TEXTOS – PARTE I FERNANDA RESENDE
Por que eu quero ser repórter? Mesmo diante de tantas dificuldades que os profissionais de imprensa sofrem, meu sonho de ser repórter ainda prevalece. Ser repórter não é apenas sair dia após dia para a “rua” em busca de conteúdo para encher os espaços em branco de um impresso. Pelo contrário, considero a reportagem como a alma do Jornalismo, ou seja, o estado de espírito da profissão. O repórter é antes de tudo uma pessoa curiosa, rotulada às vezes como chata, detalhista e insistente. Tem que saber levar “não”, enfrentar mal humor e nunca desistir quando um telefone só dá ocupado ou quando aquela fonte tão preciosa não encontra tempo para falar com você. Precisa ser persuasivo e apaixonado pelo que faz. Tem que ter vontade de saber sempre mais, buscar o contraponto e por que não causar polêmica. Eu quero ser repórter por isso e muito mais. Quero ter essa paixão, essa vontade de passar do horário em prol de uma grande matéria. Quero quebrar barreiras e me superar. Não importa onde eu esteja, seja em uma guerra ou em uma grande festa, vou fazer de meus escritos presentes. Vou contar o que vi, o que senti e colocar vida em meus textos. Não me preocupo com o que os outros pensam ou deixam de pensar sobre meu querer. Quero apenas não ficar nesse mundinho de “copy/past” que muitos acreditam ser Jornalismo. Vou a campo, mesmo sabendo que é pedreira, pois o prazer da profissão está também no fato de se aventurar e poder expressar sentimentos através de palavras. Na verdade, esse caminho que escolhi não é fácil e acredito que terei de enfrentar muitas pedras durante esse percurso. Não me importo se os “leads” farão parte de meus sonhos, ou se as “fontes” tomarão o meu almoço. O que quero é apenas fazer o que eu gosto, e conseqüentemente, sentir-se realizada pelo que fiz.
Meu primeiro Brinquedo Era meu aniversário e minha mãe estava preparando aquela festinha típica para que pudesse comemorar meus cinco aninhos. Estava na sala vendo mamãe encher os balões coloridos e organizar tudo com aquele jeitinho que só ela sabia fazer, quando sem que eu percebesse “Vó” Luiza entrou no recinto e veio caminhando em minha direção com um embrulho bonito na cor rosa escuro. Olhou em meus olhos e sorriu me entregando aquele presente. A curiosidade foi tamanha que desfiz o embrulho sem muito cerimonial e diante dos meus olhos vi uma linda e diferente boneca. A boneca não era similar às outras que ganhei no decorrer de minha infância. Era fofinha, feita de pano. Seus olhos pretinhos refletiam os brilhos dos meus. Vestia vestido rodado, cheio de bolinhas vermelhas. Seu rostinho parecia ser desenhado e os cabelos feitos de lã. Fitei-a deslumbrada e até me esqueci de dar atenção aos preparativos de minha festa de aniversário. Quando os convidados foram chegando não hesitei e apresentei minha boneca de pano a todos. Mafalda, como a chamei, teve a sua fama não somente naquele vinte de Abril, mas durante todo o período compreendido até meus nove anos. O destino de Mafalda não me lembro, mas só sei que ela desapareceu dos meus brinquedos favoritos.
Onde estão os puxa-sacos? Conhecer um puxa-saco é fácil e, agora está cada vez mais simples encontrálos nas empresas. Dizem que onde há fumaça há fogo, e, acredito que este ditado popular é certo até demais. Com a crise econômica os bajuladores de plantão parecem praga, se multiplicam como se elevássemos os mesmos, a sei lá qual potência matemática. É só ver a autoridade, o chefe ou, seja lá quem for o mandante do espaço empresarial, que lá está ele alimentando egos e retardando uma possível demissão. Os puxa-sacos não passam de medrosos que no aperto do dia a dia, correm com seus elogios fúteis e tentam se mostrar mais produtivos, fazendo coisas que as vezes nem em um ano de “casa” fizeram. Não sei se digo que um puxa saco faz seu marketing pessoal, ou se solto o verbo e digo que não passam de pessoas que querem aparecer sem trabalhar. Talvez, ainda os defino como arrogantes que só sabem misturar questões pessoais com profissionais e que tem como hobby elogiar e supervalorizar as atividades do chefe o tempo todo, além de presenteá-lo mais que a própria mulher ou namorada e fazer fofocas e intrigas de tudo e de todos... Afinal, ele é o bom, o resto... É o resto. Acho melhor parar por aqui, e deixar na mão de vocês essa definição, afinal, opinião cada um tem a sua e a minha está muito bem explícita. Infelizmente, eu conheço muitos puxa-sacos e você conhece algum?
A ética pode ser pautada por uma visão diferente Hoje, a comunicação vive um clima de vale-tudo. Muitos jornalistas e veículos de comunicação deixaram de lado a ética em troca da falta de objetividade e da busca incansável pelo sensacionalismo. A mídia inevitavelmente virou mais um campo de manipulação do que de informação. O desafio que temos pela frente, portanto é de reconstruir uma ética jornalística, que seja pertinente e que não fique apenas em meras deontologias que muitas vezes sabemos que existem mais que não são cumpridas. O passo seguinte é discutir o que é ser um bom jornalista. Para ser bom não é necessário escrever “desgraças”, expor a vida privada das pessoas e utilizar de imagens chocantes. Isso apenas gera o que não é necessário, o que não é jornalístico e muito menos ético. Tanto os jornalistas como os meios de comunicação devem rever seus conceitos. Jornalismo não é ser medíocre e sim trabalhar em prol da qualidade de informação. Os veículos devem ficar atentos em buscar valores e não apenas pautar aquilo que o público quer ler. Humberto Maturana, ao recorrer ao campo da biologia, mostrou que a ética é uma emoção básica, que pode ser traduzida como o respeito ao próximo, a consideração com o outro. “A principal emoção básica é o amor, donde provém a ética”. É assim que devemos enxergá-la para que possamos correr em busca de novas visões e erguer novos conceitos de racionalidade e de responsabilidade. Os meios de comunicação, se inspirados por Maturana, deixariam a mesquinharia de lado para dar espaço ao amor pelo outro. É isso que é preciso para mudar, apenas isso. Talvez se deixarmos de olhar apenas para nós e começarmos a dar mais importância para as pessoas que estão a nossa volta perceberemos que quando se têm respeito e consideração tudo pode vir a ser diferente. Se mostramos violência, geramos mais violência. Se expomos pessoas, geramos mais exposições. Estamos vivendo a mais básica de todas as dicotomias da ética: a do indivíduo versus a própria sociedade. Isso não pode continuar assim.
Não devemos agir contra a sociedade e sim em prol da mesma. Somos formadores de opiniões e não manipuladores. Devemos dar a sociedade o que ela precisa: informações concisas e verdadeiras. Isso significa que a luta por uma nova ética é também e acima de tudo uma luta para sermos pessoas mais ternas e humanitárias, podendo assim ter uma visão do que se deve ou não publicar. Tudo pode ser possível, basta querer ser diferente e pautar diferente. O profissional de comunicação tem em mãos a grande responsabilidade da ética, e ele tem que saber usá-la para que novos conteúdos jornalísticos e de entretenimento voltados a não-violência e a cultura da paz sejam produzidos.
Ética, onde você se escondeu? Cheguei em casa, acomodei-me em minha confortável poltrona vermelha e peguei o jornal para colocar os conhecimentos em dia. Deparei-me com a hipocrisia estampada na capa e o contexto a pingar sangue e suspirar desilusões. Minha face se contorceu e a indignação tomou conta de mim. Mais uma vez a falta de ética “bateu ponto” em mais um veículo de comunicação. Os meios de comunicação têm um imenso poder de manipulação e de formação de opinião sobre as pessoas e mesmo assim acabam transformando informações em exibicionismo e interesse de audiência. Não bastava a TV com tanto sensacionalismo? Acho que não. A imprensa a cada dia procura meios de conquistar um maior público, mesmo que para isso, sinta a necessidade de mostrar a desgraça alheia. Deve ser maravilhoso abrir o jornal e ao “passar dos olhos” se deparar com a foto inédita do corpo massacrado de sua filha que acabou de ser atropelada na BR040 por um caminhão; ler as entrelinhas e perceber que sua mãe foi vítima de estupro ou até mesmo reparar o título em caixa alta onde se tona mais visível que sua irmã é uma prostituta que está sendo acusada por tráfico de drogas. Realmente, é nessas horas que coloco às mãos sobre minha cabeça, olho de um lado para o outro e mesmo assim não consigo nem se quer ver sombra ou vestígio da tão famosa ética. Onde está? Como se esconde assim... deixando as informações precisas perdidas pelos becos da inverdade, e o espaço branco na imprensa esperando mais uma vítima “famosa” aparecer no outro dia para preenchê-lo.
Fora das Grades Muito se tem discutido sobre o fato da utilização do software-livre. Os críticos afirmam que com este modelo a inovação seria inibida, visto que faltaria investimentos em pesquisas e desenvolvimento. Esses defensores do modelo de software proprietário não conseguem interligar a era em que vivemos à necessidade de termos um software que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição. Esse pensamento minúsculo permanecerá por algum tempo, visto que os monopólios consolidados e com centenas de bilhões de dólares em caixa necessitam dessas manobras para conseguir mais alguns cifrões, afim de aumentar sua “pequena” receita. Mas, é reconfortante notar que olhares se convergem. Enquanto tem tantos a criticar, muitos outros apóiam e participam desse compartilhamento e solidariedade de informações. Com o software-livre não é necessário recriar idéias pois a partir do trabalho que milhares de outras pessoas criaram, é possível concentrar em problemas novos e nas suas possíveis soluções. Uma coisa é certa, tudo é possível diante da filosofia do software-livre. Aqui nada precisa ser escondido e ajudar faz bem. Quando se usa um código aberto não são os dólares que estão em jogo e sim o conhecimento compartilhado. O software tem que deixar de ser um elemento totalmente comercial e que requer investimentos monstruosos. Tudo que se necessita é criatividade e vontade de aprender. Para o Movimento do Software Livre, não é ético aprisionar conhecimento científico, e o mesmo deve estar disponível sempre, para permitir assim a evolução da humanidade. Usar um programa “fora das grades” significa ter a possibilidade de entender como ele funciona. Em outras palavras, qualquer um pode acessar e alterar seu código-fonte. Já no software proprietário, as pessoas não tem essa liberdade. Como dizem os hackers, programar é a melhor coisa que se faz vestido. Por que então não compartilhar essa coisa boa e desmistificar esses tantos mitos que giram em função do software-livre?
O esconde-esconde do preconceito Onde está o seu preconceito? Num gesto intolerante? Ou numa piada intransigente onde você deu altas gargalhadas com a sua rodinha de amigos? Ou, ainda numa ação velada ou bem escondidinha no subconsciente? Esteja ele onde estiver, é necessário achá-lo, acabar com a "brincadeira" e mandá-lo de vez embora de sua vida. É muito difícil assumir para o "mundo" que se tem preconceito. Muitas vezes se
cria
desculpas para
justificar os
pensamentos
maldosos,
sacanas e
inconvenientes, para diante disso sentir-se aliviado e poder gritar que você não é uma pessoa preconceituosa. Mas, será que isso faz sentido? Tudo que parece diferente costuma causar indicativos pejorativos. De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, denominada estereótipo. Ele vem embutido em várias situações, onde as mais comuns se encaixam no social, racial e sexual. Pode-se dizer que o preconceito é uma constante em nossas vidas e acomete todas as camadas e classes sociais. Se tiver alguém que escapa desses préjulgamentos eu não sei. Só sei que a discriminação já virou um "jogo", onde dia-a-dia mexem-se as peças a procura da próxima vítima. Como dizia Albert Einstein "Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito". Como ele estava certo! Hoje se tornou muito comum ricos discriminarem pobres, jovens isolarem os idosos, magras usarem atributos como "balofa" e "botijão" para qualificar pessoas com alguns quilos a mais. Na verdade, o homem, esse ser que se julga tão inteligente, retrocede a ponto de manter seu individualismo e esquecer que as diferenças não foram feitas para serem julgadas e discriminadas, e sim apenas para tornar as pessoas "diversificadas", ou seja, especiais. Voltaire, em sua tamanha sabedoria, afirmava que o preconceito era a razão dos imbecis. Observa-se então que, pela superficialidade ou pela estereotipia, o preconceito é um erro, ou seja, tem uma base irracional. Agora, pode-se entender porque o preconceito não se cansa de brincar de "esconde-esconde" e insiste em não aceitar as diversidades sociais.
Creio, portanto, que é hora de pararmos e reconhecermos quais são os nossos preconceitos e aprender a "julgar" as pessoas pelo caráter de cada um, e não pelos ranços sociais.
Jornalismo Digital, uma nova forma de pensar comunicação Mudanças, novos paradigmas, produção própria e personalizada - essas são algumas características do jornalismo que veio para marcar presença na era digital. Conhecido como Jornalismo Digital, ele vem mostrar que comunicação está muito além de um “lead” bem feito. Posso estar precipitando ao dizer que o Jornalismo Digital é o futuro do processo de comunicação, mas, em contrapartida acredito que essa “linguagem” busca formas de tornar a informação mais interessante, mais real, informativa e por que não instantânea e objetiva. Na verdade as pessoas, hoje em dia, não querem somente ler o que aconteceu ontem, nos jornais, mas, elas querem “sentir” o que acontece naquele instante, e, nada melhor para trazer isso ao público, que os conteúdos multimídias. O intuito de tornar o discurso jornalístico mais leve, e, ao mesmo tempo informativo, já vem sendo “disputado” por alguns portais de conteúdo, dentre eles, se destaca o Clarín, que através da convergência vem mostrando que criar um conteúdo para a rede web com qualidade é possível. Muitos discursos ainda pairam sobre o Jornalismo Digital, talvez, por ser um meio de comunicação “novo”, que exige certa rapidez em informações, mas, o segredo está em pautar diferente, nos repórteres serem profissionais com atualizações constantes no modo de ver, agir, captar e transmitir a notícia. De nada adianta querer ser um profissional multimídia sem ter a requalificação que o meio exige. Por isso, é importante, desde a situação acadêmica do futuro jornalista, que, a Instituição traga para o plano de ensino as novas linguagens jornalísticas, adequando os estudos aos novos paradigmas, a ética vigente e principalmente a importância de ser hoje mais que um profissional, ser um convergente. A Universidade de Uberaba, por exemplo, já está seguindo o caminho e, formando profissionais que saibam fazer boas notícias e reportagens, levando consigo o conhecimento em softwares, uma câmera digital e um gravador na mão. A partir daí, devemos notar que a internet não está aqui, para ser ignorada, mas, para mostrar o grande potencial que têm, principalmente na forma de pensar comunicação.
A Rotina engoliu minhas férias O ano começa e com ele vem a correria. Ir de um lado para o outro a procura do material escolar mais barato, ou seja, fazer aquela pechincha escolar. Depois, chega o dia de pegar caderno e caneta e, conhecer o banco que te acompanhará durante os próximos seis meses na academia. Informações vêm, informações vão... Provas te estressam, te deixa assustado e às vezes até frustrado com a vida. Trabalhos aos montes são derramados em cima de você e tem hora que te sufocam a ponto de você quase gritar: "Me tire daqui... eu desisto". E, para completar você tem que esperar aquele ônibus que sempre está atrasado e cheio de pessoas quase sendo jogadas para fora por causa da lotação. Isso, tanto para ir para a Faculdade, como para retornar a sua humilde casa, sem contar, que esse é um processo sagrado realizado de segunda a sexta-feira. Ainda, tem o famoso "ganha pão" que vem seguido, de mãos dadas, com a rotina acadêmica. Você, trabalhador-estudante, se vê na necessidade de fazer mágica e trabalhar oito horas/dia, para pagar a querida e extremamente "barata" mensalidade da faculdade e, depois de um dia super cansativo ainda enfrentar toda a rotina que citei no começo deste texto. Realmente, estudante tem um pique de dar inveja e, quando acha que cansou, a Faculdade retribui com um presentinho chamado férias, e, ele sai da rotina acadêmica e mantém suas oito horas de trabalho, pelejando para juntar os "centavos" para pagar a matrícula do semestre que vem. E, assim, as três semanas de férias escolares passam e você, querido Estudante, retorna para a labuta "trabalho/escola", com fé de sobreviver mais um semestre e com esperança de um dia a rotina parar de engolir suas tão almejadas férias e, você poder saborear um chopp geladinho, comendo aquela deliciosa carne assada com batatinhas fritas e ouvindo uma boa música. Pode sonhar, afinal, sonhar não paga imposto.
Você sabe se vender? Era dia de feira. Estava animado para fazer compras e então, peguei aquela sacola de sempre, preta e com listas verticais amarelas. Nada discreta, mas, para quem vai em busca de frutas, verduras e talvez até um queijinho fresco, está de bom tamanho. Saí em direção à feira e chegando lá comecei a reparar algo que antes sempre passou despercebido por mim - os feirantes anunciavam cada um da sua maneira seus produtos, afim, de cativar os clientes e entusiasmá-los a compra. Eram várias barracas, muitas tinham os mesmos produtos, então, comecei minha indagação: por que comprar na barraca do “Fulano” e não na do “Cicrano”? A resposta não é nada complexa e pode até ser comparada ao nosso cotidiano. Como dizia o sábio escritor e palestrante, Mário Persona, toda venda começa com a venda de si próprio, da sua imagem e da capacidade de gerar confiança em seu cliente. Parece bobeira, mas, quem sabe se vender além de “despachar” o seu produto, ainda ganha “pontinhos” com o cliente. Isso, nada mais é que aquele famoso marketing pessoal, ou seja, saber trabalhar uma imagem positiva de si próprio a fim de tornar visível sua “marca”. Imagine se o vendedor for aquele “cara” mal humorado, ignorante, mesquinho e capitalista ao extremo? Mesmo que ele tenha o melhor produto da feira, eu nem ia querer chegar perto. E, além disso, nunca recomendaria a barraca dele. Agora, se ele fosse gentil, atencioso e prestativo, nada mais justo que eu parar e fazer todas as minhas compras por ali mesmo. O vendedor nesse caso tem o seu marketing pessoal trabalhado. Além de saber vender “o seu peixe” ainda tem talento, habilidade e competência para se expor. Acredito também que esse marketing pessoal, não serve somente para vendedores não. Serve para mim e para qualquer outra pessoa também. No nosso dia a dia temos que nos “vender”. Vender experiências, profissionalismo, simpatia, caráter e até mesmo arte. Isso mesmo, ser artista. Não estou dizendo para você sair por aí mentindo que é “isso” ou “aquilo” para impressionar quem está por perto, até porque uma hora a máscara cai. Ser artista, não é ser hipócrita, mas sim estratégico.
Na escola, no trabalho, em casa, com os amigos ou com a namorada, você não deixa de ser você, mas, em cada um dos casos citados você se empenha de uma determinada forma para atender as convenções sociais de convívio e aceitação. Temos esse lado ator e, se desempenhamos ele bem, a platéia aplaude e fica na expectativa do próximo “espetáculo”. Nossa! Fiquei viajando aqui nesses meus pensamentos malucos, mas, ao mesmo tempo conscientes, e, continuo parado em frente à barraca central, com a sacola ainda vazia e com o cheiro da fome envolvido pelo pastel da barraca ao lado. Então, deixe-me parar com isso. Vou fazer minhas compras, me “vender” e, é claro, “comprar” também.