Catalisador Urbano | Unaí-MG | TCC Fernando Alves UFG

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Universidade Federal de Goiás - UFG Faculdade de Artes Visuais - FAV Trabalho de Graduação do Curso de Arquitetura e Urbanismo Aluno: Fernando Alves Martins Orientador: Pedro Dultra Britto

Goiânia, 2017


“Cidades cheias de vida têm essa maravilhosa habilidade, inata, de compreender, de comunicar, de concatenar e inventar o que será necessário para combater suas dificuldades” Jane Jacobs


SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO 2. OBJETIVOS 3. JUSTIFICATIVA 4. REFERENCIAL TEÓRICO 5. METODOLOGIA 6. A CIDADE E O BAIRRO 7. A PESQUISA 8. DIAGNÓSTICO 9. DIRETRIZES E AÇÕES 10. O PROJETO 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS 12. ANEXOS 13. BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO


1. INTRODUÇÃO

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Com a agregação de toda a bagagem arquitetônica reunida nestes cinco anos de universidade, nas mais diversas disciplinas, eis que surge uma oportunidade de colocar em prática tudo o que foi aprendido, em um tema único e livre, desprovido das regras delimitadoras que geralmente são impostas em sala de aula. Mas com a introdução de novas regras, impostas pela própria cidade e pela lei que a rege, ficando a dever do aluno, a interpretação destas, e o modo de condução do trabalho quanto a melhor maneira possível de resolvê-lo. É a introdução da vida acadêmica à vida profissional, a passagem do estudante de arquitetura e urbanismo para o mercado de trabalho. O objeto de estudo deste trabalho se refere a proposta de um projeto de melhoria urbana para os bairros Canaã, Novo Horizonte, Iuna e Cidade Nova (denominados bairros pós-rodovia), localizados na cidade mineira de Unaí, em busca da resolução da maior parte dos problemas por eles enfrentados diariamente. A ideia central parte da busca pela qualidade de vida dos moradores, e o seu consequente sentimento de pertencimento a cidade, que atualmente é ignorado. O trabalho tem como pretensão a elaboração de um projeto que possa complementar a cidade, de forma consciente e positiva, beneficiando toda a população unaiense. A pesquisa tem como motivações a intenção de fazer pela cidade algo que ninguém nunca fez até agora. Por se tratar de uma pequena cidade do interior, poucos são os arquitetos (a maioria particulares), e a existência de urbanistas é zero. A cidade gira em torno do capital, novos loteamentos surgem a cada dia, sem qualquer qualidade de vida e, quase sempre, sem a infraestrutura necessária. A cidade fica à mercê dos cuidados da prefeitura que, muitas vezes, gira em prol do bem coletivo da grande cidade (o centro urbano), deixando de lado os menos favorecidos e a parcela mais baixa da região.


Fonte: Google Earth 9


2. OBJETIVOS O Planejamento faz parte das funções administrativas (Planejar, Organizar, Direcionar e Controlar). Ele é executado no presente, e seu resultado é focado no futuro. E isso requer um prazo para que seja colocado em prática pois, com isso, busca-se realizar o que foi planejado obtendo resultados esperados no futuro. O termo plano é originado do planejamento, não no sentido matemático e geométrico (superfície lisa, sem desigualdades de nível), e sim no sentido de planejar, determinar com antecedência o que será colocado em prática, a forma como será feito, alcançando o resultado esperado lá na frente. E para isso é preciso que sejam utilizados recursos como financeiros, humanos, tecnológicos, insumos. Paralelamente, temos o projeto, que traduz o significado da modelagem, detalhamento de algo a ser realizado. É o desejo, a intenção de fazer ou realizar (algo) no futuro. O presente trabalho, portanto, pretende trabalhar com uma proposta que, de certa forma, englobasse os dois termos. Um plano projeto requalificativo, buscando avaliar as causas e consequências, efeitos das decisões tomadas, e, entrar no âmbito do desenho urbano e escala do edifício. Dentre os objetivos aqui propostos, o trabalho busca: • Analisar a estrutura urbana e funcional dos bairros; • Analisar Plano Diretor da cidade e outras leis que a regem; • Verificar demanda por equipamentos nos bairros; • Analisar o fluxo pendular das pessoas que moram nos bairros e possuem dependência direta com centro da cidade em vários quesitos; • Propor soluções para os problemas encontrados, sejam elas de quaisquer natureza: diretrizes, apontamentos, volumes e massas conceituais ou projeto; 10


Vista da cidade de UnaĂ­-MG. Fonte: http://www.unaiminasgerais.com.br

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3. JUSTIFICATIVA Unaí é uma pequena cidade do interior, que conta com um número reduzido de profissionais qualificados na área da arquitetura e urbanismo, focados em contribuir com a melhoria da cidade. A maioria dos profissionais que trabalham diretamente no departamento da cidade possuem apenas curso técnico (muitas das vezes até mesmo sem ser diretamente associado a sua função), e ocupam funções responsáveis pelo planejamento urbano que demandam mais conhecimento do que eles possuem. Este fato acaba deixando de lado parte das melhorias urbanas que poderiam ser feitas por profissionais capacitados que realmente contribuíssem para a melhora da qualidade de vida dos moradores e dos serviços prestados no município. Com o surgimento da cidade, vieram também os primeiros problemas, que começaram se agravar, e se agravam ao longo

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dos anos. Seja pela expansão urbana que nasce de forma desordenada, e que o governo não cria medidas de prontidão deixando o caos continuar, ou seja pelos problemas que a maior parte das cidades brasileiras passa diariamente, associados a saúde, educação, disponibilidade de trabalho, etc. Desta forma, o presente trabalho buscou fazer uma análise geral da cidade, buscando apontar a área que mais sofre com problemas e buscar por soluções inteligentes de forma a contornar os problemas encontrados. A análise inicial concentrou o foco em dois pontos principais: a canalização do córrego Canabrava e a segregação dos bairros pós rodovia. A canalização do córrego Canabrava é um problema existente a pouco tempo. O córrego, que antes corria sempre cheio e fervoroso por toda a cidade, hoje está “morto” pelos problemas da canalização e obstrução das vias de passagem (canos e tubula-


ções) ocasionadas pela poluição. A cidade é coberta por várias nascentes, que desaguam em córregos, que por sua vez desaguam no rio mais importante da cidade: o Rio Preto. Apesar de ruim, a obra é usada expressivamente pela população que tem acesso a ele, isto é, a área mais nobre da cidade. Desta forma o Corguinho é usado diariamente por centenas de pessoas, que realizam suas atividades físicas, e também para lazer. Ele possui vários problemas, dentre eles a questão da própria canalização (que acabou por matar o córrego), do odor desagradável ocasionado pela poluição, da acessibilidade e segurança, e o problema da fluidez, na qual pedestres e ciclistas, e até mesmo automóveis dividem o mesmo espaço. Desta forma a análise inicial buscou criar uma revitalização do “Corguinho”, apelido para o córrego criado pela própria população. Revitalização esta que buscaria reestabelecer a vida do córrego (amenizando os aspectos deixados pela interferência antrópica, já que mesmo com a revitalização o córrego nunca voltará a ser o mesmo de antes), retrocedendo ao modelo natural, com a criação de pistas de caminhada, ciclovias, jardins e equipamentos de apoio distribuídos ao longo de seu eixo, sempre respeitando as distâncias mínimas do leito. De outro lado, completamente contrário ao primeiro problema representado, está a ocupação dos bairros pós rodovia. São áreas pobres, de população carente que sofre com os problemas da segregação aparente e visível logo na entrada dos bairros. A rodovia, que antes já isolava os bairros, ganhou recentemente um “upgra-

de” com a criação do viaduto que, além de dividir as classes (ricos x pobres) ainda acaba por obstruir toda a vista que antes se tinha dos dois lados. Além do problema da segregação, os bairros em estudo apresentam problemas dos mais diversos tipos, que vão desde o acesso ao bairro (um único acesso de entrada e saída para os quatro bairros), até a questão da dependência direta com centro da cidade em todos os seus aspectos, seja na saúde, educação, e principalmente a disponibilidade de emprego, que é inexistente nos bairros, obrigando a população a se descolar num fluxo pendular de ida e volta diariamente. Os problemas que já são frequentes, vão se agravar mais ainda ao longo dos anos, com a criação de novos loteamentos e expansões futuras. A infraestrutura nesta porção da cidade que já é carente, e a questão dos acessos tendem a piorar cada vez mais. Na maioria das vezes notificamos, fazemos pesquisas e simulações para verificar o potencial construtivo das cidades, para ver o futuro a que estas estão chegando sem um “urbanismo para pessoas”. Para comprovar a ineficiência de alguns Planos Diretores, e outras leis que regem a cidade, sempre na busca pela prova que o crescimento caótico e desenfreado das cidades é ocasionado por falhas no planejamento, e algumas vezes é inevitável e corrompido pelo capitalismo. Então porquê não, apesar de todas as circunstâncias, ao invés de pensar o motivo pela qual as cidades estão se tornando o que são hoje, não pensar soluções que poderão contribuir para a melhoria destas? E além de tudo, simular o potencial “qualitativo” das cidades, para ver o nível de potencialidade que os espaços tem de se tornar. Simular o nível de qualidade que as áreas podem vir a possuir? Este foi o pensamento norteador que justifica todo o processo e deu origem ao projeto em questão.

1. Corguinho depois da canalização. Imagens: https://aldaalvesbarbosa.wordpress.com 2. Viaduto que divide a cidade, apelidado de “Muro de Berlim”. Foto: prefeituraunai.mg.gov.br 13


4. REFERENCIAL TEÓRICO Inicialmente foram realizadas pesquisas na própria biblioteca da cidade para tomar um melhor conhecimento acerca da principal protagonista da pesquisa: a cidade de Unaí. Estas pesquisas iniciais, foram imprescindíveis para que não houvesse tanta duplicação de esforços, já que o objetivo deste trabalho em específico, parte da premissa de criar um projeto de requalificação de caráter urbano, que é algo quase inédito para a cidade. Para isto, todo o cuidado acerca de informações históricas, culturais, patrimoniais, entre outras, são cruciais para a realização de um trabalho com máxima eficiência, funcionalidade, e respeito com o existente. A pesquisa foi iniciada primeiramente pelo conhecimento da história da cidade. A Biblioteca Municipal de Unaí oferece algumas versões escritas de livros, produzidos por profissionais da área da própria cidade, como é o caso dos livros “Hunay de hontem, Unaí de hoje”, de Maria Torres Gonçalves (moradora antiga da cidade), e “Unaí rumo as Veredas Urucuianas”, de Oliveira Melo. Os livros apresentados tratam da história da cidade, desde os primórdios de sua existência, quando ela era ainda uma grande floresta. Em um trecho do livro de Maria Torres podemos comprovar este fato (trecho descrito abaixo). Fato este que podemos comparar com área a ser trabalhada, pois é uma porção da cidade de certa forma ainda não muito desbravada, contando com grandes áreas verdes de APPs, de vegetação nativa e quase intocada. É o lado da cidade que começará a ser interferido por ações antrópicas nos próximos anos, e merece uma atenção maior.

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“A princípio era a mataria fechada e a acalentadora quietude... depois uma trilha aberta... passos de gente se aproximando.... Eis um porto.... Eis uma humilde morada de canoeiro... Campos cobertos de verde, árvores se projetando sobre o crepúsculo. Animais selvagens dormitando tranquilamente ao pôr-do-sol. Depois, veio a demarcação das terras para formação de novas fazendas. E de longínquos chãos foram chegando as primeiras famílias. Hoje uma casa, amanhã outra, mais outras, eis o povoado, revestido de encantadora simplicidade. ”

Há ainda outros livros complementares que retomam e trabalham com a questão da segregação sócio-espacial, como o “A Capital da Segregação e do Controle Social”, de Luiz Gouvêa. Apesar de se tratar da capital brasileira, é ideal levarmos em consideração a proximidade em que as duas cidades se encontram, e o grau de influência que a cidade de Unaí tem para com a capital. A bibliografia sobre o tema é ampliada para o livro “Segregação Silenciosa”, de Maria Sugai, e “Desigualdades Raciais e Segregação Urbana em Antigas Capitais”, de Antônia Garcia, que abordam aspectos da segregação espacial existente no mundo globalizado, e suas reais causas e influências. Os livros “Cidade para Pessoas”, de Jan Gehl, e “O direito à cidade”, de Henri Lefebvre, e “O espaço urbano”, de Roberto Lobato, atuarão como complementação bibliográfica para os estudos, levando em consideração que possuem um ótimo conteúdo bibliográfico, e serão de grande ajuda na compreensão da cidade como um todo, e não apenas nos bairros em estudo, trazendo a discussão para a questão do real propósito das cidades, e como elas estão de fato, sendo feitas.


5. METODOLOGIA

3. Livro de Maria Torres Gonsalves Hunay de hontem, Unaí de hoje Imagens: www.saraiva.com.br

4. Livro de Luiz Gouvêa “Brasília: A Capital da Segregação e do Controle Social” Imagens: www.saraiva.com.br

• História oral: realizar pesquisa descritiva, por meio de entrevistas e questionários com moradores e trabalhadores do bairro, com o objetivo de conseguir informações de extrema vitalidade e importância para o desenvolvimento do trabalho; • Fazer registros por meio de fotografias, vídeos, áudio e croquis; • Realizar cartografias como forma de se obter um diagnóstico geral da área; • Realizar atividades junto a comunidade, para que eles possam fazer parte do processo de projeto, melhorando sua eficácia; • Procurar documentos antigos e atuais úteis a pesquisa na prefeitura da cidade; • Fazer análise de campo nos bairros de estudo, estabelecendo períodos para coleta de dados (cedo, tarde, noite); • Analisar fluxo e direção da mobilidade do entorno; • Conversar com moradores e trabalhadores que utilizam o local; • Analisar bibliografia pretendida, estabelecendo os aspectos reais a serem abordados na pesquisa; • Visitar a Biblioteca da Universidade de Goiás, Biblioteca Municipal da cidade de Unaí, entre outras, em busca de materiais correlacionados a pesquisa; • Utilizar recursos de apoio como jornais, periódicos, Internet, entre outros;

5. Livro de Jan Gehl C”idade para Pessoas” Imagens: www.saraiva.com.br

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A CIDADE E O BAIRRO

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6. A CIDADE E O BAIRRO Unaí é um município do estado de Minas Gerais, com população aproximada em 83.448 habitantes (segundo IBGE 2016). A microrregião está situada na mesorregião do Noroeste de Minas Gerais e, tem uma área de 8 492 quilômetros quadrados, representando cerca de 1,5% de todo o estado. O vasto território chega a ser maior que todo o Distrito Federal. O início da cidade se deu quando, no século XIX, o fazendeiro Domingos Pinto Brochado se instalou, junto aos seus familiares, numa área próxima ao Rio Preto chamada Capim Branco. Em 1873, esse povoado foi elevado à categoria de distrito pertencente a Paracatu-MG, com o nome de Rio Preto. Em 1923, o distrito teve seu nome alterado para Unaí, que é uma tradução, para a língua tupi, do antigo nome do distrito, Rio Preto. Em 1943, Unaí se emancipou do município de Paracatu. Os bairros Canaã e Novo Horizonte vieram depois, com a expansão da cidade. O bairro Canaã surgiu primeiro, de forma “desordenada”, como uma invasão, o que acarretou em ruas estreitas, perceptíveis nos dias atuais. Os outros bairros (Novo Horizonte, Iuna, e Cidade Nova) surgiram de forma mais legal, uma expansão planejada, mas somando a parcela de isolamento do restante da cidade, marcada principalmente pela rodovia. O número de domicílios urbanos dos quatro bairros estimados é de 3.586. Considerando que a população urbana neles atualmente é de aproximadamente 11.445 habitantes, a média por domicílio é de 3,19 moradores. As residências de 200m² (10x20m) são as mais representativas, e compõem a área média da maior parte dos terrenos neste setor.

6. Localização da cidade de Unaí - Fonte: pt.wikipedia.org/

7. Tela de Walda Nascentes de Queiroz Melo - Rio Preto em Unaí 1955 Fonte: www.prefeituraunai.mg.gov.br

8. Vista aérea da cidade, com foco na Prefeitura Municipal. Foto: UnaíNet

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6. A CIDADE E O BAIRRO O clima da cidade é o tropical úmido, com temperaturas variando entre máximas de 40°C e mínimas de 12°C. A temperatura média anual é de 27 graus centígrados na escala Celsius. A precipitação pluviométrica média anual se situa na casa dos 1200 milímetros. A topografia de Unaí é plana. O território apresenta 60% de sua área plana, ondulada em 25% e montanhosa em 15%. A topografia da cidade é composta de altos e baixos. No geral, o município se encontra em uma grande bacia rodeada por serras, que atuam como muro delimitador para a expansão da cidade, que, em algumas áreas, já se encontra em seu limite. Em consequência da sua localização, a ventilação na cidade é reduzida, já que as serras atuam como barreira, impedindo que o ar circule pelo “interior” da bacia. A vegetação predominante é o cerrado. O município está localizado na bacia hidrográfica do rio São Francisco. Vários rios, córregos e ribeirões cortam a cidade (ver Mapa de Redes Hídricas). São eles: Rio Preto, Rio São Marcos, Ribeirão Soberbo, Ribeirão do Carmo, Ribeirão Aldeia, Ribeirão Canabrava, e Ribeirão Roncador, além de outras várias pequenas nascentes espalhadas pela cidade e arredores.

sanitário, evitando que o esgoto seja lançado no Rio Preto. O SAAE de Unaí é responsável em operar, manter, conservar e explorar, diretamente, os serviços de água, esgoto sanitário e drenagem pluvial urbana na sede, nos distritos e nos povoados, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e das condições ambientais do município. A energia que abastece o município é provinda da Hidrelétrica de Queimados, e Hidrelétrica do Zico Estevão, ambas afastadas da cidade. Há uma estação de distribuição nas proximidades da cidade que recebem parte desta energia e distribui para o município (ver Mapa de Infraestrutura). A economia da cidade está calcada desde o início de sua emancipação política na agricultura e pecuária (cerca de 25% do PIB), tornando Unaí um dos maiores produtores de grãos do Brasil (em consequência do vasto território), o que lhe concedeu diversos títulos e premiações nacionais.

O Serviço Municipal de Saneamento Básico (SAAE) é a empresa responsável pela captação, tratamento, distribuição de água potável e coleta de esgoto sanitário na cidade. Cerca de 95% da cidade de Unaí é abastecida pela E.T.A (Estação de Tratamento de Água), que recebe água do Rio Preto, através de bombeamento. A ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) de Unaí desempenha importante papel ambiental e 19


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6. A CIDADE E O BAIRRO

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Na questão do lazer, a cidade é conhecida pelas inúmeras festas que se realizam praticamente todos os finais de semana. As festas mais conhecidas são Baile Do Havaí, Exposição Agropecuária, Inhumas, Festa do Gado Bravo, Festa de São José Operário na Lapa do Sapezal e Boqueirão. A cidade também é destino certo de diversas bandas de rock e duplas sertanejas da atualidade. Há, no centro da cidade, uma parte onde se encontram alguns bares, restaurantes, pizzarias, choperias, concentrando grande parte do movimento na cidade aos fins de semana e à noite. A cidade também conta com vários grupos de teatro, que acabam se apresentando em escolas e creches por não ter um espaço propício a atividade na cidade (apesar dos inúmeros pedidos da população). Há ainda a questão do turismo, que está mais relacionada aos vários atrativos natu-

rais que a cidade possui, como grutas e cachoeiras, em consequência do vasto território.

9. Rodeio na Festa da Expo Agro Unaí-MG 2016 - Imagem: Edson Henrique

10. Desfile Festa da Moagem. Foto: Geraldo Barros

Três rodovias asfaltadas ligam a cidade ao restante do país, são elas: a BR-251 (que liga as cidades de Unaí/Brasília/Brasilândia/Bonfinópolis/Dom Bosco, e finaliza no viaduto), a MG-188 (que liga as cidades de Unaí/Paracatu/Cabeceira Grande, e começa a partir do viaduto no outro sentido) e a LMG-628 - (que liga as cidades de Unaí/Buritis/Arinos). A empresa responsável pelo transporte coletivo na cidade é a Expresso Planalto, que conta com 3 linhas independentes com traçados pré-definidos que, apesar de se cruzarem, não possuem nenhuma conexão (ver Mapa de Linhas de Ônibus).


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6. A CIDADE E O BAIRRO O mapa de equipamentos atual dos bairros em estudo é extremamente pobre, se comparado aos equipamentos contidos no restante da cidade (ver Mapa de Equipamentos – Atual). Os bairros estudados são marcados pela presença de poucos pontos de segurança e de saúde, fazendo com que a população seja obrigada a procurar outros meios em caso de precisão. As praças se apresentam em um número razoável, e os centros educacionais existentes estão sobrecarregados, ou com má gestão. Não há presença de equipamentos culturais nos bairros.

11. Praça Novo Horizonte. Imagem: FB Shilma Nunes

O zoneamento é evidente pela marca do crescimento da cidade. Os primeiros bairros do município abrigam hoje a parcela de alta renda, e os bairros da periferia e expansões tardias, localizam as parcelas de média e baixa renda. Os bairros mais distantes do perímetro localizam as chácaras que, em sua maioria, são usados como salões de festas para os eventos da cidade.


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A PESQUISA

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7. A PESQUISA A pesquisa objetivou primeiramente a coleta de dados de personalidade, para criação de um panorama médio geral do perfil dos moradores, e posteriormente, uma pesquisa de satisfação em relação a qualidade dos espaços e equipamentos públicos urbanos que os bairros possuem. A entrevista foi feita com pessoas com idade superior a 16 anos, e em vários pontos espalhados pelo corpo dos bairros, de modo a não concentrar toda a coleta em uma única área. Ao todo foram entrevistados moradores, usuários, transeuntes, comerciantes e trabalhadores do bairro.

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8. DIAGNÓSTICO A pesquisa diagnosticou alguns dos problemas mais significativos que a população dos bairros em estudo passam atualmente. Dentre eles podemos citar a questão do acesso, a dependência com o centro, a disponibilidade de trabalho, o comércio, os espaços ociosos, o transporte coletivo, a segurança, o lazer, as praças, a saúde e educação, o trânsito, a autoestima dos moradores, entre outros que serão citados ao longo dos parágrafos a seguir. Na questão do acesso aos bairros, a resposta da pesquisa foi unânime: péssimo. Todos os moradores, sem exceção, demonstraram o claro desapontamento com a construção do viaduto (apelidado de Muro de Berlim, pelos próprios moradores). Viaduto este que foi construído sem qualquer audiência pública, ou pesquisa entre a população, e juntamente com a rodovia, cria uma segregação socioespacial da cidade em dois extremos, com a divisão entre pobres e ricos. Os moradores dos quatro bairros em estudo disseram preferir o modelo antigo (apenas a rodovia com retornos comuns, e palmeiras plantadas nos canteiros centrais que serviam de “cartão de entrada” para os bairros), que era bem mais atraente e funcional, do que o modelo atual (viaduto), que trouxe discórdia, descontentamento e perigo para os moradores. A obra que objetivava remover o trânsito de carga pesada da cidade (caminhões que usam a rodovia para cortar cidades) levando para cima, acabou criando uma espécie de

cruzamento desenfreado de automóveis na parte de baixo, sem qualquer lei ou sinalização pré-definida, apesar de existirem semáforos no local. Não há espaço para pedestres ou ciclistas, muito menos sinalização semafórica ou horizontal (faixas de pedestre, que em sua maioria já se encontra apagada). O viaduto funciona hoje como o único acesso e ponte que faz a ligação dos bairros estudados com o restante da cidade. Nos horários de pico (07:00h, 11:00h e 17:00h) é quase impossível a passagem pelo “funil” que liga os dois extremos, já que 6 vias convergem para o centro do viaduto, como demonstrado no croqui abaixo. Os congestionamentos e acidentes são frequentes. O trânsito é caótico. O índice de assaltos devido a falta de segurança e iluminação pública no período noturno também é muito grande.

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8. DIAGNÓSTICO A dependência com o centro é clara, trazendo centenas de moradores e trabalhadores diariamente num fluxo pendular em direção ao centro da cidade. Quase todas as funções do bairro possuem ligação com o centro, seja para estudo, saúde, emprego, compras de casa ou diversão. A falta de conexão entre os dois lados é visível, e demanda outros acessos secun dários, que não existem ou sequer foram planejados. Não há disponibilidade de trabalho nos bairros, de qualquer tipo. Na época em que a pesquisa foi feita, muitos moradores se encontravam desempregados. Muitas das vezes, toda a família nesta situação, sobrevivendo e dependendo exclusivamente de doações e alimento colhido na própria casa. No momento da pesquisa, era notório a presença de ruas “fartas” de gente, com moradores e famílias inteiras sentadas na porta de casa, nos vários períodos do dia, e nos vários dias da semana (fins de semana ou dias úteis). A maior parte das casas não possui renda familiar superior a dois salários mínimos. O comércio dos bairros não é suficiente, não houve planejamento quanto a isso. O comércio é improvisado, e foi aberto a partir de casas já existentes, em pontos espalhados pelo bairro. A população sente a necessidade em sair do bairro para encontrar mais opções e variedades de produtos no centro da cidade. Os espaços ociosos se tornam o cartão de visita para usuários de drogas e o tráfico de entorpecentes. Muitos deles jogados há anos, já que a prefeitura da cidade não incentiva a construção, e muito menos pune de alguma forma a ociosidade do espaço a favor da especulação imobiliária. Ao mesmo 32

tempo que estes espaços são usados para tais destinações, muitas vezes eles favorecem os moradores de bem, servindo de palco para hortas urbanas comunitárias e outras atividades a favor da população. Praças e jardins públicos descuidados também se tornam alvo dos próprios moradores, no quesito de plantação e manutenção do paisagismo. O transporte coletivo funciona, conta com ônibus novos, confortáveis, acessíveis e tecnológicos (alguns possuem até wifi). Porém, apesar de todas as qualidades, quase não são usados. Os ônibus são sempre vazios, e vagam pelas ruas nos horários traçados (de duas em duas horas) levando um número mínimo de pessoas. As linhas existentes na cidade são separadas e independentes (ver Mapa de Linhas de Ônibus), praticamente uma por setor, não possuem conexão umas com as outras. Não existem pontos de parada, pois o número de usuários é tão mínimo, que é necessário apenas esperar em qualquer ponto do traçado da linha e dar sinal de parada. As pessoas preferem se locomover a pé ou bicicleta, apesar da distância, do que esperar o ônibus. O tempo que ele leva para dar a volta nos bairros buscando a todos, para depois seguir para o centro, já é tempo suficiente para os usuários chegarem até o centro de bicicleta ou outro meio de transporte. Não é à toa que a bicicleta é um dos meios de transporte mais utilizado no setor, e na cidade, apesar de não existir nenhuma infraestrutura para isso. Não há qualquer presença de ciclovias ou ciclofaixas na cidade, bicicletas e motoristas dividem o mesmo espaço. A segurança ainda é falha, não só nos bairros estudados, mas na cidade também. A polícia militar conta com poucos postos policiais no município, deixando a guarda da cidade em responsabilidade quase que exclusivamente de viaturas que circulam pelas ruas.


Nos bairros estudados há presença de uma central da Polícia Militar e Ambiental (próximo ao viaduto, lindeira a rodovia), e outro posto policial no bairro Canaã. Porém os relatos dos moradores são que mesmo com os dois pontos, a eficácia da polícia é mínima, tratando a população com descaso, e ignorando as chamadas de emergência (muitas das vezes chegando ao local do ocorrido depois de horas, apesar do tamanho do bairro). O lazer nos bairros é quase inexistente, fator este que ajuda a criar uma atmosfera propícia para o consumo de drogas a partir de jovens nos bairros, que é frequente (constatado na pesquisa). A cidade no geral depende quase que exclusivamente de festas e bares (para conseguir entreter e divertir a população), dadas em

espaços privados como chácaras, ou até mesmo em suas próprias casas. Não existe nenhum tipo de equipamento público que seja voltado ao lazer, ou ao esporte nos bairros em estudo. Os clubes e ginásios existentes na cidade (no centro da cidade) são privados. Ao mesmo tempo que, o improviso das crianças e adolescentes em prol da diversão é marcado por quadras de futebol improvisadas no meio da rua, ou lotes vagos sobre a terra batida, juntamente com amarelinhas e soltadores de pipa. A famosa feira do Canaã, ocorrida nos domingos pela manhã no estacionamento do posto policial, também é o grande centro das atenções dos moradores, que se encontram para reunir os amigos e comprar alimentos naturais para as residências. Não há nenhuma presença de equipamentos culturais nos bairros.

12. Posto da Polícia Militar e Ambiental. Imagem: Google StreetView

13. Posto Policial Canaã. Imagem: Google StreetView

14. Feira do Canaã. Imagens: Google StreetView

15. Local da feira (estacionamento do posto policial). Imagens: Google StreetView 33


8. DIAGNÓSTICO As praças são precárias e estão em estado crítico de degradação, não cumprem sua função. Não há árvores ou grama, não há espaço para os moradores. Se tratam apenas de espaços ociosos cobertos de terra no entremeio dos bairros, com poucas árvores pulverizadas ao longo de sua extensão. Não há cuidado por parte do serviço público e nem pelos moradores. Uma única praça, inaugurada recentemente no bairro Novo Horizonte, é o grande destaque da área. Grande e generosa em espaço, reúne pessoas de todos os bairros dos arredores, apesar ainda da pouca vegetação. Esta sim, de aspecto estético agradável e limpa, com mobiliário de design diferenciado, atrai os olhares e o respeito da população. Como passa a maior parte do dia cheia (apesar da pouca sombra), não há espaço para vândalos.

serviços prestados pelo CAIC, na questão acadêmica. A escola mais elogiada foi a Escola Estadual Maria Assunes. Apesar do número de equipamentos do bairro, muitas famílias preferem matricular seus filhos nas dependências das escolas do centro da cidade, adicionando ao fluxo pendular mais viagens diárias. Os equipamentos de uso financeiro também são inexistentes. A população é obrigada a sair dos bairros e se locomoverem até o centro caso seja necessário a realização de qualquer tipo de operação bancária, seja para pagamentos de contas, depósitos, ou saques de aposentadorias (único motivo para os idosos usarem o transporte coletivo uma única vez no mês).

Os equipamentos de saúde existentes nos bairros analisados são precários. São feitos através do CAIC e de um pequeno posto de saúde no local. A população prefere se submeter muitas vezes a ida ao centro (apesar de também não ser tão eficaz), do que ficar à espera do serviço no próprio bairro. Foi constatado durante a pesquisa que este único posto de saúde tinha acabado de encerrar suas atividades, deixando a população quase que inteiramente dependente do centro. Os equipamentos de educação, apesar de não serem tão eficazes e possuírem uma má gestão, são suficientes em número, mas não em porte. Os bairros contam com duas escolas estaduais, uma municipal, e uma creche. Houveram muitos relatos de descontentamento (dos quatro bairros avaliados) com os

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16. CAIC (que abriga hoje a escola Municipal Israel Pinheiro). Imagem: Google StreetView


O traçado urbano é caótico e confuso, gerando congestionamentos de nível considerável nos horários de pico, e vários acidentes de trânsito. Nos bairros em geral não há espaço e nem respeito para com pedestres e ciclistas. Não há arborização nas calçadas, devido ao porte desta. Algumas vias de mão única, hora se tornam mão dupla, e hora voltam a ser mão única. As caixas das ruas principais não são suficientes, com caixas viárias pequenas, sem estacionamento lateral, e calçadas mínimas, inacessíveis, inseguras e inacabadas. A Rua Júlio R. dos Santos por exemplo, é uma das várias vias responsáveis por absorver “todo” o trânsito nos horários de pico. A caixa viária desta rua só possui uma mão em cada sentido, e se não bastasse, veículos estacionam nas mãos impedindo e obstruindo ainda mais o fluxo. Os bairros estudados são circundados por várias Áreas de Proteção Permanentes (APPs), grandes áreas verdes de vegetação nativa e densa, compostas por matas e nascentes. Isto se deve ao fato de que este lado da cidade ainda é uma região não muito “desbravada”. Porém estas áreas não são respeitadas, assim como os limites mínimos em relação as margens dos córregos e nascentes (que entrelaçam os bairros). A poluição e o descaso com estas áreas são notáveis, com encanamentos obstruídos impedindo a passagem da água. A maior parte das nascentes hoje se encontram secas, devido a falta de cuidado.

17. Percurso do viaduto de acesso até o bairro Cidade Nova (amarelo).

18. Rua Júlio R. dos Santos em horário considerado normal. Foto: Google Streetview

19. Mata densa nativa da Área de Proteção Permanente. Foto: Fernando A.

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8. DIAGNÓSTICO Contudo, apesar de todos os problemas apresentados, os bairros estudados também têm seus pontos positivos, mesmo que em menor número. A pesquisa constatou que os pontos de iluminação pública estão em ótimas condições e não tiveram reclamações. Algumas escolas possuem melhor gestão e realmente funcionam, não necessitando a dependência direta com o centro neste quesito. A maioria dos entrevistados já possuem moradia quitada, e utilizam transporte de energia limpa, como a bicicleta. O saneamento básico foi tido como excelente, nas questões de abastecimento e tratamento de água e esgoto, coleta de lixo. A questão do barulho e qualidade do ar também foram fatores que tiveram elogios, talvez por se tratar de um bairro onde o número de veículos não é tão assustador em comparação com o restante da cidade, e a área ser circundada por grandes áreas verdes. Apesar de todos os problemas já citados e enfrentados pelos moradores dia após dia, a autoestima deles é surpreendente. Quando perguntado sobre a felicidade em morar no setor, a resposta foi inesperada. A maior parte dos entrevistados se diziam felizes em morar nos bairros. A calmaria, o silêncio, a paz, foram os fatores mais apontados. Os que optaram por trocar de moradia, o fariam somente por outro lugar de igual adjetivação, como exemplo, a fazenda. Com a pesquisa foi possível perceber a simplicidade, humildade, educação e o carisma dos moradores. Todos abertos e dispostos a contribuir com a pesquisa, sempre com a esperança de melhora para o bairro.

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DIRETRIZES E AÇÕES


9. DIRETRIZES E AÇÕES Com o diagnóstico da área, foi possível identificar a maior parte dos problemas enfrentados pelos moradores dos bairros atualmente e, por conseguinte, descrever um prognóstico elaborado que levou a possíveis diretrizes projetuais e consequentes ações estratégicas, que estão dispostas nos mapas a seguir.

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250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

USO DO SOLO PRÓGNÓSTICO O desequilíbrio entre o número de comércio e habitações é notável. Com a ausência do Plano Diretor e incorreta divisão do Uso do solo esta descrepância irá permanecer e aumentar.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Muitos moradores usam suas próprias casas como fonte de comércio e renda que, apesar de serem improvisadas, acabam adensando a área e trazendo movimento para o setor.

1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Incentivar e determinar áreas de uso misto das edificações; * Estimular adensamento de zonas mistas em torno de vias estruturadoras, e de trajeto do transporte público; * Aplicar número de gabarito conforme o objetivo de potencializar ou restringir atividades da área;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA Até 3 pavimentos 500.00 X

Até 6 pavimentos

500.00 X

Via coletora Via coletora a implantar Via arterial 250.00 X

250.00 X

Via arterial a implantar

250.00 Y

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

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250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO PRÓGNÓSTICO Cerca de quase 90% das pessoas do setor se deslocam diariamente para centro para trabalhar, pois não há emprego nele. Esta realidade vai permanecer até que se faça algo.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Muitos moradores usam suas próprias casas como fonte de comércio e renda que, apesar de serem improvisadas, acabam adensando a área e trazendo movimento para o setor, além de gerar lucro.

1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Incentivar comércio de rua e atividades econômicas; * Criar disponibilidade de emprego no próprio bairro, por meio de equipamentos sociais e urbanos; * Criar equipamentos que oferecem cursos profissionalizantes aos moradores, como o Senai e Senac;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA Via coletora 500.00 X

250.00 X

40

Via arterial

500.00 X

Área exclusivamente residencial Equipamentos urbanos e sociais existentes Equipamentos urbanos e sociais novos Zona industrial

250.00 Y

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

HABITAÇÃO PRÓGNÓSTICO Se nenhuma intervenção for feita, o desequilibrio do zoneamento atual irá continuar. Áreas de APP irão continuar a serem invadidas.

1750.00 X

1750.00 X

POTENCIALIDADE As casas do bairro possuem grande potencial para abrigar a tipologia mista (algumas já fazem isto) e contribuem para com o funcionamento do comércio no setor. Como exemplo vemos a presença de padarias, salões de beleza, bares espalahdos por todo o setor.

1500.00 X

1250.00 X

1500.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Deve-se setorizar melhor as áreas de cunho mais comercial e serviços, definindo assim uma uma centralidade no bairro; * Criar áreas monofuncionais e incentivar o uso de habitações mistas, com comércio, serviços e moradia. * Retirar pessoas de APP e reassentá-las em um local seguro, oferecendo assistência técnica;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA

500.00 X

250.00 X

Área exclusivamente residencial Zonas para uso exclusivo comércio/serviço/produtivo Zonas para uso misto

500.00 X

Áreas para construções de habitação interesse social Equipamentos urbanos e sociais

250.00 Y

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

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250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

EQUIPAMENTOS SOCIAIS PRÓGNÓSTICO Não existe nenhum equipamento de lazer. Os equipamentos de educação e saúde no setor, porém, possuem má gestão ou estão desativados, fazendo com que a população tenha que se deslocar para o centro.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Os bairros possuem alguns equipamentos, porém eles simplesmente não funcionam, necessitando melhorias no atendimento e qualidade dos serviços oferecidos.

1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Criar, requalificar e equipamentos de saúde, educação e lazer buscando a qualidade destes; * Criar equipamentos catalisadores sociais, que englobem apoio social e profissional, como o Sistema S; * Aplicar incentivos a saúde, educação, cultura e esporte;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA

500.00 X

Equiapamento catalizador a implantar Requalificação e manutenção dos postos de saúde Requalificação e manutenção centros educacionais Equipamentos urbanos e sociais a conectar Centro comunitário

500.00 X

250.00 X

250.00 X

42

250.00 Y

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

EQUIPAMENTOS URBANOS PRÓGNÓSTICO Os equipamentos urbanos que a área possui são poucos e/ou estão degradados, não despertando na população grande vontade de usá-los.

1750.00 X

1

2

1750.00 X

POTENCIALIDADE Alguns moradores improvisam espaços coletivos, tais como hortas comunitárias e outros equipamentos, já que a área não possui. Algumas pessoas também ajudam a cuidar das praças e zelam por eles, impedindo que outros as poluam.

1500.00 X

3

1250.00 X

2

1

750.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Criar, restaurar, preservar, rqualificar, equipamentos urbanos novos e já existentes; * Criar campanha de conscientização para o cuidado com esses equipamentos; * Criar novas áreas urbanas coletivas (hortas, pocket parks e parklets); Proibir elementos de exclusão de pessoas irregulares, como grades irregulares

1

1000.00 X

1500.00 X

1000.00 X

750.00 X

1

0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA

500.00 X

1 2 250.00 X

3

Implantação mobiliários urbanos; Equipamentos urbanos e sociais a conectar Vias propostas para receber equipamentos de iluminação Mobiliário destinado a prática de esportes Mobiliário destinado ao público religioso Hortas e viveiros urbanos

250.00 Y

1

500.00 X

3 2

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

43


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

MOBILIDADE PRÓGNÓSTICO A maior parte da população dos bairros se locomove a pé, ou bicicleta, e a cidade não possui um único equipamento compatível com este meio de transporte. Os ônibus andam sempre vazios, por não possuirem uma rota eficaz.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Há um número muito alto de ciclistas na cidade. O transporte público é novo, de qualidade, porém não funciona. 1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Criar ligações da linha existente com outras linhas de ônibus; * Rever o trajeto e propor um trajeto mais amplo para o transporte coletivo; * Criar ciclovias, ciclofaixas, e bicicletários; * Assegurar pontos de travessia seguros em vias de maior trafego; * Criar medidas de conscientização de trânsito;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA

500.00 X

Corredor exclusivo a implantar Corredor viário preferencial a implantar Ciclovia a implantar

500.00 X

Terminal a requalificar

250.00 X

44

Equipamentos urbanos e sociais a conectar

250.00 Y

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

TRAÇADO URBANO PRÓGNÓSTICO O traçado urbano é caótico nos horários de pico. O acesso aos bairros é feito somente em um ponto mal planejado, ocasionando acidentes todos os dias. Não há outras conexões com o outro lado da cidade. O cenário tende a se agravar.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Há um grande número de pedestres e ciclistas no setor, abrindo as portas para o transporte mais sustentável. 1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Priorizar pedestres e portadores de necessidades especiais, favorecer o transporte público e sustentável (bicicleta); * Criar outras conexões com o outro lado da cidade, através de parques, passarelas, e outros equipamentos; * Estabelecer medidas de reprojeto do acesso feito através do viaduto;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA Vias arteriais 500.00 X

Vias coletoras

500.00 X

Novas conexões

250.00 X

Ciclovias e ciclofaixas a implantar Redesenho urbano do viaduto Equipamentos urbanos e sociais a conectar

250.00 Y

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

45


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

ÁREAS VERDES PRÓGNÓSTICO Com as chuvas, as nascentes transbordam de seus leitos, e correm pelas ruas, alagando vias e casas. Encanamentos que atravessam as nascentes são obstruídos pela poluição e restos de galhos secos, fazendo transbordarem. A infraestrutura falha fará com que estes acontecimentos se repitam.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE O bairro está no centro de vastas áreas de APPs, ricas em fauna e flora com grande potencial para se tornarem parques para os moradores

1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Recuperar, transformar e preservar o meio ambiente de forma sustentável; * Requalificar parques e praças existentes, e criar novos (nascente Córrego Canabrava); * Preservar nascentes e outros cursos d’água * Retirar pessoas das APPs e reassentá-las em outros locais;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA

500.00 X

Área de Proteção Permanente (APP) Parque linear a implantar

500.00 X

Praças e parques existentes a requalificar Áreas a reurbanizar Vias de interesse paisagístico 250.00 X

46

250.00 X

Equipamentos urbanos e sociais a conectar

250.00 Y

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y


250.00 Y

2000.00 X

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

1750.00 Y

2000.00 Y

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

1750.00 X

1750.00 X

1500.00 X

1500.00 X

1250.00 X

1250.00 X

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X

ADENSAMENTO

LEGENDA Áreas para expansão 500.00 X

PRÓGNÓSTICO O setor possui áreas de expansão que já começam a aparecer nas vistas superiores de satélite. Muitas áreas que estão inseridas em APPs, e vão contra os códigos florestais. Outro fator é que os bairros possuem espaços ociosos sem uso, que continuam acumulando lixo, e favorecendo o uso de drogas na região. POTENCIALIDADE Há grandes complexos abandonados, como a Cerâmica Rio Preto, com potencial para um equipamento maior. DIRETRIZES * Evitar que expansões indesejadas e inviáveis surjam; * Dar uso aos espaços ociosos, e construções abandonadas; * Implantar técnicas de reduzação da especulação imobiliário; * Incentivar uso de edificações mistas;

Áreas de expnsão iniciadas Espaços ociosos (Cerâmica) Equipamentos urbanos e sociais a conectar

250.00 X

250.00 Y

500.00 Y

750.00 Y

1000.00 Y

1250.00 Y

1500.00 Y

500.00 X

250.00 X

0

1750.00 Y

2000.00 Y

250m

2250.00 Y

500m

1000m

2500.00 Y

1500m

47


37


O PROJETO

38


DESENHO URBANO E ESCALA DO EDIFÍCIO As cartografias, buscaram analisar os bairros de uma maneira geral e mais ampla, e apontando diretrizes para a melhoria urbana do próprio bairro e da qualidade de vidas dos moradores que ali habitam.Tal como foi feita a primeira parte do projeto (Seminário de Projeto): centrada exclusivamente na parte teórica do Plano, mostrando-se predominantemente como um Plano Diretor de Bairro. Porém, a medida que o processo foi progredindo houve uma transição de escala na busca por soluções físicas e sólidas de projeto, algo que conseguisse solucionar, ou amenizar os problemas vivenciados pelos bairros. Desta forma o trabalho (inicialmente Plano), atravessou três escalas (plano, desenho urbano e escala do edifício) até por fim se tornar um projeto. As cartografias direcionavam a um potencial foco de solução, um eixo estruturador que corta toda a cidade: o Córrego Canabrava. Uma barreira natural que, muitas das vezes é vista como um problema, no fim das contas poderia se tornar o palco principal da história. Portanto, o trabalho viu no córrego uma perspectiva de projeto, um campo perfeito para atuação do plano de recuperação do bairro, e a re-inserção deste na cidade, buscando atender a todas as demandas de problemas e incômodos que a pesquisa autuou. O projeto, então, ficou centrado na Estruturação do Córrego Canabrava (desde sua nascente até o seu deságue no Rio Preto), eixo natural delimitador que corta a cidade em toda sua totalidade. Para isto a proposta se divide em três camadas: ambiental, social e urbana. Camadas estas que formam um conjunto, um único projeto, na qual a ausência de uma delas ocasionaria no mal funcionamento de algumas das diretrizes propostas. Elas estão ligadas, e

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dependem umas das outras para uma melhor eficiência do conjunto. Por se tratar de um projeto predominantemente urbano, o fator de escala é maior, demandando um maior número de intervenções, muitas das vezes representado por diretrizes, massas conceituais e volumes, e apontamentos. Portanto o foco do projeto pesa muito mais pelo lado ideal, na busca pelas ideias, soluções, e inovações potenciais de crescimento na cidade, do que apenas pelo lado técnico em si, na busca por detalhes de projeto por exemplo, como o detalhamento de vias, calçadas, etc.


CAMADA AMBIENTAL Na camada ambiental, houve uma preocupação muito forte com a recuperação da massa verde que envolve e permeia toda a cidade, que tem diminuído a cada ano. Para isso, foi previsto antes de tudo, a revitalização geral das APP’s (Áreas de Preservação Permanente). Ou seja, retroceder ao modelo natural, tudo o que antes era verde, e que hoje, está em situação de desmatamento, degradação, poluição ou ocupado por edificações irregulares, sempre com o cuidado de remanejar as pessoas retiradas em áreas propícias, seguras e regulares próximas ao local de origem. E Indústrias irregulares realocadas em outras áreas de igual, ou as vezes até melhor setorização (em áreas permitidas pelo Plano Diretor). Depois do adensamento de massa verde, e os devidos cuidados com o aspecto ambiental do eixo estruturador, é previsto a inserção de pequenas intervenções antrópicas de modo a aproveitar a área da melhor maneira “consciente” possível. Para isso, esta grande área, localizada no coração dos bairros pós-rodovia adquire uma função de parque, com espaços voltados para prática de esportes (skate, patins, quadras poliesportivas, etc), caminhos e trilhas margeando as massas, destinados a atividades como caminhadas e pedaladas, pontes para pedestres, equipamentos para atividades físicas e lazer (academia ao ar-livre, playgrounds, além de quiosques públicos de lazer), anfiteatro, decks, mirante, áreas para apresentações e quiosques voltados aos mais diversos tipos de produtos (artesanato, comida, etc), além da inserção de outras atividades e alguns “follies”, pulverizados ao longo da área, distribuídas em funções de acordo com a afinidade em relação ao entorno, formando o parque da cidade. Também haverá a transição da famosa “Feira de domingo”, que atualmente é realizada no

estacionamento posto da polícia militar do bairros para o parque, num espaço totalmente voltado a esta destinação, e a inserção de um lago natural e piscina de água corrente, ambos com água do próprio córrego Canabrava. Dessa maneira os visitantes poderão aproveitar a paisagem e realizar as mais diversas atividades no parque. Também há a preocupação com a sustentabilidade em todas as áreas acessíveis pelas pessoas. Como pistas feitas de material especial para absorver a água da chuva (usada para a irrigação), energia solar, e o lago e piscina de água corrente, que garante um aumento do conforto ambiental da área. E a acessibilidade universal, com espaços, usos e equipamentos totalmente adaptados a todo tipo de usuário e suas necessidades.

20. Foto-montagem da proposta e vista para o córrego do parque da cidade.

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1000.00 Y

1500.00 Y

2000.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

2000.00 X

1500.00 X

1500.00 X

1000.00 X

1000.00 X

PERÍMETRO APP 52

1000.00 Y

0 1500.00 Y

2000.00 Y

125m

250m

500m 2500.00 Y


PROPOSTA

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Estado atual: degradação, poluição, ocupações irregulares, destruição do leito do córrego, esgoto sanitário

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Revitalização das APPs, reconstrução da mata ciliar, e adensamento de área verde. Retroceder ao modelo natural

Inserção de atividades antrópicas para uso da comunidade, uso consciente do parque e do Córrego


MEMORIAL DE PROJETO - PARQUE DA CIDADE O parque foi pensado de modo a locar seus equipamentos em função da afinidade de setores. Começando pela mobilidade, os caminhos e ciclovias presentes no interior do parque foram pensados de modo a tirar o máximo proveito da paisagem e facilidade das áreas na qual se encontram. A pista de caminhada possui um caminho lúdico, descontraído, curvo e sensual, criando uma espécie de promenade, enquanto a ciclovia é mais retilínea, tomando como foco a mobilidade, pois muitas pessoas a utilizarão como meio de locomoção para o trabalho, escola, etc, ou seja, deve ser um caminho simples, rápido, e prático, sem muitos desvios. O conjunto das duas pistas criam uma conexão com o restante da área de mobilidade para pessoas da cidade, complementando o eixo estruturador do córrego, cortando todo o município, criando um percurso único, sem muitas divisórias ou obstáculos, na qual as pessoas pudessem andar, correr, pedalar, patinar sem medo ou retração. Além dos eixos cicloviários e de pedestres principais, há trilhas secundárias que garantem o acesso aos equipamentos do parque. A trilha das bicicletas em específico, corresponde a um circuito fechado montado exclusivamente para ciclistas (amadores e profissionais), cuja modalidade é uma das principais da cidade. Pontos de ônibus também foram locados em várias áreas do parque, já que possivelmente será um local de muito acesso, além de que, as diretrizes indicam a criação de eixos estruturadores nesta região, com corredores exclusivos, etc.

O parque possui dois grandes bolsões de estacionamento ao longo dele, sendo um localizado ao lado da feira, e o outro na parte superior do parque. Ele também conta com baias de estacionamento localizadas em quase todas as extremidades do parque, com vagas em 45°. Em relação aos equipamentos de uso comunitários, a área esportiva ficou localizada na parte central e superior do parque, garantindo o máximo proveito de uso dos moradores. Foram localizadas nas extremidades, próximo as ruas, onde serão vistas facilmente e também de fácil acesso. Estas áreas também contam com área de lazer (playground para crianças) e equipamentos PEC (ponto de encontro comunitário (academia ao ar livre)). As áreas de lazer estão distribuídas nas margens do córrego, com um certo afastamento. São quiosques para o uso de lazer, para que famílias possam ter um local para se reunir no fim de semana, e fazer um uso consciente do parque. Os quiosques comerciais também se encontram próximos aos de lazer, e também junto aos eixos de caminhada, como serviço de apoio à eles. A feira é localizada próxima a sua antiga implantação, de modo a não criar bruscas alterações de espaço. Sua estrutura é em lona tensionada, permitindo uma boa ventilação e uso do espaço. Como o espaço da feira só será usado aos domingos, durante o restante da semana o espaço abriga outras atividades como quadra de

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futebol, ou outras atividades, servindo como um espaço multiuso aberto e público a favor da população. A administração do parque se localiza próxima a feira, contando com serviços de apoio aos usuários, como central de informações, sanitários, etc. Também há outros pontos de sanitários espalhados pelo parque. No local da cerâmica (demolida devido a invasão da APP) foram mantidas apenas suas torres, como forma de manter uma identidade e memória do lugar. Partindo deste princípio, chafarizes de chão são instalados entremeio a elas, como forma de criar uma simbologia, um efeito sublime em relação ao existente e também proporcionar alegria, um atrativo aos moradores (desejo de muitos), além de contribuir para a melhoria do conforto térmico nas redondezas. A água usada nos chafarizes é proveniente dos boilers coletores de água de chuva. O viveiro e horta comunitária (também muito pedido nas pesquisas) estão locados na parte mais superior do parque, juntos, de modo a estabelecer uma conexão e apoiar a cultura dos moradores locais. Na porção central do parque foram instalados equipamentos que possivelmente serão os mais frequentados, como o lago e o deck. Por consequência disto, o posto de segurança também foi locado nesta porção, além de que também possuirá fácil acesso as outras áreas do parque, quando necessitado.

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CAMADA AMBIENTAL Também foi proposto a retirada da canalização do córrego Canabrava, retrocedendo ao seu modelo natural, com a revitalização e recuperação da mata ciliar natural antiga da área. Também foi previsto a criação de campanhas de conscientização (para impedir que sejam jogados lixo, entulho, esgoto e outros tipos de resíduos no córrego), e uma consequente limpeza periódica do fundo da água. Outra proposta se refere ao zoneamento das faixas do córrego em função das afinidades de cada setor, sendo distribuídos ao longo de todo o trecho linear áreas de: serviço e apoio aos praticantes de atividade física (banheiros, bebedouros, depósitos, bicicletários); decks de madeira; pontes e passarelas para pedestres; brinquedos e academia ao ar livre; quiosques para comércio; hortas comunitárias, etc. Ciclovias e pistas de cooper e caminhada também estarão presentes em todo o trecho linear, totalmente iluminados e seguros, com todos os mobiliários urbanos bem distribuídos.

APP. Este Jardim será dedicado à coleção, cultivo e exposição de uma ampla diversidade de plantas e espécies, além de outros serviços geralmente disponibilizados para o público, como: visitas guiadas, exposições educativas, exposições artísticas, salas de leitura e atuações artísticas e musicais ao ar livre. O Jardim possivelmente será gerido pelas universidades (como a UFVJM, cujo campus atual se localiza a quatro quadras de distãncia da implantação prevista do Jardim), faculdades e escolas da cidade, entre outras organizações de investigação científica. Por princípio, o seu papel é a manutenção de coleções documentadas de plantas vivas com a finalidade de investigação científica, conservação, exposição e educação, por exemplo. Este se deve ao fato de a cidade ser considerada, no geral, uma microregião associada ao agronegócio, assim como o ramo principal da maioria das organizações de ensino superior.

Houve uma verificação dos recuos mínimos permitidos pela Lei ambiental que indica um afastamento de 30m para córregos e rios com menos de 10m de largura, que é o caso do Córrego Canabrava. Como houve uma série de ocupações que confrontavam a Lei, as correções foram aplicadas e as construções irregulares demolidas, com um remanejamento das famílias retiradas em áreas de interesse social próximos às suas antigas casas.Estas áreas estão destacadas no mapa com a cor marrom, que se refere aos espaços ociosos contidos na cidade. Ao final do eixo estruturador, antes do desague do Córrego Canabrava no Rio Preto, está previsto a implantação de um Jardim Botânico, aproveitando-se de uma grande área livre de

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O CÓRREGO PARA OS UNAIENSES

segurança prática de esportes mobilidade poluição acessibilidade contemplação

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PROBLEMAS E SOLUÇÕES antes PROBLEMAS

SOLUÇÕES

acessibilidade

áreas de preservação

mobilidade prática esportes

áreas de lazer corredores exclusivos depois

poluição contemplação segurança

integração e conexão decks, mirantes, quiosques apoio e serviço aos usuários


1000.00 Y

2000.00 Y

3000.00 Y

4000.00 Y

5000.00 Y

6000.00 Y

“CORGUINHO” ANTES

4000.00 X

4000.00 X

3000.00 X

3000.00 X

2000.00 X

2000.00 X

0

Fonte: Google Earth 1000.00 Y

2000.00 Y

3000.00 Y

4000.00 Y

5000.00 Y

250m

500m

1000m 6000.00 Y


serviços

DIRETRIZES

banheiros bebedouros mobiliários depósitos

comércio restaurantes quisques feiras

LEGENDA comércio transporte esporte serviços lazer preservação

esporte bicicleta cooper quadras poliesportivas academias

preservação

transporte

paisagismo revitalização recuperação da mata ciliar coleta seletiva lixeiras

ponto de ônibus corredores exclusivos bicicletários ciclovias pistas cooper

lazer PEC parque infantil redários quiosques


1000.00 Y

2000.00 Y

3000.00 Y

4000.00 Y

5000.00 Y

6000.00 Y

nascente

4000.00 X

4000.00 X

parque da cidade

3000.00 X

3000.00 X

vazios urbanos (marrom)

parque linear 2000.00 X

2000.00 X

PROPOSTA URBANA GERAL

Fonte: Google Earth 1000.00 Y

2000.00 Y

jardim botânico 3000.00 Y

0 4000.00 Y

5000.00 Y

250m

500m

1000m 6000.00 Y


CAMADA SOCIAL Na camada social, é previsto a implantação de um equipamento social, que responda de maneira eficiente as demandas coletadas nas pesquisas feitas na área a que está predominantemente inserido (bairros pós-rodovia), e na cidade. Cabe ressaltar que Unaí não dispõem de nenhum equipamento cultural, seja privado ou público, resultando completa carência de atividades sócio-culturais. Desta forma, foi proposto a implantação de um edifício Catalisador Social, um híbrido formado por uma mescla de Sesc, Senac, Sesi, e Senai, por exemplo, cujas atividades estão voltadas as práticas sociais e profissionalizantes objetivando sempre o bem-estar, qualidade de vida e melhorando a empregabilidade dos habitantes da cidade. A iniciativa de custo, ou “patrocínio” do equipamento seria provinda principalmente da indústria e empresas comerciais, mas também do apoio da própria prefeitura municipal. Este equipamento híbrido traria para o setor serviços que não só a área, mas a cidade carece, tais como: atividades socioculturais (convivência, auditórios, restaurante comunitário, oficinas, biblioteca, teatro, salas de dança, música, artes, informática, multiuso, e os mais diversos cursos), pavilhões de eventos, atividades esportivas (academias, quadras poliesportivas, salas de ginástica e expressão corporal), além de um parque aquático (piscinas semi-olímpicas e recreativas), recreação e as instalações de apoio (recepção, administração, manutenção, salas de atendimento médico e apoio). Ele traria não só a promoção social, mas também a promoção profissional para as pessoas da cidade, com a oferta de cursos profissionalizantes. Além do fator social, o edifício proposto também desempenha um papel fundamental na reconstrução da realidade do bairro: a quebra da segregação. Juntamente com o parque (que atrairá grande parte do público da cidade para os bairros), o

equipamento social atuará como um edifício ponte entre os dois lados da cidade, criando uma espécie de elo conector, um equipamento catalisador social que tem a função de agregar, unindo as duas partes. Para isso foi proposto que o edifício literalmente “cortasse”, e atravessasse a rodovia de um lado ao outro quebrando este elo de segregação, e iniciando um elo de união entre as partes. E o ponto mais adequado para que isto ocorresse se deu através de um ponto âncora já existente no local: no encontro do córrego Canabrava com a rodovia. Desta forma é válido destacar que, um dos blocos é lançado acima da rodovia, criando um marco pontual no entrelaçamento de 3 pontos importantes da cidade que carregam grandes histórias: o córrego, a rodovia e o edifício. A locação deste equipamento também foi escolhida de tal forma a criar uma centralidade nos bairros.

PLANTA SITUAÇÃO

0

250

500

1000


20. Foto-montagem do espaรงo aberto para eventos do equipamento catalisador social


PROGRAMA DE NECESSIDADES 1. ATIVIDADES SOCIOCULTURAIS ÁREA DE CONVIVÊNCIA - recepção: 25,00m² - área de convivência: 500,00m² - sanitários: 25,00m²; (cada - depósitos: 2 de 25,00m² cada AUDITÓRIO - vestíbulo: 100,00m²; - café: 25,00m²; - sanitário 12,50m² (cada) - platéia: 300,00m² - palco: 100,00m² (sem caixa cênica) - áreas de apoio: 75,00m² - circulação: 75,00m² SALAS PARA CURSOS - salas: 400,00m² (módulos de 50,00m²) - sanitários: masculino: 12,50m²;(cada) - depósito: 2 de 12,50m² - circulação: 25,00m² SALÃO PARA VÍDEO E AUDIO - salão: 200,00m² LANCHONETE - mesas: 300,00m²; - auto serviço: 50,00m²; - caixas: 25,00m²; - sanitários: 25,00m² (cada) - café: 25,00m²; - lanchonete: 25,00m². - cozinha: 50,00m²; - câmara fria: 25,00m²; - higienização: 25,00m²; - refeitório: 25,00m²; - sanitário 6,25m² (cada) - nutricionista: 12,50m². - refeitório (adm): 25,00m² - circulação: 150,00m²

2. PAVILHÃO DE EVENTOS PAVILHÃO - pavilhão: 750,00m² - palco: 125,00m² - camarin: 25,00m² (com sanitário) - depósitos: 2 de 25,00m² - sanitários públicos: 25,00m² (cada) - arquibancadas: 200,00m² - circulação: 75,00m² 3. ATIVIDADES ESPORTIVAS QUADRA POLIESPORTIVA COBERTA (2) - quadra poliesportiva: 800,00m² - arquibancada: 125,00m² - vestiários/ sanitários: 25,00m² (cada) - depósito: 20,00m² - circulação: 350,00m² SALAS PARA GINÁSTICA E EXPRESSÃO CORPORAL - salas: 800,00m² - vestiários/ sanitários: 25,00m² (cada) - depósito: 25,00m² - sala de avaliação física: 25,00m² (com sanitário) - circulação: 150,00m² 4. PARQUE AQUÁTICO - piscina semi-olímpica: 275,00m² - piscinas recreativas: 2 de 100,00m² - casa de máquinas: 75,00m²; - vestiários/ sanitários: 50,00m² (cada) - depósitos: 25,00m² (materiais); 12,50m² (manut.) - sala para treinadores: 25,00m² (com sanitário) - sala para exame médico: 25,00m² (com sanitário) - lavapés: 2 x 6,25m² cada - arquibancada: 75,00m² - circulação: 375,00m²

5. RECREAÇÃO - área de recreação: 800,00m² - sanitários públicos: 25,00m² (cada) - depósitos: 2 de 25,00m² 6. INSTALAÇÕES DE APOIO SAGUÃO DE RECEPÇÃO, INFORMAÇÕES, MATRÍCULAS E INSCRIÇÕES. - saguão: 375,00m² ADMINISTRAÇÃO - secretaria e recepção: 35,00m² - sala de gerência: 25,00m² (com sanitário) - sala de reuniões: 25,00m² - sala de administração: 25,00m² - sala de encarregado do setor admin: 12,50m² - sala de encarregado do setor social: 12,50m² - sala de apoio para atividades esportivas: 12,50m² - sanitários: 12,50m² (cada) - circulação: 50,00m² CONJUNTO DE VESTIÁRIOS SETOR DE MANUTENÇÃO - oficinas: 2 de 25,00m² - vestiários/ sanitários (manutenção): 25,00m² (cada) - sala encarregado: 12,50m² - depósito geral: 25,00m² - almoxarifado geral: 30,00m² - serviços gráficos: 12,50m² - vestiários/ sanitários (limpeza): 25,00m² (cada) - circulação: 50,00m² SALA PARA ATENDIMENTO MÉDICO ÁREA CONSTRUÍDA TOTAL: 8500m² Previsão de atender 850 pessoas/ dia Estacionamento (subsolo): 3750m² (150 vagas)


SESC POMPÉIA

FICHA TÉCNICA Arquiteto : Lina Bo Bardi Localização : Rua Clélia, 93. São Paulo Ano do projeto : 1977 (inauguração) PARTIDO ARQUITETÔNICO O programa extenso exige verticalização e a distância dos dois espaços edificáveis sugere uma solução simples, mas nem por isso menos eficiente e poética, a ocupação do espaço aéreo do córrego por robustas passarelas. Pontes unem os dois edifícios principais da Pompéia e servem para que os jovens, após os suores dos espaçosos ginásios que a grande torre abriga, regressem aos vestiários da torre pequena. O conjunto escultórico dos dois gigantes, a última torre cilíndrica e alta como uma chaminé possuem uma dimensão carregadamente expressiva". LINGUAGEM ARQUITETÔNICA A intervenção possui formas geométricas simples (um cilindro e dois blocos retangulares), compostas de forma que caracterize uma unidade fabril. Ela é a protagonista na obra pelo seu volume e desenho arquitetônico moderno. A circulação horizontal é feita pelas passarelas. Já a vertical é feita pelo prisma menor por meio de escadas externas localizadas nos peitoris e elevadores. O primeiro bloco é destinado as piscinas e as quadras esportivas, o segundo (volume das rampas) aos vestiários e sala de exercícios, e o terceiro (cilindro) completa o conjunto que abriga a caixa d' água.

SESC BRASÍLIA

FICHA TÉCNICA Arquiteto : Sérgio Parada Localização : Brasília, Distrito Federal Ano do projeto : 2010 (Concurso, 2º lugar) PARTIDO ARQUITETÔNICO Os três blocos abrigam as necessidades do programa: o bloco 1 abriga o conjunto de teatros, no bloco 2 se encontram as atividades esportivas e no bloco 3 estão as atividades culturais e gerenciais/logística. Estes blocos se relacionam harmônicamente entre si e mostram cada um seu caráter. Eles serão implantados sobre uma esplanada caracterizada por duas praças de recebimento das pessoas ao complexo. Estas praças se comunicam através de uma alameda de pedestres que é eixo estruturante do conjunto arquitetônico. Através deste eixo se permeia toda o conjunto edificado. LINGUAGEM ARQUITETÔNICA A tecnologia aplicada visam otimizar o tempo de obra assim como garantir o uso de materias que ocasionem menor impacto na natureza e que resulte em um edifício com menores custos de manutenção .A pré- fabricação e estruturas em aço foram tomadas como base do projeto. Nos 3 volumes que afloram na esplanada, a concepção estrutural é racional: vãos estruturais modulados que formam pórticos em aço e lajes em concreto pré-fabricadas ou steel deck. O revestimento externo do edifício será em placas de aço corten.


SENEGAL

ZARYADYE PARK

FICHA TÉCNICA Arquiteto : Toshiko Mori Localização : Sinthian, Senegal Ano do projeto : 2015 PARTIDO ARQUITETÔNICO O Centro Cultural no Senegal oferece residências a artistas ao lado de uma variada programação, que dá ao povo de Sinthian e da região uma oportunidade de descobrir novas formas de criatividade e cultivar suas habilidades. Um local de encontro para feiras, educação, apresentações e reuniões, o centro é um espaço para a comunidade local e um lugar onde os artistas residentes podem ter uma experiência verdadeiramente significativa da sociedade Sinthian. Chama ainda a atenção internacional, visto que a região é pouco conhecida mundo afora. LINGUAGEM ARQUITETÔNICA O edifício foi construído usando materiais e mão de obra locais, com seus conhecimentos sofisticados em trabalhos com bambu, tijolo e sapé. Estas técnicas tradicionais foram combinadas com inovações de design de Mori. O telhado inclinado habitual foi invertido e é capaz de coletar cerca de 40% de água da chuva necessária para o uso doméstico dos moradores. O projeto se adequa a mão-de-bra que possui, trazendo técnicas e métodos locais de construção, utilizando-se de materiais e estruturas aparentes, permitindo uma fácil manutenção dos mesmos.

FICHA TÉCNICA Arquiteto : Diller Scofidio + Henfro Localização : Moscou, Rússia Ano do projeto : 2017 PARTIDO ARQUITETÔNICO Os arquitetos projetaram um novo espaço público que incentiva a integração e celebra a amplitude das regiões de toda a Rússia simulando artificialmente cada um de seus climas típicos: a estepe, a floresta, as zonas úmidas e a tundra. "É um parque para a Rússia, feito da Rússia ... mostra as naturezas da Rússia e as combina com a cidade, para se tornar um projeto que só poderia ser implantado aqui. Ele incorpora um urbanismo selvagem, um lugar onde arquitetura e paisagem são um só" - Charles Renfro. LINGUAGEM ARQUITETÔNICA O piso de pedras verde e cinza, transformando aos poucos as áreas inteiramente pavimentadas em uma paisagem completamente natural. Através desta falta de definição objetiva entre os limites entre paisagem construída e natural, a circulação é livre em todo o parque, transformando-se em uma experiência singular e imprevisível, contrariamente aos outros parques de Moscou, que são simétricos e ortogonais. Favorecidos pelo declive natural do terreno, balanços de até 70 metros permitem vistas de toda a cidade ao longo do rio. O parque também inclui cinco pavilhões, dois anfiteatros e uma filarmônica.


EVIDÊNCIAIS GRÁFICAS

percurso do sol

Bosque (área permeável)

Ponto mais alto do terreno (+)

ento

oam

esc da a águ

pontos visuais

P.F. Ponto mais baixo do terreno (-)


vegetação fluxo de ar

ve do ntila min çã an o te pil oti s

ruído fontes de ruído

ruído área central ruído

L

L L

provável acesso de veículos provável acesso de serviço acesso através de pontos de ônibus área central

malha


DESENVOLVIMENTO



Foram definidos os eixos principais do projeto, de modo a facilitar o fluxo do terreno em toda a sua totalidade.

Os acessos de serviços se dão por uma rua paralela ao muro, e pelo bloco de serviço. Há bolsões de estacionamento.

O terreno foi dividido em camadas, de acordo com a afinidade de funções. As de maior uso, mais acessível.

Administrativo e esportivo próximo a entrada, teatro de fácil acesso, e ativ. culturais sobre o edifício-ponte.

A praça se torna uma alameda de distribuição do fluxo pelo conjunto, fazendo a ligação de todos os blocos pelo térreo

A marquise faz a ligação dos eixos finais (superior, de passagem, e térreo de acesso e serviço) sem conflito de fluxos.


PARTIDO

“O projeto foi moldado com inteira liberdade, adaptando-se a paisagem existente, fazendo com que a vegetação penetre o conjunto, de forma simples e sinuosa.. Cria-se um edifício-ponte, capaz de inaugurar um marco visual na paisagem local, sem agredir a atual configuração espacial do bairro, estabelecendo um elo de ligação entre as duas partes da cidade. Os eixos são claros e bem definidos. Os acessos são simples e facilitados. Cria-se a praça, totalmente aberta e sem cercamentos, possibilitando o livre fluxo de pessoas ao longo do projeto. O projeto é vivo, por si só.”




ACESSO SERVIÇO E ESTACIO ELEVADOR (SERVIÇO)

ACESSO DE PEDESTRES

ACESSO CARGA E DESCARGA, E ESTACIO

ELEVADOR (SERVIÇO)

A

ELEVADOR (SERVIÇO)

ACESSO CARGA E DESCARGA

ELEVADOR (SERVIÇO) A

IMPLANTAÇÃO E COBERTURA

ACESSO DE PEDESTRES

0

30

60

120


SETORIZAÇÃO

Serviço

Esportivo

Administração

Teatro

Mirante

Eventos

Estacionamento

Oficinas

Teatro

Biblioteca

Restaurante

Multiuso

Academia/Ginástica

Mirante


0

PLANTA Nível (+0.00)

30

60

120

PRAÇA

O CONJUNTO E A PRAÇA Os blocos foram locados de modo a exercerem o melhor acesso possível, de acordo com suas funções. Desta forma, os equipamentos de maior uso, são mais facilmente acessíveis. As atividades de uso prolongado, locados de forma a aproveitar melhor a vista. E os equipamentos de uso interno, com foco voltado para o interior (ginásio, teatro, etc), foram locados em áreas estratégicas. Cada volume do conjunto possui uma identidade única, uma personalidade diferente, de modo a facilitar o entendimento e identificação dos setores pelos usuários. A praça demarca a entrada principal, um convite a entrada dos usuários. Estabelece uma promenade arquitectural, com muito verde e volumes agradáveis de se olhar, facilmente interpretados (linguagem clara e formal), uma verdadeira alameda de entrada. Ela atua como um equipamento distribuidor de fluxos ao longo do conjunto, ao mesmo tempo que serve de espaço de convivência para os usuários do local.


0

15

30

TEATRO

60 11

6 10 7 2 3

SOLO

4

5A

5B

8

9

1 7

6

PLANTA Nível (-2.50)

PLANTA Nível (+0.20)

O BLOCO O bloco do teatro segue o modelo forma/função, na qual sua forma foi pensada juntamente ao propósito que ele iria exercer (duplo nível de assentos, caixa cênica, planos inclinados para melhor ressonância, etc). Projetado para atender 250 pessoas (total interno, sentadas), ele ainda possui parte dos assentos móveis (que podem ser retirados) na parte plana, permitindo a expansão do palco. Ele ainda possui uma abertura na fachada posterior do teatro que permite a realização de apresentações para um público (maior) externo. Portanto sua fachada posterior fica voltada ao espaço para eventos externo, cuja área possui um gramado plano de grande extensão. Sua estrutura é monolítica, em concreto armado. Uma doca de serviço passa pela sua lateral, junto ao muro, possibilitando a carga/descarga de materiais e equipamentos.

11

12

13

13

12

PLANTA Nível (+2.90)

PLANTA Nível (+5.90)

1. serviços (depósito, manutenção, máquinas) / 2. apoio teatro (vestiário, camarins, copa, etc) / 3. coxia / 4. palco / 5. platéia plana / 5B. platéia elevada / 6. depósito / 7. WC / 8. café / 9. foyer / 10. bilheteria / 11. saída emergência / 12. técnico / 13. urdimento palco Apoio

Coxia

Urdimento Palco

Platéia

Café/Wc

Hall/Foyer


0

3 6

10

3

5

4 3

3

1

PLANTA Subsolo (-2.50)

20

2

2

2

2

2

2

1

1

40

3

1

3

1

1

1

1

1

1

1. apoio serviço (depósitos, máquinas, encarregados, oficinas, etc) / 2. apoio esportivo (treinador, consultórios, etc) / 3. vestiário / 4. quadra poliesportiva / 5. piscina semi-olímpica / 6. acesso quadra externa, campo e piscina recreativa

10

10

10

10

10

10

8

7

9

9

10

10

10

11

PLANTA Nível (+0.20)

7. praça de acesso / 8. recepção / 9. WC / 10. administração e operacional 11. bilheteria

9 9

PLANTA Nível (+2.90)

OPERACIONALATIV. ESPORTIVAS

12

13

12

13

12

13

12. oficinas / 13. cursos

Ginásio

Serviço

Administração

Oficinas/cursos

O BLOCO O bloco administrativo se localiza próximo a entrada, facilitando o acesso dos usuários. Sua entrada é demarcada pelo átrio central, e maximizada pela marquise que avança e o atravessa, sem tocá-lo, criando uma cobertura de acesso. A administração se localiza no nível térreo, e faz o controle das outras atividades que o edifício abriga: atividades esportivas, oficinas e cursos, e serviços/manutenção. No subsolo estão locadas as áreas de serviço e manutenção, e também o acesso interno ao ginásio. No pavimento superior estão locadas as salas de oficinas e cursos, com grandes aberturas nas janelas para que as atividades possam ser vistas pelos transeuntes que passam pela passarela. Há uma doca de serviço lateral que faz o apoio a este bloco. O bloco de atividades esportivas está locado no bloco ao lado, com acesso controlado pela administração. O ginásio possui pé-direito triplo, e por possuir um portão externo, a quadra também pode ser utilizada para realizar eventos, e até mesmo alugada. O ginásio possui ainda uma cobertura translúcida, permitindo a iluminação zenital. O parque aquático e quadras externas são os únicos que possuem cercamento, para facilitar o controle. Devido a topografia, o subsolo termina no nível das piscinas e quadras externas.



0

10

20

ATIV. CULTURAIS

40

1

rampa i=8,33%

SOLO

SOLO

2

rampa i=8,33%

1

PLANTA Nível +0.00

1. elevador de serviço / 2. rodovia BR-251

12

6

5

1

17

6

5

14

17

4

5

5

13 5 5 5

PLANTA Nível +4.50

6 6

14 8

5 9

5

5

5

14

11

14 14

3

5

10

12

1

3. controle / 4. acervo / 5. adm e operacional / 6. WC / 7. distribuição / 8. refeitório / 9. carga e descarga / 10. vestiário / 11. WC público / 12. bicicletário / 13. galpão multiuso / 14. depósito / 15. musculação / 16. cozinha / 17. pré-preparos

14 13

8

20

19 19 19

PLANTA Nível +7.20

10

15

11

10 10

19 19 19

18

18

16

7

5 5 5

3

3

14

18. salas individuais e coletivas / 19. apoio / 20. ginástica Biblioteca

Restaurante

Multiuso

Academia

Ginástica

O BLOCO O edifício ponte cria uma espécie de alameda galeria de serviços, uma continuação das vias de pedestres sobre o edifício (nos dois lados). Ao mesmo tempo que faz a transição do fluxo de pedestres e ciclistas de um lado para outro da rodovia, distribui os fluxos das atividades ao longo do edifício. As pessoas podem passar e ter uma visão total do entorno enquanto atravessam, e também olhar as atividades em execução que o edifício abriga, são elas: biblioteca, restaurante comunitário, galpão multiuso e academia/ginástica. Todas as atividades possuem vista para o parque e a rodovia, e possuem blocos “descolados” uns dos outros, permitindo a criação de corredores de acesso distribuídos perpendicularmente ao fluxo, de modo a melhorar o controle, além de permitir a passagem da ventilação e iluminação natural. Todos os blocos possuem mezanino com pé-direito duplo tirando proveito da iluminação zenital na área dos maiores ambientes (refeitório, campo de estudos da biblioteca, átrio do espaço multiuso, e área de musculação da academia). O bloco foi pensado para ser feito em estrutura metálica devido ao grande vão que ele deveria vencer (60m, sendo 30m de recuo do córrego de cada lado). Um talude de terra esconde os robustos pilares (e elevadores de serviço) fazendo o edifício parecer flutuar, ao mesmo tempo que cria a rampa de acesso nos dois lados do edifício.



0

6

12,5

25

CAFÉ-MIRANTE

1 3 1

PLANTA - 1º Nível (+0.00)

PLANTA - 2º Nível (+4.50)

2

3

5 3

PLANTA - 3º e 4º Nível (+9.00, +13.50)

PLANTA - 5º Nível (+18.00)

5

PLANTA - 6º Nível (+21.00)

1. acesso térreo / 2. acesso bloco cultural 3. mirante / 4. café / 5. caixa d’água

Mirante

Lanchonete

Caixa d’água

O BLOCO O bloco da caixa d’água, mirante e café se localiza ao lado do edifício ponte. A união das três funções se deu a partir do aproveitamento da estrutura e materiais, para as três coisas com funções muito diferentes, porém com volumes muito parecidos. A caixa d’água tem o objetivo de fornecer água suficiente para abastecer todo o conjunto, e necessita de uma certa altura para isto. Altura esta que pôde ser muito bem aproveitada pelo mirante e pelo café, de modo a causar uma grande e deslumbrante vista de todo o parque e da cidade. O bloco do café está localizado no ponto mais acessível alto da torre, abaixo da caixa d’água. oferecendo serviços aos usuários do equipamento social e também do parque. Enquanto o mirante é multinível, a cada nível há uma sacada com vista. Ele pode ser acessado pelo nível térreo e pela marquise. Sua estrutura é em concreto armado associado a estrutura metálica.


O espaço para eventos externo possui face voltada para a praça. É inteiramente gramado, como se fosse uma extensão da praça. É aberto ao público e abriga eventos externos. As Torres da "outra" cerâmica (também demolida devido utilização do espaço para implantação do equipamento social) também foram mantidas, como elemento de memória, e complementam o conjunto do espaço para eventos. Possui um mecanismo de lona tensionada retrátil, com pilares auxiliares localizados no interior das torres de tijolos, criando abrigo nos dias de chuva. O piso é levemente elevado (elevação que pode ser proveniente do movimento de terra da rotatória), fazendo com que a água da chuva não alcance o nível do espaço. Havia desde o inicio o desejo de “juntar” os fluxos dos eixos de mobilidade da cidade com o equipamento catalisador social, afim de causar descobrimento, promoção da cultura, mas não era possível já que cada equipamento se comportava de uma maneira específica, e a união dos dois fluxos apenas causaria o caos dos dois. Então criou-se uma marquise, com uma dupla função: criar cobertura a praça e estabelecer a continuidade do fluxo dos eixos de mobilidade da cidade e do parque. Desta forma ela impede que os dois fluxos (parque e equipamento social) se cruzem, apesar de estarem localizados praticamente no mesmo local, mas com uma diferença de nível. Desta forma o conjunto pode ser visto, a até mesmo vivenciado (as pessoas passam a conhecê-lo), incentivando o uso para o qual foi criado, e a consequente promoção da cultura na cidade. Sua estrutura é em concreto armado.

As áreas de apoio e serviço (docas de serviço, estacionamento, etc) estão localizados na periferia do conjunto, de modo a não interferir no fluxo interno, destinado exclusivamente a pedestres. Desta forma há dois bolsões de estacionamento, sendo um localizado próximo a rodovia, e outro junto a área administrativa (ambos próximos dos acessos dos equipamentos de maior uso). Uma doca de serviço ladeia o único muro que envolve o projeto, passando por trás das torres, fazendo as ligações com o teatro, espaço para eventos, e edifício ponte. Outra está localizada próximo ao estacionamento superior, fazendo a ligação com o bloco administrativo. E por fim a doca de serviço localizada do outro lado da rodovia, com uma pequena pista única de carga-descarga, com espaço para manobra do caminhão. Esta última possui o acesso facilitado pelo retorno modelo “tesourinha” localizado mais a frente do projeto (caso o veículo vá pela rodovia). Como o projeto se trata de um equipamento catalisador social, de iniciativa público-privada, a maioria das atividades possuem acesso independente, de forma a funcionar como um organismo independente. Possuem administração própria (com exceção das atividades já situadas no bloco administrativo), centrada no próprio bloco, com uma administração geral localizada no bloco administrativo. O conjunto se trata de uma reunião de blocos de interesse social centrados em um só lugar, para benefício mútuo.


passarelas de caminhada

iluminação zenital

estrutura metálica iluminação zenital bloco esportivo brises de proteção (madeira) bloco adm e oficinas estrutura metálica treliça metálica

chapa perfurada

bloco mirante, caixa dágua

talude barreira pilares metálicos rampa i=8,33%

marquise (concreto armado) pilares (concreto)

laje inclinada impermeabilizada paredes concreto monolítico bloco de apoio (subsolo)


+18.00

+4.50 +0.00

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CORTE AA

FACHADA NORDESTE

0

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10

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INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

0

30

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09:00 a.m.

15:00 p.m.


O sistema estrutural principal empregado foi a estrutura metálica, permitindo a existência de vãos maiores, e expondo a estrutura ao invés de esconder. Somente o bloco de teatro e marquise utilizam o concreto armado.

O teatro também se abre para a praça, permitindo a realização de apresentações para um público externo maior.

A marquise contorna, atravessa, toca o conjunto, fazendo a ligação dos blocos, como se fizesse parte deles, e de fato faz, apesar de se tratar de apenas uma passarela de transição.

A sustentabilidade e acessibilidade também foram associadas ao projeto, respeitando sempre o meio ambiente e as pessoas.

A introdução do novo se revela de forma sinuosa, moldando-se ao terreno e a paisagem, e preservando algumas pré-existências (torres da Cerâmica), com o objetivo de manter uma memória.

O edifício ponte possibilita a travessia de pedestres e ainda cria uma simbologia marcada pelo cruzamento de 3 eixos: natural, urbano e social.


CAMADA SOCIAL A proposta buscou criar um edifício capaz de inaugurar um marco visual na paisagem local sem agredir a atual configuração espacial do bairro. Um edifício preciso marcado por sua austeridade construtiva. Existe a preocupação com a função estética, a imagem que o edifício ponte causará na cabeça das pessoas. Um sentimento de estranhamento e ao mesmo tempo um atrativo, algo diferente e incomum nos olhos de quem ali passa, um marco, um ponto de referência, um convite de entrada para o bairro, um edifício escultura, que demarca um certo portal de entrada, que antes não existia. O edifício é aberto, e foi proposto para ter vários volumes independentes, ligados apenas por passarelas e marquises, possibilitando assim a liberação do pavimento térreo (torna-se público) e a ausência de cercamento. Desta forma ele funcionará como uma ampliação do parque, sendo permitido livre passagem ao longo deste (uma espécie de “pilotis” edifício). Todo o conjunto se integra a paisagem, com seus blocos espalhados sem uma ordenação definida. Os blocos possuem diferentes corpos e formas, de modo a facilitar a identificação dos setores, mas mantendo sempre um padrão de unidade para com o todo, reforçando a ideia de conjunto. O proprio edificio está ligado ao desenho urbano do parque, totalmente amarrado a ele, uma continuação.Um sistema conjunto, um organismo vivo que permeia as escalas (urbano X arquitetura, arquitetura X urbano), ligando-as. Até mesmo o seu desenho lembra muito um corpo, com veias, artérias, coração, fazendo as ligações de cada função, em perfeita sintonia. A acessibilidade é total, e permite a livre circulação de Portadores de Necessidade Especiais, famílias com carrinhos de bebê e idosos, que é facilitada por todo o complexo através de rampas, elevadores, plataformas, piso tátil, etc. Além é claro,

da linguagem visual empregada em todo o conjunto de modo a facilitar a fácil e rápida localização dos setores e atividades. A sustentabilidade também está presente, com o uso de placas fotovoltaicas, telhado verde, argila expandida, reuso de água da chuva, uso de espécies naturais da área de preservação que não demandam a manutenção frequente, reuso de materiais, madeira de demolição em mobiliários, coleta seletiva de lixo, além da piscina de água corrente, proveniente do próprio córrego. O conforto ambiental também foi levado à tona. No conforto térmico foi previsto a instalação de terraços jardins em alguns blocos, o uso de argila expandida que busca diminuir a temperatura interna, e a preocupação com a ventilação natural. O conforto sonoro foi pensado juntamente com o conforto térmico no quesito de adensamento de massa verde que permeia todo o projeto, contribuindo assim para uma melhor acústica (absorção do som pelas árvores) e sensação térmica nos ambientes. As salas que necessitam um melhor tratamento acústico também foram devidamente tratadas. No conforto luminoso foi previsto o aproveitamento de luz natural, por meio de aberturas zenitais que possibilitam a entrada de iluminação direta e indireta. No conforto ergonômico, houve a preocupação com os mobiliários e escalas dos objetos de apoio aos usuários, sempre respeitando as proporções do indivíduo. E por fim, o conforto visual, que buscou criar uma harmonia das formas e escala do edifício, preocupando-se sempre com impressão que estas causariam nos usuários. Buscou-se também a criação de um projeto de fácil entendimento e leitura, com formas simples e claras, que buscassem a atratividade e que fosse convidativo para as pessoas. Que não retraísse os usuários, mas os fizesse sentir parte do lugar.



CAMADA URBANA Por fim, na camada urbana, houve uma série de intervenções que complementavam as duas outras camadas, como um conjunto de mudanças que apenas melhoram o funcionamento da proposta. A primeira delas é a implantação de uma medida mitigadora para o edifício social, propondo uma mudança para o acesso aos bairros pós-rodovia, e consequentemente para o novo equipamento social proposto. AA proposta prevê a demolição do viaduto (barreira física e social), e a posterior construção de uma rotatória trincheira, que terá um resultado muito superior à situação atual, que leva consigo uma série de desastres e incômodos à população. Neste novo projeto, o trânsito continuada distribuído em dois níveis, de modo a não mistrurar o trânsito da BR-251 com o fluxo da cidade, mas com uma série de diretrizes que visam a rápida liberação do trânsito e o fácil acesso a cidade através de uma rotatória dupla (dois arcos, com 3 subdivisões de acesso cada) e a trincheira no nível inferior (fluxo da rodovia). Deste modo há uma redução da velocidade neste trecho, o trânsito é desafogado e funcional, e libera o bloqueio visual entre os dois lados da cidade (este bloqueio é uma séria consequência do sistema atual). Uma faixa de pedestre larga faz a transição de um lado para o outro no centro da rotatória dupla. É lá também o ponto de encontro das duas ciclovias. Para auxiliar no respeito ao uso da faixa, foi proposto uma faixa de pedestre elevada, mas não totalmente. Elevada apenas no meio nível entre o piso e o meio-fio, fazendo com que tanto o automóvel quanto os pedestres e ciclistas entrem em modo de atenção ao atravessá-la.

Por fim, as mudanças no traçado urbano, irão contribuir para uma melhor fruição do trânsito nos bairros pós-rodovia, que estão em constante crescimento (principalmente pelos novos loteamentos que se estabeleceram na região) e, é previsto um aumento do fluxo de veículos e usuários nos bairros em questão. Para isso, diretrizes como mudanças de sentido, criação e alargamento de vias e calçadas, novas conexões e rotatórias, instalações de ciclovias e ciclofaixas, além de uma série de outras diretrizes foram previstas no projeto. O urbanismo nos influencia diariamente, seja na forma como nos deslocamos ou o quanto gastamos e o tempo que gastamos para nos deslocar na cidade. Também afeta a nossa segurança (positiva ou negativamente), a nossa percepção da cidade, e o uso que fazemos dela. O modo como ele é proposto, pode modificar todos estes fatores. É desta forma que as três escalas (urbana, social e ambiental) trabalham juntas, formando um conjunto, na qual tudo isso é integrado, facilitando o acesso e trazendo benefícios à população.


2000.00 X

250.00 Y

500.00 Y

750.00 Y

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2000.00 Y

PROPOSTA DE TRAÇADO

2250.00 Y

2500.00 Y

2000.00 X

TRAÇADO URBANO PRÓGNÓSTICO O traçado urbano é caótico nos horários de pico. O acesso aos bairros é feito somente em um ponto mal planejado, ocasionando acidentes todos os dias. Não há outras conexões com o outro lado da cidade. O cenário tende a se agravar.

1750.00 X

1500.00 X

1750.00 X

1500.00 X

POTENCIALIDADE Há um grande número de pedestres e ciclistas no setor, abrindo as portas para o transporte mais sustentável. 1250.00 X

1250.00 X

DIRETRIZES * Priorizar pedestres e portadores de necessidades especiais, favorecer o transporte público e sustentável (bicicleta); * Criar outras conexões com o outro lado da cidade, através de parques, passarelas, e outros equipamentos; * Estabelecer medidas de reprojeto do acesso feito através do viaduto;

1000.00 X

1000.00 X

750.00 X

750.00 X 0

250m

500m

1000m

1500m

LEGENDA Vias arteriais 500.00 X

Vias coletoras

500.00 X

Novas conexões

250.00 X

Ciclovias e ciclofaixas a implantar Redesenho urbano do viaduto Equipamentos urbanos e sociais a conectar

250.00 Y

250.00 X

500.00 Y

750.00 Y

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2000.00 Y

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ACESSO ATUAL


PROPOSTA

RODOVIA - nível -5.50m (subsolo) - 60km/h ROTATÓRIA - nível +0.00m (térreo) - 40km/h

MEMORIAL DE PROJETO A obra-de-arte especial foi pensada de modo a não misturar os fluxos da cidade (baixa velocidade, 40km/h), com o fluxo da BR-251 (alta velocidade, 60km/h). Desta forma, o partido inicial foi manter a dualidade de níveis, já existente antes no antigo viaduto, porém permitindo a vista para com os dois lados da cidade. Partindo deste princípio, foi proposto uma espécie de rotatória trincheira, transitando o fluxo da rodovia para o subsolo, e o fluxo da cidade mantido no nível térreo. A altura da trincheira é de 5,5m, mais do que o mínimo permitido pela lei (4,5m). A rotatória divide o fluxo em dois arcos, ligando todos os possíveis destinos sem muita complicação e sobrecarregamento. No canteiro central da obra de arte especial foi pensado rasgos de ventilação e iluminação natural no interior da trincheira. Uma pequena praça e jardins auxiliares complementam o conjunto, no interior e na periferia próxima. Toda a movimentação de terra será reaproveitada e transferida para o local da construção do equipamento social. Um fato interessante é que, na categoria de obra de arte especial, a constituição determina que apenas profissionais “engenheiros” podem exercê-la. E muitas vezes, se não a maioria, é necessário que, além destes profissionais qualificados tecnicamente, estejam integrando a equipe também arquitetos, sociólogos e outros profissionais de áreas afins, cuja tarefa esteja ligada a problemática social, estética, econômica da área, e no que isso pode afetar futuramente (suas consequências, vantagens e desvantagens). Até quem sabe, pensar possíveis soluções inovadoras e inusitadas que muitas vezes viabilizariam muito mais o projeto, seja economicamente, socialmente, esteticamente, etc.


11. CONCLUSÃO A constante influência e o contato direto com os bairros desde pequeno, juntamente com todo o drama que os moradores dos bairros passaram e passam diariamente, fizeram aflorar o desejo de poder fazer algo pela área, algo que possa contribuir com a melhoria urbana e mudar o sentimento de pertencimento das pessoas, não só dos bairros estudados, mas da cidade como um todo. A requalificação da área é algo que já não pode mais ser ignorada, e deve ser alvo de debate para a política urbana da cidade. Levando em consideração que a qualidade de vida dos moradores está relacionada a diversos fatores, dentre os quais está o ambiente urbano na qual estão inseridos e suas devidas relações, buscou-se nesse trabalho promover a discussão de medidas que pudessem integrar os moradores à cidade. Para tanto, foi proposto um projeto de requalificação urbana, na qual são desenvolvidas algumas soluções de projeto que buscam responder aos problemas enfrentados pela população dos bairros diariamente. Cabe ressaltar que estes bairros concentram a população de baixa renda e estão segregados física e visualmente do restante da cidade. Desde o início o trabalho se mostrou predominantemente intercalado na escala do Plano de Bairro, mas acabou por entrar nos detalhes da problemática, migrando inevitavelmente para uma reflexão mais ampliada. A transição para outras escalas acabou surgindo a partir de um processo intenso de avaliação e análise do espaço que levaram o trabalho para outros patamares. Foram várias idas ao local a partir de roteiros pré-definidos e derivas arquitetônicas, além de vários contatos com a população. Chegar a tal ponto não foi intencional, e sim circunstancial. As circunstâncias levaram ao problema.

No desenvolvimento do projeto foram levadas em consideração principalmente as referências estudadas. A partir de então, foi feita a definição do conceito de plano e projeto, para então procurar a melhor maneira de se adequar ao que se pretendia resolver. A escolha final foi: os dois! Por quê não dedicar um ano de trabalho final voltado à ideias, soluções, métodos de resolução de um problema, ao invés de focar em um único tema e ir “destrinchando” até o final? Não estou falando que esta não é a maneira errada, muito pelo contrário, é essencial. Estou apenas indagando que esta não é a “única maneira”. É certo que a academia visa a formação completa do aluno, buscando sempre entregar a melhor bagagem arquitetônica e técnica à ele. Mas porque não aproveitar este momento (que possivelmente será o último antes da nossa “queda” no mercado de trabalho) para pensar ideias, e “destrinchar” as próprias ideias? Buscando sempre um crescimento criativo, e não somente técnico. Ir mais adiante no que parecia já ser um pensamento bom, ousar mais, pensar soluções ousadas e até nunca feitas, refletir, analisar, e, como uma professora da graduação uma vez me disse, “voar”. O presente trabalho traz então a mescla dos dois termos, plano e projeto, variando-se um com o outro na busca por soluções inovadoras e positivas que atendam as demandas da população. A arquitetura não é dissociada do urbano, e por isso devem ser pensadas em conjunto, em todas as suas escalas. Não é correto dizer que o trabalho migra de uma escala para outra, mas sim, que trabalha com as duas escalas simultaneamente. É importante lembrar que, a série de camadas então tratadas no trabalho (ambiental, social e urbana), não são independentes, elas formam um conjunto umas com as outras. Uma não funcionaria sem as outras, pois fazem parte de um único projeto. O plano, neste quesito, não é dissociado do projeto, e vice-versa.


Falando um pouco em curiosidades, um fato interessante que ocorreu foi observar que quando se trata de urbanismo, a realidade temporal é outra. O “terreno” é mais que um par de muros, muitas vezes é uma quadra, um bairro, ou a própria cidade. E esta está sujeita a qualquer tipo de mudança num curto período de tempo, devido a sua vasta escala. Ao longo destes quase 365 dias realizando pesquisas e análises no setor, pude comprovar diversas mudanças significativas na busca pela resolução de alguns dos problemas elencados, tais como o próprio acesso ao bairro, o início de novos empreendimentos, desocupação de espaços, etc. Esta porção da cidade ainda é uma área virgem, nobre e ainda pouco desbravada. Ela com certeza será o próximo alvo de especulações e outros tipos de trambiques desumanos concedidos pelo capitalismo que nos rodeia. É necessário propor um urbanismo mais humano, voltado essencialmente para as pessoas, construído sempre com base no bem-estar social e na qualidade de vida da população unaiense. A elaboração desse trabalho partiu do desejo pessoal de buscar, na arquitetura e no urbanismo, alternativas de proporcionar melhor qualidade de vida àquelas pessoas que, na maioria das vezes, tem seu direito à cidade reduzido ao simples direito de morar, sendo excluídas de todas os direitos urbanísticos e sociais que o ser humano deve possuir. Este trabalho foi portanto uma oportunidade para poder passar um pouco do nosso pensamento enquanto ainda estudantes e colocar no papel nossas indagações sobre a arquitetura e urbanismo das cidades atualmente, elogiando, criticando, e solucionando problemas da nossa época. Pois como já mencionado anteriormente, as cidades e o urbanismo não tem data de validade, e estão suscetíveis a mudanças a qualquer momento. Em um curto período de tempo já estaremos em uma nova era, com pessoas, costumes e hábitos completamente diferentes, sendo necessário pensar um novo tipo de conceito para o urbano.


12. ANEXOS





13. BILIOGRAFIA Livros: • ______. A Cidade Contemporânea -Segregação Espacial. Contexto, 2013. • CORRÊA, Roberto Lobato. O espaço urbano. Série Princípios. São Paulo: Ática, 1993. • GARABINI, Elvio Araújo. Parques Urbanos Aqui, Ali, Acolá. Porto Alegre, 2004. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Arquitetura, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. • GARCIA, Antônia dos Santos. Desigualdades Raciais e Segregação Urbana em Antigas Capitais. Garamond; Edição: 1ª (2 de fevereiro de 2009) • GEHL, Jan. Cidade para pessoas. Editora Perspectiva. Brasil. 2014 • GOUVÊA, Luiz. Brasília: A Capital da Segregação e do Controle Social. Brasília-DF. Annablume, 1995. • GOUVÊA, Luiz. Cidade Viva. Brasília-DF. NBL Editora. 2008 • LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. Editora Centauro. 2015 • MASCARÓ, Juan Luis; YOSHINAGA, Mário. Infra-estrutura Urbana. Porto Alegre: Masquatro Editora, 2005. • MEDEIROS, E. B. O lazer no planejamento urbano. Rio de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1975. • MELO, Oliveira. Unaí rumo as veredas urucuianas. Unaí, MG, Editora Prefeitura Municipal, 1988. • SUGAI, Maria Ines. Segregação Silenciosa. Ufsc, 2015 • TORRES, Maria Gonçalves. Hunay de hontem, Unaí de hoje. Belo Horizonte, MG, Editora Arte Quinta, 1990. Material da Internet • MINAS GERAIS. (Estado). Prefeitura Municipal de Unaí. Disponível em: < http://www.prefeituraunai.mg.gov.br/pmu/>. Acesso em: 08 abril 2017.


campo de futebol deck piscina natural

ram p i=8 a ,33 %

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rampa % i=8,33 -1.00

+4.50 +2.90

PLANTA-BAIXA Nível Superior (+4.50)

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