especial Lamas Este suplemento faz parte inegrante da edição 24 do Jornal Terras Notícias. Não pode ser vendido separadamente. Directora: Sandra Moreno
CerciLamas quer Lar Residencial pronto dentro de dois anos PIV
“Chão do Monte” vai melhorar polivalente e recreio a pensar nas crianças PVII
Clarinetíssimo Ensemble celebra 15 anos com uma estreia mundial
PVIII
‘Hoje, em Santa Maria de Lamas, faltam-nos poucas coisas’ Óscar Neves, presidente da Junta de Freguesia PII e III
Tuna Esperança quer trazer a juventude para dentro de casa
PX e XI
‘O União de Lamas não deve um cêntimo a ninguém’ PXVI
Basqueiro promete agitar Lamas com um festival de música único PXIII
Lamas Futsal está a um passo de fazer história com a I Divisão Nacional na mira PXV
União da Mata quer criar uma modalidade de formação PXIX
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BTT de Sanguedo quer ser clube de competição PIX
terras notícias
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especial STª Maria de lamas
Segunda-feira 27 de Março de 2017
Óscar Neves, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas
“Hoje, em Santa Maria de Lamas, faltam-nos poucas coisas” Teve um início de mandato marcado por alguma turbulência, pelo facto de não ter ganho com a maioria, mas garante que não demorou a acertar agulhas com os seus pares e a trabalhar em prol da terra. Óscar Neves, eleito pelo PSD, garante que a freguesia tem, hoje, tudo o que precisa para se viver bem e, para isso, muito contribuíram as obras realizadas nos últimos anos. Os alargamentos de ruas e a colocação de passeios foi uma das suas prioridades durante este mandato. Sandra Moreno
Foi um bom mandato? Foi. Tive alguns percalços logo no início. Fui candidato a candidato a presidente da Junta para trabalhar para os lamacenses, mas houve um período de adaptação, porque não tivemos a maioria na Assembleia de Freguesia e isso provocou alguma perturbação. Mas na nossa Oposição também nem tudo foi mau. Houve esse período de adaptação e depois todos os membros, e alguns de excelente qualidade, colaboraram nas obras e em tudo o que se foi pensando fazer. Há um ou outro que embirra por tudo e por nada, mas conseguimos ultrapassar. No executivo, também foi a mesma
coisa. Distribui tarefas, cada um é responsável por aquilo que faz ou que não faz, e as coisas funcionam. Muitas vezes, tenho que intervir um pouco, porque não se gere a política como uma empresa e há regras que devemos ter sempre em conta. Mas, hoje, se alguma coisa acontecesse, quer no executivo quer na Assembleia, estaria descansado, porque as coisas se resolveriam sem necessidade da minha presença. Portanto, os primeiros tempos foram um pouco turbulentos, no entanto, nunca deixei de fazer aquilo que entendia. As obras foram aparecendo feitas e graças também ao presidente da Câmara e aos vereadores.
Foi um prazer enorme trabalhar com eles. Aderiram a tudo a que solicitei sem grandes pressões, sem grandes alaridos, sem ter que ralhar. É evidente que não estive de acordo com tudo, mal seria, mas as obras foram todas programadas. Não tenho, agora, é tempo de as acabar. Há muitas que ainda não iniciamos e que, decerto, vão demorar a arrancar, porque envolvem negociações com proprietários de terrenos, muito agarrados às coisas… Estamos a falar de que obras? Das obras na Rua dos Murtórios e da Rua do Alto do Picão. São duas empreitadas importantes
para a freguesia que a Câmara se predispôs a levar a cabo, mas estão empancadas… O alargamento dessas ruas é importante? Sim, não só das ruas como também do cemitério. É uma obra de grande valor para freguesia, mas que não consigo fazer sem as pessoas cederem parte das suas propriedades. Na Rua dos Murtórios até consigo fazer avançar a obra, sem o cemitério, mas na Rua do Alto do Picão são 22 proprietários e envolve um grande investimento que a Câmara Municipal estava disposta a desembolsar. Era importante fazer este alargamento para dinamizar
a zona industrial e seria a ligação para a zona industrial do Casalinho e para outras zonas industriais do Nordeste do Concelho. Alguns proprietários já disseram que não cederiam terreno, mas eu ainda não fechei o dossiê. Estou a tentar ainda o acordo. Esta rua seria quase pioneira no Concelho, porque a rua seria construída a pensar no trânsito de veículos pesados, com passeios e, na qual as infraestruturas de água, saneamento, gás e outros a passarem ao lado, para que, no futuro, no caso de alguma avaria ou necessidade de intervenção, não fosse necessário mexer no pavimento. E é pena que os proprietários não acedam a fazer esta obra.
III
Segunda-feira 27 de Março de 2017
Caso os proprietários sejam firmes na sua decisão de não ceder terreno, a obra fica comprometida? Não, avança-se na mesma, sem usar os teremos onde estamos impedidos de intervir e quando as pessoas tiveram vergonha ou outro sentimento qualquer haverão de vir cá, mas já terão de pagar. Agora, os que acederem ficam com tudo feito e com todas as infraestruturas e e acessos para construir. E o que se prevê para a Rua dos Murtórios? A obra está parada. Há um acordo entre a Junta, a Câmara e o Colégio de Lamas. O colégio já fez parte do que tinha que fazer e nós, agora, até parece que embirramos com o colégio para não fazer a obra, quando, na verdade, era importante avançar-se, porque se trata de uma zona com muito tráfego e que até está a causar alguns transtornos na circulação. E há algum projecto na gaveta para os próximos tempos? Vamos começar, em breve, com a reabilitação do antigo recinto da feira. A obra até já deveria ter arrancado, mas o empreiteiro tem atrasado um pouco o seu início. O projecto está pronto e o material à espera no estaleiro. Vamos lá fazer uma zona de lazer e um parque de estacionamento para o colégio. É uma zona que, actualmente, está desprezada e maltratada… A feira, entretanto, mudou para ouro local. Está a correr bem? Está. Os nossos feirantes não estão muito contentes, mas porque não há tantos consumidores. Eu tenho sido sensível à sua situação, baixando o valor das licenças. O mercado de domingo de Santa Maria de Lamas já foi o melhor da região, era um movimento louco. No entanto, a crise refreou o consumo e, por muito que tenha tentado que os comerciantes usem também um pouco de marketing, a situação é um pouco difícil. Contudo, estou confiante que vamos ultrapassar este momento menos bom. Há mais obras previstas? Vamos fazer passeios na Rua do Sobreiro e temos uma série de pequenas obras que, até ao final do mandato, queria deixar concluídas. Estamos a fazer a requalificação da Rua da Mata que é uma obra que envolve três freguesias – Santa Maria de Lamas, Paços de Brandão e Rio Meão. É uma empreitada há muito anos reclamada junto da Câmara Municipal, mas que, pelo seu custo, foi sendo sempre adiada. Chegamos agora a um entendimento e as máquinas já estão no terreno. Esta rua e a sua envolvente ficarão excelentes para quem lá quiser viver. Como lhe disse, só deixarei por fazer outras intervenções, porque não tenho mesmo tempo. E, às vezes, até fico algo triste, quando alguns habitan-
tes de Santa Maria de Lamas assim que veem algo a ser feito, fazem de imediato críticas, muitas vezes, sem conhecimento, sem nexo algum. É muito desagradável que as pessoas usem os meios digitais, porque agora é muito fácil, depois de jantar, pegar no computador, ligar-se ao Facebook, e mandar meia dúzia de bojardas contra o presidente da Junta. E há um indivíduo da Oposição que parece que anda aí de lupa a ver se as tampas de saneamento estão mais baixas ou mais altas meio centímetro, se as passadeiras estão apagadas ou mal pintadas… e era muito mais fácil, as pessoas virem aqui à Junta de Freguesia e colocarem as questões directamente ao presidente. Mas, pronto, também só recebe críticas quem faz alguma coisa e o povo de Santa Maria de Lamas é inteligente e sabe que um presidente de Junta para esta freguesia não pode ser um indivíduo que esteja habituado só a tirar fotocópias e a preencher formulários. Tem que estar no terreno, tem que andar, tem que acompanhar, tem que se ter tempo, motivação, paixão e tem que se querer. E eu tenho estas características, por muito que custe a muita gente. Se me disser para ir fazer um discurso, digo logo que não vou, porque o que eu sei é trabalhar, sei gerir. E, a verdade é que ninguém pode dizer que alguma obra que tenha feito neste executivo ou no anterior, onde também estive, tivesse esbanjado um cêntimo. E ficam bem feitas, para o futuro, por isso, é que há empreitadas que não vou ter tempo de as fazer, porque recuso-me a fazê-las à pressa, para que amanhã tenham que ser reparadas. Essa não é a minha maneira de estar. Qual foi a obra que executou que mais lhe encheu o olho? Aquela que para si é emblemática… Todas as obras tiveram um impacto muito grande para a população e tendo para as pessoas, também têm para mim. Mas acho que a requalificação do centro da freguesia, no mandato anterior, e na qual estive directamente envolvido, foi a que mais marcou. Na verdade, hoje, em Santa Maria de Lamas, faltam-nos poucas coisas. A única preocupação que tenho é em relação ao posto médico, cheguei a ter um estudo na mão, mas não fiz muita pressão, porque julguei que haveria mais alguém que pudesse fazer… Este equipamento precisa de ser alargado…
Campo sintético já tem… O campo é da Junta de Freguesia que fez uma parceria com o E o edifício é de quem? É da Casa do Povo que já se União de Lamas. Mas é preciso comprometeu a ceder o terreno que o clube assine o protocolo, para a ampliação, só que é preciso porque há regras que têm que ser verbas… Mas não é o único equi- cumpridas, nomeadamente a sua pamento que tem que ser revisto, manutenção. Colocamos um sisfaz-nos falta um pavilhão, mas tema de rega apropriada para reltambém percebo que a Câmara fez vado sintético, fizemos passeios, o de S. João de Ver, está a concluir fizemos um muro de vedação, a Mas a quem compete fazer o de Mozelos… quem, sabe se o pedido do clube e depois de tudo terceiro não será o nosso… temos feito, entendemos que deveria de essa ampliação? haver um protocolo, mas nunca É um pouco complicado. O pos- terreno para o instalar. chegou a ser assinado. Temos aqui to médico, naturalmente, que é do um problema grave para resolver. Há três anos que andamos nisto. O campo nunca Acho que a requalificação do centro da freguesia, deixar de ser da no mandato anterior, e na qual estive directamente vai Junta, mas estão sob envolvido, foi a que mais marcou. Na verdade, hoje, a gestão do clube, em Santa Maria de Lamas, faltam-nos poucas coisas era bom que fizesse
“
Ministério da Saúde…
a sua manutenção, afinal recebeu um sintético de borla. O hipermercado Continente vai instalar-se em Santa Maria de Lamas? Sim. Vai ser instalado na zona da Ponte Nova e estou satisfeito. Além disso, vai permitir a colocação de saneamento básico na Travessa de Santa Maria e na zona da Valada. O final do mandato está aí à porta e com ele as eleições autárquicas… Já cá estou há 16 anos. Ainda tenho muito para dar, mas gostava que viesse gente nova, com vontade de servir Santa Maria de Lamas. E nós temos esses jovens aqui, é preciso é que queiram. Se houver gente nova, pois afastar-me-ei um pouco desta responsabilidade.
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IV
especial STª Maria de lamas
Segunda-feira 27 de Março de 2017
CerciLamas quer Lar Residencial pronto dentro de dois anos
O projecto está pronto, o terreno comprado, mas falta o ‘ok’ de Bruxelas. A abertura de um Lar Residencial, nas traseiras do edifício da CerciLamas, está em compasso de espera, a aguardar a abertura de candidaturas no programa de financiamento europeu, Portugal2020. A falta de respostas na área, justifica a urgência com que Lúcia Ribeiro, directora técnica da instituição, define a obra. Mas se tudo correr bem, é muito provável que dentro de dois anos a Cerci duplique de tamanho. É obra para chegar a um milhão de euros, investimento que a CerciLamas não pode suportar sozinha. E é aqui que encaixa o Portugal2020. Mal abram as candidaturas do programa de financiamento europeu, a CerciLamas apresentará os seus argumentos para trazer investimento para casa. Lúcia Ribeiro, directora técnica da instituição, está confiante que o compasso de espera termine ainda este ano. Se assim for, é muito provável que o Lar Residencial para pessoas com deficiência saia do papel nos próximos meses. “É uma necessidade
muito urgente” – sublinha a responsável. “Há dois anos que andamos nisto. Contávamos com a abertura de candidaturas o ano passado, mas não saíram. Agora, mal saiam candidatamo-nos”. O plano, de grande envergadura, já tem projectos de arquitectura e de especialidades prontos e aprovados pelas entidades competentes. O terreno, instalado nas traseiras do edifício da Cerci, que até 2015 pertencia à Câmara Municipal, já é propriedade da instituição lamecense. “Este terreno pertencia à autarquia e era considerado zona verde. Fizemos uma proposta à Câmara e como é para a construção de um equipamento social autorizaram-nos. Fizemos negócio em 2015” – explica Lúcia Ribeiro. Com o trabalho de casa feito, só falta mesmo o Portugal2020 autorizar a submissão de candidaturas da área. “Tem sido um programa com grandes turbulências, mas achamos que este ano as candidaturas saem” – acredita a directora técnica. Se o cenário se confirmar, Lúcia Ribeiro não tem dúvidas em
afirmar que o edifício possa estar de pé nos próximos dois anos. “É uma resposta muito urgente para as famílias que acompanhamos e para o Concelho. Apenas a CerciFeira tem este tipo de resposta e não chega para fazer face às necessidades” – assegura. Com a certeza de que o financiamento europeu não abranja a totalidade do investimento, a CerciLamas já tratou de se aprovisionar. “Foi-se amealhando algum dinheiro para podermos avançar com a obra sem se pôr em risco o funcionamento da casa”. Rede de voluntários precisa-se Com 38 anos feitos de fresco, a CerciLamas tem feito um caminho de sucesso. A casa cresceu e foi-se adaptando às necessidades da comunidade. Neste momento, a instituição acolhe cerca de 150 clientes, distribuídos pelo seu Centro de Actividades Ocupacionais e os cursos de formação profissional nas áreas da jardinagem, cortiça e hotelaria. A par do trabalho interno, a Cerci tem
uma equipa técnica a trabalhar no Centro de Recurso para a Inclusão que vai às escolas acompanhar os alunos diagnosticados com necessidades especiais. Além disso, fruto de um protocolo com a Segurança Social, há um gabinete para atender as famílias carenciadas de Lamas, Fiães e Rio Meão. Com o Centro de Actividades Ocupacionais lotados e uma vasta lista de espera, Lúcia Ribeiro tem na mente um projecto que gostaria de colocar em prática. “Queríamos criar uma rede de voluntários, de apoio para que estas pessoas pudessem permanecer nas suas casas. Mas é difícil. É preciso ter um organismo que financie estes projectos, que são projectos atípicos, difíceis de passar na Segurança Social. mas acreditamos que poderia resultar” – explica. Um exemplo disso, é a mobilização de um núcleo de pessoas, em Canedo, que trabalham com as pessoas com deficiência criando actividades e saídas nas férias. “Pretendemos ir mais longe, com apoio técnico” – adianta a directora, que garante não desistir da ideia.
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Era preciso ajudarem os comerciantes, esta terra tem coisas boas mas o povo vai para as grandes superfícies. Havia de haver políticos que valorizassem este grande empreendimento que é o Colégio. Se o Governo retirou os benefícios devia-se criar uma alternativa. Têm lá muito boas instalações para se fazerem outras coisas. O lar está parado e é pena porque está quase pronto.
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V
Grupo de Vicentinos quer ‘bichinho’ da ajuda entranhado na comunidade Rafaela Cosme 20 anos
Laura Rocha chama-lhe um “bichinho” que se entranhou há coisa de 15 anos e nunca mais a abandonou. A vicentina está ao comando do Grupo de Vicentinos de Santa Maria de Lamas por gosto e muito amor à camisola. Diz que já perdeu a conta às muitas famílias que o grupo foi dando a mão e acrescenta que o grande segredo de todo o percurso é a persistência. Por detrás da capa de mulher forte onde por vezes se esconde, Laura Rocha admite que as emoções já tomaram conta de si vezes sem conta. O desabafo sai à medida que vai repescando os muitos casos que foi presenciando. “Não sei se já chorei mais no papel de vicentina ou pela morte do meu marido. Estamos muitas vezes limitados, não temos forma de ajudar e isto custa muito” – confessa. Chegou a sentir momentos de desânimo, vontade de desistir, mas o compromisso que assumiu para si mesma há coisa de 15 anos foi abafando os impulsos. “Comecei a sentir na pele este bichinho de ajudar. Fui convidada para integrar no grupo por gente com grandes valores morais. Fiz a experiência e hoje estou a tentar fazer cada vez mais e melhor”. O Grupo de Vicentinos de Santa Maria de Lamas nasceu há cerca de três décadas, Laura conheceu-o já a meio do percurso, mas pelas palavras que vai deixando escapar é difícil perceber onde começa a cidadã comum e acaba a vicentina. “É um bichinho que fica dentro de nós. Quem faz isto por amor, quanto mais faz, mais quer
fazer” – reforça. O papel do grupo, que hoje conta com oito voluntários, é vasto. “Fazemos tudo o que for possível e que esteja ao nosso alcance” – diz sem rodeios. A casa instalada no Bairro da Mata é apenas um dos muitos exemplos que atestam as palavras da vicentina. A habitação, cedida pela casa do Povo, acolhe três homens sem tecto que encontraram ali o seu lugar. Mas foram os vicentinos que fizeram daquelas paredes ao alto um verdadeiro lar para estas pessoas. Arregaçaram as mangas, pintaram paredes, rechearam o interior. “Já fomos electricistas, empregadas de limpeza. Fizemos de tudo”. Os vicentinos actuam à margem de burocracias e são, quase sempre, a primeira linha de apoio à comunidade. “O nosso papel de acção é na hora. Não olhamos a património, cor ou raça. Ajudamos com materiais para uma casa que precisa de ser restaurada, com sacos de alimentos básicos, com material hospitalar e de farmácia” – vai enumerando Laura. Mas não é só na ajuda material que o grupo se destaca. Uma dos lemas centra-se, precisamente, no diálogo. Ouvir os que choram, apaziguar tristezas e levantar a moral. “Sentamo-nos ao lado destas pessoas, nem que seja em cima de uma pedra e ouvimo-las” – reforça. “Se há muita gente que faz caridade, sim. Mas é diferente da que praticamos enquanto vicentinos. Não é apenas dar um saco de arroz e já fiz a minha parte. Agora sentarem-se a conversar, a ouvir… Isto é a nossa forma de trabalho. Porque dar é diferente de dar-se.
Isto é entrega”. Atenta ao que se passa ao redor, Laura Rocha não deixa de dar destaque à solidariedade que o grupo vai recebendo da comunidade. Os peditórios, feitos uma vez por mês à entrada da igreja, ou, pontualmente, às empresas, ajudam ‘às contas’ da casa. “Está cada vez mais complicado, mas quem conhece o nosso trabalho sabe o que fazemos”. Neste momento, os vicentinos têm 25 camas articuladas espalhadas pela freguesia. O número é robusto, mas não chega para as necessidades. “Temos quatro famílias à espera” – explica a vicentina. Numa sala na Casa do Povo há ainda um banco de recolha de alimentos, roupas, utensílios de cozinha e o que mais vier. “Tudo o que nos dão doa-mos”. Feliz pelo trabalho que o grupo vai desenvolvendo, Laura Pais só lamenta que o grupo de vicentinos não tenha crescido. “Quando precisamos de voluntários em situações pontuais, temos. Mas falta ficarem. Muitos não querem esse compromisso e isto é um compromisso” – assume. As palavras têm eco junto das duas parceiras de trabalho que a acompanham. Lídia Redol e Sandra Cardoso, sabem bem do que fala. Também elas entregaram-se à causa por inteiro e não a pretendem abandonar. “Só deixava os vicentinos se não tivesse alternativa” – garante Sandra. Lídia lamenta não poderem fazer mais. “Apesar das dificuldades isto é gratificante”.
As nossas estradas estão muito mal tratadas. Se calhar estão a dar prioridades a outras coisas que não deviam. A estrada que liga à Feira está cheia de lombas de controlo de velocidade. Há uma de 50 em 50 metros e para quê tantas? Ainda no outro dia passei lá e não podíamos andar a mais de 20 quilómetros hora. PUB
Vacinas Desparasitações internas e externas Aplicação e registo de microchip Consulta Geral Consulta de Especialidade tura veterinária) Medicinas Alterna as (homeopa Cirurgia Geral Cirurgia de especialidade Exames Complementares de Diagnós o Banhos e Tosquias Aconselhamento Nutricional Domicílios Pet Taxi Drop n’Go Serviço Fúnebre
terras NOTÍCIAS
VI
ESPECIAL STª MARIA DE LAMAS
Segunda-feira 27 de Março de 2017
Associação de Pais da nº1 meteu as mãos na massa para não deixar escola morrer
Quando Joaquim Silva Ferreira chegou à Associação de Pais da Escola Básica nº1 de Lamas, em 2014, encontrou um espaço com falta de quase tudo. O edifício, desgastado pelo tempo, pedia uma intervenção urgente e a associação de pais não lhe recusou o pedido. Arregaçaram as mangas e meteram-se ao caminho, sempre com a colaboração da Câmara Municipal. O resultado está agora à vista. A escola renasceu, quer mostrar que está viva e para durar. “A escola não tinha nada” – conta Joaquim Silva Ferreira, o presidente. Na altura em que tomou o pulso à Associação de Pais, o dirigente deparou-se com um receio colectivo. A possibilidade da nº1 fechar as portas era coisa comentada pela freguesia e o ‘medo’ assolava crianças e corpo docente. Joaquim não nega o cenário, mas puxa das boas relações com o pelouro da Educação da Câmara Municipal, para afastar a ideia. “A autarquia tem feito um
investimento muito grande nesta escola. Ajudaram-nos sempre em tudo o que solicitamos” – explica. Na verdade, o grosso dos materiais gastos nas obras de reabilitação da escola chegou das mãos da Câmara. “Se fosse para fechar a escola nunca se teriam feito estes investimentos” – acredita. E a verdade é que nos últimos dois anos, a EB nº1 de Lamas transformou-se. “O ano de 2014/2015 foi, talvez, o mais duro”. Não admira. Foi o ano da prova de fogo para a Associação de Pais que se recusou a deixar a escola morrer. O esforço compensou, a escola foi pintada de uma ponta à outra, o recreio melhorado, a sala de apoio totalmente reabilitada e renovada. Os pais pegaram nos pincéis, fizeram de carpinteiros, electricistas e até mestres-de-obras. “O trabalho foi muito, fazer mais do que isto já era atravessar outros territórios” – comenta, salientando o apoio integral da Câmara no processo. “Foi o pessoal da Câmara que veio pintar
o exterior da escola. Os muros e as salas fomos nós, da associação, que arregaçamos as mangas. Posso dizer que nesse ano, em Agosto, não tive férias, mas valeu a pena”. No ano seguinte o turbilhão diminuiu de intensidade, mas as conquistas continuaram a fazer a bandeira da casa. Com o Orçamento Participativo da freguesia a colher propostas, a Associação conseguiu mobilizar a comunidade em torno da escola. O objectivo era dotar o recreio de um campo sintético, mas havia um senão. “O campo sintético custava o dobro e tivemos de entrar em acção com o dinheiro da associação para cobrir o custo. Também recorremos à Câmara que nos financiou as balizas e a terraplanagem do terreno”- conta o presidente. Joaquim Silva Ferreira não esgota os argumentos quando o assunto é a sua escola. Tem à frente um pequeno dossiê que documenta todo o trabalho que se foi desenvolvendo desde que o novo grupo de pais tomou o pulso à Associação. “A sala de
apoio, por exemplo, tinha o chão em cimento. Era muito frio e tinha muita humidade. O Grupo Amorim doounos piso flutuante e nós andamos lá colocá-lo” – vai descrevendo. Mas o projecto não se ficou pelo piso. De paletes fizeram-se sofás e móveis de apoio coloridos, onde surgem as marcas das mãos dos mais pequenos. “Pusemos os meninos a participar” – comenta. O ano passado, foi a vez da parte lateral do recreio ganhar chão novo. Aproveitou-se o piso retirado do parque infantil da freguesia e com a ajuda da Câmara cimentou-se o que sobrou. Depois foi a vez das casas de banho. “uma empresa do ramo cedeu-nos o material e nós fizemos o resto”. Joaquim Silva Ferreira fala com a sensação de dever cumprido e diz não ter dúvidas que o esforço dos pais travou o encerramento precoce da escola. Nada sabe do futuro, mas acredita piamente que a Escola Básica nº1 de Lamas está para durar. As três salas existentes estão cheias com alunos do segundo ao quarto ano. Os finalistas, que estão prestes a concluir a primeira etapa do seu percurso escolar, vão dar lugar a outros. “Este ano lectivo [2017/2018] vamos abrir uma turma do primeiro ano. Se tivéssemos mais salas mais alunos teríamos” – acredita. Apesar de admitir que o trabalho da associação tem abrandado nos últimos tempos, o dirigente salienta que a escola já não tem falta de nada. “Em termos de obras a escola está dotada, as actividades são realizadas” – comenta. O dinheiro angariado com as quotas cobradas aos pais é gasto, na totalidade, com as actividades relacionadas com os alunos. O restante chega por iniciativa própria. “Participamos na Feirinha de Outono e conseguimos recolher fundos para ir colmatando as necessidades que vão surgindo” – explica o dirigente. A Associação de Pais já entregou à escola material escolar, um aspirador, um televisor e até as cortinas que cobrem as janelas da sala de apoio. Agora é ir cimentando o que já foi feito. “É muito importante continuar a cativar os pais para não se deixar morrer este trabalho”.
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Gosto muito de viver cá. Sou invisual e não é muito difícil deslocar-me, porque a freguesia está dotada de passeios. Consigo ir para qualquer lado sozinha. De resto, sinto que há pouco dinamismo na terra e penso que Lamas tem capacidade e gente muito competente para se fazer mais. Temos coisas tão interessantes. Uma tuna fabulosa, o museu, por exemplo. Repare que estamos numa terra muito industrial e consigo ouvir os pássaros a cantar. Sou filha da terra e gosto de viver cá.
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Segunda-feira 27 de Março de 2017
VII
Chão do Monte vai melhorar polivalente e recreio a pensar nas crianças Cristina Faria 50 anos
Sou natural do Porto, vivo cá há dois anos e gosto muito da freguesia. É uma zona calma, há segurança, coisa que não sentia quando vivia no Porto. Moro e trabalho cá e não me vejo a viver noutro lado. É um edifício novo e cheio de potencialidades que merecem ser aproveitadas. A Associação de Pais da Escola Básica Lamas 3, ou Chão do Monte como é conhecida, dá o corpo às balas quando o assunto é aumentar a qualidade da sua escola. Nos últimos anos, a aposta centrou-se na modernização das salas de aula com a chegada dos quadros interactivos, numa parceria com a Câmara. Mas não chega. Professores e Associação de Pais querem pôr a escola a mexer. Na calha está o melhoramento do polivalente e do recreio. Diz que não é fácil estar à frente da Associação de Pais, mas fá-lo por gosto. Mesmo com a falta de colaboração da grande maioria dos encarregados de educação, Carlos Júnior, o presidente, tem fé no futuro. “Os pais colaboram nos donativos, mas nas actividades é muito raro” – conta. Ainda assim, as quotas cobradas, de cinco euros anuais, não esticam e é preciso criar alternativas. Fazem-se umas rifas, vendem-se uns bolos e vai-se engordando o mealheiro. Este ano, a Associação tem em mãos um projecto ambicioso. A participação no “Escola a Mexer”, da Câmara Municipal, veio ajudar a tirá-lo da gaveta. O plano de acção passa por melhorar o polivalente da escola e dinamizar o recreio. “Pretendemos pintar o polivalente e colocar uma
parede de cortiça onde serão expostos os trabalhos dos alunos. Cá fora a ideia é pintar o chão do recreio com jogos tradicionais, colocar uma cerca à volta do jardim onde será criada uma horta, e pintar o logótipo da escola” – revela Carlos Júnior. Para pôr em prática a última vontade, a associação vai precisar de muitas mãos e isso passa por pedir ajuda aos pais. “O logótipo, em princípio, vai ser pintado nas férias da Páscoa e vamos pedir a colaboração dos pais” – deixa, desde já, o apelo. As tintas foram cedidas pela Câmara Municipal, o resto veio da solidariedade da comunidade escolar. Em rifas, angariaram-se 1150 euros que não chegam para tudo. “A escola tem um problema de escoamento de águas pluviais no recreio. Há ali um espaço em terra que fica cheio de lama quando chove. A nossa ideia é preenchê-lo com relva”. Mas isso, diz, já são outras contas. “Vai ser difícil de conseguir, estamos a falar de valores elevados”. Carlos Júnior fala no que pode ser melhorado, mas rejeita a ideia de que a escola não tenha as condições necessárias para acolher os 120 alunos que ali estudam. Bem pelo contrário. “A escola é boa, é uma escola nova. Há é alguns problemas de falta de pintura e de fios eléctricos que permanecem à vista, por exemplo”.
São pormenores, mas que precisam de ser resolvidos e que a associação de pais não quer deixar esquecer. Da Câmara chegou apenas uma parte do apoio necessário. “Só nos facultaram algumas tintas” – assegura o presidente da associação de pais. “O que nós achamos importante a Câmara não o entende da mesma forma. Existe muita burocracia” – acrescenta Janete Borges, também da associação. A Junta de Freguesia também vai apoiando e a Associação de Pais continua a engrandecer o seu papel. “Não é da nossa competência arranjar a escola, mas fazêmo-lo pelos miúdos” – explica Carlos Júnior. Contudo, ao longo deste processo permanece o receio de a escola não sobreviver às directrizes da tutela. “O nosso medo é investirmos numa escola e ela desaparecer” – confidência. A possibilidade dos alunos da Escola Básica N1 de Agras se mudarem para a Chão do Monte – como é conhecida a nº 3 – resolveria o problema, mas não é certo que o cenário se cumpra. “Fala-se dessa possibilidade, mas a Junta não apoia a mudança. Para nós era bom, sem dúvida, mas não sabemos o que vai acontecer”. A nº3 já teve as oito salas todas ocupadas. Neste momento há três vazias e uma entregue ao pré-primário. São 120 alunos que ali iniciam a primeira
etapa escolar e é por eles que a associação quer continuar a trabalhar. “A nossa luta é sempre a mesma, tocar a escola para a frente. Este ano temos um grupo de pais maior na associação e muito mais interessados”. PUB
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Segunda-feira 27 de Março de 2017
Clarinetíssimo Ensemble celebra 15 anos com uma estreia mundial
Foi num final de tarde, num concerto ao ar livre, que o Clarinetíssimo Ensemble se estrearam. Já lá vão 15 anos e muito para celebrar. A efeméride será assinalada, este ano, com pompa e circunstância.
A casa está sedeada em Santa Maria de Lamas, mas os músicos surgem de toda a parte. Pelo Clarinetíssimo Ensemble já passaram muitos rostos e quando é necessário quase todos voltam ao lugar que lhes toca o coração. É o que
acontecerá em Novembro num concerto que marcará os 15 anos de vida do grupo e que contará com a participação do clarinetista espanhol Josep Fuster. O mesmo que coordenará a master class que os Clarinetíssimo vão propor-
cionar na Academia de Música de Paços de Brandão. Mas a celebração do aniversário não se fica por aqui. O grupo de Santa Maria de Lamas está a preparar a gravação de um CD. “Será uma homenagem ao clarinete” - diz Hélder Tavares, maestro dos Clarinetíssimo Ensemble. Ao músico espanhol juntar-se-ão Carlos Alves e Horácio Ferreira. O jovem nomeado pela Casa da Música e pela Fundação Gulbenkian como a “nova estrela da música”. “O CD contemplará ainda a estreia de uma música de Ana Athaíde Magalhães. A estreia mundial da obra acontecerá em Santa Maria de Lamas, no auditório do Colégio de Lamas e será subordinada a uma lenda do castelo de Santa Maria da Feira, intitulada “Civitas Sancta Mariae”. “Vai ser muito interessante” – antecipa Hélder Tavares. O rosto e a alma dos Clarenitíssimo Ensem-
ble. Apaixonado pelo clarinete, foi ele que há 15 anos pôs mãos à obra para fazer nascer um grupo que faz a apoteose ao instrumento. Ao longo de todo este tempo, o grupo foi coleccionando vários momentos felizes que espera continuar a repetir no futuro. “Tenho pessoas que me ajudam muito, como o Filipe Pereira, o João Paulo ou o Marco Nunes” – sentencia o maestro, considerando-se um privilegiado por poder continuar a fazer aquilo que mais gosta. “Tocar ou dirigir uma orquestra, para mim, não é trabalho”. No que toca ao Clarinetíssimo Ensemble o objectivo continuará a ser aquele para o qual nasceu. Dar a conhecer o clarinete ao público, “apresentar um repertório que vai do mais erudito e clássico ao mais ligeiro e tentar cativar os mais pequenos para este instrumento fantástico” – conclui Hélder Tavares
Lamas Movediças reinventou-se para apoiar projectos e artistas locais
É uma associação cultural, recreativa e desportiva que se reinventou com o tempo. A Lamas Movediças nasceu há cerca de uma década mas, durante meia dúzia de anos, perdeu a chama. Até que um grupo PUB
de jovens ligado à área artística a trouxe de novo à vida. Hoje, assumese como uma plataforma de apoio a artistas e projectos locais. Hélder Duarte sabia muito pouco do que era estar ao leme de uma
associação, mas a necessidade aguçou-lhe o engenho. “Sentimos necessidade de ter uma plataforma para apoiar artistas e projectos locais” – conta o presidente da Lamas Movediças, referindo-se ao grupo que o ajudou a fazer renascer a Lamas Movediças. Com a vontade de colocarem as mãos na massa, perceberam que o melhor caminho passaria pela criação de uma associação, mas o processo burocrático exigido desviou-os do caminho. Decidiramse por aquele que seria o trilho mais curto. “Começamos a dar conta que muitas associações estavam paradas e achamos por bem pegar numa. Escolhemos a Lamas Movediças porque já conhecíamos os antigos dirigentes” – explica. Os dois primeiros anos, Hélder descreve-os
como uma etapa de arranque. Foi preciso olear os motores e delinear um plano de trabalho para colocar a associação nas bocas do povo. “Enquadramo-nos nas actividades da freguesia para nos darmos a conhecer. Foi uma fase de exposição”. Depois de no início deste ano ter assentado arraiais numa sala cedida pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte, a Lamas Movediças começou o trabalho à séria. Neste momento, a associação oferece actividades ligadas à música, dança e artes performativas. “Temos um grupo de percussão a trabalhar, acolhemos o projecto ‘Era Uma Vez’ e temos formação na área da música e da dança”. O próximo passo será avançar com a formação no âmbito do teatro, mas
falta afinar as agulhas e o grupo perceber por onde que caminho quer percorrer. “Ainda não existe nada em concreto. Temos falado com pessoas e lançado propostas que precisam ser experimentadas, para ver o que pode surgir”- explica. “A nossa ideia não se fica apenas pela formação, há outros planos. Mas não depende só do que queremos. Há que saber adaptar. Se houver alguma vertente que queira ser explorada por um grupo, cria-se”. Para Hélder, o espírito da associação que dirige quer-se livre, ainda que tenha consciência que deve haver um fio condutor para não abanar a génese da colectividade. “Estamos com projectos na área artística, mas estamos dispostos a abraçar projectos ligados ao desporto, caso surjam”. Hélder, que já tem uma longo currículo na área artística, tem consciência que ainda há muito por onde esticar a corda. O trabalho começou há pouco tempo e é preciso deixar amadurecer os frutos que estão agora a nascer. “Espero que estes projectos que estão a arrancar e este espírito de apoio a projectos artísticos se cristalize. E no que toca às formações, que estas possam passar por uma pluridisciplinaridade, que não envolvam só a música e a dança dentro dos moldes típicos”.
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Segunda-feira 27 de Março de 2017
Associação Bem-Estar leva o trabalho com os idosos “muito a sério” e diz-se “a melhor” ao nível das crianças Funciona, actualmente, em dois edifícios, mas a Associação Bem-Estar de Santa Maria de Lamas não desistiu ainda ver concluída a ampliação do seu edifício-sede, bem no centro da freguesia. A empreitada já sofreu vários revezes, mas o presidente da Direcção da instituição de solidariedade acredita que o problema será resolvido e que a ampliação das instalações será uma realidade. Disso, garante, não abre mão, apesar de todas as dificuldades. O que nunca ficou parado, foi o trabalho da instituição. O presidente garante que a instituição está próxima das pessoas e é “a melhor do Concelho” ao nível das valências de creche e pré-escolar. As obras estão paradas há muito tempo, mas Óscar Neves, presidente da “BemEstar”, garante que não é por falta de vontade e empenho, até porque o edifício faz falta para que a IPSS desenvolva a sua actividade. As novas instalações servirão para albergar o lar de idosos que, nesta altura, funciona temporariamente no antigo auditório. Segundo o dirigente, há várias promessas do Governo para o desbloqueamento de verbas para a conclusão da empreitada, mas, até agora, o processo ainda não saiu da gaveta. “Está a fazer uma falta terrível, pelo se a verba não for desbloqueada, teremos de ir pedir socorro a alguém” – diz Óscar Neves. Contudo, este é só um dos lados da medalha de todo o trabalho que a instituição realiza junto da sua comunidade. As obras são necessárias, mas não impedem que a “Bem-Estar” desenvolva os seus projectos em torno das crianças e dos idosos. E são muitas as ideias que ganham asas. O trabalho com os idosos, apesar das instalações provisórias, não é descurado e o seu bem-estar e conforto é levado muito a sério. Nos últimos tempos, a instituição perguntou-lhes: “O que gostariam de fazer?”. A resposta foi “comer uma francesinha”. O desejo não tardou
a concretizar-se. “Fomos ao restaurante comer uma francesinha” – salienta Óscar Neves. Há dias a pergunta voltou a ecoar nas paredes do lar. Desta vez, o sonho é andar de avião. “Esta semana, vamos a Lisboa… de avião” – aponta o dirigente, salientando que, ali, na “Bem-Estar”, os mais velhos são tratados como pessoas de carne e osso, com desejos e vontades. “Gostamos de saber o que querem, o que pensam” – nota. Ao todo a instituição acolhe 15 seniores no lar, 35 no centro de dia e presta apoio domiciliário a 38. A isto junta-se uma cantina social que confecciona refeições para 70 famílias. Óscar Neves não esconde a preocupação que nutre pelas suas gentes e, por isso, a “Bem-Estar” sempre que pode está na linha da frente para ajudar o povo. “Estamos muito atentos ao que se passa na freguesia” – diz. Por isso, salienta que são muitas as pessoas que beneficiam da ajuda da instituição de solidariedade. “E, às vezes, nem é o dinheiro que mais falta faz, é o facto de estar perto, o escutar” – sublinha. No que toca aos mais pequenos, Óscar Neves não tem dúvidas. “Temos a melhor oferta”. A associação acolhe crianças para a creche e pré-escolar e ambas as valências “estão sempre com lotação esgotada”. “Somos os melhores do Concelho na área infantil” – garante o presidente. A equipa que lidera a estrutura de apoio aos mais novos é liderada “por técnicos experientes”, capazes de “fazer frente a qualquer desafio”. No total, a “Bem-Estar” é frequentada por 122 crianças e Óscar Neves não teme que o número venha a reduzir até pela anunciada abertura de um serviço semelhante no Colégio de Lamas. “A creche e pré-escolar do colégio vão ficar muito atrás do nosso” – garante. “Temos experiência. Muita. O Colégio vai começar do zero, não tem tradição nesta área” – conclui.
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Segunda-feira 27 de Março de 2017
Tuna Esperança celebrou 140 anos e quer agarrar o futuro trazendo a juventude para dentro de casa
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É a segunda associação mais antiga do Concelho. A sua história perde-se de vista. Para trás, contamse já 140 anos, celebrados, como nunca antes, numa festa que reuniu centenas de pessoas. A Tuna Esperança de Santa Maria de Lamas continua a dar música ao público, mas quer fazer ainda mais para que a sua história não se perca no passado. Com olhos postos no futuro, a actual Direcção quer dar um rumo novo a uma associação que o povo ainda alimenta com carinho e admiração. Umbelina Mendes tem 90 anos e é a presidente da Tuna Esperança. Os estatutos dizem que o cargo é vitalício. Foi assim com o seu pai, fundador da colectividade. Será assim com a filha. No fim-de-semana em que Tuna festejou os seus 140 anos, Umbelina Mendes não faltou à festa. A doença não lhe permite estar tão a par da colectividade que nasceu na sua família, mas a actual Direcção garante que o legado não
é deixado por mãos alheias. A comandar a colectividade está Renato Rocha, um jovem de 25 anos que, desde a adolescência frequenta aquela casa. É um apaixonado pelo canto coral e a Tuna está-lhe no sangue. Admite que colectividade viveu, num passado ainda recente, momentos mais difíceis, mas esses, garante estão agora definitivamente presos ao ontem. O presente quer-se de transformação para voltar a colocar o nome da associação no lugar que merece. “Vamos unir o passado ao futuro” – diz. Esse é o objectivo da actual Direcção e o primeiro marco foi deixado na forma como os 140 anos foram comemorados. Com pompa e circunstância, com o povo a assistir, com a Tuna no centro do palco. “Conseguimos fazer o que, até hoje, nunca ninguém fez” – diz, orgulhoso Renato Rocha. Ocupa o lugar de secretário da Direcção há apenas três meses, mas conhece a Tuna Esperança quase tão bem
como a palma das suas mãos. A seu lado, conta com o apoio de pesos pesados da instituição, de gente que há 40 anos dá o litro pela colectividade. Cativar os mais novos Agora, é olhar para o futuro e nesse amanhã Renato Rocha quer trazer a juventude para dentro da sua casa. “A tuna está um pouco envelhecida e isso preocupa-nos”. A sala que serve como sede condiciona os planos, porque não tem espaço suficiente para alargar a escola de música ou até incluir outras actividades que atraiam os mais novos. “O único músico fixo sou mesmo eu” - diz Renato Rocha. Mas todos os outros que vão passando pela Tuna, voltam a casa sempre que o desafio é lançado. O mais difícil é mesmo cativar os mais novos para o canto. “Todos os nossos cantores têm mais de 50 anos de idade” – aponta. E mudar essa realidade é um desafio
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espaço, porque este não responde aos nossos anseios” – argumenta o secretário. O assunto já não é novo. Tem, pelo menos, 20 anos. Até hoje, foram poucos os passos dados no sentido de tornar possível o sonho e as maiores dificuldades nem passam tanto pelas questões financeiras. “Temos algum fundo financeiro disponível para avançarmos com a obra, mas, evidentemente, que precisamos depois do apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira” - avança. Mais problemático é, por isso, a localização. “Estamos no centro da freguesia e sabemos que será difícil encontrar um espaço tão bem localizado como este” – reconhece Renato Rocha. Contudo, há já uma promessa de uma possível cedência de um terreno para a construção de um edifício de raiz. “Vamos lutar por isso” – assegura o jovem. Apesar da exiguidade das instalações, Renato Rocha afirma que o trabalho da Tuna é para crescer e
continuar a merecer o reconhecimento do povo que, aliás, “sempre o demonstrou ter, mesmo nos momentos menos bons”. A Tuna faz parte do património da freguesia e do Concelho e, agora, a meta é dar-lhe a vida que uma instituição de 140 anos merece. “Não há nem nunca houve o risco da Tuna Esperança se esvaziar. É uma colectividade muito importante que ninguém deixará morrer” – sublinha. Há nove anos que Renato Rocha convive com a colectividade e diz ser um orgulho pertencer àquela família, cujo algum repertório tem mais de 100 anos. “A esse nível est amos bem munidos. Admito que, agora, é também importante começar a pensar em adquirir novos instrumentos para fortalecer a nossa escola de música” – refere. Actualmente, são 15 os alunos que frequentam a escola, mas já houve tempos em que eram mais de 100.
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Cincork meteu o pé na estrada para mostrar o que vale
Fábrica de ideias a dar de si
Para assinalar os 30 anos de vida, o Cincork inaugurou a sua primeira fábrica de ideias em 2015. O FABLAB está de portas abertas há pouco mais de um ano com o lema “do it yourself ” e o percurso tem sido, nas palavras de Rui Cardoso, bastante positivo. “No primeiro ano de actividade fizemos alguns projectos de fim de curso de alunos nosso e de fora, alguns protótipos para o sector da cortiça e do calçado e até alguns troféus para diferentes entidades” – revela. Neste caso, como no panorama geral, a ideia é a de consolidação.
Quando Rui Cardoso, director do Cincork – fez as contas a 2016 percebeu que este tinha sido o melhor ano de sempre do Centro de Formação Profissional da Indústria da Cortiça, instalado em Santa Maria de Lamas há mais de 30 anos. Dois mil e 16 foi também o melhor ano de sempre nas exportações deste material nobre e é quase certo que o panorama nacional possa ter ‘contaminado’ o cenário. Mas a surpresa pelo bom desempenho tem mais que se lhe diga. Desde 2014 que a visão do Cincork assenta numa perspectiva de abertura à comunidade que começa, a passos largos, a fazer parte da história da entidade. Rui Cardoso chegou ao Cincork em 2014 e prepara-se para fazer o balanço de três anos ao comando do centro de formação lamacense. Não sabe se estará ao leme da casa no próximo mandato, mas também não teme o futuro. Enquanto ocupar a ‘cadeia do poder’ vai continuar a pôr em marcha a visão que delineou para fazer crescer ainda mais o Cincork. Nunca quis cortar com o passado, mas antes acrescentarlhe valor, garante. E fê-lo. Agora quer a consolidação do percurso. E há muito para consolidar. É uma questão de lógica: a cortiça está na moda e há cada vez mais gente a confiar no sector. E isso quer dizer mais formação para dar. Só em 2016 passaram pelo Cincork 3.970 formandos em mais de
310 mil horas de formação. “Este valor é o recorde de sempre do Cincork” – orgulha-se Rui Cardoso. Num ano [de 2015 para 2016] o centro de formação de Lamas cresceu nove por cento. A curva ascendente que acompanha os números não é um exclusivo do ano passado. Já em 2015 o aumento tinha chegado aos 14 por cento. Num caminho feito em crescente, a culpa não morre solteira. A responsabilidade está na linha traçada pelos seus dirigentes. O Cincork meteu o pé na estrada para se mostrar à comunidade. “Este triénio foi um período em que diversificamos muito a nossa participação nas mais diversas actividades. O objectivo foi aumentar a nossa notoriedade” – salienta o responsável. A passagem pelas muitas empresas do sector, em parceria com a APCOR, trouxe mais gente à casa lamecense. “As pessoas vêm cá e isso quer dizer que o Cincork é reconhecido lá fora. Pelos resultados estamos a ter sucesso”. Nos últimos três anos, não foram apenas os trabalhadores a virem bater à porta do centro, mas também os próprios empresários. “Cada vez mais vamos conseguindo alargar o número de empresas que fazem formações connosco” – afiança. Paralelamente, o Cincork dá também resposta aos que pretendam, no futuro, integrar as fileiras da cortiça, através do seu Centro Qualifica. “Encaminhamos estas pessoas para
a formação que melhor se adequa às suas necessidades de trabalho. Estas formações também têm uma componente de RVCC, ou seja de equivalência escolar”. Mas há mais. Para aumentar a notoriedade da cortiça, o centro de formação de Lamas reforçou os laços de proximidade com o sector vinícola, através de formações no âmbito da enologia. Exemplo disso, foi a ‘entrada’ no Majestic Café, no Porto, em formações com quem faz chegar o vinho ao consumidor final. “Nos últimos anos este tipo de formação tem vindo a aumentar, quer aqui, quer nas empresas” – observa Rui Cardoso. Os jovens e o secundário Mas não é só na calha das formações modulares que o Cincork se destaca. Há outra aposta a mostrar óptimos resultados na entidade. A qualificação profissional dos jovens tem vindo a afirmar-se como uma das grandes mais-valias do Centro de Formação. A julgar pelas palavras de Rui Cardoso a parada está a subir de nível. Tanto que, nos últimos três anos o número de turmas aumentou. “Conseguimos, pela primeira vez, que se iniciassem duas turmas de aprendizagem ao mesmo tempo” – sublinha. A qualificação profissional dos jovens tem sido um dos grandes trunfos do Cincork, até porque o mercado de trabalho pede
mais. Em 2014 a taxa de empregabilidade dos formandos chegou aos 62 por cento e aumentou mais cinco pontos percentuais no ano seguinte. “Os jovens saem de cá com o 12º ano. São cursos de dupla certificação: escolar e profissional” – explica Rui Cardoso. Desde o empilhamento até à escolha da rolha, a componente de manutenção industrial até à parte comercial, a oferta é alargada. E há estudantes que não se ficam pelo secundário. Uma parceria com a Universidade de Aveiro abriu portas do ensino superior a estes alunos. No advento da nova visão do Centro de Formação Profissional da Indústria da Cortiça, o organismo delineou um ambicioso programa educativo, porque falar de pessoas é muito mais do que falar de números. Entre torneios de futebol com bolas de cortiça, a visitas de estudo a pontos estratégicos do Concelho, concursos direccionados às escolas feirenses, passagem de modelos, até sessões de sensibilização para consumos aditivos, o organismo quer estar presente na vida dos seus. “Proporcionamos, por exemplo, visitas à nossa nave oficinal a alunos desde o primeiro ao terceiro ciclo. No caso dos alunos mais velhos o nosso maior objectivo é dar-lhes motivação para fazerem cá o secundário e já temos filhos deste programa”. Esta presença também é notada pela passagem na Feira das Profissões, organizada pela Câmara
Municipal, ou no Fórum Social de Lamas. Ganhar além fronteiras No ano passado, o Cincork teve a oportunidade de se mostrar lá fora. O desafio do Centro Tecnológico da Cortiça para uma participação no Land Rover 4x4 in Schools, elevou a fasquia da casa lamecense. Logo na estreia, a equipa Cincork sagrou-se campeã nacional e obteve uma entrada directa para a final mundial, que se realizou na Inglaterra. O carro feito em cortiça pelos alunos do curso de Aprendizagem de Técnico de Manutenção Industrial de Metalurgia e Metalomecânica não foi indiferente ao júri internacional que o colocou no oitavo lugar entre 21 equipas de 13 países. “Também ganhamos o primeiro prémio de identidade” – acrescenta Rui Tavares, que não esconde o orgulho pelo feito. Este ano, o objectivo é subir ao pódio novamente. O quadro recente do Cincork sublinha a linha ascendente do trabalho desenvolvido dentro de portas e é neste caminho que Rui Cardoso quer continuar a andar. No futuro a meta é a consolidação. “Queremos consolidar tudo o que estamos a fazer. O nosso projecto educativo tem de crescer”. A rede Cincork está a crescer a olhos vistos e não se pretende abrandar. Isso é ponto assente.
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Basqueiro promete agitar Lamas com um festival de música único A Basqueiro tem menos de um ano de vida, mas não é o curto percurso que lhe tira o mérito. Muito pelo contrário. A Associação Cultural fundada por um grupo de amigos de infância, com paixão assumida pela música, vai surpreender já este Verão com um festival de música único nas redondezas. O Basqueiral promete agitar as águas calmas de Santa Maria de Lamas com música da boa. Nomes? Só mais lá para a frente, porque o segredo ainda é a alma do negócio. Desde que o extinto Rock Feira saiu da agenda cultural feirense que não houve um festival de música, nas redondezas, capaz de lhe superar o conceito. Não havia, é certo. Mas o Basqueiral promete colmatar a falha. O festival de música urbana, pensado e criado por um grupo de amigos com raízes lamecenses, quer arrastar uma enchente para o parque de minigolfe de Lamas no próximo dia 17 de Junho. “É uma infraestrutura que não tem sido aproveitada. O espaço é bonito, tem um anfiteatro todo em pedra, uma vista única e uma área toda em relva à volta” – descreve Rui Canastro, o presidente da Basqueiro. O cartaz está fechado, mas de nomes ainda não se fala. Esta foi a estratégia de comunicação escolhida pelos dirigentes, porque a ideia é criar suspense em torno do evento. “Não queremos meter a carne toda no assador” – comenta. Ainda assim, vai abrindo a cortina no que toca ao conceito que envolve o Basqueiral. Não se pretende um evento de grandes proporções até porque é preciso fazer contas à festa. Rui Canastro prefere focar-se na qualidade dos artistas que vão pisar o palco. A ideia é fugir à música comercial, apostar em nomes emergentes do panorama musical
nacional e juntar-lhes outros já firmados. Na lista de convidados há uma banda feirense, porque o grupo de amigos entende que se deve promover e premiar o que de melhor se faz pelo Concelho. Mas há outros. “São todas bandas de muita qualidade. Duas delas constam da lista dos melhores álbuns nacionais em rádio de referência” – comenta. O grupo de amigos identifica-se com o festival Paredes de Coura e até lhe encontra algumas semelhanças no percurso. “Também começou com uma associação e hoje é uma marca de referência”. A Basqueiro até pode estar à mercê do sucesso da primeira edição do Basqueiral, mas os seus dirigentes estão confiantes nos resultados. “Acreditamos muito, temos muito gosto nisto. Poderíamos optar por outras bandas e pensar só na parte do lucro. A verdade é que estamos a assumir um certo risco, mas se queremos criar uma marca temos de ter uma identidade própria. Portanto é um risco controlado” – refere. E legitimo. A estratégia de comunicação adoptada pelo grupo não está limitada a terras feirenses. Ovar, S. João da Madeira e Espinho também estão na mira dos dirigentes e até uma plataforma de venda online a nível nacional. “Não estamos a contar com público só da Feira. Vamos ter vários pontos de venda em vários concelhos e, além disso, o nosso preço é low-cost” – adianta. A Câmara e a Junta de Freguesia de Lamas também estão a colaborar no projecto, porque lhe reconheceram o valor. “Apoiam-nos, essencialmente, a nível logístico. Estão-nos a acarinhar e esse apoio motiva-nos ainda mais para fazer melhor”. O grupo está dedicado a corpo inteiro naquele que é o primeiro projecto da Basqueiro, ainda que já
tenha algumas ideias para o futuro da associação. Rui Canastro fala sem aprofundar muito o tema, porque as bases ainda não estão alicerçadas. “A nossa grande essência é a música. Gostávamos, por exemplo, de ter um festival do género com dimensões menores no Inverno” diz. As novidades também passam pela divulgação de eventos culturais reunidos numa espécie de magazine virtual. Se tudo correr como o previsto, e o previsto ainda é apenas uma ideia a rondar as cabeças dos ‘basqueiros’, haverá entrevistas, agenda cultural assídua e algumas histórias para contar. De casa das artes até um festival de música A Basqueiro nasceu em Setembro de 2016, moldada por uma ideia de família. Rui Canastro e a irmã queriam potenciar a casa deixada pelos avós em Nogueira da Regedoura. “A minha irmã é professora de Educação Visual e a ideia original era criar uma espécie de casa das artes para dar à população local oportunidades de desenvolverem potencialidades na área” – conta Rui. Mas uma viagem inesperada da irmã para S. Tomé e Príncipe, onde foi dar aulas, e a ida de Rui para Trás-os-Montes, onde foi trabalhar, deixou o projecto na gaveta. “Fiquei com um menino nas mãos e como sempre quis fazer qualquer coisa relacionada com a música comecei a falar com amigos sobre a ideia de se fazer um festival”. Os amigos aderiram de imediato e, em Dezembro, o Basqueiral já fazia ruído por Lamas. O núcleo duro da associação é composto por sete elementos, cada um com a sua identidade própria. Entre um engenheiro civil, um responsável de qualidade, um professor, um comercial, dois designers e um bancário, une-os a
amizade e uma paixão desmedida pela música. Paulo Leite, um dos basqueiros que, por acaso, é o único
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XIV
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Colégio de Lamas em transformação para oferecer projecto educativo de referência
As mudanças não estavam nos planos, mas o fim dos contratos de associação imposto, no ano passado, pelo Governo, obrigou o Colégio de Lamas a olhar para dentro e reformular a sua casa. Não foi um processo fácil, mas hoje, Joana Vieira, directora do Colégio, garante que aquele foi um mal que até veio por bem. Isto, porque a instituição de ensino privada de Santa Maria de Lamas está pronta para abraçar novos desafios e a reposicionar no mercado da Educação com uma oferta integrada e ao “nível das melhores”. A introdução
da creche e ensino pré-escolar é uma das propostas do Colégio que já em Setembro abrirá portas para as crianças a partir dos três anos. A esperá-los salas apetrechadas e um programa educativo de referência, assessorado pela Universidade Católica e pela Escola de Educação Paula Frassinetti. É um colégio em transformação. As palavras são de Joana Vieira. A directora da escola de ensino privado de Santa Maria de Lamas está confiante quanto ao futuro da instituição que conta com 50 anos de vida. O fim dos contratos PUB
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de associação abalou toda a estrutura, a perda de alunos ainda é uma realidade, mas a responsável não baixa as armas e julga mesmo que o futuro agora só pode ser melhor. Isto porque o colégio está em mudanças e “vai superar-se a si próprio”. No fundo, a ideia “é aproveitar esta oportunidade para integrar um projecto educativo integrado logo a partir dos três anos de idade”. Joana Vieira salienta que os pais estão muito curiosos e interessados no novo modelo da escola e, por isso, não tem dúvidas de que o sucesso será a sigla que
acompanhará os próximos anos de vida da escola. “Vai ser fantástico. Estamos muito entusiasmados” – aponta. A ajudar na preparação do projecto para os mais novos está a Universidade Católica e a Escola de Educação Paula Frassinetti que “é a referência em Portugal ao nível da educação infantil”. “É a oportunidade que temos de fazer tudo de novo. Vamos requalificar um dos edifícios, dotá-los de todas as condições acústicas, térmicas e de conforto para os mais pequenos e desenvolver um projecto educativo completamente
inovador. E para isso fomos procurar o que de melhor se faz” – vinca. A escola está também a reposicionar-se no mercado, tendo agora como mira uma área geográfica bem mais alargada que se estenderá aos concelhos de Ovar, Vila Nova de Gaia, Espinho, S. João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Vale de Cambra. “E estamos a ser os mais competitivos em termos de propinas” – garante a directora. “As nossas mensalidades são muito interessantes e atractivas” – acrescenta.
Agrupamento de Escuteiros fez da escola do Outeirinho a sua casa
Aos fins-de-semana, as salas da antiga escola primária do Outeirinho, em Santa Maria de Lamas, recebem hóspedes muito especiais. É assim desde que o Agrupamento de Escuteiros 1355 fez do edifício desactivado a sua sede e o transformou numa verdadeira casa ao serviço da comunidade. Miúdos e graúdos meteram as mãos ao trabalho e a obra renasceu. Os escuteiros de Lamas têm a casa quase pronta e agora só se querem multiplicar. O Agrupamento de Escuteiros 1355 nasceu, formalmente, em 2011 em resposta ao desejo do padre, que manifestava interesse em formar um grupo de escutismo na terra. O povo fez-lhe a vontade e hoje, os escuteiros lamecenses já são um caso sério de sucesso. Metidos ao barulho andam quase meia centena
de miúdos, que estão a aprender o que é servir a comunidade. “O nosso lema é servir” – diz Anacleto Coelho, chefe de agrupamento. Mas isto de servir tem muito que se lhe diga e o escuteiro ‘mor’ sabe bem o que isso representa. “Estamos prontos a servir em tudo. Temos este rótulo de ajudar o velhinho a atravessar a rua, mas é mais do que isso, temos de ser o exemplo para a sociedade”. O ano passado, o grupo deixou a sala cedida pela Casa do Povo para se mudar para a antiga escola primária do Outeirinho. As potencialidades do edifício eram grandes e os chefes sabiam-no, mas esperava-os um longo caminho pela frente. “A escola estava vandalizada. Vidros partidos, o chão de uma sala tinha sido queimado” – conta Anacleto Coelho. Com poucos recursos financeiros, o Agrupamento virou-se para a boa vontade do povo. “Conseguimos um apoio do Grupo Amorim para arranjar uma das salas, desde o piso à pintura das paredes”. Mas como ainda havia muito por fazer, voltaram a apelar à solidariedade dos lamecenses. Angariam donativos e meteram as mãos na massa, literalmente. Taparam buracos, rasparam paredes, pegaram no pincel, construíram mesas. Todos ajudaram, dos mais pequenos aos maiores. “Não nos podemos queixar da comunidade, estão sempre prontos a ajudar
com donativos” – aponta. Anacleto Coelho conta que este processo foi quase como um recomeço cheio de vantagens. “Esta sede é maior, dá-nos melhores condições de trabalho. Temos um espaço verde agradável, um campo de futebol” – aponta. Neste momento, o Agrupamento de Escuteiros 1355 acolhe cerca de meia centena de jovens dos seis aos 22 anos. Anacleto Coelho garante que é fácil trabalhar com a juventude, porque as leis do escutismo são facilmente percebidas por todos. “Têm um respeito e sentido de protecção incrível uns para com os outros. É difícil explicar o que é o escutismo. Só quem está lá dentro é que consegue perceber do que falamos”. “Eles educam-se uns aos outros. Nós, os dirigentes, estamos ali só de suporte” – acrescenta. Anacleto Coelho está satisfeito com o percurso, mas admite que quer mais. Falta fazer um balneário para os jovens e é preciso colocar um telhado novo no edifício. Essa parte ficará resolvida se a candidatura ao Orçamento Participativo da freguesia conquistar os votos da população. O Agrupamento está confiante nos resultados. Depois, é continuar a trabalhar para crescer. “Queremos ter mais elementos, formar dirigentes. O agrupamento só existe se vierem as crianças, de outra forma não estamos lá a fazer nada”.
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“Estamos perto de fazer história mas precisamos do apoio de todos” Manuel Rocha, presidente do Lamas Futsal, diz-se satisfeito com a prestação da equipa no Nacional da II Divisão, mas lembra que a subida pode ser uma realidade se o clube contar com o apoio dos adeptos nesta fase decisiva. Como meta principal para os próximos anos, o dirigente quer uma “casa” para o clube. O Lamas Futsal é, neste momento, o clube mais relevante de futsal no Concelho. O que faz manter o clube nesse patamar? Julgo que é a paixão que temos pela nossa terra, que tentamos sempre honrar. Os resultados desportivos ajudam a que estejamos num patamar elevado e a equipa técnica, composta pelo Luís Alves e o Nuno Falcão e o nosso capitão, Vítor Amorim, têm sido peças fundamentais no nosso sucesso. São três pilares que me têm ajudado no plantel sénior. Quais são as principais necessidades do clube? Falta uma casa ao Lamas Futsal, porque andamos sempre com a casa às costas. No que diz respeito às contas, temos tudo sanado. Há quatro anos atrás o Lamas Futsal tinha uma dívida de anteriores direcções. Pagámos a todos os atletas e fornecedores e nem toda a gente o faz. Além disso acabamos de pagar as carrinhas na época passada e neste momento o Lamas Futsal não deve nada a ninguém. Contudo, todos os
apoios continuam a ser bem-vindos, porque continuam a ser poucos. Julgo que merecíamos mais apoios por parte das pessoas de Santa Maria de Lamas, porque, sem desprezar quem quer que seja, somos no momento a maior bandeira de Santa Maria de Lamas. Por onde passamos deixamos sempre uma boa imagem e devíamos ser mais apoiados. O sector de formação continua a ser uma das prioridades para o futuro do clube? É verdade que passou por um período complicado, porque não tínhamos pavilhão para treinar, e só o conseguíamos fazer em Fiães e em Santa Maria da Feira. Fazíamos cerca de 80 quilómetros por dia para transportar os jovens para os treinos. Por isso, tenho de agradecer às pessoas que estiveram ligadas ao Lamas
Futsal nessa altura, o Miguel Maia, o Vítor Resende e o Carlos Fontes. Mostraram a sua paixão pelo Lamas Futsal. Hoje, as coisas estão melhor, e temos o Carlos Alberto à frente das camadas jovens e contamos com a ajuda do Colégio de Lamas, que nos faculta o pavilhão. Em termos de resultados desportivos o Lamas Futsal tem possibilidade de alcançar a subida de divisão… Quando cheguei ao clube a aposta foi para subir de divisão, mas encontrámos uma super-equipa, que foi o Feirense, e que também tinha um grande treinador. Era complicado fazer melhor. No ano seguinte apostamos tudo para ir à fase dos primeiros, mas foi a época em que nos sentimos mais decepcionados. Não conseguimos talvez por má
vontade de algumas pessoas que estavam no plantel do Lamas. Depois tivemos de repensar tudo e apostamos em jovens e daí para a frente temos feito os resultados a que nos temos proposto. Agora, na fase de subida, há um candidato natural à subida de divisão, que é o Viseu 2001. Todos os outros têm uma palavra a dizer e nesse grupo insere-se o Lamas Futsal. Será uma fase final empolgante e temos o plantel motivado. Sabemos que a subida não é uma obrigação, mas podemos lá chegar. Conta com o apoio dos sócios nesta fase? Essa é uma tristeza que trago comigo. Quando subimos para a III Divisão via o Feirense com a casa cheia e nós tínhamos a casa vazia. Espero que agora as pessoas de
Lamas tenham mais gosto, porque estamos perto de conseguir fazer história. Gostava de fazer melhoramentos no pavilhão? O pavilhão está impecável, mas gostava de ter mais facilidade em o utilizar. A nossa equipa sénior tem de treinar às dez da noite e temos jogadores de fora. Só aqui estão porque gostam do que fazem, porque saem daqui quase à meianoite. É muito complicado porque as instituições de Santa Maria de Lamas vivem de costas voltadas. Mas não é só dentro da freguesia que temos algumas dificuldades. Durante anos ouvia um programa de rádio no concelho onde não se falava no Lamas Futsal. Sinceramente não sei por que razão não falavam no nosso clube quando andava a lutar para subir. PUB
A.J.A. Marques Indústria da Cortiça Unipessoal, Lda. Travessa do Docins, 222 4535-418 Santa Maria de Lamas, Portugal T (+351) 220 803 983 http://www.ajamarques.pt geral@ajamarques.pt
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“O União de Lamas não deve um cêntimo a ninguém”
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O presidente do União de Lamas, José deve um cêntimo a ninguém. Temos as mentalidade. Aqui não se pode gastar mais Alves, já vai no quarto mandato consecutivo contas em dia com toda a gente. Claro que do que se tem de receita. É óbvio que temos na direcção do clube. Assume que os objec- carregamos um fardo de ter de continuar a de andar há procura de dinheiro e algumas tivos a que se propôs estão cumpridos mas pagar algumas coisas, mas estamos em dia. O empresas têm colaborado, mas é evidente quer mais. Depois de vários anos a tentar que queremos é um dia recuperar o nome do que as receitas não são tão avultadas como ultrapassar as debilidades financeiras, o di- clube antigo, mas sabemos que não será fácil. no passado. rigente espera que um dia o União de Lamas As dívidas ao fisco, à segurança social e a um Continua nos planos do União de Lamas volte aos grandes palcos e consiga chamar ex-presidente tornaram a vida do clube mais melhorar as condições a si ainda mais jovens. para os seus atletas? Com a boa prestação Queremos criar uma no Campeonato Safina, bancada entre o campo o União de Lamas está a de treinos e o campo de atravessar um momento O campeonato está bom e estou a gostar do comhóquei em campo e tepositivo, mas José Alves portamento da equipa porque dão tudo o que têm. remos balneários novos. pretende que as infraÉ normal que não se jogue bem num ou outro jogo e Acreditamos que a Junta estruturas estejam ao melhor nível. O próximo portanto temos que continuar a confiar no trabalho de Freguesia vai cumprir o acordo, que passa por objectivo é a conclusão de quem já tem dado provas de competência. apoiar o clube ne ssas de uma bancada entre obras. Trata-se de uma o campo de treinos e estrutura que está a fao campo de hóquei em zer falta sobretudo para campo. quem quer assistir aos jogos. Depois de passar por várias dificuldades financeiras é possível difícil. Quando esta direcção aqui chegou Está satisfeito com o trabalho desenvolconsiderar que no momento o União de mentalizou-se de que não havia nada a fazer Lamas é um clube estável nas suas contas? se não cumprir com as obrigações e quem vido no sector da formação? Quem tem ambições nunca está satisfeito, Neste momento o União de Lamas não para aqui quiser vir no futuro terá de ter essa
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Trav. dos Corticeiros, Lj. A, N.º 104 Ed. Nobre - Telefone 227 449 242 4535-424 SANTA MARIA DE LAMAS
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mas a verdade é que quando chegámos aqui tínhamos cerca de 80 miúdos a praticar futebol. Agora temos quase 200, o que quer dizer que temos vindo a crescer e temos criado boas condições para os jovens. O que nos resta é no futuro tirar resultados do que estamos a fazer. Contudo, hoje em dia não é fácil aproveitar jogadores da formação para a equipa sénior, mas estamos a fazer o possível para que isso aconteça. O principal motor de um clube têm de ser os jovens e é óbvio que qualquer um quer tirar dividendos do trabalho desenvolvido. Os jovens são a nossa sustentabilidade.
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E por que razão considera que é mais difícil aproveitar os jovens para a equipa principal? Se tivéssemos, por exemplo, uma equipa de juniores a disputar uma prova nacional, tenho a certeza que apareciam ainda mais e jovens e com mais qualidade para jogar no União de L amas. Trabalhando um ano com o plantel sénior poderiam ser lançados no ano seguinte. No distrital a competição não é tão exigente e além disso há clubes há nossa volta que têm o poder e capacidade de absorver os melhores jogadores. A juntar a isso há cada vez mais clubes com melhores condições, mas pisos sintéticos e os miúdos acabam por se dispersar. Lembro-me que há alguns anos eramos o clube que ao nível da formação estávamos entre os melhores. Aliás, quando o União de Lamas disputou a II Liga chegou a disputar um jogo com nove jogadores da formação. Os nossos vizinhos também têm dificuldades de aproveitar jovens para a primeira equipa. Outra das causas que torna tudo mais difícil é o facto das provas distritais de seniores estarem cada vez mais competitivas. O Campeonato Safina é, neste momento, a prova distrital mais competitiva do país. Estamos a falar de muitas equipas com pergaminhos e bons jogadores.
a equipa técnica. Todos os anos renovamos a equipa e vamos ficando com os melhores jogadores e como é um trabalho que já tem algum tempo, é evidente que mais cedo ou mais tarde começa a dar frutos. O campeonato está bom e estou a gostar do comportamento da equipa porque dão tudo o que têm. É normal que não se jogue bem num ou outro jogo e portanto temos que continuar a confiar no trabalho de quem já tem dado provas de competência.
Como avalia a performance d a e qu i p a no C a m p e o n a to Safina? Julgo que houve muita gente que ficou surpreendida com o campeonato que o União de Lamas está a fazer, mas isso não surpreendeu a nossa direcção e
O que gostava de deixar feito no dia em que deixar o clube? Gostava que o União de Lamas chegasse ao Campeonato Nacional de Seniores. Sem menosprezar os outros clubes, quem tem as instalações que nós temos o distrital sabe a pouco. Quem
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Temos as contas em dia com toda a gente. Claro que carregamos um fardo de ter de continuar a pagar algumas coisas, mas estamos em dia. O que queremos é um dia recuperar o nome do clube antigo, mas sabemos que não será fácil.
vier a suceder-me deve seguir o caminho que tem sido traçado, porque quando chegamos aqui demonstrámos a toda a gente que o União de Lamas é viável sem a acumulação de dívidas. Esse é o nosso grande trunfo que deve ser mantido. Para além de tudo isto, queria ver mais sócios no clube, porque estamos um pouco deficitários a esse nível. Recordo-me que quando a equipa ia jogar fora havia muita gente a acompanhar a equipa. Quando uma equipa tem uma massa associativa que é o 12º jogador tudo se torna mais fácil e os resultados aparecerem. Os lamacences já provaram no passado que podem fazer a diferença e ainda esta época a claque Papa Tintos fez a diferença em Lourosa, mas depois esmoreceu um pouco.
Se tivéssemos, por exemplo, uma equipa de juniores a disputar uma prova nacional, tenho a certeza que apareciam ainda mais e jovens e com mais qualidade para jogar no União de Lamas. Trabalhando um ano com o plantel sénior poderiam ser lançados no ano seguinte.
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União Columbófila sobrevive para manter bons resultados
para a outra por causa de meia dúzia de tostões. No fundo anda tudo atrás dos prémios” – refere. O dirigente recorda que apesar das dificuldades, a associação tem arrecadado bons resultados, mas lamenta o facto de os jovens estarem afastados da modalidade devido aos custos implicados. “Neste momento a prestação da nossa Columbófila é positiva, embora haja dois ou três concorrentes que vençam quase todos os prémios. Esses limpam tudo, mas os outros não deixam de participar. É normal que assim aconteça porque cada um tem a sua estratégia. Infelizmente os jovens estão afastados da Columbofilia. Este é desporto é muito caro e normal que não seja tão atractivo. Além PUB disso, também faltam apoios e esses temos de ser nós a procurar. O dinheiro é escasso e é difícil sobreviver com as contribuições dos associados” – revela. Não são muitos os segredos para se ser um bom competidor. Mário Batista considera que o treino é fundamental e que os resultados só aparecem com trabalho. “As pombas precisam de um bom ‘combustível’. Tudo passa por aí. O columbófilo que melhor tratar os seus pombos também vai ter os melhores resultados. Temos de trabalhar e treinar todos os dias até à véspera LOJA 1 do encestamento. Só assim se Av. Comend. Henrique Amorim, 367 - Loja 4C conseguem obter bons resulta4535-342 SANTA MARIA DE LAMAS dos” – refere. TEl.: 227 440 711 O dirigente da columbófila TEL.: 911 092 202 diz-se satisfeito com a actividade desenvolvida nos últimos temLOJA 2 pos, realçando que a união tem Rua do Shopping, 159 sido a base do sucesso. “Apesar Suíl Park - Loja 18 de tudo estou satisfeito com a 4520-605 SÃO JOÃO DE VER actividade da columbófila, porTel.: 256 313 462 que as pessoas apoiam-se umas TEL.: 911 092 208 às outras” – conclui.
É uma das mais antigas do concelho e conta com 22 associados. A União Columbófila de Lamas foi fundada em 1928 e mantém o prestígio dos bons resultados, emboras as dificuldades continuem a assombrar a adesão à modalidade. Segundo Mário Batista, membro da direcção há seis anos, o número de sócios é volátil, sobretudo porque a modalidade começa a apresentar sinais de crise, não de resultados, mas de participantes. “Temos lutado para conseguir os nossos objectivos. Julgo que temos conseguido bons resultados e com menos gente. Há menos dinheiro para investir e neste momento há gente que sai de uma coletividade
MARISA SANTOS
Cabeleireiros
“Temos uma mística muito particular” O hóquei em campo do União continua na senda dos títulos, actualmente mais a nível europeu. O dirigente da secção, José Mendes ajuda a perpetuar um estatuto inegável na modalidade e para breve podem eventualmente adivinhar-se mais títulos. O clube está em todas as frentes e atento à possibilidade de elevar ainda mais o nome da freguesia pelo país e pela europa. O Hóquei em Campo do União de Lamas conquistou um estatuto ímpar na modalidade. A que se deve essa afirmação? Antes havia 18 equipas a competir, agora competem apenas sete. O União de Lamas foi sempre um baluarte na modalidade e logo após a sua fundação percebeu-se que estava predestinado a vencer. Tudo aconteceu com naturalidade. Sempre tivemos nas nossas fileiras belíssimos jogadores e por isso os bons resultados acabaram por surgir. É uma modalidade que faz parte da vida da terra há 66 anos e é o segundo clube do país a praticar a modalidade há mais tempo. Fomos sempre acarinhados e ganhou um grande estatuto. Temos uma mística
muito particular. Manter esse estatuto representa mais exigência. Como sobrevive o hóquei em campo do união de Lamas? As dificuldades nas colectividades são transversais em todo o país. Há alguns anos havia mais subsídios mas depois veio a crise. O dinheiro não vem de lado nenhum, mas conseguimos subsistir com os amigos do hóquei e do clube. Os antigos atletas também nos ajudam quando lhes batemos à porta. Contudo, a nível de estruturas temos uma carência tremenda. Faltam-nos balneários. A direcção do futebol é simpática connosco quando solicitamos balneários, mas são poucos para tantas equipas. O União de Lamas vai ter mais uma prova decisiva a nível europeu… De 1 a 4 de Junho vamos participar no Campeonato do Mundo de Gibraltar e vamos tentar o nosso melhor. Há dois objectivos claros. Queremos a conquista do título nacional que nos foge há oito anos e a Taça de Portugal, da qual somos detentores. Não andamos a passear
o stick. Temos três consecutivos a nível europeu, dois dos quais consecutivos. Se fizermos o nosso melhor podemos alcançar algo inédito no hóquei em campo nacional, porque não há qualquer clube tricampeão. O União de Lamas está a viver uma época dourada? Julgo que sim, mas sabemos que temos grandes adversários, como o Lousada, que tem praticantes extraordinários. É um clube que se dedica com muito empenho. Sabemos que os outros também têm o seu valor. A aposta na formação está a dar resultados? Confesso que no início não era fácil atrair jovens para a modalidade. Mas há cerca de três anos, desde que temos uma equipa de formação, começámos a competir. A época passada não apareceram tantos jogadores, mas agora conseguimos colher furtos do trabalho realizado por João Resende, José Miguel, Lino Ferreira e do Pedro, que fomentaram a apixão pela modalidade. Neste momento temos 12 atletas na equipa de sub-13.
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“O Grupo Motard Lamacence abre caminho para outras associações”
União da Mata quer criar uma modalidade de formação A União da Mata “fugiu” do campeonato do Inatel para competir no futebol popular de Ovar. Em boa hora o fez porque, segundo Miguel Tavares, presidente da associação, a dinâmica do futebol melhorou. Há mais jogadores inscritos e os resultados estão a ser positivos. Mas o dirigente tem o sonho de criar uma nova modalidade na “União” que sirva para formar jovens. Em actividade desde 1993, a União da Mata comemora o seu 24ª aniversário no próximo dia 1 de Abril, na Quinta da Costa, em Caldas de S. Jorge, com uma Noite de Fados, com início marcado para as 20h00. Depois da passagem pelo Inatel o que levou o União da Mata a competir no futebol popular? Por falta de organização da Inatel e pelo valor que se pagava. A época ficava-nos mais cara e agora temos mais jogos para competir. A nossa dinâmica agora é muito maior e estamos satisfeitos ao nível dos
resultados, até porque na época passada alcançámos o terceiro lugar e chegámos à final da taça. Além disso, temos ainda mais jogadores inscritos e são 30 neste momento. A nossa actividade está a decorrer em pleno numa competição mais dinâmica e melhor organizada porque não há tantas paragens. Mas a actividade da associação não se resume apenas ao futebol… Temos uma secção de ginástica que neste momento não está em actividade por falta de um espaço. Neste momento é um espaço que nos está a fazer falta e é uma situação que não será fácil de resolver. Temos dois pavilhões na freguesia que têm uma taxa de ocupação elevada e não nos permite manter a actividade da ginástica. Também temos uma secção de pesca que está a funcionar e a ser gerida por uma direcção específica.
Qual é o principal objectivo do seu mandato? É mantermos as actividades que temos e a nossa sede, que é um espaço que nos orgulha e que nos foi cedido pela casa do povo. Além disso temos um objectivo muito grande, que é o de criar uma modalidade alternativa para escalões de formação. Ainda não decidimos por uma modalidade específica, mas queremos é que seja de formação. Qual é o marco mais importante da União da Mata? Tivemos uma actividade muito importante que foi a Caminhada Jacinto Nogueira, em homenagem ao primeiro sócio falecido da União da Mata, já que em dois anos conseguimos entregar ao IPO mais de 35 mil euros em 2014 e 2015. Este ano vamos novamente fazer essa caminhada, já que tivemos 2500 inscrições na primeira edição e cara de 2000 na segunda. É algo que nos orgulha.
Fulgêncio Valente comanda o Grupo Motard Lamacence e é ele quem ajuda a abrir caminho para outras associações da freguesia que organizam eventos de rua. O dirigente associativo lamenta a falta de participantes no grupo, e assume que a principal preocupação da associação se prende com a falta de uma sede que represente formalmente o grupo e que possa servir para atrair ainda mais motards. Qual é o principal propósito do Grupo Motard Lamacence na actividade associativa da freguesia? O que pretendemos é apoiar sempre as outras associações. Quando organizam eventos ajudamos no corte de estradas, no fundo abrimos caminho. Além disso participamos em concentrações motards e organizamos alguns eventos em Santa Maria de Lamas. Nem sempre conseguimos juntar todos os nossos associados porque alguns trabalham ao fim-de-semana, mas tentamos fazer sempre alguma coisa. O que é necessário neste momento para a associação poder
crescer? Neste momento o que mais precisamos é de uma sede. Já pedimos durante vários anos à Junta de Freguesia uma sala, que está prometida. Estamos a aguardar. É certo que poderemos vir a ter uma sala no auditório, tal como será feito com outras associações. O que é preciso para ser motard? Mais do que tudo é preciso ter gosto para andar em duas rodas. É também preciso ter respeito pela mota. Criamos este grupo também para promover o convívio. Infelizmente ainda há muitos grupinhos e por isso não temos um número maior de associados. As pessoas deviam unir-se. Quando fizemos um evento em Dezembro tivemos gente de várias freguesias. Quando organizamos um evento a favor de uma causa temos sempre mais participantes. Recentemente participámos numa caminhada solidária a favor dos bombeiros de Lourosa que foi organizda pelo Clube Atletismo de Lamas. Além disso, somos presença habitual na Festa das Colectividades.
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“Percorremos cerca de seis mil quilómetros no ano passado” O Clube Atletismo de Lamas comemora brevemente o seu 5º aniversário e é já uma afirmação da modalidade. Numa altura em que se aguarda o início de um projecto para uma pista de circuito, a associação liderada por Lucídio Dias não esquece a vertente da solidariedade que continua a ser aplicada em vários eventos organizados pelo CAL. O Trilho dos Pernetas, que se realiza em Maio, tem já cerca de 200 inscrições e é prova de destaque do Clube Atletismo de Lamas, que devolveu à freguesia uma dinâmica na modalidade que quase se esquecia, mas que começou a ser recuperada com o Grande Prémio de Atletismo de Lamas. Qual é o contributo do CAL para a dinâmica desportiva em Santa Maria de Lamas? Apesar de não termos muitos atletas da freguesia, sabemos que eles vivem intensamente esta actividade. No fundo, o Clube Atletismo de Lamas surgiu de uma junção de ideias de várias pessoas que pretendiam não deixar cair o atletismo. Agora temos os nossos objectivos bem traçados e o principal pretende precisamente dinamizar ainda mais a actividade desportiva. Há um projecto para junto do auditório para criarmos uma pista em circuito de manutenção, para podermos ter caixas de salto e condições logísticas em termos de sede. Está protocolado com a junta de freguesia a abertura da sede no auditório que, estando próxima da pista, facilitaria a nossa dinâmica de trabalho. E quando espera ver o projecto concluído? Apresentámos o projec to à junta e à Câmara Municipal mas ainda nada arrancou. Para nós é sempre um adiar para abrir um
espaço para mais actividades. Temos necessidade de um espaço que nos permite utilizar a nossa criatividade e a participação interna e externa. Temos cerca de 105 associados e nem todos fazem atletismo. E sabemos que um local próprio poderia dar liberdade às ideias de cada um. Qual é o evento mais importante para o CAL? Sempre tivemos a ideia de fazer
regressar o Grande Prémio de Santa Maria de Lamas, o qual reiniciámos ao fim de dois anos. A ideia é que a freguesia tenha uma actividade desportiva calendarizada e seja oficial. Temos vindo a melhorar todos os anos porque o acréscimo continuo de inscrições tem-se verificado. Em parceria com a Camara Municipal e o RunforFeira damos uma ajuda ao concelho e levamos a efeito este Grande Prémio, que este ano se realizará a 8 de Julho.
Pode dizer-se que o clube está a crescer em termos de competição? Na época passada participámos em 51 provas a nível nacional. Percorremos cerca de seis mil quilómetros. Um dos eventos mais importantes, em que participou, foi as 24 horas de Vale de Cambra. Foi espectacular e tivemos quatro equipas de 16 elementos. Os trails também são provas às quais aderimos cada vez mais. Desta paixão surgiu
Não perca no próximo dia 24 de Abril Suplemento Especial da União de Freguesias de Souto e Mosteirô
o Trilho dos Pernetas, uma organização nossa, que é feito dentro do nosso concelho, em terrenos das freguesias de Canedo, Vale, Fiães e outras. Tem locais espectaculares e o nosso grupo propôs-se fazer algo mais. Aliás, o CAL até acabou por dar uma vertente solidária a este evento, porque esse também é o nosso propósito. Temos feito estes trilhos de forma a ajudar outras associações. Isso para nós é muito gratificante.