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ESCOLA DE Lテ好ERES FIA MBA Executivo Internacional Duas dテゥcadas por um Brasil melhor
Ana Paula G. de Oliveira Fraga Guimarães James Terence Coulter Wright Maria Tereza Gomes Renata Giovinazzo Spers
ESCOLA DE LÍDERES FIA MBA Executivo Internacional Duas décadas por um Brasil melhor
1ª Edição
São Paulo | 2014
Copyright ©2014 James Wright Todos os direitos reservados
Jornalista Responsável – Maria Tereza Gomes Apoio Jornalístico – Élida Rocha Capa e Projeto Gráfico – Pedro Menezes Produção Gráfica – Felipe Corsi e William Wright (Nautillus Design) Coordenação Editorial – Ana Paula Gonçalves de Oliveira Fraga Guimarães Apoio Editorial – Joseph Pavão, Juliana Bauer Lomonaco e Luciana Gori Revisão e Checagem – Rosana Tanus Tradução – Marcia Wright Fotografia – Antônio Carrero e banco de fotos Impresso na Everest Gráfica, em março de 2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de líderes: FIA MBA executivo internacional. Duas décadas por um Brasil melhor. São Paulo: FIA/Editora Gente, 2014.
ISBN 978-85-7312-954-0
1. Administração de empresas. 2. Eficiência organizacional. 3. Liderança. I. Título.
Índices para catálogo sistemático: 1. Liderança: Administração de empresas
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SUMÁRIO
Apresentação.......................................................................................................................................9 Como tudo começou.......................................................................................................................13 Prospectando o futuro......................................................................................................................23 Em sintonia com o Brasil e o mundo................................................................................................25 Viagens internacionais....................................................................................................................41 Causos de viagem............................................................................................................................50 Escola de líderes..............................................................................................................................57 Estudantes.......................................................................................................................................63 Entre casos e causos.........................................................................................................................75 Os mestres pioneiros........................................................................................................................79 Três histórias para a vida.................................................................................................................96 A estratégia colocada no papel.........................................................................................................99 Classe internacional.......................................................................................................................105 Um olhar para o futuro..................................................................................................................111 Equipe Profuturo FIA 2014..........................................................................................................119 Agradecimentos especiais..............................................................................................................121 English version..............................................................................................................................123 |7
Jornada em nome do conhecimento
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APRESENTAÇÃO
O
MBA Executivo Internacional nasceu com um olhar no futuro e se transformou num projeto de vida ao longo destes 20 anos de sua existência.
No final dos anos 1980, já fazíamos no Profuturo cenários do Brasil que mostravam ser inevitável a abertura do país à competição internacional na maioria dos mercados. A inflação endêmica seria debelada e a competitividade precisaria ser construída com base em conhecimento, produtividade, eficiência, com inserção internacional em todas as áreas de negócios. Formar administradores de padrão global era essencial; enfrentar os problemas do desenvolvimento tardio e a desigualdade social também.
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Quando surgiu na FIA o desafio de viabilizar o MBA Executivo, que na época ainda não era Internacional, não tive dúvidas – abri mão de diversos outros projetos e parcerias para dedicar a maior parte do meu tempo a desenvolver este projeto que agora completa 20 anos de conquistas, ganhando repercussão nacional e internacional para o ensino da administração no Brasil. Foram inúmeras as pessoas e entidades que apoiaram e tornaram possível a jornada de sucesso do MBA Executivo: os professores da FEA e da FIA, que invariavelmente dão o seu melhor dentro e fora da sala de aula, as várias diretorias da FIA, os professores assistentes e monitores de turma, toda a equipe de apoio administrativo, que trabalha na retaguarda para tornar tudo possível, e nossos conselheiros, alunos e ex-alunos, que sempre nos apoiaram incondicionalmente, trazendo sugestões, recomendações e cobrando aprimoramentos constantes. Por fim, cabe uma menção especial aos colegas que nos apoiaram na coordenação, inicialmente o Prof. Rubens da Costa Santos, seguido pelo Prof. Washington Franco Mathias e a Prof. Renata G. Spers, atual vice-coordenadora dos MBAs Internacionais. E não poderia deixar de homenagear outra pioneira, Ana Paula Gonçalves de Oliveira Fraga Guimarães, que desde o nascimento do MBA administra a equipe de suporte, que no início era de uma só pessoa, e que hoje também gerencia com muita dedicação toda a complexa execução das viagens internacionais. Este livro celebra as pessoas e os fatos que tornaram o MBA Executivo Internacional possível. No capítulo Como tudo começou resgatamos o contexto econômico, social e político; os personagens que deram forma ao MBA; a primeira turma, os desafios e conquistas iniciais. No capítulo Em sintonia com o Brasil e o Mundo, faremos uma viagem pelo tempo, destacando ano a ano os principais acontecimentos do Brasil e do mundo desde 1990, aqueles que tiveram impacto direto na história do curso. Seria impossível fazer este livro sem dar destaque às viagens internacionais, com seus causos, fotos e momentos inesquecíveis. Este é o tema do capítulo As viagens internacionais. No capítulo Estudantes, contamos a história do MBA Executivo Internacional pela perspectiva dos alunos. Testemunhos de várias gerações de executivos mostram o impacto do curso na vida e na carreira deles. O capítulo Os mestres pioneiros reúne um conjunto de depoimentos de professores pioneiros, aqueles que acreditaram no projeto desde o princípio e, embora laureados de diplomas acadêmicos, perceberam a importância de compartilhar conhecimento com os alunos, de simultaneamente ensinar e aprender. No nosso modelo de avaliação, os alunos precisam entregar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para ter direito ao diploma. Este é o tema do capítulo A estratégia colocada no papel, no qual vamos conhecer um pouco sobre os projetos que foram destaque nestas duas décadas, assim como a visão de alunos e professores sobre os TCCs. Na parte final do livro, dois temas apontam para o futuro. O primeiro (abordado no capítulo Classe internacional) apresenta o International MBA e o Americas MBA, dois cursos recentes, ministrados em inglês, criados para oferecer educação executiva de qualidade a profissionais mais jovens. Para encerrar, o capítulo Um olhar para o futuro mostra as opiniões de quatro professores da nova geração sobre os desafios que temos para os próximos 20 anos.
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Tenho consciência que cometeremos injustiças com a omissão de nomes relevantes para a nossa história. A esses, desde já peço desculpas. Para todos os colegas e colaboradores, e em especial para os alunos e ex-alunos do nosso MBA, é que dedicamos este livro comemorativo dos primeiros 20 anos do MBA Executivo, com o compromisso de trabalharmos cada vez mais para desenvolver a qualidade do ensino e a capacidade de formar gestores competentes e socialmente conscientes para a construção de um Brasil próspero, justo e sustentável para as gerações futuras.
James T. C. Wright
É professor de Gestão Estratégica, e de Previsão e Avaliação de Tecnologias na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e na Fundação Instituto de Administração (FIA). Fundou e coordena os MBAs Internacionais da FIA, incluindo o MBA Executivo, o International MBA e o Americas MBA. Coordena também o Programa de Estudos do Futuro (Profuturo FIA) e o Mestrado Profissional da FIA. Formado em Engenharia civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, é mestre em engenharia pela Vanderbilt University e doutor em administração pela USP. Tem experiência internacional em engenharia e consultoria, com atuação no Brasil, na África e na Europa, e participação em conselhos de entidades acadêmicas, beneficentes e empresariais. Atualmente é membro do conselho fiscal da Ambev.
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Feito no Brasil para brasileiros
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COMO TUDO COMEÇOU
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s atividades causaram estranheza aos 26 alunos matriculados na primeira turma do então chamado MBA Executivo da Fundação Instituto de Administração (FIA). Empregados em companhias como Citibank, Hoechst, Pirelli e Icatu Seguros, os profissionais passaram por duas experiências inusitadas logo na primeira semana de aula: visitaram o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC) e tiveram aulas de criatividade num sítio próximo a São Paulo. No encontro rural, as aulas teóricas pela manhã foram seguidas por churrasco no almoço e dinâmicas à tarde. Aquela programação surpreendente para executivos perto dos 40 anos em busca de aprendizado sobre negócios deu a largada para o primeiro MBA da FIA, depois batizado de MBA Executivo Internacional. Criada em 1980 por um grupo de professores da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), a FIA já era uma referência em pesquisa e treinamento, mas o MBA foi seu primeiro programa de desenvolvimento gerencial com características de curso aberto. Até então, seus cursos eram formados para atender turmas fechadas, contratadas por instituições públicas e privadas. O benchmark foi feito na Kellogg School of Management, a escola de negócios da Northwestern University, de Evanston, Illinois, Estados Unidos, cujo programa era considerado o melhor do mundo na época. Em 1992, os professores Rubens da Costa Santos e Alexandre Berndt foram enviados para conhecer o Executive MBA, o programa desenhado para executivos no meio da carreira. (O MBA tradicional, que nos Estados Unidos dura dois anos e oferece título de mestrado, atrai um público mais jovem.) Posteriormente, diretores da Kellogg vieram ao Brasil para contar sua experiência. Desse benchmark, o MBA da FIA adotou algumas práticas pioneiras no país: a duração de 400 horas distribuídas em 10 módulos, o café da manhã e o almoço para integrar a turma e a filosofia de reunir teoria e prática em sala de aula. O curso também já nasceu filiado ao Executive MBA Council, ligado à American Assembly of Collegiate Schools of Business (AACSB), organização que reúne escolas de negócios de diversos países. No entanto, o caminho para chegar lá não tinha sido fácil. A primeira tentativa de lançar o curso, em 1992, havia fracassado; apenas sete candidatos se apresentaram para compor a primeira turma. Lançado com enfoque muito acadêmico e apoiando-se em demasia no prestígio da USP, o resultado foi decepcionante, deixando de saldo negativo 50.000 dólares de recursos adiantados pela FIA para a campanha de lançamento, além de muitas incertezas. Naquele momento, o professor James Wright foi convidado a assumir o projeto, com o compromisso de relançar o curso e recuperar o investimento já realizado.
Como tudo começou | 13
Em artigo publicado na época, o professor James, até hoje o coordenador do curso, descreveu assim seu desafio: “Programas desse tipo, que diferem em muito dos programas tradicionais, devem ter como objetivo aguçar a visão estratégica, apoiando a preparação dos altos executivos para assumir responsabilidades crescentes”. Segundo ele, os executivos precisavam “abandonar os modelos clássicos de administração e buscar outros mais participativos, permitindo assim o alcance de uma visão holística sobre sua atuação”. O engenheiro químico, executivo e pesquisador Nilo Martire Neto, da Turma 1, confirma essa necessidade: “O Brasil passava por momentos difíceis na economia e nos investimentos. Adquirir uma visão abrangente de todo o cenário se tornava fundamental aos executivos de então”. Embora tenha estudado modelos bem-sucedidos no exterior, o curso da FIA sempre teve conteúdo e forma moldados para as necessidades do executivo brasileiro. Desde o princípio, sabia-se que o tradicional MBA full time, que exige dedicação exclusiva do aluno, não seria viável aqui pela dificuldade de os profissionais deixarem de trabalhar por um longo período. Outra certeza dos pioneiros que moldaram o curso era a de que este seria um programa avançado, distinto dos que apenas replicavam o que era ensinado para estudantes de graduação em administração. Algumas situações favoreceram essa decisão. Num primeiro momento, decidiu-se que apenas professores vinculados à USP, especialmente da FEA, com título de doutorado, poderiam assumir a responsabilidade pelas disciplinas. Contribuições externas viriam na forma de palestras eventuais proferidas por convidados. Estabeleceu-se, então, sem qualquer planejamento, uma parceria que dura até hoje: o professor Jacques Marcovitch faz as aulas de abertura e encerramento de todas as turmas (leia mais no capítulo Os mestres pioneiros). Ainda no capítulo dos professores, uma novidade: a cada três meses, o curso trazia um mestre estrangeiro para dar aulas no Brasil. O primeiro foi o americano Robert William House, da Vanderbilt University, que falou sobre a experiência da General Motors com o projeto do carro Saturn. Na sequência, veio Maurice Thevenet, da Essec Business School, de Paris, para uma aula sobre “implicações e relações entre o indivíduo e a organização”. No encerramento da Turma 1, o convidado foi John Child, da University of Cambridge, do Reino Unido, que tratou sobre alianças e joint ventures como estratégia de internacionalização. Um fator a favorecer o padrão do curso encontrava-se na própria FIA, que na época era conveniada à FEA. A instituição havia consolidado seu nome como centro de pesquisa, consultoria e treinamento. Para ter uma ideia, entre os anos 1987 e 1993, a FIA realizou uma média de 80 projetos por ano, sendo mais de um terço deles em treinamento para executivos. Um grande banco brasileiro, por exemplo, enviou 266 altos executivos para o Prodese, programa desenhando sob medida para a instituição. Presidida de 1987 a 1994 pelo professor Jacques Marcovitch – quatro vezes eleito para o cargo –, a FIA vinha experimentando grande expansão. Seu patrimônio líquido cresceu de quatro a cinco vezes no período. Em 1980, o professor James Wright criou o Profuturo, que durante toda a década de 1980 trabalhou como consultoria, principalmente em planejamento, para as empresas do setor público. Em 1991, foi lançado o Programa de Formação de Empreendedores, seguido depois pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), até hoje grandes sucessos.
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O MODELO DE CURSO Desde o primeiro momento houve inovação no modelo de ensino do MBA Executivo: cada disciplina tinha um professor responsável, a pessoa que seria o fio condutor central das 40 horas do módulo. Esse professor tinha a ajuda de quatro ou cinco mestres diferentes, mas garantia a homogeneidade do aprendizado. “Sabíamos que teríamos executivos experientes em sala. Era um grupo com uma postura muito prática, que demandava professores que tivessem vivência empresarial”, diz James Wright. No primeiro ano, a proposta era oferecer aulas interativas, marcadas por discussões sobre temas da época e trabalhos em grupo. Optou-se por uma única avaliação, ao final, com a entrega do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC). Não havia provas. Prezava-se a troca de experiências de alunos com professores e de alunos com alunos. Como era um grupo com grande experiência, o resultado foi surpreendente. Para os alunos, que buscavam uma visão nova de negócios e conhecimento atualizado, o MBA da FIA já começava dando sinais de fugir do convencional, até mesmo na ordem em que as disciplinas seriam ensinadas. O curso começou focado em visão estratégica e ambiente econômico. No mundo todo, os cursos começavam pelos fundamentos da administração (finanças, marketing etc.) e só depois mostravam como cada parte poderia interagir com as outras. A concepção dos pioneiros do MBA da FIA era de que primeiro seria preciso ter uma visão ampla do cenário em que as empresas estavam inseridas, discutir os grandes desafios e os grandes rumos futuros, para depois mobilizar as áreas da empresa para a implementação. “Essa nova visão foi muito bem recebida e a mantemos até hoje”, diz James. Esta foi uma das poucas coisas que não foram alteradas ao longo do tempo. Um processo de melhoria incremental foi executado ano a ano, e as 400 horas iniciais foram aumentadas para 500. Com isso, o MBA da FIA pôde se enquadrar no modelo europeu de credenciamento e abrir espaço para a discussão de elementos essenciais para a qualificação de um executivo completo. Foram paulatinamente acrescentadas viagens internacionais de estudos, com aulas em universidades parceiras e visitas a empresas, provas e trabalhos individuais com nota em cada disciplina, além de avaliações de participação e contribuição pessoal de cada participante ao aprendizado dos demais alunos. Vinte anos depois, aqueles primeiros alunos ainda sentem saudades ao lembrar da experiência. Nilo Martire Neto relata o último dia de aula, celebrado com um jantar de despedida: “Depois de muitos brindes e festa, um vazio envolveu nossas mentes, reforçado por um forte sentimento de retribuir à sociedade um pouco do que fomos presenteados com os conhecimentos adquiridos. Surgiu naquela noite a iniciativa de criar uma associação de ex-alunos, que teria como principal objetivo a formação de um grupo de apoio às sociedades do Terceiro Setor, capacitando-as por meio de alunos voluntários. Fui brindado com a primeira presidência da associação. Tempos e pessoas de outras turmas juntaram-se à nossa associação, a qual se desenvolveu e se tornou o sucesso que é atualmente”. Outro que lembra com saudades é Renê Agostinho, também da Turma 1: “Tomávamos café da manhã juntos numa das salas da FEA. Era um clima ótimo, com muita descontração. Era literalmente o sentimento de voltarmos para a escola. Foi por isso que na formatura houve a maior choradeira, como se fosse a formatura do 3º Colegial. Era um bando de marmanjos chorando!”.
Como tudo começou | 15
COMO ERA NO PRINCÍPIO • Nome em 1993: MBA Executivo • Duração: 400 horas – 12 meses • Alunos da Turma 1: 26 • Aulas: sextas e sábados a cada 15 dias, em período integral • Palestras internacionais • Não havia provas • Não eram dadas notas às matérias individuais ao longo do curso • Projeto de conclusão com acompanhamento, defesa do projeto e seminários: 100 horas de trabalho final
Sítio Moinho Velho – Encerramento da Semana Intensiva (1993)
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Sítio Moinho Velho – Encerramento da Semana Intensiva (1993)
Sala da Congregação – FEA (1995)
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COMO É HOJE • Nome: MBA Executivo Internacional • Duração: 500 horas – 18 meses • Estudos extraclasse: 10 horas por semana • Aulas: sextas e sábados a cada 15 dias, em período integral • Palestras internacionais e seminários de competitividade internacional • Projeto de conclusão com acompanhamento, defesa do projeto e seminários: 100 horas de trabalho final • Até duas semanas intensivas de aulas no exterior, nas regiões escolhidas entre Europa, Estados Unidos, China e Índia • Quatro opções de viagens internacionais de estudos, sendo duas obrigatórias • Provas individuais, trabalhos em grupo e notas de participação em cada disciplina
FIA Butantã (2013)
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Como será o amanhã?
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PROSPECTANDO O FUTURO
O
Programa de Estudos do Futuro (Profuturo) é um centro de produção científica da FIA, que tem a missão de ajudar empresas públicas e privadas a lidar de forma mais eficiente com as transformações do ambiente. O Profuturo FIA atua nas áreas de consultoria, pesquisa e educação. É neste pilar – educação – que se insere o MBA Executivo Internacional e outros programas criados nos últimos anos, como o International MBA e o Americas MBA.
Criado em 1981, o Profuturo FIA nasceu de um projeto para o governo brasileiro para estudar o futuro do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Em 1979, quando aconteceu a segunda crise do petróleo, 90% do petróleo era importado e mais de 50% vinham do Irã e do Iraque, que entraram em guerra. Para expandir a produção de etanol, o governo obteve financiamento do Banco Mundial, que exigiu um estudo independente sobre as perspectivas futuras do Proálcool. “Nós organizamos o centro com a ideia de estudar as grandes tendências da sociedade e da tecnologia, e como isso influenciaria as estratégias das empresas. O professor Ruy Aguiar da Silva Leme foi o primeiro coordenador”, diz James. Ele se refere ao famoso professor que fundou o Departamento de Administração da então Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas (FCEA), da USP, que depois se tornaria a FEA. Ruy Aguiar da Silva Leme esteve à frente do Instituto de Administração e da FIA por 17 anos. Atualmente, além dos MBAs, o Profuturo FIA dedica-se a pesquisas e consultorias para empresas. Nos anos 1980 o Profuturo FIA fez trabalhos de planejamento estratégico de tecnologia para os principais centros de P&D do Brasil, como o Cenpes, da Petrobras, o Cepel, da Eletrobras, o CPqD, da Telebras, a Embrapa e o Inpa. Além de realizar um dos primeiros projetos do Centro Científico da IBM no Brasil. Chegou a definir em conjunto com a Petrobras a configuração básica da primeira plataforma brasileira em águas profundas (Procap 1000) e os cenários da Telebras para o plano de digitalização da rede brasileira de telecomunicações. A partir do final dos anos 1980, o professor James Wright publicou trabalhos identificando oportunidades de negócios nos mercados populares das classes C, D e E, e o Profuturo FIA orientou-se para apoiar o planejamento estratégico mercadológico das empresas. “Eu trouxe a visão de uma melhor compreensão do futuro para o MBA. Esta sempre foi a ideia. É o que falta ao Brasil – ter uma meta. Saber que país queremos ser e como as empresas devem se posicionar no país que estamos construindo”, diz James.
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O MBA evoluiu com a sociedade e a economia
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EM SINTONIA COM O BRASIL E O MUNDO
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o longo das duas últimas décadas, o MBA Executivo Internacional assistiu à chegada avassaladora da internet à rotina de empresas e pessoas, às privatizações de estatais, ao movimento desenfreado da reengenharia nas organizacões, aos atentados terroristas nos Estados Unidos e no mundo, à China superando o Japão como segunda economia global, entre tantos outros movimentos que mudaram o mundo, o Brasil, as empresas e as carreiras. O que você verá a seguir é uma seleção dos principais fatos que marcaram a economia, a sociedade e a tecnologia nestes 20 anos de curso. Boa viagem no tempo.
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“O MBA me proporcionou as ferramentas de gestão que me asseguraram continuar minha estrada de sucessos profissionais.” NILO MARTIRE NETO, primeiro presidente da Associação de Ex-Alunos da FIA – TURMA 1
“Após o fim da Guerra da Fria, a promessa era de um mundo sem conflitos, e o Brasil começava a pensar num cenário mundial. Nosso desafio era o de ajudar os alunos e a FIA a se inserirem nessa democracia mais consolidada e na economia aberta.” Jacques Marcovitch
1990
1991
• Fernando Collor de Mello torna-se o primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após a ditadura de 1964 • O Plano Collor promove o confisco da poupança de empresas e pessoas • Collor chama carros produzidos no Brasil de “carroças” e dá início à abertura da economia • Michael Hammer, em artigo na revista Harvard Business Review, usa pela primeira vez o termo reengenharia • É lançado no Brasil o primeiro celular • O Profuturo FIA desenvolve um estudo para o setor de uva e vinho, usando um modelo de prospecção de cenários que aponta a importância futura do consumo das classes B,C e D
• Os Estados Unidos e a então União Soviética põem fim à Guerra Fria, iniciada em 1945 • A Usiminas é a primeira estatal a ser vendida para o setor privado, dando início ao Programa Nacional de Desestatização • Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai formam o bloco Mercado Comum do Sul (Mercosul) • A internet é utilizada apenas por órgãos do governo e instituições de educação e pesquisa; somente em 1995 ela seria aberta a empresas e pessoas
“Collor eleito, inflação elevada, carros iguais a carroças, vivia-se uma economia soviética, chinesa. A economia precisava se abrir. Jacques Marcovitch percebeu que era preciso quebrar os paradigmas, então reuniu os professores da FIA e começamos as primeiras conversas sobre o ensino do MBA para o executivo.” Washington Mathias
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“Para mim, o MBA foi um ciclo transformador, de inspiração e desenvolvimento pessoal, que nunca mais terminou.” OSCAR BORONAT, consultor –TURMA 2
“O MBA Executivo Internacional nasce no momento em que o mercado passa a exigir um líder que, além de ser um bom técnico, pudesse agregar valor ao negócio em um ambiente competitivo.” Joel Dutra
1992
1994
• Itamar Franco assume a Presidência após impeachment de Collor • O Brasil sedia a ECO 92, a Conferência da ONU para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento • A FIA abre inscrições para o MBA Executivo, primeiro curso da instituição; as aulas são dadas na FEA
• A demanda pelo MBA Executivo se consolida • O Plano Real estabiliza a economia e finalmente debela a hiperinflação. A moeda passa a se chamar real • A Embraer é privatizada • Jeff Bezos funda a Amazon • A Associação de Alunos e Ex-Alunos do MBA-FIA desenvolve os primeiros projetos sociais
1993 • Com o índice de 2.700% ao ano, Brasil tem a maior inflação de sua história • A siderúrgica CSN é privatizada, adquirida pelo Grupo Vicunha • Michael Hammer e James Champy lançam o livro Reengenharia, o qual prega uma revolução nas empresas • A primeira turma do MBA Executivo Internacional forma-se em dezembro
“Passei a ver o mundo de outra forma. Engajei-me em trabalhos voluntários e profissionalmente mudei para o Terceiro Setor, tão carente de administração profissional.” AGNES EZABELLA –TURMA 3
1995 • Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente da República • A Microsoft lança o Windows 95, popularizando a computação • O MBA Executivo promove sua primeira viagem internacional; o destino é a Vanderbilt University, como parte integrante e obrigatória do curso, com aulas e visitas a empresas como Fedex, Saturn, Nissan e Dell
“Fica difícil escolher uma disciplina que me marcou. De um modo geral, as aulas e os temas eram bastante focados na prática, e isso ajuda no dia a dia do trabalho.” ROBERTO DAVIDOWICZ –TURMA 4
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“As aulas sobre marketing digital que tivemos na Varderbilt University foram extremamente importantes para minha vida profissional. Até hoje eu continuo usando muitas ferramentas do MBA da FIA.” MILTON JOSÉ DE FRANÇA BARRETO – TURMA 5
“Seria injusto comentar sobre um único professor. Todos, sem exceção, se doaram em profundidade para a turma. E é ótimo ainda hoje lembrar de abordagens que permanecem atuais e efetivas.” ALEXANDRE GOMES MOREIRA – TURMA 6
1996 • Cientistas anunciam o nascimento da ovelha Dolly, o primeiro mamífero clonado com sucesso a partir de uma célula adulta • O Projeto Floram – Florestas e Meio Ambiente, do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) ganha – em primeiro lugar – o prêmio Hopes for the Future for a Sustainable World, concedido pela International Academy of Science (IAS). Os professores Jacques Marcovitch e James Wright fazem parte da equipe
1997 • O governo privatiza a Vale do Rio Doce, a maior empresa de minério do Brasil • Steve Jobs retorna à Apple, de onde fora afastado em 1985 • Os professores James Wright e Luiz Gaj atuam no planejamento estratégico da Cia Antarctica e no lançamento da cerveja Bavaria. O Caso Bavaria é premiado em primeiro lugar na FEA-USP
“O MBA foi um divisor de águas, aumentou a minha autoestima e a confiança no meu talento. O convívio com colegas e amigos de outras áreas me deu uma visão mais ampla dos negócios e da vida.” CARLOS MARCONDES FERRAZ – TURMA 7
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• O Profuturo FIA conclui o primeiro MBA in company na Cia Antarctica, formando um grupo de executivos que implantaram importantes mudanças
1998 • Dois estudantes de Stanford University – Larry Page e Sergey Brin – fundam o Google • O Sistema Telebras, formado pelas empresas estaduais de telefonia fixa e móvel, é privatizado • O Profuturo FIA apoia a transformação do Centro de Pesquisa da Telebras (CPqD) em Fundação, orientado para as necessidades das empresas do setor
“Uma experiência marcante aconteceu quando recebi os alunos do MBA Executivo Internacional em Lyon, na França. Eu havia terminado o mesmo curso três anos antes e trabalhava na cidade francesa como head de supply chain para América Latina na Aventis Cropscience. Tive a oportunidade de apresentar a empresa e responder a perguntas sobre a importância do MBA na minha carreira.” RICARDO PAVELOSKI – TURMA 8
“Roberto Shinyashiki era aluno da turma e nos instigava a pensar de forma diferente. Naquele mesmo período ele escreveu o livro Sucesso É Ser Feliz. Será que fomos laboratório?” ROSANA JAMAL FRANCISCO DOS SANTOS FERNANDES – TURMA 9
“À época, os MBA estavam pulsando no Brasil. Eu trabalhava em recursos humanos e buscava conhecimentos para a construção de uma visão estratégica das organizações. O programa que me pareceu mais apropriado foi o MBA Executivo Internacional, considerando o conjunto de disciplinas estratégicas do programa.” GINO LUIZ ROSSI – TURMA 10
1999
2000
• A crise cambial desvaloriza o real, fazendo a moeda perder a paridade de 1 para 1 que vinha mantendo com o dólar • O Napster, programa que permitia o compartilhamento gratuito de músicas pela internet, é lançado por Shawn Fanning e Sean Parker • No auge da bolha das ponto.com, o movimento especulativo dos anos 1990 em torno das empresas da internet, o Yahoo! compra o site GeoCities por 3,57 bilhões de dólares. A empresa seria fechada em 2009 • Anunciada a fusão da Cia Antarctica com a Brahma, sendo criada a Ambev • É inaugurada a Unidade Educacional Butantã, da FIA. O MBA Executivo Internacional é o primeiro curso da FIA a mudar-se e a abrir mão da sigla USP
• O Banco Santander compra o Banespa dentro das regras do programa de privatização do governo do Estado de São Paulo • O índice da bolsa Nasdaq, especializada nas empresas da Nova Economia, começa a despencar, dando início ao estouro da bolha da internet • Jack Welch, da General Electric (GE), é eleito o executivo do século pela revista Fortune • O MBA Executivo Internacional leva os alunos para aulas na Europa – na City University, em Londres, e na E.M.Lyon, na França • O professor James Wright recebe o Prêmio Jabuti, área de tecnologia, com o livro Impacto Agroambiental – Perspectivas, Problemas, Prioridades
“Em 1997, eu estava fazendo a transição de carreira de gestão de TI para gestão de previdência. O MBA foi a forma que encontrei de suprir as carências da nova função, ainda que exigisse viagens quinzenais de Curitiba a São Paulo.” SILVIO RANGEL – TURMA 11
“O MBA facilitou minha relação com o trabalho, abriu portas de relacionamento que eu provavelmente não teria acesso por outras vias e, principalmente, me mostrou como é bom voltar ao meio acadêmico.” SILVIO BARROS – TURMA 12
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“No MBA Executivo Internacional, tive a oportunidade de redirecionar os meus pensamentos de gestão, alinhando-os a estratégias modernas e globais.” Nestor de Castro Neto – TURMA 14
“A experiência da viagem internacional de negócios foi muito rica. Até hoje o aprendizado que tive na visita à Fedex me ajuda a promover melhorias na empresa.” LUIZ HENRIQUE LISSONI – TURMA 13
2001
2002
• O economista inglês Jim O’Neill cunha a sigla BRIC para designar as economias de Brasil, Rússia, Índia e China • A Apple lança o iPod, o tocador portátil que revolucionaria a indústria da música em todo o mundo • Os Estados Unidos sofrem o maior ataque terrorista de sua história, que destruiu as torres gêmeas do World Trade Center em Nova York • Nasce a Gol Linhas Aéreas, a primeira no Brasil a operar sob o sistema de low-cost low-fare (baixo preço, custo baixo) • São iniciados os Seminários Profuturo FIA na FEA-USP, em que os alunos do MBA passam a apresentar os melhores Trabalhos de Conclusão de Curso
• O euro passa a ser a moeda única em 12 países da União Europeia, incluindo Alemanha, França e Itália • Na Argentina, devido à crise econômica, a população provocou saques e violência; o governo decreta estado de sítio • A seleção brasileira ganha o pentacampeonato mundial de futebol na Copa da Coreia e Japão • O MBA Executivo Internacional é o primeiro a participar do Latin American Case Consortium (Lacc), de Harvard • As aulas no Reino Unido passam a ser realizadas na University of Cambridge
“Quando entramos nos anos 2000, o cenário era mais favorável. Discutia-se em aula que Lula não mudaria nada, e então passamos a discutir as reformas e a pensar no que fazer para o país deslanchar” Simão Silber
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“A minha turma elegeu um hino para todas as vezes em que celebrávamos algum evento. Todos cantávamos Les Chansons d’Amour nos ônibus, nos restaurantes, nos locais públicos...” RENATO TELLES – TURMA 15
“O MBA realimentou o prazer de aprender e a rica oportunidade de compartilhar. Realmente foi um divisor de águas na minha carreira.” SERGIO GONÇALVES – TURMA 16
“Houve uma visita a uma vinícola na França onde foi trabalhada a importância da hospitalidade e a atenção ao cliente. Fomos extremamente bem recebidos num ambiente que superou totalmente nossas expectativas e se tornou inesquecível.” CONSUELO PAIVA MARTINS AMORIM – TURMA 17
2003
2004
• Luiz Inácio Lula da Silva assume a Presidência da República, cargo que ocuparia pelos oito anos seguintes • O dinamarquês Janus Friis e o sueco Niklas Zennström criam um serviço global de comunicação de voz e vídeo grátis na internet. Em 2011, a Microsoft comprou o Skype por 8,5 bilhões de dólares • A British Airways faz o último voo do Concorde, o avião comecial que era capaz de voar de Paris a Nova York em três horas e meia • A professora Renata Spers acompanha o desempenho de 75 empresas por cinco anos e demonstra pela primeira vez no mundo que organizações orientadas para bens populares nas classes C, D e E cresceram mais e foram mais lucrativas do que aquelas orientadas para as classes A e B • O MBA Executivo Internacional é o primeiro no Brasil a ser reconhecido pela Amba, organização internacional com sede na Inglaterra que credencia MBAs de alto padrão, como London Business School, Insead e IE
• Um tsunami devasta 14 países no Oceano Índico, deixando oficialmente 174.000 mortos (alguns números apontam 300.000) • Google cria o site de relacionamentos Orkut • Mark Zuckerberg, aluno de Harvard, cria o Facebook, atualmente a maior rede social do mundo, com 1 bilhão de usuários. O brasileiro Eduardo Saverin emprestou o dinheiro inicial para o projeto, cerca de 1.000 dólares • O MBA Executivo Internacional é o primeiro MBA Executivo brasileiro a entrar no ranking de Executive MBA do jornal inglês Financial Times
“Vivíamos uma democracia conturbada, mas propícia para os negócios. Uma economia aberta.” Luiz Gaj
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“O impacto na minha carreira foi positivo nos seguintes aspectos: a) consolidou o hábito da reciclagem contínua de conhecimentos; b) abriu janelas novas sobre pessoas, processos e negócios dentro e fora das organizações; c) ampliou o network social e profissional.” MARIA ANGELA LOGUERCIO BOUSKELA – TURMA 18
“As viagens internacionais, além das aulas em Cambridge e Lyon terem sido realmente muito interessantes, serviram para aumentar ainda mais a coesão que já existia na nossa turma. Mantemos encontros frequentes até hoje.” EDUARDO WONGTSCHOWSKI – TURMA 19
TIME DE NOTÁVEIS O Conselho Consultivo do MBA Executivo Internacional realizou sua primeira reunião em 14 de maio de 2004. Oito alunos, ex-alunos e representantes do curso criaram o Conselho com a missão de orientar a estratégia e discutir os rumos do MBA. Para a presidência do grupo foi eleito Ewaldo Russo, aluno da primeira turma, então presidente do Laboratório Fleury. Também foram eleitos neste primeiro grupo Donizete Custódio, Luiz Alexandre Mucerino, Olga Colpo, Ricardo Bressiani, Robert Wong, Sérgio Fioravante, Frederico Curado, Javier Llussá e Sergio Gonçalves.
“Olhando em retrospecto, os relacionamentos pessoais e os soft skills adquiridos nas viagens são tão ou mais importantes do que as técnicas ensinadas.” ROBERTO CASTELO BRANCO DINIZ – TURMA 20
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Desde então, o Conselho vem se reunindo a cada trimestre e feito contribuições relevantes para o sucesso do MBA Executivo Internacional. Um exemplo é a viagem dos alunos à China, que começou em 2005, que foi discutida naquela primeira reunião, recebendo muitas recomendações dos conselheiros com experiência nesse país.
“A aula que começou a mudar a minha vida foi dada pelo professor Helio Mattar, do Instituto Akatu, sobre responsabilidade social corporativa. Com ele estava Luiz Alexandre Mucerino, então presidente da Associação de Ex-Alunos dos MBAs da USP, que falou sobre o Gesc.” ARON ZYLBERMAN, sucessor de Mucerino na Associação e no Gesc – TURMA 21
“O MBA me deu uma visão abrangente sobre finanças, marketing, operações, estratégia e gestão de pessoas. Graças a isso, consegui manter minha unidade de negócios em atividade durante um período, e hoje estamos obtendo um crescimento sustentável.” JOSÉ CARLOS APARECIDO RANGEL – TURMA 22
“O MBA criou um ambiente de grande debate e troca de ideias e conhecimentos, seja com o corpo docente, seja com o grupo multicultural dos alunos.” E. TADEU H. DE SOUZA – TURMA 23
2005 • Morre João Paulo II; o cardeal Joseph Ratzinger se torna o papa Bento XVI • Morre em Claremont, na Califórnia, Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna • Nasce o YouTube, rede que permite publicar e compartilhar vídeos • A Procter & Gamble compra a Gillette por 57 bilhões de dólares, criando a maior empresa de produtos de consumo do mundo • No Brasil, a Vasp encerra suas atividades • O deputado Roberto Jefferson denuncia à Folha de S.Paulo a existência de um esquema de propina dentro do governo federal. O então ministro José Dirceu, da Casa Civil, cai dez dias depois
• O furacão Katrina destrói os diques de proteção e afunda a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos • O livro The Fortune at the Bottom of the Pyramid, do professor C.K. Prahalad, de Harvard e Michigan, dá consciência global ao conceito de bens populares para a base da pirâmide (classes C, D e E) • O MBA Executivo Internacional inicia viagens anuais para a China, visitando empresas chinesas, transnacionais e brasileiras em Xangai, Pequim e Guangzhou
“A turma era extremamente colaborativa. O curso foi muito maduro e nos possibilitou aprender e formar novos amigos, que ficarão para sempre.” HUMERTO LOTITO – TURMA 24
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“No MBA Executivo Internacional, o nível de exigência solicitado deixava o ambiente muito confortável para quem fosse sério e desejasse realmente se dedicar. Isso para mim teve um valor imenso.” ALEXANDRE CANTELLI BERGAMO – TURMA 25
“O MBA foi uma etapa de amadurecimento pessoal e profissional. E o trabalho da professora Tania Casado sobre os tipos psicológicos me impactou particularmente. Na época, eu não tinha esse grau de autoconhecimento.” MARCELO PEREIRA DE CARVALHO – TURMA 26
2006
2007
• É criado o microblog Twitter nos Estados Unidos • Avião da Gol cai na floresta amazônica com 154 passageiros a bordo. Meses depois, o sistema aéreo brasileiro entra em colapso e deixa milhares de passageiros retidos nos aeroportos • A Petrobras confirma a existência de reservas de gás e petróleo na camada do pré-sal, a mais de 7.000 metros de profundidade. As perfurações começaram na Bacia de Santos, mas hoje cobrem desde o Espírito Santo até Santa Catarina.
• A Apple lança o iPhone, smartphone que, além de telefone, reúne as funções de tocador de música, câmara digital, internet, mensagens de texto, conexão wi-fi e tela sensível ao toque • No pior acidente aéreo da história do país, avião da TAM deixa 199 mortos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo • Gol compra a parte boa da Varig: a marca, o programa Smiles e os espaços nos aeroportos • O professor James Wright e a professora Renata Spers recebem o Thunderbird Award, melhor trabalho de Business Association of Latin America Studies (Balas), pelo artigo Strategic Implications of Learning Effects in a Service Operation • A professora Renata Spers defende tese de doutorado: Proposição de um Modelo de Internacionalização para Atuação de Empresas Brasileiras nos Mercados Populares Internacionais
“As aulas de finanças, nas quais aprendi sobre EBITDA, lucro líquido, balanços, entre outras coisas, permitiram que eu conseguisse conversar com o CEO sobre os números da empresa. Era algo que eu precisava aprender.” JORGE TUNG – TURMA 27
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“Foi como se alguém ajustasse uma lente em frente dos meus olhos para que eu passasse a ver o mundo de uma forma diferente. Recomendo e faria de novo.” JOSÉ LUIZ BARLETTA JR. – TURMA 28
“A disciplina de Estratégia me ajudou muito a elaborar um projeto que foi aprovado pela corporação, recebeu os investimento requisitados e acabou sendo muito bem-sucedido. Isso impulsionou minha carreira dentro da empresa.” ANDERSON GASPAR – TURMA 29
2008 • Barack Obama é eleito o 44º presidente dos Estados Unidos e torna-se o primeiro negro a comandar a maior economia do mundo • Em 15 de setembro, o banco Leman Brothers entra em concordata, acelerando os efeitos da maior crise econômica dos Estados Unidos desde 1929, com impactos globais • Fidel Castro renuncia, mas deixa o irmão Raul Castro na Presidência de Cuba • As duas principais bolsas brasileiras – Bovespa e BM&F – anunciam fusão • Os bancos Itaú e Unibanco anunciam fusão, criando o maior banco privado do país • Bill Gates anuncia o afastamento de suas funções executivas na Microsoft
“Disciplinas como Gestão de Pessoas, Estratégia Competitiva, Métodos Quantitativos e Tomada de Decisão tiveram aplicação imediata no minha função de gestor de negócios e também permitiu implementar melhorias em vários processos da empresa.” JACQUES RICARDO – TURMA 30
• O governo do Rio de Janeiro instala no morro Santa Marta a primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) • Frederico Curado, ex-aluno da Turma 8 do MBA Executivo, assume a presidência da Embraer, empresa símbolo da competitividade brasileira em produtos de alta tecnologia • Metodologias e técnicas de prospecção do Profuturo FIA são apresentadas na World Future Society, em Washington, Estados Unidos • É criado o International MBA, curso em inglês ministrado no Brasil; 53% dos alunos vieram da Europa e da América do Norte para estudar na FIA
“Na disciplina de Gestão de Pessoas, enxerguei valores sempre presentes em minhas decisões de carreira, mas que nunca havia entendido claramente.” NELSON DAISHIRO YOSHIDA – TURMA 31
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“Os professores Joel Dutra e Tania Casado me marcaram profundamente. Com eles aprendi muito sobre como conduzir minha carreira. Os exercícios de autoconhecimento foram fundamentais.” ANTONIO CARLOS CAMPOS – TURMA 32
“As aulas de finanças com André Oda me são úteis até hoje. Ele conseguiu transformar um assunto ‘chato’ em uma coisa interessante. Usei muitas vezes as dicas dele em projetos.” EDUARDO SCHUMANN – TURMA 33
2009
2010
• O Rio de Janeiro vence a disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 • Da fusão entre Sadia e Perdigão, nasce a Brasil Foods, atual BRF • Projeto International Capacity Building Alliance (ICBA), para qualificação gratuita de gestores de ONGs – com o apoio da Novartis, o Instituto Gesc, a Associação de Ex-Alunos e o Profuturo FIA iniciam a transferência de seu material didático e metodologia de apoio a ONGs filantrópicas em 17 países da Europa, da Ásia e das Américas • O Profuturo FIA lança a revista Future Studies Research Journal sobre estudos do futuro e estratégia. Os professores James Wright e Renata Spers são editores da revista
• Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente do Brasil • A China ultrapassa o Japão como segunda maior economia do mundo • O ex-hacker Julian Assange divulga milhares de documentos secretos da diplomacia norte-americana no site Wikileaks e em grandes jornais americanos e europeus • A China se torna a maior exportadora do mundo • A fusão entre Continental Airlines e United Airlines cria a maior companhia aérea do mundo • Manifestantes iniciam os protestos que ficaram conhecidos como Primavera Árabe, uma onda revolucionária que varreu parte do Oriente Médio e do norte da África
“Trouxe muita gente de qualidade para o meu mundo!!!” LEANDRO DE SOUZA LIMA VENTURA – TURMA 34
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“A disciplina sobre o mercado global abriu minha visão sobre as oportunidades que temos no mundo, e não só no Brasil. Entendi que hoje sou um profissional mundial, e não restrito ao nosso país.” EDÉLCIO APARECIDO FONSECA – TURMA 35
“Destaco a disciplina de Gestão de Pessoas, pois tivemos um conjunto de melhores práticas e de professores bem acima da média. Fizeram-me refletir muito.” RICARDO SANTANA MALTEZ – TURMA 36
2011 • A FIA ganha o prêmio de escola mais inovadora da América do Sul, escolhida pela revista European CEO. Destaque para a criação do International MBA • O MBA Executivo Internacional faz a primeira viagem de estudos de um MBA brasileiro para a Índia, com visitas a Mumbai, Nova Délhi e Agra. Os alunos conhecem oportunidades e desafios para os negócios
• O Superior Tribunal Federal (STF) permite a união estável entre homossexuais no Brasil • Terremoto seguido de tsunami no Japão deixa 13.333 mortos confirmados e cerca de 16.000 desaparecidos. A usina nuclear de Fukushima sofre explosão • Steve Jobs deixa a presidência da Apple e falece semanas depois, vítima de câncer • Eike Batista, com uma fortuna estimada em 30 bilhões de dólares, é considerado o sétimo homem mais rico do mundo pela revista Forbes. Dezoito meses depois, ele perde o título de bilionário após suas empresas entrarem em colapso
“A aula do professor Joel Dutra, sobre gestão de carreira, me despertou para o empreendedorismo e me permitiu conhecer quais os meus interesses profissionais e como posso integrá-los com os interesses pessoais.” ANA CAROLINA BUENO NIGRO – TURMA 37
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2012 • O Profuturo FIA lança a série Digital Forum, organizada pelo professor Leandro Fraga, com o tema cidades digitais, apresentado por Valério Augusto Mateus, da Turma 38 do MBA Executivo Internacional • É criado o Americas MBA, com aulas no Canadá, nos Estados Unidos, no México e no Brasil. Alunos de todos os países têm aulas conjuntas em 50% do curso • O Profuturo FIA realiza pesquisa com apoio do CNPq sobre a introdução de veículos elétricos em São Paulo • Publicado o livro Mercado Popular no Brasil, de autoria dos professores James Wright e Renata Spers, com casos dos alunos do MBA Executivo Internacional
“A formação sólida se somou à experiência para impulsionar minha carreira. O processo iniciou-se ainda quando estava cursando o MBA. Ao seu término, já tinha atingido o objetivo traçado de ter duas promoções.” FABIO KOGA – TURMA 38
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• Morre, aos 104 anos, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer • Estreia do Facebook na bolsa • Barack Obama é reeleito presidente dos Estados Unidos • O governo federal privatiza os aeroportos de Guarulhos, Viracopos (ambos em São Paulo) e Brasília; a Infraero se mantém sócia com 49% do capital • Destaque no Executive MBA Council – MBA Executivo atinge grau de satisfação de egressos igual à amostra das 15 melhores escolas dos Estados Unidos • O professor James Wright e coautores ganharam o Prêmio Melhor Trabalho do Seminário Internacional de Administração da FEA-USP (SEMEAd) • O professor Leandro Morilhas defende tese de doutorado na USP sobre as operações de logística reversa em busca da sustentabilidade
“Ao me tornar empresário, tive que montar o plano de negócios, desde a estratégia de posicionamento da marca, passando por precificação. São temas que aprofundei ao longo do curso e que ajudaram a minha empresa a virar realidade.” RAFAEL PINHO BASTO – TURMA 39
“O MBA ajudou a me conectar e entender os diferentes mecanismos de mercados em constante evolução. Particularmente, as questões políticas das organizações sobre estratégias de empresas me ajudaram a refletir sobre meu papel na organização.” RODRIGO PERSICO – TURMA 40
“Fazer o MBA da FIA é abrir um horizonte de possibilidades e de descobertas. Como utilizá-las será uma decisão de cada participante.” OSMAIR FERNANDES VITOR – TURMA 41
2013 • O Profuturo FIA coordenou o projeto SP2040, realizado pela prefeitura de São Paulo com equipe da USP. O projeto construiu, de forma participativa, estratégias de desenvolvimento para a cidade com horizonte de 30 anos • O papa Bento XVI, numa decisão histórica, renuncia. Para seu lugar, é eleito o argentino Jorge Mario Bergoglio – o papa Francisco • O consórcio formado por Petrobras, CNOCC, CNPC, Total e Shell arremata o Campo de Libra para exploração de petróleo por 35 anos; não houve concorrentes • O brasileiro Roberto Azevedo assume como diretor-geral da OMC • Cristiane Emi Tsuboi, aluna do MBA Full Time – Turma 5, é homenageada em Londres como finalista do prêmio Student of the Year, da Association of MBAs (Amba), pela excelência acadêmica integrada a ação social nos Médicos Sem Fronteiras no Brasil e na África
• Manifestações populares tomam as ruas em todo o Brasil • Em novos leilões, o governo federal passa para a iniciativa privada os aeroportos Antonio Carlos Jobim (RJ) e Tancredo Neves (MG) • O professor Carlos Honorato defende tese de doutorado na USP sobre o perfil de liderança e a forma de comunicação dos executivos • O Profuturo FIA realiza estudos sobre impactos do veículo elétrico sobre a rede de distribuição de energia • Realizada a formatura da primeira turma do Americas MBA, na Vanderbilt University, nos Estados Unidos • A FIA é eleita pela segunda vez a escola mais inovadora da América do Sul, com destaque para a criação do Americas MBA
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EXPERIÊNCIA GLOBAL
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VIAGENS INTERNACIONAIS
E
mbora a maioria dos alunos já tivesse uma exposição internacional por causa do trabalho, a experiência de ter aulas em instituições fora do Brasil foi um sucesso desde o princípio – e se expandiu com o tempo. Tudo começou quando os coordenadores do curso perceberam que a globalização era importante e demandava aulas além das paredes da USP. A primeira viagem foi para a Vanderbilt Univesity, localizada em Nashville, no Tennessee. A decisão embutia outra razão além de James Wright ter feito mestrado lá. A escola tinha uma relação de longa data com a FEA, pois nos anos 1970, Vanderbilt realizou um longo trabalho em parceria com a USP para apoiar o desenvolvimento da pós-graduação da FEA. Nos anos 1980, com a crise econômica no Brasil, o intercâmbio com Vanderbilt havia estagnado. “Nos anos 1990, com o MBA, fomos o primeiro curso brasileiro a realizar viagens regulares de estudos ao exterior”, diz James. “As escolas proporcionavam uma programação integrada com o conteúdo do nosso curso, definida em conjunto conosco. Elas passaram a valorizar a participação dos experientes alunos brasileiros”, lembra James. Vanderbilt continua na programação até hoje, mas outros destinos foram adicionados. As turmas 13 e 14 foram recebidas na Universidade Católica, de Buenos Aires. O objetivo era entender a evolução do Mercosul e da Argentina como parceira comercial do Brasil. Foram dois anos de intercâmbio. Em 2000, a Argentina foi substituída pela Europa: City University, em Londres, na Inglaterra, e a E.M.Lyon, em Lyon, na França. No começo das viagens para a cidade francesa, segunda maior da França e importante centro industrial e logístico, os alunos tinham um programa especial: cada um deles era convidado para jantar com uma família local. Os encontros visavam ao convívio entre culturas e um conhecimento mais real do estilo de vida francês. Atualmente, o destino inglês dos brasileiros é a University of Cambridge. Viagem à Europa (2008)
As viagens internacionais | 41
Viagem à Europa (Londres – 2005)
Viagem aos Estados Unidos (Vanderbilt University – 2002)
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Viagem aos Estados Unidos (visita à Jack Daniel’s – 2010)
Viagem à China (visita técnica à Volvo – 2012)
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Viagem à Índia (2014)
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A China entrou na programação em 2005, graças a uma parceria com a Sun Yat-sen University, de Guangzhou. Atualmente, os alunos também passam uns dias na Tongji University, em Xangai. Guangzhou é a cidade onde começou a industrialização e o processo de abertura e exportação da China, e onde visitamos empresas tipicamente chinesas. O que mais surpreendeu o time brasileiro foi a organização da China visando ser uma grande potência econômica. O país articulou infraestrutura, parques tecnológicos, escolas técnicas, universidades, rodovias que vão direto para o porto e moradias para os trabalhadores. Outra constatação: os centros industriais têm galpões prontos para quem quiser instalar sua fábrica. Ao lado, já foram construídos os prédio de apartamentos para os funcionários. “O que vemos lá é que não tem como competir! O Brasil está atrasado e andando numa velocidade muito baixa. Os alunos vêm da China e falam que estão deprimidos. Por isso que, quando voltamos, criamos um grupo de políticas públicas para competitividade formado por ex-alunos”, diz James. Sobre a viagem à China, o ex-aluno Alberto Sansiviero Júnior, da Turma 39, disse numa reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em janeiro de 2013: “Visitei diferentes escolas e via como é alta a qualidade da formação de executivos por lá. Isso de certa forma tem permitido que a China se desenvolva mais rápido do que outros países”. A viagem pela Ásia não estaria completa sem a Índia, outro país pertencente ao grupo dos BRICS, junto com China, Brasil e Rússia. A passagem pelo pais acontece a cada dois anos. Segundo James Wright, o destino foi escolhido porque a Índia, hoje o segundo país mais populoso do mundo, deve ultrapassar a China até 2050, de acordo com previsões da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, diz James, encontra-se ali uma dinâmica empresarial intensa. “O país é um caos criativo muito grande. As empresas indianas estão crescendo e aparecendo, e o Brasil precisa estreitar parceria.” Os alunos atuais precisam fazer pelo menos duas das viagens internacionais programadas para cada turma. Dubai, nos Emirados Árabes, tem sido uma etapa opcional frequentes nessas viagens, com o Profuturo FIA organizando palestras específicas sobre o grande projeto estratégico que transformou Dubai em um hub internacional de negócios e turismo. Além das aulas, a programação de cada país inclui visitas a empresas, o que permite conhecer a cultura empresarial local. Integrando a equipe do MBA Executivo desde o seu lançamento, Ana Paula Oliveira Fraga Guimarães, formada em administração de empresas, gerencia a equipe administrativa do Programa e coordena com maestria toda a complexa logística e a programação das viagens internacionais de estudo. Ela participou da Turma 18 do MBA Executivo Internacional.
Viagens internacionais | 45
Burj Al Arab – Dubai
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Visita a Dubai (2011)
Viagem à Índia (Agra – 2012)
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Viagem Ă China (2012)
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CAUSOS DE VIAGEM
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Turma 8 – Causo relatado por Manabu Ogata “Durante a viagem para a Vanderbilt University, eu e uns colegas fomos a um parque para andar de montanha russa. Fiquei tão tenso nas subidas e descidas que durante a noite comecei a sentir dores no peito. Parecia um infarto. O professor James Wright me levou ao hospital e tive de fazer vários exames durante horas. No final, o médico disse que eram apenas dores musculares. No ano seguinte, minha esposa, aluna do mesmo MBA, ouviu do coordenador: ‘No ano passado, tivemos um aluno que precisou ser socorrido no hospital e agora tornou-se obrigatório ter um seguro saúde internacional’. Eu era esse cara.” TURMA 12 – Causo relatado, em nome da turma, por Donizete Silva “Em Nashville, terra da música country nos Estados Unidos, um dos colegas comprou um violão e, na visita à fábrica do Jack Daniel’s, muita gente comprou uísque. No último dia da viagem, a turma toda estava reunida num dos quartos tocando violão e tomando uísque. A alegria da turma brasileira chamou a atenção de outros hóspedes, que perguntavam se era possível se juntar a nós. Outro “show” de MPB foi improvisado em Atlanta, no embarque para o Brasil. Um dos colegas se entusiasmou tanto com o sucesso de público que começou a imitar a Tetê Espíndola. Embalado pelos aplausos, cantava com total desenvoltura, fazendo os trejeitos da cantora. Como o voo estava atrasado, a turma esgotou o estoque de cerveja do bar.” Turma 24 – Causo relatado por Octávio Luiz Bromatti “Viajei alguns dias antes para o módulo internacional em Cambridge, pois teria uma reunião de trabalho numa importante equipe de Fórmula 1 nos arredores de Londres. Durante os preparativos para a viagem fiquei sabendo que um colega de turma, Laurentino Gomes, também estaria em Londres a trabalho nos mesmos dias que eu. Nos encontramos e ele foi comigo à reunião, e aproveitamos para visitar as instalações da escuderia. Alguns anos depois, fiquei sabendo que Laurentino havia ido pesquisar sobre a família real portuguesa para seu livro 1808.” Turma 27 – Causo relatado por Jorge Tung “O causo sem dúvida mais pitoresco foi o jogo de futebol em Guangzhou contra chineses que jogavam em um campo de areia grossa. Era a primeira turma a viajar para a China. Nossa equipe suou muito, mas conseguiu um heroico empate contra os habilidosos e experientes jogadores locais!”
Causos de viagem | 51
King’s College – Cambridge
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Turma 32 – Causo relatado por Antonio Carlos de Campos “A turma que optou pela viagem à Ásia teve a oportunidade de visitar a Muralha da China, em Pequim. Todos tínhamos a meta de chegar ao final da escalada, e aconteceu uma grande solidariedade entre os colegas para que isso acontecesse. No caminho, eram visíveis na turma a vontade de chegar, a força mental e física para superar as adversidades e a humildade de reconhecer que por vezes não somos capazes. No fim, a felicidade de ter conseguido e a festa entre os que chegaram.” Turma 34 – Causo relatado por Leandro de Souza Lima Ventura “Estávamos num vinhedo em Lyon, para jantar, quando um de nossos amigos, Luiz Coimbra, começou a cantar ‘Parabéns pra você’ para uma de nossas colegas, a Ana Maria Costa. O dono do vinhedo resolveu, então, trazer um bolo de aniversário para comemorar a data. Entretanto, não era o dia do aniversário dela, mas pura brincadeira do Luiz. Ela ficou envergonhada e teve que aceitar a gentileza oferecida pelo nosso anfitrião. Foi muito divertido, parecíamos garotos do colégio, como nos velhos tempos.” Turma 35 – Causo relatado por Edélcio Aparecido Fonseca “Nossa turma costuma dizer que ‘o que foi feito na China fica na China’. Uma passagem interessante foi quando estávamos indo visitar a fábrica da Voith e o motorista do ônibus entrou na contramão em uma avenida extremamente movimentada em Pequim. Todos nós ficamos aflitos, mas a nossa guia ‘chinesa’ com a maior tranquilidade falou ‘isso é normal fiquem calmos’.” Turma 38 – Causo relatado por Danilo Ricardo Bono Zimmermann “Um momento bacana de integração aconteceu na viagem aos Estados Unidos. Estávamos em um bar com ótima música ao vivo em Memphis, quando, timidamente, um a um fomos ocupando a pista de dança e agitando a casa. A noite culminou com a performance dançante única de um de nossos colegas professores, que quase pisoteou uma linda jovem chinesa que acompanhava animadamente a dança dele... [história complementada pelo professor James].”
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Viagem à Europa (Cambridge – 2008)
Causos de viagem | 55
UM LUGAR PARA COMPARTILHAR EXPERIÊNCIAS
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ESCOLA DE LÍDERES
O
ano era 1993. Em dezembro do ano anterior, Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente eleito por voto popular após a ditadura de 1964, havia renunciado para evitar ser condenado e cassado pelo Senado. Era o mesmo Collor que entraria para a história por abrir o mercado nacional às importações. Carros, computadores, brinquedos e roupas começaram a chegar de todos os cantos como parte do projeto de controle da hiperinflação, até então obstinadamente posicionada acima dos dois dígitos por mês. Ao mesmo tempo, com a Usiminas, o governo daria início a um dos maiores processos de privatização de estatais já realizados no planeta. Aqueles que fizeram a leitura do que estava acontecendo no país concluíram logo: as mudanças haviam começado e a vida nas empresas brasileiras nunca mais seria a mesma. Era preciso se preparar para um novo tempo, mais difícil, mais competitivo e de concorrência globalizada. Foi o que fizeram os 26 alunos da primeira turma do MBA Executivo Internacional. O médico Ewaldo Russo, então uma sumidade nacional em diabetes, professor da Unifesp e dono de um pós-doutorado em Harvard, estava entre eles. Também sócio do laboratório Fleury, tinha assumido a cadeira de diretor financeiro-administrativo do laboratório, seu primeiro cargo executivo, sem qualquer experiência ou conhecimento de gestão. Temas como importação, governança e expansão da rede de laboratórios passaram a fazer parte de suas preocupações. “Fizemos nosso primeiro planejamento estratégico em 1992”, lembra Ewaldo. O médico era tão novo no mundo dos negócios que logo no primeiro dia de aula se deparou com uma dúvida: o que deveria vestir? Na dúvida, optou por terno e gravata. Ao chegar à sala, além de ser o único vestido a caráter, descobriu que também era o único a ter o nome antecedido por Dr. na plaquinha de identificação. “Eles (os coordenadores do curso) me aceitaram porque eu era diferente”, lembra. Como o Fleury, muitas empresas começaram a se inquietar com o futuro. “O principal desafio da Editora Abril era diversificar seus negócios, ampliar seu portfólio e consolidar as operações em Portugal e na Argentina”, diz René Agostinho, que em 1993 era assessor do presidente da maior editora de revistas da América Latina. Formado em comunicação, René Agostinho buscou o MBA motivado pela necessidade de obter uma visão mais generalista do negócio. Para o engenheiro Luiz Alexandre Mucerino, o MBA seria a chance de dar um salto de qualidade na própria empresa, uma construtora com base em São Paulo. Empreendedor que se fez sozinho após a faculdade, Mucerino percebeu que o setor de construção civil era um dos mais atrasados em gestão. Naquele primeiro ano, as aulas do MBA aconteciam na mais imponente sala da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP – a da Congregação. Além das instalações, Mucerino se empolgou com outro fato. “Fiquei impressionado com o nível dos colegas”, diz. “Parecia que eu tinha saído do jardim de infância.”
Escola de líderes | 57
Os primeiros 26 alunos pioneiros fizeram história para a educação executiva no Brasil – e abriram o caminho para quase 1.500 outros profissionais formados pelo MBA Executivo Internacional. Todos chegavam para o primeiro dia de aula com uma esperança: adquirir a capacidade de navegar num mundo cada vez mais incerto, veloz e flexível. “No momento do curso, o Brasil ainda se encontrava em crise e a empresa em que eu trabalhava era extremamente verticalizada, com problemas de qualidade. Era preciso fazer melhorias de processo”, lembra Manabu Ogata, aluno da Turma 8. Anos depois, ao se inscrever na Turma 23, o engenheiro eletrônico Eberson Tadeu Honório de Souza procurava ajuda, pois a empresa em que trabalhava se debatia para sobreviver num país diferente das últimas décadas: “O Brasil vivia um momento de maior controle inflacionário e um novo governo se iniciava. As empresas de um modo geral tinham necessidade de adaptar-se a um mundo que se tornava ainda mais global, e a nossa empresa precisava se internacionalizar”. Marcelo Pereira de Carvalho, agrônomo formado pela USP, era o proprietário de uma empresa cinco vezes menor do que é hoje quando se matriculou na Turma 26, em 2004. “Era a típica pequena empresa 100% dependente do dono, centralizada, sem processos nem autonomia”, diz ele. “O MBA me deu bagagem teórica e confiança pessoal graças ao processo de autoconhecimento. Não acho que seja possível citar um exemplo específico (no qual o MBA ajudou), mas, sim, que houve uma contribuição geral à minha formação profissional e executiva.” O MBA Executivo Internacional também tem sido ao longo destas duas décadas um porto seguro para profissionais que sentem necessidade de “repensar a carreira”, nas palavras de Antônio Carlos de Campos, da Turma 32. Profissional com larga experiência em exportação, ele conta que estava há 20 anos sem entrar numa sala de aula quando, após um ano sabático, decidiu que precisava preencher algumas lacunas de sua formação. “O MBA impulsionou minha carreira. Dois anos após o término do curso, dobrei meu salário e estou mais seguro e eficaz nas contribuições que faço para a empresa”, diz Antônio Carlos. Outro que viu resultados imediatos para a carreira após o curso foi Marcos Paganini Mattiuzzo, da Turma 25. “A ampliação da visão de negócios me permitiu, posteriormente à conclusão do curso, galgar uma posição de IT Manager, e ampliar essa atuação para a América Latina nos anos subsequentes.” Marcos foi em busca do curso ao avaliar um cenário nada otimista em 2004: o ex-presidente Lula estava completando seu primeiro ano de mandato e o mercado ainda desconfiava dos rumos que Brasília daria à economia; o crescimento era baixo, enquanto os juros batiam recordes internacionais. Para complicar um pouco mais sua vida, a empresa onde ele trabalhava iniciou uma série de mudanças na gestão. “O MBA deu a possibilidade de reinventar-me como profissional”, diz. A carência de líderes capazes de provocar mudanças, garantir crescimento sustentável e motivar pessoas sempre esteve na pauta das empresas – mas nunca foi tão debatida quanto nos anos 1990 e 2000 por causa das transformações econômicas, políticas e sociais em curso no Brasil e no mundo. O executivo Silvio Barros, da Turma 12, buscou o MBA porque percebeu essa crescente demanda por liderança empresarial. “O MBA fornece uma formação estruturada, dando ao aluno a oportunidade de interagir com diferentes pessoas e experiências de forma prática”, diz.
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De todas as disciplinas que frequentou ao longo do curso, Silvio diz ter aproveitado mais aquelas relacionadas à economia porque o ajudaram a ler e a entender as complexidades do Brasil e “sua economia imprevisível”. Até hoje esse aprendizado faz diferença no seu dia a dia de executivo de multinacional, chamado a dar constantes explicações à matriz sobre o comportamento do mercado local. “Realmente, isso não tem preço”, resume Silvio.
AS MULHERES Dos 31 alunos da Turma 43 do MBA Executivo Internacional, a última a ser constituída antes deste livro ser escrito, seis são mulheres, um percentual de 19,35% sobre o total de alunos. O número reflete a média histórica de mulheres matriculadas ao longo de 20 anos: 15,7%. Essa média, no entanto, esconde variações grandes entre um ano e outro, podendo saltar de zero (Turma 1) para 25% (Turma 42). A economista Maria Inês Caserta Scatena representou sozinha o sexo feminino no segundo grupo entre 23 colegas homens. Na turma seguinte, quatro mulheres apareceram – e entre elas estava a psicóloga Agnes Bucheroni Ezabella, então diretora do Sebrae São Paulo, responsável por áreas como financeiro, projetos e recursos humanos. “Eu sentia que precisava de um curso que me atualizasse em praticamente todas as áreas, que ampliasse minha visão empresarial e me desse mais confiança para atuar”, diz. Agnes encontrou o que procurava não porque era mulher, mas porque era uma profissional em busca de respostas, assim como seus colegas. Ela avalia hoje que o MBA a colocou em outro patamar profissional, o que a levou a ver o mundo de outra forma. Como resultado, engajou-se em trabalhos voluntários e mudou de carreira. Atualmente, é diretora financeira da ONG IPA Brasil – Associação Brasileira pelo Direito de Brincar e sócia de uma consultoria especializada em recursos humanos. Rosana Jamal Fernandes, da Turma 9, uma renomada executiva do setor de tecnologia, também diz ter ganhado uma nova perspectiva de mundo, de mercado e da própria carreira. “Entendi o meu papel como agente de mudança”, reflete. Um ano após formada, em 1997, Rosana trocou o CPqD, uma instituição pública, pelo cargo de diretora da multinacional Motorola, onde diz ter atingido “grandes resultados profissionais e pessoais”. Atualmente, atua como mentora de uma startup na região de Campinas, interior de São Paulo.
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SENIORIDADE Profissionais como Agnes e Rosana, assim como os demais alunos, foram escolhidos para fazer parte do MBA Executivo Internacional não pelo gênero, mas pela capacidade de provocar mudanças nas empresas e na sociedade. A senioridade das turmas sempre foi uma preocupação dos coordenadores. Enquanto os MBAs se popularizaram pelo país aceitando alunos cada vez mais jovens e, portanto, menos experientes, o MBA pioneiro da FIA manteve a barra elevada – pela idade, pelo tempo de experiência em cargos de gestão e pela capacidade de conhecimento. Com isso, conseguiu criar um fluxo de aprendizado tanto por meio dos professores quanto por meio dos colegas. “Minha turma foi muito bem montada, o que possibilitou uma abordagem ampla dos vários tópicos nos mais diversos níveis”, diz Silvio Teixeira Junior, que considera a sua Turma 24 simplesmente “a melhor”. Sua colega Patricia Holland vai além: “Na prática, muito do que executei pós-MBA tem um pouco da Turma 24, de repensar e liderar mudanças, modelos de negócios, moldar equipes e direcionar os resultados. Aprendemos muito disso com os exemplos em sala”. Octávio Bromatti faz coro às pessoas da 24: “Foi muito importante ter colegas participativos e colaborativos”. Como caso mais emblemático, o aluno “mais experiente” do MBA Executivo nestes 20 anos foi Javier Llussá, o sócio de Washington Olivetto que cuida da gestão do grupo. Mesmo tendo ingressado no MBA com mais de 40 anos de vivência profissional, Javier participou entusiasticamente de todas as atividades da sua turma e em muito contribuiu para o desenvolvimento dos colegas “menos experientes”.
Turma 5 (1995)
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Biblioteca FIA – Unidade Butantã
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UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA
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ARON ZYLBERMAN – TURMA 21 “Em 2001 eu estava em mais uma das encruzilhadas que as pessoas enfrentam na vida. Aos 53 anos de idade, havia terminado uma experiência empresarial exitosa, estava com algum dinheiro disponível para voltar a empreender, mas sem ter certeza do que fazer com a minha vida profissional. Por influência da minha mulher, resolvi realizar um sonho há muito adiado – voltar a estudar. Fui admitido no MBA Executivo Internacional, que teve as suas aulas iniciadas em março de 2002. Aconteceram coisas muito interessantes entre março de 2002 e a nossa formatura, em outubro de 2003. Eu vivi situações muito diferentes, entre elas virei aluno da minha mulher, a professora Tania Casado. Acho importante destacar que fui o orador da minha turma, o que me deu muita alegria – o mais velho da turma falando para um público que incluía os meus três filhos e a minha mulher, que era um dos professores homenageados. Mas o que eu quero destacar é a influência decisiva que esse MBA teve em minha vida pessoal e profissional. Eu já havia realizado alguns trabalhos voluntários, mas todos ligados à minha atividade profissional. A aula que começou a mudar a minha vida foi ministrada pelo professor Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu. O professor nos deu uma aula sobre responsabilidade social corporativa e, junto com ele, estava um ex-aluno da primeira turma do Executivo Internacional, Luiz Alexandre Mucerino, hoje um amigo querido. O Luiz era, na época, o presidente da Associação de Ex-Alunos dos MBAs da USP (antigo nome da AmbaFIA) e falou para nós sobre um projeto social chamado Gesc, que era conduzido por ex-alunos da FIA. Aceitei o convite para ser voluntário e desde então não parei mais com a minha atividade voluntária. Hoje eu sou o presidente da Associação dos Ex-Alunos da FIA e do Instituto Gesc e ainda participo dos conselhos de outras quatro organizações sem fins lucrativos. Por meio do trabalho voluntário no Gesc acabei me aprofundando no tema da responsabilidade socioambiental, participei de um projeto do World Bank Institute (WBI) e acabei me transformando em um consultor para a área de ética e responsabilidade socioambiental. Atualmente leciono em vários cursos da FIA e sou diretor do Instituto Cyrela. Estou com 65 anos de idade e não tenho a menor vontade de me aposentar. Pretendo continuar por muitos anos (pelo menos mais uns 15) a desenvolver trabalhos voluntários e lecionar na FIA, onde tenho o privilégio de colaborar na formação de uma nova geração de líderes que poderão influenciar o desenvolvimento sustentável da nossa sociedade. Quanto à querida Turma 21, continuamos nos encontrando regularmente. São sempre happy hours muito divertidos, em que aqueles deliciosos meses de convívio são relembrados e celebrados – muito celebrados.”
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DONIZETE SANTOS – TURMA 12 “O meu MBA foi aprovado no final dos anos 1990, quando o país e a SKF atravessavam um período de crise. O ok foi dado pelo presidente, mas logo depois ele deixou a empresa. O novo chefe não achava que era o momento para eu me dedicar a um curso que, para ele, seria mais importante para a minha carreira do que para o saneamento dos negócios da empresa. Por causa disso, meu MBA transcorreu num clima de certa tensão, principalmente devido às minhas ausências da empresa às sextas-feiras. Ao mesmo tempo, fiquei ainda mais decidido a provar para mim, para meu chefe e para meus colegas que o investimento no MBA traria uma expressiva contribuição não apenas à minha carreira, mas também aos nossos negócios. Durante as aulas, workshops, pesquisas, trabalhos e debates eu pensava como aquele aprendizado poderia me ajudar a crescer e a impulsionar de maneira prática a empresa. Um exemplo aconteceu na metade do curso. Após a discussão de um business case, pensei na reestruturação do atendimento ao cliente. Na época, o serviço era descentralizado em cada uma das cinco áreas de negócios. A qualidade do serviço não era a melhor e havia a sensação entre o time gerencial de que poderíamos explorar melhor as sinergias, além de reduzir as despesas. Levei o assunto para discussão com meu grupo de trabalho no MBA. A formação e a experiência diversificadas enriqueceram bastante as discussões, e o trabalho evoluiu rapidamente. Antes do final do curso, já tinha concluído o projeto de criação de uma área de business support, que centralizaria as atividades de customer service, logística e marketing. O projeto-piloto foi aprovado pela diretoria da SKF e sua aplicação foi feita rapidamente e sem resistência das áreas de negócios. Seis meses mais tarde, o projeto foi implementado com sucesso em todas as áreas de negócios. O MBA também contribuiu para impulsionar minha carreira. Quando iniciei o curso, era diretor de recursos humanos, mas o projeto de business support me colocou como diretor da nova área. Cerca de cinco anos após o início do MBA, veio a presidência da empresa. A aquisição de novos conhecimentos, a convivência com profissionais e professores de alto nível, de diversas formações e múltiplas experiências, bem como as ricas discussões de casos de negócios, fortaleceram minha autoconfiança para explorar o novo, o inusitado. Os projetos de sustentabilidade, a ênfase na ética e na responsabilidade social e as oportunidades de trabalho voluntário marcaram forte e definitivamente minha jornada empresarial. Na SKF, esses temas sempre foram relevantes, mas depois de minha experiência no MBA tornaram-se ainda mais influentes no nosso modo de fazer negócios e de interagir com a comunidade e a sociedade em geral. Na minha vida pessoal e familiar, sinto-me gratificado pelo envolvimento positivo em temas como meio ambiente, ética, responsabilidade social e compartilhamento. Por último, foram marcantes em meu MBA as reflexões sobre a vida, os planos futuros, além da consciência do legado que todos temos o direito e a responsabilidade de deixar.”
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EWALDO RUSSO – TURMA 1 “No começo dos anos 1990 minha situação era a seguinte: eu tinha um pós-doutorado em biologia molecular por Harvard, era professor da Unifesp, tinha publicado mais de 100 trabalhos científicos e também era um dos 15 médicos sócios do laboratório Fleury. Na empresa, havia uma regra que definia que os donos se revezavam nos cargos de direção – e eu havia me tornado diretor administrativo-financeiro sem conhecer nada do assunto. Estava me sentindo mal por não ter bagagem de gestão quando então vi no jornal que a FIA estava recrutando alunos para o MBA. Fui para a entrevista de seleção todo animado, levando debaixo do braço o planejamento estratégico que os sócios elaboraram para o Fleury no ano anterior. Acho que fui aceito por ser diferente – um médico junto com os executivos. Eu nem sabia como me comportar num ambiente desses e tive dúvidas até sobre a roupa que deveria usar no primeiro dia de aula. Confesso que o curso foi difícil porque a minha bagagem era pequena, especialmente em finanças. Afinal, o médico passa nove anos na faculdade sem fazer uma conta. Logo decidi que queria orientar meu TCC para algo que fosse útil para o Fleury, algum projeto que levasse à sua expansão. Decidi estudar se valia a pena criar uma rede de franquias. Fui visitar o McDonald’s e o Boticário para aprender. No final, o trabalho foi importante para eu descobrir que o Fleury não devia fazer franquia, pois não combinava com o tipo de serviço que queríamos prestar. O fato de ter ido buscar conhecimento deu credibilidade diante dos sócios. Em 1997, virei presidente e comecei a comandar a expansão do Fleury. Mapeamos o mercado e começamos a abrir filiais. Pegamos dinheiro emprestado no BNDES e no Banco Mundial. Implantamos o hábito de fazer planejamento estratégico a cada dois anos. Com a ajuda do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), profissionalizamos a gestão. Toda a diretoria seria contratada e os sócios foram deslocados para o conselho de administração. Posicionamos o Fleury como um centro de medicina diagnóstica, como um laboratório premium. E, sendo uma empresa de serviço, entendemos nossa dependência das pessoas que fazem o atendimento ao cliente. Passamos a trabalhar na retenção de talentos. Além das aulas e dos professores, outra coisa que ajudou foi a turma: os colegas tinham cabeça de executivo. Eu, como médico, sempre tive uma cabeça mais social. Lembro das nossas discussões e de como foi surgindo a ideia de criar o que viria a ser, no futuro, o Gesc. O MBA, enfim, deu o embasamento que me levou a mudar radicalmente minha vida, me desligando completamente das atividades na Unifesp e da medicina. O que passou a me motivar foi a possibilidade de construir um projeto com um grupo de pessoas comprometidas com uma missão. Creio que fizemos isso no Fleury.
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FIA – Unidade Butantã (2004)
Viagem à Europa (E.M.Lyon – 2011)
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Formatura 2013 (Espaรงo Apas)
FIA - Unidade Butantรฃ 2001
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LUIZ ALEXANDRE MUCERINO – TURMA 1 “Eu lembro que as aulas daquela primeira turma aconteciam na sala da Congregação, na FEA. Cheguei ali por indicação do professor Rubens da Costa Santos, que estava fazendo um trabalho de consultoria na minha empresa. Ele havia indicado o curso e falado do quanto poderia agregar ao meu conhecimento de gestão. Quando cheguei, logo fiquei impressionado com o nível dos colegas. Eu era um self-made-man, mas estava acostumado ao ambiente pouco profissional da construção civil. Na sala da Congregação, ao meu lado estavam gente como Ewaldo Russo, do Fleury, Nilo Martire Neto, um executivo e pesquisador que tem várias patentes, Arnaldo Nissentahl, diretor do Bradesco, além de outros executivos de grandes empresas. Embora eu tivesse cursado engenharia e direito, nunca tinha visto matérias como Macroeconomia ou Marketing. Aprendi muito com alguns professores: desde a capacidade de análise de cenários de James Wright, passando por economia com Eduardo Vasconcelos até gestão de pessoas com Joel Dutra. Já o professor Jacques Marcovitch me fez delinear o sonho de um mundo melhor. Para o meu TCC, escolhi aprofundar-me em um tema que há muitos anos vinha sendo uma das minhas crenças como empresário: a administração participativa. Ao final, concluí que a democracia é muito difícil do ponto de vista operacional. O meu grande equívoco como empresário foi abrir discussões sobre coisas que as pessoas não têm condições de entender. Em outras palavras, idealmente a experiência em administração participaria é boa, mas não funciona na prática. Por outro lado, se hoje estou engajado no Terceiro Setor, isso se deve ao MBA. Nasceu na nossa turma a ideia de montar a AmbaFIA com a preocupação de formar gestores de entidades sociais. Mais tarde, a associação criaria o Instituto Gesc, voltado para dar escala à formação desses profissionais. Atualmente, ainda estou no conselho do IGesc, mas me envolvi com diversas outras ações de Terceiro Setor. Sou presidente da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, vice-presidente do Instituto Jatobá, membro do conselho do Instituto Akatu, além de outras entidades.
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Enfim, o MBA foi uma experiência riquíssima para a minha vida.”
MARCIA MELIS – Turma 26 “Eu não consigo mais me lembrar do dia em que resolvi fazer o MBA Executivo Internacional da FIA. Logo eu que toda vida me dediquei às ciências humanas, desde que fiz o velho Clássico, que nem existe mais, e engrenei na carreira de jornalista, depois de flertar com história. Matemática? Sempre um pesadelo. Definitivamente, não era uma pessoa de números, mas alguém que pensa por caminhos sinuosos, não resiste a um atalho, que prefere dúvidas e surpresas às certezas. Mas eu era gestora de um negócio. Sou ambiciosa e queria fazer bem o meu trabalho. Por isso, procurei uma complementação que desse um pouco de lastro a uma formação eclética e multifacetada. Lembro-me bem, no entanto, do exame para entrar na FIA. Prova de matemática. Terror! Eu nem entendia o enunciado das questões. E nunca tinha visto uma calculadora HP. Mas tinha uma redação. Aí, nadei de braçada. E aproveitei para passar meu recado. “Não se assustem com minha ausência de raciocínio matemático. Tenho outras habilidades que podem ser complementares e úteis à turma.” Era meu único argumento para prosseguir com meus planos. E funcionou! A direção da FIA foi corajosa, tenho que admitir, pois topou o desafio de confiar naquele ET como um tempero exótico em uma turma tão competente em finanças e ciências exatas. A receita deu certo. Depois do estranhamento inicial de ambas as partes, o gelo foi se quebrando e a “liga” se consolidando. Diferentes olhares se contrapondo, visões antagônicas que geravam belas discussões. Na Turma 26 também tinha um chinês, o Li. Verdade que era um chinês meio paraguaio, como gostávamos de brincar, já que era grande, falante, engraçado, piadista. Ficava fascinada vendo ele anotar as aulas em mandarim. Poucas mulheres na Turma 26. E a maioria engenheira ou da área de finanças. Até entre as mulheres eu era um ET. Quem imaginaria naquela época quão boas amigas nos tornaríamos? Muita coisa aconteceu nesse um ano e meio de tão intensa convivência. Além das aulas, nos encontrávamos para um churrasco, uma partida de futebol (eles, é claro!) ou animadas festas juninas. Sempre com nossas famílias, numa turma estendida. Até uma gravidez foi curtida pelo grupo. Rejane deu à luz a Rafael, no meio do curso. Que outra turma da FIA teve um bebê para chamar de seu? Até o dia da formatura, amizades se solidificaram na diferença e na complementaridade. Em que campo fértil jogamos nossas vidas. Um tesouro que dura até hoje. Nos formamos em 2005. Passada quase uma década, ainda nos falamos todos os meses. Uma boa parte da turma ainda se encontra para deliciosos happy hours. Mesmo quem mora longe não deixa de se comunicar. Janaína, de Joinville. Carlinha, primeiro da China e agora do Rio. Caviola, Marcelo, Patrick e Tadeu, do interior de São Paulo. Até nosso chinês paraguaio, de volta ao seu país, não deixa de aparecer quando vem ao Brasil. Chris, Juliana, Solange sempre por perto, queridas, assim como Yoji, Lutti, Hélio, Ivan, Rodrigo, Prats, Marcos, Paulo, Renato, Alexandre, Edu, Fábio, André... Não foi só aprendizado rico para impulsionar nossas carreiras. A Turma 26 ganhou muito mais do que isso. Não sou mais um ET no meio dela. Sei que trocamos sabedorias e vivências. Somos hoje, todos, pessoas melhores.”
Estudantes | 69
OLGA COLPO – TURMA 14 “Com 14 anos, eu já trabalhava. Com 23, fui mãe. Com 32, me tornei a primeira mulher a ser sócia da Coopers & Lybrand na América Latina. E, embora eu sempre tenha sido ávida por estudar, em 1998 achei que era hora de investir numa formação mais consistente em negócios. Selecionei a FIA porque os professores da USP garantiam a multiplicidade de pensamentos que eu procurava. Eu era uma das pessoas mais seniores da turma, mas sempre me senti estimulada intelectualmente por meus colegas. Eles me fizeram questionar as minhas certezas – aquelas verdades absolutas que assumimos quando se tem muita experiência. Na minha carreira, o impacto mais visível foi ter adquirido segurança e profundidade em minhas ações. Quando a Coopers se fundiu à Price, no final dos anos 1990, o escopo da minha atuação foi aumentado. Eu assumi toda a consultoria em organização, gestão e capital humano para as Américas Central e do Sul. Graças ao MBA, me tornei uma consultora mais completa, com um arcabouço maior para apoiar os clientes. Também pude me envolver em atividades pioneiras dentro da Price, como o desenvolvimento de uma estratégia para sustentabilidade, além da reestruturação do nosso modelo de atuação em empresas familiares. Para mim, até hoje a marca FIA carrega uma simbologia de credibilidade, respeito e excelência. Estar lá me permitiu conexões com pessoas que me mantêm atualizada e que me instigam intelectualmente. Até hoje a minha turma se reúne para discutir o que está acontecendo no Brasil e no mundo. O professor Simão Silber, que foi nosso paraninfo, é presença constante nesses encontros. Dois legados do MBA me orgulham em especial: eu ter me tornado professora de Change Management nas turmas seguintes e ser convidada para integrar o Conselho Consultivo de Cursos do Profuturo FIA. São duas coisas que eu amo e que devo ao MBA.”
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OSCAR BORONAT – TURMA 2 “Em 1992, a minha carreira havia atingido um ponto em que a única alternativa para crescer era o cargo de CEO. Havia quase dez anos que eu não entrava numa sala de aula que não fosse para palestra ou programas de curta duração. Ao me matricular no MBA, pensava em trocar experiências, atualizar minha caixa de ferramentas. Mal sabia que, além disso tudo, aguardava-me um processo espontâneo de profunda reflexão sobre o direcionamento da minha carreira não só profissional, mas também familiar, social e de desenvolvimento pessoal. Eu tinha quatro ou cinco anos mais do que a média de idade da turma. Quando fui entrevistado no processo de seleção, a primeira reação da comissão selecionadora foi de que o programa poderia estar aquém das minhas expectativas. Minha argumentação foi a longa ausência das atividades acadêmicas. Ao final foi-me colocada uma gentil condição, a de que eu fosse, além de participante do programa, um observador das oportunidades de melhoria do programa, com foco no benefício prático para as organizações. Participar, observar, sugerir, discutir... era tudo o que eu gostaria de fazer! Tão logo as atividades se iniciaram, percebi que entrara num processo não previsto de voltar-me para dentro de mim mesmo. Muitas respostas e até perguntas não imaginadas começaram a aflorar. Por isso, logo que o desafio de definir o tema do TCC se apresentou, escolhi buscar respostas para as minhas dúvidas. Foi assim que mergulhei em temas como motivação, qualidade de vida, valores, realizações, competências e habilidades, autoconhecimento e planejamento de carreira. Depois de muito pesquisar, descobri que montado um processo de Planejamento de Carreira que, associado à minha vivência, se transformaria num produto de coaching executivo para os primeiros homens das organizações. Eu montara o que o professor Jacques Marcovitch havia descrito, “uma agenda ampla do executivo!”. No dia da apresentação do TCC, agendada para a última sessão, eu voltava de uma viagem aos Estados Unidos. Entrei na sala preocupado com a minha abordagem, que falava exclusivamente das pessoas. A turma estava toda lá e, como ela havia sido uma das bases da pesquisa, haveria uma devolutiva de certa forma, falando deles mesmos, de nós. Todos estavam relaxados e alegres. Tirei minha apresentação do fundo do peito e quando terminei só ouvi uma explosão de palmas. Depois disso, sob o título de Planejamento de Carreira para Executivos, apresentei regularmente meu TCC para as turmas seguintes do MBA. Mesmo quando fui trabalhar como CEO na Europa, ministrei o módulo na Judge Business School, da University of Cambridge, durante a viagem internacional de várias turmas. Estes últimos 20 anos fizeram muita diferença para a Fundação Instituto de Administração e para mim pessoalmente. Hoje sou consultor de liderança e governança, coach executivo e membro de conselhos de administração. O MBA foi um ciclo transformador, de inspiração e desenvolvimento pessoal, que nunca mais terminou.”
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SILVIO RANGEL – TURMA 11 “Todas as disciplinas, em algum momento, contribuíram no dia a dia de meu trabalho, e algumas, no futuro, certamente ainda vão contribuir. Eu estava assumindo o cargo de diretor administrativo e financeiro do fundo de pensão de Itaipu, que possuía pouco mais de 200 milhões de reais de patrimônio. As aulas do professor Jacques Marcovitch foram fundamentais para o desenvolvimento de minha percepção estratégica. O livro por ele usado como referência, O Futuro do Capitalismo, de Lester Thurow, me auxiliou na antecipação de tendências que estão moldando o mundo. Importantíssimas foram as aulas do professor Abraham Yu, durante as quais tomei o primeiro contato com o processo de ancoragem em decisões de risco. As disciplinas relacionadas a temas contábeis e de finanças me forneceram base conceitual e acadêmica para entender e atuar de forma técnica. O divertido e disputado “jogo de empresas” aguçou minha competitividade. O módulo internacional de logística foi fundamental para subsidiar decisões reais de alocação de recursos de nosso fundo de pensão. As aulas do professor Joel Dutra incentivaram meu planejamento de vida e a retomada de projetos antigos, que culminaram na decisão de ingressar no curso de direito. Hoje, 15 anos depois de ter cursado o MBA, ainda me vejo conectando alguns pontos daquela formação que recebi, aplicando-a em decisões relevantes como diretor superintendente de um fundo de pensão cujo patrimônio já alcança 2,5 bilhões de reais. Acredito que o MBA me capacitou a assumir novos desafios e exercê-los com um nível técnico elevado. Depois de atuar como diretor administrativo e financeiro, atuei como diretor de seguridade e, desde 2006, como diretor superintendente de fundo de pensão. Atualmente ocupo posições de membro do conselho de administração da Associação Brasileira dos Fundos de Pensão (Abrapp), membro da comissão nacional técnica de investimentos da Abrapp, membro da comissão de equities da BM&FBovespa, e em 2007 fui eleito dirigente regional sul no segmento de previdência complementar. Atuo como palestrante em eventos nacionais e internacionais nas áreas de previdência, investimentos e governança, e sou professor de cursos de pós-graduação em direito, no qual ministro o módulo de previdência complementar. Posso afirmar que tal trajetória teria sido mais difícil se, durante a transição de carreira de gestão de TI para gestão de previdência, eu não tivesse tido a oportunidade de cursar o MBA Executivo Internacional da FIA.”
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MOMENTOS DE LAZER
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ENTRE CASOS E CAUSOS
A
o longo de 20 anos, as turmas do MBA Executivo Internacional estudaram centenas de casos de empresas, mas também colecionaram causos engraçados em sala de aula e fora dela. As viagens internacionais, os happy hours e as “fugas” para almoçar renderam boas histórias. Aqui você encontra uma seleção das mais pitorescas – pelo menos daquelas que ficaram conhecidas.
TURMA 6 – Causo relatado por Alexandre Gomes Moreira e Luiz Antonio Valentim Rodrigues “Fizemos uma viagem para conhecer a Vale do Rio Doce em Carajás, no Pará. Não imaginávamos o tamanho e a imensidão das jazidas de minério de ferro nem como os tratores gigantes nos faziam parecer pequeninos na terra dos gigantes. O mais divertido aconteceu no trem que nos levou até lá. Brincávamos como adolescentes nos vagões executivos. Era sempre um prazer estar com os colegas nas aulas e nas brincadeiras (fora da classe...é claro!).” TURMA 12 – Causo relatado, em nome da turma, por Donizete Silva “Nossas aulas aos sábados tinham um breve intervalo para almoço, que acontecia, em geral, nas instalações da FIA. Um dia, porém, alguns colegas programaram um esquema vap-vupt para almoçar feijoada no tradicional Bolinha, a uns 20 minutos da escola. Cerca de uma dúzia de alunos aderiram, mas os outros, mais equilibrados, argumentaram que o prato não era adequado para quem teria uma tarde de aulas. Os que foram juraram que não tomaram caipirinha nem cerveja. Os que não foram resolveram se divertir às custas dos sonolentos colegas: decidiram prolongar a aula o máximo que puderam, mantendo um debate quente até tarde. Para pôr um ponto final na questão, foi combinada uma feijoada completa no sábado seguinte, no qual não teríamos aula. Tudo acabou em feijoada, caipirinha, gostosas cervejas e a promessa de vingança da parte dos ‘prejudicados’ com a extensão da aula.”
Entre casos e causos | 75
Turma 14 – Causo relatado por Leandro Fraga Guimarães “Começou antes do curso. A Ana Paula Oliveira aplicava a prova de inglês, na FEA, quando a sala foi invadida por um professor da casa, histérico, reivindicando o espaço (‘Esta sala é minha!’). A forma como ela contornou a situação, gerenciando o colérico professor e nos conduzindo em segurança para uma nova sala, chamou a minha atenção definitivamente. Outras razões de admiração não faltaram ao longo do curso, de tão bem cuidados que fomos. E as viagens à Argentina e aos Estados Unidos acabaram nos tornando mais próximos. Um par de anos depois de terminado o curso, o namoro começa, o casamento acontece. Eu digo sempre que ninguém nunca foi tão beneficiado com um curso de MBA como eu: além de todo conhecimento, visão estratégica, networking e amigos queridos, encontrei a Ana Paula. E quem a conhece me dá toda razão.” Turma 24 – Causo relatado por Patricia Holland “Logo depois de ter sido aprovada para o MBA, também fiquei sabendo que estava grávida da Victoria! Em seguida, no segundo mês de gravidez, tive de fazer uma cirurgia no pé. Com isso, nos dois primeiros meses de aula, mudaram a sala de aula para o térreo, para facilitar a locomoção da ‘grávida de muletas’. A Victoria se desenvolveu com o MBA e nasceu nas férias. Quando voltamos, eu a amamentava nos intervalos das aulas.” Turma 36 – Causo relatado por Ricardo Santana Maltez “Numa das aulas, o professor faltou por razões de saúde. A aula acabou sendo ministrada por um dos colegas, um executivo da Unilever. Uma excelente experiência, uma solução muito boa e uma demonstração da qualidade da turma.”
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Churrasco de confraternização (2005)
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PROFESSORES QUE FIZERAM HISTÓRIA
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OS MESTRES PIONEIROS “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” - Cora Coralina
H
avia uma regra não escrita nos primórdios do que é hoje o MBA Executivo Internacional: somente professores doutores vinculados à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP poderiam ensinar no curso. Essa régua de qualidade só era quebrada em dois casos excepcionais: a vinda de um professor de faculdade estrangeira ou o convite a um renomado profissional de mercado. O rigor com o corpo docente se mostrou tão acertado que só muito tempo depois foi flexibilizado. Estavam naquele time nomes como Jacques Marcovitch, que se tornaria reitor da USP anos depois, Simão Silber, Lino Rodrigues, Joel Dutra, Eduardo Vasconcelos, James Wright, entre outros. Eram – e continuam sendo – todos sumidades em seu campo de atuação. O desafio desses pioneiros era inédito nas salas de aula da FEA (onde as primeiras turmas aconteceram): alinhar profundidade teórica a experiência prática. “Tínhamos o desafio de mudar vidas, de mudar as empresas, de mudar o país”, diz Luiz Gaj, hoje professor aposentado da FEA e que trazia para o MBA uma experiência de 35 anos como consultor de empresas. Afinal, seus alunos iriam liderar as organizações locais que queriam ser competitivas globalmente. Luiz lembra que havia, claro, uma preocupação em ensinar as competências técnicas, mas prevalecia o desejo de formar líderes com valores éticos, humanos e morais. A visão sistêmica dos negócios – hoje um dos principais diferenciais mercadológicos do MBA Executivo Internacional – teve início na primeira turma. James Wright, coordenador do curso, queria que as disciplinas “conversassem entre si”. Para garantir isso, ele assistia pessoalmente a todas as aulas. “Eu fazia a ligação entre os assuntos e os professores. A ideia era ter a interdisciplinaridade”, diz. Jacques Marcovitch, que era o presidente da FIA na época do lançamento do curso, destaca: “O conceito principal era que a sala de aula seria um espaço para a construção do conhecimento entre aluno e professor”. No time dos professores internacionais, o primeiro convidado foi Robert William House, da Vanderbilt University, de Nashville, Tennessee, nos Estados Unidos. Havia muitos anos que a FEA mantinha relações com a Vanderbilt, que na dácada de 1970 ajudou a fortalecer a pós-graduação da FEA. Independente da FEA, James Wright cursou mestrado na escola americana, onde foi aluno de Robert House. Desde então, uma sólida parceria se estabeleceu – e todas as turmas de James, desde 1995, passam uma temporada em Vanderbilt tendo aulas e conhecendo empresas de lá. Naquela primeira turma, o encerramento do curso foi feito por outro professor estrangeiro: John Child, da University of Cambridge, que falou sobre alianças estratégicas. Nos relatos a seguir, em primeira pessoa, um pouco da visão dos professores sobre o MBA Executivo Internacional.
Os mestres pioneiros | 79
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Professor James Wright apresenta o modelo geral que orienta o curso: análise do ambiente externo, estudo de casos e áreas funcionais, e uma síntese com criatividade, responsabilidade social e transformação estratégica
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Antonio Carlos Aidar Sauaia
Professor de Gestão Simulada | Atualmente, dá apoio a jovens professores da disciplina | PhD em Administração de Empresas pela FEA-USP “Era uma tarde de sábado em novembro de 2010, já no encerramento do seminário Jogo de Empresas, no final do curso. A classe estava toda mobilizada pela aula quando me dirigi ao grupo e indaguei: ‘O jogo acabou?’. Todos reconhecemos que o jogo jamais terminaria e seguiria seu curso pela via profissional. Aquele momento me levou a redigir um poema em homenagem aos participantes do MBA Executivo Internacional.” O Jogo Acabou? Por Antonio Sauaia
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O jogo acabou? Não basta saber! Com o conhecimento Há algo a fazer
São muitas cabeças Combinando dados Na informação Planos apoiados
Não há perdedores Neste ambiente Praticar conceitos Exercita a mente
Um caso intrincado Descrito num texto Foi apresentado Só como pretexto
O que vem primeiro? O cenário externo Descreve o tempero Ao plano interno
O Jogo acabou? Tremendo engano Ele só começou Revise seu plano
O grupo formado Trouxe o desafio Desorganizado, Está por um fio
Quais são os recursos? Existem gargalos? Tantas teorias Vazando nos ralos
Não olhe para fora Pergunte por dentro Qual é sua praia? Qual é seu tormento?
Nos novos papéis Residem conflitos Com as teorias Testamos os mitos
Cunhar uma hipótese Rever três autores Propor um problema Testar os humores
Na próxima etapa Com maturidade A chance não escapa Persiga a verdade
O tempo é escasso Dados incompletos De indagações Estamos repletos
Criar a estratégia Na competição Fazer e medir Com sustentação
Seja na família Seja na empresa Viver vale a pena Exige destreza
Qual é o problema? É a questão-chave! Oportunidade ou Ameaça grave?
No indicador Está o resultado Maximizar TIR E ser festejado
Encare o conflito Questione um mito Procure um amigo O resto é contigo!
Eduardo Pinheiro Gondim de Vasconcellos
Professor de Inovação e Tecnologia | PhD em Administracão de Empresas pela FEA-USP “Boas ideias sempre fizeram parte do dia a dia do MBA Executivo. Todas as inovações adotadas possibilitaram a expansão de um ciclo muito positivo, criando desde a primeira turma um alto grau de fidelização entre os alunos. Como consequência, as empresas começaram a mandar seus executivos, e o curso não parou de crescer. Para mim, tem sido um prazer circular por empresas e ver meus alunos em cargos de diretoria. Na Embraer, por exemplo, um deles de tornou presidente (o executivo Frederico Fleury Curado é da Turma 10). Aprendemos muito com os alunos e eles nos abrem portas importantes para estudos de casos em empresas que hoje dirigem. Atualmente, alguns desafios estão colocados para os MBAs de todo o mundo. Creio que o maior deles é a crescente tendência do uso da tecnologia no ensino. A FIA tem acompanhado essas transformações, mas já existem tecnologias muita mais sofisticadas de ensino a distância para as quais precisamos nos atentar. Hoje, o aluno pode estudar com professores de diversas partes do mundo sem precisar estar fisicamente presentes no mesmo lugar. São tendências que chegam para transformar o ensino – e precisamos acompanhá-las.”
Os mestres pioneiros | 83
Henrique Luiz Correa
Professor de Gestão de Operações | PhD em Gestão de Operações pela Warwick Business School (Reino Unido) “O MBA Executivo Internacional sempre me impressionou pelo calibre dos participantes, com muitos presidentes e vice-presidentes nas classes. Os alunos demonstram uma atitude positiva, construtiva, de aprendizado. Sempre os utilizava como ‘cobaias de alto nível’, propondo a eles textos que subsequentemente virariam capítulos dos meus livros. Tenho ensinado grupos de MBAs no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa em instituições de ponta, mas os estudantes do MBA Executivo Internacional continua me impressionando. O programa foi inteligentemente desenhado, com uma entrega de alta qualidade, excelentes professores e uma equipe altamente qualificada. O curso tem uma importância ímpar para o Brasil não só pelo pioneirismo e pela visão de pessoas brilhantes que o conduzem, mas pela capacidade de execução e de atração de alunos de altíssimo nível – líderes que saíram das salas de aula da FIA com suas habilidades arredondadas e aperfeiçoadas para ocupar posições no topo das instituições onde trabalham.”
84 | Escola de Líderes
Jacques Marcovitch
Professor desde a primeira turma | PhD em Administração pela FEA-USP e pós-doutor pelo International Management Institute (Suíça) | Ex-reitor da USP “O Brasil estava se reinserindo na economia mundial, saindo do isolamento imposto pela ditadura militar, quando começamos a conceber um MBA para a FIA, por volta de 1991. Pensamos acertadamente que esse novo Brasil, de democracia consolidada e economia aberta, precisaria de novas lideranças empresariais. Depois de muitas discussões, concluímos que o curso deveria trazer duas inovações: seria uma pós-graduação lato sensu e ofereceria formação orientada para o trabalho. Acredito que três fatores garantiram o sucesso do MBA desde o princípio: o curso respondia a uma demanda reprimida dos executivos por educação continuada (naquela época, para fazer um MBA era preciso sair do país), era um projeto criativo e sólido e teve em James Wright um líder competente, capaz de liderar esse processo. Eu tenho o privilégio de abrir e fechar as turmas. No começo, eu fazia quatro sessões iniciais, mas depois mudamos para três sessões no início e três no final. No primeiro contato dos alunos com o MBA, falamos de tendências mundiais, de pioneirismo empresarial e dos desafios estruturais do Brasil. Quando estão prestes a ir embora, 18 meses depois, exercitamos a capacidade de ler o passado e compreender o futuro. No último dia, delineamos uma agenda para o futuro, cada um faz seu projeto de vida. Eu sou apenas o mediador, tenho o papel de estimular o debate. A aula não é fechada; permite ao aluno trazer suas inquietudes e abordar temas concretos. Conviver com essas pessoas faz com que eu sempre saia da aula diferente do que entrei. É uma aula de construção coletiva, dinâmica, de geração de conhecimento. Os alunos são profissionais conectados com a realidade, abertos a discussão e a lidar com complexidades, abordam grandes temas mundiais.”
Os mestres pioneiros | 85
Joel Dutra
Professor de Recursos Humanos e Carreira | PhD em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo “O MBA Executivo Internacional praticamente inaugurou a oferta desse tipo de curso no Brasil e, desde então, tem atuado como um balizador para o mercado. Seu surgimento se dá no momento em que o Brasil, a partir dos anos 1990, passa a operar num ambiente competitivo, de economia de mercado. Até então, as empresas eram administradas por um técnico ou um empreendedor que não necessitavam dominar técnicas de gestão. Quando o mercado passa a exigir habilidades de liderança e competências para agregar valor ao negócio em um ambiente competitivo, os executivos descobrem que precisam voltar aos bancos escolares. O MBA Executivo se inseriu neste contexto de maior competitividade, de globalização, e foi pioneiro a estruturar um intercâmbio regular com outros países. Outro diferencial é a capacidade de reunir professores que estão pesquisando o contexto brasileiro e mundial, mas também estão conectados com a prática das organizações. Creio que essa deva ser a melhor postura para o futuro.”
86 | Escola de Líderes
Juarez Rizzieri
Professor de Perspectivas Econômicas para o Brasil | PhD em Economia pela Universidade de São Paulo e pós-doutor pela University of Houston (EUA) “Desde os primórdios do MBA Executivo Internacional, venho ministrando o curso de Cenários e Perspectivas para a Economia Brasileira. Ao longo do tempo, a disciplina evoluiu muito em conteúdo técnico e vem se consolidando por meio de intercâmbio com escolas similares de outros países. O pioneirismo e a organização competente desse curso de padrão internacional têm sido fundamentais para superar os desafios impostos por um país que ainda demonstra estar enraizado num protecionismo histórico. Nosso objetivo é mostrar que a globalização é uma porta aberta ao desenvolvimento político, econômico e social do Brasil. O MBA tem conquistado a credibilidade e o reconhecimento nacional e internacional, e sinto-me honrado de ter participado e contribuído um pouco, como professor, da trajetória de sucesso dessa bela obra acadêmica.”
Os mestres pioneiros | 87
Lino Nogueira Rodrigues Filho Professor de Marketing Estratégico e Competitividade | PhD em Administração de Empresas pela FEA-USP
“As aulas no MBA Executivo Internacional permitem um rico processo de ensino e aprendizado devido à maturidade e à experiência dos alunos. O professor pode desenvolver, discutir e validar conceitos em sala de aula. O lado negativo é que os alunos têm menos tempo de leitura, por isso as aulas precisam ser estimuladas por muitas discussões e participações intensas de todo o grupo. Mesmo assim, quando penso no futuro, acho imperativo que sejam mantidas as mesmas características de maturidade e experiência dos estudantes dos tempos de criação do curso. Além disso, creio que o MBA deve ampliar sua participação virtual. É preciso colocar metas para o próximo ano de avanço de 30%; e para cinco anos de 50% e até 60% no uso das tecnologias de ensino a distância. Também é preciso atenção ao ‘i’ de ‘imagem’ e ao ‘e’ de ‘efetivação’. Para alguns alunos, o curso serve como promoção da autoimagem, mas o desejo é que o nosso MBA posso valorizar cada vez mais a efetividade do pós-curso. Lembro aqui uma frase de Daniel Boorstin (historiador americano) que eu usava com frequência na sala de aula: ‘O maior obstáculo ao progresso não é a ignorância, e sim a ilusão do conhecimento’.”
88 | Escola de Líderes
LUIZ GAJ
Professor de Estratégia, aposentado da FEA-USP após 26 anos de aulas “Em 1997, quando comecei a dar aula no MBA Executivo Internacional, éramos em três professores na disciplina de Estratégia: Jacques Marcovitch, James Wright e eu. Foi uma satisfação fazer parte daquela equipe. O meu desafio pessoal era corresponder às expectativas dos alunos, que eram mais experientes e maduros. Felizmente, a avaliação deles para as minhas aulas sempre oscilou entre o bom e o ótimo. Eu queria participar do desenvolvimento tanto da carreira deles quanto de suas empresas. Queria formar os futuros dirigentes das organizações e, por isso, além da parte técnica, foquei em passar valores éticos. Não era apenas fornecer instrumentos, mas discutir comportamentos. Lembro que as perguntas e provocações em sala de aula foram fundamentais para o desenvolvimento do conceito que eu chamei de 8 Visões da Estratégia, apresentadas no livro O Estrategista – Do Pensamento à Ação Estratégica na Organização (Pearson, 2002). Trata-se de um conjunto de ferramentas de diagnóstico de problemas que se materializaram nas discussões em sala de aula. Tive grandes conquistas durante o período em que dei aulas na FIA, até 2005. Entre elas, lembro com carinho a homenagem que recebi das turmas 23 e 24. Ao me aposentar após 26 anos dando aulas, trouxe lembranças muito boas desse convívio.”
Os mestres pioneiros | 89
Marcos Campomar
Professor de Marketing | PhD em Administração de Empresas pela FEA-USP “Eu era professor da FEA e, com outros colegas, participei da fundação da FIA com o objetivo de oferecer consultoria, pesquisa e treinamento para as empresas. Anos depois começamos as discussões para oferecer cursos de pós-graduação lato sensu, amparados na norma do MEC de que as especializações deveriam ter pelo menos 360 horas de aula. Algumas tentativas foram feitas, mas sem sucesso. O projeto virou realidade em 1993, com o MBA Executivo Internacional. Mais tarde, quando eu era chefe do Departamento de Administração da FEA, sugeri a criação de MBAs específicos, e hoje coordeno o de Marketing. A qualidade do curso sempre foi uma preocupação tanto na seleção dos alunos quanto na de professores. As viagens internacionais foram um grande diferencial porque dão uma chance única para os alunos. O desafio do MBA é criar um novo diferencial e se manter inovando. O que virá agora?”
90 | Escola de Líderes
Robert House
Primeiro professor internacional convidado | Professor da Vanderbilt University (EUA) “Eu conheci James Wright quando ele fazia mestrado na Vanderbilt University, de 1976 a 1977. Naquela época, Vanderbilt era parceira da USP nas pesquisas do Proálcool, o programa financiado pelo governo brasileiro para que o etanol substituísse a gasolina. Na ocasião, trabalhei com Jacques Marcovitch, Eduardo Vasconcelos, Adalberto Fischmann e James Wright. Durante alguns anos, eu viajei para o Brasil para treinar profissionais da indústria do álcool em lugares como Piracicaba, Maceió, Recife, entre outros. Anos depois, James Wright conversou comigo sobre o curso que ele estava começando a coordenar. A primeira coisa que me impressionou foi a diversidade de estudantes que estaria em sala de aula. Isso era muito importante porque cada um vinha com uma bagagem profissional extensa, e colocá-los juntos faria com que dividissem suas experiências, levando uns a aprender com os outros. Eu fui o primeiro convidado estrangeiro do curso. Na ocasião, proferi uma palestra sobre a experiência da General Motors na subsidiária Saturn, criada para produzir carros capazes de concorrer com a indústria automobilística japonesa. Lembro de estar diante de um grupo de estudantes que dividiam suas experiências, e isso realmente era novo e impressionante até para mim. Por várias razões o MBA Executivo foi um sucesso desde o seu início. A primeira foi a exposição internacional proporcionada aos estudantes. Isso foi possível graças ao networking de James Wright em universidades pelo mundo. Além disso, houve uma preocupação com a qualidade e com o método de ensino. Disciplinas como Contabilidade, Marketing e Finanças são de fato importantes, mas do que as empresas precisam? Elas precisam que o executivo saiba integrar esses conhecimentos. E esse é o diferencial do curso: ele entrega aos estudantes uma visão geral da empresa. Para mim, tem sido um privilégio acompanhar o desenvolvimento desse diferenciado MBA brasileiro.”
Os mestres pioneiros | 91
RUBENS DA COSTA SANTOS
Ex-coordenador do MBA Executivo, professor de Marketing | PhD em Marketing pela University of Texas (EUA) “A bem-sucedida trajetória de 20 anos percorrida pelo MBA Executivo Internacional da FIA merece justa comemoração. Posso dizer isso com segurança, pois estava na equipe que preparou o lançamento do MBA Executivo, antecessor do curso atual – fui um dos coordenadores e professor de Marketing das turmas iniciais. No início dos anos 1990, atendendo ao convite do professor Alexander Berndt, então chefe do Departamento de Administração da FEA, assumi o desafio de elaborar a proposta inicial do primeiro curso aberto para formação de executivos da FIA. Em 1992, realizei visitas técnicas a importantes instituições americanas de MBA. Isso foi possível graças às boas relações que a FEA mantinha tanto com o programa Kellogg-WHU Executive MBA quanto com o Executive MBA Council (Emba). O benchmark começou pelo MBA de Kellogg e depois se estendeu a outros programas com propostas, formatos e momentos distintos, mas todos localizados em Illinois e estados próximos. Posso dizer que aquela primeira proposta de MBA Executivo da FIA-FEA (USP) nasceu dessa experiência, mas também teve a colaboração preciosa de muitos professores nossos, que participaram dos debates iniciais. O MBA Executivo foi lançado em 1992 e, embora tenha despertado o interesse de vários candidatos, não conseguiu alcançar o número esperado de participantes. Esforços adicionais foram necessários até chegar à turma inicial, um ano depois. Entre as ações estavam a criação pela FIA do Conselho de Orientação do programa e a decisão de que o professor James Wright passaria a integrar a coordenação do curso comigo. Os participantes sempre apresentaram um perfil diferenciado, caracterizado pela formação, pela experiência profissional e pelas posições ocupadas. Ademais, são grupos que se destacam pelo interesse de ver acima e além do muro das empresas em que trabalham. E isso pode se ver na criação da Associação dos Ex-Alunos do MBA Executivo fomentada com o apoio da FIA. Também participei da criação e coordenei a primeira turma do Gesc, curso gratuito oferecido a gestores de ONGs com a participação voluntária de nossos ex-participantes do MBA. Honrado sou por ter recebido a indicação de membro honorário dessa entidade. São iniciativas que devem ser lembradas e comemoradas.”
92 | Escola de Líderes
Simão Silber
Professor de Economia Mundial e Brasileira | PhD em Economia pela Yale University (EUA) “Ao longo desses 20 anos, as minhas aulas no Executivo Internacional têm acompanhado a vida econômica e política do país e do mundo. Sabíamos desde o princípio que esse curso traria um desafio diferente para nós, professores. A linguagem e os tópicos não poderiam ser tão acadêmicos, deveriam se aproximar do dia a dia das empresas. Nas primeiras turmas, com as aulas ainda sendo dadas na sala da Congregação, na FEA, o tema que dominava as discussões era a inflação, com muitos palpites sobre o que país deveria fazer para estabilizar os preços. Nenhum plano econômico havia dado certo até então, e o Plano Real só surgiria em 1994. Outro tema frequente nos debates era a abertura econômica, que ainda estava engatinhando, e como ela afetaria as empresas brasileiras. Anos depois, ao final do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o cenário já estava mais favorável e as minhas discussões com os alunos passaram a focar se Lula mudaria ou não os rumos da economia. Na sequência, nosso tema migrou para as reformas que o país precisaria fazer para, finalmente, deslanchar. Nesse ambiente aberto de discussão, quase de ‘troca de figurinhas’ entre alunos e professor, eu aprendo muito. O fato de a turma ser formada por executivos seniores torna os debates mais interessantes. Eles perguntam, debatem, discutem muito. Por outro lado, me vejo no papel de incutir dúvidas na cabeça deles. Por que o mercado não funciona? Como sua empresa vai se inserir na economia globalizada?”
Os mestres pioneiros | 93
TANIA CASADO
Professora das disciplinas de Gestão de Pessoas e Carreira | PhD em Administração pela Universidade de São Paulo “Minha experiência ensinando no MBA Executivo Internacional se estende por 27 turmas. Ao longo desses anos, esta tem sido uma das atividades mais gratificantes da minha carreira como professora. Para começar, são alunos que participam muito, trocam experiências, são exigentes, mas também são bem-humorados. Eu me divirto enquanto trabalho, e ao final das oito horas de aula saio da sala mais energizada do que entrei. Acredito que essa energia positiva se deva a um conjunto de fatores que, combinados, dão a receita para a longevidade do curso. O primeiro deles é sua impressionante capacidade de atrair executivos talentosos e experientes e, depois disso, o rigor aplicado na seleção dos melhores dentre os melhores. Dessa forma, quando entro para dar uma aula no MBA Executivo Internacional, sei que estou diante de profissionais diferenciados. O segundo fator é reflexo do primeiro: a seleção eficiente faz com que esses executivos se destaquem pelo comprometimento com o curso. Ali, os atrasos e as faltas são raros, e a lição de casa ... bem, a lição de casa é feita em casa. Pouquíssimos são aqueles que chegam sem cumprir o exercício que solicito com antecedência, que é preencher o teste sobre os tipos psicológicos. O teste é fundamental para a aula de oito horas que, em geral, ministro num sábado, o dia inteiro. Como a pré-tarefa é sempre cumprida pelos alunos, nossas aulas são mais produtivas, não desperdiçamos tempo em sala de aula, e vamos direto ao conteúdo que preciso transmitir. Por fim, o terceiro fator pode ser encontrado na qualidade do staff envolvido em fazer com que tudo funcione perfeitamente, desde a seleção dos alunos até as viagens internacionais. Eu vejo uma equipe competente e empenhada em fazer o melhor curso de formação de executivos do país. E, à frente dela, está o pulso forte, mas generoso, do professor James Wright. Vem dele essa inquietação por atrair os melhores alunos, os melhores professores e a melhor equipe de apoio. Tudo isso se reflete em sala de aula – e depois dela. É bem comum que ex-alunos, ao me encontrarem pela cidade, lembrem-se dos temas e exercícios discutidos há anos em nossas aulas. Alguns deles se tornaram parceiros de negócios e até amigos pessoais. Para mim, o MBA Executivo Internacional é mais do que um curso, é uma experiência de aprimoramento pessoal para todos nós.”
94 | Escola de Líderes
Washington Franco Mathias
Foi vice-coordenador do MBA Executivo Internacional e professor de Negociação | PhD em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo “Fui o vice-coordenador do MBA Executivo Internacional até 2010 e costumava entrevistar executivos que queriam se tornar alunos. Com isso, conheci perfis profissionais muito interessantes, o que me ensinou bastante. No MBA, eu coordenava os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e aproveitei para implantar aqui o modelo de estudo de caso de Harvard. O Boi da Sadia, um TCC orientado pelo professor Décio Zylberstajn, foi um dos melhores exemplos com esta característica. Outra coisa que fizemos – uma ideia de James Wright que deu muito certo – foi transformar a apresentação dos trabalhos em um evento, criando uma vitrine importante para a carreira do aluno. Gosto da frase de Jacques Marcovitch que diz: ‘Devemos viver como se fosse morrer amanhã e estudar como se fosse viver eternamente’. Nós, professores, temos o dever de estar preparados. Em educação, o meio é a mensagem. O importante não é o que se sabe, mas o que se compreende. O MBA está formatado para gerar no executivo a compreensão, o networking e a discussão. O futuro para este curso, na minha visão, não é apenas o da inovação. É preciso saber a direção que se quer tomar. O MBA criou objetivos, sabe o caminho que quer seguir e é por isso que hoje é o curso que está no topo dos MBAs da FIA.”
Os mestres pioneiros | 95
TRÊS HISTÓRIAS PARA A VIDA ANA PAULA G. DE OLIVEIRA FRAGA GUIMARÃES
Gerente de Admissões e Programas Internacionais – MBA Executivo, Internacional MBA e Americas MBA | Formada em Administração de Empresas, fez o MBA Executivo com a Turma 18 “Eu fui admitida na FIA em janeiro de 1993, um mês antes de começarem as aulas da Turma 1. O início do programa foi desafiador para todos. Eu trabalhava com os professores James Wright e Rubens da Costa Santos, os coordenadores. Como o MBA foi construído num modelo inovador, tivemos que começar do zero em tudo. Na época, a programação tinha temas muito inovadores para o curso como Entrepreneurship e Dirigentes para uma Sociedade Dual. Os coordenadores conversavam com os professores sobre a forma de conduzir as aulas, aliando a teoria à prática. A produção desses materiais para esse curso era intensa. A sala da Congregação da FEA, onde eram ministradas as aulas, tinha, naquela época, uma mesa gigante em formato de U, precisamos fazer crachás de acrílico sob medida para que se adaptassem a esse tipo de mobiliário. A FIA não tinha a estrutura que tem hoje, e tivemos que contratar de forma exclusiva serviços e fornecedores para tudo, desde os copos de água até as bolachas para o coffee break, frutas, entre outros. O grupo tinha uma sala exclusiva para refeição e estudos, para a qual tivemos de providenciar todo o mobiliário. Os prazos eram exíguos. Durante o curso, houve muitas atividades que pareceram exóticas para os demais membros da comunidade FIA, assim como para os 25 alunos. Numa delas, o professor Jacques Marcovitch fez a turma ir até a Praça do Relógio da USP, no horário do almoço, para verificar a inscrição que consta no local: ‘No Universo da Cultura o centro está em toda a parte’, de autoria do professor Miguel Reale, ex-reitor da USP. O texto fazia sentido para a aula daquele dia. Ao longo dos anos, muitas atividades lúdicas complementavam as aulas: nossos alunos provaram frangos, sopraram apitos, andaram de bicicleta, se reuniram em churrascos (seguidos de aula, para a aflição de alguns, pois a Coordenação linha dura não abria mão!). Ano após ano, durante essas duas décadas, vejo nossa equipe mobilizada a cada início de turma, preocupada com os detalhes como nos primeiros anos. Cada ‘estreia’ segue trazendo a ansiedade de receber os novos alunos com o mesmo carinho e atenção daquela primeira turma. Construí uma parte importante de minha vida por aqui: fiz amigos, conheci pessoas interessantes, viajei pelos quatro continentes, e aprendi muito. Casei-me e tive um filho graças ao MBA... porque conheci meu marido na Turma 14. Sou grata pela oportunidade que me foi dada, lá no início, pelos professores James e Rubens, quando me escolheram para começar com eles esta jornada. E sigo aprendendo com o professor James durante todos esses anos aqui na FIA, instituição que me acolhe até hoje.”
96 | Escola de Líderes
MAURÍCIO JUCÁ DE QUEIROZ
Orientador de TCCs e ex-diretor da Faculdade FIA de Administração e Negócios “Eu era um professor novo, apenas orientava TCCs, sem funções administrativas, quando fiz a viagem internacional para a Vanderbilt University com 70 alunos. Problemas no voo impediram a assistente, que sairia na véspera, de chegar antes da turma. Fomos na frente. Durante a escala em Atlanta, vários alunos perderam a conexão. Éramos em dois professores assistentes. Eu parti com uma parte do grupo e meu colega ficou com os demais. No voo, percebi que estava com 40 alunos e eu era a equipe! Ao descer em Nashville entrei e saí da área de embarque duas vezes, sem me dar conta. Felizmente encontrei o ônibus e fiz a contagem dos alunos. Levei-os seguros até o hotel. Naquele dia descobri que poderia ser agente de viagem, caso não quisesse mais ser professor. ”
Robert Wong
Renomado empresário de recrutamento de executivos | Professor na disciplina Gestão de Pessoas “O nível dos alunos do MBA Executivo Internacional é de primeira linha, pois eles sabem fazer perguntas, um sinal da verdadeira inteligência. O curso sabe combinar know-how (conhecimento técnico) com know-who (relacionamento genuíno). Além disso, alia teoria à prática, mas também é uma oportunidade para abrir os horizontes do executivo brasileiro ao mundo global dos negócios. Em 2004, fui paraninfo da Turma 23. No meu discurso, compartilhei algumas reflexões sobre a vida com os formandos. Eis algumas delas: • Primeiramente, não leve a vida tão a sério, pois ela não vai durar para sempre. • Não procure ser ‘alguém’ na vida; seja simplesmente o melhor ‘VOCÊ’ que se possa ser. • Um pouco de dureza não faz mal a ninguém, pois o diamante é um carvão que só conseguiu virar uma joia por pressão. • Tenha iniciativa, mas, o mais importante, tenha acabativa. Faça acontecer. • Lembre-se: ‘ser’ e ‘ter’ são verbos auxiliares; ‘fazer’ é um verbo principal. No fim das contas, você vai ser medido não pelo que foi, ou teve, mas sim pelo o que fez com sua vida. Faça tudo com WOW! • O tempo é a única moeda comum de todos, seja você rico/pobre, jovem/velho, homem/mulher. Como ele vem em quantidade limitada, invista-o bem. • Ninguém é insubstituível. Isto quer dizer, faça-se substituível para ser promovível. • Ser verdadeiramente grande é ser como o oceano, que sabe que, para ser grande, ele tem que estar no nível mais baixo de todas as águas do mundo. Os verdadeiros homens e mulheres grandes, como Ghandi, Einstein, Tiradentes, Madre Teresa de Calcutá, tiveram esta humildade. • Você é mestre do que não diz e escravo do que diz. • O sábio ouve duas vezes, não só porque tem dois ouvidos, mas porque ouve a voz dos outros e, principalmente, sua voz interna. • Se dois homens trocarem seus cavalos, cada um leva para casa um cavalo. Se, ao se encontrarem, trocarem suas ideias, cada um vai para casa com duas ideias. • Para viver bem, não basta ter um meio de vida; é necessário ter uma vida no meio. Lembre-se que o sucesso está no equilíbrio. • Não se preocupe em construir um currículo, mas sim em construir uma VIDA. • Amar é compartilhar. Portanto, só ama de verdade quem tem algo para dar.”
Três histórias para a vida | 97
PONTE ENTRE TEORIA E PRÁTICA
98 | Escola de Líderes
A ESTRATÉGIA COLOCADA NO PAPEL Total de alunos que fizeram TCC: 1.263 (até a Turma 40)
E
m 2004, o engenheiro eletrônico Alexandre Cantelli Bergamo era diretor de operações da HP no Brasil quando se matriculou no MBA Executivo Internacional da FIA, na Turma 25. No seu dia a dia na empresa, o sucesso da fusão entre HP e Compaq, anunciada em 2001, ainda era uma incógnita. “A HP procurava se reinventar, porém sem uma clara direção e desconsiderando a cultura vencedora da nova empresa que surgia”, diz Alexandre.
Durante o MBA, para entender o que estava acontecendo no próprio ambiente de trabalho, ele decidiu estudar profundamente a fusão que ainda estava em curso. O resultado foi apresentado no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que fez com os colegas Eduardo Conrado Pantuffi e Rogerio de Oliveira Fernandes. Difícil dizer o quanto a imersão no tema e no MBA contribuíram para a carreira de Alexandre na HP, mas é certo que ele só deixaria a empresa em 2007 com o cargo de diretor de vendas para a América Latina, responsável por um negócio de 3 bilhões de dólares por ano. Desde o seu lançamento, o MBA Executivo Internacional sempre teve a preocupação de não isolar seus alunos numa bolha de conhecimento teórico. Como autêntico programa de desenvolvimento gerencial, havia a preocupação de fazer a ponte entre a teoria e a prática – e o TCC, desde a primeira turma, tem sido um canal para isso. No começo do curso, sem provas nem notas, o TCC chegou a ser praticamente a principal fonte de aprovação ou reprovação dos alunos (atualmente, utiliza-se diversas modalidades de avaliação, como provas, trabalhos em grupo, participação e TCCs individuais). Durante um período, os TCCs do MBA Executivo Internacional foram realizados em grupos de três ou quatro alunos, o que estreita ainda mais as relações pessoais desenvolvidas ao longo do curso. Alexandre e Rogerio, mencionados acima, até criaram uma empresa juntos. Gerar conhecimento acadêmico não é objetivo nos MBAs, mas o conhecimento gerado pelas pesquisas de alunos em 20 anos do MBA Executivo impressiona. Cerca de 500 trabalhos foram realizados nos mais diferentes temas. Se pegarmos aleatoriamente como exemplo a Turma 34, encontraremos estudos tão diversos quanto inovação nos países dos BRICS, cartões private label, governança corporativa, força de vendas, gestão de pequenas e médias empresas, mercado para a terceira idade, comércio exterior, sustentabilidade na indústria química, franquias e energia eólica. O economista José Ricardo de Moraes Pinto é coautor do TCC Oportunidades e Restrições ao Uso de Energia Eólica no Brasil (os outros autores são Alessandro Alagna, Carlos Lopez Somoza e Fernando Rodrigues Agostinho). Para ele, nenhuma experiência do MBA foi mais impactante quanto a confecção do Trabalho de Conclusão de Curso. “Além das disciplinas vinculadas, tivemos muito suporte do orientador, o professor Emerson Maccari”, afirma José Ricardo.
A estratégia colocada no papel | 99
100 | Escola de LĂderes
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Para elaborar seu TCC, a consultora de empresas Olga Colpo e os colegas Eugenio Carlos Saller e Emil Andery, da Turma 14, se debruçaram sobre uma extensa bibliografia relacionada a estratégia, indicadores financeiros, cadeia de valor, gestão de pessoas e gestão de mudanças, entre outros temas. Duas empresas – a brasileira Camargo Corrêa e a alemã Voith – foram analisadas sob uma lupa criteriosa. Tendo a professora Maria Tereza Leme Fleury como orientadora, os três escreveram o TCC Como a Gestão e a Cultura Influenciam o Sucesso das Organizações. “Fiquei muito orgulhosa do resultado. Ainda hoje separo partes daquela revisão bibliográfica e compartilho com a equipe”, diz Olga. Atualmente, por força da legislação do MEC para a pós-graduação lato sensu, o TCC tem que ser elaborado individualmente, o que limita de certa forma a troca de experiências nessa etapa, o que vem sendo suprido pela apresentação dos trabalhos nos Seminários do Profuturo abertos para o público e para a comunidade FIA-FEA (USP). A apresentação dos TCCs é a última atividade oficial do MBA Executivo Internacional. Acontece algumas semanas depois do fim das aulas. “Esses seminários têm grande impacto nos alunos, pois representam uma materialização do esforço e conhecimento registrado”, diz o coordenador James Wright. Oscar Boronat, da Turma 2, lembra daquele dia como se fosse ontem. Ele voltou de uma viagem aos Estados Unidos na data das apresentações, chegou em cima da hora e sem ter dormido direito. Estava preocupado com a recepção dos colegas ao seu tema – planejamento de vida para executivos, que, segundo ele, destoava dos demais trabalhos “racionais-pragmáticos” apresentados pelos colegas. Oscar se perguntava como sua pesquisa seria recebida, que sentido faria para a turma, que tinha sua cobaia nos estudos. Ao entrar na sala, com as sessões já ocorrendo, foi recebido com algazarra. “Quando terminei, só ouvi uma explosão de palmas. Eu sabia que havia acertado”, lembra Oscar.
102 | Escola de Líderes
CONHECIMENTO COMPARTILHADO A produção de centenas de Trabalhos de Conclusão de Curso ao longo de 20 anos já rendeu dois livros dirigidos a outras salas de aula além daquela do MBA Executivo Internacional. Em 2011, os professores James Wright e Renata Spers reuniram casos de projetos na base da pirâmide no livro Mercado Popular no Brasil. Em 2009, os professores James Wright e Washington Mathias organizaram Casos Brasileiros de Transformação Estratégica, publicado pela Editora Blucher. O livro reúne nove casos brasileiros formatados para serem estudados em graduação e pós-graduação. A maioria desses estudos de caso foi elaborada por alunos e professores do MBA Executivo Internacional. O projeto O Boi na Sadia foi pesquisado pelos alunos Murilo Serrano, Tarcisio Bortoletto e Wilson Arikita, com a orientação do professor Decio Zylbersztajn. A partir de informações de domínio público ou fornecidas pela empresa, o trabalho analisa as decisões de investimento e as relações contratuais e a estrutura de mercado de carne bovina. Outro TCC estudou o processo de outsourcing dos serviços de tecnologia da informação pela Gol Linhas Aéreas e como esta decisão influenciou no sucesso de sua estratégia no segmento low cost (baixo custo). Na época do estudo, a Gol tinha cinco anos de mercado e os autores – Gaspar Lopes Romão Júnior, Nelson Iatallese e Wilson Ferreira Junior (atual presidente da CPFL), com a orientação de Carlos Honorato Teixeira – concluíram que a terceirização de tais serviços havia contribuído para a empresa superar gargalos em sua operação. “Cada caso apresenta uma situação de um problema real com que uma empresa no Brasil se defrontou no mundo dos negócios”, escreveu o professor James Wright na apresentação do livro. Em outras palavras, o conhecimento teórico da sala de aula se junta ao conhecimento prático das empresas, e o resultado aparece nos TCCs. Como define Maria Angela Loguercio Bouskela, da Turma 18, que pesquisou o impacto da gestão de recursos humanos no extinto Banco de Boston, “o maior aprendizado foi conhecer de perto a coerência da transformação da visão em ações numa instituição financeira que acreditava na relevância do capital humano como um fator de sucesso, inclusive financeiro”. Além dos dois livros, alguns TCCs também foram publicados em congressos e revistas acadêmicas. Por exemplo, o TCC de autoria dos alunos Alexandre Cheruti, Bernardo Jacques Vieira Piwo, Glauber Fonseca e Marcelo de Moraes Lima, com orientação de Renata Giovinazzo Spers, foi publicado em 2008 na Revista de Gestão da USP. Os autores, da Turma 30, analisaram os desafios e as oportunidades no setor de cartões de crédito com foco no mercado popular.
A estratégia colocada no papel | 103
FEITO NO BRASIL PARA O MUNDO
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CLASSE INTERNACIONAL Dois novos MBAs Internacionais colocam a FIA na rota de executivos de todo o mundo
INTERNATIONAL MBA Alunos americanos, ingleses, chineses e europeus sentados lado a lado assistindo ao professor ensinar a teoria de John Kotter sobre mudança organizacional. Essa cena típica de cursos fora do país pode ser vista regularmente também nas salas da FIA, em São Paulo. Criado em 2008, o International MBA é todo ministrado em inglês e tem atraído executivos de dezenas de nacionalidades. Em suas mais recentes turmas, cerca da metade dos alunos era de estrangeiros, de localidades tão distintas quanto México, Índia, Estados Unidos e Alemanha. Os professores focam o conteúdo em gestão de negócios ao redor do mundo, intercalando com experiências culturais e executivas dos participantes. O Internacional MBA foi criado para contemplar as necessidades de alunos que moram no exterior, os que querem estudar no Brasil e também os brasileiros que desejam ter uma experiência multicultural próxima daquilo que teriam se fossem estudar no exterior. Ministrado totalmente em inglês, o curso ajuda os brasileiros a aprimorar o business english e permite aos alunos estrangeiros travar contato com a realidade empresarial do Brasil. Trata-se de uma iniciativa audaciosa: captar alunos da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia, concorrendo com escolas tradicionais do Primeiro Mundo. Mesclando alunos estrangeiros e brasileiros em média com oito anos de experiência profissional, a FIA tem conseguido efetivamente criar uma experiência de aprendizagem multicultural aqui mesmo em nosso país. Em geral, alunos já empregados no Brasil fazem o curso em 18 meses part time, tendo cerca de 40% de suas aulas em conjunto com os alunos estrangeiros, que fazem o full time em 12 meses, com aulas de quarta-feira a sábado. Em 2013, predominou entre os estrangeiros alunos europeus, seguidos de norte-americanos, asiáticos e sul-americanos. Desde 2012, uma viagem internacional para os Estados Unidos – presente no currículo do MBA Executivo Internacional – também é parte integrante do curso, agregando mais uma vivência internacional aos participantes.
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O Internacional MBA em números • 97% dos professores são doutores • 32 anos é a idade média dos alunos, variando de 27 a 40 anos • 3 anos é o mínimo de experiência profissional para se matricular • 2 alunos da mesma empresa é o máximo aceito por turma • 12 meses é a duração do curso em tempo integral • 18 meses é a duração do curso part time • 13 países estavam representados nas duas últimas turmas
FIA Butantã (2008)
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FIA Butant達 (2008)
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AMERICAS MBA Acompanhando uma tendência internacional de cursos compartilhados por escolas de diferentes países, que ocupam posições de destaque nos rankings internacionais, o Profuturo FIA articulou quatro instituições renomadas nos mais importantes países das Américas em 2011 para criar um MBA voltado especialmente para preparar executivos para posições de liderança em multinacionais. O resultado da união da Simon Fraser University, no Canadá, da Vanderbilt University, nos Estados Unidos, do Instituto Tecnológico Autónomo de México e da Fundação Instituto de Administração, do Brasil, é um curso de 20 meses de duração, com módulos intensivos no país-sede de cada escola. São cerca de 10 a 15 executivos selecionados de cada uma das escolas parceiras, que cursam as disciplinas fundamentais de um MBA Internacional nas turmas regulares de sua escola de origem na primeira metade do curso. Na segunda metade, todos se reúnem em quatro imersões intensivas de nove dias (de dois em dois meses, alternando os países). Em cada módulo, são ministradas duas disciplinas nas quais a escola anfitriã é especializada. É um modelo eficiente no ensino e no uso do tempo. O Americas tem atraído executivos com cerca de 12 anos de experiência profissional, que já ocupam cargos de diretoria ou alta gerência, e querem ampliar seu conhecimento da cultura e do modelo de gestão, e ampliar seu network nos maiores países das Américas. Coube à FIA ensinar, entre outras disciplinas, Responsabilidade Social Corporativa e Gestão Estratégica para Mercados Emergentes. Em Vanderbilt, o destaque são Inovação e Empreendedorismo; no México, Empresas Familiares e Comércio Internacional; e no Canadá, Gestão Multicultural e Estratégia. Um destaque importante tem sido a realização de um projeto real de consultoria em um dos quatro países, conduzido por um time multicultural. Diferenças culturais, hábitos e valores distintos afloram e têm que ser superados. Surgem também as amizades, o network internacional e a compreensão e o respeito pelas diferenças culturais.
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O AMERICAS MBA em números • 20 meses é a duração total do curso • 35 anos é a idade média dos alunos • 12 anos é a média de experiência profissional • 11 disciplinas básicas são ensinadas no módulo brasileiro • 8 disciplinas internacionais e integrativas são oferecidas aos alunos em 4 países
Formatura das turmas 1 e 2 do Americas MBA, na Vanderbilt University (Estados Unidos – abril 2013)
Classe internacional | 109
O QUE VEM POR AÍ
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UM OLHAR PARA O FUTURO Debate reúne a nova geração de professores do MBA Executivo Internacional e lança as bases para que o curso continue formando a elite dos executivos brasileiros Durante duas horas, os professores Daniel Estima de Carvalho, Leandro Morilhas, Renata Giovinazzo Spers, Nelson Yoshida e Carlos Honorato discutiram as tendências nas carreiras dos executivos, como as novas gerações estão mudando a sala de aula e como veem o futuro do MBA Executivo Internacional. A conversa foi gravada e, posteriormente, editada. A seguir, os melhores momentos.
EXECUTIVO – GESTOR DA PRÓPRIA CARREIRA Daniel – O executivo está cada vez mais pensando no que ele quer, no seu objetivo de vida e de carreira. Ao mesmo tempo em que deseja ser presidente de empresa, quer conciliar isso com a vida pessoal. O contexto externo continua importante, mas o aspecto pessoal tem aparecido com maior intensidade agora, e acho que vai se fortalecer. Não podemos esquecer que o aluno chega aqui no MBA como especialista, mas busca expandir os horizontes, obter a visão sistêmica de negócios. Renata – Temos visto o profissional assumindo a responsabilidade pela própria formação, enquanto cada vez menos empresas patrocinam o curso. O executivo demonstra estar consciente de que não pode esperar que a área de recursos humanos o prepare para um contexto externo de crescente globalização e competição entre as empresas. Ele vem buscar conosco as competências que nem a faculdade nem a experiência profissional conseguem suprir. Esse comportamento impacta a forma como a gente faz a gestão do MBA Executivo Internacional. Um exemplo é o financiamento do curso, pois temos cada vez mais alunos querendo se preparar, mesmo não tendo os recursos. Nós temos que oferecer uma opção. Leandro – Interessante é que muitos alunos nem querem a ajuda financeira da empresa. Querem preservar uma certa independência. E, quando estão aqui no MBA, acabam criando um networking muito forte, elevando suas chances de mudar para um emprego melhor. Há 20 anos, as empresas investiam em seus executivos como forma de ter talentos que as preparassem para a nova realidade. O MBA era um diferencial estratégico para as companhias. Hoje, o MBA é um atributo para o profissional ser considerado no jogo. Nelson – Num passado não muito distante, o executivo tinha a percepção de que a empresa investiria nele para preservar seus talentos. O que ocorre hoje é que, se contar apenas com essa possibilidade, ele perde margem de manobra na condução da carreira. Há no mercado global oportunidades que se abrem tanto para as empresas quanto para os profissionais. O fato de o executivo assumir seu planejamento de carreira no médio e longo prazo o deixa com essa moeda de troca. É claro que controlamos apenas uma parte da carreira – a outra depende do acaso. Só que é preciso dar uma chance a esse acaso.
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Carlos – Ele vai continuar buscando uma visão integrada. Renata – Eu chamaria de estruturação de conhecimento. Muitos alunos de hoje têm 20 anos de experiência em marketing, por exemplo, mas sentem falta de modelos conceituais para ajudá-los a estruturar sua experiência para que possam aplicá-la em outros contextos. Nelson – O executivo de hoje vive inseguro, e essa insegurança vem de duas dúvidas: será que estou usando todo o ferramental teórico disponível para tomar a melhor decisão para a empresa e será que pessoas de outras indústrias sentem a mesma dificuldade que eu? Essas dúvidas todos trazem consigo. Alguns admitem, outros não. Eu vi um executivo de recursos humanos que admitiu que seu objetivo aqui era o de entender o que o pessoal de finanças queria dizer e, ao falar a língua deles, como o RH poderia ajudar. Achei muito interessante porque o candidato a esse curso busca segurança para tomar decisões e saber que é a pessoa certa para estar ali naquele momento. Carlos – Eu acrescentaria angústia. Quem vem fazer um MBA vem com uma angústia do futuro: se vai crescer na empresa ou não, se vai conseguir realizar o sonho ou não. Também chega aqui insatisfeito. Ele está numa empresa que não gosta, num negócio que não acredita. O curso, de uma forma ou de outra, ajuda a minimizar essa angústia e insatisfação.
MAIS DÚVIDAS DO QUE CERTEZAS Nelson – Os executivos nem sempre sabem o que querem, mas sabem que precisam tomar alguma atitude para enxergar as oportunidades que estão por aí. O MBA é uma oportunidade de ampliar a visão. Isso é ainda mais importante num curso aberto, que recebe pessoas de empresas, setores e regiões diferentes. Carlos – Eu tenho receio que daqui a 20 anos não teremos um curso de MBA nos moldes atuais. O que tenho percebido é que a velocidade das mudanças está cada vez maior. É provável que teremos um MBA com uma determinada carga horária, mas com uma dinâmica de aula diferente da atual. Daniel – No futuro talvez a gente tenha que oferecer vários módulos para o aluno montar seu curso a partir de um menu. Renata – Eu acho que vamos ter opção para todo mundo. Nosso desafio é cultivar a diferenciação para nos mantermos entre os melhores. Carlos – Eu sempre vi o MBA Executivo Internacional se diferenciando pelo networking de contatos e pela troca de experiências. Leandro – A gente começou falando que no passado a empresa escolhia a escola para o aluno, e agora a gente vê o aluno escolhendo a escola. Será que no futuro ele não vai escolher o que quer e o que não quer estudar?
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Carlos – Provavelmente, mas aí tem um híbrido. Talvez ele não goste de Estatística ou Gestão de Pessoas, mas nós teremos que dizer que essas são disciplinas importantes para sua carreira de empreendedor ou de gestor. Renata – O executivo de um nível mais alto na carreira precisa de uma visão generalista integrada. Isso não vai mudar. Carlos – Eu chamaria de pensamento estratégico, uma competência que outros cursos não têm, pois discutem sempre as disciplinas separadamente: Finanças, Operações etc. Nós oferecemos uma visão estratégica para a gestão de negócios. As empresas estão carentes de profissionais que pensem estrategicamente. Então, pode ter na prateleira um monte de cursos ferramentais, online, mas a questão continuará sendo onde usar aquilo e em que momento. Renata – A gente oferece essa ideia de conjunto, pela qual o executivo aprende a olhar para dentro da empresa, mas também a interagir com o ambiente, seja com a economia, seja no setor em que atua. Nelson – O olho no olho é insubstituível. Daniel – E tem uma cereja nesse bolo que é o have fun, a diversão provocada pelo ambiente de amizade e troca de experiências. Talvez se intensifique durante as viagens, mas ocorre também no dia a dia. O aluno que vem de Campo Grande sabe que vai passar um fim de semana no qual vai aprender, mas também se divertir.
A REVOLUÇÃO DO Y Carlos – Já estamos nos deparando na sala de aula do MBA Executivo Internacional com a Geração Y, que são jovens que não se vendem por pouca coisa, que não se juntam a projetos que não acreditam. Eles podem ser ainda mais arrogantes e inquisidores que a Geração X. Ainda são em menor número, mas são muito mais ansiosos, ágeis, imediatistas, críticos. Leandro – O aluno dessa geração confronta em tempo real a informação que você está passando, pois está conectado na internet, checando dados mais atualizados. O professor tem que chegar à sala de aula mais bem preparado. Carlos – Se a aula está chata, os executivos da Geração Y vão embora. Leandro – Precisamos discutir a questão das gerações porque em sala de aula temos alunos de várias idades e até nacionalidades. Ainda vamos descobrir como esse conjunto de gerações vai conviver não só na empresa, mas também na sala de aula, no trabalho em grupo, nos seminários. Daniel – Eu percebo dois perfis em sala de aula. Temos aquele aluno que é um pouco mais paciente, que espera o professor concluir o raciocínio. E o outro não: o professor deu dois slides – um ele já sabe e o outro não interessa. Quando você se dá conta, ele está vendo e-mail. Se o professor falar alguma coisa que chame sua atenção, ele volta para a aula. Do contrário, não.
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Renata – O MBA Executivo costuma oferecer aulas que são metade expositivas e metade com trabalho em grupo. E isso tem sido um sucesso até agora. Mas precisamos evoluir, usando o estudo de casos o máximo possível, assim como as simulações. Temos um desafio didático pela frente.
O PAPEL DAS EMPRESAS Carlos – Há uma questão de alinhamento do propósito da empresa com o propósito das pessoas. Há uma insatisfação, pois vemos valores desalinhados. A pessoa chega para um novo emprego toda feliz, mas logo percebe que ali não é o melhor lugar do mundo para trabalhar como lhe foi dito no discurso de contratação. As empresas, nessa busca do curto prazo, não olham mais o recrutamento com o cuidado que deveriam e não preparam as pessoas para um ambiente de muita pressão, discussão e competição. Nelson – Eu entendo que as empresas estão num momento de transição de seu papel na carreira dos executivos. Elas estão convivendo com o dilema de como ter gestores competentes para conduzir sua operação, definir estratégia e competitividade e, ao mesmo tempo, entender a demanda individual de cada um e conciliá-la com o grupo. Carlos – As pessoas olham o MBA como uma saída para essa situação.
AS DISCIPLINAS DE 2033 Leandro – A questão não é quais disciplinas vão cair nas próximas décadas, mas como elas serão trabalhadas. Vão surgir cada vez mais novos modelos de negócios. Hoje a gente discute muito a estratégia na unidade de negócios da empresa. Precisamos discutir como vamos criar relações de parcerias até com os concorrentes. Ver como integrar a logística com vários parceiros para entregar mais rápido e melhor. Um exemplo é o professor Alberto Matias, que discute finanças não numa única empresa, mas no conjunto de várias empresas. Esse trabalho, como ele mesmo diz, foi instigado pela ênfase do MBA Executivo em estudar de modo integrado toda a cadeia de valor do negócio. Carlos – Acredito que gestão de pessoas vai ter que chamar, sei lá, gestão do capital intelectual para acompanhar as necessidades das empresas. Renata – A minha esperança é que o tema sustentabilidade se torne tão fundamental no futuro que não esteja separado do resto. Nelson – Vai estar dentro de finanças, eu acho. Vai virar valor econômico... Leandro – Acho que podemos fazer um paralelo com o que aconteceu com o controle da qualidade. Começa como uma questão imposta, cria-se um departamento e depois se torna uma pré-condição para competir. A tendência de sustentabilidade é que vire um tema transversal, envolvendo finanças, marketing, produção e logística, entre outros.
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Daniel – Outro exemplo de mudança vai ser TI, que tende a seguir os passos de RH e se tornar estratégico: qual é o negócio da empresa, como TI vai ajudar a gerar mais valor etc. Não adianta querer trocar todo o parque tecnológico da empresa pela última novidade do mercado, mas ser uma peça da engrenagem. Carlos – Eu tenho um incômodo gigantesco com a disciplina de Empreendedorismo, pois o tema virou modismo. Precisa desmistificar isso. Ou é um conjunto de práticas ou um conjunto de disciplinas. Na verdade, vejo o MBA Executivo Internacional como um curso de empreendedorismo porque o aluno vai entender de estratégia, de gente, estudar a razão pela qual a empresa existe... Leandro – É preciso deixar de pensar em emprego formal e começar a pensar em criar novos negócios. Nelson – A questão do empreendedorismo demanda um outro modelo mental. É preciso se enfiar naquela cadeia de valor e conhecer cada parte, o que cada um faz e como impacta o outro. O MBA precisa fazer um descongelamento do modelo mental das pessoas, colocar novos conceitos, provocar o pensamento estratégico delas e depois congelar de novo.
QUE LÍDER ESTAMOS FORMANDO? Carlos – O líder é aquele capaz de comunicar a visão e a missão da empresa e alinhar as pessoas para um determinado propósito. Eu acho que a gente forma líderes com a capacidade de entender as mudanças nos ambientes interno e externo, de perceber as pessoas e suas motivações, e conduzi-las para realizar os objetivos do negócio. Renata – Todo o esforço que a gente faz pensando é para que o MBA Executivo Internacional continue sendo o curso que forma os líderes das empresas. Carlos – O nosso MBA estimula um ambiente não competitivo, privilegiando a cooperação. Temos uma certa competição durante os seminários, entre um grupo e outro, pois cada qual quer fazer o melhor trabalho, mas não temos competição predatória dentro da turma. Renata – Eu não sei se isso vem desde o início, mas em algum momento analisamos o tema e decidiu-se tornar esse ambiente uma estratégia do curso. Leandro – Esse é um ganho que levam para a vida. Há turmas que continuam se reunindo para que todos aprendam juntos, trocando experiências muito tempo depois da formatura. Renata – O trabalho em equipe estimula o aparecimento de lideranças. Em alguns casos a gente força os grupos a fim de simular a vida real das empresas, onde não se escolhe com quem trabalhar. Nelson – Se houvesse uma regra pela qual somente os outstanding receberiam diploma, já teríamos um ambiente competitivo, com as pessoas receosas de compartilhar suas angústias e inseguranças. Eu saí desse curso (Turma 31) uma pessoa diferente, melhor. E meus colegas também. A gente compartilhou angústias, insatisfações e inseguranças. Saímos mais corajosos.
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Carlos – Eu duvido que alguém saia do MBA Executivo pensando que amanhã vai ser presidente de empresa. Pode pensar: eu tanto posso ser presidente como posso montar meu negócio, ou posso estar na rua da amargura. Tudo bem, estou preparado para qualquer cenário. Nelson – Não acho que o perfil do líder do futuro vai mudar, mas veremos adaptações. Tenho percebido que as novas gerações, apesar de dispersas, são demandantes de orientação. No passado, quando você pedia um trabalho, o jovem sabia o que tinha que fazer e, se tivesse dúvida, pedia ajuda. Hoje, você precisa acompanhar mais de perto o desenvolvimento, tentar se antecipar às dificuldades que eles têm, orientar. O líder talvez continue tão importante quanto hoje, mas o operacional, de como vai desdobrar essa liderança, sofrerá mudanças. Carlos – A palavra-chave para liderança é legitimidade. Meu palpite é que a comunicação e as tecnologias que a facilitem vão virar commodity. O que vai fazer diferença é o cara conhecer um pouco mais de psicologia, filosofia e antropologia.
O DESAFIO DE DESCONGELAR MENTES Nelson – Eu terminei o curso melhor do que entrei porque encontrei colegas e professores que me ajudaram a refletir, a descongelar minha cabeça. Antes do MBA, eu sentia que precisava saber mais conceitos, conhecer mais ferramentas, mais técnicas, ser mais analítico, ter visão mais sistêmica. Encontrei no MBA Executivo Internacional pessoas que me ajudaram a descongelar meu modelo mental, que fizeram provocações, me ajudaram a resolver problemas. Hoje eu sei o que eu prezo profissionalmente e o que me dá satisfação. Como professor do MBA o que quero é servir como uma das pessoas que ajudam a descongelar a cabeça das outras, que provocam reflexões, ampliam o pensamento estratégico. Se eu puder fazer isso, ficarei parcialmente satisfeito. Renata – Eu comecei a trabalhar aqui como estagiária em 1995, quando era estudante de economia. Acompanhando as aulas do MBA, decidi focar minha carreira em administração, fazer mestrado e continuar trabalhando na FIA. Sinto-me profundamente feliz de ter acompanhado o MBA por 18 anos, suas mudanças, transformações e inovações. Evolui junto com o curso. Daniel – Eu acredito que posso contribuir com um grãozinho de areia para melhorar a vida do aluno. O MBA tem esse papel de provocador, de abrir a cabeça para outras possibilidades, trazer à tona as experiências dos alunos. O meu papel é de facilitador, alguém que organiza essa discussão. Leandro – Nosso aluno é muito seleto e experiente. Aprendemos com ele também. Eu já era professor quando entrei no MBA em 2005. Aprendi muito com os exemplos e com as experiências de segmentos diversos. Dar aula no MBA Executivo Internacional dá uma chancela de professor de qualidade. Carlos – A grande riqueza é que esse grupo preserva um ambiente de discussão de qualidade, de troca, de exigência. O MBA Executivo Internacional ajuda a formar uma elite, um grupo de pessoas que comanda as empresas hoje. O desafio é pensar qual será essa elite daqui a 20 anos.
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Professores participantes
Carlos Honorato, 40 anos, doutor pela FEA-USP, é pesquisador, consultor e professor do MBA Executivo Internacional e de outros programas da FIA.
Daniel Estima de Carvalho, 33 anos, é doutorando em administração pela FEA-USP, professor do MBA Executivo Internacional e de programas de graduação e in-company da FIA.
Leandro Morilhas, 35 anos, é doutor em administração pela FEA-USP, diretor da Faculdade FIA de Administração e Negócios (FFIA) e professor de diversos cursos, entre eles o MBA Executivo Internacional. Nelson Yoshida, 49 anos, doutorando pela FEA-USP, é professor do MBA Executivo Internacional e pesquisador do Profuturo FIA.
Renata Giovinazzo Spers, 39 anos, é vice-coordenadora dos cursos International MBA, Americas MBA e MBA Executivo Internacional na FIA. Possui doutorado pela FEA-USP, onde também é professora. Mediação: Maria Tereza Gomes – jornalista especializada em negócios, gestão e carreira, e mestre em administração pela FEA-USP.
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EQUIPE PROFUTURO FIA 2014
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EQUIPE PROFUTURO FIA 2014 1
Coordenação 1. James T. C. Wright 2. Renata G. Spers Núcleo de Admissões, Marketing e Viagens Internacionais 3. Ana Paula G. de Oliveira Fraga Guimarães 4. Daniana P. Santos 5. Juliana Bauer Lomonaco 6. Luciana Gori Núcleo de Programação Didática, Materiais, Finanças e revista científica Future Studies Research Journal 7. André Amendomar 8. Cristiane Alves de Oliveira 9. Ivana Franco da Silveira 10. Paulo Roberto Gonçalves 11. Priscila Derwood Mills 12. Raphael da Silva Venâncio
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Estagiários 21. Joseph da Silva Pavão Neto 22. Victor Hugo da Silva Macedo Menor Aprendiz 23. Leonardo Galvão da Silva
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Professores Assistentes 13. Mariana Sutter 14. Ailton Conde Jussani 15. Regina Ornellas 16. Bruno Giovanni Mazzola 17. Nelson Yoshida Professores e Consultores 18. Carlos Honorato Teixeira 19. Daniel Estima de Carvalho 20. Leandro Fraga
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
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AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Neste marco de 20 anos de sucesso do MBA Executivo Internacional apresentamos um agradecimento especial às pessoas cujo apoio, dedicação e otimismo tornaram tudo possível. Agradecemos aos colaboradores atuais e passados do Profuturo FIA, representados pelo grupo: Ailton Conde Jussani, Ana Paula Gonçalves de Oliveira Fraga Guimarães, André de Azevedo Amedomar, Bruno Giovanni Mazzola, Carlos Honorato Teixeira, Cristiane Alves de Oliveira, Daniana P. Santos, Daniel Estima de Carvalho, Elaine Cristina de Lima Costa, Ivana Franco da Silveira, Joseph da Silva Pavão Neto, Juliana Bauer Lomonaco, Leandro Fraga, Leonardo Galvão da Silva, Luciana Gori, Nelson Yoshida, Mariana Bassi Sutter, Paulo Roberto Ferreira Gonçalves, Priscila Derwood Mills Silva, Raphael da Silva Venâncio, Regina Ornellas, Renata Giovinazzo Spers e Victor Hugo da Silva Macedo. Aos professores do Programa da FEA e da FIA, representados pelo Prof. Dr. Jacques Marcovitch, professor atuante desde a primeira turma e ex-reitor da USP. À diretoria atual e às anteriores da FIA, representadas pelos seu atual diretor presidente, Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque. À equipe da Faculdade FIA de Administração e Negócios, representada por seu diretor Prof. Dr. Leandro José Morilhas. Ao Conselho Curador da FIA, na pessoa do presidente do Conselho, Prof. Dr. Claudio Felisoni de Angelo. Aos nossos parceiros internacionais, que muito contribuíram para nosso curso, aqui representados por Hermano Rocha (Owen Graduate School of Management, da Vanderbilt University), Prof. Rickie Moore (E.M.Lyon), Prof. Omar Merlo (University of Cambridge e Imperial College), Prof. Tim Minshall (University of Cambridge), Prof. Xu Luodan (Lingnan College, Sun Yat-sen University) e Prof. V. K. Gupta (MDI Gurgaon). E, em especial, aos alunos atuais e ex-alunos do MBA, que continuam ampliando seus conhecimentos em prol do desenvolvimento de nosso país.
Agradecimentos especiais | 121
ENGLISH VERSION
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Foreword The International Executive MBA sprung envisioning the future and throughout its current 20 years’ worth of existence, matured into a lifetime’s project. At Profuturo FIA, by the late 1980’s, we already predicted scenarios for Brazil that portrayed the country’s opening – in most markets – to international competition as being an inevitable event. Endemic inflation would come to be curbed and competitiveness would have had to be shaped based on knowledge, productivity, efficiency and include an international standing across a broad range of business areas. Preparing global standard management was essential, as was the tackling of issues arisen from both late development and social inequality. Once the challenge of bringing about the Executive MBA emerged at FIA – not then as yet International – it found its way into my mind. I willingly relinquished several other projects and partnerships to devote most of my time to develop the project that now celebrates 20 years’ worth of accomplishments, achieving national and international repercussion for the teaching of business administration in Brazil. Numerous were both people and organizations that supported and enabled the successful journey of the Executive MBAs: FEA and FIA teachers who invariably place their best efforts within and beyond the class room, the FIA Directors, assistant teachers and class monitors plus the entire administrative support team, who handles the back-office to make all come true; in addition to our counsellors, students and alumni’s who consistently collaborated with their unconditional support, offering suggestions, recommendations and demanding continued improvements. Finally, special mention is noteworthy as to colleagues who supported our coordination: at starters Prof. Rubens da Costa Santos, followed by Prof. Washington Franco Mathias and the current vice-coordinator of the International MBAs, Prof. Renata G. Spers. In addition, I cannot refrain from paying homage to another pioneer – Ana Paula de Oliveira Fraga Guimarães – who since the dawn of the MBA manages the supporting team – which, effectively, when it all began, was but one comprised of a single person – and who currently also manages with wholehearted devotedness, the entire, complex deployment of our international trips. This book celebrates the people and facts that made the International Executive MBA feasible. In the Chapter In The Beginning, we remember early start grounds: the economic, social and political context; the players who shaped the MBA; the first group of students, the challenges and the first achievements. Throughout Chapter Tuned Into Both Brazil And The World we shall embark on a journey through time, from one year to another highlighting the most relevant events in both Brazil and abroad from the 1990’s, in effect those that directly or indirectly impacted the course’s history.
English version | 123
One could not prepare a book of this kind without spotlighting the international trips, along with their unforgettable tales, photographs and moments. This is the theme of Chapter International Trips. Following suit, Chapter Students unveils the International Executive MBA’s story from the viewpoint of its students. Testimonials offered by the many generations of executives provide evidence of the impact the course bore on both their lives and careers. Chapter Pioneer Academicians in turn gathers a set of accounts offered by pioneer professors, those that firmly trusted the project from start and who, though endowed with academic diploma laureates, acknowledged the relevance of sharing knowledge with students, that of simultaneously teaching and learning. According to our assessment model, students are required to present a Course Conclusion Paper (locally known as TCC) to be entitled to their diploma. This is Chapter Course Conclusion Paper (TCC) Strategy In Print theme, throughout which we will be briefed on some of the most outstanding projects prepared over this couple of decades, in addition to student and professor understandings of the same. At the end of the book, two themes point towards the future. The first (covered in Chapter World-Class) introduces the International MBA and the Americas MBA, two novel courses which are ministered in the English language and were created to offer quality executive education to younger professionals both from Brazil and from other countries. In conclusion, Chapter Envisioning The Future presents the opinions of four members of the new generation of professors as to the challenges we shall face over the forthcoming 20 years. I am fully aware of the fact that we shall invariably not do justice to many by omission of names of relevance to our history. To these from the outset I hence with offer my warmest apologies. It is to all colleagues and collaborators, and in particular to our MBA’s students and alumni’s, that we dedicate this celebrative book covering the first 20 years of the Executive MBA, in commitment to increasingly work harder to further develop the quality of teachings and our capabilities in qualifying competent and socially aware managers to ensure the building of a country – Brazil – that is prosperous, fair and sustainable, for those to come: future generations. James T. C. Wright Professor of Strategic Management and of Technology Prediction and Assessment at FEAUSP (University of São Paulo) and at FIA. Founded and coordinates FIA’s International MBAs, including the Executive MBA, the International MBA and the Americas MBA. Further coordinates FIA’s Profuturo – Future Studies Program and the institution’s Professional Master’s Program. Holds a Baccauleaurate degree in civil engineering (Mackenzie Presbiterian University, São Paulo, Brazil), an M.S. in Engineering (Vanderbilt University, TN, USA) and a Doctorate degree in Administration (FEA-USP – University of São Paulo, Brazil). International experience in Engineering and Consulting includes assignments deployed in Brazil, Africa and Europe and participation at academic, charitable and corporate Councils. Current positions include member of Ambev’s – Americas’ Beverage Company – Audit Board.
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IN THE BEGINNING Activities baffled the 26 students who had enrolled at the first class group of the then known as FIA’s Executive MBA. Employed at corporations such as Citibank, Hoechst, Pirelli and Icatu Securities, these professionals experienced two out of the ordinary events at kick-off, during the first week of classes: they visited the Museum of Contemporary Art of São Paulo (MAC) and attended creativity classes at a country house in the outskirts of São Paulo. During the rural gathering, early morning theoretical classes were followed by barbecue over lunch and interactive dynamic activities throughout the afternoon. It was precisely this unforeseen program of featured events ideated for those nearly 40 year old executives in search of business learning, which started-off the first Foundation Institute of Administration’s (FIA’s) MBA, later coined as the International Executive MBA. Founded in 1980 by a group of professors of the University of São Paulo´s School of Economics, Administration and Accounting (FEA-USP), by then, FIA had already become widely respected as both a research and training institution, but the MBA was FIA’s first open enrollment degree program. Until then, FIA’s courses were designed to address in-company groups, for both public and private institutions. The benchmark was established at Northwestern University’s Kellogg School of Management, at Evanston, Illinois, in the United States – then deemed to offer the top world program. Thus, in 1992, Professors Rubens da Costa Santos and Alexandre Berndt were commissioned to become acquainted with this Executive MBA program, designed for executives experiencing mid-career challenges. (The traditional MBA format, which in the US lasts two years and offers a Master’s degree, attracts younger students.) Subsequently, Directors from Kellogg shared their experience with FIA, in Brazil. As of this benchmark, FIA’s MBA conceived several pioneer practices in Brazil: the 400 class hour duration spread across 10 modules, the shared breakfast and lunch experience to further integrate the class group and the tenet of gathering both theory and practice within class room activities. In addition, from the very start the course emerged affiliated to the Executive MBA Council, which in turn associated with the American Assembly of Collegiate Schools of Business (AACSB), an entity that still accredits business schools in a variety of countries. Nonetheless, the road to success was by no means easy. In 1992, the first attempt to launch the course faced setbacks – no more than seven candidates had enrolled for the first class group. Launched under an excessively academic approach then deemed and counting excessively on the University of São Paulo’s prestige, the end result was a canceled program and a debt of 50,000 dollars’ worth of upfront expenses, which FIA had invested in the launch.
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At this point Professor James Wright was invited to take on the assignment, committing to re-launch the course and recover the investment. In an article published at the time, Professor James – whom to date coordinates the course – thereafter described the challenge that lay before him: “Programs of this kind, which to a large extent differ from traditional ones, must sharpen strategic envisioning, supporting upper management executives to take on increasing responsibilities”. It was his understanding that executives had to “leave the classic business administration models behind and seek others of more participative nature, thus enabling the outreach and shaping of a holistic vision of their business”. The chemical engineer, executive and researcher Nilo Martire Neto, confirms this need: “Brazil was experiencing times of difficulty in both the economy and in terms of investments. Attaining a widespread vision of the entire scenario was crucial for executives of those days”, claims this member of MBA Group 1. Despite having studied and taken into account successful international models, FIA’s course was tailored to the specific needs of Brazilian executives. From the very start, perceptions confirmed that the traditional full time MBA format – which calls for exclusive dedication – would not be feasible in Brazil at the time, requiring professionals cease working over long periods. Another certainty shared by the pioneers who set the framework for the course involved the fact that this would be an advanced program, unlike those that solely replicated what was taught in undergraduate level business administration programs. A handful of conditions favoured this decision. For starters, it was decided that only professors associated with the University of São Paulo – especially from FEA – holding Doctorate degrees, would qualify to lead a course. External contributions would flow in as lectures delivered by invitees. Hence, precisely at that moment and without any planning, a partnership that lasts to date was coined: Professor Jacques Marcovitch conducts both the opening and closure classes of all class groups (read more in the Chapter devoted to Pioneer Academicians). Regarding professors, a novelty: every three months, the course would bring a foreign scholar, to deliver classes in Brazil. The first to come was Dr. Robert William House, an American from Vanderbilt University, who discussed General Motor’s experience in developing the Saturn automobile, which years later became a classic Harvard case. Subsequently, Maurice Thevenet, from Paris’ Essec came to lecture on the “implications and relations between the individual and the organization”. At Group 1’s closure, the invitee was John Child, who joined us coming in from the University of Cambridge, to share his understanding of alliances and joint ventures as strategic alternatives for internationalization. An important factor that favoured the course’s superior standard: FIA – which at the time was affiliated to FEA, had consolidated its own brand name as a research, consulting and training centre. Between 1987 and 1993, FIA on average conducted 80 projects per year and more than one third of these comprised executive training. A large Brazilian bank had, for instance, enrolled 266 top executives in a program that was tailored by FIA to address the organization’s needs.
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Given that FIA was, between 1987 and 1994, presided by Professor Jacques Marcovitch – four times elected to office – FIA was experiencing rapid expansion, net equity having four or fivefolded during this period. In 1980, Professor James Wright set up Profuturo FIA, a program that throughout the 1980’s devoted efforts to providing consulting services primarily in forecasting and strategy for companies within the public sector. Other specialized programs followed, and from 1995 on several specialized courses were developed. The course model From the outset, innovation characterized the teaching model: each discipline counted on a lead professor, one who would account for the common thread across the entire 40 hours of activities involving a given module. This professor was complemented by four to five other teachers, but was responsible for ensuring the homogeneity of the learning experience as a whole. “We were fully aware of the fact that we would have experienced executives taking classes. This was a group that reasoned with a sharp, practical approach and demanded professors that held corporate experience” remembers James Wright. From that first year, the proposal comprised offering interactive classes, marked by discussions on current affairs and group projects. There was final course-end evaluation upon the delivery of the Course Conclusion Paper, locally known as TCC. There were no exams, and the experience exchanged between students and teachers and amongst students was highly valued and appreciated. It was an extremely experienced group and the end result was one of grateful amazement. As far as the students – who sought an entirely new perception of the world of business and cutting edge knowledge – were concerned, FIA’s MBA immediately took off indicating it was bound to push far beyond the ordinary, inclusively as to the sequence disciplines to be covered. The course initially focused on strategic vision and the economic environment. Throughout the world, courses began as of the regular set of business management fundamentals (finance, marketing and so forth) and only thereafter demonstrated how each field might interact with one another. The design created by FIA’s MBA pioneers was grounded on the fact that first one ought to have an extended overview of the scenario within which companies operate, discuss prime challenges and major, forthcoming trends to then mobilize corporate functional areas for implementation. James reports that “this unconventional approach was particularly welcome and remains in place to date”. This is one of the few aspects of the course that has remained unchanged over time. An incremental improvement process was introduced from one year to another and the 400 initial class load worth of hours expanded to 500. Hence, FIA’s MBA would come to address the European certification model and further open space for the discussion of elements of core relevance in the shaping of a complete executive. Gradually, international study trips were added to the course, offering classes held at partner universities and corporate visits, tests and individual papers graded on a per discipline basis, including personal participation and contribution evaluations to the collective learning process.
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Twenty years later, these first students still nurture nostalgic feelings in remembrance of the experience. Nilo Martire Neto recounts the last day of classes, celebrated over a farewell supper: “Once lots of toasts and all the partying were over, emptiness clouded our minds, reinforced by a strong sense of repaying society with a glimpse of that gifted to us, via the knowledge all therein acquired. On that very evening, the initiative to set up an alumni association emerged, which would centre on the prime objective of forming a group to support Third Sector Societies, qualifying these entities by resorting to volunteer students. I was honoured as the first to take office as President of the association. Time and people from subsequent class groups joined our association which developed and became the smashing success it currently evidences”. Another member of Group 1 that likewise recollects personal milestones in a longing manner is Renê Agostinho: “We used to have breakfast together at one of FEA’s rooms. There was a great, pleasantly casual atmosphere. It literally renewed the sense of returning to school. That’s why at the graduation ceremony tears flowed all over the place, as if that were a last high school year graduation event. Mind you, this was no less than a bunch of old timer rogues whining and wailing!”. IN THE EARLY DAYS • Name in 1993: Executive MBA • Duration: 400 hours – 12 months • 1st. Class Group Students: 26 • Classes: Fridays and Saturdays, fortnightly, on a full day basis • International lectures • Monitored course conclusion project, paper defence and seminars: 100 hours devoted to the final paper • There were no tests • There were no individual discipline grades along the course NOWADAYS • Name: International Executive MBA • Duration: 500 hours – 18 months • Extra class studies: 10 hours per week • Classes: Fridays and Saturdays, fortnightly, on a full day basis • International lectures and international competitiveness seminars • Monitored course conclusion project, paper defence and seminars: 100 hours devoted to the final paper • Up to two weeks of total immersion classes abroad at chosen regions selected amongst options comprised by Europe, USA, China and India • Four international study options, two of which are mandatory • Individual tests, group projects and participation grades on a per discipline basis
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Prospecting the future Profuturo is FIA’s research and education centre, based on the mission of supporting organizations in dealing with environmental transformations, in an increasingly volatile world. Also known as FIA’s Future Studies Program, the nucleus provides services in the fields of consulting, research and education. The International Executive MBA and other international programs created over the recent years – such as the International MBA and the Americas MBA – are managed through the educational division of Future Studies Centre. Founded in 1981, Profuturo FIA arose from a project for the Brazilian government involving future prospects of the Proálcool program. In 1979, when the second oil crisis struck, 90% of the country’s petroleum was imported, more than 50% of this volume from Iran and Iraq, which entered into a war. To expand the production of ethanol, the Brazilian government obtained funds from the World Bank, who called for an independent study as to future prospects of the National Ethanol Program (Proálcool). “We organized the centre based on the concept of studying megatrends affecting both society and technology, thus influencing corporate strategies. The first coordinator was Professor Rui Leme”, recalls James, referencing to a famous professor from the University of São Paulo, one of the founders of the Administration Department of the School of Economic and Administrative Sciences (FCEA), which would later evolve into the institution currently known as FEA. Furthermore, for 17 years, Professor Rui Leme remained at the forefront as FIA’s president. Currently, in addition to devoting efforts to International MBAs and in-company programs, Profuturo FIA also conducts research consulting projects for corporations. During the 1980’s, Profuturo prepared strategic plans in the field of technology for the most prominent R&D centres in Brazil, such as Petrobras’ Cenpes, Eletrobras’ Cepel, Telebras’ CPqD, Embrapa, the agribusiness research organization and Inpa – The National Research Institute of the Amazon, in addition to having conducted one of IBM’s Research Centre’s first local projects in Brazil. Another outstanding achievement involves the joint definition with Petrobras of the basic configuration required to deploy Brazil’s first ultra-deep water drilling platform, a project known as Procap-1000, operating at over 1,000 metres of water in 1986. Other projects of relevance include the designing of scenarios at Telebras to enable the subsequent planning of the digitalization of the country’s telecommunication network. Since the late 1980’s, Prof. Wright has published articles identifying business opportunities in popular markets (Bottom of the Pyramid) and Profuturo FIA focused on supporting strategic market planning for corporations. “I brought this approach of better understanding our future to the MBA. That was always the idea. Establishing and implementing long-term goals is a competence still in short supply in Brazil. Knowing what kind of nation we want to be, and how companies should position themselves in the country we’re building is fundamental to implement successful strategies”, says Wright.
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Tuned into both Brazil and the world During the last couple of decades, the International Executive MBA testified the overwhelming introduction of the internet into corporate routines and to people, the privatization of state-owned companies, the unbridled re-engineering movement at organizations, terrorist attacks on both the US and the world, China’s superceeding of Japan as world’s second economy – amongst so many other shifts that changed the world, Brazil, companies and careers. What you will see next, is a selection of the most relevant facts that imprinted the economy, society and technology along these 20 years worth of the course. May you enjoy a pleasant trip through time. 1990 • Once dictatorship was over, Fernando Collor de Mello becomes de first President of the Republic to have been elected to office by direct compulsory vote • The Collor Plan enforces the confiscation of both corporate and individual savings • Collor refers to cars built in Brazil as being carts and kicks-off the opening of the country’s economy • Michael Hammer, in na article published in the Harvard Business Review magazine, coins and for the first time employs the term reengineering • The first mobile phone system is launched in Brazil • Profuturo FIA develops a scenario prospection model, for a study in the winery segment, which indicates the future relevance of consumption deriving from classes B,C and D “The International Executive MBA came about at a time when the market began to demand a leader that in addition to being a sound operator, was able to add value to the business in itself, within a competitive environment.” Prof. Dr. Joel Dutra 1991 • The United States and the then-called Soviet Union put an end to the Cold War, which had started back in 1945 • Usiminas is the first state-owned company to be sold to the private segment, initiating the country’s National Privatization Program • Brazil, Argentine Republic, Uruguay and Paraguay form the Southern Common Market block – known as Mercosul • The internet is only used by governmental entities and by education and research institutions; it would only come to be opened to companies and the public, in 1995 “We were experiencing a turbulent democracy, which nevertheless favoured business. An open economy.” Luiz Gaj
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1992 • Itamar Franco takes office once President Collor is impeached • Brazil hosts ECO 92, the United Nations Conference on Environment and Development • FIA offers openings for Executive MBA applicants to the institution’s first course; classes are delivered at FEA-USP “Once the Cold War was over, the promise rested on a world free of conflicts and Brazil was beginning to reason in terms of an international scenario. Our challenge was to support students and FIA in embedding themselves within this then sounder consolidated democracy and open economy.” Prof. Jacques Marcovitch 1993 • Given an inflation rate of 2,700% per annum, Brazil peaks to the highest figures ever in its economic history • The steel mill known as CSN is privatized to the local Vicunha Group • Michael Hammer and James Champy launch the book entitled Reengineering, which advocates a revolution at companies. • After years of disputes involving the implementation of cellular systems at the city of São Paulo – by then already amongst the top 10 most populous in the world – users finally start using mobile phones within local boundaries • In December, the first Executive MBA class group graduates “The MBA provided me with the managerial tools that ensured my progress and my pathway of professional achievements.” NILO MARTIRE NETO, first President of FIA’s Alumni Association – CLASS GROUP 1 “To me, the MBA prove to be a transformative cycle, one of inspiration and personal development, that never came to an end.” OSCAR BORONAT, CEO Coach – CLASS GROUP 2 “Collor having been elected, inflation soaring, cars resembling carts – we were experiencing a Soviet, Chinese economy. The economy had to be opened up. Jacques Marcovitch perceived that paradigms had to be broken so he gathered FIA’s professor and we began the first discussions concerning the teaching of MBAs to executives.” Prof. Washington Mathias “When we entered the years 2000 there was a more favourable scenario. Class discussions framed that Lula would promote relevant changes so we began to exchange thoughts concerning reforms and to ponder as to what to do so that the country might come to skyrocket.” Prof. Simão Silber
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1994 • The demand for the Executive MBA grows • The Real Plan stabilizes the economy and finally mitigates hyperinflation. The local currency is renamed as Real • Embraer – the till then state-owned aircraft manufacturer – is privatized • Jeff Bezos incorporates the on-line shopping store that subsequently came to be widely acknowledged as Amazon • FIA’s MBA Alumni Association deploys its first social projects “I began to perceive the world in a distinct manner. I engaged myself in voluntary activities and from a professional standpoint, shifted to the third sector, exceedingly deprived of professional management.” AGNES EZABELLA – CLASS GROUP 3 “It’s tough to pick a discipline that left a particular imprint on me; All in all, classes and themes were extremely focused on practice and this is very helpful on a day to day basis at work.” ROBERTO DAVIDOWICZ – CLASS GROUP 4 1995 • Fernando Henrique Cardoso is elected to office and becomes President of the Republic of Brazil • Microsoft launches Windows 95, popularizing computing • The Executive MBA promotes its first international trip. The chosen destination was the Vanderbilt University which became an integral and mandatory module of the course, comprising classes and visits to companies such as Fedex, Saturn, Nissan, Dell and others “The classes on digital marketing that were delivered to us at the University of Vanderbilt were extremely important for my professional life. To date I continue to make use of a number of tools offered by FIA’s MBA.” MILTON JOSÉ DE FRANÇA BARRETO – CLASS GROUP 5 “It would be unfair to remark on a single professor. All, no exceptions made, wholeheartedly devoted themselves to the class group. Furthermore, it’s great to still today remember approaches that remain current and effective.” ALEXANDRE GOMES MOREIRA – CLASS GROUP 6 1996 • Scientists announce the birth of Dolly, the first mammal to be successfully cloned from an adult cell • The International Academy of Science’s (IAS) prize known as Hopes for the Future for a Sustainable World grants the 1st place award to the Floram Project – Forests and the Environment –, presented by the University of São Paulo’s IEA – Advanced Studies Institute. Both Professors Jacques Marcovitch and James Wright were members of the project team
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“The MBA was a watershed, enhancing my self-esteem and trust in my own talent. Interaction with colleagues/friends, experienced in other fields, enabled my shaping of a more extensive perception of both businesses and life.” CARLOS MARCONDES FERRAZ – CLASS GROUP 7 “A landmark episode occurred when I hosted International Executive MBA students in Lyon, France. I had concluded the very same course myself, three years earlier and worked at the French city at Aventis Cropscience, as Head of Supply Chain, for Latin America. I was bestowed with the opportunity to introduce the company and reflect as to the impacts of having taken the MBA on my own career.” RICARDO PAVELOSKI – CLASS GROUP 8 “Roberto Shinyashiki was a student at our class group and encouraged all to think differently. During that same period he wrote the book Success Is To Be Happy. Did we serve as his laboratory?” ROSANA JAMAL FRANCISCO DOS SANTOS FERNANDES – CLASS GROUP 9 1997 • The government privatizes Vale do Rio Doce Brazil’s largest mining company • Steve Jobs returns to Apple after having left the company in 1985 • Professors James Wright and Luiz Gaj engage in the strategic planning for Antartica, the 2nd largest brewery in Brazil, and launching of the “Bavaria” beer. This became a first prize winning case at FEA-USP “At the time, MBAs were exploding in Brazil. I worked in the field of Human Resources and was seeking knowledge to build a strategic vision of companies. The best fitting program was the International Executive MBA, taking into account the course’s set of strategic disciplines.” GINO LUIZ ROSSI – CLASS GROUP 10 “In 1997, I was transitioning from a management career in IT to manage pension funds. The MBA was how I came to address the needs of this new function, even though it demanded my traveling between Curitiba and São Paulo every two weeks.” SILVIO RANGEL – CLASS GROUP 11 1998 • Two Stanford students – Larry Page and Sergey Brin – found Google, the widely reputed search engine • The Telebras System, comprised by state-owned fixed and mobile telephony companies, research centres and others, is privatized • Profuturo FIA supports the transformation of the CNPq – Telebras’ Research Center – into a foundation, focused on the needs of companies which operate within the telecom segment “The MBA eased my relationship with work, opened relationship doors which I probably would not have otherwise had access to and most importantly, showed me how good it is to return to the academic environment.” SILVIO BARROS – CLASS GROUP 12 “The international business trip experience was very enriching. To date, the learnings gathered during the visit to Fedex help my promoting of corporate improvements.” LUIZ HENRIQUE LISSONI – CLASS GROUP 13
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1999 • A foreign exchange crisis devalues the Brazilian Real to the extent that the local currency no longer sustains the one to one parity it had to the US Dollar • Napster – a program that enabled free sharing of music over the internet – is launched on the web by Shawn Fanning and Sean Parker • At the peak of the dot-com bubble – the speculative wave of the 1990’s involving internet companies – Yahoo! takes over the GeoCities site for US$ 3,57 billion. The company would end up being closed down in 2009 • FIA’s Butantã Educational Unit is inaugurated. The International Executive MBA is FIA’s first course to operate independently of the USP seal “At the International Executive MBA, I had the opportunity to re-direct my thoughts on management, aligning them with modern and global strategies.” NESTOR DE CASTRO NETO – CLASS GROUP 14 “My class group chose a hymn to be used every time we celebrated a given event. All sang Les Chansons d’amour riding buses, at restaurants, public sites...” RENATO TELLES – CLASS GROUP 15 2000 • The Santander bank buys Banespa under São Paulo’s State privatization program • The Nasdaq stock exchange rate – specialized in New Economy companies – starts to crash, triggering the internet bubble burst • GE’s Jack Welch is elected Manager of the Century by Fortune magazine • Professor James Wright wins the Jabuti-2000 Prize in the field of technology, with the book Agro-environmental Impact – Perspectives, Problems, Priorities • The International Executive MBA takes students to attend classes in Europe, at City University in London and E.M.Lyon, in France “The MBA re-fed the pleasure of learning and the enriching opportunity to share. It was a true watershed in my career.” SERGIO GONÇALVES – CLASS GROUP 16 “There was a visit to a winery in France where the importance of hospitality and customer care was exercised. We were extremely well received in an atmosphere that fully exceeded our expectations and made itself unforgettable.” CONSUELO PAIVA MARTINS AMORIM – CLASS GROUP 17 “The effect on my career was positive in terms of the following aspects: a) consolidated the habit of continuously recycling knowledge; b) opened freshened windows as to people, processes and business, within and beyond organizations; c) extended my social and professional network.” MARIA ANGELA LOGUERCIO BOUSKELA – CLASS GROUP 18
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2001 • The English economist Jim O’Neill coins the acronym BRIC to designate the economies of Brazil, Russia, India and China • Apple launches the iPod – the portable player that would come to revolutionize the music industry • The United States comes under the greatest terrorist attack in its history, which destroyed the World Trade Center’s Twin Towers, in NYC • Gol Linhas Aéreas arises – the first airline to operate in Brazil under a low-cost, low-fare system • The Profuturo FIA Seminars are launched at FEA-USP enabling MBA students to publicly present the year’s best Course Conclusion Papers “In addition to classes at Cambridge and Lyon having been effectively very interesting, the international trips served the purpose of further increasing the cohesion that by then, already existed within our class group. To date we continue to often come together.” EDUARDO WONGTSCHOWSKI – CLASS GROUP 19 “In retrospect, personal relationships and soft skills acquired during the trips are as, or more important than, the techniques taught.” ROBERTO CASTELO BRANCO DINIZ – CLASS GROUP 20 2002 • The Euro becomes the single currency across 12 European Union countries, including Germany, France and Italy • Argentine Republic: as a result of the economic crisis, plundering and violence ensued; the government declared martial law • The Brazilian Soccer Team wins its fifth world soccer championship at the South Korea/Japan World Cup • The International Executive MBA is the first to take part in Harvard’s Latin American Case Consortium (Lacc) • Classes taken in the United Kingdom start being held at University of Cambridge “The class that triggered change in my life was delivered by Instituto Akatu’s Professor Helio Mattar, who discussed corporate social responsibility. He was accompanied by Luis Alexandre Mucerino, then President of USP’s MBA Alumni Association, whose talk centred on the Gesc.” ARON ZYLBERMAN, Mucerino’s successor at both the Association and GESC – CLASS GROUP 21 “The MBA provided me with a comprehensive overview on finance, marketing, operations, strategy and people management. Thanks to this fact, I was able to keep my business unit operative during a certain period of time and nowadays we have attained sustainable growth.” JOSÉ CARLOS APARECIDO RANGEL – CLASS GROUP 22
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2003 • Luiz Inácio Lula da Silva takes office as President of Brazil, a position that he’d come to hold over the subsequent 8 years • The Dane Janus Friis and Swedish Niklas Zennström ideate a free internet global voice and video service. In 2011, Microsoft buys Skype out for US$ 8,5 billion • British Airways conducts the final official flight of the Concorde’s – the supersonic commercial aircraft capable of flying from Paris to New York in 3,5 hours versus the regular eight hours • The International Executive MBA is the first MBA in Brazil to be accredited by Amba, an international organization headquartered in England which accredits topflight MBAs, such as those held at the London Business School, Insead, IE and others • During a five year period, Professor Renata Spers monitors the performance of 75 companies and demonstrates that those focused on popular goods to address economic class levels C, D and E experienced more growth and were more profitable than those focused on serving high income levels A and B “The MBA fostered an environment of extensive debate and exchange of ideas and knowledge, whether with the teaching staff or with the multicultural group of students.” E. TADEU H. DE SOUZA – CLASS GROUP 23 “The class group was extremely collaborative. This was a very mature course and it enabled our learning and making of new friends, both of which shall remain for ever.” HUMERTO LOTITO – CLASS GROUP 24 2004 • A tsunami strikes 14 countries in the Indian Ocean, reportedly killing 174,000 people (some figures indicate 300,000) • Google creates the relationship site known as Orkut • Mark Zuckerberg, a Harvard student, launches Facebook, currently the largest social network in the world with 1 billion users. Eduardo Saverin, a Brazilian, put up the project’s seed money, approximately US$ 1,000 • The International Executive MBA is the first Brazilian Executive MBA to position itself in the English Financial Times newspaper’s Executive MBA ranking “At the International Executive MBA, the level of demand required provided a very comfortable atmosphere for those who took things seriously and truly wanted to devote themselves. As far as I’m concerned, this was extremely valuable.” ALEXANDRE CANTELLO BERGAMO – CLASS GROUP 25 “The MBA represented a personal and professional maturation stage and Professor Tania Casado’s work in psychological profiles in particular, impacted me. At the time, I had not developed that level of self-knowledge.” MARCELO PEREIRA DE CARVALHO – CLASS GROUP 26
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A team of laureates The International Executive MBA’s Advisory Council conducted their first meeting on the 14th of May, 2004. Eight students, alumni and class representatives formed the Council commissioned to guide the MBA’s strategy. Ewaldo Russo, an alumnus that graduated in the first Executive MBA group and was now President of Fleury Laboratories was elected to preside over the Council. Donizete Custódio, Luiz Alexandre Mucerino, Olga Colpo, Ricardo Bressiani, Robert Wong, Sérgio Fioravante, Frederico Curado, Javier Llussá and Sergio Gonçalves were also elected to comprise the team of counselors. Since then, the Council comes together on a quarterly basis and has offered relevant contributions to ensure the International Executive MBA’s continued success. One amongst many examples was the inclusion of China as a study trip destination, which would come to first be conducted in 2005. The possibility had been discussed at the mentioned, very first gathering, and at the time received numerous recommendations from counselors who shared their personal experience in Asia. 2005 • Pope John Paul II passes away and Cardinal Joseph Ratzinger is chosen as Pope Benedict XVI • In Claremont, California, Peter Drucker, deemed “father” of modern management, dies • YouTube – the network that enables the publishing and sharing of videos – arises • Procter & Gamble buys Gillette for US$ 57 billion, forming the largest consumer goods company in the world • In Brazil, local aircraft company Vasp closes down • Congressman Roberto Jefferson exposes to the newspaper Folha de S.Paulo the existence of a cash-for-vote scheme within the Brazilian Congress. Ten days later, the Presidential Chief of Staff, José Dirceu, was removed from office, and later sentenced to jail • Hurricane Katrina destroys protection dykes and extensively floods the city of New Orleans, in the United States • Professor’s C.K. Prahalad – from both Harvard and Michigan – book entitled The Fortune at the Bottom of the Pyramid conveys global awareness to the concept of popular goods for the base of the pyramid (social-economic class levels C, D and E) • The International Executive MBA gives start to annual trips to China, visiting Chinese, transnational and Brazilian companies in Shanghai, Beijing and Guangzhou “Amongst other aspects, the classes on finance, during which I learnt about EBITDA, net profit and balance sheets, enabled my managing to talk to the CEO on corporate figure matters. This was something I simply had to learn.” JORGE TUNG – CLASS GROUP 27 “It was as if someone had adjusted a lens in front of my eyes so that I’d come to perceive the world in a different manner. I recommend and would repeat the experience.” JOSÉ LUIZ BARLETTA JR – CLASS GROUP 28
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“The strategy discipline was very helpful to my preparing of a project that was approved by the company, obtained the requested investments and ended up being very successful. This leveraged my career at the company”, ANDERSON GASPAR – CLASS GROUP 29 2006 • The micro blog Twitter is launched in the United States • An aircraft of the local Gol airline carrying 154 passengers crashes into the Amazon forest. Months later, the Brazilian air travel system collapses and leaves thousands of stranded passengers at local airports • Petrobras confirms the existence of oil and gas reserves within the pre-salt stratum, at a depth of more than 7,000 metres. Drilling started at the Santos basin, but currently stretches from the State of Espírito Santo to that of Santa Catarina “Disciplines such as People Management, Competitive Strategy, Quantitative Methods and Decision Making were immediately applied at my role as Business Manager and also enabled the implementation of improvements in several corporate processes.” JACQUES RICARDO – CLASS GROUP 30 “During the People Management discipline, I recognized values that had consistently permeated my career decisions but which I hadn’t, till then, clearly understood.” NELSON DAISHIRO YOSHIDA – CLASS GROUP 31 2007 • Apple launches the iPhone, a smartphone that in addition to functioning as a telephone, includes music player, digital camera, internet, text messaging, Wi-Fi connection and touch screen features • At the most deadly aircraft accident ever recorded in the country, 199 people are killed in an accident at São Paulo’s downtown airport, Congonhas • The local low-cost low fare airline Gol buys out a better known airline – Varig: the brand name, their Smiles mileage program and the company’s sites at airports • The Thunderbird Award, which is granted to the best Business Association of Latin American Studies (Balas), is bestowed upon Professors James Wright and Renata Spers in acknowledgment of their article Strategic Implications of Learning Effects in a Service Operation • Professor Renata Spers’ earns her PhD degree with the thesis: Proposing an Internationalization Model for Brazilian Companies to Operate in International Popular Markets “Professors Joel Dutra and Tania Casado, with whom I much learnt about how to conduct my career, deeply moved me. The self-knowledge exercises were fundamental.” ANTONIO CARLOS CAMPOS – CLASS GROUP 32 “To date, those on finance with André Oda are of use to me. He managed to re-shape a “boring” theme into something of interest. I have often used his tips in projects.” EDUARDO SCHUMANN – CLASS GROUP 33
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2008 • Barack Obama is elected to office as the United States’44th President and becomes the first African descendent to lead the world’s largest economy • On the 15th. of September, the Lehman Brothers bank files bankruptcy, accelerating the impacts of the US’s greatest economic crisis ever since the 1929 crash and triggering global impacts • Fidel Castro steps down but bestows upon his brother, Raul Castro, the office of President of Cuba • Brazil’s most important stock exchange markets – Bovespa e BM&F – announce their merger • The largest private bank in Brazil is formed, once Itaú and Unibanco likewise, announce a merger • Bill Gates announces his stepping down of executive functions held at Microsoft • Rio de Janeiro’s government sets up the first Pacifying Police Unit (UPP), at the slums surrounding and atop the Santa Marta slum • Frederico Curado, a Group 8 alumnus of the Executive MBA, takes office as President of Embraer, a company seen as a symbol of Brazil’s competitiveness in high-tech products • The International MBA is launched, entirely conducted in English in Brazil; 53% of enrolled students are from Europe and North America, and come to study at FIA • Profuturo FIA’s prospection methodologies and techniques are presented at the World Future Society conference held in Washington D.C., USA “A lot of topflight quality people were brought into my world!!!” LEANDRO DE SOUZA LIMA VENTURA – CLASS GROUP 34 “The discipline on global markets extended my perception as to the opportunities one has in the world and not only in Brazil; I understood that today I am a global professional, no longer remaining restricted to our country.” EDÉLCIO APARECIDO FONSECA – CLASS GROUP 35 2009 • Rio de Janeiro wins the dispute to host the 2016 Olympic Games • As a result of a merger between Sadia and Perdigão, Brasil Foods, currently known as BRF, is created. • Profuturo FIA launches the Future Studies Research Journal, which presents studies on both future studies and strategy. Professors James and Renata lead this scientific initiative as Editors. • The International Capacity Building Alliance (ICBA) project is conducted, with partial sponsorship from Novartis, as a joint Profuturo FIA, Gesc Institute and the MBA Alumni Association project, from which teaching material and methodologies, to develop philanthropic NGOs, is transferred to 17 countries in Europe, Asia and the Americas “I highlight the People Management discipline since we were exposed to a set of best practices and teachers that I deem well above average. They drove me into hours’ worth of thinking over!” RICARDO SANTANA MALTEZ – CLASS GROUP 36 “Professor Joel Dutra’s class on career management, awakened me into entrepreneurship and enabling my coming to get to know of my professional interests and how I may integrate these with my personal interests.” ANA CAROLINA BUENO NIGRO – CLASS GROUP 37
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2010 • Dilma Rousseff is the first woman to be elected to office as President of Brazil • China supersedes Japan and becomes the 2nd largest world economy • The former Julian Assange, discloses thousands North American diplomacy secret documents on a site named Wikileaks and to leading US and European newspapers • China becomes the world’s largest exporter • The largest airline in the world arises from the merger between the American companies Continental Airlines and United Airlines • Demonstrators initiate a series of protests of the Arab Spring, a revolutionary wave that swept the Middle East and North Africa • FIA is awarded South America’s Most Innovative School prize, by European CEO magazine, spotlighting the creation of the FIA International MBA • The International Executive MBA conducts the first study trip of a Brazilian MBA to India, visiting Mumbai, New Delhi and Agra to understand both local opportunities and business challenges “Sound education was added to experience to boost my career. The process began whilst I was still taking the MBA. By the end of the course, I had already achieved the outlined objective of being granted 2 promotions.” FABIO KOGA – CLASS GROUP 38 2011 • The Supreme Federal Court (STF) rules in favour of stable homosexual relationships granting parity to those deemed as consensual marriages • In Japan, an earthquake followed by tsunami waves confirmedly deceases 13,333 people and approximately 16,000 remain unaccounted for; Fukushima’s Nuclear Plant explode • Steve Jobs resigns from the post of CEO at Apple and weeks later, passes away due to cancer • Eike Batista, a Brazilian holding an estimated fortune of US$ 30 billion, is ranked as the 7th wealthiest man in the world, by Forbes magazine. Eighteen months later, shortly after his companies start to crumble, he loses the very title of billionaire • The America’s MBA is launched with classes being taken in Canada, the United States, Mexico and Brazil. The participants share joint classes with international students from all over the world for up to 50% of the course • Profuturo FIA, supported by CNPq, the National Research Council, performs studies for the introduction of electrical vehicles in the megacity of São Paulo • Professors James Wright and Renata Spers publish the book Popular Markets in Brazil which includes Executive MBA student case studies “Having become an entrepreneur, I had to prepare a business plan from starters, as of strategic brand name positioning, crossing through pricing, and so forth. These are subject matters that I delved into during the course and which helped make my company come true.” RAFAEL PINHO BASTO – CLASS GROUP 39
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“The MBA helped me link and understand the diverse market mechanisms which are constantly evolving. Corporate political issues as to strategy, in special, helped me mediate as to my own within the organization.” RODRIGO PERSICO – CLASS GROUP 40 2012 • At 104 years of age, the world famous Brazilian architect, Oscar Niemeyer, passes away • Facebook launches its IPO on the stock exchange market • Barack Obama is reelected to office as President of the United States of America • Brazil’s Federal Government privatizes Cumbica, Brasília and Viracopos airports; the state-owned company, Infraero, retains an equity share of 49% of the total capital • Spotlight for the Executive MBA granted by the Executive MBA Council: the course peaks alumni satisfaction levels and equals results from a sample of the top 15 schools in the US • Professor James Wright and co-authors awarded Best Paper at FEA-USP’s International Administration Seminar (SEMEAd) • Professor Leandro Morilhas earns his PhD degree whit a thesis on Reverse Logistic Operations, in quest for sustainability “Taking FIA’s MBA is about unveiling a horizon of possibilities and discoveries. However, how to best make use of them ends up being an individual participants’ decision.” OSMAIR FERNANDES VITOR – CLASS GROUP 41
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2013 • Profuturo FIA coordinates the SP2040 project, conducted by São Paulo’s City Hall, in conjunction with the University of São Paulo’s team. The project proposes development strategies for the city covering the next 30 years • In a historical decision, Pope Benedict XVI steps down and elections nominate the Argentine Jorge Mario Bergoglio as Pope Francis • The consortium led by Brazil’s Petrobras, France’s Total and Anglo-Dutch Shell and China’s CNOCC and CNPC, bids to success the Libra Oil Field to explore crude oil over the forthcoming 35 years • Roberto Azevedo, a Brazilian native, takes office as Director-General at the World Trade Organization (WTO) • Popular demonstrations in protest for better infra-structure and public services take to the streets throughout Brazil • By promoting further auctions, the Brazilian Government grants to the private sector the operation of Rio de Janeiro’s and Belo Horizonte’s airports • Professor Carlos Honorato is awarded his PhD degree for his thesis on Executive Leadership Profile and Communication Modes • Profuturo FIA conducts studies on the future impact of electrical vehicles on the power distribution network • The 1st Americas MBA class group graduates, at a ceremony held at the Vanderbilt University, in the USA • FIA becomes two-time winner of the title South America’s Most Innovative School, special highlight being granted to the creation of the Americas MBA and studies on informal management leadership practices
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INTERNATIONAL TRIPS Although most students had already been exposed to work-related international experiences, from the very start, taking classes abroad proved to be a major hit – having, as years went by, steadily expanded. This came about when the Course Coordinators became convinced that globalization was paramount and called for an immersion in classes abroad. The first destination was Nashville, Tennessee, in the United States, visiting one of the top ranked, research Universities: Vanderbilt. The decision embedded reasons beyond the fact of Professor James having taken his own Master’s degree on those very same grounds. Fact rested on the American school having already had a longstanding relationship with FEA since, during the 1970’s, Vanderbilt conducted an extensive joint-project with USP to support the development of post-graduate studies precisely, at this same School. However, over the 1980’s, in light of Brazil’s economic crisis, exchange with Vanderbilt had come to a halt. “In the 1990’s, with the MBA, we effectively ended up being the first Brazilian course to conduct regular study trips abroad”, recalls James. “Schools offered a study schedule that was fully integrated with the content of our course program and all was jointly defined. They came to find of great value the participation of our seasoned, Brazilian students”, highlights the Professor. To date, Vanderbilt remains core to the program but other destinations have since been added. Class groups 13 and 14 were received by Universidade Católica, in Buenos Aires. The objective was at the time understand the rapid growth outlook of the Mercosul free trade zone and of the Argentine Republic as Brazil’s trade partner. This accounted for two years’ worth of exchange with the destination. In the year 2000, Europe replaced Argentina as a strategically important study trip, with lectures at London’s City University, and E.M.Lyon, in Lyon, France. During the first trips to the latter – the second largest in France and a nerve centre in terms of both industries and logistics – students enjoyed a unique opportunity: each one was invited to dine with a local family. The purpose of these gatherings was to promote exchange between both cultures and understanding of the French life style. Currently, the British destination has shifted to University of Cambridge, still within England. China was included in the program through a partnership with the Sun Yat-sen University, in Guangzhou. Nowadays, students also spend some time in Tongji University, in Shanghai. Guangzhou is where industrialization and China’s export process started, via Hong Kong. China’s positioning as a major economic power impresses the Brazilian faculty and students. The country integrates infrastructure, technology parks, technical schools and universities. Furthermore, highways and rail transport flow right into the ports to facilitate exports.
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The industrial parks often offer turn-key facilities, ready for use, for whoever decides to set up a plant. Right beside these, apartment buildings for employee housing have already been built. “What we see there is that there is no way one can compete with them! Brazil is lagging behind and moving at a very slow pace. Students return from the trip and express frustration. That’s why when we returned from China, the first step was to set up a group of former students to study public policies for competitiveness”, declares James. Alberto Sansiviero Júnior, an alumnus of Class Group 39, interviewed in January 2013 by the O Estado de S.Paulo newspaper, shared his thoughts on the MBA’s study trip to China: “We visited a number of different schools and witnessed how high the quality level of executive education effectively is out there. To some extent, this has enabled China to develop at a faster pace than other countries”. The trip in Asia would not be complete if it were to exclude India, another member of the BRICS alongside China, Brazil and Russia. That region is toured every two years. According to James Wright, the destination was chosen because since India is the second most populated country in the world and, according to United Nations predictions, it will overtake China by 2050. Furthermore, James understands India shows intense corporate dynamics. “The country is a tremendous creative chaos. Indian companies are growing and taking a global stance and Brazil has to lock in partnerships.” Currently students must take at least two of the international trips scheduled for each class group. In addition to attending classes, each country’s study trip includes visits to cultural sites and companies which allows participants to become acquainted with the local culture. Member of the Executive MBA’s team from it’s very launch, Ana Paula Oliveira Fraga Guimarães manages the Program’s administrative team and skilfully coordinates the entire complex logistics and scheduling involving the international study trips, having joined the International Executive MBA as a student and member of Class Group 18.
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MBA ADVENTURES Class group 8 – Manabu Ogata’s tale “During the trip to the Vanderbilt University, some colleagues of mine and I went to a park to ride a roller coaster. I found myself so tense along those ups and downs that in the evening, I began to feel chest pains. It seemed more of a heart attack. Professor James took me to hospital and for hours I remained there subject to an assortment of health checks. Eventually, the doctor finally concluded they were no more than muscular pains. During the following year, my wife who then was a student of the same MBA, heard from the Coordinator: ‘Last year we had a student who had to be rushed to hospital and now having an international health insurance plan in place, has become mandatory’. I was that guy.” Class Group 12 – Donizete Silva, on behalf of the class group “In Nashville, America’s country music city, one of our collegues purchased a guitar and, when all visited Jack Daniel’s distillery, a number of students bought bourbon, or better, Tennessee Sipping Whiskey. On the last day of our trip to the US, the entire class group gathered at one of the bedrooms to play guitar and drink the whiskey. The Brazilian group’s joy attracted the attention of other hotel guests who joined in the fun. Another Brazilian Popular Music show was improvised in Atlanta, when embarking back to Brazil. One of our colleagues became so excited with his success with the audience that gathered that he started to imitate a somewhat eccentric singer known as Tetê Espíndola. Rocked by applauses, off he sang in an eased, off-hand manner, repeating the singer’s twists and gestures, hip swirls and all. Since the flight was way past due, the class group ended up drinking so much beer the bar eventually ran out of stock.” Class Group 24 – Octávio Luiz Bromatti’s story “A couple of days prior to the start of the international module at Cambridge, I travelled out to the UK on my own becuase I had an important meeting scheduled at the outskirts of London, with a major Formula 1 team. When preparing for the trip I came to know that another class member – Laurentino Gomes – was also scheduled to remain in London for work, during the same days I had planned. We met each other and he went with me to the meeting and took the occasion to visit the racing team’s facilities. A couple of years later, I discovered that Laurentino had in fact travelled ahead of the group to conduct his research on the Portuguese Royal Family Journey to settle in Brazil and later published his bestselling book entitled 1808.” Class Group 27 – Jorge Tung’s tale “The most picturesque ‘tale’ in our group undoubtedly was that involving the international soccer game at Guangzhou, played by us against a Chinese team, on a field made up of thick sand. This was the first class group that travelled to China. Our team sweat bullets but eventually conquered a heroic draw against those skilled and experienced local players!”
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Class Group 32 – Antonio Carlos de Campos’s story “The group that chose to travel to Asia had the opportunity to visit the Great Wall of China, in Beijing. All aimed at managing to get to the top of the climb and there was a massive move of solidarity between collegues to ensure the achievement. Along the way, one could clearly see the group’s desire to make it to the end, the physical and mental strength all had to resort to, to overcome adversities and the humbleness it takes to acknowledge that sometimes, we simply are not up to the mission. At the top, in the end, happiness for having managed and partying amongst those that made it.” Class Group 34 – Leandro de Souza Lima Ventura’s tale “We were enjoying supper at a vineyard in Lyon when one of our friends – Luiz Coimbra – started singing Happy Birthday to one of our classmates – Ana Maria Costa. The owner of the winery then decided to bring a birthday cake to celebrate the date. However, the point was that it was not her birthday, but rather no more than Luiz fooling around. She was so embarrassed that she had to accept the gentlemanly offer made by our host. It was great fun, we seemed more like kids out of high school, much like in our younger days.” Class Group 35 – Edélcio Aparecido Fonseca’s hair raising tale “Our class group often uses the motto ‘what was done in China remains in China’. An interesting event occurred when we were going to visit Voith’s factory and the bus driver turned the wrong way and proceeded slowly into a heavily trafficked one way lane in an avenue, in Beijing. The entire class group immediately became very anxious but our ‘Chinese’ guide lightheartedly said ‘that’s normal, calm down...’.” Class group 38 – Danilo Ricardo Bono Zimmermann’s story “A really nice moment of integration took place during our trip to the US. We were at a bar in Memphis that featured great live music, when, timidly, one by one we started to occupy the dance floor and stir the place up. The evening’s highlight however was a singular dance performance that one of our teacher colleagues let loose… and nearly stomped on a tiny and pretty Chinese lady dancer…” (Story complemented by Professor James Wright)
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SCHOOL OF LEADERS It was early 1993. In December of the previous year, Fernando Collor de Mello, the first President to be elected by direct popular vote since dictatorship was over, had stepped down from office to avoid being impeached by the Senate. This was the same Collor who’d made history by having opened up the Brazilian market to imports. Cars, computers, toys and clothes started flowing in from all over the world as part of the plan combat inflation, at the time stubbornly positioned in two-digit figures every per month! Simultaneously, starting off with Usiminas, the Government initiates one of the broadest privatization processes to have ever been conducted in the world. Those that pondered current events rapidly drew conclusions: changes had started and life in Brazilian companies would no longer be the same. Preparing for new times – of greater difficulty, competitiveness and of global competition – became mandatory. That’s precisely what the 26 students of the first International Executive MBA class group chose to do. Edwald Russo, a doctor who at the time was deemed to be a national authority on diabetes, a professor at Unifesp, who held a post-doctorate degree from Harvard, was a member of this pioneer group. Furthermore, as partner of the well-known Fleury laboratories, he’d been posted as Administrative – Financial Director – his first executive position –, without having had any experience or developed knowledge in management, whatsoever. Fields such as importation, governance and expansion of the network of laboratories found their way into his mind. Ewaldo recalls: “We prepared our first strategic plan in 1992”. The doctor was so new to the world of business that right on the very first day of classes he found himself wondering what to wear. Playing it safe, he ended up choosing a suit and tie. Once he opened the class room door, not only he was the single student to be dressed for business but also found out that no other member had a name plate preceded by Dr. “They (the Course Coordinators) had admitted me to the group because I was different”, retells the doctor. Much like the Fleury Labs, several companies began to express anxiety as to the future. René Agostinho recalls: “Abril’s most relevant challenge was to diversify its business, extend the portfolio and consolidate operations in Portugal and in the Argentine Republic”. At the time – 1993 – he was Assistant to the President of Latin America’s largest magazine publishing corporation and having graduated in Journalism, he’d sought the MBA driven by the need to shape a more comprehensive, overall understanding of the business. As far as Luiz Alexandre Mucerino, an engineer, was concerned, the MBA meant his own enterprise – a construction company based in São Paulo – might come to be leveraged by a qualitative leap. A self-made entrepreneur who’d found his way shortly after graduation, Mucerino realized that, in terms of management, the civil construction segment lagged behind almost all others. During that first year, the MBA’s classes were delivered at USP’s School of Economics, Administration and Accounting’s most majestic room – that used by the Faculty Congress. In addition to finding facilities fascinating, another fact boosted Mucerino’s enthusiasm: “I was astonished with the overall seniority of my colleagues”, he recalls. “I felt as though I’d just left kindergarten.”
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These first 26 students made history in Brazil’s executive education and over the following years, would come to inspire almost another 1,500 other professionals would come to graduate at FIA’s Executive International MBA over the next 20 years. All arrived to the first day of class with a single hope in heart: to acquire the capability of navigating through an increasingly uncertain, fast and flexible world. “At the time I took the course, Brazil was experiencing a crisis and the company I worked at was exceedingly verticalized and presented quality issues. One had to improve processes”, remembers Manabu Ogata, a member of Class Group 8. Years later, when the electronic engineer Eberson Tadeu Honório de Souza enrolled to take part in Class Group 23, he effectively sought help because the company he worked at was struggling to survive in a country that had changed dramatically: “Brazil was going through times of greater control over inflation and a new government was in place. In general, companies had to adapt themselves to a world that was becoming further globalized and our company had to go international”. When Marcelo Pereira de Carvalho – an agronomist who had graduated at the University of São Paulo – enrolled to study with Class Group 26 in 2004, he then owned a five times smaller company than it is today. “It was the typical small, 100% owner-dependent, centralized firm, lacking process and autonomy”, he recalls. “The MBA provided theoretical wealth and personal confidence, thanks to the self-knowledge process it offers. I cannot mention a specific instance (in which the MBA assisted me), but, certainly, it contributed in an overall manner with my professional and executive background.” The International Executive MBA has also been throughout these past two decades a safe haven for professionals who feel the urge to “rethink their careers”, per Class Group 32’s member’s – Antônio Carlos de Campos – word. This former student – a professional with extensive experience in exports – recalls that for almost 20 years he had not set a foot at a class room, when, having taken a sabbatical year off, he came to the conclusion that there were gaps in his background that had to be addressed. “The MBA leveraged my career. Two years after completing the course, my salary had doubled and I am more confident and efficient in the contributions I make to the company”, claims Antônio Carlos. Marcos Paganini Mattiuzzo, member of Class Group 25 also rapidly reaped immediate career benefits. “The extended vision of business enabled, once having concluded the course, my climbing up to an IT Manager position, in addition to furthering the scope of that role, over the subsequent years, into one encompassing Latin America.” Marcos sought the course after having analysed an anything but optimist scenario in 2004: former president Lula was to complete his first year of mandate and the market continued to mistrust the courses that Brasília might come to define for the economy; growth was bleak, while interest rates broke international records. To further complicate his life, the company he worked at began to promote a number of changes in its management. “The MBA offered the possibility for me to re-invent myself as a professional”, claims Marcos. The scarcity of leaders capable of promoting changes, ensuring sustainable growth and motivating people has consistently comprised corporate agendas – yet had never been at the spotlight of debates to the extent observed during the 1990’s and 2000’s, in light of ongoing economic, political and social changes both within Brazil and throughout the world.
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The executive Silvio Barros, former member of Class Group 12, sought the MBA because he perceived this increased demand for corporate leadership. To his understanding, “the MBA offers education in a structured manner and provides the student with the opportunity to interact with different people and experiences, in practice”. Amongst all classes he attended along the course, Silvio claims to have made best use of those relative to the economy because they help interpret and understand Brazil’s complexities and its “unpredictable economy”. To date, this learning continues to be of great day-to-day use as a multinational executive who is regularly called upon to explain to headquarters the local market’s behaviour. “Honestly, this is priceless”, summarizes Silvio. THE LADIES Amongst the 31 students that comprise the International Executive MBA’s Class Group 43 – the last to be formed before this book was written – six are women, accounting for 19.35% of the group. The number represents the historical average share of effectively enrolled women, throughout the past two decades: 15.7%. However, this figure veils variations from one year to another, which leapt from zero (Class Group 1) to as much as 25% (Class Group 42). The economist Maria Inês Caserta Scatena, for instance, stood alone, as sole representative of the female gender, amongst 23 male colleagues. In the subsequent class group, four women were admitted – and amongst these, the psychologist Agnes Bucheroni Ezabella, then Director of Sebrae in São Paulo who oversaw functional areas such as finance, projects and human resources. “I felt I needed a course capable of updating my knowledge in almost all fields, of extending my corporate vision and that would help build further self-confidence to develop my work”, says Agnes. Agnes found what she was looking for not because she was a woman but because she was a professional in search of answers, much like her colleagues. Nowadays, it’s her understanding that the MBA positioned her at a new professional level, which in turn changed her perception of the world. As a result, she engaged in voluntary activities and made a career shift. Currently, she holds the position of Finance Director at the NGO IPA Brasil – Brazilian Association for the Right to Play – and is partner at a human resources consulting company. Rosana Jamal Fernandes – a Class Group 9 alumni and renowned executive at the technology segment – also claims to have developed a new perspective of the world, of the marketplace and of her own career. “I understood my role as change advocate”, she claims, in afterthought. In 1997, one year after graduating, Rosana left the CPqD, a public institution behind, for a position as Director at the multinational Motorola, where she claims to have achieved “major professional and personal results”. Currently, she mentors a startup in and around Campinas, in the interior of the State of São Paulo. SHE’S & HE’S Gentlemen: 1,265 (84.3%) Ladies: 234 (15.7%) Total number of students in 20 years: 1,499
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SENIORITY Professionals such as Agnes and Rosana much like all other students were selected to take part in the International Executive MBA not in function of gender, but rather in light of their ability to promote changes in companies and within society. Class group seniority has consistently been a matter of the Coordinators’ concern. As MBAs became popular throughout the country admitting increasingly younger and less experienced students, FIA’s Executive MBA kept the bar way up high, taking age, experience and knowledge capabilities into account during application appraisals. This created a learning flow both via professors and via colleagues. “My class group was very well pulled together and this ensured an extended approach involving the many topics at extremely varied levels”, advocates Silvio Teixeira Junior, who simply deems his Class Group 24, “the top best”. His colleague, Patricia Holland furthers his belief: “Effectively, much of what I executed after the MBA features the touch of class group 24 when it comes to rethinking and leading changes, business models, shaping teams and directing results. Much of that was learnt through classroom examples”. Octávio Bromatti echoes the thoughts of 24th-ers: “It was very important to sit alongside participative and collaborative colleagues”. At the far end, one comes across the case of the “most experienced” Executive MBA student, along the past two decades: Javier Llussá, Washington Olivetto’s – a global advertising icon – partner, in charge of managing the group. Despite having joined the MBA with more than 40 years’ worth of professional experience, Javier wholeheartedly participated in all of his class group’s activities and made relevant contributions to the development of his “less experienced” colleagues.
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STUDENTS ARON ZYLBERMAN – CLASS GROUP 21 “In 2001 I found myself at yet another crossroad that one faces in life. At the age of 53, I had concluded a successful corporate experience, counted on savings to once more launch myself as an entrepreneur, but was uncertain as to what to do with my professional life. Under my wife’s influence, I decided to make a long postponed dream: return to school benches. I was admitted at the International Executive MBA, starting March 2002. A number of very interesting things took place between March 2002 and our graduation in October 2003. I experienced a number of very unique situations, amongst which the fact that I became my wife’s – Professor Tania Casado’s – student! I think it’s worth mentioning the fact that I was the group’s valedictorian. This pleased me in particular – the oldest member of the class group speaking to an audience that included my three children and my wife – one of the honoured professors that year. What I’d truly like to emphasize though, is the decisive influence this MBA posed on my personal and professional life. I had already worked as a volunteer in a handful of projects but all were related to my professional activity. The lecture that triggered change in my life was delivered by Professor Helio Mattar, President of the Akatu Institute. The Professor discussed corporate social responsibility with us and he was then accompanied by an alumnus who had been a member of the course’s first class group – Luiz Alexandre Mucerino, currently a dear friend. At the time, Luiz had been elected to chair the University of São Paulo’s MBA Alumni Association (early name of today’s AmbaFIA) and then spoke of a social project named Gesc, conducted by former FIA students. I accepted the invitation to become a volunteer and ever since then, have not as yet stopped my volunteer activities. Currently I am the President of FIA’s Alumni Association and of the Gesc Institute and further take part in the Board of Counsellors at four other NGOs. Thanks to the voluntary work at Gesc I ended up furthering in the theme of social environmental responsibility, participated at a World Bank Institute (WBI) project and became a consultant in the field of ethics and social environmental responsibility. Nowadays I teach at several FIA courses and hold the position of Director at the Cyrella Institute (a social initiative of the homebuilder and real estate company likewise named Cyrella). At the age of 65 I have no desire whatsoever to retire. I intend to continue to develop volunteer activities and teach at FIA for many years yet to come (at least another 15) since the latter offers the privilege of collaborating with the shaping of a new generation of leaders who will be in a position to support the sustainable development of our society. In as much as dear Class Group 21 is concerned, we still get together on a regular basis. These are always very joyful happy hour gatherings when those wonderful months of shared experiences are remembered and celebrated. Truly celebrated.”
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DONIZETE SANTOS – CLASS GROUP 12 “My request to take the MBA was approved at the end of the 1990’s, when the country and SKF were both experiencing a period of crisis. The ‘go’ had been granted by the president, but shortly later, he left the company. The new boss in office believed it was not the right time for me to devote my time to a course and it was his understanding that in so doing, it would be of greater use to my career than to the solving of business issues at the company. For this reason, my MBA progressed under an atmosphere of relative tension, particularly because of my absence from corporate activities, on Fridays. Simultaneously, I became increasingly motivated to prove to my boss and colleagues that the investment in taking the MBA would result in meaningful contributions not only to my career, but also to our business. During classes, workshops, research work, studies and debates I kept my mind focused on how those learnings might help me progress and leverage, in a practical manner, the company. An example of this mind-set happened half way through the course: after discussing a business case, I came up with the idea of re-structuring customer care. At the time, this was a decentralized service, scattered across each of the five business units. The quality level of services was not quite the best and the managerial team’s general feeling was that we could effectively better explore synergies, in addition to reducing expenses. I brought the matter to my MBA work group for discussion. The varied background and expertise of colleagues truly enriched the discussions and the study rapidly evolved. Before the end of the course, I had already concluded the project to set up a Business Support unit that would centralize customer service, logistics and marketing activities. The pilot-project was approved by SKF’s Board of Directors and it was rapidly and smoothly implemented, with no barriers having been raised by the business units. Six months later, the project was successfully implemented at all business units. The MBA also contributed with the leveraging of my career. When I started taking the course, I was the Human Resources Director. However, the Business Support project placed me as Director of the new unit. Approximately five years after having started the MBA, I rose to the position of President of SKF. Acquisition of new knowledge, interaction with high level professional and teachers, with varied backgrounds and multiple experiences, in addition to the enriching discussion of business cases, strengthened my self-confidence in exploring innovation. The sustainability projects, the emphasis given to ethics, social responsibility and the opportunities to engage in voluntary activities marked, in a strong and steadfast manner, my corporate day-to-day. These themes had consistently been relevant at SKF but after my experience at the MBA, they came to further influence our way of conducting business and of interacting with the community and society in general. As far as my personal and family life is concerned, I’m grateful for all the positive involvement with themes such as environment, ethics, social responsibility and sharing. Finally, at the MBA I undertook, the imprint of ponderings concerning life, future plans, in addition to awareness involving the legacy we all have right to and responsibility to bestow, remains to date.”
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EWALDO RUSSO – CLASS GROUP 1 “In the early 1990’s, my status was as follows: I held a post-doctorate in molecular biology granted by Harvard, I taught at Unifesp, had published more than 100 scientific papers and was also one of the 15 medical-partners at the Fleury laboratories. The company at the time followed an internal rule whereby the owners took turns in top management positions, and I had become Administrative-Financial Director without having a clue as to the subject matter. I must admit that the course was tough because my background was minimal, particularly as to finance. After all, a doctor spends nine years at university without ever doing any math. Soon I decided to direct my Course Conclusion Paper (TCC) to address something that might be of use for Fleury, a project that would drive the company’s expansion. I decided to study of it would be worthwhile to set up a franchise network. I visited McDonald’s and a local cosmetics manufacturer – O Boticário – to learn from their experience. The study ended up being vital for my discovering that Fleury should not adopt the franchise approach since it was not a good fit for the kind of services we wanted to offer. The fact that I set out to seek knowledge enhanced my credibility before the partners. In 1997, I became President and started to command Fleury’s expansion. We mapped the market and started to set up branch laboratories. We borrowed money from the BNDES and the World Bank, and introduced the routine of conducting strategic planning every two years. With the support of the Brazilian Corporate Governance Institute (IBCG), we professionalized management. The entire Board of Directors would be made up of hired professionals and partners were shifted to an administrative council – the Board of Directors. We positioned Fleury as a premium Diagnostic Medicine Centre. Furthermore, as a service provider, we were fully aware of our dependence on those in charge of customer support. We then started focusing on talent retention. In addition to the MBA classes and teachers, another aspect that helped was the class group: classmates with an executive mind-set. As a doctor, I’d always had a more socially-oriented mind-set. I remember our discussions and how the idea of setting up what would later come to be known as Gesc, an alumni social project. In sum, the MBA ground that which drove me to radically change my life to the extent of having fully disconnected from my activities at Unifesp and from medicine itself. I became a person who is fuelled by the possibility of building a project with a group of fully committed people with a given mission. It’s my understanding that at Fleury we’ve managed to achieve this.”
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LUIZ ALEXANDRE MUCERINO – CLASS GROUP 1 “I recollect that first class group’s classes were held at the Congregation’s Hall, at FEA. I found myself there, for having followed Professor Rubens da Costa’s recommendation, who at the time was deploying a consulting project at my company. He had recommended the course and mentioned the extent he believed it would add to my knowledge in management. When I arrived, I was immediately amazed with the level of my classmates. I was a self-made man, but was used to the less professional, rather loose and casual atmosphere of construction building. At the Faculty Council Hall, right beside me were renowned fellows such as Ewaldo Russo, from Fleury labs, Nilo Martire Neto, an executive and researcher who holds numerous patents, Arnaldo Nissentahl, Director at Bradesco – at the time the country’s largest private bank – in addition to several other executives who worked at very large companies. Although I had graduated in both Engineering and Law, I had never been exposed to disciplines such as macroeconomics or marketing. I truly learnt a lot with some of my teachers: James Wright’s ability to analyse Scenarios, Technology and Innovation with Eduardo Vasconcellos right through to People Management course with Joel Dutra. Professor Jacques Marcovitch in turn, inspired my outlining of a dream of a better world. For the purpose of my Course Conclusion Paper (TCC), I chose to plunge into a theme that for years I’d been cherishing as an entrepreneur’s belief: participative management. I finally concluded that democracy is far too much of a struggle and tough, from an operational standpoint. As an entrepreneur, my biggest mistake was to have opened discussions about things that people have no underlying background, and thus conditions, to grasp. In other words, ideally, the participative management experience is good, but it does not work in practice. On the other hand, if to date I’m engaged in the Third Sector, that’s thanks to the MBA. The idea of setting up the Alumni Association sprung from our group from a concern involving the preparation of managers for social NGOs. Further down the road, the Association would come to set up the Gesc Institute, with a view to scale up the shaping of these professionals. Currently, I am still part of IGesc’s Board of Counsellors but have engaged myself in a number of other third sector activities. I preside the Brazilian Multiple Sclerosis Association, support Instituto Jatobá as Vice-President, seat at Instituto Akatu’s Board of Counsellors, in addition to other entities.
In sum, the MBA was an extremely enriching experience in my life.”
MARCIA MELIS – Class Group 26 “I no longer can recall the day I decided to take FIA’s International Executive MBA. Precisely I who had devoted a life time to human sciences ever since I’d taken the long gone Classics high school studies and pressed on, embracing a career in Journalism, after having flirted with History. Maths? Consistently, no less than a nightmare. Most definitely, I was never a person at ease with numbers but someone who’s thought process meanders, who prefers doubts and surprises rather
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than certainties, hardly ever resists the temptation posed by a short cut. However, I was the manager of a business. I’m ambitious and did want to do a good job. That’s why I sought to complement my knowledge, hoping it might come to offer some level of grounding to such an eclectic and multifaceted background. On the other hand, I do vividly recall FIA’s admission test. Maths exam. Terror striking! From the outset, I barely understood the introductory phrases of the question and had never even seen an HP calculator! On the other hand, yes, there was an essay to be written. That was when I truly had a ball, grasped the opportunity and delivered my message. ‘Do not gasp given my absence of mathematical reasoning. I have a number of other abilities that might come to prove complementary and of use to the class group’. That was my single argument favouring my pursuit of plans. And it did the job! I have to admit that FIA’s management was brave, picking up the challenge to trust that ‘ET’ as if an exotic seasoning it were sprinkled over such a competent class in both finance and exact science. The recipe turned out well. Once mutual, initial awkwardness was overcome, ice was broken and bonds consolidated. Different perspectives counteracted, opposite visions triggering awesome discussions. Class Group 26 also hosted a Chinese student, Li. Truth must be said that he was, as we all joked, a ‘fake’ Chinese because he was big, talkative, funny and somewhat of a comedian himself. I was fascinated as I watched him take class notes in Mandarin! No more than a handful of women in Class Group 26. Even then, most were engineers or from the field of Finance. Even amongst women I was an ‘ET’. Who’d ever dream at the time we’d become such good friends? Along that year and a half worth of close contact a number of things occurred. In addition to classes, we’d come together for barbecue, a soccer game (they did, of course!) or cheerful traditional partying events known as June festivities which celebrate the harvesting of corn, catholic saints and square dancing, and so forth. All of this with our own families, as if it were an extended class event. Our group even came to collectively enjoy a pregnancy. Rejane gave birth to Rafael mid-way through the course. Which other group at FIA had a baby to call their own? Right up to the day set for graduation, friendships consolidated based on differences and complementarity. We definitely set our lives on fertile grounds. A treasure that endures to date. We graduated in 2005 and almost a decade later, we still speak to each other every month. A large part of the group still gathers for delicious happy hours. Even those who live far away do not refrain from keeping in touch. Janaína, from Joinville; Carlinha, first from China and now from Rio de Janeiro; Caviola, Marcelo, Patrick and Tadeu from the country side of São Paulo. Even our ‘fake’ Chinese, having returned to his country, never misses an opportunity to show up whenever he comes to Brazil. The dears Chris, Juliana and Solange are always close by, as remain Yoji, Lutti, Hélio, Ivan, Rodrigo, Prats, Marcos, Paulo, Renato, Alexandre, Edu, Fábio, André... This was not about a mere enriching learning leveraging our careers. Class Group 26 gained far more than that. I am no longer an ‘ET’ amongst them. I know we exchanged wisdom and experiences. We all are, today, far better persons.”
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OLGA COLPO – CLASS GROUP 14 “At the age of 14, I already worked. At 23, I became a mother. At 32, I was the first woman, in Latin America, to become partner at Coopers & Lybrand, and although I’d always been keen to study, by 1998 I believed it was time to invest in a more consistent education in business. I selected FIA because by involving professors from the University of São Paulo (USP), the multiplicity of concepts I looked for was ensured. I was one of the most senior members of my class group but always felt intellectually stimulated by my colleagues. They drove me into questioning my certainties, those absolute truths that one hangs on to when experienced. The most noticeable effect the course imparted on my career was that of having sounder base and more depth to my actions. By the end of the 1990’s, when Coopers merged with Price, the scope I was accountable for expanded. I took charge of all consulting in the field of organization, management and human capital within Central and South America. Thanks to the MBA, I became a more complete consultant, offering a more comprehensive framework to support customers. I was also in a position to engage in pioneer activities within Price, such as the development of a strategy towards sustainability, in addition to the re-structuring of our business model to address family-owned businesses. As far as I am concerned, to date, the FIA brand name hallmarks symbols involving credibility, respect and excellence. Being there allowed me to connect with people that keep me at the cutting edge of innovation and who intellectually spur my thoughts. To date, my class group gathers to discuss what’s up in both Brazil and throughout the world. Prof. Simão Silber, who was our patron speaker, is a constant presence in these meetings. I am especially proud of two MBA legacies: I joined the faculty staff as teacher of Change Management at the subsequent class groups and was invited to make up Profuturo FIA’s Courses’ Advisory Board. These are two things that I dearly love and owe to the Executive MBA.”
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OSCAR BORONAT – CLASS GROUP 2 “In 1992, my career had come to a point that the only growth alternative was a position as CEO. By then, more than a decade had gone by since I’d stepped into a classroom, other than for lecture or short duration programs. When I enrolled at the MBA, in my mind, the intent was to exchange experiences, update my toolbox. Little did I then know that in addition to all of the above, ahead of me lay a spontaneous process of thorough and profound meditation as to the very directing of my career, not only as from a professional standpoint, but also family, socially and in terms of personal development. I was four to five years older than my class average age. When interviewed during the selection process the admission committee’s first reaction was that the program could eventually fall below my expectations. My main point of defence was that I’d been absent from academic activities for a long period of time. Eventually, a condition was embedded within their acceptance of my application: that whereby in addition to taking part in the program, I’d act as an observer of improvement opportunities for the program itself, focusing on the practical benefits for organizations. Participate, observe, suggest, discuss...that was in a nutshell, all I truly wanted to do! As soon as activities started, I noticed that I’d entered into a not foreseen process of questioning my own self. A number of answers and even questions started to spring. That is why as soon as the challenge of defining a theme for the Course Conclusion Paper (TCC) arose, I chose to seek answers to my queries. So thus I plunged into themes such as motivation, quality of life, values, achievements, competencies and skills, self-knowledge and career planning. After conducting extensive research, I discovered that a Career Planning process could be built which, once united with my experience, might shape into an executive coaching product for top corporate leaders. I’d compiled what Professor Jacques Marcovitch had described as being an ‘executive’s broadened agenda!’. On the day the Final Paper was due for presentation (scheduled for the last session) I had just returned from a trip to the United States. I stepped into the classroom concerned with the approach I’d designed which solely focused on people. The entire class group was there and, since they’d been one of my study’s research focus, in a certain way, that meant this was going to be somewhat of a feedback session, where I’d be speaking to them, of us. All were relaxed and happy. I hauled the presentation from the bottom of my heart and only ended when I heard a burst round of applause. Once that was over, under the title Executive Career Planning, I presented my Course Conclusion Paper on a regular basis to the subsequent MBA class groups. Even when I went to work in Europe as a CEO, I delivered the module at Cambridge’s Judge Business School during the international trip taken by several class groups. These last two decades made much difference both to the Administration Foundation Institute and to me, in terms of my personal life. Nowadays I am a leadership and governance consultant, executive coach and member of Management Councils. The MBA was a transformational cycle, one of inspiration and of personal development, one that no longer comes to an end.”
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SILVIO RANGEL – CLASS GROUP 11 “At some point in time, every single discipline collaborated with my day-to-day at work and some, will certainly still contribute in the future. I was taking on the position of Administrative and Finance Director of Itaipu Dam’s pension fund which then managed slightly over 200 million Brazilian Reais worth of equity. Professor Jacques Markovitch’s classes were core to my development of a strategic outlook. The book he used as reference, The Future of Capitalism, by Lester Thurow, helped me anticipate trends that are, to this date, shaping the world. Professor Abraham Yu’s classes were also essential, enabling my first coming into contact with the anchoring process at times of risk-relevant decision making. Disciplines involving accounting and finance themes supplied the theoretical and academic grounding to understand and perform from a technical standpoint. The amusing and rallying ‘corporate game’ aroused my competitiveness. The international logistics module was fundamental to my subsidizing real-world decisions as to the allotting of resources at our pension fund. Professor Joel Dutra’s classes motivated my lifetime plan and the rescuing of some long left behind projects, which ultimately lead me to decide to take a graduate course in Law. Nowadays, 15 years after having taken the MBA, I still find myself connecting some points of the education that I was back then gifted with, applying knowledge that I applied to relevant decisions taken today, as Superintendent Director of a pension fund that currently manages 2,5 billion Brazilian Real worth of equity. I believe that the MBA enabled my taking on of new challenges and conducting the same at a topflight technical level. After having worked as Administrative and Finance Director, I took on a position as Securities Director and as of 2006, became Superintendent Director of a pension fund. I currently hold positions as member of the Brazilian Pension Funds Association’s (Abrapp) Management Council, member of Abrapp’s National Technical Investments Commission, member of the BM&FBovespa (stock exchange) Equities Commission and in 2007 I was elected South Regional Director in the complementary security segment. I further lecture at local and international events delivering my thoughts in the field of securities, investments and governance and also teach at post-graduate level courses in the field of Law, ministering the complementary security module. I can affirm that a course of life of this kind would have been far tougher to achieve if, during the career transition period, from IT to securities management, I had not had the opportunity to take FIA’s International Executive MBA.”
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STORIES AND TALES Throughout the past couple of decades, International Executive MBA class groups scrutinized corporate history in the form of hundreds of case studies. Nevertheless, they likewise collected a series of amusing stories lived both within and beyond class room frontiers. The international trips, the happy hour gatherings and the “hit and run” to grab lunch resulted in great tales. Here’s a selection of the most picturesque – at least amongst those that came to light. CLASS GROUP 6 – Alexandre Gomes Moreira and Luiz Antonio Valentim Rodrigues’ story “We travelled to visit Vale do Rio Doce in Carajás. We had no idea of the dimension and vastness of the iron ore deposits, in addition to that of the giant tractors that made us seem like the Little People in the Land of the Giants. The most amusing event occurred on the train that took us out there. We played like teenagers while sitting in those executive carriages. It was always delightful to be amongst classmates during classes and at play (off classroom grounds…of course!).” CLASS GROUP 12 – In the name of the class group, this tale was reported by Donizete Silva “Our Saturdays there was a brief lunch break and meals were usually served at FIA’s premises. However, one day, a group of colleagues scheduled a ‘quick as a wink’ scheme for us to go for ‘feijoada’ (a local black-bean casserole-like dish) at the renowned Bolinha Restaurant, some 20 minutes away from the school. Approximately a dozen students joined, but others, far more mature, advocated that the heavy dish was anything but adequate for someone who’d have to face an afternoon’s worth of classes. Those that went ahead, swore not to drink ‘caipirinha’ or take any beer. Those that chose to remain decided to please themselves at the expense of their sleepy colleagues: they worked to extend the class as much as possible, firing a heated debate till way past regular hours. To put an end to the issue, all settled for a full-sized ‘feijoada’ on the following Saturday when no classes were to be held. All ended in ‘feijoada’, ‘caipirinha’, great beer and a promise of revenge made by those who’d been “adversely affected”, in retaliation for the extending of class…” Class Group 14 – Leandro Fraga Guimarães’ happy story “It started before the course. Ana Paula de Oliveira Fraga Guimarães was applying the English test at FEA when the room was burst into by a professor, who in a fit reclaimed the space (‘This room is mine!’). The way she dealt with the situation, managing the irascible professor and safely conducting us to another room, attracted my attention for good. We were all so watched over, that there was no shortage of reasons to reinforce my admiration, throughout the course. The trips to the Argentine Republic and the United States of course, brought us even closer. A couple of years after the course had ended, dating picks up and our wedding comes true. I always tell people that no one ever was as benefitted by the MBA as I was: in addition to all the knowledge, strategic vision, networking and dear friends, I met Ana Paula. Those who have met her, fully agree with me.”
English version | 159
Class Group 24 – Patricia Holland’s tale “Shortly after having been admitted to the MBA, I also came to know that I was pregnant of Victoria! Shortly after, during the second month of pregnancy, I had to have my foot operated on. In light of these events, they rescheduled the class site to another classroom, at ground level, to provide easy access to the “pregnant lady in crutches”. Victoria developed alongside the MBA and was born during the vacation break. When we returned, I was still breastfeeding her, during class breaks.” Class Group 36 – Tale told by Ricardo Santana Maltez “On a given day, for medical reasons, the teacher didn’t show up for class. One of our colleagues – a Unilever executive – ended up delivering a lecture on the scheduled topic. This was a great experience, a very good solution and proof of the group’s quality level.”
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Pioneer academicians
“Happy is he who shares what he knows and learns what he teaches”, Cora Coralina (Brazilian poetess, 1889 – 1985)
There was a unwritten rule at the dawn of what today is the International Executive MBA: only professors holding PhD degrees teaching at the University of São Paulo’s School of Economics, Administration and Accounting, could be responsible for a course. This gilt-edged yardstick was slowly eased, when faced with two exceptional situations: the arrival of a foreign University’s professor or by extending an invitation to a widely acknowledged market professional. Persistent adherence to high standards set at the outset has proven to be so effective that changes in this evolved very slowly. That team was comprised by banners of change such as Jacques Marcovitch – who’d years later become USP’s Rector, Simão Silber, Lino Rodrigues, Joel Dutra, Eduardo Vasconcellos, James Wright, amongst others. They were – and remain – key note scholars in their fields of study and work. Furthermore, the challenge that lay ahead of these pioneers was uncommon within FEA’s classrooms (where the first class groups gathered): to align theoretical depth with practical experience. “Our quest was to change lives, change companies, change the country”, recalls Luiz Gaj, currently a retired FEA professor, who at the time devoted to the MBA his 35 years’ worth of experience as a corporate consultant. After all, his students were to lead local organizations that wanted to become competitive on a global basis. Luiz Gaj remembers that naturally, there was an underlying concern as to furnishing technical qualification but what truly prevailed was the desire to shape leaders who’d come to value ethical, human and moral values. A systemic vision of business – currently one of the International Executive MBA’s prime market differentials – effectively started right as of Class Group 1. James Wright, the Course Coordinator, wanted disciplines to “communicate with one another”. To ensure diverse fields engage in dialogue, he’d personally sit in and oversee every single lecture. “I’d speak and bridge subject matters and teachers. The intent was to promote interdisciplinarity”, states the professor. Jacques Marcovitch – who at course launch presided FIA – highlights: “The core concept was that the class room was meant to be a space for the joint construction of knowledge between the student and the educator”. The first overseas lecturing scholar invited to join the team of international professors was Robert William House, from Vanderbilt University, in Nashville, Tennessee, in the United States. FEA’s ties with Vanderbilt had historical grounds: the American university had nurtured FEA’s post-graduation in the 1970s. Independently from FEA, James Wright had obtained his Master’s Degree at this American school, where he had attended House’s classes. A steadfast partnership was established, and all of James’s groups, ever since 1995, spend some time at Vanderbilt taking classes and visiting compnaies in the area. At the closure of that first group, the final session was conducted by another foreign professor: John Child, then at the University of Cambridge, delivered a lecture on strategic alliances. The collection of memoirs that follow, gather accounts offering a glimpse of how some of the professors view their experience in the International Executive MBA.
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Antonio Carlos Aidar Sauaia Professor of Business Games of the first 40 class groups; currently oversees the preparation of uprising professors devoted to the discipline | PhD in Business Administration (FEA-USP) “It was a Saturday afternoon of November, 2010 at the closure of the Business Game seminar, almost at the end of the course. Students were entirely mobilized by the class when I addressed the group and asked: game over? All acknowledged that the game never comes to an end and would continue its course along their professional careers. That moment inspired my writing of a poem to pay homage to those who take part in the International Executive MBA.” Has the Game Ended? By Antonio Sauaia
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Has the game ended? Knowing is not enough! With knowledge There’s something to be done
Manu heads Arranging data On information Plans are made
None are losers In this setting Practice concepts Exercise the brain
An intricate case Described in text Was introduced Merely as pretext
What comes first? The external scenario Sets the seasoning For the internal plan
The game is over? A big mistake Is just began Revise your plan!
The group put together Brought the challenge Disarranged, Hanging by a thread
Which resources? Are there bottlenecks? So many theories Going down the drain
Don’t look outside Ask within What’s your game? What’s your torment?
Within new roles Conflicts reside With theories We test the myths
Mint a hypothesis Review three authors Propose a problem Test the feelings
In the next round With maturity Chance won’t flee Pursue the truth
Time is scarce Data incomplete Of queries We are full
Create a strategy To compete Do and measure And sustain
In your family In your business Life is worth it Skills are needed
What’s the issue? That is the key query! Opportunity or Major threat?
In the indicator Is the result Max the IRR And be lauded
Face the fight Question the myth Search for friends The rest is with you!
Eduardo Pinheiro Gondim de Vasconcellos Professor of Technology and Innovation | PhD in Business Administration (FEA-USP) “Smart ideas have consistently been part of the Executive MBA’s day-to-day. All of the innovations that came to be adopted enabled the expansion of a very positive cycle, establishing, as of the very first class group, a high level of loyalty amongst students. Consequently, companies started to send their executives over to us and the course flourished at a steady pace. It has been a personal pleasure to circulate across companies and testify my students taking on upper management positions. At Embraer, for instance, one of them took office as President (the Class Group 10 executive, Frederico Fleury Curado). We learn much from our students and they open important case study and research doors at companies they currently run. Nowadays, MBAs throughout the world face a handful of challenges. I believe that the one of the most relevant is that of increased use of technology in the field of education. FIA has kept up with these transformations but there are far more sophisticated long-distance teaching technologies that we ought to keep an eye on. Today, students can study with teachers from all over the world without having to physically come together at the same location. These are trends that come to transform education and that we must keep up with.” Henrique Luiz Correa Professor of Operations Management | PhD in Operations Management, Warwick Business School (UK) “The International Executive MBA has consistently impressed me with the remarkable level of participant qualification and background, including class groups with a number of Presidents and Vice-Presidents. Students consistently evidence a positive, constructive and learning atitude. I always used them as ‘upper level test subjects’ proposing texts to class members which subsequently became chapters of my books. I have taught MBA groups in Brazil, in the US and in Europe at cutting edge institutions but those of the International Executive MBA continue to dazzle me. The program was outlined in a smart manner, features top-notch deliveries, excellent teachers and a highly qualified team. The course imparts unpaired relevance to Brazil, not only given the pioneering spirit and vision of the brilliant people who conduct the program, but given the effective ability to deliver and attract outstanding level students, leaders who emerged from FIA’s class rooms with seasoned and improved skills to summit the organizations they work at.”
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Jacques Marcovitch PhD in Administration, FEA-USP; Post-doctorate, International Management Institute (Switzerland) | Former Rector Major of the University of São Paulo “In and around 1991, Brazil was re-joining the world’s economy, emerging from the isolation that had been imposed by the military dictatorship, when we began to ideate an MBA for FIA. We accurately envisioned that this new-born Brazil, one of well-ground democracy and open economy, would call for new corporate leaders. After extensive discussion, conclusions rest on the decision that the course should promote two innovations: it would be an MBA post-graduate level program and offer work-oriented education. It’s my understanding that three factors ensured the Executive MBA’s success from the very start: the course addressed a latent executive demand for continued education (at the time, to take an MBA, one had to leave the country); it was a creative and sound project; and it had in James Wright, a competent leader, one capable of spearheading this process. I have the privilege of opening and closing class groups. At first, I only conducted four initial sessions but later on, we re-scheduled the contribution to three kick-off and three sessions at the end, in wrap-up. The first time I came into contact with the MBA’s students, we discussed world trends, entrepreneurial pioneering and Brazil’s structural challenges. Eighteen months later, when the group is about to leave, we exercise the ability to perceive the past and understand the future. On the last day, we outline an agenda for the future, each student preparing his own life project. I am no more than the mediator, whose role is to stimulate the debate. The lecture is not of the closed kind. It allows students to bring forth their concerns and address concrete matters. Interacting with these people means that I always leave the class room somewhat changed. It is a collective, dynamic, constructive knowledge generating session given that students are professionals who are linked to reality, open to discussion, to dealing with complexities, addressing major global issues.”
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Joel Dutra Professor of Human Resources & Career, since the 1st class group | PhD in Business Administration, University of São Paulo “The International Executive MBA practically inaugurated the offer of this type of course in Brazil and, ever since, has been a benchmark for the market. It emerged at a time that Brazil, as of the 1990’s, starts to operate in a competitive market economy environment. Until then, companies had been managed by technical people, engineers and entrepreneurs, who were not required to master management techniques. Once the market comes to demand leadership skills and competences to add value to the business in a competitive environment, executives realize that they have to return to the class room. The Executive MBA was created within this increased competitive and globalized context and pioneered the structuring of regular exchange with other countries. Another outstanding differential advantage the program presents is the ability to gather teachers who are researching the Brazilian and global context, but are also connected with corporate practices. I believe that this will be the best practice for times to come.” Juarez Rizzieri Professor of Brazil’s Economic Outlook | PhD in Economy, USP; Post-Doctorate, University of Houston (USA) “Ever since the International Executive MBA’s early days I have delivered classes on Scenarios and Perspectives for Brazil’s Economy. Over time, the discipline truly progressed in terms of technical content and consolidates thanks to exchanges with similar schools from other countries. This international standard course’s pioneering spirit and competent organization have proven to be essential for the overcoming of challenges imposed by a country that still shows signs of remaining embedded within its protectionist tradition. Our objective is to demonstrate that globalization is no less than an open door towards the nation’s political, economic and social development. The MBA has conquered national and international credibility and acknowledgement and I am honored to have played a role and somehow contributed, as a teacher, to the proven track record of this grand academic masterpiece.”
English version | 165
Lino Nogueira Rodrigues Filho Professor of Strategic Marketing and Competitiveness | PhD in Business Administration (FEA-USP) “Classes at the International Executive MBA enable an enriched teaching and learning process given the level of maturity and experience of class participants. The educator is thus in a position to develop, discuss and validate concepts within the class room walls. On the flip side, part-time students cannot devote much time for reading so classes must be stimulated by extensive discussion and intense participation involving the entire group. Even so, when I picture the future, it’s my understanding that the same characteristics in terms of both student maturity and experience conceived from the beginning, has to be maintained. Furthermore, I believe that the MBA should expand its virtual presence. Targets for the forthcoming year should advance 30% and over the next five years, from 50% to 60% in as much as the use of distance learning technologies is concerned. Close attention must also be paid to the ‘I’ as in image, and ‘E’, as in effectiveness. For some students, the course serves the purpose of promoting their self-image but our intent is that our MBA may increasingly add value to post-course effectiveness. To this effect, I quote the words of Daniel Boorstin, an American historian, which I often use during classes: ‘The greatest obstacle to discovery is not ignorance – it is the illusion of knowledge’.” LUIZ GAJ Professor of Strategy | After 26 years’ worth of teaching, retired, FEA-USP professor “In 1992 when I started teaching at the International Executive MBA we were a team of three professors delivering the Strategy discipline: Jacques Marcovitch, James Wright and I. It was a pleasure to take part in that team. My personal challenge was to meet student expectations who were very seasoned and mature. Fortunately, my lectures were always appraised by them as ranging from good to excellent. I wanted to take part in both the development of their careers and that of their companies. I wanted to shape the forthcoming corporate leaders and that’s why, in addition to the technical aspect, I focused on relaying ethical values. It was not about merely delivering tools but rather, discuss behaviours. I remember that classroom queries and challenges were of core importance to the development of the concept that I coined as 8 Visions of Strategy, introduced in the book entitled – The Strategist – From Thought to Corporate Strategic Action (Pearson, 2002). These form a set of issue diagnosis tools that materialized during class room discussions. During the period that I lectured there, right up till 2005, I gathered major achievements. Amongst these, I fondly recollect the tribute Class Groups 23 and 24 honoured me with. When I retired after having taught for 26 years, I carried very fine memories of this companionship.”
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Marcos Campomar Professor of Marketing | PhD in Business Administration (FEA-USP) “I was a professor at FEA and in conjunction with other colleagues, took part in the founding of FIA with views to our offering consulting, research and training to companies. Years later, we started discussions as to offering lato sensu post-graduate level courses under the umbrella of the Ministry of Education’s (MEC) ruling that versed as to specializations being required to minister at least 360 class hours. To this effect, a handful of unsuccessful attempts were made. However, the project came true in 1993, with the launch of the International Executive MBA. Further down the road, when I took office as Head of FEA’s Administration Department, I proposed the setting up of specialized MBAs and to date coordinate that of Marketing. The course’s quality level has consistently been at the forefront, both at times of selecting students and faculty members. From the very start, the international trips posed as major competitive advantage because they effectively are a unique opportunity offered to students. The MBA’s challenge is to shape a new market differential and keep innovating. What’s next?” Robert House First international professor to be invited | Professor at Vanderbilt University (USA) “I met James Wright when he was taking his Masters Degree at Vanderbilt University, from 1976 to 1977. At that time, Vanderbilt was USP’s partner in research involving the Proálcool – a program financed by the Brazilian government with views to ethanol coming to substitute gasoline. At the time, I worked alongside Jacques Marcovitch, Eduardo Vasconcellos, Adalberto Fishman and James Wright. Over a couple of years, I travelled to Brazil to train alcohol industry professionals at cities such as Piracicaba, Maceió, Recife amongst others. Years later, James Wright talked to me about the course he’d begun to coordinate. The first thing that struck me was the diversity of backgrounds that would come together at the class room. This was vital because each would be coming from extensive professional experience and gathering them would entice the sharing of expertise, driving them into learning with each other. I was the course’s first foreign invitee. At the time, I delivered a lecture on General Motor’s experience at their Saturn subsidiary which had been set up to produce cars capable of facing the Japanese automotive industry. I remember standing before a group of students who shared their own experiences and that was truly new and astonishing, even to me. From its very start and for a number of reasons, the Executive MBA was a major hit. First of all given the international exposure it offered to students. That came about thanks to James Wright’s networking across universities all over the world. Furthermore, there was deep concern with both quality and educational methods. Disciplines such as accounting, marketing and finance are in truth, important but what do companies need? They require executives capable of integrating these concepts. Here lies the course’s competitive advantage: it delivers to students an overall perspective of companies. To me, it has been a privilege to keep pace and follow the progress of this outstanding Brazilian MBA.”
English version | 167
RUBENS DA COSTA SANTOS Former Executive MBA Coordinator, Professor of Marketing | PhD in Marketing, University of Texas (USA) “The successful 20 year path of FIA’s International Executive MBA deserves celebration. I can confidently make this statement because I was a member of the team that prepared the launch of the Executive MBA, the current course’s predecessor, was one of its Coordinators and Professor of Marketing teaching initial class groups. In the early 1990’s, in response to an invitation made by Professor Alexandre Berndt – then Head of FEA’s Administration Department – I embraced the challenge of preparing the first proposal involving the first open course offered to educate executives at FIA. In 1992, I paid technical visits to major American MBA institutions. This was eased thanks to sound relationships FIA nurtured both with Kellogg’s – WHU Executive MBA program and with the Executive MBA Council (Emba). The benchmark was first established at Kellogg’s MBA and thereafter extended to other programs that offered different proposals, formats and at other moments in time, although all was conducted at Illinois and nearby states. I can affirm that the first FIA-FEA (USP) Executive MBA proposal sprung from this experience, but also counted on the precious collaboration of a number of in-house professors who took part in the initial debates. The Executive MBA was launched in 1992 and, despite having aroused the interest of several candidates the expected number of participants was not met. Additional efforts were required until the first class group was formed, one year later. Amongst actions taken, FIA set up an Advisory Council for the program and decided that Professor James Wright would thereafter, join me and take part in the course’s coordination. Participants consistently featured an outstanding profile, characterized by their background, professional experience and positions held. Furthermore, they are groups that come to the fore given their interest in out looking above and beyond the walls of the companies they work at. Furthermore, this also holds true given the formation of the Executive MBA’s Alumni Association, fostered under FIA’s support. I also took part in the start-up and coordination of Gesc’s first class group – the free of charge course offered to NGO managers that counts on the volunteer participation of our former MBA students. Distinguished I am, for having been indicated as honorary member of this organization. These are initiatives that must be remembered and celebrated. ”
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Simão Silber Professor of Economics | PhD in Economics, Yale University (USA) “Along the past two decades, my classes at the International Executive MBA have kept pace with the world’s and the country’s economic and political life. From start we were fully aware of the fact that this course would pose a different challenge for us, faculty staff. Both language and topics could not be too academic and had to reach out to the corporate day-to-day. During the first class groups, when classes were still being held at the Congregation Hall at FEA, the predominating theme of discussion was inflation, seasoned with a number of postulations as to what ought to be done to stabilize prices. Up to then, no economic plan had tackled the subject matter to success and the Real Plan would only come to emerge further down the line, in 1994. Another theme that often arose at debates was that relative to the opening up of the economy – which at the time, was but taking its first steps – and how it would come to impact Brazilian companies. Years later, by the end of President Fernando Henrique Cardoso’s second term in office, the overall scenario was far more favourable and my discussions at class began to focus on the possibility of his successor – Lula – promoting or not changes on the economy’s courses. Subsequently, our theme migrated to the reforms the country would have to conduct to finally, take-off and skyrocket. Sheltered by this open discussion environment, one of almost ‘give and take’ between students and educator, I end up learning extensively. The very fact that the class group is made up of senior executives makes debates into increasingly interesting times. They question, debate and extensively discuss. On the other hand, I see myself commissioned to instil doubt into their minds. Why doesn’t the market work? How will my company embed itself within a globalized economy?” TANIA CASADO Professor of People and Career Management disciplines | PhD in Administration (FEA-USP) “My teaching experience before the International Executive MBA comprises 27 class groups. During these years, this has been one of the most gratifying activities of my teaching career. For starters, these are students who very actively engage in discussions, exchange experiences, are demanding but also, are humorous. I have fun while working and by the end of the eight-hour class, leave the room far more energized than when I crossed the doorways earlier in the day. I believe that this positive energy results from a set of factors which, once combined, create the recipe which ensures the course’s longevity. The first is its outstanding ability in attracting talented and experienced executives and, thereafter, the strictness applied when selecting the best amongst best. Thus, when I enter the classroom to lecture at the International Executive MBA, I know I am before distinguished professionals. The second factor mirrors the first: the efficient selection ensures these executives capture the spotlight given their commitment with the course. In those class rooms, lateness and absence are hardly ever witnessed and homework...well, homework is done at home.
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Very few dare arrive without having concluded the exercise I request well in advance, which basically involves the completion of a test on Psychological Types. The test is core to the eight-hour class which I most often minister on a Saturday, on a full day basis. Since it is a pre-task that is consistently executed by the students, our classes are far more productive, we do not waste time at the class room and move directly on to the content that I deem I ought to relay. Finally, the third sector is identifiable in the quality of the staff involved in ensuring that all functions to perfection, from student selection to international trips. My eyes witness a competent team that is fully devoted to delivering the country’s best executive education course. In addition, leading the team is Professor James Wright’s firm, yet generous approach. He is the source of this restlessness involving the attraction of the best students, the best professor and the best support team. All of this reflects at the class room – and once one leaves it. Quite commonly, former students who run into me throughout the city, recall themes and exercises discussed years earlier, at our classes. Some have become business partners and even, personal friends. To me, the International Executive MBA is more than a course; it is a self-improvement experience for all of us.” Washington Franco Mathias Former Vice-Coordinator of the International Executive MBA and Professor of Negotiation | PhD in Business Administration, University of São Paulo “Until 2010, I was the Vice-Coordinator of the International Executive MBA and used to interview executives who were applying to become students. Thanks to this experience, I came across a number of very interesting professional profiles, having learnt much. At the MBA I coordinated the Course Conclusion Papers (TCCs) and took the opportunity to introduce Harvard’s study case model. One of these Papers, entitled The Sadia’s Steer – prepared under the advice of Professor Décio Zylberstajn – was one of the best examples featuring this characteristic. Another thing that we introduced – an idea coined by James Wright that worked out extremely well – was to re-format the presentation of these Papers into an event, thus shaping an important show case for the student’s career. I truly appreciate a phrase that Jacques Marcovitch often resorts to: ‘We ought to live as if we were to die tomorrow and study as if we were to live forever’. It is the teaching staff ’s duty to be prepared. When it comes to education, the media is the message. What matters is not what one knows, but rather, what one understands. The MBA is structured to spawn the executive’s comprehension, networking capabilities and discussion. In my mind, this course’s future does not solely rest on innovation. One has to be fully aware of the desired north. The MBA has engendered its objectives, is fully aware of the path it shall follow and that is why it today is the course that leads FIA’s MBAs.”
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ThREE TALES ANA PAULA G. DE OLIVEIRA FRAGA GUIMARÃES Admissions and International Programs Manager International Executive MBA, International MBA & Americas MBA, graduated in Business Administration, took the International Executive MBA with Class Group 18 “In January 1993, one month before Class Group 1’s classes started, I joined FIA. To all, the dawn of the program posed a major challenge. At the time I worked with the Coordinators, Professors James Wright and Rubens da Costa Santos. Given the fact that the MBA was designed to shape an innovative model, in all fronts we had to start from scratch. In those days, the program comprised very innovative themes such as Entrepreneurship and Leaders for a Dual Society. Coordinators conducted discussions with professors as to how to conduct classes, with views to bridging theory and practice. The production of materials for this course was very demanding. At the time, FEA’s Congregation Hall – where classes were delivered-featured a very large, ‘U’ shaped table and we had to prepare tailor-made acrylic ID place cards to snuggly fit atop that kind of furniture. FIA did not count on the structure we currently enjoy and we then had to hire exclusive services and suppliers for virtually everything – from sealed water cups to crackers for coffee breaks, fruit amongst numerous other items. The class group did have an exclusive room set aside for meals and study purposes but we had to secure the provision of all the furniture, for instance. We were always in the short run, chasing deadlines. During the course there were a number of activities that seemed to be somewhat exotic to other members of FIA’s community, the same applying to those 25 students of that very first class group. Memorable out of the ordinary exercises included one whereby Professor Jacques Marcovitch managed to drag the class group to go to the University of São Paulo’s ‘Clock Square’ – during lunch break – to check the inscription that imprints the site: ‘In the Universe of Culture the centre is everywhere’, a citation coined by Professor Miguel Reale, former Major-Rector of the same university – USP. The text pertained to that day’s class subject matter. Over the years, a number of transformational recreational propositions complemented regular classwork activities: our students tasted chicken, blew whistles, rode bikes, gathered at barbecues (followed by classroom lectures and/or exercises since the strict Coordinator by no means gave anyone a break off the scheduled program!). Year after year along these past two decades, I witness our team’s full mobilization to handle every single detail as each new class group starts off, much like that experienced during the early years of our course. Each debut continues to spruce the thrill of receiving new students with the very same warmth and attention devoted to that very first class group.
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A very important part of my life was erected within these surroundings: I gathered friends, met interesting people, travelled throughout four continents and learnt, extensively. Thanks to the MBA I married and gave birth to a child... given that I met my husband when he took the course as member of Class Group 14. I am grateful for the opportunity that was granted to me, by Professors James and Rubens, at that very start, when they chose me to join in and start this journey with them. Along each and every of the many years here at FIA – the institution that nestles me to date – I relentlessly learn from Professor James.” Maurício Jucá de Queiroz Course Conclusion Paper advisor and former Director of FIA’s Administration and Business School “I was a no more than a young professor who advised students in their Course Conclusion Papers and had no administrative responsibilities when I travelled to Vanderbilt with 70 students. Problems involving flights prevented the Assistant who’d travelled the previous day, from arriving before the class group. We went ahead. During the stopover in Atlanta, several students missed the connection. There were two Assistant professors. I left with one part of the group and my colleague remained with the others. During the flight, it dawned on me that I was in charge of 40 students and I was the ‘team’! When we landed in Nashville, I entered and exited the boarding area twice, back and forth, without ever having noticed. In relief, I found the bus and counted the students. Took all safely to the hotel. On that day, I discovered I could be a travel agent should I ever come to give up being a professor.” Robert Wong Professor of People Management, ever since 2005 | Headhunter “The level of the International Executive MBA student is no less than topflight, given that they know how to shape questions, an indication of effective intelligence. The course masters the combining of know-how (in from a technical knowledge standpoint) with know-who (genuine relationship). Furthermore, it brings theory and practice together whilst also unveiling to Brazilian executives, horizons to the global business world. In 2004, I was the chosen Patron of class group 23. In opening, I chose to include in my speech to share a handful of thoughts on life itself with those graduating. Here are some of them: • First of all, don’t take life too seriously, since it won’t last forever. • Do not seek to be ‘someone’ in life; simply be the best ‘YOURSELF’ you can possibly be. • A touch of resilience does no harm, since diamonds are but coal that only managed to become a jewel thanks to pressure. • Seize initiative but more importantly, indulge in closure. Make things come about. • Keep in mind that: ‘to be’ and ‘to have’ are auxiliary verbs; ‘to do’ is a principal verb. At the end of the day, you will be measured, not by what you were or had, but rather by what you have done with your life. Add a WOW! to everything you do.
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• Time is the single currency that is common to all, whether you are rich – poor, young – old, man or woman. Since it comes in drops, invest wisely. • No one is irreplaceable. That means you ought to make yourself substitutable to become promotable. • Being truly gifted is to be like an ocean that is fully aware of the fact that to be grand, it has to lay at the lowest of all cross-globe water levels. True great men and women, such as Gandhi, Einstein, Tiradentes [Martyr of an unsuccessful Brazilian independence movement, executed in 1792], Mother Teresa of Calcutta and others, believed in such a humble fashion. • You are the master of what you do not say and slave of what you do say. • Wise people listen twice, not because they have two ears, but because they listen to the voice of others and most importantly, to their own inner voice. • If two men swap their horses, each takes a horse back home. If, when they come together, they exchange ideas, each goes home with two ideas. • To live well, having a way of life is not enough; one must have a life during the way. Remember that success rests in the balance. • Do not busy yourself in building a curriculum, but rather in building a LIFE. • To love is to share. Therefore, only someone who has something to give truly loves.”
COURSE CONCLUSION PAPER (TCC) STRATEGY IN PRINT
Total number of students who handed in their final papers: 1,263 (up to Class Group 40)
In 2004, Alexandre Cantelli Bergamo, an electronics engineer, was HP Brazil’s Operations Director when he enrolled in Class Group 25 of FIA’s International Executive MBA. In his day-today work activities, things still remained to be seen as far as the success of the 2001 merger between HP and Compaq. “HP was attempting to re-invent itself, yet lacked clear direction and overlooked the successful corporate culture of the new company that was emerging”, states Alexandre. While taking the MBA, he decided to study in depth the merger that was still in course so as to better understand his own work environment. The result was presented in the Course Conclusion Paper, which he prepared with his colleagues, Eduardo Conrado Pantuffi and Rogerio de Oliveira Fernandes. It’s hard to say exactly to what extent the immersion into this theme and the MBA itself contributed to Alexandre’s career at HP. But the fact is that when he left the company in 2007, he was the Latin America Sales Director, responsible for a 3 billion dollar per annum business. Ever since it was first launched, the International Executive MBA carefully sought not to cloister students within a bubble of theoretical knowledge. As the best management development programs do, close attention was paid to bridging between theory and practice – and from the outset, the Course Conclusion Paper has served as a vehicle to this effect. In the early days it was the final measure for passing or failing the MBA (currently, several assessment modes are employed such as tests, group studies, participation and individual Papers).
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For several years, the International Executive MBA’s Conclusion Papers were prepared in groups of three or four students, fostering personal relations and integration during the course. The above mentioned Alexandre and Rogerio, for instance, set up a company together. Generating academic knowledge is not he objective at MBAs – but the knowledge engendered by student research over the last two decades is impressive. Approximately 500 studies were conducted covering a vast assortment of themes. If one picks at random, for instance, Class Group 34, we find studies as diverse as innovation at BRIC countries, private label credit cards, corporate governance, sales teams, small and mediumsized companies’ management, Golden Age market, foreign trade, sustainability in the chemical industry, franchising and wind energy. José Ricardo de Moraes Pinto, an economist, is one of the authors of the paper Opportunities and Restrictions to the Use of Wind Energy in Brazil (Alessandro Alagna, Carlos Lopez Somoza and Fernando Rodrigues Agostinho likewise comprising the group of authors). He firmly states that amongst all experiences at the MBA, the single most striking passage was that involving the preparation of the Course Conclusion Paper. “In addition to theme-relevant disciplines, we counted on extensive advisory support offered by Professor Emerson Maccari”, recalls José Ricardo. Currently, the Ministry of Education’s (MEC) regulations require Course Conclusion Papers (TCCs) to be prepared on an individual basis. To a certain extent, this does pose limits to the exchange of experiences during this stage of the course. However, this is addressed when studies are presented to the public in general and to the FIA-FEA (USP) community, at Profuturo FIA’s Seminars. The presentation of the TCCs is the International Executive MBA’s last formal activity and it takes place a couple of weeks after classes end. “These Seminars cause significant impact on students because they represent the materialization of effort and knowledge”, states the Coordinator, James Wright. Group 2 alumnus, Oscar Boronat holds a vivid recollection of that day, as if it were yesterday. He’d just returned from a trip to the US on the very day presentations were due, arrived on the spur of the moment and hadn’t even slept properly. He was uneasy as to how his colleagues might receive the theme Life Planning for Executives which, according to his understanding, was not in tune with the other “rational-pragmatic” studies that his colleagues would be presenting. Oscar wondered what kind of acceptance would his research receive; would it even make any sense at all to very class group that had served as the study’s subject? Once he’d entered the room, sessions in progress, classmates made a racket. “When I ended, all I heard was a burst of applause. I knew I’d hit the target”, recalls Oscar. SHARING KNOWLEDGE The production of hundreds of Course Conclusion Papers over the past 20 years has already resulted in two books which can serve other courses in addition to the International Executive MBA. In 2011, Professors James Wright and Renata Spers gathered cases involving projects that discussed the Base of the Pyramid in the book entitled Mercado Popular no Brasil (“Brazil’s Popular Market”). Earlier, in 2009, Professors James Wright and Washington Mathias compiled the book entitled Casos Brasileiros de Transformação Estratégica (“Brazilian Strategic Transformation Cases”) which was pub-
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lished by Editora Blucher. The book presents nine Brazilian cases formatted as case studies for those taking graduate and post-graduate level courses. Most of these case studies were prepared by International Executive MBA students and professors. The project The Sadia’s Steer was researched by then students Murilo Serrano, Tarcisio Bortoletto and Wilson Arikita, with Professor Décio Zylberstajn as advisor. The study analyses investment decisions, contract-based relations and the beef market structure. Another TCC studied Gol Linhas Aéreas – a local airline – IT services outsourcing process and how this decision influenced the success of its strategy to address the low-cost low-fare segment. When the study was conducted, Gol had been operating for five years and authors Gaspar Lopes Romão Júnior, Nelson Iatallese and Wilson Ferreira Junior (currently a utility company President) – under Professor Carlos Honorato Teixeira’s guidance – came to the conclusion that the outsourcing of IT services was important to overcome operational bottlenecks. “Each case offers a situation pertaining to a real-life issue that the Brazilian company faced in the world of business”, wrote Professor James Wright when introducing the book. In other words, theoretical class room knowledge partners with practical corporate knowledge and the end result is evidenced in the Course Conclusion Papers. As Class Group 18 member Maria Angela Loguercio Bouskela – who at the time researched the impact of human resources management at the Bank of Boston – defines, “the greatest learning experience arose from coming into close contact with the transformation of vision into action, at a financial institution that believed in the significance of human capital as a success factor, inclusively from a financial standpoint”. In addition to the two books, some Course Conclusion Papers were also published at congresses or academic journals. The TCC written by students Alexandre Cheruti, Bernardo Jacques Vieira Piwo, Glauber Fonseca and Marcelo de Moraes Lima – under the advice of Professor Renata Giovinazzo Spers – for instance, was published in 2008 by the University of São Paulo’s Revista de Administração, a scientific journal. These Class Group 30 authors analysed the challenges and opportunities embedded within the credit card segment, in particular focusing, on the popular low income market.
WORLD-CLASS Two new International MBAs place FIA on the path of executives from all over the globe THE INTERNATIONAL MBA American, British, Chinese and European students sitting side by side listening to the professor teaching John Kotter’s theory on Organizational Change. A scene of this kind, is typical of courses taken beyond Brazil’s frontiers, can, on a regular basis, also be witnessed at FIA’s class rooms, in São Paulo. Launched in 2008, the International MBA is fully taught in English and has attracted management students of many different nationalities. In the last couple of class groups, approximately
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half of the students were foreigners from places as diverse as Mexico, India, Korea, United States, Sweden, France and Germany. Teachers focus course content on worldwide business management, interspersing the same with significant cultural and executive experiences. The International MBA was created to address the needs of students who reside overseas; those who wish to study in Brazil and also for Brazilians who wish to enjoy a multicultural experience which closely resembles that they’d otherwise have if having studied abroad. Given that the course is ministered entirely in English, it helps Brazilians improve their knowledge and use of Business English and also enables foreign students to come into contact with Brazil’s corporate reality. Usually, the Brazilian students chose to take essentially the same course on a part-time basis along 18 months’ worth of duration, 40% of their classes being held together with the foreign students who take the full-time one-year format, with classes from Wednesdays to Saturdays. In 2013, amongst foreign students, most were European, followed by Americans, those from Asia and finally, South America. The international trip to the US – as per the International Executive MBA’s course program – is also an integral part of the course. The International MBA in numbers • 97% of professors hold doctorate level degrees • 32 years is the student age average, usually distributed across the 27 to 40 years old range • 3 years’ worth of minimum professional experience for admission purposes • 2 students from the same company, per class group, as the upper limit for acceptance • 12 months is the course’s duration on a full-time basis • 18 months is the course’s duration on a part-time basis • 13 countries were represented in the last couple of class groups THE AMERICAS MBA In alignment with the international trend of offering integrated courses by schools located in different countries, four renowned institutions of the major economies within the Americas came together in 2011 to launch an MBA preparing executives from the American continent to take on leading positions worldwide. The outcome of the alliance between Simon Fraser University (Canada), Vanderbilt University (USA), Instituto Tecnológico Autónomo de México (Mexico) and Fundação Instituto de Administração – FIA (Brazil) is a 20 month duration course with intensive modules being held at each School’s host country. From each partner school, approximately 10 to 15 executives are selected to take, during the first half of the course, the core disciplines of an International MBA at their respective schools of origin. During the second half of the program, all come together to participate in four intensive nine day duration immersions (every two months, alternating countries). Two disciplines which reflect a host school’s specialization are delivered each immersion module. Furthermore, over a 6 month span, multicultural teams engage in a real-life consulting project, at one of the participant countries.
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The Americas has attracted executives holding approximately 12 years’ worth of executive experience with Director or upper management levels, who wish to extend their knowledge of both culture and management models and expand their networks at the largest countries of the Americas. FIA took on, amongst other disciplines, the teaching of Corporate Social Responsibility and Emerging Markets Strategic Management. At Vanderbilt, Innovation and Entrepreneurship are in the spotlight, while Family Firms and International Trade are taught in Mexico. Cross-cultural Management and Strategy are the themes in Canada. The Americas MBA in numbers • 20 months is the course’s total duration • 35 years is the student age average • 12 years is the average number of years of professional experience • 11 basic disciplines are delivered in Brazil • 8 international and integrative disciplines are offered to students of the 4 partner countries
Envisioning the future A round table gathers the International Executive MBA’s new generation of professors – and launches proposals to ensure the course soldiers on shaping the Brazilian executive elite Over a two hour limit, Professors Daniel Estima de Carvalho, Leandro Morilhas, Renata Giovinazzo Spers, Nelson Yoshida and Carlos Honorato discussed executive career trends, how new generations are reshaping the classroom and how they picture the International Executive’s MBA of the future. The conversation was recorded and lightly edited. Below, the round table’s highlights, namely: THE EXECUTIVE – HIS OWN CAREER MANAGER Daniel – Executives are increasingly thinking about what they want, in life and in career objectives. Whilst wanting to become the company’s CEO, he wishes to conciliate this with his personal life. The external context continues to be important but the personal aspect has emerged with greater intensity and I believe it will grow stronger. We cannot overlook the fact that students arrive at the MBA as specialist managers and seek to expand horizons, acquire a systemic overview of businesses. Renata – We have witnessed professionals taking on accountability for their own education, whilst in turn, increasingly fewer companies sponsor the course. The executive is fully aware of the fact that he cannot expect the Human Resources Department to prepare him for an external context of increased globalization and competition between companies. He seeks with us the competencies that neither graduate studies nor professional experience can furnish. This behaviour impacts the way we manage the International Executive MBA. One example lies in the financing of the course since we do have increasingly more students wanting to prepare themselves, even if they do not then have the resources to do so. We have to offer an alternative.
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Leandro – A fact of interest is that a number of students don’t even want the company’s financial support! They wish to safeguard a certain level of independence. Furthermore, when they are here, at the MBA, they end up forming a very strong network, increasing their chances of moving on to a better job. Twenty years ago, companies invested in their executives as a means of ensuring they’d have talents that would prepare them for the new reality. The MBA was a strategic advantage for companies. Nowadays, the MBA is an attribute for the professional as a player in the game. Nelson – Not so long ago, executives perceived that the company would invest in them to retain their talents. What currently goes on is that if one relies solely on this possibility, leeway is lost when it comes to conducting their careers. There are global market opportunities that are open to companies and professionals. The fact that one takes on accountability for their own mid and long-term career planning, in turn leaves the bargaining chip in the hands of the executive himself. Naturally, one only truly has control over but a portion of their career, whilst the remainder rests on chance. The point being that one must at least give chance a chance. Carlos – He will continue to seek an integrated overview. Renata – To me it’s about knowledge building. Lots of students today have say, 20 years’ worth of experience in Marketing, but miss the conceptual models capable of helping them structure their experience so that they might apply it in other contexts. Nelson – Today’s executive dwells in insecurity and this absence of a sense of certainty gives rise to two queries: “Am I truly resorting to all the available theoretical tools to effectively take the best possible decision for the company?” and “Is there a possibility that people from other industries experience the same problems?”. All of them carry these doubts. Some admit it, others don’t. I came across an executive who worked in Human Resources and acknowledged that his objective here was to understand what people from finance meant to say and, once being able to speak their language, how HR might come to help. I found that particularly interesting because the candidate to this course seeks a basis to make decisions and to ensure that they are the right person to be there, at that given moment. Carlos – I’d add anxiety. Those who come to take an MBA, upon arrival, express anxiety as to future outcomes: if they will progress at the company or not, if they will be able to make a dream come true or not. They arrive dissatisfied. Some are at companies they don’t like, in a business they do not believe in. One way or the other, the course helps mitigate their level of both anxiety and dissatisfaction. MORE DOUBTS THAN CERTAINTIES Nelson – Executives do not always know what they want, but know that they need to take measures to envision opportunities that are out there. The MBA is an opportunity to extend vision. This ends up being far more significant when it comes to an open course that receives people from different companies, sectors and regions.
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Carlos – I believe that 20 years from now we shall not have an MBA course operating under today’s approach. What I have perceived is that the speed of change has become increasingly faster. We might probably have an MBA with a given class hour load but subject to class dynamics that are different from that of today. Daniel – In the future, maybe we may have to offer several modules so the student may compile his course as of a menu. Renata – I believe that we shall have options to address everyone’s needs. Our challenge is to nurture market differentiators to ensure we are amongst the best-in-class. Carlos – I’ve always envisioned the International Executive MBA’s competitive advantage resting on contact networking and exchange of experiences. Leandro – We started off discussing the fact that in the past companies chose the School for students. Now we witness the student choosing the School. In the future, won’t he end up choosing what he wants and doesn’t want to study? Carlos – Probably, but there’s a hybrid there. Maybe he doesn’t like statistics or people management; however, that’s when we have to tell him that these are important disciplines for his managerial or entrepreneurial career. Renata – An executive who’s posted at a higher career level needs an integrated, generalist overview. That won’t change. Carlos – I’d rather refer to it as being strategic thinking, a competency that other courses do not offer, given that they always discuss disciplines in separate: Finance, Operations and so forth. We offer a strategic perspective for the management of businesses. Companies lack professionals who think strategically. So, one may offer off the shelf a number of tools, on-line, but the issue will continue to be where and at which moment in time one ought to use all of that. Renata – We offer this notion of the whole, through which executives learn to turn their attention to the inside of the company but also how to interact with the environment, whether it be with the economy or the sector in which they operate. Nelson – Face-to-face contact cannot be substituted. Daniel – And there is a cherry topping this cake which is “to have fun”; the amusement that is triggered by the friendly environment and exchange of experiences. This possibility intensifies during trips, but also does occur on a day-to-day basis. The student that comes from Campo Grande (a distant capital located in Brazil’s mid-west) knows he’ll be spending a weekend during which he will learn, but also enjoy himself.
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THE Y REVOLUTION Carlos – We were already facing Generation Y within the International Executive MBA’s class room, who are youngsters that do not sell themselves short, who do not engage in projects they do not believe in. They can be even more arrogant and inquisitive than Generation X. They are still outnumbered, but are anxious, quick, immediatist, critical. Leandro – Students from this generation, confront in real-time the information you are delivering since he’s connected to the internet, checking more updated data. The teacher has to enter the classroom far better prepared. Carlos – If the lecture is boring, Generation Y executives exit the room. Leandro – We have to discuss the generation issue because in the classroom we have students of varied age groups and even nationalities. We are still discovering how this set of generations will live alongside each other, not only at the company but also within the classroom, group studies, at seminars. Daniel – I notice two groups in a classroom. We have that student who is slightly more patient, who waits until the Professor concludes his rationale. In the other group, no: the Professor presents two slides. One he’s seen and the other, he couldn’t care less about. Before he catches your eye, there he is checking his e-mails. If the Professor says something that draws his attention, he turns back to class. If not, he doesn’t. Renata – The Executive MBA usually offers classes that are fifty per cent lectures and the other half is made up of group studies. And this has been successful to date. However, we must progress, using case studies as much as possible, in addition to simulations. There is a didactic challenge ahead of us. THE ROLE OF COMPANIES Carlos – There is an issue involving the alignment of the company’s purpose with that of its people. Dissatisfaction is evident when one perceives that values are not in alignment. The person takes on a new job with joy but soon realizes that it’s not the best place for one to work at – the speech used to attract them into the position. In this short-termist quest, companies no longer pay careful attention to recruiting as one ought to and do not prepare people to face an environment of massive pressure, discussion and competition. Nelson – It’s my understanding that companies are experiencing times of transition in terms of their role regarding the careers of their executives. They are having to deal with the dilemma of how to have competent managers conducting their operations, define strategy and competitiveness and, at the same time, understand each individual’s demand and in turn how that fits into that of the group. Carlos – People perceive the MBA as being a way to make one’s escape from this situation.
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Disciplines in 2033 Leandro – The issue no longer rests on which disciplines will cease ranking over the next few decades, but rather, how they shall be delivered. New business models will increasingly arise. Nowadays we extensively discuss the very strategy involving corporate business units. We must discuss more how we can shape partnerships even with our competitors. Imagine how to integrate logistics with several partners to deliver at a faster pace and in an improved manner. An example of this is Professor Alberto Matias who discusses finance not at one single company, but within a set of several interconnected companies. This approach, according to his very words, was triggered by the International Executive MBA’s emphasis on studying the entire business value chain, in an integrated manner. Carlos – I believe that People Management will have to end up being called… I don’t know… Intellectual Capital Management to keep pace with corporate requirements. Renata – I hope that Sustainability as a subject matter becomes so fundamental in the future that it no longer remains set aside from the remaining themes. Nelson – I believe it will rest embedded within Finances, I guess. It will become an economic value. Leandro – I believe we can relate this to what happened with Quality Control. It begins with an enforced condition, a department is set-up and then it becomes a pre-requisite for one to compete. The trend for Sustainability is that it will become a transversal theme involving finance, marketing, production and logistics, amongst others. Daniel – Another example of change involves IT that tends to follow HR’s stepping stones and become strategic: what is the company’s business, how will IT help generate added value and so forth. There is no point in wanting to swap the company’s entire technological park for the latest “kid on the block” – market novelty, but rather remain as part of the system. Carlos – I am extremely uncomfortable with the Entrepreneurship discipline because the theme became a fad. This has to be demystified. Either it is a set of practices or it’s a set of disciplines. Honestly, I see the International Executive MBA as a course in entrepreneurship because the student comes to understand strategy, people, studies the reasoning supporting the company’s existence… Leandro – One has to stop thinking in terms of formal employment and start focusing on new businesses. Nelson – Entrepreneurship is a matter that calls for another mind-set. One has to plunge into a given value chain and understand each portion, what each one does and how they impact one another. The MBA must unfreeze people’s mind-sets, embed new concepts, entice their strategic thinking and then refreeze them once again.
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WHAT KIND OF LEADERS ARE WE SHAPING? Carlos – The leader is that who is capable of communicating the company’s vision and mission and of aligning people to that effect. I think we develop leaders who are capable of understanding changes within and beyond the corporate environment, of perceiving people and their motivations and of conducting them towards the achievement of the businesses objectives. Renata – All the effort we devote to thought rests on the end goal of the International Executive MBA continuing to be the course that shapes corporate leaders. Carlos – Our MBA promotes a non-competitive environment, preference being given to cooperation. A certain degree of competition is perceived when the Seminars are delivered, primarily between one group and another since each wants to turn in the best possible study but there is no predatory, raidlike competition within the class group. Renata – I’m not sure if this is something that comes from the early days of the MBA or not but at some point in time we looked into the matter and it was decided that the very creation of this kind of environment was a course strategy. Leandro – This is an asset they take home for a life time. There are groups that continue to gather to learn together, exchange experiences, long after having graduated. Renata – Group studies stimulate the rise of leaders. In some cases, we push groups to simulate corporate real life where one does not choose with whom to work. Nelson – If there were a rule whereby only those outstanding performers become eligible for diplomas, we would already have ensured a competitive environment, people being reluctant to share their anxieties and insecurities. At the end of this course (Group 31) I was a different, far better person. We shared anxieties, dissatisfactions and uncertainties. All turned out bolder. Carlos – I doubt someone effectively ends the Executive MBA believing that tomorrow they’ll become CEOs. They conclude the course thinking: I can be President, set up my own business or end up in dire straits. That’s okay, I’m ready for whatever scenario. Nelson – I do not believe that the profile of the leader to come shall change, but we shall be witnessing adjustments. I’ve noticed that the new generations – though disperse – are demanding when it comes to guidance. In the past, when you hunted for jobs, youngsters knew what they had to do and if in doubt, they’d ask for help. Nowadays, one has to watch development very closely, try to anticipate the difficulties they might run into, guide. The leader might remain as relevant as the role currently played, but from an operational standpoint, how this leadership will unfold, shall be subject to change. Carlos – The keyword for leadership is legitimacy. My guess is that communication and technologies that are legitimacy-friendly shall become commodities. What will make a difference is if the fellow develops a touch more of knowledge in Psychology, Philosophy, Anthropology.
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THE CHALLENGE OF UNFREEZING MINDSETS Nelson – I concluded the course a better person than that who entered because I met colleagues and teachers who helped me meditate, reset my mind. Before taking the MBA, I felt I needed to gather more concepts; become acquainted with more tools, techniques, become more analytical, and develop a more systemic vision. At the International Executive MBA I came across people who helped me unfreeze my mind-set, who enticed me, helped me solve problems. Now I know what is dear to me from a professional standpoint and what satisfies me. As a Professor of the MBA what I want is to serve as one of those people who help defrost the minds of others, who trigger reflection, extend one’s strategic thought. If I achieve this, I’ll be partially satisfied. Renata – I started working here as a trainee in 1995, when still an Economics student. Once having followed some of the classes taught at the MBA, I decided to focus my career in Management, take my Masters and continue working at FIA. I’m extremely pleased for having accompanied the MBA over the past 18 years, its changes, transformations and innovations. As the course progressed, so did I. Daniel – I believe that I can contribute with a speck of sand to improve the student’s life. The MBA has this provocative role, of opening one’s mind to other possibilities, bringing student experiences to light. My role is that of facilitator, someone who organizes this discussion. Leandro – Our student is very select and experienced. We also learn with them. When I joined the MBA in 2005, I already was a teacher. I truly learnt much with the examples, the experiences that arose from varied segments. Teaching at the International Executive MBA bestows us with a topquality professor seal. Carlos – The greatest treasure lies in the fact that this group safeguards a top quality, exchanging and demanding discussion environment. The International Executive MBA helps shape elite executives, a group of people who command today’s companies. The challenge rests in envisioning what will such an elite be like, twenty years from now. Participant Professors Carlos Honorato, 40 years old, holds a PhD degree in Business Administration, an M.Sc. and a Bachelor’s degree in Economics (FEA-USP) and post-graduated at FIA’s Corporate Management MBA. Current positions include: researcher and professor conducting consulting and educational activities, Professor of the International Executive MBA and at several other FIA MBA courses. Daniel Estima de Carvalho, 33 years old, M.Sc. and doctoral candidate in Administration (FEAUSP), holds a Bachelor’s degree in Computer Sciences and an MBA in Information Technology Management. Current positions include: researcher at FIA’s Future Studies Program (Profuturo FIA), Professor at FIA’s graduate-level course and Assistant Professor of the International MBA, of the International Executive MBA and of FIA’s in-company programs.
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Leandro Morilhas, 35 years old, holds a Bachelor’s degree in Administration (Faculdade Integrada Jales) and a specialization in Corporate Management and Accounting (Urubupungá Faculdades Integradas), in addition to a M.Sc. and Doctorate degree in Administration (University of São Paulo’s School of Economics, Administration and Accounting – FEA-USP). Current positions include: Dean of Faculdade FIA de Administração e Negócios (FIA Business School), professor of the International Executive MBA and other MBAs, in addition to in-company programs. Nelson Yoshida, 49 years old, holds a Bachelor’s degree in Electrical Engineering, University of Campinas (1989), an International Executive MBA (FIA, 2007), M.Sc. and undertaking doctoral studies (FEA-USP). Current positions include: researcher at FIA’s Future Studies Program (Profuturo FIA) and Professor at the International Executive MBA course. Renata Giovinazzo Spers, 39 years old, holds a Bachelor’s degree in Economic Sciences (University of São Paulo, 1997), M.Sc. and Doctorate degree in Administration (University of São Paulo, 2003 and 2007 respectively), took her doctoral training at the University of Cambridge’s DTC (2006) and at Howard University (2007), having further conducted post-doctorate research at Vanderbilt University (USA, 2010) under the support of Foundation for Research Support of the State of São Paulo (Fapesp). Current positions include: Professor at the Administration Department of the University of São Paulo’s School of Economics, Administration and Accounting (FEA-USP), research team leader at the Future Studies Program – Profuturo FIA – and Assistant Editor of the scientific magazine Future Studies Research Journal, Project Coordinator at FIA, Vice-Coordinator of FIA’s post-graduate International MBA, Americas MBA and International Executive MBA courses. Mediation Maria Tereza Gomes, journalist specializing in business, management and career, M.Sc. in Business Administration (FEA-USP).
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FIA PROFUTURO 2014 TEAM Coordination 1. James T. C. Wright 2. Renata G. Spers Admissions, Marketing and International Trips Centre 3. Ana Paula G. de Oliveira Fraga Guimarães 4. Daniana P. Santos 5. Juliana Bauer Lomonaco 6. Luciana Gori Didactical Programming, Materials, Finance and scientific magazine Future Studies Research Journal 7. André Amendomar 8. Cristiane Alves de Oliveira 9. Elaine Cristina de Lima Costa 10. Ivana Franco da Silveira 11. Paulo Roberto Gonçalves 12. Priscila Derwood Mills 13. Raphael da Silva Venâncio Assistant Professors 14. Mariana Sutter 15. Ailton Conde Jussani 16. Regina Ornellas 17. Bruno Giovanni Mazzola 18. Nelson Yoshida Professors and Consultants 19. Carlos Honorato Teixeira 20. Daniel Estima de Carvalho 21. Leandro Fraga Trainees 22. Joseph da Silva Pavão Neto 23. Victor Hugo da Silva Macedo 24. Leonardo Galvão da Silva
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ACKNOWLEDGEMENTS At this International Executive MBA 20 year milestone, I’d like to render special thanks to a number of people whose support, devotion and optimism made all come true. I am grateful to Profuturo FIA’s past and current Collaborators, represented by the group: Ailton Conde Jussani, Ana Paula Gonçalves de Oliveira Fraga Guimarães, André de Azevedo Amedomar, Bruno Giovanni Mazzola, Carlos Honorato Teixeira, Cristiane Alves de Oliveira, Daniana P. Santos, Daniel Estima de Carvalho, Elaine Cristina de Lima Costa, Ivana Franco da Silveira, Joseph da Silva Pavão Neto, Juliana Bauer Lomonaco, Leandro Fraga, Leonardo Galvão da Silva, Luciana Gori, Nelson Yoshida, Mariana Bassi Sutter, Paulo Roberto Ferreira Gonçalves, Priscila Derwood Mills Silva, Raphael da Silva Venancio, Regina Ornellas, Renata Giovinazzo Spers and Victor Hugo da Silva Macedo. To FEA and FIA’s Program Professors, herein represented by Prof. Dr. Jacques Marcovitch – as of the first class group a tireless active lecturer and former University of São Paulo’s Rector. To the preceding and current FIA Board of Directors, herein represented by its current Presiding Director, Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque. To FIA’s School of Administration and Business’s team, herein represented by its Director, Prof. Dr. Leandro José Morilhas. To FIA’s Board of Trustees, herein represented by the Board’s President, Prof. Dr. Claudio Felisoni de Angelo. To our international partners, who greatly contributed to our course, here represented by Hermano Rocha (Owen Graduate School of Management – Vanderbilt University), Prof. Rickie Moore (E.M.Lyon), Prof. Omar Merlo (University of Cambridge and Imperial College), Prof. Tim Minshall (University of Cambridge), Prof. Xu Luodan (Lingnan College, Sun Yat-sen University) and Prof. V.K. Gupta (MDI Gurgaon). Furthermore, in special, to the MBA’s former and current students who continue to expand their knowledge to support our country’s improvement.
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