G N A R U S | 105
Artigo
DA TRANSMIGRAÇÃO À MODERNIZAÇÃO D. João e a criação das Escolas de Cirurgia da Bahia e do Rio de Janeiro Por Germano Martins Vieira
“(...) a história da expansão ultramarina e da exploração colonial portuguesa se desenrola no amplo quadro da competição entre as várias potências, em busca do equilíbrio europeu (...)
A
epígrafe, em referência a Fernando Antônio
Novais1,
serve
como
introdução para demonstrar que a
colônia do Brasil sempre sofreu a influência direta dos problemas políticos e econômicos gerados pelo império português na tentativa de manter o equilíbrio de forças perante as concorrentes potências europeias. Esse equilíbrio político e econômico existente na Europa até o século XVIII começou a ser rompido pelas numerosas invasões e
conquistas
desenvolvimento
napoleônicas, das
e
colônias
quando
o
americanas
começou a esbarrar nos limites que foram impostos
pelo
monopólio
exercido
pelas
metrópoles europeias. Para manter sua economia equilibrada, Portugal dependia desse monopólio que exercia sobre sua colônia americana, visto que a decadência econômica lusitana vinha sendo cada vez mais acentuada desde o século XVII, devido à perda de grande parte de seus domínios nas Índias Orientais, vindo a culminar na segunda metade do século XVIII. Desta forma, o Brasil, cada vez mais, torna-se o sustentáculo da economia de sua Metrópole, fato este que já era reconhecido de longa data – como citam Arno e Maria José Wehling – pelo próprio primeiro-ministro de D. Maria I, Martinho de Melo e Castro (1716-1795), gestão 1770-1795 – ao relatar ao 12o Vice-Rei do Brasil, D. Luís de Vasconcelos e Sousa (1742-1809),
NOVAIS, Fernando A. Portugal e Brasil na Crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 1979, 1
p. 47.