Revista MS Industrial Ed. Especial 100

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05 Painel digital

SUMÁRI O

06 diretoria 07 editorial 08 charge 09 entrevista 12 Fala, indústria 22 giro da indústria 48 dicas 56 cultura da indústria 57 gadgets 60 quanto você pagou? 62 artigo capa

28 O que esperar do próximo governo ? O presidente da Fiems detalha o que o setor industrial espera do próximo Governo

14 inovação

24 geral

Fábrica de linguiça investe em tecnologia para emplacar produtos

A Revista MS Industrial chega à edição de nº 100

61 quem te conhece que te compre Conheça produtos “da terra”, produzidos por indústrias de Mato Grosso do Sul

44 sesi 36 senai Inmetro renova certificação concedida ao LabSenai

18 encontro empresarial Presidente da Fiems visita indústrias e reúne-se com empresários em Aparecida do Taboado

Lego Serious Play, ferramenta inovadora da Startup do Sesi

50 gente que faz 40 iel Instituto lança formação em Lean Six Sigma em Três Lagoas

Sem pedir nada em troca, professor do Senai espalha a semente da leitura com Gibiteca

58 radar industrial Fique por dentro dos indicadores do setor industrial de MS

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PAINEL DIGITAL

SISTEMA FIEMS NA REDE Fique por dentro dos nossos destaques nas redes sociais

Os times de robótica das escolas Sesi exploraram as infinitas possibilidades do espaço e encontraram soluções inovadoras para auxiliar os astronautas. Parabéns às equipes pela dedicação no Torneio de Robótica! #torneioderoboticafll #escolasesims #IntoOrbit

Eu como mãe estou muito satisfeita e encantada com a escola Sesi, com a robótica o meu filho se desenvolveu de tal maneira que jamais imaginei que ele iria mudar assim. Em questão de meses já deu para notar o desenvolvimento. Parabéns por inovar e sempre pensar no melhor de nossos filhos.

Aaaaaa

Muito orgulhosa dessa equipe!!! #heróisemorbita2018

Muito bacana esse evento!!!! Animação total e muito conhecimento compartilhado!!! Parabéns, SESI MS!!!

->Foco na carreira <O superintendente do IEL, José Fernando do Amaral, apresentou aos servidores do Poder Judiciário a palestra “Aposentadoria, uma oportunidade para empreender”. #IELMS #Foconacarreira

Tem curso novo no Senai Campo Grande! CURSO DE PILOTO DE DRONE

Competência e seriedade são suas maiores virtudes. Esse é o segredo do seu sucesso... Parabéns

Encontro Empresarial no Senai de Aparecida do Taboado. O evento reuniu empresários para uma conversa sobre a demanda da indústria e como a Fiems pode trabalhar em melhorias no setor.

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D I RET ORI A

S IS TE MA F I E M S Diretor Corporativo: Cláudio Jacinto Alves Diretor Executivo: Anatole Verlaine Etges Superintendente do Sesi/MS: Bergson Henrique S. Amarilla Diretor Regional do Senai/MS: Rodolpho Caesar Mangialardo Superintendente do I EL/MS: José Fernando Gomes do Amaral

Revista da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul Diretor de Comunicação: Robson Del Casale (DRT/MS 064) Chefe de Redação: Daniel Pedra (DRT/MS 088) Jornalistas: Flávia Melo (MTB/MS 1032) Zana Zaidan (MTE/MS 1255) Fotos: Ademir Almeida, JJ Cajú, Nilson de Figueiredo, Ricardo Flores, Valdenir Resende e Dicom/Fiems Endereço: Avenida Afonso Pena, 1.206 - 2º Andar Bairro Amambaí - Campo Grande/MS - 79.005-901 E-mail: unicom@sfiems.com.br Site: www.fiems.com.br Fone: (67) 3389-9017 As opiniões contidas em artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente o posicionamento do Sistema Fiems Revista Mensal - 10 mil exemplares

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Presidente: Sérgio Marcolino Longen 1° Vice-Pres.: Alonso Resende do Nascimento 2° Vice-Pres.: José Francisco Veloso Ribeiro 3° Vice-Pres.: Ivo Cescon Scarcelli 1º Vice-Pres Regional: Luiz Cláudio Sabedotti Fornari 2° Vice-Pres Regional: Sidnei Pitteri Camacho 3º Vice-Pres Regional: Lourival Vieira Costa 4º Vice-Pres Regional: Roberto José Faé 5º Vice-Pres Regional: Gilson Kleber Lomba 1° Secretário: Cláudia Pinedo Zottos Volpini 2° Secretário: Juarez Falcão Alves 3° Secretário: Irineu Milanesi 1° Tesoureiro: Altair da Graça Cruz 2° Tesoureiro: Edis Gomes da Silva 3° Tesoureiro: Milene de Oliveira Nantes Diretores Lenise de Arruda Viegas Edemir Chaim Asseff João Batista de Camargo Filho Ligia Queiroz de Brito Machado Kleber Luiz Recalde Isaías Bernardini Antônio Breschigliari Filho Julião Flaves Gaúna Marismar Soares Santana Marcelo De Carli Ferreira Marcelo Alves Barbosa Zigomar Burille Marcelo Galassi Osvaldo Fleitas Centurion Antônio Carlos Nabuco Caldas Nilvo Della Senta Conselho Fiscal Efetivos: Sandro Luiz Mendonça José Paulo Rímoli Silvana Gasparini Pereira Suplentes: José Aguilar Monteiro Edson Germano Irma Tinoco Atagiba Asseff Delegados junto à CNI Efetivos: Sérgio Marcolino Longen Roberto José Faé Suplentes: Irineu Milanesi Alfredo Fernandes


ED ITOR I A L

A HOR A D E FA Z E R A L I Ç ÃO D E CA S A !

N

este ano, vamos eleger o próximo governador de Mato Grosso do Sul e precisamos ter algumas coisas em mente. Porém, em primeiro lugar, entendo que, em uma avaliação bem simples, é chegada a hora do próximo Governo fazer a lição de casa, em todos os aspectos. No mandato do atual Governo, enquanto empresários, de certa forma, construímos um plano de gestão pública e os números mostram isso com clareza. Nos números que são amplamente divulgados no Portal da Transparência, ficou a desejar a questão do custeio, principalmente, no aumento das despesas relacionadas ao pessoal. Isso vem obrigando o Governo do Estado a deixar de investir em infraestrutura básica. O que entendo é que o próximo governador, quem quer que seja, precisa avaliar exatamente essas contas. Essas despesas relacionadas ao custeio da máquina pública e aos gostos com o pessoal vêm preocupando, pois aumentaram muito acima da receita, deixando, em uma avaliação bem clara, o Estado em uma condição de fragilidade de recursos para os próximos quatro anos. Entendo que, se o próximo governador não fizer uma gestão da forma que é necessária, teremos muitas dificuldades. No entanto, avançamos nas contas de equilíbrio do pagamento dos aposentados e nas ações que foram construídas em termos de incentivos fiscais. A convalidação de todos os incentivos fiscais foi a realização de um grande sonho nosso, mesmo com as empresas tendo de contribuir para um fundo criado pelo Estado, a grande maioria delas garantiu a capacidade de investimento. Também conseguimos um

novo teto para o Simples Estadual e a extinção do ICMS Garantido, pois os empresários necessitavam antecipar parte do imposto antes mesmo da venda dos produtos ou mercadorias e, agora, os contribuintes não precisarão pagar de forma antecipada o imposto, recolhendo apenas na apuração mensal. Porém, infelizmente, o Estado investiu pouco em infraestrutura e nós temos que cobrar isso do próximo governador. E de que forma nós podemos cobrar? Que o próximo Governo faça a lição de casa, que é reduzir as contas de repasse do duodécimo, pois, avaliando a receita de hoje e os indicadores econômicos, o Estado repassou mais do que era previsto. Portanto, isso nos preocupa e precisamos encontrar um meio termo para que o Estado tenha receita para investimento, do contrário, os recursos que aí estão serão todos consumidos para cobrir os gastos de custeio da máquina pública, não sobrando para investimento e essa é a nossa reclamação. A conta é simples, só se pode gastar aquilo que foi de certa forma o indicador do ano anterior. Nós precisamos de mais arrocho nos gastos públicos, em todas as áreas. Então, se o Estado reduzir esse custeio, com certeza vamos ter aquilo que não estamos tendo, ou seja, investimentos em infraestrutura, investimentos na educação, na saúde e na segurança pública.

SÉRGIO LONGEN Presidente do Sistema Fiems

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ENTREVISTA

MAURÍCIO SAITO P R E S I D E N T E D A FA M A S U L

“O Governo Federal reduziu em 1,5 ponto percentual a taxa de juros no Plano Agrícola e Pecuário 2018/19, o que está aquém da expectativa, principalmente, quando comparamos à redução da inflação nos últimos meses, conquistada com apoio do agro”

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eeleito para presidir por mais três anos (2018/2021) a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), entidade que representa a

principal base da economia do Estado, Maurício Saito é médico veterinário e pós-graduado em Administração de Empresas Agrárias. Além da formação na área, fala com a propriedade MS INDUSTRIAL | 2018 • 9


de quem atua como produtor rural desde 1996 e já presidiu o Sindicato Rural de Itaporã e a Coopsema (Cooperativa Agrícola Mista Serra de Maracaju). Na entrevista exclusiva à MS Industrial, Saito fala das mudanças que o setor almeja, como redução de juros e tributação, e dos desafios previstos para os próximos anos. O senhor foi eleito para presidir a Famasul por mais três anos e, logo após a divulgação do resultado do pleito, mencionou o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical como o principal desafio para as entidades representativas. Como manter a receita e atrair associados diante desta mudança? O fim da contribuição sindical obrigatória é um grande desafio para as instituições representativas. Contudo, acreditamos que isso faz parte da modernização do sistema de representação de classe, em que a sustentabilidade das instituições dependerá dos serviços prEstados aos seus representados. Esse novo momento oportuniza o reconhecimento das instituições que desenvolvera m um bom legado e exige reposicionamento perante seus representados. Por isso estamos concentrando esforços no fortalecimento dos sindicatos rurais, para que possamos agregar valor em nossas ações e atender as necessidades dos produtores rurais do Estado. Muito se ouve que o campo, nos dias de hoje, tem pouca mão de obra especializada. Como qualificar o trabalhador rural e familiarizá-lo com as novas tecnologias e processos? A incorporação de novas tecnologias ao agronegócio brasileiro tornou-se uma questão de so10 •

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brevivência para os produtores rurais. Cada vez mais o setor investe na mecanização e automação de processos e na profissionalização da mão de obra do campo, necessária à operação do maquinário de ponta que ocupa o campo. Não há outro caminho para acompanhar esta revolução tecnológica no campo se não através da qualificação da mão de obra. Em três anos o Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) em Mato Grosso do Sul promoveu mais de 13 mil cursos, capacitou 140 mil pessoas e desenvolveu 50 novos

treinamentos para atender à necessidade de 14 cadeias produtivas do setor. A reforma trabalhista alterou diversos aspectos das relações entre empregador e empregado do campo. As mudanças na legislação representaram um avanço para o setor? Em pouco tempo, a reforma trabalhista, vigente desde novembro de 2017, já apresentou efeitos nas relações de trabalho. Podemos citar, por exemplo, a diminuição de mais de 50% nos

“Para atender à crescente demanda mundial por alimentos, de forma sustentável e com competitividade, o setor produtivo precisará de uma agenda política que garanta segurança jurídica aos produtores, modernização das leis do setor, desoneração de tributos e maior concessão a créditos específicos”

- MAURÍ CIO SAI TO Presidente da Famasul


números de ações trabalhistas. Os dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) revelam uma reação no mercado de trabalho, considerando que ao longo deste ano, o Brasil já acumula 381.166 novos postos de trabalho. No mês de maio o setor Agropecuário foi quem mais criou empregos, 29.302 novos postos de trabalho. Esses indicadores demonstram uma reação positiva pós-reforma. As atuais políticas públicas para o agronegócio – como linhas de crédito, tributação – atendem ao setor? O que precisa mudar? Em relação às linhas de crédito, o Governo Federal disponibilizou no Plano Agrícola e Pecuário 2018/19 cerca de R$ 191 bilhões, montante que supera em 1,43% o total verificado no plano anterior. A taxa de juros reduziu, em média, 1,5 ponto percentual. O resultado é positivo e se aproxima à demanda do setor. No entanto, a taxa de juros anunciada está aquém da expectativa, principalmente, quando comparamos à redução da inflação nos últimos meses, conquistada com apoio do agro, diante do desempenho da safra agrícola que contribuiu para a queda dos preços dos produtos alimentícios. É preciso disponibilizar Instrumentos de Política Agrícola, com estímulo e apoio à comercialização e exportação de nossa produção, seguro rural acessível e com bons níveis de cobertura e disponibilidade de linhas de crédito adequadas à realidade do agro. Recentemente, verificamos no FCO a adoção de taxas de juros variáveis nas operações de investimento e custeio, o que é um retrocesso sob o ponto de vista da previsibilidade, tão necessária nesta atividade. Necessitamos ainda, modernizar o sistema tributário. Não nos fal-

tam exemplos de discussões recorrentes de tributos que trazem incertezas e retiram a competitividade de nossos produtores: ITR, ICMS, Taxação das exportações, FUNRURAL. Uma das reivindicações da Famasul, nesse sentido, por exemplo é a equiparação do ICMS do boi em pé em relação ao que é praticado em Mato Grosso, reduzindo, definitivamente de 12% para 7%. Quais os principais desafios para o produtor rural de Mato Grosso do Sul? Para atender à crescente demanda mundial por alimentos, de forma sustentável, com competitividade e economicamente viável, o setor produtivo precisará de uma agenda política que garanta segurança jurídica aos produtores, modernização das leis do setor, desoneração de tributos e maior concessão a créditos específicos. Os desafios do agro necessitam de um olhar atento por parte do poder público, como investimentos em pesquisa e assistência técnica; instrumentos de políticas agrícolas eficientes e a modernização do modal de infraestrutura de transporte.

“O fim da contribuição sindical obrigatória é um grande desafio para as instituições representativas, mas exige reposicionamento perante seus representados. Por isso, estamos concentrando esforços no fortalecimento dos sindicatos rurais.” MS INDUSTRIAL | 2018 • 11


FALA, INDÚSTRIA

Essa decisão elimina um dos principais focos de insegurança para o setor produtivo brasileiro existentes antes da Lei da Terceirização. Por isso é importante ter uma legislação clara e transparente para tudo no Brasil SÉRGIO LON GEN

Sobre a decisão do STF que atestou a constitucionalidade da livre contratação de terceirizados pelas empresas.

Essa história que a indústria gráfica vai acabar está equivocada e quem apostar nisso vai se arrepender. Existem diversas tendências do segmento no mundo da inteligência artificial, e devemos prestar atenção nas necessidades das pessoas para que possamos entender quais produtos devemos desenvolver J U L I Ã O GA ÚN A Presidente do Sindigraf/MS e Abigraf nacional

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O que eu fazia quando comecei a trabalhar alguns anos atrás hoje já está obsoleto. Então é preciso compreender, assim como as grandes potências do mundo já vêm fazendo, que o modelo de educação tradicional está ultrapassado M O H AM E D E LH A B IBY Presidente e desenvolvedor da RoboGarden, plataforma online que ensina programação a crianças de mais de 120 Países e que será utilizada nas escolas do SESI MS

Nos grandes Países, dominar a robótica é considerado tão importante quanto saber um segundo idioma. O Sesi, desde já, está tomando a frente e trazendo estas tendências do futuro profissional para nossos alunos SI MONE CRUZ

Gerente de Educação do Sistema Fiems

Essa é nossa primeira exportação depois de muitos anos tentando. Acreditamos que esse lapso de tempo foi por falta de informação, porque entramos nesse processo sem estarmos cientes das documentações e procedimentos necessários MARCO ANTÔNI O CUCCO

Proprietário da Sigo Homeopatia, que conseguiu exportar para o Paraguai depois de participar dos programas oferecidos pelo CIN (Centro Internacional de Negócios) do IEL

A indústria que tiver uma impressora 3D para auxiliar no processo de desenvolvimento de produtos consegue colocálo muito mais rápido no mercado, ou seja, o retorno também virá antes NEW TON SALVADOR GRANDE NETO Coordenador do curso de Engenharia de Mecânica da Faculdade do Senai MS INDUSTRIAL | 2018 • 13


INOVA ÇÃ O

TRABA L HA N D O O S S E NT ID OS Serviço de análises sensoriais permite que empresa melhore seus produtos e atenda às expectativas do consumidor

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á ouviu falar em “clean label”? Traduzido para o português, significa “rótulo limpo” e o termo é utilizado mundialmente para uma nova tendência nutricional quando se fala em alimentos saudáveis. Para que possam ser considerados clean label, os alimentos devem se apresentar da forma mais natural possível, sem corantes, conservantes ou adoçantes artificiais. Essa nova “família” de alimentos surgiu há pouco mais de dez anos na Europa e nos Estados Unidos e tem ganhado espaço também no Brasil, com a crescente conscientização por parte dos consumidores sobre a relação entre alimentação, saúde e bemestar. Esse comportamento por parte do cliente tem reflexo nas indústrias, que cada vez mais reconhecem a necessidade de oferecer a seus consumidores produtos mais saudáveis. “Percebemos que os clientes estão cada vez mais atentos aos

índices nutricionais nos alimentos e sempre tivemos um foco muito grande na qualidade do produto e na segurança do alimento. Quando conhecemos o IST Alimentos e Bebidas (Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas), localizado em Dourados, tivemos a ideia de desenvolver novos produtos e melhorar alguns que já oferecíamos”, conta o diretor executivo da fábrica de linguiças Guarânia, Jander Pereira. TESTES - Com o objetivo de uma melhora constante dos produtos, há cerca de seis anos a Guarânia se tornou um cliente assíduo do IST Alimentos e Bebidas. Para que os alimentos tenham a aprovação dos clientes, a empresa conta com o serviço de análises sensoriais do Instituto, que monitoram as características sensoriais do produto, como odor, sabor e textura por meio da percepção do consumidor. MS INDUSTRIAL | 2018 • 15


“Nós estamos atentos a essa tendência do ‘clean label’ e estamos constantemente procurando reduzir sódio e gordura. Inclusive, já realizamos um trabalho com o Senai nesse sentido e estamos desenvolvendo um novo projeto de cura natural para nossas linguiças. Então para avaliar a aprovação dos nossos produtos no mercado, buscamos as análises sensoriais”, explica Jander Pereira, acrescentando que os produtos analisados foram as linguiças bovinas resfriadas sabor provolone, ponta de costela, cebola cristal, carne bovina com bacon, picante, pequi e tradicional, que tiveram algumas modificações. Ele comenta ainda que os testes feitos “às cegas” com os consumidores permitiram que a empresa tivesse certeza de estar no caminho correto. “Nós já havíamos percebido que o requisito de salgabilidade é cada vez mais presente, mas não tínhamos uma noção muito boa sobre até quanto de sal poderíamos diminuir na receita. Queríamos reduzir sódio e gordura, mas manter um equilíbrio no paladar das pessoas, mantendo um produto saboroso no final. O objetivo sempre foi um produto mais saudável, mas que agradasse ao cliente, que é

ESCOLHA UM NÚMERO DE 0 A 10 Você já ouviu falar ou até já viu em alguma propaganda de TV pessoas fazerem testes “às cegas” de um mesmo produto, mas de marcas diferentes, e escolherem um número de 0 a 10 para avaliar o que acharam com relação ao sabor, à textura ou ao odor. Segundo a engenheira de alimentos Évelin Marinho de Oliveira, responsável pela área

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de pesquisa, desenvolvimento e inovação do IST Alimentos e Bebidas de Dourados, é mais ou menos assim que funcionam as análises sensoriais. “Os avaliadores se posicionam em cabines individuais, onde recebem e avaliam os produtos com o mínimo de interferência externa. Em uma pesquisa com objetivos mercadológicos, essa degustação

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pode ser feita em locais públicos ou em locais com concentração dos consumidores específicos, como supermercados e shoppings”, explicou Évelin de Oliveira, destacando que esse serviço consiste na oferta do produto para degustação, acompanhado de fichas sensoriais, que devem ser preenchidas conforme solicitado, segundo a metodologia escol-


quem paga a conta e define se o alimento pode ficar no mercado”, destaca. Com os resultados obtidos nas análises sensoriais, foi possível identificar os pontos fortes e fracos da linguiça Guarânia e as oportunidades de melhoria. “Conseguimos visualizar como o consumidor percebe nosso produto e fazer as alterações necessárias com base nas solicitações desse mesmo consumidor”, reforça o empresário, que acrescenta que o feedback dos clientes foi imediato. “Nós não colocamos nos rótulos essa alteração, então não pudemos mensurar o volume de vendas exato nem notar um aumento tão significativo, mas o retorno dos clientes pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) e pelas redes sociais foi bastante significativo. Nosso cliente percebe que a linguiça Guarânia não é um alimento gorduroso que você coloca na grelha ou na churrasqueira e ele derrete, pinga e diminui de tamanho. Estamos muito satisfeitos com a parceria desenvolvida com o Senai em diversos projetos e nesse em especial”, finaliza Jander Pereira.

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hida para a ocasião. Ainda conforme Évelin Marinho, a metodologia a ser utilizada dependerá do objetivo da análise. “Se o objetivo for entender o quanto o consumidor aprova aquele produto, há os testes de aceitação. Se o que se espera for uma descrição técnica do produto, existem as análises descritivas.

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Da mesma forma existem análises de preferência, comparação, entre outras. Todas respaldadas pela literatura e em constante evolução, para acompanhar as tendências do mercado”, completou. Com a aplicação da análise sensorial, a empresa terá em mãos os dados necessários para iden-

“Conseguimos visualizar como o consumidor percebe nosso produto e fazer as alterações necessárias com base nas solicitações desse mesmo consumidor” - JANDER PEREI RA Diretor executivo da fábrica de linguiças Guarânia

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tificar pontos fracos e melhorar o seu produto do ponto de vista do próprio consumidor. “Por meio dos tratamentos estatísticos dos resultados, a empresa irá basear suas decisões em dados concretos e confiáveis de uma amostra da população de consumidores e não em percepção unilateral”, reforçou a engenheira.

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FIEMS

ENCONTRO EMPRESARIAL Presidente da Fiems visita indústrias e reúne-se com empresários em Aparecida do Taboado

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o cumprir agenda em Aparecida do Taboado, no dia 4 de setembro, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, reuniu-se com empresários e trabalhadores das indústrias da região para apresentar ações do Sistema Indústria para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul, anunciou o investimento de R$ 4 milhões para reforma do CISS (Centro Integrado Sesi Senai) e aproveitou para ouvir as demandas do setor empresarial local. “O Sistema Fiems tem um compromisso com a indústria de Mato Grosso do Sul e realizamos uma série de ações para desenvolvê-la e consolidá-la no nosso Estado. Para isso, é importante que tenhamos essa aproximação em momentos como esse para ouvir as demandas dos empresários de Aparecida do Taboado. Aproveito ainda para anunciar R$ 4 milhões na modernização do Centro Integrado como forma de apoiar a indústria da região”, afirmou Sérgio Longen. Ele ainda explicou aos presentes que o Sistema Fiems oferece uma 18 •

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série de atividades relativas a serviços técnicos e tecnológicos, inovação em SST (Saúde e Segurança do Trabalho), educação básica e profissional, estágio e capacitação empresarial. “Temos em Mato Grosso do Sul oito unidades fixas do Sesi e 23 móveis, sete escolas, um Centro de Inovação em Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho e 44 bibliotecas da Indústria do Conhecimento em 40 cidades. Com relação ao Senai, são 10 unidades fixas e 13 móveis e 100 salas de aula móveis, além do Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas (IST Alimentos e Bebidas), em Dourados, o Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), em Três Lagoas, e o LabSenai Cerâmica, em Rio Verde. Isso sem falar no IEL, que conta com quatro unidades no Estado”, pontuou. Ainda conforme Sérgio Longen, toda essa estrutura existe para fortalecer a indústria de Mato Grosso do Sul, que tem participação de 22% no PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, com R$ 16,4 bilhões. “Estamos crescendo a cada ano e a


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projeção é de que em 2019 apresentemos um PIB Industrial de R$ 20,8 bilhões. Só em Aparecida do Taboado, a indústria responde por 30% de toda a riqueza gerada no município”, declarou. O consultor tributário do Sistema Fiems, Dov Gilvanci Levi Najnam, aproveitou o encontro para apresentar algumas recomendações aos empresários presentes com relação às mudanças tributárias. “A carga tributária brasileira representa 36% de todo o nosso PIB e sabemos como a indústria é bastante penalizada por essa política tributária do nosso País. Temos três pontos de alerta, que são a terceirização, a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins e a não tributação dos incentivos fiscais, que são pontos que podem trazer vantagens para as empresas”, completou. REPERCUSSÃO - Na avaliação do empresário Faber Lalucci, presidente da Associação Industrial de Aparecida do Taboado, a reunião entre os empresários e o presidente da Fiems para ouvir as demandas é fundamental para o desenvolvimento industrial do município. “Os empresários precisam resolver alguns gargalos e esse é um momento de apresentarmos sugestões de melhorias para melhorar o desenvolvimento da nossa região, que, na contramão da crise, tem crescido e gerado empregos”, salientou. O presidente do Sindicato Rural de Aparecida do Taboado, Eduardo Antônio Sanches, que também é presidente da Aprobat (Associação dos Produtores de Borracha de Aparecida do Taboado e Região), destacou a força da agroindústria em Mato Grosso do Sul e como o setor agropecuário deve estar alinhado também com o setor industrial. “A Fiems tem desenvolvido em parceria com a Aprobat e o Governo do Estado um projeto que fortalece toda a cadeia produ20 •

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tiva da borracha que vai gerar mil empregos diretos só aqui em Aparecida do Taboado e cerca de 5 mil em Paranaíba”, revelou. Para o supervisor de manutenção da Dânica, Luiz Henrique Laviso, o encontro permitiu um melhor entendimento sobre o Sistema Fiems de modo geral. “Acho muito legal essa aproximação para sabermos como funcionam o Sesi e o Senai e como eles podem colaborar com as empresas, qualificando mão de obra, por exemplo”, comentou. Já o gerente-administrativo do Frigosul, Antonio Barrinho de Oliveira, ressaltou que ainda há empresários que não conhecem os serviços e produtos disponibilizados pelo Sistema Fiems. “É muito bom essa apresentação em uma reunião com vários empresários e gestores de empresas. Além disso, é uma oportunidade para apresentarmos nossas principais dificuldades e sugestões de melhoria”, finalizou. VISITAS ÀS INDÚSTRIAS Ainda como parte da agenda em Aparecida do Taboado, Sérgio Longen visitou os trabalhadores das indústrias Alpha Motion, GeneSeas, Bello Alimentos, Konesul, Pelmex e Pais & Filhos para falar dos investimentos nos cursos de qualificação profissional oferecidos pelo CISS (Centro Integrado Sesi Senai). “Peço que vocês aproveitem os serviços disponibilizados pelo nosso CISS aqui em Aparecida do Taboado, que tem uma série de cursos voltados para a qualificação profissional, para melhorar a mão de obra aqui do município. A grande demanda das empresas hoje é qualificação profissional e por isso estamos investindo R$ 4 milhões em reformas no nosso Centro Integrado para melhorar a oferta de cursos, melhorar os salários da indústria e captar mais indústrias para Aparecida do Taboado”, afirmou Longen. Na avaliação de Ana Carolina

“O Sistema Fiems tem um compromisso com a indústria de Mato Grosso do Sul e realizamos uma série de ações para desenvolvê-la e consolidála no nosso Estado” - SÉRGI O LONGEN Presidente do Sistema Fiems


Serini, gerente-administrativa da Alpha Motion, que produz molejo para colchões, é muito interessante uma visita da Fiems aos trabalhadores para reforçar que as empresas necessitam de mão de obra qualificada. “Esse é um dos nossos maiores desafios e acho que essa aproximação de hoje motiva nossos trabalhadores a buscarem se qualificar e buscar os cursos do Senai aqui no município também. Para nós, empresários, também é bacana essa aproximação para podermos conhecer melhor como a Fiems pode nos ajudar”, comentou. O gerente-geral do frigorífico de peixes GeneSeas, Gerlúcio Flávio de Sena Neri, também destacou a dificuldade em conseguir mão de obra qualificada no município. “Sabemos do potencial da indústria de Aparecida do Taboado, que vem se desenvolvendo a cada dia, mas não temos trabalhadores qualificados para atender nossa demanda. Ficamos muito honrados em receber o presidente da Fiems aqui para poder apresentar a ele esse nosso desafio”, falou. Para o gerente-geral da uni-

dade de Aparecida do Taboado do Frigorífico Frango Bello Alimentos, Franciel Salvatico, a visita do presidente da Fiems é importante para difundir entre os trabalhadores os serviços disponíveis. “O CISS de Aparecida do Taboado disponibiliza ótimos cursos de qualificação para preparar a mão de obra. Espero que com essa conversa hoje, nossos trabalhadores se sintam mais motivados, porque é disso que precisamos”, ressaltou. Tadeu Piva, diretor da Konesul, empresa de ferragens para distribuição de energia, considerou a visita como bastante produtiva. “Penso que é a primeira vez que recebemos os representantes do Sistema Fiems para falar das ações desenvolvidas pelo Sesi e pelo Senai no nosso município e acho que um momento como esse é vantajoso tanto para nós, gestores, como para os trabalhadores, que conseguem entender melhor como eles podem ser beneficiados”, salientou. Para o gerente-administrativo da fábrica de colchões, camas box, estofados e colchões Pelmex, Vanescley Pereira de Assis, o en-

contro com o presidente da Fiems foi uma oportunidade de conhecer melhor sobre o Sistema Indústria. “Acredito que esse encontro é muito importante para ouvir sobre os serviços, mas também para a Federação conhecer nossa realidade. Temos bastante dificuldade com mão de obra e essa é uma oportunidade de apresentarmos nossas demandas”, declarou. Já o empresário Faber Lalucci, diretor da Pais & Filhos, empresa de jogos e brinquedos infantis, que também é presidente da Associação Industrial de Aparecida do Taboado, pontua que o contato entre empresários e Fiems é muito importante para o desenvolvimento da região. “Ficamos sempre muito felizes com a visita do Sérgio Longen porque sempre que ele vem a Aparecida do Taboado traz negócio, trabalho e resultado e, muitas vezes, investimentos. Há oito anos ele veio trazer o Centro Integrado Sesi e Senai, que colabora para a qualificação da nossa mão de obra, e agora ele veio anunciar novos investimentos em melhorias na unidade”, finalizou.

O presidente da Fiems fala para funcionários de várias indústrias de Aparecida do Taboado MS INDUSTRIAL | 2018 • 21


GIRO DA INDÚSTRIA

SE M MU LTA Gestores dos municípios de Mato Grosso do Sul não querem saber de levar multa, não. A Assomasul, entidade que representa os prefeitos do Estado, teve que pedir à Assembleia Legislativa que intercedesse ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que os conselheiros alterem a lei que trata das multas aos administradores municipais.

FA LTA DE O R GA NI Z A Ç Ã O E S EUS EF EI T O S Atualmente, se o prefeito perde qualquer prazo de entrega das prestações de contas, a multa já é aplicada, mesmo que ao final da análise do processo a documentação seja aprovada. A justificativa da Assomasul é que a multa corre por dia, e alguns recursos levam anos até serem julgados pelo TCE. A legislação também penaliza o gestor atual, independentemente de o erro no envio da prestação ter sido feito pela administração anterior. Por isso, tem caso de prefeito cuja multa soma mais de R$ 1 milhão.

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E A R E S PO NS A BIL IDA D E ? Os deputados conseguiram uma reunião dos prefeitos com o presidente do TCE, conselheiro Waldir Neves, mas ele apresentou algumas ressalvas aos pedidos. Segundo ele, até é possível flexibilizar o regimento interno da Corte de Contas no sentido de conceder mais prazo aos gestores, mas e a responsabilidade do prefeito ao indicar os servidores? “Até podemos conceder mais prazo, agora, o prefeito é quem indica o servidor, então ele pode delegar a responsabilidade, publicando isso em um decreto, e nós iremos acatar. Caso não o faça, ele vai responder, porque não podemos deixar de responsabilizar o gestor dos recursos públicos”.

VA I UM A P E C A Í ?

F IM DA R E E L E IÇÃ O

A Assomasul entende que uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que deve ser enviada pelo TCE à Assembleia Legislativa, resolveria o problema. O presidente da entidade, Pedro Arlei Caravina, que é prefeito de Bataguassu, resume o que precisa ser mudado na lei: que a multa só seja confirmada em caso de dano ao erário; que possa haver a responsabilização total ou conjunta do servidor que atrasou a entrega; que a intimação seja entregue pessoalmente ao prefeito; e que haja o direito de ampla defesa.

Por falar em TCE, a corte aprovou resolução que acaba com a possibilidade de reeleição para os cargos de presidente, vice e corregedor-geral. Com a mudança no artigo 23 do regimento interno do tribunal, eles serão eleitos para um único mandato de dois anos. Antes, as regras permitiam uma recondução aos mesmos cargos. Um novo presidente, que vai comandar o tribunal a partir de janeiro de 2019, será eleito pelos conselheiros em 3 de outubro.

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A N OV EL A DA C E S P Criada em março de 2015, uma comissão constituída para acompanhar o processo de negociações de indenização da CESP (Companhia Energética de São Paulo) ao Estado e municípios de Mato Grosso do Sul foi prorrogada para 31 de janeiro de 2019. Em julho deste ano, foi firmado acordo entre a companhia, prefeituras afetadas e o Estado, no qual foi determinado depósito em juízo de R$ 560 milhões, divididos em partes iguais. O montante, que serve para cobrir os impactos causados pela construção da hidrelétrica de Porto Primavera, ainda não saiu.

NOME LIMPO O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul está observando um aumento na procura espontânea da população por soluções consensuais de seus litígios, por meio de conciliações ou mediações – segundo a corte, são 150 novos pedidos por semana somente na Capital. A maior procura parte de quem busca quitar dívidas com empresas, limpando o nome para voltar a ter crédito na praça. O trabalho do TJ é gratuito e promovido pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos.

R IS CO D E MO R T E Mais de 47 mil inscrições no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) em Mato Grosso do Sul podem ser canceladas pela Receita Federal em razão da omissão na entrega de escriturações e declarações nos últimos cinco anos. O órgão está intensificando as ações para declarar a inaptidão dessas inscrições até maio de 2019, e orienta que os contribuintes nesta situação busquem informações para que seja emitido o Ato Declaratório Executivo de aptidão.

M A TA A T L Â N TI C A E M P É Operação nacional do Ministério Público, denominada “Mata Atlântica em Pé”, visa identificar desmatamentos em áreas de Mata Atlântica em 15 Estados brasileiros, inclusive Mato Grosso do Sul. No Estado, foram quatro dias de fiscalização, realizada pela Polícia Militar Ambiental em 900 hectares de áreas localizadas nos municípios de Miranda, Porto Murtinho, Bodoquena e Corumbá. Segundo o MP, a operação vai gerar cerca de R$ 5 milhões de multas aplicadas por supressão de área de mata atlântica.

R E CUR S O S PA R A O T UR IS MO A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul vai liberar R$ 50 mil, via edital, para divulgar o turismo da rota norte do Estado, que engloba os municípios de Alcinópolis, Costa Rica, Coxim, Figueirão, Paraíso das Águas, Rio Verde de Mato Grosso e Sonora. Os projetos contemplados poderão utilizar o recurso com a divulgação, promoção, impressão de folders, cartazes, banners, painéis rodoviários, outdoors, camisetas, bonés, artes e logos, além da criação de um site promocional.

Fontes: ALMS, TCE/MS, TJMS, MP/MS, PMA, Campo Grande News

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ESPECI A L

1 0 A NOS NO CHÃO DA

FÁB RICA A Revista MS Industrial chega a edição de nº 100, mostrando a força do setor em Mato Grosso do Sul

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A

Revista MS Industrial, uma publicação mensal do Sistema Fiems, chega à marca de 100 edições publicadas nos últimos 10 anos e, desde o primeiro número, mantém o foco de retratar o setor industrial de Mato Grosso do Sul. Nesse período, a publicação buscou divulgar a força da indústria sul-mato-grossense, bem como abordar os serviços técnicos e tecnológicos oferecidos pelo Sesi, Senai e IEL. Também nessas 100 edições a MS Industrial levou aos empresários industriais e ao público em geral informações relevantes por meio de artigos, reportagens especiais, ilustrações e curiosidades variadas sobre o universo produtivo do Estado. De acordo com o presidente da Fiems, Sérgio Longen, desde que a primeira edição da revista foi publicada se pensou, junto com a Comunicação do Sistema Indústria, em um modelo que pudesse trazer um conteúdo diferenciado. “Dez anos atrás já era difícil e hoje é ainda mais produzir uma revista mensal do setor industrial diante dos desafios que surgiram com a Internet e com as redes sociais. Mas o importante é que a MS Industrial leva uma mensagem importante porque contém informações que, muitas vezes, a sociedade desconhece, especialmente no que diz respeito à indústria de Mato Grosso do Sul. E é um registro histórico, uma fonte de pesquisa para gerações futuras que desejem entender o setor, como caminhava a economia do nosso Estado”, declara Sérgio Longen. Já o diretor de Comunicação e Marketing do Sistema Fiems, Robson Del Casale Moreira, reforça que a MS Industrial é um instrumento fundamental para 26 •

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CAPAS DE EDIÇÕES PASSADAS DA MS INDUSTRIAL

Edição 1

Edição 60 fazer chegar as ações do Sistema Indústria a todo o Estado e até a outros veículos de comunicação do País e a outras Federações. “Por meio da nossa revista, conseguimos passar informações de projetos, de programas, de sistemas, de trabalhos desenvolvidos pelo Sesi, Senai e IEL e defesas de interesse, bandeiras que a Fiems levanta e defende para o desenvolvimento industrial e empresarial”, argumenta. Ele acrescenta que essa revista tem uma missão de perpetuar todo esse conteúdo de modo que as pessoas que têm acesso à pub-

Edição 36

Edição 73 licação possam receber uma informação mais profunda. “A MS Industrial permite que o jornalista se aprofunde mais na informação quando produz a matéria para a revista. Para nós, é motivo de muita alegria chegar a edição de número 100 e não poderíamos deixá-la passar sem fazer esse reconhecimento”, reforça. Robson Del Casale Moreira pontua que essa é uma edição comemorativa e marca o início do novo projeto gráfico da MS Industrial, que é mais moderno e condizente com as mudanças provocadas pelo avanço das


mídias sociais. “Nos últimos 10 anos, a nossa revista foi evoluindo com o passar do tempo. A publicação começou como instrumento de divulgação de ações da Fiems, Sesi, Senai e IEL e hoje tem o poder de oferecer os projetos que são realizados, com toda a parte de consultoria, de defesa de interesse pelo Sistema Fiems”, detalha. UMA BREVE HISTÓRIA DO TEMPO – Criada em 2008 pelo então responsável pela área de comunicação e marketing do Sistema Fiems, Ulysses Cosenza, a Revista MS Industrial foi inserida em um modelo de comu-

Edição 80 “Fizemos uma pesquisa na época que foi criada e, um ano depois da revista já estar circulando, fizemos nova consulta e o resultado foi muito positivo. A MS Industrial tinha também o papel de transmitir o posicionamento do presidente da Fiems, por meio da sua linha editorial, e, por isso, a publicação era enviada para Brasília para os deputados federais e senadores. Foi um meio muito amplo para que a gente conseguisse que ela cumprisse o papel ao qual ela estava destinada”, destaca. A MS Industrial começou com

nicação da nova gestão que tinha assumido a Fiems em maio de 2007, tendo à frente da Presidência o empresário Sérgio Longen. “Dentro do modelo de comunicação que estávamos criando naquela época, a revista era muito importante e fazia parte de um planejamento que foi aprovado pelo presidente para os primeiros quatro anos de gestão”, relembra. Ele recorda que a publicação era uma ferramenta de disseminação de informação, pois a Fiems não era o que é hoje. “A Casa da Indústria era um prédio por onde as pessoas passavam e não sabiam o que aconteciam lá dentro. A Fiems não era uma en-

tidade conhecida como é hoje e, dentro desse planejamento, a MS Industrial tinha esse papel de disseminar o conhecimento sobre o Sistema Fiems, sobre a atuação da Fiems, do Sesi, do Senai e do IEL, não só com as empresas que muitas não conheciam, mas junto também com outros públicos, como as entidades representativas, tais como o Governo do Estado, TJ, TRT, TRE, OAB, Assembleia Legislativa, prefeituras e câmaras de vereadores”, informa. Ulysses Cosenza recorda que a assessoria de comunicação da Fiems tinha uma equipe pequena, que, aos poucos, foi conseguindo dar as respostas que precisava.

Edição 92

Edição 100

20 páginas na primeira edição e, já no segundo número, passou para 24 páginas e, depois, para 36 páginas na terceira edição, permanecendo assim até a edição de nº 72. A partir do número 73, a revista passou a ter 64 páginas, permanecendo assim até hoje, sempre preocupada em levar o Sistema Fiems para todos os municípios do Estado, bem como às Federações das Indústrias das outras 26 Unidades da Federação do Brasil. “A revista acredito que ainda é uma ferramenta que continua fazendo seu papel ainda hoje com

essa profusão da Internet. Desde aquela época ela já foi lançada na Internet, já era digital, já tínhamos essa percepção para e-mail marketing e, hoje, dentro dessa importância das redes sociais, mais do nunca precisa estar inserida nesse meio digital. Não é um caminho fácil, nem o início nem a continuidade dele, mas a revista é uma realidade, fruto da visão midiática do presidente Sérgio Longen de oferecer essa ferramenta com essas informações do Sistema Fiems”, finaliza.

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C APA

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O Q UE E S PE RA R D O PRÓXIMO G OV E RN O

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CAPA

M

ato Grosso do Sul passava por um período de transição quando o presidente da Fiems, Sérgio Longen, entendeu que a indústria, enquanto iniciativa privada, poderia dar uma contribuição para a gestão pública do Estado. Era 2014 e o então governador André Puccinelli estava de saída, prestes a passar o bastão para seu sucessor, Reinaldo Azambuja, que assumiu o comando do Poder Executivo do Estado, onde permanece até pelo menos 31 de dezembro de 2018. Na época, com a mudança de governo, a Fiems, que já adotava uma série de estratégias para evoluir na gestão, vislumbrava a necessidade de que todos os setores da economia do Estado também fossem competitivos. Para tanto defendia, entre outras medidas, a criação de um ambiente jurídico de negócios satisfatório, uma máquina pública enxuta e o direcionamento de investimentos para setores prioritários para o avanço da economia, culminando na geração de mais empregos e renda para o sul-mato-grossense. Para apresentar estes caminhos ao então novo governador do Estado, a Fiems encontrou uma solução simples, porém bastante ousada se levado em conta o fato de que uma entidade representativa de classe apontaria uma série de sugestões que, se adotadas, teriam o poder de inserir Mato Grosso do Sul em uma nova rota de desenvolvimento: trouxe até Azambuja o Movimento Brasil Competitivo (MBC), criado pelo empresário Jorge Gerdau e reconhecido internacionalmente pela capacidade de modernizar a gestão pública de diversos Estados brasileiros. Pouco depois de completar um mês de mandato, no dia 11 de fevereiro de 2015 o governador já havia aderido ao MBC, em um ato público que reuniu na Fiems autoridades e empresários de todo o Estado, além de Jorge Gerdau em pessoa, que veio a Campo Grande para apresentar a experiência de outros gestores com o movimento. Basicamente, trata-se de entrada da gestão na pauta dos Estados – fazer mais com menos, sem aumento de impostos, com mais eficiência e produtividade. O MBC foi escolhido pela Fiems para ser apresen-

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GASTOS COM PESSOAL

É preciso reduzir

LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA

É preciso planejar

REFORMAS ESTRUTURANTES

É necessário analisar

LEGISLATIVO X JUDICIÁRIO

É necessário legislar

DESAFIO TRIBUTÁRIO Não há espaço para mais taxas

INOVAR NA EDUCAÇÃO Tecnologia a favor da educação

INDÚSTRIA DO TURISMO É necessário investir


tado ao governador porque tem esta função de mobilizar o setor público, demonstrando que é possível ter uma gestão eficiente, de resultados, sem que, para isso, a classe trabalhadora e empresarial seja penalizada com tributos para ampliar a arrecadação. Quase quatro anos se passaram e este pleito continua na pauta da indústria. Com a proximidade do dia 7 de outubro, quando o próximo governador do Estado será escolhido pela população – caso não haja segundo turno, previsto para 28 de outubro – e com outros quatro anos de mandato pela frente, precisa estar comprometido com a incorporação da gestão em seu governo. E, com esta premissa, adotar uma série de medidas que, para o presidente da Fiems, são a “lição de casa” do nosso próximo governante. Na entrevista abaixo, Longen descreve cada uma destas medidas que, para ele, tornarão o setor produtivo do Estado mais competitivo e sustentável. “É hora de o governo estadual fazer a lição de casa. Para este mandato atual, enquanto empresários, construímos um plano de gestão pública, com o MBC, e contabilizamos como positivas diversas as ações do governo para a indústria, o comércio e produtores rurais, com o equilíbrio das contas dos aposentados, na construção de um projeto para os incentivos fiscais, por meio do Fadefe (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e de Equilíbrio Fiscal do Estado), o teto do Simples, o ICMS Garantido, o MVA, que foram mudanças muito solicitadas pelo setor produtivo. Mas o Estado investiu pouco em infraestrutura e nós temos que cobrar isso. E de que forma nós podemos cobrar? Que o governo faça a lição de casa”, afirma Longen. GASTOS COM PESSOAL “O Governo do Estado, de certa forma, ficou a desejar em termos de custeio. Isso está bem claro nos números que são am-

plamente divulgados no Portal da Transparência. Ficou a desejar no aumento das despesas relacionadas ao pessoal e, com isso, o Governo deixa de investir em infraestrutura básica, em todos os cenários. O que eu entendo é que o próximo governo, quem quer que seja, precisa avaliar estas contas – as despesas relacionadas a custeio, relacionadas ao pessoal, que são preocupantes. Os gastos públicos aumentaram muito acima da receita e, em uma avaliação bastante explícita, há uma fragilidade de recursos para os próximos anos. Por isso, se o próximo governador não gestar da forma que é necessário, os próximos 4 anos serão de dificuldades. É preciso reduzir as contas de duodécimo, elas mostram que, avaliando a receita atual, os indicadores econômicos, o Estado repassou pelo menos 2 vezes o duodécimo. Isso é preocupante e precisamos encontrar um meio termo, para que o Estado tenha recursos para investimento. Precisamos de mais arrocho nos gastos públicos, em todas as áreas, quer com pessoas, quer com duodécimo, quer com custeio da máquina. Se isso for feito, com certeza vamos ter aquilo que hoje não existe, como investimentos em infraestrutura, por exemplo, na educação, na saúde, na segurança”. LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA “Quando você faz um planejamento de Estado, para viabilizar, por exemplo, o escoamento de grãos, fica clara a dificuldade de muitos agricultores e pecuaristas. No caso de Mato Grosso do Sul, temos Porto Murtinho, temos o porto de Corumbá, mas que infraestrutura criamos para isso? O planejamento do governo está muito aquém da demanda dos produtores do Estado. É preciso investir em aeroportos por exemplo, que precisariam de melhorias, e a gente sempre

“É hora de o governo estadual fazer a lição de casa” - SÉRGI O L ONGEN Presidente do Sistema Fiems

ouve a mesma justificativa: que o Estado não tem dinheiro. Mas, o Estado vem aumentando a sua receita acima dos indicadores econômicos, então para onde vai o dinheiro? Se as contas não forem ajustadas, não vai sobrar para a infraestrutura dos aeroportos, para as ferrovias, para as escolas. Você vê no Portal da Transparência que foram gastos duas vezes em termo percentuais de indicadores econômicos, duas vezes percentuais do que o Estado recebeu. Se não ajustar a receita com a despesa, não sobra para investimento”.

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CAPA REFORMAS ANTES

ESTRUTUR-

“Esse modus operandi de não analisar os gastos é adotado pela União, Estados e municípios. Então, politicamente falando, este hoje é um gargalo que é preciso ser avaliado, e passa por uma Reforma Política. Precisamos urgentemente debater as coisas no Brasil sem demagogia. Enquanto a política, a gestão pública for tratada como um toma lá, dá cá, teremos um problema. Em alguns dias teremos uma eleição. O fim da estabilidade do servidor público é algo que está passado da hora. Você conversa com a classe política e eles concordam que é um gargalo, mas por que não se discute isso? Por que, fica muito claro, não tem ambiente político no momento, por causa do período eleitoral. Concordo que não seria possível tirar a estabilidade dos que hoje já atuam, passaram em um concurso público sob determinadas condições já estabelecidas, mas, na minha avaliação, os novos trabalhadores deveriam ir para o regime de CLT. Melhoraria o serviço público, aumentaria a qualidade dos trabalhadores, com o servidor público também avaliado pela sua competência. Na minha opinião, esta será a última eleição com esse modelo de concurso público, porque o político está chegando à conclusão que ou ele paga a conta e faz o que é preciso ser feito, ou o Legislativo vai assumir a questão, fazendo na verdade o que é papel deles”. LEGISLATIVO DICIÁRIO

X

JU-

“Os legisladores da Câmara dos Deputados já demonstraram que não fazem a parte deles, por isso o Judiciário vem legislando. E, muitas vezes, a análise jurídica, que representa o entendimento de um indivíduo, nem sempre corresponde ao que a sociedade espera, então, vem faltando um debate político sobre diversos assuntos. Político vai ter que sentar 32 •

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PARA ONDE DEVERIA IR O DINHEIRO ? INFRAESTRUTURA Revitalização e manutenção periódica das rodovias estaduais, que são a principal rota de escoamento da produção local e, ainda, dão acesso a indústrias e propriedades rurais

GERAÇÃO DE EMPREGO O empresário precisa de segurança jurídica e um ambiente favorável para voltar a investir. Mato Grosso do Sul tomou uma série de providências para prover este ambiente, com uma política de incentivos fiscais que precisa ser mantida. Ao mesmo tempo, precisa manter obras de infraestrutura, que trazem boas perspectivas de empregos, com a criação de postos de trabalho ligados a rodovias, armazéns, portos, aeroportos, redes de esgoto, construção de escolas e hospitais.

SEGURANÇA PÚBLICA Mato Grosso do Sul tem 1,6 mil Km de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia – uma região cujo desenvolvimento econômico e geração de emprego e renda é impelido pelos índices de criminalidade. Para tirar o Estado desta rota de insegurança é preciso, além do papel da União, investir e fortalecer a Polícia Rodoviária Estadual.

SAÚDE A saúde é um dos pilares do capital humano, e insumo fundamental para a redução da pobreza, o crescimento e o desenvolvimento econômico de longo prazo. Além de contribuir para a elevação da produtividade do trabalho, o setor saúde também é relevante por sua capacidade de gerar empregos e renda.

EDUCAÇÃO O atual modelo de educação está obsoleto. A geração de alunos que hoje frequenta a escola nasceu respirando tecnologia e não vê apelo em uma sala de aula com um quadro negro enquanto um professor inicia um monólogo que vai durar vários minutos. A gestão pública precisa investir na reciclagem e capacitação de professores, além de repaginar o ambiente escolar para adequá-lo a esta nova realidade.

TURISMO Potenciais destinos turísticos do Estado não recebem investimentos e estão esquecidos. Para além de Bonito e o Pantanal, Mato Grosso do Sul tem municípios que contam com belezas naturais como cachoeiras, trilhas e montanhas ideais para prática esportiva, turismo de contemplação e aventura, mas que não oferecem uma infraestrutura de acesso, hospedagem e alimentação adequadas para atrair turistas.

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ENCONTROS COM A PRODUÇÃO Setor produtivo entrega caderno de propostas aos candidatos ao Governo

Austeridade fiscal. A medida, que significa o corte de despesas quando os gastos públicos são considerados insustentáveis, deu o tom dos encontros promovidos pela Fiems, Famasul, Fecomércio/MS, Faems e Sebrae/MS com os três principais candidatos ao Governo de Mato Grosso do Sul, Junior Mochi (PMDB), Reinaldo Azambuja (PSDB) e Odilon de Oliveira. O objetivo dos encontros foi apresentar uma série de propostas de setor produtivo, com foco no desenvolvimento do Estado. Se adotadas pelo governador eleito, as medidas têm o poder de expandir e diversificar a matriz produtiva, dar um salto no emprego formal, competitividade à produção e alavancar as exportações. Os encontros com cada candidato foram promovidos em datas

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distintas e nas sedes de diferentes federações. O primeiro foi realizado com o governador Reinaldo Azambuja, na Fecomércio, depois foi a vez do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira, na Famasul, e, por último, o presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi, na Fiems. “O momento requer uma política de austeridade. Mato Grosso do Sul não enfrenta um déficit como em outros Estados, porém, as despesas de custeio e com pessoal estão elevadas e, por isso, não sobra recursos para outros investimentos prioritários para alavancar a economia e gerar mais postos de trabalho e renda para a população”, afirma o presidente da Fiems, Sérgio Longen. Já o presidente da Famasul, Maurício Saito, reforçou a necessidade de uma série

de ações para expandir a produção pecuária e agrícola no Estado, além de tornar a atividade mais sustentável, ampliar a qualidade de vida do trabalhador rural e a defesa sanitária. O presidente da Fecomércio/MS, Edison Araújo, elenca uma série de propostas para melhorar a logística do Estado, além de propostas para reduzir as despesas dos comerciantes. O Sebrae/MS e Faems propuseram para as empresas do Estado, entre outras medidas, a expansão da RedeSimples para os 79 municípios, além de mais investimentos em inovação e tecnologia voltada para os pequenos negócios. O presidente da Faems, Alfredo Zamlutti, ressalta a importância da união do setor produtivo para apresentar propostas ao próximo governador.


à mesa e fazer a tarefa de casa, vai ter que legislar aspectos. O Judiciário está muito forte no Brasil, e preocupando o País, porque ele está aparecendo mais do que o Legislativo em decisões. E quando o Judiciário começa a passar insegurança para a sociedade, é preocupante. O Legislativo vem faltando com sua obrigação democrática” DESAFIO TRIBUTÁRIO “Não há mais espaço para se cobrar imposto. O governo reduziu o ICMS do diesel, por exemplo, por uma questão muito clara, porque não existe mais espaço para alta tributação. Tem imposto que sobrepõe a condição do contribuinte. Então, repito, o Estado precisa rever as contas, porque não é via imposto que deve chegar a um aumento de receita. Óbvio que se falar com empresário em aumento de imposto ele vai gritar. Se falar para o servidor público que não vai ter reajuste, ele vai gritar. Se falar para os Poderes que nós defendemos o realinhamento dos gastos com os Poderes, eles também vão gritar, ou seja, é preciso encontrar um ponto de equilíbrio. O que não pode é ter indicadores econômicos de aumento de receita em 3, 4% e, de repente, 16% é aprovado por uma Casa, isso não é aceitável para a sociedade. Então quando o Estado recebe 7, 8 % de aumento de receita anual e você repassa 16, 17%, há um claro desequilíbrio aí”. INOVAR NA EDUCAÇÃO “O Sistema Fiems, por meio do Sesi, Senai e IEL, tem trabalhando forte para ampliar a oferta de educação de qualidade. O Senai, por exemplo, passa por uma reformulação, em todas as áreas. Aquele Senai antigo não existe mais, o atual está aí e vem contribuindo com novos produtos para atender as demandas das empresas, tanto na educação profissional quanto na área de consultorias e inclusão das in-

dústrias de Mato Grosso do Sul na era da 4ª revolução industrial, a Indústria 4.0. O Sesi, com a oferta de cursos para os trabalhadores da indústria e educação regular, com ensino fundamental e médio, também vem avançando para incluir profissionais e crianças e jovens neste cenário de revolução tecnológica pelo qual passa o mercado de trabalho, enquanto o IEL entra com a educação corporativa para as empresas. Educação tem que ser tratada por especialistas, que conhecem bem da área, e a equipe técnica e pedagógica do Sesi, Senai e IEL vem tentando fazer mudanças para dentro das casas, e nós da diretoria temos orientado para que avancem como melhores formas na área da educação” INDÚSTRIA DO TURISMO “Mato Grosso do Sul tem um enorme potencial em termos da atração de turistas do mundo todo. Mas isso passa, necessariamente, por mais investimentos. Desde mais recursos para infraestrutura, como já mencionei antes, em rodovias, em aeroportos, enfim, na logística de acesso ao nosso Estado, como na estrutura dos locais de visitação. Temos municípios como Bonito, Jardim, cachoeiras deslumbrantes em Selvíria, os atrativos do Pantanal, mas um turista vem e se depara com um banheiro sucateado, sem mínimas condições de uso, chega em um local e não encontra uma placa de localização, um restaurante bacana para levar a família para almoçar. Ou seja, falta incentivo para o empresário, falta uma política de investimento. O futebol, por exemplo, temos times no Estado que já foram muito tradicionais, mas que hoje ninguém conhece, temos bons estádios para receber competições, mas que hoje não passam em uma inspeção do Corpo de Bombeiros, de tão sucateados que estão. E, se isso não for repensado já, Mato Grosso do Sul não vai mais ser lembrado como um destino turístico do País”. MS INDUSTRIAL | 2018 •

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SENAI

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C ERT I FICAÇ ÃO C ONCEDIDA Inmetro renova certificação concedida ao LabSenai Alimentos e Bebidas de Dourados

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A

Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) renovou a acreditação concedida ao LabSenai Alimentos e Bebidas, que integra o IST Alimentos e Bebidas (Instituto Senai de Tecnologia em Alimentos e Bebidas), de Dourados (MS), e é referência em Mato Grosso do Sul no atendimento às indústrias do segmento, mantendo-se como único laboratório prEstador de serviço de Mato Grosso do Sul com essa certificação. A renovação concedida pelo Inmetro foi dada após visita de reavaliação de acreditação realizada no período de 28 a 31 de agosto pela equipe da Coordenação Geral de Acreditação do Instituto. De acordo com o gerente do Senai de Dourados, Gilberto Evidio Schaedler, durante o processo foram avaliados os requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade implantados no laboratório conforme requisitos da Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017. “O resultado da avaliação garante a manutenção da acreditação do LabSenai Alimentos e Bebidas e reflete a qualidade e conformidade dos serviços que são ofertados às indústrias de alimentos e bebidas de Mato Grosso do Sul”, avaliou Gilberto Schaedler, destacando o espaço moderno, a expertise de 10 anos em análises laboratoriais e a equipe profissional altamente qualificada. “O laboratório vem ao longo dos anos cumprindo seu propósito e oferecendo serviços com a mais alta qualidade e tecnologia do mercado”, pontuou. Ainda na avaliação da coordenadora do LabSenai Alimentos e Bebidas, Daniela Menegat, a renovação dessa acreditação do Inmetro é um reconhecimento da ampliação do portfólio de atendimentos às indústrias de 38 •

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O LabSenai Alimentos e Bebidas está em operação há 10 anos na região de Dourados

ANÁLISES RENOVADAS PELO INMETRO AO LABSENAI

alimentos e bebidas do Estado. “Agora, podemos continuar cumprindo com as demandas gerais e específicas das empresas que necessitam de ensaios laboratoriais acreditados pelo Inmetro. Com certeza, vamos aumentar ainda mais a nossa gama de clientes em Mato Grosso do Sul e também de outros Estados do País”, afirmou. SERVIÇOS ACREDITADOS - A engenheira de alimentos Gabriela Moreno, que é responsável técnica pelo LabSenai Alimentos e Bebidas, explica que

Água bruta, tratada, salina ou salobra e residual

com a acreditação do Inmetro o laboratório pode continuar fazendo análises nas áreas de meio ambiente e alimentos e bebidas. No caso de meio ambiente, estão incluídas as análises de água bruta, água tratada, água para o consumo humano, água salina ou salobra e água residual, podendo apontar a presença de clostrídios sulfito redutores, coliformes totais e Escherichia coli, de Enterococos fecais, bactérias mesófilas a 36ºC, bactérias mesófilas a 22ºC e bactérias heterotróficas. Para as matrizes de alimen-


Gelo

Carnes e produtos cárneos

tos e bebidas, o laboratório está acreditado para as análises em gelo, alimentos de origem animal (carnes, produtos cárneos, lácteos e derivados) e bebidas não alcoólicas. No caso do gelo, o LabSenai Alimentos e Bebidas poderá atestar a presença de Coliformes totais e Escherichia coli e Enterococos fecais, enquanto nos alimentos de origem animal (carnes e produtos cárneos) poderá verificar Coliformes Termotolerantes, Estafilococos coagulase positiva, Salmonella spp, Escherichia coli, Clostridi-

Produtos lácteos

um perfringens, Staphylococcus aureus e bactérias mesófilas aeróbias e anaeróbias facultativas. Já para produtos lácteos o laboratório do Senai está acreditado pelo Inmetro para os ensaios biológicos na detecção de Bacillus cereus, bolores e leveduras, Listeria monocytogenes, Salmonella spp, Coliformes totais, Coliformes termotolerantes, Estafilococos coagulase positiva e bactérias mesófilas aeróbias e anaeróbias facultativas. Na parte de bebidas não alcoólicas, o Lab-

Bebidas não alcoólicas

Senai Alimentos e Bebidas está acreditado nos ensaios biológicos para bolores e leveduras, Coliformes totais, Salmonella spp, Listeria monocytogenes, Coliformes totais e Coliformes termotolerantes. Serviço - Para solicitar sua análise entre em contato com o LabSenai Alimentos e Bebidas pelos telefones (67) 3425-5090 ou 3411-2624 ou ainda pelo email atendimentolabalimentos@ ms.senai.br MS INDUSTRIAL | 2018 • 39


IEL

E MP RES AS M AI S E F IC IE N T ES Instituto lança formação em Lean Six Sigma em Três Lagoas e abre nova linha em educação executiva

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Em cenário de crise, redução da demanda e aumento de concorrência, investir em inovação e aumento de produtividade são estratégias vitais para o sucesso das empresas. Nesse contexto, o IEL deu início, na unidade do Sesi de Três Lagoas, à formação Lean Six Sigma com os cursos Green Belt e Black Belt, que têm como objetivo capacitar gestores ao tornar as organizações mais eficientes em todos os seus processos. De acordo com o coordenador de Desenvolvimento Empresarial do IEL, Hugo Bittar, a capacitação é disponibilizada em parceria com a empresa Setdes, que executa há mais de 30 anos treinamentos em gestão da qualidade e produtividade para empresas. “Escolhemos o município de Três Lagoas como início por conta do público industrial do município, mas queremos ampliar a oferta para Campo Grande também num segundo momento. A ideia de trazer essa formação para Mato Grosso do Sul tem como objetivo atender a indústria local, que geralmente procura capacitações fora do Estado para seus gestores”, afirmou Hugo Bittar. Ele acrescentou que o treinamento, realizado em três etapas, é destinado a pessoas que ocupam cargos que exigem tomada de decisão dentro das empresas e que tanto o curso Green Belt como o Black Belt podem ser adquiridos individualmente. “No entanto, para fazer o Black Belt, o participante necessariamente precisa ter feito o Green Belt em algum

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MELHOR DESEMPENHO O instrutor Luiz Carlos Seixas Filho explicou que as organizações não contratam ou pagam o salário das pessoas para trabalharem, mas para que resolvam problemas, criem soluções e encantem os clientes. “O objetivo do curso de Lean Six Sigma é exatamente capacitar as pessoas para melhorar o desempenho dos processos, produtos e serviços focado na visão do cliente. E este curso foi especialmente criado para o desenvolvimento dos profissionais, dos estudantes e das organizações de uma forma mais abrangente e diferente, de maneira lúdica, saindo somente da teoria para práticas em jogos, vídeos, atividades e simulações”, detalhou. Na avaliação do gerente da Cimaferro, Ernesto Foizer Neto, a primeira semana de curso já proporcionou uma mudança de comportamento

em suas atividades. “Achei muito interessante a oportunidade de elaboração de um projeto para melhoria da produção da empresa. Numa avaliação de 0 a 10 sendo 0 muito insatisfeito e 10 totalmente satisfeito, dou nota nove”, declarou. Já o acadêmico do curso de Engenharia de Produção da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), Rogério Chaves Gattis buscou o curso do IEL como forma de conseguir mais experiência e já se preparar para o mercado de trabalho. “O curso proporciona uma visão eficaz de como encontrar novas oportunidades de melhoria dentro da empresa. É uma capacitação que agrega muito valor à graduação e com certeza irá trazer um grande diferencial competitivo quando eu já estiver formado”, finalizou.

momento, porque eles se completam, mas é possível contratar os dois”, explicou. Ainda conforme o coordenador de Desenvolvimento Empresarial do IEL, o Lean Six Sigma é um processo disciplinado que se concentra no desenvolvimento e entrega de produtos e serviços quase perfeitos de forma consistente. “É também uma estratégia gerencial altamente quantitativa, que utiliza ferramentas estatísticas para aumentar a lucratividade das empresas, com melhoria de produtos e processos e do aumento da satisfação de cliente e consumidores”, ressaltou. MS INDUSTRIAL | 2018 • 43


S ES I

F E R R A M E N TA I N O VA D O R A Lego Serious Play é ferramenta da Startup do Sesi para ajudar sua empresa

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m reuniões de trabalho sempre tem aquele funcionário que costuma ser mais propositivo – opina, questiona, sugere e apresenta soluções, enquanto outros participantes ficam como coadjuvantes. Cenário semelhante é o das salas de aula. A turma do fundão costuma ser mais dispersa, enquanto uma ínfima fatia

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dos alunos realmente se envolve com o conteúdo apresentado pelo professor. Fazer este grupo de indivíduos participar da mesma maneira que os demais é considerado um grande desafio pelas empresas e escolas. “Hoje, nas empresas, 20% pensa e 80% executa, sem uma participação ativa na proposição de soluções e tomada de decisões.

E isso precisa mudar, de modo que todos tenham um trabalho colaborativo e atuem de forma integrada”, afirma o superintendente regional do Sesi, Bergson Amarilla. A Startup do Sesi pode auxiliar as empresas a abordar este problema entre os colaboradores. Com o objetivo de oferecer uma solução neste sentido, os co-


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Os colaboradores do Sesi em Mato Grosso do Sul receberam a capacitação na Metodologia Lego Serious Play laboradores passaram por uma capacitação in company da Metodologia Lego Serious Play, com os trainners Lucio Margulis e Paquisa Mazzola. Ambos vieram a Campo Grande e, durante três dias, ofereceram a formação para os técnicos da startup e representantes da equipe pedagógica de cada escola do Estado, além de realizarem um workshop para área de mercado e Saúde e Segurança do

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Trabalho. Com isso, o grupo passa a ser facilitadores da metodologia na instituição. “É um novo modelo que vem compor novas frentes de desenvolvimento de trabalho em equipe, ou seja, métodos novos que as empresas estão precisando, um diferencial que a startup do Sesi vai trazer para o Estado e que, vai também contribuir para a inovação nas escolas do Sesi”, completa Bergson Amarilla.

Para a gerente da startup do Sesi, Andreza Souza Araujo, a metodologia representa uma quebra de paradigmas dentro das empresas. “Muitas decisões precisam ser tomadas mesmo que não haja uma resposta exata ou mesmo uma resposta certa. O que existe é uma melhor resposta. E se a fonte desta informação vier sempre das mesmas pessoas, sempre vou ter o mesmo direcionamento. Então é isso que a metod-


“É um novo modelo que vem compor novas frentes de desenvolvimento de trabalho em equipe” - BERGSON AMARI L L A Superintendente do SESI

ologia faz, ela favorece a múltipla visão e múltiplos fatores, abrindo as possibilidades e ampliando o cenário para se visualizar erros, maximizar acertos e interferir nos melhores resultados para a instituição”, pontua. Além do universo corporativo, o Sesi também pretende aplicar a metodologia em sua rede de ensino regular. Nas escolas, a Lego Serious Play vai contribuir para que a equipe pedagógica tenha uma melhor compreensão dos interesses do jovem, acredita a gerente de Educação do Sistema Fiems, Simone Cruz. “Ela vem para a escola de forma a resolver um grande desafio que, segundo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), é desenvolver habilidades socioemocionais nos alunos, ou seja, desenvolver competências para o futuro mundo do trabalho, que envolve a Indústria 4.0 e outras transformações”. LEGO SERIOUS - Nesta ca-

pacitação, o Lego deixa de ser um brinquedo para crianças e é usado como uma ferramenta de trabalho para abordar os problemas organizacionais, gerando um vínculo emocional do colaborador com as propostas de solução construídas. A ideia é que o método incentive o pensamento criativo e, consequentemente, uma mudança na cultura organizacional, fazendo com que as peças e cenários de Lego sejam metáforas para a identidade de cada colaborador da empresa, incentivando a criatividade e protagonismo de ideias. Ao final, cada participante do curso se apropria do conteúdo para melhor aplica-lo à realidade da sua atividade. A TRANSFORMAÇÃO - Após a formação, o quadro de colaboradores saiu com a missão de aprofundar os conhecimentos obtidos com a Lego Serious Play, além do sentimento de que trocar pontos de vista é essencial para o

sucesso da organização como um todo. “Saio daqui transformada. Não tinha noção do poder desta ferramenta, e como atuo na área de Saúde e Segurança do Trabalho, saio daqui refletindo sobre como ela pode causar um impacto enorme nas indústrias, por exemplo, atuando como um agente de mudança para trabalhadores aderirem ao uso de equipamentos de segurança obrigatórios”, aposta a analista técnica em SST, Flávia Sola. Para a analista técnica em Educação do Sesi, Gláucia Campos, existe a convicção de que o curso vai melhorar efetivamente os resultados da escola. “É uma capacitação que exige de nós uma série de habilidades, e estar com um representante de cada escola, que será um exemplo e incentivador de mudanças, vai resultar em novas ideias e levar a uma nova postura de como mediar o ensino em sala de aula”, concluiu. MS INDUSTRIAL | 2018 • 47


DICAS

M A I S PRODUTIVIDADE Não é fácil ser produtivo hoje em dia. Saiba o que fazer para terminar mais tarefas em menos tempo Ser produtivo na era digital é uma tarefa difícil. São tantas distrações, que acabamos perdendo muito tempo com tarefas que nem são tão essenciais enquanto poderíamos estar fazendo atividades mais produtivas. Por isso, listamos 10 dicas que podem te ajudar a melhorar a produtividade no trabalho. Confira:

1 DIMINUA A QUANTIDADE DE COISAS NA SUA LISTA Ter 15 ou 20 itens na sua lista aumenta suas chances de se perder no meio do caminho e cumprir poucas tarefas. Priorize de três a cinco itens principais e foque suas energias neles.

2 MUDE O DESIGN Mude o hábito de fazer listas em formatos tradicionais e lineares. Experimente, por exemplo, colocar sua meta mais importante em um círculo central, rodeado por círculos menores, que representem as outras pendências a serem cumpridas.

3 DIMINUA O SEU TEMPO Pronto, sua lista está pronta. Agora, você está pensando em como e quando começar. Desafiese. Coloque, por exemplo, o horário do meio-dia para terminar todas as suas tarefas.

4 FUJA DO “PESO MORTO” Se a sua empresa está produzindo vários produtos, evite dedicar muito tempo àquilo que não está funcionando ou que não tem potencial para ser o maior sucesso. Coloque sua atenção nos produtos que funcionam. E vendem. O mesmo princípio vale para a vida: não diga sim para tudo. Guarde suas respostas positivas para o que pode melhorar sua carreira. 48 •

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5 ENVOLVA OS OUTROS Pare de tentar fazer tudo sozinho! Delegue tarefas a seus colaboradores e coloque responsabilidade nisso. Desta forma, você consegue ter mais tempo para participar de tarefas mais importantes.

6 ACREDITE EM SI MESMO Nós somos humanos e não máquinas. Se você está se sentindo cansado e improdutivo, procure um lugar para caminhar ou troque o lugar onde está sentado. Acredite em si mesmo e acredite no retorno total de sua produtividade após dar a si mesmo um tempinho de descanso.

7 INSPIRE-SE EM IDEIAS DOS FAMOSOS Sua produtividade pode decolar se você promover algumas mudanças súbitas e adotar diferentes hábitos. Tente alguma dessas rápidas ideias de figuras ilustres: o escritor Ernest Hemingway era mais produtivo quando escrevia ficando de pé, enquanto Woody Allen encontra sua produtividade e criatividade após tomar vários banhos por dia.

8 CONTINUE APRENDENDO Quanto mais experiências você tiver e mais você aprender, melhores serão o seu raciocínio e sua criatividade para buscar a solução de um problema. Continue aprendendo e você vai conseguir mais conhecimento para auxiliá-lo nas metas do dia a dia.

9 USE A “REGRA DOS CINCO MINUTOS” Se você não está conseguindo ser produtivo porque está tendo problemas em se manter focado, desafie-se a trabalhar em algo por cinco minutos. Dê o melhor de si nesse ínterim. Você ficará surpreso com o que você conseguirá fazer em 300 segundos.

10 PARE COM INTERRUPÇÕES Você pode melhorar sua produtividade ficando longe de distrações. Feche o seu e-mail, não cheque as redes sociais e desative as notificações do seu celular. Desconectar-se por um tempo pode ajudar muito na realização de suas tarefas. MS INDUSTRIAL | 2018 • 49


GENTE QUE FAZ

SUPER GUERREIRO Sem pedir nada em troca, professor do Senai espalha a semente da leitura com Gibiteca

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Curiosidades A Gibiteca conta com desenho feitos a mão pelo próprio Maurício de Sousa, além das primeiras edições dos gibis da Turma da Mônica.

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ivro parado não conta história”. Não é preciso muito tempo de conversa com Ronilço Guerreiro para entender que ele respira literatura. Entre um causo e outro, o psicólogo e instrutor do Senai fundador da Gibiteca solta frases que dizem muito sobre a sua visão de mundo: “Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”, reflete, desta vez repetindo o poeta Mário Quintana. E os livros mudaram Guerreiro. Leitor voraz de quadrinhos desde a infância, o professor aprendeu que poderia ajudar transformar crianças carentes em uma geração de crianças leitoras. Hoje, a Gibiteca, uma pequena casa localizada no Jardim Oracília, na periferia da Capital, reúne um acervo de mais de 20 mil livros – de ficção à autoajuda – inclusive quadrinhos

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Raridades internacionais, como edições da década de 20 de Tex e Flash Gordon estão disponíveis na Gibiteca

raros, e recebe, de segunda-feira a sexta-feira, em média 50 meninos e meninas da região enquanto eles não estão na escola. Lá, os pequenos podem ler o livro que quiser, participam de aulas de arte, dinâmicas de grupo e, ainda, recebem apoio para fazer o dever de casa, sem pagar nada por isso. “Aqui é igual coração de mãe, sempre cabe mais um. Podem vir que nós damos um jeito”, diz Ronilço, quando pergunto se não há receio de, em uma das tardes, aparecerem mais crianças do que o espaço comporta. Há também um espaço de inclusão digital, onde os visitantes podem acessar a internet, fazer trabalhos e pesquisas escolares, entre outros. São 15 computadores disponíveis o tempo todo para quem precisar deles. Quem vê a Gibiteca do lado de fora não tem a dimensão do mar de cores e encantos que é lá dentro. O espaço é simples, mas foi

pensado de forma a atrair cada criança que passa por ali. “É para incentivar todos a voltar”, explica Guerreiro, que cobriu cada centímetro da Gibiteca de quadrinhos e miniaturas de superheróis. Para uma criança que chega da escola e, no ensino público, não dispõe de opções de atividades extracurriculares, ficar na Gibiteca é um prato cheio. A pedagoga Rosa de Almeida e o professor de Arte Wanick Correa contam com a ajuda de outros quatro voluntários, que se revezam para organizar as atividades de leitura, desenho e entreter os meninos. “Tem uma cara de creche, mas não é. Um dia já foi”, resume Guerreiro. A creche Santa Clara Não dizem que, antes de querer mudar o mundo, você pode começar pelo seu bairro?


Ronilço Guerreiro (ao centro) durante conversa com as crianças

O Jardim Oracília foi escolhido para construir a Gibiteca porque Ronilço nasceu e cresceu ali, e vive até hoje com os pais e uma irmã mais nova. Mas a ideia nem sempre foi fazer um espaço de leitura. O objetivo era maior – ter, de fato, uma creche para receber as crianças do bairro que acolheu ele e a família. Depois de cumprir o serviço militar obrigatório, Ronilço passou a trabalhar como recepcionista do Hotel Campo Grande, o prédio imponente da Rua 13 de Maio que recebeu hóspedes ilustres entre as décadas de 70 e 80. Entre check-in e outro, conheceu muita gente, inclusive celebridades e grandes figurões da política. “Bem ao lado do hotel tinha uma banca de revistas e, como trabalhava madrugadas adentro, sempre comprava um gibi novo para passar o tempo e não dormir. Foi em uma dessas noites que coloquei na cabeça que tinha de abrir uma creche para ajudar as crianças do meu bairro”, conta. “Não tinha vergonha. Con-

Curiosidades A Gibiteca quer ser lembrada como uma atração turística de Campo Grande. Famílias interessadas em reunir as crianças no pátio e fazer leituras ao ar livre, sem pagar nada por isso, são bem-vindas

O humorista e apresentador Fábio Porchat é fã da Gibiteca – financia o projeto e, sempre que vem a Campo Grande, aparece de surpresa por lá MS INDUSTRIAL | 2018 • 53


tava meu projeto, tinha gente que comprava, outros só davam parabéns, mas a maioria das pessoas se entusiasmava e ajudava. Ganhei saco de cimento, dinheiro, móveis, de tudo. E gente de todo o tipo me ajudou, político, banqueiro, trabalhador comum que contribuía com o que podia. Trabalhar no Hotel Campo Grande realmente me abriu muitas portas”. No início da década de 80, a creche Santa Clara – da qual Ronilço é devoto – estava em funcionamento. A iniciativa contou com recursos públicos por anos, mas com o troca-troca de governo os repasses foram minguando até que a manutenção do espaço fosse insustentável. “Foi um baque, porque, é claro, não queria que tivesse acabado. Uma amiga, vendo a minha aflição, contou que tinha conhecido uma Gibiteca em Curitiba e, como sabia da minha paixão por gibis, sugeriu que ao invés de fechar de vez, transformássemos a creche em um espaço de leitura. Me veio uma luz no fim do túnel”. Em 1995, era inaugurada a Gibiteca. De início, eram apenas 120 gibis – exemplares que o próprio Ronilço tinha guardado em casa, dos tempos de trabalho no Hotel de Campo Grande. As mesmas crianças da creche continuaram frequentando o espaço. “Mesmo que não exigisse a estrutura de uma creche, tudo era mantido a duras penas, porque tirava do bolso, como tiro até hoje, para pagar uma conta de luz, comprar um lanche”, conta o professor, que, paralelo à creche, já trabalhava no Senai. O Twitter do Porchat As coisas melhoraram quando Ronilço recebeu um telefonema 54 •

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gibicicleta Uma bicicleta que leva por toda a cidade o prazer da leitura. São cerca de 2 mil exemplares de desenhos em quadrinhos que chegam até feiras, parques, praças e escolas em diferentes pontos de Campo Grande. A cada visita, as crianças se aglomeram, interessadas em ler alguns exemplares dos gibis.

Livros carentes Um espaço itinerante para que as pessoas doem e ‘adotem’ livros. Aos sábados, Ronilço Guerreiro leva exemplares até o calçadão da Rua Barão do Rio Branco, no coração da cidade, e quem passar por ali pode ler um deles ou contribuir com um novo para os projetos de leitura.

café cultural Um espaço dentro da Gibiteca idealizado por Fábio Porchat, que inclusive foi batizado com o nome do apresentador e humorista. Lá, os visitantes podem sentarse confortavelmente em um sofá que já foi cenário do programa dele na Record, e ler um bom livro em meio a miniaturas de super-heróis.

A Gibiteca fica na Rua Francisco Barbato, 180 - Jardim Oracília Visitas: 2ª a 6ª feira, das 7h30 às 11h e13h30 às 17h Mais informações: gibiteca.org.br


biblioteca nos terminais Sete terminais de ônibus de Campo Grande receberam as estantes de livros: Julio de Castilho, General Osório, Bandeirantes, Aero Racho, Guaicurus, Nova Bahia, Morenão e Moreninhas. O objetivo é incentivar a leitura dos usuários que frequentam o transporte coletivo. É só retirar e ler enquanto seu ônibus não vem.

O projeto recebe todos os tipos de doações, principalmente de livros em bom Estado de conservação

inesperado. O projeto da Gibiteca já estava mais conhecido em Campo Grande e começava a despertar o interesse da mídia local, quando um produtor da Rede Globo ligou avisando que o extinto programa Esquenta, apresentado nas manhãs de domingo por Regina Casé, tinha interesse em mostrar a história dele. A experiência, conta o psicólogo, foi fantástica, mas a diferença mesmo foi feita pelo humorista e apresentador Fábio Porchat, que na época tinha um quadro no programa. “Ele falou que tinha gostado muito da Gibiteca e que era para eu mandar um direct (mensagem privada) para ele no Twitter. Na época eu nem levei a sério, até que um dia me deu na telha escrever para ele. Ele respondeu na hora”, lembra. Hoje, Porchat é uma espécie de padrinho do projeto. Comprou a Gibicicleta (veja mais detalhes sobre os outros projetos no quadro), fundou o Café Cultural e doou a estrutura instalada nos terminais de ônibus para levar livros de graça aos usuários do transporte público da Capital. A Turma da Mônica e os inúmeros personagens de Maurício de Souza também foram parceiros inseparáveis desde que o psicólogo resolveu colocar o projeto em prática. Além de cuidar da Gibiteca, Ronilço se dedica às aulas do Senai, à tarde e à noite, de segunda a sexta-feira, onde leciona em diversos cursos de educação profissional, em disciplinas voltadas à área de gestão e empreendedorismo. O projeto também rendeu uma tese de mestrado em Psicologia na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), com o tema “O gibi no processo de alfabetização da criança”.

“Mesmo que não exigisse a estrutura de uma creche, tudo era mantido a duras penas, porque tirava do bolso, como tiro até hoje” - RONI LÇO GUERREI RO Fundador da Gibiteca

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C U LT U R A D A I N D Ú S T R I A LIVRO

“THE HARD THING ABOUT HARD THINGS”, BEN HOROWITZ

Muitos falam sobre as maravilhas de se empreender, mas só a sinceridade brutal de Ben Horowitz mostra as durezas de tocar um negócio. Ben é cofundador da Andreessen Horowitz e super respeitado no Vale do Silício. Para falar sobre “a coisa difícil sobre coisas difíceis”, ele se baseia em sua própria experiência, tratando de temas que vão de saber o momento de vender sua empresa até demitir um bom amigo – com bom humor, mas sem rodeios.

“RÁPIDO E DEVAGAR: DUAS FORMAS DE PENSAR”, DANIEL KAHNEMAN LIVRO

Neste livro, Daniel Kahneman procura mostrar as formas que controlam a mente – o pensamento rápido, intuitivo e emocional e o devagar, lógico e ponderado. Daniel busca mostrar a capacidade do pensamento rápido, sua influência persuasiva nas decisões e até onde se pode ou não confiar nele. Durante a leitura, você poderá entender melhor como essas duas formas de pensar funcionam e também como é possível utilizálas em decisões profissionais e pessoais. FILME

LIVRO

“CRIATIVIDADE S.A.”, ED CATMULL

Qual a fórmula do sucesso por trás de filmes adorados por multidões como Toy Story, Monstros S.A. ou Procurando Nemo? Em Criatividade S.A., Ed Catmull conta a trajetória de sucesso do mais importante e lucrativo estúdio de animação da atualidade, a Pixar, que ele ajudou a fundar, ao lado de Steve Jobs e John Lasseter, em 1986. Dos encontros da equipe às sessões de brainstorm, o autor conta a história da empresa que revolucionou a indústria de animação cinematográfica e divide com o leitor sua experiência na gestão de uma das mais bem-sucedidas companhias de criação do mundo.

F OME D E POD E R

Neste filme (que originalmente chama The Founder), os irmãos Mc Donald’s tinham um negócio inovador, mas não estavam dispostos a expandir. Quem veio com o plano foi Ray Kroc que insistia em levar o negócio para todo o território dos EUA. A estrada foi dura até lá e tem um mix de exemplos e anti-exemplos. Mesmo trazendo um crescimento gigantesco, Kroc se transforma no pior sócio que os irmãos Mc Donalds poderiam encontrar. FILME

J OY: O N OME D O S UCE S S O

Agora sim uma mulher empreendedora! Baseado na história real de Joy Mangano, o filme traz a perspectiva de uma mulher criativa desde pequena que enfrenta um caos familiar enquanto estrutura seu negócio. “O mundo não deve nada a você” é a grande lição deste filme. A personagem Joy é aquela empreendedora para se orgulhar. Uma mulher que é sabotada dentro de sua própria casa pela sua própria família. Nem mesmo o ambiente destrutivo que estava rodeada conseguiu impedi-la de criar o seu império. FILME

À PR OC U R A DA F E L ICIDA D E

Se você está precisando assistir algo motivador para empreender, esta é a história. Prepare a caixa de lenços para acompanhar os desafios que Chris Gardner, interpretado por Will Smith, enfrentou ao lado de seu filho pequeno na tentativa de melhorar de vida. “Nunca deixe que lhe digam que você não pode fazer algo.” Esta é aquela história que faz você pensar “se esse cara conseguiu, eu consigo.” Sem dinheiro, sem casa, abandonado pela esposa, com um filho pequeno para criar. O emprego era promissor, mas exigia que ele não recebesse salário no início. É aí que Gardner mostra o poder da persistência e do trabalho duro. 56 •

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GADGETS

Quase todo mundo leva pelo menos uma fruta para deixar na geladeira do trabalho e fazer um lanche rápido quando a fome aperta. O problema é que, na correria do dia a dia, quem nunca teve a desagradável surpresa de abrir um pote de comida estragada? A Ovie Smarterware promete acabar com isso e reforça, para quem ainda duvida, que a inteligência artificial estará cada vez mais presente nas nossas vidas.

SMART POTE

Se o cafezinho sagrado de todo dia é quente demais, ou esfria antes que você consiga dar uma pausa nas atividades para degustá-lo, a Ceramic Mug (Caneca de Cerâmica, na tradução livre) pode resolver o problema. Ela mantém até 300 ml de café na temperatura que você quiser e durante o tempo que precisar. É só baixar um aplicativo da Ember, a fabricante do produto, selecionar a temperatura desejada ou, ainda, escolher algumas regulagens pré-definidas. O padrão é 57ºC – quente sem ser escaldante, e permite sentir os sabores do grão ao invés de tostar suas papilas gustativas. É vendida pelo site da Ember ember.com/ products/ceramic-mug. Preço: US$ 85

FOTO EXPRESS

Trata-se de uma vasilha que reconhece a comida e calcula quantos dias ela vai durar. Basta ter um smartphone conectado à internet, apertar uma etiqueta eletrônica acoplada a ela e dizer, em voz alta, qual alimento está sendo armazenado. Mais tarde, ela avisa, por meio de um aplicativo, quais itens da geladeira estão prestes a estragar, e mais: sugere receitas que podem ser preparadas para evitar o desperdício. Ainda não chegou às lojas brasileiras, mas pode ser comprado pelo site da marca ovie.life/ store. O Kit com 3 potes custa US$ 90.

TEMPERATURA IDEAL

Quer uma solução rápida e versátil para imprimir aquelas fotos perfeitas de seu smartphone? A Sprocket, primeira impressora portátil da HP, é uma baita de uma solução. Através de um aplicativo para iOS e Android e conexão bluetooth, o gadget é capaz de imprimir fotos no formato 5x7cm em menos de um minuto. O app dá ao usuário a opção de editar a foto do próprio celular ou tablet, com opções de textos coloridos e emojis. Preço: R$ 699/ pacotes de 10 folhas por R$ 49. MS INDUSTRIAL | 2018 • 57


RADAR INDUSTRIAL EMPREGO O setor industrial de Mato Grosso do Sul já registra saldo positivo de 1.626 novos postos de trabalho no período de janeiro a julho deste ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Apenas no mês de julho, o saldo positivo é de 168 vagas, resultado de 4.781 contratações e 4.613 demissões. Enquanto no mês de julho os maiores saldos foram nas indústrias de alimentos e bebidas (+160), extração de minerais (+68) e indústria metalúrgica (+47), nos primeiros sete meses deste ano os maiores saldos foram na indústria química (+1.036), indústria da construção (+424) e indústria metalúrgica (+167). O conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou o mês de julho de 2018 com 121.632 trabalhadores empregados, indicando elevação de 0,12% em relação a junho, quando o contingente ficou em 121.484 funcionários. Atualmente, a atividade industrial responde por 19,1% de todo o emprego formal existente no Estado, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 194.315 e tem participação de 30,5%, comércio, com 125.556 empregados ou 19,7%, e administração pública, com 122.470 empregados ou 19,2%.

EXPORTAÇÃO A receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul apresenta crescimento de 26% nos primeiros sete meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, aumentando de US$ 1,61 bilhão para US$ 2,04 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, quando se fala em exportações de industrializados, nos últimos 10 anos, a balança comercial do setor no Estado saiu de US$ 663,1 milhões em 2007 para US$ 3,05 bilhões em 2017, ou seja, um crescimento de 360%. Se considerarmos apenas o mês de julho deste ano comparado com julho do ano passado, o aumento nas exportações de industrializados foi de 30%, saltando de US$ 228,8 milhões para US$ 296,7 milhões. De acordo com a avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, esse foi o melhor resultado para o mês de julho dos últimos quatro anos em Mato Grosso do Sul. Em relação ao volume, no ano, teve aumento de 16%. Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 55% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano, a participação ficou em 58%”, destacou o economista, completando que os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles” que, somados, representaram 98% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior.

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PRODUÇÃO INDUSTRIAL A produção industrial sul-mato-grossense avançou em julho, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 82 empresas no período de 1º a 13 de agosto de 2018. O índice de evolução da produção fechou o mês em 55,7 pontos, crescimento de 5,8 pontos em relação a junho, quando a produção já havia avançado por conta da recomposição do nível de atividade ocorrida após a paralisação dos caminhoneiros. Em síntese, o resultado indica que o número de empresas com produção estável ou crescente aumentou na passagem de um mês para o outro. O levantamento mostra que em julho 79,3% dos estabelecimentos se enquadravam nessa condição, contra 70,3% no mês anterior. O levantamento também apontou que a ociosidade apresenta nova redução. Em julho, a ociosidade média na indústria sul-mato-grossense ficou em 28%, enquanto no mês anterior esse resultado tinha sido de 30%. Contudo, mesmo com a ligeira melhora, ainda permanece alta a participação daqueles que disseram que a utilização da capacidade ficou inferior ao patamar considerado usual para o mês, em julho, por exemplo, essa foi a condição indicada por 39% dos respondentes.

DESEMPENHO INDUSTRIAL O IGDI (Índice Geral de Desempenho Industrial) de Mato Grosso do Sul, que foi criado pelo Radar Industrial da Fiems e é calculado com base nas pesquisas de Confiança e Sondagem Industrial, voltou a registar mais um mês positivo. Em julho, o Índice alcançou 52 pontos, indicando elevação de 1,6 ponto na comparação com o mês de junho, quando o indicador já tinha avançado por conta da recomposição do nível de atividade após a paralisação dos transportes. Essa expansão seguida é resultado do aumento da participação das empresas com produção crescente ou estável na passagem de um mês para o outro, saindo de 70,3% em junho para 79,3% em julho. “Também contribuiu para o desempenho a ampliação da utilização da capacidade instalada que passou de 70% para 72%. Teve ainda um ligeiro crescimento na participação das empresas que contrataram no mês, saindo de 9,5% em junho para 9,7% em julho. “Somado a isso, dados preliminares também apontam para uma pequena melhora dos índices de confiança e intenção de investimento a partir de julho. Com todos os resultados consolidados, o IGDI ficou acima dos 50 pontos. Isso sinaliza que, na média geral, o desempenho em julho foi melhor que o do mês anterior, segundo a percepção dos empresários respondentes.

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QUANTO VOCÊ P A G O U ?

Fonte: Portal Transparência MS. Elaboração: SFIEMS DICOR UNIEP

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Quem te conhece CON H E Ç A P R O D U TOS “ DA TE R RA” , PR OD UZID O S PO R IND ÚS T R IA S D E MA T O G R O S S O D O S UL: “Quem não te conhece que te compre” é um ditado muito usado no Brasil que quer dizer que a pessoa em referência tem tantos defeitos, que só mesmo quem não a conhece poderia acreditar nela. Mas e quando a pessoa em questão tem muitas qualidades? Esse é o caso da indústria de Mato Grosso do Sul, que tem se desenvolvido e colocado no mercado produtos inovadores e criativos. Por isso, para essa edição, escolhemos apresentar a azeitona verde com caroço da Donana:

Azeitona verde com caroço A azeitona é um fruto que possui muitas variedades, sendo a verde a mais consumida. Ela é rica em sais minerais como o ferro, zinco, potássio, silício, além de vitaminas A, B1, B2, C e E. O ingrediente também possui em sua composição um pouco de fibra. Em Mato Grosso do Sul, a indústria Donana Alimentos, localizada no município de Dourados, é a única empresa do Estado que importa e envasa azeitonas em conserva. Encontrada nos mercados em embalagens de 500

gramas, a “Azeitona verde com caroço” tem sabor marcante e é selecionada por fornecedores da Argentina, Espanha e Peru Sobre a Donana Fundada em 1984 por Antonio Lucena, a empresa Donana Alimentos foi criada com o objetivo de proporcionar a seus clientes produtos de alta qualidade e, por isso, tem se preocupado em profissionalizar e automatizar toda a linha industrial, que produz alhos, temperos, condimentos, farináceos e conservas.

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A RT IG O

- CRI STI NA PALMAKA Presidente da SAP Brasil

A INDÚSTRIA 4.0 É O CAMINHO DO CRESCIMENTO Mecanização, uso da energia elétrica, produção em massa, aplicações tecnocientíficas e robóticas como computadores, softwares, chips e sistemas eletrônicos. Esses termos comuns e intrínsecos hoje à sociedade e à economia são adventos do desenvolvimento e domínio de novas práticas, tecnologias e instrumentos de produção realizados durante as três Revoluções Industriais. Na contemporaneidade, com o surgimento e consolidação de tecnologias disruptivas e de ponta como a inteligência artificial, a manufatura dá um passo rumo ao futuro e instaura a Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0. Este é o novo caminho e, como nas ondas anteriores, quem não acompanha cai no esquecimento. Desta vez não será diferente. Apresentado a partir de um projeto para o governo alemão em 2011 durante a maior feira de automação industrial do mundo, a Hannover Messe International (HMI), o conceito de Indústria 4.0 foi desenvolvido por um grupo liderado por Sigfried Dais, da Bosch, e Henning Kagermann, da Acatech (Academia Alemã de Ciência e Engenharia), e tem como objetivo a integração dos processos da indústria, criando fábricas inteligentes e compatíveis com as demandas da atualidade. A Indústria 4.0 se dá, de modo 62 •

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simplificado, por meio da aplicação de tecnologias como Internet das Coisas (IoT) – uma rede de conexão entre objetos físicos e dispositivos eletrônicos como sensores – e análise e gerenciamento de dados. Com uma rede de manufatura totalmente integrada, é possível operar em tempo real, de forma virtual e descentralizada, com as máquinas da linha recebendo comandos e fornecendo informações para a otimização da produção. É necessário mudar, manterse atualizado para prosperar. Apenas os negócios que se transformam digitalmente sobreviverão à economia do futuro. Como afirmaram os executivos Cornelius Baur e Dominik Wee, da consultoria empresarial americana McKinsey & Company, “a Indústria 4.0 é mais do que apenas um slogan chamativo. É uma confluência de tendências e tecnologias que promete reformular o modo como as coisas são feitas”. A inovação da indústria aumenta a produtividade, a competividade e o valor agregado das mercadorias. No formato 4.0, são beneficiados tanto os consumidores quanto os produtores. Um exemplo disso é o da parceria entre a SAP e a Harley-Davidson. Por meio da sensorização dos mais de três mil componentes de uma motocicleta, é possível personalizar e customizar um modelo da marca em cerca de seis horas via website, processo que

“A inovação da indústria aumenta a produtividade, a competitividade e o valor agregado das mercadorias” chegava a levar cerca de 21 dias e tinha que ser realizado em lojas e revendedoras. O futuro é animador para o Brasil, apesar de termos um longo caminho. Em um estudo brasileiro recente, no qual foram entrevistadas 227 empresas, 90% delas concordam que a Indústria 4.0 é uma oportunidade, e não um risco. A pesquisa também demonstrou que 30% das empresas deram início ao seu processo de transformação e que 25% estão planejando os passos de sua inovação. A manufatura digital exige colaboração e integração, sendo o melhor caminho a escolha de uma empresa de tecnologia como parceira na transformação digital. As empresas do setor de software corporativo, como a SAP Brasil, iniciaram em março a Aliança Brasil 4.0, iniciativa da Câmara de Comércio Internacional do Brasil (ICC Brasil), um compromisso público de empresas com o desenvolvimento e a democratização da Indústria 4.0 no País. Este foi mais um movimento para a disseminação e conscientização do poder da Quarta Revolução Industrial. A inovação beneficia a cadeia de produção e o País como um todo, com resultados impactantes como o aumento do PIB – a correlação entre investimento em inovação e acréscimos no PIB é comprovada por diversas pesquisas – e a criação de 30 novas profissões, conforme estudo do SENAI divulgado em julho. Otimista com o futuro, convido todos a fazerem o mundo funcionar melhor. Praticar negócios mais inteligentes melhora a vida das pessoas.


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