do terror indicado pela redação
Vampiro Americano
Hannibal
Indicado: Fernanda Jerônimo
Indicação: Breno Rosa
Vampiro Americano veio para mudar a visão atual que temos dos mitológicos monstros como seres atormentados e receosos de aproveitarem seus poderes malditos. O roteirista Scott Snyder, com uma mãozinha do mestre do terror Stephen King, juntou-se ao ilustrador brasileiro Rafael Albuquerque para contar a história de Skinner Sweet, o primeiro dos vampiros a ser criado nos EUA
Will Graham é um investigador do FBI que tem o talento de se inserir nas cenas dos crimes e visualizar exatamente o que aconteceu. Tal capacidade ajuda a solucionar muitos casos, mas também exige muito dele, obrigando-o a consultar o psiquiatra Hannibal Lecter. Mal sabe Graham, que o dr. Lecter não é um psiquiatra comum.
Historietas Assombradas Indicado: Matheus Trece
Pepe vive com a Vó, uma espécie de feiticeira que fabrica itens mágicos para vender pela Internet. A convivência com esse universo envolve o garoto e seus amigos em aventuras repletas de humor, onde Pepe enfrentará todo o tipo de criatura sobrenatural.
Metallica - The Call of Ktulu
BlackSad
Indicação: Breno Rosa
Indicado: Fernanda Jerônimo
Canção instrumental da banda americana de heavy metal Metallica, oitava e última faixa de seu álbum Ride the Lightning, de 1984. O nome da canção faz referência ao conto The Call of Cthulhu, do escritor norte-americano de ficção científica e terror H. P. Lovecraft, a qual o baixista da banda, Cliff Burton, era um grande fã.Foi a ultima musica escrita por Dave Mustaine.
O detetive felino terá de desvendar o assassinato de uma pessoa conhecida, o que provocará uma série de eventos que culminarão em mortes, muitas mortes. Escrito pela dupla espanhola Juan Díaz Canales, roteirista e Juanjo Guarnido, Ilustrador. Ganhador do Eisner 2013 de Melhor Edição Norte-Americana de Material Internacional.
Dexter
Indicado: Breno Rosa
Dexter Morgan, um assassino em série com diferentes padrões que trabalha como analista forense especialista em padrões de dispersão de sangue no departamento da polícia do Condado de Miami-Dade. Sua primeira temporada foi aseada no livro Darkly Dreaming Dexter de Jeff Lindsay, adaptado para a televisão pelo roteirista James Manos Jr.
O LADO SOMBRIO DOS
CONTOS DE FADAS Muito dos mais populares contos infantis tiveram seus primeiros relatos banhados em sangue, sexo, fome e violência. Conheça os casos escabrosos que estão nas versões originais - e nada infantis - de várias histórias da carochinha!
Chapeuzinho Vermelho A tonalidade mais chamativa na roupa da doce Chapeuzinho combina com uma história cheia de violência, canibalismo e insinuações sensuais
Revista Grito • 28
ERA UMA VEZ… A maioria dos contos de fadas, como Chapeuzinho Vermelho, surgiu por volta da Idade Média, em rodas de camponeses na Europa, onde eram narrados para toda a família. “A fome e a mortalidade infantil serviam de inspiração”, diz a especialista em histórias infantis Marina Warner, da Universidade de Essex, na Inglaterra
COMIDA DE VÓ Numa versão francesa da história, após interrogar Chapeuzinho na floresta e pegar um atalho para a casa da vovó, o lobo mata e esquarteja a velhinha sem dó.A coisa piora quando o vilão, já fingindo ser a vovó, oferece a carne e o sangue da vítima, como se fosse vinho, para matar a fome da netinha – que come e bebe com gosto!
TIRA, TIRA… Após encher o bucho e praticar canibalismo sem saber, Chapeuzinho ainda tira a roupa e joga no fogo,a pedido do lobão! O clima, porém, não é nada infantil, com a garota perguntando o que fazer com a roupa a cada peça tirada. O lobo só tinha uma resposta: “Jogue no fogo, minha criança. Você não vai mais precisar disso…”
SEDUÇÃO INFANTIL Ao se deitar ao lado do lobo, já totalmente nua, Chapeuzinho começa a reparar no físico do vilão, como se desconfiasse de algo. Admirada,a menina começa a exclamar: “como você é peluda, vovó”, “que ombros largos você tem” e “que bocão você tem”, entre outros elogios à anatomia do bichão…
FINAL FELIZ Ao fim da versão francesa, Chapeuzinho, sentindo-se ameaçada, pede para sair e fazer suas necessidades fora da casa. O lobo, nojentão, insiste para que ela faça xixi na cama mesmo mas acaba deixando a menina sair. Esperta, Chapeuzinho aproveita o vacilo do vilão e escapa
FINAL SANGRENTO ALTERNATIVO Charles Perrault foi o primeiro a pôr muitos contos de fadas no papel, no século 17. Ele tornou o final da história mais sangrento – com o lobo jantando a mocinha – e introduziu a famosa moral da história, dizendo que “crianças não devem falar com estranhos para não virar comida de lobo”
FINAL AMENIZADO No século 19, os irmãos alemães Jacob e Wilhelm Grimm, famosos compiladores de contos que até então só eram transmitidos oralmente, inventaram a figura do caçador. No fim da história, ele aparece e salva a pele de Chapeuzinho e da vovó, abrindo a barriga do lobo com uma tesourão
Revista Grito • 29
Alice no Pais das
MAravilhas Cada um dos personagens e objetos da história, tem a ver com um desejo ou experiência de Alice. c, pela qual ela desejava sair e conhecer o mundo à sua volta.
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O CHAPELEIRO MALUCO Era outro interno, seu melhor amigo. Alguém que deixava sua vida no hospital menos amargurada, com quem criava várias teorias de como seria a vida lá fora. O rapaz, em realidade, sofria de Síndrome Bipolar, por isso a personalidade do Chapeleiro na história, o mostrava ora alegre, ora depressivo, ora calmo, ora irritado. A LEBRE Companheira do Chapeleiro, era a menina que dividia o quarto com ele. Ela sofria de depressão profunda, e todas as vezes que Alice teve contato com ela, encontrou-a num estado de terror e paranoia. A RAINHA BRANCA Sua mãe, uma mulher nobre e terna, que sofreu na pele o preconceito de ter uma filha doente, tendo que abandonar a menina em um sanatório, e nunca mais voltar a vê-la. As vagas lembranças que Alice possuía, era de momentos com sua mãe, e o motivo dela pensar que o mundo fora dos muros do hospital era um lugar melhor, era saber que a mãe estava lá, em algum lugar, para lhe cuidar.
O GATO DE CHESHIRE Um dos enfermeiros, em quem Alice confiou, mas acabou por enganá-la e violenta-la. O sorriso do gato, aquele que é tão marcado, era na verdade o sorriso obscuro que seu agressor abria, cada vez que lhe abusava, e a deixava jogada em um canto de sua acomodação, derrotada, triste e ofuscada. O COELHO BRANCO Para ela, representava o tempo. Aquele tempo que ela desejava que passasse logo, para que um dia ela pudesse sair daquele lugar. O tempo que ela via passar tão rápido, porém tão lento... TWEENDLEDUM E TWEEDLEDEE Gêmeos siameses órfãos, que também estavam no hospital. Embora não possuíssem nenhum problema mental que justificasse sua internação, a aparência que tinham era assustadora, por isso foram reclusos.
A RAINHA DE COPAS A diretora do sanatório. Uma mulher má e desprezível, que não sentia sequer um pingo de compaixão para com os enfermos que estavam sob seus cuidados. Era a favor da terapia de choque e da lobotomia, e por diversas vezes ordenava que os funcionários espancassem, sedassem e prendessem em jaulas os enfermos que apresentavam comportamento que não lhe agradavam. O REI DE COPAS O médico psiquiatra do hospital. Alguém com complexo de inferioridade, que era incapaz de se opor às ordens da diretora. FINAL Alice viveu por muito tempo em um estado de “coma”. Ela nunca mais viveu, sorriu, tampouco falou. Devido a isso, teve seu corpo devastadoramente abusado, tanto, que acabou por ter hemorragia interna devido à violência empregada em um ato de estupro, e veio a falecer.
Revista Grito • 31
BELA ADORMECIDA A verdadeira história é temperada com feitiçaria, canibalismo e estupro. Confira três versões: italiana, francesa e brasileira
Revista Grito • 32
• Á Moda Francesa
Nas mãos de Charles Perrault, o final é violento QUE OGRA DE SOGRA Agora a vilã é a mãe do rei. A sogra de Bela (que não tem nome nesta versão) é uma ogra, faminta por crianças! Não à toa, o rei não conta nada à megera sobre seus netinhos
BANQUETE DE GENTE Furiosa com o filho por assumir Bela como rainha, a ogra ordena ao cozinheiro que faça para ela um rango com a carne do neto e da neta. O criado, porém, serve carne de carneiro e de cabrito para enganá-la
GUARDA NA DESPENSA O cozinheiro esconde as crianças e abre o jogo com Bela – que a rainha também estava a fim de jantar. Ao ouvir o choro das crianças, a rainha descobre o engodo e resolve cozinhar todo mundo
CALDEIRÃO ANIMAL O caldeirão que vai ferver geral é recheado com sapos, víboras, enguias e cobras. No último instante, porém, o rei aparece e a ogra, amedrontada, se joga de cabeça, sendo devorada pelas feras
• À Moda Italiana
Giambattista Basile apimentou a história no século 17
FARPA MALDITA Ao mexer num tear, uma farpa entra sob a unha de Tália, provocando sono imediato – maldição prevista desde sua infância. Desconsolado, o pai abandona a casa, largando a filha adormecida sozinha
NOIVA CADÁVER Numa caçada, o rei, que já era casado, se encanta por Tália e, antes departir, estupra a moça apagada! Ela ainda engravida de gêmeos. Um dia, ao tentar mamar, um deles chupa o dedo da mãe e retira a farpa, despertando-a
AMADA AMANTE Um ano após o encontro, o rei volta à floresta, encontra Tália acordada e passa a esticar as caçadas para manter a vida dupla. A esposa desconfia e põe um espião na cola do rei
• Á Moda Brasileira
A versão brasuca também sangra O escritor brasileiro Sílvio Romero publicou, em 1885, em Contos Populares do Brasil, a história de um rei que, numa caçada pela floresta, se apaixona pela camponesa Madalena Sinhá. Em seguida, o rei constitui uma segunda família no campo, mas é delatado por um servo da rainha. No final, a amante e a rainha saem na mão até que Madalena mata a rival, com ajuda do rei. E o servo dedo-duro acaba degolado
Revista Grito • 33
m a r a r i v e u Filmes q seriados Psicose x Bates Motel L
ançado em 1960, Psicose teve um orçamento de cerca de oitocentos mil dólares. Ao longo dos anos, conseguiu acumular um retorno estimado em 50 milhões em 2004. Portanto, nada mais natural e até previsível que a Universal tenha, demonstrado interesse em explorar a fama do filme ‘até o caroço’.
Revista Grito • 34
Na década de 80 foram produzidas duas sequências, ambas estreladas por Anthony Perkins. Em 1990, Perkins voltaria ao personagem em um filme para a TV que apresentou a primeira tentativa da Universal em narrar a juventude de Norman Bates, interpretado nesta fase por Henry Thomas (o garotinho do fil-
me E.T.). A última vez que vimos Norman Bates foi em 1998, quando Gus Van Sant se arriscou a dirigir um remake do filme de Hitchcock. O fracasso da produção levou a Universal a dar um descanso a Bates, que só reapareceu em públicoem 2016, com a série produzida para o canal A&E.
Esta é a segunda tentativa da Universal de transformar o filme em série de TV. A primeira foi em 1987, quando um piloto foi produzido para avaliação. Também com o título de Bates Motel, a história apresentava a vida de Alex, um jovem mentalmente perturbado
que, depois de matar seu padrasto, passa um período em uma instituição, onde faz amizade com Bates (aqui interpretado por Kurt Paul, dublê de Perkins nos filmes sequências). Alex herda a propriedade de Bates e, com a ajuda de dois amigos, reabre o hotel. A série nunca foi produzida, mas o piloto chegou a ser vendido a canais internacionais como telefilme.
A atual versão de Bates Motel foi anunciada em 2012. Seguindo a linha de Smallville, que conseguiu com sucesso retratar a juventude de um ícone da cultura popular, a série se propõe a mostrar ao público a relação que Norman Bates tinha com a mãe e como ele se tornou o assassino psicopata que o mundo conhece. Fazendo uso da nova moda das séries de TV (que parece ter substituído a moda dos vampiros), a Universal oferece mais um seriado sobre
um assassino serial. Quem assistiu ao filme original sabe que sua principal qualidade não está no roteiro mas na direção, que constrói lentamente o suspense da trama, a qual sofre reviravoltas que mudam o foco da história. O próprio Alfred Hitchcock dizia que a única coisa que o atraiu para a história foi a cena do chuveiro na qual a personagem, que todos pensavam ser a principal, é brutalmente assassinada, obrigando o público a acompanhar a trajetória da pessoa responsável por sua morte.
A
Anthony Perkins Viveu Norman Bates em Psicose. O ator demonstrou um enorme carisma e fragilidade em tela, criando a perfeita faceta do ingênuo Norman, enquanto também assombrou o público (até hoje!) com sua expressão ao encarnar seu lado assassino, a personalidade que ele acreditava ser sua mãe. Felizmente, Bates Motel também tem um grande ator para interpretar o personagem.
No filme a história é uma só: uma garota, fugindo da polícia após cometer um crime, acaba se hospedando no Bates Motel e conhece o dono, Norman Bates. Ela é morta no chuveiro e começa a busca por seu assassino, aparentemente, a mãe do rapaz
mãe de Norman nunca esteve realmente presente em Psicose, somente sua influência, afinal ela já estava morta havia muito tempo, mas ela é a grande chave para entender o comportamento de seu filho. Fica evidente o quanto ela controlava a vida dele, o quanto era ciumenta em relação às mulheres que se aproximavam dele e o quanto a relação dos dois beirava o incesto. A mãe de Ed Gein também era controladora, uma fanática religiosa que acreditava que todas as mulheres, exceto ela própria, que se aproximavam de seu filho eram prostitutas. São com essas referências que Bates Motel montou sua Norma Bates, contando com uma atuação espetacular de Vera Farmiga. Norma é linda, adorável e completamente desequilibrada. Tem uma tendência para se envolver com criminosos e não tem bom senso para manter o filho fora de seus complicados problemas pessoais. Faz tudo pelo filho Norman, mas claramente não percebe o quanto isso é prejudicial.
Freddie Highmore Mal da para lembrar aquele garotinho de A Fantástica Fábrica de Chocolate, e, assim, como Perkins, constrói um Norman adorável e assustador. Com alguns detalhes sutis e outros nem tanto, a série já indica o distúrbio de personalidade do garoto e as cenas entre ele a a mãe (Vera Farmiga) são a melhor coisa da série, que acertou em focar neste relacionamento. Ao longo das duas temporadas existe uma alteração visível em sua personalidade em direção ao seu lado mais escuro, mostrando-se cada vez mais próximo do Norman de Psicose.
O filme e o livro não falam de outros parentes de Norman exceto sua mãe, mas na série somos apresentados à Dylan (Max Thieriot ), seu irmão mais velho, que assim como o caçula, acaba vivendo uma vida difícil graças à mãe disfuncional. Pelo menos não é um psicopata. Mas diferente de Norman, ele não recebeu o carinho de Norma, que o mantém distante. Dylan é a voz da razão que nem Norma nem Norman escutam, o personagem são que vivencia a insanidade de sua família.
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A Maldicao de Poltergeist Estranhos eventos aconteceram durante as gravações, tanto do primeiros filmes, como nas suas duas sequencias. A misteriosa morte de membros do elenco é apontada como indícios para a existência de uma maldição.
CRIME BRUTAL A atriz Dominique Dunne, que interpretava a filha mais velha da família do filme (de blusa listrada na foto acima), foi a primeira pessoa do elenco que morreu. Aos 22 anos, pouco depois que o filme chegou aos cinemas, Dominique foi estrangulada pelo namorado, ficou em coma por alguns dias, mas não resistiu. De acordo com registros da época, o namorado da atriz era ciumento e ficou ainda mais descontrolado com o sucesso repentino dela por conta do filme de terror. Outra curiosidade macabra é que, para encobrir os gritos de Dominique, o rapaz colocou a trilha sonora de Poltergeist para tocar bem alto. Nas continuações, ela foi substituída pela atriz Meg Tilly
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EQUIPE EM PERIGO Além das mortes, a equipe técnica do filme passou por várias situações estranhas, como objetos caindo, coisas surgindo em lugares nos quais não estavam antes e barulhos que ninguém sabia de onde vinham. A atriz JoBeth Williams, que viveu a mãe da família do filme, relatou uma coisa bem estranha. Um dia ela chegou em casa e todos os quadros de sua decoração estavam tortos. Ela os arrumou e, no dia seguinte, foi trabalhar normalmente. Quando voltou, os quadros estavam novamente fora do lugar e isso se repetiu diversas vezes. A atriz contou que não tinha como outra pessoa fazer aquilo
PODREIRA RADIOATIVA O filme foi rodado no Snow Canyon, região próxima às planícies Yucca, onde, naquela época, o governo americano testou 11 bombas atômicas. Sem que a equipe se desse conta, a radiação se espalhou pelas locações ao longo de 13 semanas. Depois, as filmagens continuaram em Hollywood, mas o produtor exigiu que a terra de Snow Canyon (ainda contaminada) fosse levada para o estúdio
A MORTE DA PEQUENA HEATHER O’ROURKE A atriz mirim conquistou o mundo como a fofa Carol Anne, garotinha que tinha o dom de se comunicar com fantasmas. Só que ela não teve muito tempo para aproveitar a fama. Ela morreu aos 12 anos, logo após ter filmado Poltergeist III. Heather acordou certo dia vomitando e sem conseguir comer nada. Sua mãe então percebeu que ela estava com os pés inchados e os dedos roxos. A atriz teve uma parada cardíaca no hospital e não resistiu. Descobriu-se que ela tinha uma estranha obstrução intestinal, que causou sua morte. A morte de Heather chocou a mídia na época, já que a menina estava em ascensão na carreira e era considerada uma promessa. Logo que a menina morreu, os boatos da maldição nos sets de filmagens dos três filmes da série ganharam ainda mais força, já que outros acontecimentos estranhos e outra morte já tinham ocorrido
SUFOCADO DE VERDADE Em uma das cenas mais assustadoras do filme original, o filho do meio da família é estrangulado por um boneco de palhaço. Foi revelado depois que o filme foi lançado que, durante a cena, um acidente aconteceu e Oliver estava sufocando de verdade. A equipe quase não percebeu que aquilo era real, já que a cena era, justamente, de um sufocamento. Por pouco Oliver não morreu
Resultado: das 220 pessoas envolvidas com a realização da película, 91 tiveram câncer. Em circunstâncias normais, estima-se que esse número não deveria passar de 40
ESQUELETOS DE VERDADE Um boato que circula na internet diz que foram usados esqueletos de verdade nas filmagens do primeiro Poltergeist, já que na época seria mais barato comprar de um depósito médico do que mandar fazer esqueletos de plástico
MAIS MORTES Além das mortes das atrizes, o ator Julian Beck, que interpretava o reverendo Henry, morreu de câncer durante as filmagens de Poltergeist II. O diretor do filme, Brian Gibson, morreu de sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que atinge crianças e adolescentes, sendo bastante raro nos adultos com mais de 25 anos. Gibson tinha 54 quando morreu da doença. O ator Will Sampson, que interpretou um índio nativo que ajudava a família no segundo filme, morreu um ano após as gravações por complicações em um transplante de coração
A FUMAÇA ESTRANHA A atriz Zelda Rubenstein fez uma sessão de fotos para Poltergeist III e uma estranha fumaça, que não estava no local, surgiu em uma das fotos. Zelda contou posteriormente em entrevistas que sua mãe morreu no mesmo momento em que aquelas fotos foram tiradas
A CASA AMALDIÇOADA Na trama de Poltergeist, a família Freeling se muda para uma nova casa, que parece ser amaldiçoada. Estranhamente, a casa na qual o filme foi gravado quase foi totalmente destruída por um terremoto anos depois das filmagens
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CONTO DO LEITOR C
erta vez, um homem cansado chegou a um hotel e foi fala com a recepcionista: - Por favor, eu queria alugar um quarto para uns três dias. - Com certeza, senhor. O seu quarto é o 333, no 3° andar. As suas bagagens serão levadas daqui a pouco. Mas só um aviso: não entre no quarto 332. O homem, indignado, perguntou: - Porque não? O que há naquele quarto? - Bom… - respondeu a recepcionista - Há um tempo atrás, uma mulher se suicidou e o gerente não quer que ninguém entre lá. Pronto, aqui está sua chave e boa noite. O homem pensou “que besteira, é só lenda de hotel mesmo” e foi até o seu quarto. Quando passou pelo quarto 332, ficou morrendo de curiosidade, mas resolveu que iria só dormir. Na noite seguinte, ao voltar ao hotel, foi até a porta do 332 e espiou pelo buraco da fechadura. Ele viu uma mulher muito branca, com os cabelos pretos e a cara virada para a janela. Ele ficou realmente muito curioso, mas resolveu voltar ao seu quarto.
No próximo dia, ao ir embora do hotel, resolveu dar uma última espiada na mulher misteriosa do quarto ao lado. Ele olhou pela fechadura e viu tudo vermelho. Pensou “Ah, ela deve ter percebido que eu estava olhando e botou um pano na frente”. Ele desceu até o saguão e se encontrou com o gerente, então perguntou: - O que realmente aconteceu naquele quarto 332? O gerente, perturbado, respondeu: - Faz tempo que aconteceu, mas eu ainda lembro bem… Um casal estava hospedado naquele quarto, e por alguma razão, o marido assassinou a sua esposa. Desde aquele dia, a mulher continua lá. - Entendo…” - falou o homem - Mas como ela era? E o gerente respondeu: - Tinha cabelos pretos, cor de breu, era branca como um lençol e seus olhos são completamente vermelhos…
J. James
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