Revista MS Industrial Ed.114

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05 Painel digital

SUMÁRI O

06 diretoria 07 editorial 08 charge 09 entrevista 12 Fala, indústria 22 giro da indústria 23 o ms que queremos 40 artigo especial 44 sindicatos 56 dicas 58 radar industrial 60 quanto você pagou? 62 artigo

capa

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Ms, o estado indústria Mato Grosso do Sul completa, em outubro, 45 anos com setor industrial forte e consolidado

14 inovação ISI Biomassa desenvolve combustíveis a partir de resíduos de eucalipto

26 juros reduzidos FIEMS mobiliza entidades e vai a Brasília pela redução da taxa de juros do FCO Empresarial

52 sesi Programa 60+ amplia o acesso dos idosos às facilidades que a tecnologia oferece

61 quem te conhece que te compre

42 senai FIEMS e Governo do Estado firmam convênio para levar cursos técnicos a alunos do Novo Ensino Médio em MS

18 fiems Presidente da FIEMS anuncia investimentos de mais de R$ 10 milhões no SESI e SENAI de Corumbá

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48 iel IEL vai capacitar, gratuitamente, estagiários em educação financeira, trabalho em equipe e postura profissional

Em Rio Negro, indústria Zanir Furtado produz bolsas exclusivas com couro de gado pantaneiro


PAINEL DIGITAL

SISTEMA FIEMS NA REDE Fique por dentro dos nossos destaques nas redes sociais

Empresários, representantes do setor produtivo sul-mato-grossense e do governo estadual estiveram reunidos no dia 14 de março, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, para conhecer em detalhes as novas taxas de juros, alteradas recentemente por meio de resolução do Banco Central. #FCO

Olimpíada do Conhecimento Quem vencer a etapa em Campo Grande garante vaga na delegação brasileira que será capacitada e avaliada para disputar a WorldSkills Shangai 2022, o maior torneio de educação profissional do planeta, a ser disputado em outubro, na China.

FIEMS lança “Projeto 60+” para levar inclusão digital à população da terceira idade

Você pode estudar, abrir a geladeira, tirar um cochilo no sofá e se sentir em casa enquanto a gente descola várias oportunidades de estágio remunerado.

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DIRET O R I A Presidente: Sérgio Marcolino Longen 1ª Vice-pres: Claudia Pinedo Zottos Volpini 2º Vice-pres: Alonso Resende do Nascimento 3º Vice-pres: José Francisco Veloso Ribeiro Vice-Pres Regional: Luiz Claudio Sabedotti Fornari Vice-Pres Regional: Roberto José Faé Vice-Pres Regional: Romildo Carvalho Cunha Vice-Pres Regional: Lourival Vieira Costa Vice-Pres Regional: Gilson Kleber Lomba 1º Secretário: Silvana Gasparini Pereira 2º Secretário: Antônio Carlos Nabuco Caldas 3º Secretário: Zigomar Burille 1º Tesoureiro: Altair da Graça Cruz 2º Tesoureiro: Edis Gomes da Silva 3º Tesoureiro: Nilvo Della Senta Diretores: João Batista de Camargo Filho Antônio Breschigliari Filho Julião Flaves Gaúna Marcelo Alves Barbosa Alfredo Fernandes Marcelo De Carli Ferreira Cláudio George Mendonça Marismar Soares Santana Regis Luís Comarella Walter Ferreira Cruz Walter Gargione Adames Vagner Rici Silvio Roberto Padovani Omildson Regis Guimarães José Eduardo Maksoud Rahe Conselho Fiscal: Efetivos: Milene de Oliveira Nantes Ivo Cescon Scarcelli Lenise de Arruda Viegas Suplentes: Egon Hamester Edson Luiz Germano de Souza Delegados Suplente junto à CNI: Efetivos: Sérgio Marcolino Longen Claudia Pinedo Zottos Volpini Suplentes: Roberto José Faé José Francisco Veloso Ribeiro

SI STEMA FI EMS Chefe de Gabinete da Presidência: Robson Del Casale Diretor Executivo: Anatole Verlaine Etges Superintendente do Sesi/MS: Régis Pereira Borges Diretor Regional do Senai/MS: Rodolpho Caesar Mangialardo Superintendente do I EL/MS: Silvio Marães

Revista da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul Gerente de Comunicação: Ana Paula Dantas Cruz Chefe de redação: Flávia Melo (MTB/MS 1032) Jornalistas: Ângela Schafer (MTB/MS 1083) Helder Rafael Regina (MTB/MS 690) Tainá Jara (MTB/MS 1269) Fotos: Dicom/Fiems Endereço: Avenida Afonso Pena, 1.206 - 4º Andar Bairro Amambaí - Campo Grande/MS - 79.005-901 E-mail: dicom@sfiems.com.br Site: www.fiems.com.br Fone: (67) 3389-9244 As opiniões contidas em artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, o posicionamento do Sistema Fiems Revista Mensal - 10 mil exemplares

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ED IT O R I A L

INDÚSTRIA, O PILAR DO DESENVOLVIMENTO NOS 45 ANOS DE MS

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o ano em que Mato Grosso do Sul comemora seus 45 anos, o setor industrial também merece comemorar. Isso porque se hoje o Estado tem um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 106,9 bilhões, o que lhe rendeu a 16ª posição no Brasil, grande parte é graças à indústria, que atualmente é responsável por 22% do PIB de MS, com R$ 20,5 bilhões. Os bons números são reflexo de toda uma atuação conjunta de atração de investimentos e modernização do Estado, que até metade da década de 80 tinha uma economia ainda baseada no binômio soja e boi. De lá para cá foi que o setor industrial começou a ganhar força, tendo seu “boom” a partir de 2007. De 2007 até aqui, a indústria estadual realizou investimentos superiores a R$ 30 bilhões, com destaque para a consolidação e expansão de setores ligados a toda cadeia florestal do eucalipto com a produção de celulose, madeiras laminadas e outros produtos. Já no segmento alimentício, os investimentos visaram, principalmente, o atendimento da crescente demanda por proteína animal, não se restringindo apenas a carne bovina, mas principalmente na ampliação da produção de carne suína, aves e peixes. Também houve investimentos nas indústrias processadoras de soja e milho, com fabricação de óleos, proteínas texturizadas, farelos, rações, ácidos orgânicos e químicos destinados à indústria alimentícia em geral. Nos últimos 15 anos também foi consolidada toda a cadeia sucroenergética no Estado, além da execução de obras de pavimentação, habitação e infraestrutura em geral, construção de pequenas centrais hidrelétricas e, mais recentemente, de novos investimentos voltados ao aproveitamento do imenso potencial para geração de energia limpa e renovável por diferentes fontes.

Para acompanhar a industrialização de Mato Grosso do Sul, a Fiems precisou investir de forma pesada em infraestrutura, equipamentos e pessoal. Ao longo desses 15 anos, foram aplicados recursos na ordem de R$ 450,8 milhões no Sesi, Senai e IEL. Tudo isso para assegurar o suporte necessário, com formação de mão de obra, qualificação de fornecedores e soluções em tecnologia e inovação. A Fiems também atuou de forma institucional na viabilização de mais recursos e melhores condições de financiamento junto ao Banco do Brasil, Caixa e BNDES, por exemplo. Além disso, a Federação das Indústrias foi fundamental na articulação com Governo do Estado e Assembleia Legislativa para diversas ações, entre elas a ampliação, formatação e convalidação da política estadual de incentivos fiscais, considerada uma das mais modernas do País. Com isso, nos 45 anos de Mato Grosso do Sul, a indústria se consolidou como um importante vetor de crescimento, contribuindo diretamente para o desenvolvimento e fortalecimento da economia estadual. E neste contexto, já para os próximos anos, estão garantidos novos investimentos que devem superar os R$ 25 bilhões. Também está garantida a atuação firme e presente da Fiems para que o setor industrial continue avançando e contribua cada vez mais para o desenvolvimento do Estado. Se depender da indústria, nosso Estado estará sempre nos trilhos do progresso, sendo destaque na economia nacional.

SÉRGIO LONGEN Presidente do Sistema Fiems

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ENTREVISTA

JAIME VERRUCK SECRETÁRIO ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, PRODUÇÃO E AGRICULTURA FAMILIAR “Reformulação da política de incentivos fiscais permitiu que MS recebesse, nos últimos seis anos, o maior volume de investimentos privados do País”

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conomista, mestre em Economia Rural pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e doutor em Desenvolvimento e Planejamento Territorial pela UCM (Universidade Complutense de Madrid), Jaime Verruck comanda uma das pastas mais estratégicas do Governo do Estado, a Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar). Em entrevista à Revista MS Industrial, Verruck destaca os 45 anos de Mato Grosso do Sul com um balanço das principais ações desenvolvidas ao longo dos últimos anos, com destaque para os bons resultados alcançados, como

recorde de investimentos privados, o avanço da Rota Bioceânica e projetos de desenvolvimento sustentável. Mato Grosso do Sul completa 45 anos em 2022 e se consolida como um dos principais celeiros econômicos do Brasil. Qual é o principal papel do Estado no desenvolvimento do País atualmente? Na gestão do governador Reinaldo Azambuja, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul implementou o sistema de contratos de gestão, que foram firmados com todas as secretarias e autarquias e por meio do qual foi possível inovar, mensurar resultados e otimizar a máquina pública. Somos hoje o Estado com o menor MS INDUSTRIAL | 2021 • 9


número de secretarias no país e com um índice de eficiência e de digitalização que são apontados como referência em diversos rankings que avaliam os serviços públicos. No que diz respeito à nossa secretaria, a Semagro, uma das metas pactuadas em nosso contrato de gestão foi a reformulação da política de incentivos fiscais e, juntamente com a Secretaria de Fazenda, nós fizemos a revisão e convalidação de todos os incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado. Isso permitiu que, nos últimos 6 anos, Mato Grosso do Sul se posicionasse de forma mais competitiva em relação aos demais estados e recebesse o maior volume de investimentos privados do país. Um dos exemplos é a nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, investimento de R$ 14,7 bilhões numa indústria que vai gerar mais de 10 mil empregos na obra e já está na fase de construção. Somados a outros empreendimentos como a ADM, Inpasa Agroindustrial, Coamo, Greenplac, Asperbras, Amcor, Latasa, Geneseas, Tilabrás, Frescomares, CooperAlfa, Aurora e outros, são mais de R$ 33 bilhões em investimentos, com a geração de mais de 23 mil empregos diretos. Aliado à atração de investimentos privados, o Governo do Estado fez uma série de investimentos em infraestrutura e logística, que ultrapassa ra m R$ 4,6 bilhões desde 2015. Além disso, a Semagro tem adotado uma série de mecanismos para melhoria do ambiente de negócios e maior desburocratização, a exemplo das iniciativas relacionadas a Lei de Liberdade Econômica. Este cená rio se reflete no PIB Industrial de MS, que teve crescimento de 13,2% entre 2009 e 2018, sendo, por exemplo, o maior exportador de carne de peixe do País, o 6° maior parque industrial de processamento de soja, o 2° no abate bovino, o 5° maior exportador de carne bovina e o 5° maior exportador de carne de aves. Além disso, MS é considerado o 6° Estado mais competitivo do Brasil.

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Há grandes projetos em implantação no Estado com potencial de favorecer a área econômica, como a instalação de grandes indústrias e as obras da Rota Bioceânica. Qual é a perspectiva para os próximos anos? A Rota Bioceânica, antes apenas um sonho para Mato Grosso do Sul, tornou-se uma realidade, fruto do trabalho intenso que foi desenvolvido no setor logístico no Estado nos últimos anos. As obras da ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (PY) já tiveram sua pedra fundamental lançada. O Paraguai já tem os recursos para concluir as obras do corredor bioceânico no seu país, estando a rota 93% concluída no lado paraguaio. Após isso, faltará apenas os acessos às pontes do lado paraguaio e do Brasil. Qua ndo estiver pronta, a Rota Bioceânica vai encurtar a distâ ncia percorrida pelos produtos brasileiros rumo ao mercado asiá tico, integra ndo Brasil, Paraguai, Argentina e Chile e transformando Mato Grosso do Sul em um hub logístico, um centro de distribuição de mercadorias, além das possibilidades que surgem na área do turismo. Na questão

“O Mato Grosso do Sul que estamos entregando à população nos orgulha e ainda crescerá muito”

logística, reduzirá em 17 dias o trânsito de mercadorias rumo ao mercado asiático, significando um frete menor e ma ior competitividade para os produtos sul-mato-grossenses. De que forma o poder público pretende agir para estimular e beneficiar tais projetos? Nosso programa de atração de investimentos está calcado, fundamentalmente, na concessão de incentivos fiscais competitivos (Programa MS Empreendedor), de forma a “troca r impostos por empregos”, promovendo a industrialização dos municípios sul-mato-grossenses, notadamente nas cadeias prioritárias para o Estado, como a de suínos, aves e peixes. Além disso, contamos com a atratividade oferecida pelos financiamentos via FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), com prazos para pagamento e juros mais atrativos frente ao mercado. A concretização da Rota Bioeceânica se alia a estes esforços de industrializar o Estado e já está proporcionando transformações em Porto Murtinho, com a atração de empreendedores atentos às possibilidades de negócio nos setores de comércio e serviços.

- JAIME VERRUCK

Secretário Estadual de Meio Ambiente, Desenv. Econômico, Produção e Agricultura Familiar.


Todo esse cenário impulsionou o Estado a tomar medidas que a uxiliassem os municípios a se prepa ra rem pa ra o ma ior dina mismo econômico que enfrenta rão ao longo dos próximos anos, a exemplo do Propeq-Dinamiza, uma ação do Propeq (Programa de Apoio aos Pequenos Negócios) que busca apoia r os pequenos negócios, identifica r oportunidades e promover qualificação, conferindo ma ior competitividade às pequenas empresas e aos novos empreendedores, por meio de diversas atividades gratuitas nos municípios, como capacitações, workshops e rodada de negócios. Um dos objetivos do programa é fornecer suporte àqueles municípios que têm alto potencial de desenvolvimento para a melhoria do ambiente de negócios. A Semagro foi criada a partir da ideia de aliar desenvolvimento econômico e produtivo a práticas de sustentabilidade ambiental. Como está sendo a atuação da secretaria nos últimos anos para atingir esse objetivo? A ideia de congrega r desenvolvimento econômico com meio ambiente foi, de fato, inovadora. Ela surge a partir de um conceito mais amplo, o de unir todas as políticas e serviços voltados ao empreendedor em uma mesma Secretaria, como licenciamento a mbiental, junta comercial, extensão rural, inspeção sanitária, metrologia, ciência, tecnologia, inovação, turismo, indústria, comércio, serviços, agricultura, pecuária e agricultura familiar. O resultado foi basta nte exitoso. Mato Grosso do Sul ficou em segundo lugar no ranking nacional que avalia as práticas e a agilidade na liberação de licenciamento ambiental para empreendimentos empresariais no país, segundo o Índice de Qualidade do Licenciamento Ambiental (IQL). As ações de modernização dos processos internos, revisão das normas e investimento em tecnologia da informação permitiram o destravamento de R$ 1 bilhão em empreendimentos que

aguardavam sua licença ambiental em Mato Grosso do Sul, gerando emprego e renda para o Estado e promovendo o desenvolvimento econômico de forma sustentável. Além disso, a produção de energia utilizando fontes limpas e renováveis agora tem incentivo, por conta do MS Renovável, que é o nosso Programa Estadual de Incentivo ao Desenvolvimento das Fontes Renováveis de Produção de Energia Elétrica. No último ano, segundo a Absolar, o número de placas de energia solar aumentou 25% em Mato Grosso do Sul. E também temos o melhor programa de geração de energia solar do mundo, que é o Ilumina Pantanal, com o qual estamos melhorando a qualidade de vida de todos os moradores da região pantaneira. São quase oito anos de gestão à frente da secretaria. Quais foram as principais realizações do setor público para o desenvolvimento econômico do Estado? É difícil responder esta pergunta, porque foram muitos os desafios e o trabalho foi árduo, exigindo grande esforço de todas as equipes. Mas uma questão fundamental envolve o processo de digitalização da máquina pública. Na Semagro, nós aprimoramos e modernizamos os canais de atendimento com os nossos principais clientes. Foi assim, por exemplo, na Jucems, que é hoje, sem dúvida, o órgão que mais avançou em termos de tecnologia, em toda a estrutura do Governo do Estado. Entendemos que quem tem que andar é o processo, e não o empreendedor. E assim também foram implantadas inovações e modernizações nos demais órgãos, como o Imasul, a Iagro, a AEM-MS. Outro desafio na economia do Estado era melhorar o setor de logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, portos e tra nsporte hidroviá rio. Era premente a necessidade de acelerar concessões, que ficaram atrasadas na gestão federal passada. Hoje temos melhorias na malha rodoviária e temos a ponte sobre o Rio Paraguai com obras já iniciadas, trabalho fundamental

para viabilizar a Rota Bioceânica. Retomamos a Malha Oeste e concluímos o projeto da Nova Ferroeste, que deve ser lançado na B3 em 2022, para captação de investimentos. Ou seja, Mato Grosso do Sul está na rota do desenvolvimento sustentável e digital, com a área logística e de infraestrutura dando suporte a investimentos e geração de empregos. Esse é o Mato Grosso do Sul que estamos entregando à população, que nos orgulha e que ainda crescerá muito.

“Nosso programa de atração de investimentos está calcado, fundamentalmente, na concessão de incentivos fiscais competitivos (Programa MS Empreendedor), de forma a ‘trocar impostos por empregos’” MS INDUSTRIAL | 2021 • 11


FALA, INDÚSTRIA

Se nós observarmos a transformação que tivemos no SENAI e no SESI, em termos de estrutura, equipamentos e disponibilidade de cursos, acho que já existe um legado. Esse legado se consolida no momento em que há pessoas qualificadas” J A I M E V E R R U CK secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar

A educação transforma o cenário e a sociedade, mas, para isso, é necessário que haja investimentos. A FIEMS tem sido parceira da educação e, com os parceiros certos, podemos transformar a realidade em que vivemos” MA R CE L O TU R IN E reitor UFMS

Não medimos esforços na Assembleia para aprovar projetos importantes para a indústria, com investimentos nas áreas certas, teremos mais crescimento, mais educação e desenvolvimento para nossos municípios” PA U L O CO R R Ê A presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul

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Em 2022 temos o desafio de entregar as iniciativas planejadas no Governo Presente e Municipalista e é isso que iremos fazer de norte a sul do Estado. É mudança, qualidade de vida e, também, gerar oportunidades a nossa população” EDUARDO RIEDEL SECRETÁRIO ESTADUAL DE INFRAESTRUTURA


Através do programa do SENAI, Ladário surpreendeu positivamente ao matricular mais alunos do que muitas cidades de maior população, precisamos incentivar a autoestima, a importância da nossa região e o respeito por nossas cidades irmãs, Corumbá e Ladário” PAULO DUARTE deputado estadual

Aprovar mudanças na regra do Ministério de Minas e Energia na Aneel, para desenvolver o projeto Ilumina Pantanal, possibilitou entregar à população de MS algo novo, que virou referência, que sai do estado para o mundo” MARCEL O VI NHAES diretor presidente da Energisa

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I N O VA Ç Ã O

Energia ISI Biomassa desenvolve combustíveis de alto desempenho a partir de resíduos de eucalipto

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eucalipto é uma espécie versátil, cultivada para os mais variados fins, como produção de celulose, papel, móveis, carvão, óleos, entre outros. Até os resíduos da colheita são aproveitados para gerar energia elétrica. Pesquisadores industriais do ISI Biomassa (Instituto SENAI de Inovação em Biomassa), localizado em Três Lagoas (MS), estão avaliando o potencial desse resíduo para produzir combustíveis renováveis de alto desempenho. E, de quebra, podem contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa. O resíduo da colheita do eucalipto é uma biomassa abundante em Mato Grosso do Sul devido ao grande volume de á reas pla ntadas pa ra a tender as indústrias de papel e de celulose. Segundo o Ibá (Instituto Brasileiro de Árvores), em 2020 havia 1,13 milhão de hectares em área plantada dessa cultura. O Estado é o segundo colocado no ranking nacional em áreas cultivadas. No entanto, o resíduo não aproveitado acaba apodrecendo no terreno, o que produz metano - um dos gases que, em altas concentrações na atmosfera, levam ao aumento da temperatura média global. Diante desse cenário, pesquisadores e analistas do ISI Biomassa, em Três Lagoas, idealizaram em parceria com a Eldorado Brasil Celulose a proposta de aproveitar a biomassa para gerar dois combustíveis: um biocarvão e um “diesel verde”. Ambos podem ser empregados de várias formas no ciclo produtivo da celulose, desde o abastecimento de maquinário até a geração de energia térmica. Essa é a ideia do projeto “Forest4fuel”, que foi aprovado em edital da Fundação de

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Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (Fundect). Tiago Hendrigo de Almeida, um dos idealizadores do projeto, explica a teoria por trás da ideia. “Os tocos e raízes da planta são ricos em lignina, o macroconstituinte que confere resistência mecânica à planta. Já sabemos que a partir da pirólise desses materiais produzimos biocarvão e bio-óleo pesado. O que a pesquisa se propõe é uma prova de conceito, isto é, validar na prática o que já se sabe na

teoria”. O pesquisador industrial comenta ainda sobre os inúmeros benefícios no aproveitamento da biomassa. “Uma vez que o talhão estará livre de resíduos, o próximo ciclo do plantio de eucalipto pode ser acelerado. Também estaremos promovendo a redução da emissão de gases de efeito estufa”. O projeto conta rá com recursos de R$ 610 mil da Fundect e será desenvolvido ao longo de dois anos.

DADOS

SOBRE O EUCALIPTO O eucalipto é a principal espécie florestal cultivada no Brasil, respondendo por 7,4 milhões de hectares ou 77% da área total de florestas plantadas no país. Mato Grosso do Sul possui a segunda maior área cultivada com a espécie, com 1,135 milhão de hectares ou 15% do total. Mato Grosso do Sul responde pelo maior volume de madeira em tora destinada à fabricação de celulose, com 14,7 milhões de metros cúbicos ou 20% do total do país. Além disso, são

produzidas, no Estado, em torno de 5 milhões de toneladas de celulose por ano, o que corresponde aproximadamente a 25% da produção nacional. O Estado é líder na exportação de celulose, com US$ 1,5 bilhão em receitas em 2021, ou 24% da receita total obtida pelo país com a venda de celulose ao exterior. As informações são do relatório “Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura”, do IBGE; do Relatório anual Ibá; e ComexStat.

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FIEMS

INFRAESTRUTURA

CADA VEZ MELHOR

Presidente da FIEMS anuncia investimentos de mais de R$ 10 milhões no SESI e SENAI de Corumbá

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om o objetivo de atender cada vez melhor a indústria de Ma to Grosso do Sul e tra balha r pa ra o desenvolvimento social e econômico do Estado, o Sistema FIEMS (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) irá investir R$ 10,8 milhões para otimiza r a infraestrutura das unidades do SESI e do SENAI em Corumbá, bem como melhorar a qualidade dos serviços oferecidos na região. O anúncio foi feito pelo presidente da FIEMS, Sérgio Longen, dura nte vistoria às unidades do Sistema Indústria na Cidade Branca. Segundo Longen, os investimentos representam o compromisso do Sistema Indústria com a qualificação profissional. “O gra nde problema do Pa ís, hoje, é a falta de mão de obra qualificada. Por isso, o SESI e o SENAI estão ampliando os investimentos aqui em Corumbá, para oferecer um serviço cada vez melhor ao nosso maior cliente, que é a indústria”, afirmou. O diretor-regional do SENAI, Rodolpho Caesa r Mangialardo, informou que a instituição irá aportar R$ 6 milhões em projetos, sendo

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R$ 3 milhões em obras e R$ 3 milhões em equipa mentos. “Os equipamentos envolvem a a á rea de mineração, metalmecâ nica, frota, computador. Já a obra va i a mplia r o la bora tório de mineração, além de troca r bacias e louças e ba nheiro e fa zer uma pintura geral”, detalhou. O superintendente do SESI, Régis Borges, explicou que na Escola SESI de Corumbá, os

investimentos soma m um total de R$ 4,8 milhões. “Já começamos agora em 2022 com uma reforma geral no prédio na ordem de R$ 1,3 milhão e vamos ter mais R$ 3,5 milhões em equipamentos de informática, equipamentos educaciona is, licenças de software, frota, mobiliários novos e mais serviços. Tudo isso para melhorar a qualidade das entregas do SESI”, disse.


- S É R GI O L O N GEN

Presidente do sistema fiems

O grande problema do País, hoje, é a falta de mão de obra qualificada. Por isso, o SESI e o SENAI estão ampliando os investimentos aqui em Corumbá, para oferecer um serviço cada vez melhor ao nosso maior cliente, que é a indústria”

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GIRO DA INDÚSTRIA P I B AVA N Ç A O Produto Interno Bruto (PIB) do país avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%, totalizando R$ 8,7 trilhões. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados no início de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o levantamento, o crescimento da economia foi

MA IS AVA NÇO puxado pelas altas nos serviços (4,7%) e na indústria (4,5%), que juntos representam 90% do PIB do país. Por outro lado, a agropecuária recuou 0,2% no ano passado. O avanço recuperou as perdas de 2020, quando a economia brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia. O PIB per capita alcançou R$ 40.688 no ano passado, um avanço de 3,9% em relação ao ano anterior (-4,6%).

Dados do Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontam que os investimentos avançam no Brasil e, no acumulado de 12 meses, em 2021, têm crescimento de 17,2%. O indicador é composto por máquinas e equipamentos, construção civil e outros ativos fixos. A evolução representa aumento da capacidade produtiva da economia e a reposição da depreciação do estoque de capital fixo.

MA L HA O E S T E R E A T IVA DA Após a desativação em 2015, a ferrovia Malha Oeste, que liga Corumbá a São Paulo, está operando com o escoamento de minério de ferro. De acordo com o secretário de Produção, Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, a ideia é intensificar a exploração do trecho pela iniciativa privada, já que a atuação ainda é aquém da capacidade da estrutura de transporte. Até o momento, existe operação da mina da Vale até Porto Esperança; existe outra operação da mina até Ladário e uma terceira operação que é a Arcelor Mittal que traz vergalhões de ferro de Mairinque (SP) até Mato Grosso do Sul. O secretário reforçou que o Governo do Estado está fazendo estudos para antecipar a relicitação da Malha Oeste e melhorar as condições da via.

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MA I OR CA PA CIDA D E E NE R G É T ICA Mato Grosso do Sul terá maior capacidade energética com a assinatura de contrato para mais 5 anos de distribuição de gás para a UTE William Arjona. A quantidade diária contratada para distribuição é de 1.350 mil m³/dia e há possibilidade de duplicação deste volume ao longo do contrato, que vai até janeiro de 2027. A usina termelétrica William Arjona foi reativada em julho do ano passado, após 4 anos sem operação, pela Delta Geração, empresa do Grupo Delta Energia, e possui uma capacidade instalada de 190 megawatts, podendo abastecer mais de 50% da capital do Estado. Dados recentes divulgados pela Empresa de Planejamento Energético (EPE), de Projeção do Plano Decenal de Expansão 2029, apontaram que a matriz energética brasileira irá incorporar, até 2029, aproximadamente 23 GW de térmicas a gás natural.

PA R A L I SA Ç Ã O NA R EC EI TA As indústrias foram afetadas pelas paralisações dos auditores fiscais da Receita Federal iniciadas no final de 2021. De 186 empresas consultadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 96% sentiram o impacto da medida adotada em busca de melhor remuneração. Entre as exportadoras afetadas pela paralisação, o problema mais recorrente citado é lentidão no desembaraço das mercadorias (70,3%), seguido por demora nas inspeções das cargas (37,8%) e custos adicionais de armazenagem de cargas em função dos atrasos nas alfândegas (34,2%). Nesse grupo, 23,4% das empresas registram atrasos na entrega de mercadorias a clientes no exterior, 3,6% tiveram de interromper a produção e 1,8% precisaram cancelar contratos. Quanto às importadoras impactadas pela greve, a lentidão no desembaraço das mercadorias também é o principal problema (65,1%), seguido por custos adicionais de armazenagem de cargas (41,9%) e demora na inspeção das cargas (31%). Nessa categoria, 7,8% tiveram de interromper a produção e 4,7% tiveram contratos cancelados.

TE MP OR A R IA ME NT E

MA IS E NT R AV E S

A queda na produção de gás natural na Bolívia mudou, ao menos temporariamente, a função da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), instalada em Três Lagoas. Em coletiva de imprensa, realizada no começo de março, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, confirmou que a unidade funcionará inicialmente como uma misturadora. Para operar plenamente na produção de fertilizantes, a usina depende de investimentos da empresa russa Acron.

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é outro entrave para UFN3 operar. De acordo com o site Canal Rural, a situação deve atrapalhar a venda da unidade da Petrobras que estava sendo repassada à empresa russa. A assinatura do contrato dependia só do aval da área de governança da petrolífera quando a guerra estourou. Agora depende também do tempo que o conflito vai durar e de seus efeitos no caixa da Acron. Conforme o governo do Mato Grosso do Sul, a Petrobras gastou mais de R$ 3 bilhões para construir a fábrica. Parte desse dinheiro se perdeu com a deterioração dos equipamentos ao longo dos anos, desde a suspensão da obra em 2014.

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GERAL

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reduzidos Com taxas menores, FCO empresarial deve injetar R$ 1,15 bilhão em investimentos em MS

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epois de seis meses de intensas articulações, finalmente a demanda do setor produtivo sul-mato-grossense pela redução dos juros nos financiamentos do FCO (Fundo Constitucional do CentroOeste) foi atendida. Agora, o empresário pode escolher entre a taxa de juros préfixada ou pós-fixada no ato da contratação do empréstimo. Antes, só era possível contratar com taxa pós-fixada, mas a alta da inflação impactou negativamente os índices e inviabilizou os investimentos a longo prazo. A revisão nas taxas do FCO só foi possível graças à articulação entre atores das esferas pública e privada. A demanda pela redução dos juros foi levada a Brasília pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen, após diálogos com vários líderes empresariais. “Nós construímos esta alteração em parceria com o governo do Estado, com a bancada federal no Senado e com as federações. Esse trabalho teve início em outubro de 2021 e de lá para cá inúmeras reuniões foram feitas no Senado Federal, visando trazer o FCO empresarial para patamares aceitáveis. Após a disparada dos juros, os financiamentos já contratados pós-fixados tiveram reajustes praticamente impagáveis”, afirmou o presidente. Com a redução nas taxas de juros cobradas na modalidade empresarial do FCO, a procura por linhas de crédito deve aumentar por parte do empresariado em 2022. A

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EMPRESÁRIO NÃO PRECISA ESPERAR PARA CONTRATAR FCO A TAXAS MENORES

De acordo com a resolução do Banco Central, a nova fórmula do cálculo de juros passa a vigorar em maio. No entanto, o empresário não precisa aguardar a chegada do mês para contratar o FCO, como explica o superintendente de varejo do Banco do Brasil em Mato Grosso do Sul, Gustavo Arruda. “Ele pode fazer a contratação agora e, em maio, fazer a alteração da taxa, se assim desejar. Outro benefício é com relação às operações contratadas de 2018 para cá. O empresário tem a opção de fazer a alteração para a taxa pré-fixada a partir de maio até o fim do ano. Lembrando que a alteração poderá ser feita uma única vez”, explicou. Para auxiliar nos pedidos de empréstimo junto ao Banco do Brasil, a Fecomércio-MS (Federação do Comércio de Mato Grosso do Sul) está colocando consultores à disposição do empresariado. O anúncio foi feito durante o evento FCO Mais pelo presidente da entidade comercial, Edison Ferreira de Araújo. “Temos um canal direto, pelo qual onde poderemos colaborar com nossos segmentos, no sentido de apoiálos com essa consultoria e na montagem dos projetos que serão exigidos”.

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SOBRE O FCO EMPRESARIAL O fundo é aberto a todos os empresários que atendem aos prérequisitos do programa em diversos segmentos econômicos. Atualmente, o FCO libera financiamentos com prazos de até 20 anos, com taxas competitivas no mercado. As regras do fundo determinam que 80% dos recursos precisam ser alocados em projetos de micro e pequenas empresas. O FCO Mais é uma realização da Fiems, Famasul (Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso do Sul), FecomércioMS (Federação do Comércio do Estado de Mato Grosso do Sul), Faems (Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul), Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e Banco do Brasil.

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expectativa é que cerca de R$ 1,15 bilhão disponíveis no fundo sejam integralmente utilizados para apoiar projetos nos segmentos da indústria, comércio, serviços, turismo e infraestrutura. A avaliação é do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck. “Existe um represamento do setor empresarial por conta da

elevação da taxa de juros. Para se ter uma ideia de como a taxa de juros atual impacta no FCO, 70% das operações feitas em janeiro e fevereiro foram no rural. A partir dessa modificação, esperamos ter um aumento da demanda”, destacou. O senador Nelsinho Trad elogiou o empenho da classe produtiva sul-mato-grossense em destravar investimentos. “Em seu nome, presidente

Sérgio Longen, saúdo a todos os atores envolvidos nesse processo. Essa participação, por meio do estímulo e da cobrança republicana que sempre fez pelas causas da indústria, foi fundamental para que tivéssemos esse desfecho. Esperamos que com essa nova situação, o fundo consiga alcançar seu objetivo principal, que é movimentar a economia, gerando emprego e renda”.

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INDÚSTRIA

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Mato Grosso do Sul completa, em outubro, 45 anos com setor industrial forte e consolidado

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riado em 1977 pelo então presidente da República, general do Exército Ernesto Geisel, Mato Grosso do Sul chega aos seus 45 anos com 2,84 milhões de habitantes e um PIB (Produto Interno Bruto) total de R$ 106,9 bilhões. Com isso, o Estado ocupa a 16ª posição do Brasil, participando com 1,45% do PIB brasileiro, e fica em 8º lugar no PIB per capita, com R$ 38.483. O que pouca gente sabe é que somente o setor industrial é responsável por 22% do PIB de Mato Grosso do Sul, com R$ 20,5 bilhões, ficando atrás apenas do setor de serviços e comércio, que responde por 41% de todo o PIB estadual, com R$ 38,8 bilhões. Quanto à geração de empregos, a indústria emprega 24% dos trabalhadores formais de Mato Grosso Sul, um total de 137 mil profissionais. Os bons números são reflexo de toda uma atuação conjunta de atração de investimentos e modernização do Estado, que até metade da década de 80 tinha uma economia ainda baseada no binômio soja e boi. De lá para cá foi que o setor industrial começou a ganhar força, tendo seu “boom” a partir de 2007, data que coincide com o início da gestão do empresário Sérgio Longen à frente do Sistema Fiems. De 2007 até 2022, a indústria estadual realizou investimentos superiores a R$ 30 bilhões. Com destaque para a consolidação e expansão de setores ligados à toda cadeia florestal do eucalipto, com a produção de celulose, madeiras laminadas e outros produtos. Já no segmento alimentício, os investimentos visaram, principalmente, o atendimento da crescente demanda por proteína animal, não se restringindo apenas à carne bovina, mas principalmente à ampliação da produção de carne suína, de aves e de peixes. Além das indústrias processadoras de soja e milho, com fabricação de óleos, proteínas texturizadas, farelos, rações, ácidos orgânicos e químicos destinados a indústria alimentícia em geral.

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C APA Houve ainda a consolidação de toda a cadeia sucroenergética no Estado e execução de obras de pavimentação, habitação e infraestrutura em geral. Nesse período ta mbém houve a construção de pequenas centrais hidrelétricas e, mais recentemente, de novos investimentos voltados ao aproveitamento do imenso potencial para geração de energia limpa e renovável por diferentes fontes. Segundo Sérgio Longen, a Fiems atuou de forma a assegurar todo o suporte necessário ao desenvolvimento industrial de Mato Grosso do Sul, apoiando direta mente na formação de mão-de-obra, qualificação de fornecedores e comércio exterior. “Além da a tuação institucional na via bilização de mais recursos e melhores condições de fina ncia mento junto ao Banco do Brasil, Caixa e BNDES, por exemplo, bem como na ampliação, formatação e convalidação da política estadual de incentivos fiscais. Tudo isso foi fundamental para posicionarmos a indústria como um importante vetor de crescimento, contribuindo diretamente para o desenvolvimento e fortalecimento da economia estadual”, afirma. A P O I O À INDUSTRIALIZAÇÃO – Nos últimos 15 anos, foram realizados grandes investimentos na melhoria da infraestrutura do Sesi, Senai e IEL em todo o Estado, sempre com o objetivo de dar apoio ao setor industrial. “Hoje, a Fiems tem ações implantadas em praticamente todos os 79 municípios do Estado e estamos convictos de que avançamos naquilo que é fundamental para o crescimento: a geração de empregos por meio da 34 •

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COOPERAÇÃO PRODUTIVA Ações entre Fiems, Governo do Estado e Assembleia Legislativa permitiram desenvolvimento de MS. Ao longo desses 45 anos, Mato Grosso do Sul teve estágios importantes em seu desenvolvimento. Na avaliação do governador Reinaldo Azambuja, a expansão da agroindústria e o crescimento da indústria de transformação mudou o perfil do Estado. “A criação de núcleos industriais, viabilizada por meio de incentivos fiscais, fez desenvolver as cadeias produtivas e ampliou as oportunidades de outros segmentos no setor de serviços, principalmente o turismo”, destaca. Ainda conforme o governador, o crescimento industrial de Mato Grosso do Sul foi possível graças à cooperação produtiva entre Governo do Estado, iniciativa privada e entidades representativas, como a Fiems. “Hoje temos de comemorar o fato de o Estado ter alcançado o número de quase 6 mil empresas sólidas no setor industrial, respondendo por 21,5% do PIB estadual e responsável por mais de 7,2 mil novos empregos gerados em 2021, além de oportunidades em outros setores da economia”, comenta. Para Reinaldo Azambuja, a Fiems teve um papel fundamental ao longo dos anos e segue sendo decisiva no processo de expansão industrial em Mato Grosso do Sul. “Desde o início, a Fiems protagonizou a estruturação do Núcleo Industrial de Campo Grande, trabalhou na potencialização da indústria da mineração em Corumbá. Trazendo a história mais recente, recorde-se que a Fiems tem sido o principal condutor do processo de expansão industrial e sempre trabalhou em parceria com o Governo do Estado para todo tipo de ação; social, econômica e fiscal. Contribuiu com a equalização do sistema tributário no Estado, protagonizou ações para trazer a agroindústria, para agregar valor à nossa produção de soja e carne e trabalhou intensamente para a instalação do conglomerado de celulose e papel em Três Lagoas”, ressalta o governador.

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Na avaliação do secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, Mato Grosso do Sul está na rota do desenvolvimento sustentável, recebendo investimentos e gerando empregos. “Os bons resultados refletem o trabalho em conjunto desenvolvido pelo Governo do Estado em parceria com a FIEMS. O grande ganho de Mato Grosso do Sul é essa parceria entre setor público e privado. Temos aqui um ambiente fácil de trabalhar. A FIEMS e o Governo do Estado têm o mesmo objetivo, que é fazer desenvolvimento industrial, gerar emprego, uma indústria de qualidade, com agregação de valor. Acho que esse trabalho conjunto é o grande diferencial para fazermos a diferença no Estado”, salienta. O secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, destacou que o setor industrial ajuda a completar a grande roda econômica de Mato Grosso do Sul e para ajudar no processo de desenvolvimento do Estado. “Temos um parque industrial robusto e estamos avançando em outras cadeias produtivas, atraindo também indústrias complementares para estas cadeiras. Isto tudo é muito importante porque não traz apenas crescimento econômico, mas contribui fortemente para o desenvolvimento social”, pontua.

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CONFIRA A EVOLUÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL DE MS NOS ÚLTIMOS 15 ANOS

PIB 2022 – R$ 24 a 26 bilhões (Estimativa FIEMS)

Indicando um crescimento nominal médio em torno de 6% sobre o ano de 2021

2019 – R$ 20,5 bilhões

(Último dado oficial disponível)

2007 – R$ 4,3 bilhões - De 2007 até 2019 (Último ano com dado oficial disponível), a Indústria foi o setor econômico com o maior crescimento do PIB em Mato Grosso do Sul; - Nesse período, a riqueza produzida pela indústria sul-matogrossense apresentou crescimento nominal de 380%; - Nesse intervalo, a participação da Indústria no PIB estadual saiu de 17% para 22% do total. Em 2007, a Indústria era o setor com a menor participação no PIB de Mato Grosso do Sul; - Agora a Indústria responde pela 2ª maior participação no PIB estadual. Superando a Agropecuária e Administração Pública com 17% e 21%, respectivamente. Ficando atrás somente do setor de serviços e comércio com 41%;

ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS ATIVOS 2022 – 5.840

(Crescimento de 74%)

2007 – 3.361

Atualmente são: 3.153 empresas na indústria de transformação

265 serviços industriais de utilidade pública

2.307 na construção

115 na indústria extrativa


TRABALHADORES FORMALMENTE EMPREGADOS 2022 – 137.000 (Total estimado ao final do ano – Crescimento acumulado de 55%)

2007 – 88.451

101.511 Na Indústria de Transformação (Crescimento de 62% sobre 2007); 25.194 Na indústria da Construção (+19%); 7.503 Nos Serviços Industriais de Utilidade Pública (+165%); 2.775 Na Indústria Extrativa (+50%);

EXPORTAÇÕES 2022 – US$ 4,3 bilhões

(Crescimento acumulado de 424% nos últimos 15 anos)

2007 – US$ 820 milhões Nesse período, a cada US$ 100 de acréscimo nas exportações de MS, US$ 63 foram garantidos com a venda de produtos industriais.

força da indústria”, avalia Longen. Apenas de 2007 a 2022, o Sistema Fiems realizou, em Mato Grosso do Sul, investimentos na ordem de R$ 450,8 milhões. Tudo isso permitiu que o Senai, por exemplo, pudesse colocar no mercado de trabalho 646.949 profissiona is qualificados e realizasse 55.714 atendimentos em soluções de tecnologia e inovação nas empresas. O SESI teve nesses 15 anos 553.625 alunos ma triculados na rede de educação básica e continuada e realizou 3,3 milhões de atendimentos na área de saúde e segurança do trabalho. Já o IEL encaminhou para o mercado de trabalho, nesse período, um total de 34.155 estagiários, além de atender no PQF (Programa de Qualificação de Fornecedores) 371 empreendimentos, enquanto o CIN (Centro Internacional de Negócios) atendeu 1.635 empresas. Na avaliação do empresário Walter Ada mes, da Ada mes Nutrição Animal, Mato Grosso do Sul apresentou uma evolução muito grande nos últimos 45 anos e a Fiems contribuiu para esse desenvolvimento. “No meu seguimento, que é do agronegócio, houve uma revolução tecnológica. Mato Grosso do Sul é hoje expoente das exportações de carne para o mundo. Temos uma das melhores carnes do Brasil. Já chegamos a ter o status do maior rebanho. Perdemos. Mas, hoje acho que o nosso rebanho evoluiu muito na parte de qualidade”, comenta. O industrial acredita que uma das melhores carnes do Brasil está em Mato Grosso do Sul. “Para que isso fosse possível, o pecuarista sul-ma to-grossense precisou buscar novas tecnologias. E a indústria acompanhou e ajudou essa evolução, desenvolvendo produtos de alta performance, de novas técnicas de suplementação. Tudo isso contribuiu para uma MS INDUSTRIAL | 2021 • 37


melhora muito grande no nosso rebanho e, consequentemente, para bons resultados da indústria frigorífica”, ressalta. O desenvolvimento de Mato Grosso do Sul também chamou atenção de uma gigante industrial. A Suzano escolheu o Estado, mais especificamente o município de Ribas do Rio Pardo, para implantar a mais competitiva fábrica da multinacional. O investimento industrial soma R$ 14,7 bilhões e outros R$ 4,6 serão investidos nas atividades florestais, estrutura logística e em outras iniciativas previstas em projetos dessa natureza. De acordo com o diretor responsável pelas obras de implantação da nova fábrica de celulose da Suzano em Ribas do Rio Pardo, Maurício Miranda, a relação da empresa com Mato Grosso do Sul é sólida e vem de longa data. “No município de Três Lagoas temos nossa maior operação de produção de celulose, com duas fábricas que juntas têm capacidade produtiva anual de 3,25 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. Então, nada mais natural que estudos apontassem Ribas do Rio Pardo como o município mais adequado para a implantação de nossa nova unidade”, detalha. Ele acrescenta ainda que, com a construção da nova fábrica de celulose, serão gerados pelo menos 10 mil empregos diretos no pico da obra – e outros milhares de empregos indiretos –, além de 3 mil empregos diretos quando a fábrica ficar pronta. “Já estamos trabalhando para que grande parte desse contingente seja de moradores de Ribas, por exemplo, com os cursos de qualificação profissional nas áreas florestal e industrial que já iniciamos na cidade em parceria com o Sistema Fiems, por meio do Senai”, ressaltou. 38 •

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Ele ainda reforça que a Fiems tem grande responsabilidade nisso, porque atua de forma catalizadora a tudo o que acontece em torno do setor industrial e age de forma atuante. “A Fiems participou ativamente de uma das mais modernas leis de incentivos fiscal do Brasil e é responsável por ajudar a atrair novos investimentos para Mato Grosso do Sul. A instituição é protagonista, trabalhando em conjunto com outras federações e também com o poder público para construir uma política pública de desenvolvimento”, completa. Na mesma linha, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa, destacou a participação do setor industrial no PIB de Mato Grosso do Sul e creditou a marca de 22% à atuação da Fiems. “A Federação das Indústrias, sob a batuta do Sérgio Longen, vem desenvolvendo um trabalho de extrema importância. Hoje temos um parque industrial diversificado e há grandes investimentos na área de educação profissional. Não é a toa que a Suzano escolheu Mato Grosso do Sul para realizar o maior investimento do Brasil em 2021”, comenta. Paulo Corrêa ainda ressaltou que nos últimos 15 anos a Fiems se tornou uma nova federação. “Temos a Federação das Indústrias antes e depois da gestão do Sérgio, porque ele é um líder empresarial capaz de fazer coisas que a gente nem imaginava serem possíveis. Isso sem falar na atuação política. Hoje, temos iniciativa privada e poder público trabalhando de forma conjunta, construindo um trabalho que ajude a desenvolver cada vez mais Mato Grosso do Sul”, finaliza.

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ARTIGO ESPECIAL

LGPD COMO OPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS Maria Gabriela L. de Vasconcelos (*)

Há anos vem se dizendo que os dados são o novo petróleo. Atualmente estamos vivendo o ápice da era da informação. Mais do que nunca uma quantidade enorme de dados é gerada a cada segundo, dando origem ao termo big data. A análise de dados pode auxiliar as empresas a compreenderem o comportamento de seus consumidores e identificar, a ntes da concorrência, uma tendência de mercado. É cla ro que, qua nto ma is informações uma empresa tiver sobre seus clientes, melhor a possibilidade de encontrar insights valiosos. Por outro lado, o desafio de filtrar o que é realmente relevante e dar o devido cuidado se torna ainda maior. Por meio dos dados é possível avaliar o comportamento dos consumidores, desde qual roupa aquela pessoa compra, até qual a frequência com que consome carne. A partir destes exemplos fica fácil criar experiências personalizadas de consumo e, consequentemente, aumentar a percepção de valor daquele produto/serviço. Desta forma, a tomada de decisões é direcionada ao que, efetivamente, a gama de consumidores procura, gera ndo, quase sempre, uma redução de custos. Além disso, ao utiliza r os dados é possível perceber o que seus clientes estão comprando, deixando de comprar, por onde 40 •

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compram (site, aplicativo, telefone), em quais canais preferem receber mensagens e ofertas, qua nto gastam e mais uma infinidade de informações relevantes. O historiador israelense Yuval Noah Harari, em seu livro 21 lições para o Século 21, assevera que ‘os donos dos dados são os donos do futuro’. No entanto, o uso desses dados de forma indiscriminada foi freado. A Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD – (Lei Federal n. 13.709/2018) veio com o intuito de resguardar direitos dos titulares, primando pela transparência na forma com a qual os dados são utilizados. A LGPD é o resultado de um projeto cuja tramitação legislativa durou mais de 6 anos e contou com 11 consultas públicas, inclusive com entidades representativas do setor produtivo, como a Confederação Nacional da Indústria. É preciso lembrar que a proteção aos dados pessoais é anterior à LGPD, respaldada em direitos à intimidade e à privacidade, resguardados na Constituição Federal e em leis esparsas, como Código de Defesa do Consumidor e o Marco Civil da Internet. Nesse sentido, em 10 de fevereiro de 2022, foi aprovada a Emenda Constitucional n. 115, que incluiu a proteção de dados pessoais entre os direitos e garantias fundamentais, inclusive nos meios digitais. Este é um marco importantíssimo na


proteção de dados e corrobora a relevância do tema para a sociedade. Vale dizer que se a proteção dos dados pessoais decorre da própria Constituição, o desenvolvimento nacional e tecnológico igualmente. Por isso, não há que se cogitar um em detrimento do outro, ainda que em situações limítrofes, como ocorre com a utilização de dados sensíveis. A ponderação continua sendo a chave para a solução deste aparente conflito e a LGPD traz parâmetros para tanto. Noutro passo, a sanção continua como mecanismo forte de coerção para o descumprimento de normas e a LGPD é emblemática ao impor penalidades significativas, que vão desde simples advertências até aplicação de multas que podem chegar a R$ 50 milhões. Nesse viés, a legislação é comumente vista como um mero ônus empresa rial, ma is uma dentre as dezenas de burocracias que devem ser cumpridas. Ocorre que, mais do que uma obrigação, a conscientização acerca do tema possui diversas dimensões, dentre elas o interesse dos próprios empresá rios, com impacto, inclusive, no ativo empresarial. Os riscos de não adequação são altos, envolve inclusive danos à reputação das empresas. No entanto, evitar que esses riscos se concretizem não é o único motivo para investir na conformidade. A implementação de um bom programa de proteção de dados cria e fortalece o vínculo de confiança entre os titulares e a instituição, gerando uma grande vantagem competitiva. Segundo estudo internacional realizada pela CISCO, investir em privacidade gera efetivamente retorno monetário. A pesquisa revela que a média do retorno de investimento (ROI – return on investment) é de 2,7. O Brasil está entre os países com maior ROI: 3,3. Isto quer dizer que a cada US$1 investido a empresa recebe US$3,30 de retorno. Desta forma, é importante enxergar a LGPD como uma oportunidade de negócios,

uma janela de oportunidade. É indiscutível que esta mos migrando para uma economia da informação, sendo primordial a percepção de que questões de privacidade tra zem retornos efetivos. Portanto, os titulares dos dados não são os únicos beneficiados pela proteção dos dados. Uma empresa que esteja adequada às normas poderá de forma efetiva e segura utilizar os dados a seu favor, diferenciando-se de seus concorrentes e fidelizando seus clientes, que estão cada dia mais conscientes e vigiantes sobre seus direitos. Ainda, a LGPD esta belece a responsa bilidade solidá ria, abrangendo todos os que estão na cadeia do fluxo dos dados, desde sua coleta a té o seu armazenamento. Isto gera um efeito viral: nenhuma empresa irá aceitar o risco de contratar com quem não esteja adequado. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) indica que quase 40% das 207 organizações entrevistadas reconhecem que não estão plenamente adequadas à legislação. Há muito ainda a ser feito. O sistema Fiems sempre tratou a privacidade como um tema especial. Nos últimos meses estamos realizando um trabalho profundo para que estejamos integralmente adequados às últimas normas de proteção de dados, especialmente a Lei Geral de Proteção de Dados. Para tanto não medimos esforços pessoal e técnico para implementar as melhores práticas de governança e proteção de dados. A Fiems acredita que a conscientização é a melhor forma de prevenir violações à privacidade. Por isso, nos próximos meses realizaremos uma campanha de conscientização, com lançamento de cartilha, vídeos e treinamentos. Privacidade é um direito e um dever de todos! (*) Maria Gabriela L. de Vasconcelos é advogada e Data Protection Officer do Sistema Fiems MS INDUSTRIAL | 2021 • 41


SENAI

NOVOS CAMINHOS PARA A EDUCAÇÃO FIEMS e Governo do Estado firmam convênio para levar cursos técnicos a alunos do Novo Ensino Médio em MS

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Sistema FIEMS (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) e o Governo do Estado assinaram um convênio pa ra oferecer cursos técnicos do SENAI a alunos do Novo Ensino Médio em cinco municípios sul-matogrossenses. A parceria vai atender inicialmente 1,5 mil estudantes até 2024 nas cidades de Aral Moreira, Bataguassu, Cassilândia, Jaraguari e Ponta Porã. Os cursos oferecidos foram definidos pela Secretaria Estadual de Educação (SED), de acordo com o perfil socioeconômico e as demandas de cada município. As opções são: Agronegócio, Administração e Informática para Internet. Serão investidos R$ 1,17 milhão ao longo de três anos, com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). O convênio foi assinado na Governadoria, em Campo Grande, pelo governador Reinaldo Azambuja; presidente da FIEMS, Sérgio Longen; secretária estadual de Educação, Ma ria Cecília Amendola da Motta; presidente da Assembleia Legisla tiva, Paulo Corrêa; e diretor-regional do SENAI, Rodolpho Caesa r Mangialardo. MAIS CIDADES - Sérgio Longen afirmou que a intenção é expandir o convênio para atender um número

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SOBRE O NOVO ENSINO MÉDIO O Novo Ensino Médio começa a ser implementado oficialmente este ano nas escolas. Entre as principais mudanças, está a ampliação da carga horária para pelo menos cinco horas diárias. É um modelo de aprendizagem que permite ao jovem optar por uma formação técnica e profissionalizante durante o ensino médio regular. Para o aluno, a modalidade traz uma nova organização do conteúdo, mais flexível e de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As disciplinas tradicionais dão lugar a áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, o que representa 60% da grade curricular. Os demais 40% ficam a cargo dos chamados itinerários formativos.

cada vez maior de estudantes sulmato-grossenses. “Vamos iniciar o piloto em cinco municípios, mas a intenção é que a gente avance para todos os municípios de Mato Grosso do Sul, pois temos uma demanda enorme na qualificação profissional. Integrar educação e qualificação profissional é algo que

me deixa muito feliz”. Reinaldo Azambuja enalteceu a importância da parceria firmada com o Sistema FIEMS e chamou atenção para a necessidade de aproveitar as oportunidades com a chegada de novas empresas a Mato Grosso do Sul. “A gente construiu desde, 2015, uma virada

de página na questão industrial do Estado. Modernizamos a nova lei de incentivos e construímos uma política duradoura e transparente para todo o segmento industrial do Estado. Hoje a gente colhe os resultados. Agora, a gente precisa qualificar a mão de obra para não perder os melhores empregos”. Maria Cecília explicou que a escolha de cursos e municípios atendidos foi feita por meio de critérios técnicos e muito diálogo com todos os envolvidos. “Conversamos com prefeitos, vereadores, empresários, diretores de escolas, e dessa conversa saiu a lista de demandas específicas de cada município. Nosso objetivo é evita r a evasão escola r e desenvolver os talentos dos jovens. Por isso, é um sonho muito grande o que estamos fazendo”. EQUIPE PEDAGÓGICA Segundo o diretor-regional do SENAI, o convênio irá facilitar a realização das aulas práticas necessá rias à formação dos estudantes, visando mais qualidade ao ensino, evitando a evasão dos jovens e fixando o egresso em seu município de origem. “Serão disponibilizados la bora tórios móveis, que ficarão estacionadas em frente à escola, nos municípios onde não exista unidade do SENAI. Além disso, todo o ma terial pedagógico e os profissionais de educação serão oferecidos pela instituição”.

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SINDICATOS Sindicato

Presidente

Telefone

E-mail

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE CORUMBÁ - SIACO CORUMBÁ

Edis Gomes da Silva

99987-1604

edis@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS EXTRATIVAS DE CORUMBÁ - SINDIECOL CORUMBÁ

Irma Tinoco Atagiba Asseff

99925-8687

irma.lindinha@hotmail.com

Alfredo Fernandes

99983-8477

aefe@terra.com.br

Lenise de Arruda Viégas

99962-2471

la_viegas@hotmail.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DE CORUMBÁ - SINDICOM CORUMBÁ

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DE CORUMBÁ - SINDIVESC CORUMBÁ

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE CORUMBÁ - SIMEC

Marcelo de Carli

98126-5758

postofronteirao@terra.com.br

CORUMBÁ

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SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS INDÚSTRIAS DA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE MS - SINDUSCON CAMPO GRANDE

Amarildo Miranda Melo

3387-8884 3387-1608

SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO, TECELAGEM E FIAÇÃO DE MS - SINDIVEST CAMPO GRANDE

José Francisco Veloso Ribeiro

3324-1963

sindivestms@fiems.com.br veloso@fiems.org.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DO ESTADO DE MS - SIMEMAE CAMPO GRANDE

Nilvo Della Senta

3324-1963

simemae@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDIGRAF CAMPO GRANDE

Altair da Graça Cruz

3325-6161

sindgraf@uol.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DO ESTADO DE MS - SINDEPAN CAMPO GRANDE

Marcelo Alves Barbosa

3324-1963

sindpan@fiems.com.br

SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS IND. DE MÓVEIS EM GERAL, MARCENARIAS CARPINTARIAS, SERRARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRAS, DE CORTINADOS E ESTOFADOS NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDMAD CAMPO GRANDE

Antônio Carlos Nabuco Caldas

3324-1963

sindmadms@fiems.org.br

superintendencia@sindusconms.com.br


Sindicato

Presidente

Telefone

E-mail

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FABRICAÇÃO DO ÁLCOOL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDAL CAMPO GRANDE

Roberto Hollanda

3324-3499

roberto.hollanda@biosulms.com.br erico.paredes@biosulms.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FABRICAÇÃO DO AÇÚCAR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDAÇUCAR CAMPO GRANDE

Roberto Hollanda

3324-3499

roberto.hollanda@biosulms.com.br erico.paredes@biosulms.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA DE PEQUENO E MÉDIO - SINERGIA CAMPO GRANDE

Roberto Hollanda

3324-3499

roberto.hollanda@biosulms.com.br erico.paredes@biosulms.com.br

SINDICATO DAS EMPRESAS DO VESTUÁRIO INDUSTRIAL DA REGIÃO SUL DO MS - SINVESUL DOURADOS

Gilson Kleber Lomba

3421-5995

sinvesul@hotmail.com

Fabricio Berton

3324-1963

sindiplastms@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PAPEL E CELULOSE DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINPACEMS CAMPO GRANDE

Élcio Trajano

3324-1963

sinpacems@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SILEMS CAMPO GRANDE

Milene de Oliveira Nantes

3324-1963

silems@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FRIO, CARNES E DERIVADOS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SICADEMS CAMPO GRANDE

Ivo Cescon Scarcelli

3383-1511

sicadems.ind@gmail.com

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICAS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDICER CAMPO GRANDE

Natel Henrique Farias de Moraes

3324-1963

sindicer.ms@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CALÇADOS DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SINDICAL CAMPO GRANDE

João Batista Camargo

3324-1963

sindicalms@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - SIAMS CAMPO GRANDE

Sérgio Marcolino Longen

3324-1963

sindicato@siams.org.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DOS VESTUÁRIO, TECELAGEM E FIAÇÃO DE TRÊS LAGOAS - SINDIVESTIL TRÊS LAGOAS

Marcelo Galassi

3324-1963

sindivestms@fiems.com.br

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PLÁSTICOS E PETROQUÍMICAS DE MATO GROSSO DO SUL - SINDIPLAST

CAMPO GRANDE

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IEL

Estágio

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IEL vai capacitar, gratuitamente, estagiários em educação financeira, trabalho em equipe e postura profissional

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O

Estágio Tá On” é o programa ideal pa ra quem está em busca de oportunidades, deseja desenvolver habilidades e trilhar uma carreira de sucesso. Além de integrar os estudantes às empresas por meio do estágio, neste ano, o IEL vai capacita r, gra tuita mente, os estagiários nas temáticas de educação fina nceira, tra balho em equipe e postura profissional. O superintendente do Instituto, Silvio Ma rães, enfa tiza que o estágio supervisionado é o foco do IEL em 2022, ano em que as empresas ma is do que nunca vão necessita r de profissionais em todas as á reas pa ra retomada das atividades. São mais de 400 vagas disponíveis para os candidatos interessados. “Temos grandes desafios e o IEL está pronto para a uxilia r os empresá rios em suas a tividades, seja na indústria, comércio ou serviços. Por isso, cria mos o progra ma “O Estágio tá on”, que além de fazer essa integração, vai preparar esses estudantes para atuarem no mercado profissional em á reas estratégicas”, afirmou Silvio Marães.

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Presente a tualmente em 58 municípios sul-ma togrossenses, o IEL pretende expa ndir a inda ma is o progra ma de estágio com inscrições facilitadas e um conta to direto com os ca ndida tos a uma vaga de estágio, além de construir a ponte entre a instituição de ensino, o estuda nte e a empresa que abrigará o novo talento. Conecte-se com empresas que estão em busca de novos talentos O estudante deve ter idade mínima de 16 a nos, esta r matriculado e frequentando o ensino regular em instituições de Ensino Superior, educação profissional, Ensino Médio, educação especial ou os anos finais do Ensino Fundamental ou a inda na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos (EJA). E o mais importante de tudo: ter boa vontade e visão de futuro. Para os interessados que a tendem ao perfil, basta acessa r o link https:// comunicacao.ms.iel.org. br/estagio-ta-on e fa zer a inscrição.

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S ES I

INCLUSÃO DIGITAL PARA TERCEIRA IDADE 52 •

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Programa 60+ amplia o acesso dos idosos às facilidades que a tecnologia oferece

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C

om o objetivo de levar inclusão digital para a terceira idade, a mplia ndo o acesso dos idosos às facilidades que a tecnologia oferece, o Sistema FIEMS, por meio do SESI, lançou o Programa 60+. Voltado para pessoas com mais de 60 anos, a ideia é proporcionar benefícios como estímulo às habilidades sociais, promoção de experiências educativas com uso da tecnologia e aumento da qualidade de vida. Segundo o presidente da FIEMS, Sérgio Longen, os processos estão cada vez mais digitais e um curso que ajude idosos a utilizar melhor as novas tecnologias é fundamental. “Assim que me apresentaram o projeto, eu adorei, porque faço parte da população com mais 60 anos e sei da dificuldade da nossa geração para entender e conhecer de mídias sociais”, afirmou. Ainda de acordo com o presidente da FIEMS, o Sistema Indústria realizou uma pesquisa que apontou que quem mais utiliza a internet são os jovens e aqueles que não fazem parte dessa geração têm mais dificuldade em fazer essas operações digitais. “Hoje a gente consegue fazer tudo pela internet, como compra de medicamentos, de supermercado, agendar consultas e uma série de outros serviços. Sabemos que muitas pessoas não estão familiarizadas com essas tecnologias e nossa intenção foi busca r esse projeto pa ra atendermos essa demanda, porque a inclusão digital é fundamental”, completou Longen, reforçando que o Projeto 60+ será ofertado de forma totalmente gratuita nos municípios onde há Biblioteca da Indústria do Conhecimento do SESI. O la nça mento do projeto foi realizado na Biblioteca da Indústria do Conhecimento do

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SESI de Ladadário. O prefeito Iranil de Lima Soares contou que foi aluno do SENAI e reconhece a importância do Sistema S para a qualificação das pessoas. “Eu agradeço pela vida do Sérgio Longen, pelo cuidado e carinho que tem tido com a nossa população. Esse projeto vai ajudar ainda mais as pessoas que moram aqui em Ladário, principalmente aquelas com mais de 60 anos, que poderão ter acesso às tecnologias”, salientou. O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destacou que o Projeto 60+ é fundamental para garantir o acesso à cidadania de toda a população. “Queria ressaltar que nos últimos anos, o Governo do Estado lançou 64 aplicativos diferentes, que servem para agendamento de consultas, de testes de covid-19, para acessar e pagar conta de energia, para conferir os serviços do Detran/ MS. Ou seja, não tem mais como as pessoas não se relacionarem com aplicativos e quando vocês da FIEMS apresentam um projeto de inclusão digital, vocês também ajudam a garantir o acesso à cidadania dessas pessoas que hoje têm dificuldade de utilizar as tecnologias”, comentou. Também presente no evento, o deputado estadual Paulo Duarte pediu que a população participe do Projeto 60+. “Esse projeto é para vocês que têm mais de 60 anos. Não tenham medo das tecnologias e aproveitem esse curso e tudo o que esse programa tem a oferecer. Também quero agradecer à FIEMS pela abertura de um drive-thru de testagem para covid-19, que é fundamental para ajudar a região de Ladário e Corumbá no combate à pandemia. Queremos fazer ainda várias parcerias com o Sistema Indústria para ajudar cada vez mais nossa população”, disse.

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DICAS

CONTRATAÇÃO CERTA IEL dá 5 dicas para você se dar bem na entrevista de estágio

O estágio pode ser a gra nde oportunidade para iniciar uma carreira profissional de sucesso. Além de aprender uma nova função, o estágio é a chance de aperfeiçoar o conhecimento adquirido na graduação e também de desenvolver novas habilidades. É importante lembrar que

o momento da entrevista é crucial para que o recrutador identifique, no candidato, o perfil ma is adequado para a vaga e também se o estudante atende aos quesitos necessários para a função. Pensando nisso, o IEL preparou cinco dicas valiosas para o candidato se dar bem na entrevista de estágio. CONFIRA:

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ESTUDE SOBRE A EMPRESA, CONHEÇA O RAMO DE ATUAÇÃO E OS VALORES DELA

TUDO COMEÇA COM UM BOM CURRÍCULO, NÃO MINTA E SEJA OBJETIVO

Pense que o currículo é a sua apresentação para alguém que não faz ideia de quem você é e a primeira impressão é a que fica. O recrutador, no momento da entrevista, já terá uma visão preliminar do seu perfil através das informações que estão no seu currículo. Seja objetivo e coloque as informações que são relevantes para a vaga específica. Não adianta “encher linguiça” para impressionar se aquelas informações não fizerem sentido para a vaga pretendida. Fale das suas habilidades, trabalhos voluntários e mantenha os dados pessoais sempre atualizados, principalmente os utilizados para fazer contato com você, como telefone e e-mail. Lembre-se de que todas as informações serão confrontadas no momento da entrevista.

CONHEÇA SEUS PONTOS FORTES E FRACOS

Analise a empresa a ntes da entrevista. Conheça sobre o ramo de atuação dela no mercado, os principais produtos ou serviços, quais os valores e pilares da organização e como você pode agregar enquanto estagiário. Mostre interesse e que pesquisou sobre os interesses da corporação durante a entrevista. Isso vai contar valiosos pontos com o recrutador.

É importante conhecer os seus pontos fracos e fortes em relação ao seu perfil, atuação, experiência e capacidade de aprender e conviver em equipe. Mostre ao recrutador proatividade e valorize seus pontos positivos. O mais importante é deixar claro que está aberto a novas experiências e aprendizado, que está disposto a somar ao time e fazer a diferença durante a oportunidade de estágio.

PREPARE-SE! PARA ISSO VALE ATÉ FALAR COM O ESPELHO

Na entrevista de estágio, o recrutador vai analisar seu perfil. A empresa precisa entender quais as suas pretensões e habilidades, por isso seja sincero quando falar sobre você e o que deseja alcançar com a nova oportunidade. Não tenha medo de falar sobre suas habilidades, vale treinar com amigos e até mesmo diante do espelho, o importante é treinar e estar seguro quando chegar a hora da entrevista.

DEMONSTRE CONFIANÇA E PROATIVIDADE

A gerente de gestão e negócios do IEL, Jackeline Magalhães, ressalta que as empresas buscam um perfil que tenha comprometimento e disponibilidade para aprender e contribuir com o contexto organizacional. O candidato que conseguir demonstrar isso durante a entrevista de estágio tem grande chance de conquistar a vaga que pode ser a grande oportunidade para a carreira de sucesso que ele tanto almeja. “O recrutador estará de olho em todos os detalhes no momento na entrevista, desde a pontualidade, comportamento e comprometimento do candidato, demonstre segurança e esteja atento a todos os itens citados nas dicas”. APRENDEU?

Agora é partir para o sucesso. MS INDUSTRIAL | 2021 • 57


RADAR INDUSTRIAL

EMPREGO A indústria de Mato Grosso do Sul foi responsável pela abertura de 1.317 postos formais de trabalho no mês de outubro, resultado de 6.712 contratações e 5.395 demissões. Esse foi o maior saldo registrado para o mês desde 2013. Com o resultado, o conjunto das atividades industriais foi responsável por 38% do total de vagas abertas em Mato Grosso do Sul no primeiro mês do ano, ficando atrás somente do setor de Serviços, com 45% do total. As atividades industriais que mais abriram vagas no mês de janeiro foram construção de edifícios (+226), abate de aves (+195), fabricação de açúcar (+184), fabricação de máquinas e equipamentos para transporte e elevação de cargas (+132), obras de infraestrutura (+130), coleta de resíduos não perigosos (+52), curtimento e outras preparações de couro (+51), confecção de peças do vestuário (+41), fabricação de estruturas metálicas (+36), fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada (+32) e fabricação de alimentos para animais (+32). O conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou janeiro de 2022 com o total de 134.147 trabalhadores empregados, indicando um aumento de 1% em relação ao fechamento do ano anterior, quando o contingente ficou em 132.830 funcionários. A atividade industrial responde por 23,7% de todo o emprego com carteira assinada (CLT) existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás do segmento de Serviços, que emprega 215.220 trabalhadores com participação equivalente a 38%, e Comércio, com 137.721 empregados ou 24,3%.

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EXPORTAÇÃO A receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 313,6 milhões em fevereiro de 2022, conforme levantamento do Radar Industrial da FIEMS. Os valores indicam crescimento de 22% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando o valor ficou em US$ 257,5 milhões. Esse foi o melhor resultado já registrado para o mês em toda a série histórica da exportação de produtos industriais de Mato Grosso do Sul. Já no acumulado de 2022 a receita total alcançou US$ 636,9 milhões, proporcionando crescimento de 28% em relação ao mesmo período de 2021, quando o valor ficou em US$ 497,3 milhões. O resultado representa a maior receita já alcançada com a exportação de produtos industriais no período de janeiro a fevereiro. Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 65% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul. Já no acumulado do ano, a participação está em 64%.

PRODUÇÃO INDUSTRIAL Apesar da atividade menos intensa no início do ano, condição comum para o período, a produção industrial de Mato Grosso do Sul seguiu estável na maioria das empresas durante o mês de janeiro, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da FIEMS. O levantamento, realizado entre os dias 1º e 10 de fevereiro, apontou que 60% dos respondentes reportaram estabilidade ou crescimento da produção (42% das empresas com produção estável e 18% com crescimento). Quanto à utilização da capacidade instalada, 52% dos empresários industriais disseram que ela esteve igual ou acima do usual para o mês. Já a utilização média da capacidade total de produção encerrou o mês em 66%.

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QUANTO VOCÊ P A G O U ?

INDICADOR DE ARRECADAÇÃO 2021

mato grosso do sul R$ milhões

Evolução ICMS

2022

1.247 1.198 1.046

JANEIRO

1.158 1.015

1.173

1.156

FEVEREIRO

MARÇO

Janeiro a dezembro de 2021

r$ 13.831.325.628

ABRIL

1.235

1.251

1.121

1.069

1.074

1.237

1.207

JUNHO

MAIO

janeiro a fevereiro de 2021

JULHO

AGOSTO

SETEMBRO

janeiro a fevereiro de 2022

r$ 2.061.372.800

r$ 2.355.580.078

OUTUBRO

NOVEMBRO

Variação No período

DEZEMBRO

14,27%

Fonte: Boletim de arrecadação de tributos estaduais - CONFAZ / Minstério da Economia. Elaboração: SFIEMS COEP

EXPECTATIVA DO MERCADO • DESEMPENHO ESPERADO EM 2021 FEVEREIRO (11/02)

Índice oficial de inflação - IPCA (%)

6,45

5,50

Aumento (piora)

Taxa de câmbio fim de período (R$/US$)

5,30

5,58

Queda

Taxa básica de juros Selic fim de período (%a.a.)

12,75

12,25

Aumento (piora)

PIB (% do crescimento)

0,49

0,30

Aumento (melhora)

59,00

60,00

5,61

4,99

Investimento Direto no País (US$ Bilhões) Inflação dos Preços Administrados (%)

Fonte: Banco Central do Brasil - Boletim Focus de 11 de Março e 11 de Fevereiro.

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COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO AO MÊS ANTERIOR

MARÇO (11/03)

VARIÁVEIS

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Queda (piora)

Aumento (piora)


Quem te conhece EM RIO NEGRO, INDÚSTRIA ZANIR FURTADO PRODUZ BOLSAS EXCLUSIVAS COM COURO DE GADO PANTANEIRO “O couro do gado pantaneiro é um dos melhores do mundo”. Com essa informação a empresária Zanir Furtado decidiu abrir, no município de Rio Negro (MS), a primeira fábrica de bolsas de Mato Grosso Sul, que leva seu nome. A matéria prima utilizada na produção não poderia ser outro a não ser o couro de gado pantaneiro. A empresária conta que já morava em Brasília (GO) havia 10 anos quando decidiu investir em Mato Grosso do Sul. “Eu nasci em Rio Negro e minha família ainda mora aqui, então eu conheço a cidade e sei do seu potencial. No entanto, sempre percebi que esse

potencial era pouco desenvolvido e não havia oportunidades para quem vive aqui. Então quando surgiu a ideia de ampliar meus investimentos, decidi que seria aqui que instalaria minha fábrica, para gerar emprego na minha região”, explica. A indústria Za nir Furtado foi inaugurada em dezembro de 2020, em plena pandemia, e hoje já emprega 18 pessoas diretamente. A fábrica produz bolsas exclusivas, inspiradas na natureza. “Eu devo ter mais de 15 modelos já. Isso porque, em uma das coleções, tivemos apenas 10 exemplares, em quatro cores diferentes, de um mesmo

modelo. Prezamos pelo produto de qualidade, com bom acabamento e pela exclusividade também”. Neste ritmo, hoje a fábrica produz em média quatro bolsas e meia por dia, mas o objetivo é ampliar cada vez mais. Ainda segundo Zanir Furtado, a ideia é também trabalhar com outros materiais além do couro de gado pantaneiro, como couro de jacaré, avestruz e peixes. As vendas são realizadas de forma online pelo site https:// www.zanirfurtado.com.br/ e pelo WhatsApp (67) 9944-5146

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A RT IG O

PRIVATIZAÇÕES SÃO ESSENCIAIS PARA RETOMADA DO CRESCIMENTO BRASILEIRO - R O B S O N B R A GA D E A ND R A D E Empresário e presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Há quase três décadas, o Brasil iniciou o processo de desestatização de a tivos públicos, em gra nde parte de bens e empresas no setor de infraestrutura. A expa nsão da participação privada, além de melhorar a eficiência e a cobertura na prestação dos serviços, se contrapôs à progressiva redução da capacidade de investimento governa mental, agravada pela crise fiscal e econômica dos últimos anos. Atualmente, os recursos privados respondem por 70% dos cerca de R$ 130 bilhões investidos por ano nas diferentes áreas da infraestrutura brasileira. Em 2010, essa participação era de apenas 46%. O capital privado impediu que a queda nos investimentos em infraestrutura fosse ainda mais pronunciada nesse período. A expansão do capital privado foi alcançada graças a uma série de iniciativas: a aprovação da Lei de Concessões de 1995; a criação das agências reguladoras, no início dos anos 2000; e a instituição do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), em 2016. O PPI combateu uma antiga deficiência do poder público na estruturação, elaboração de estudos e implementação de projetos de infraestrutura para a desestatização. Entre 2017 e 2021, União, estados e municípios assinaram mais de 600 contratos para a exploração privada de empreendimentos em diferentes setores. Os números revelam que o Brasil possui um dos maiores programas de transferência de ativos públicos de infraestrutura em todo o planeta. Hoje, o capital privado opera 44 aeroportos federais, 367 terminais e áreas portuárias arrendadas ou autorizadas, 30 mil quilômetros de ferrovias, e 24,7 mil quilômetros de rodovias (12% da malha pavimentada do Brasil). Também merece destaque a crescente operação privada de áreas para a exploração de petróleo e gás, de distribuidoras e geradoras de energia elétrica, e de segmentos de telecomunicações e de saneamento básico. O saneamento é a boa novidade na programação das privatizações. Os leilões que aconteceram após a aprovação do Novo Marco Legal do setor (Lei n.º 14.026/2020) foram todos

bem-sucedidos, com destaque para a privatização da Companhia Estadual de Água e Esgoto do Rio de Janeiro (Cedae), que arrecadou R$ 22,6 bilhões em outorga e foi considerado um dos maiores leilões de infraestrutura dos últimos anos. Nesse segmento, ainda há um longo trabalho pela frente, pois apenas 515 municípios são atendidos por empresas privadas. Os investimentos em saneamento, além de alavancar a economia local por meio da geração de empregos e de renda, têm efeito multiplicador em uma longa cadeia produtiva, com ênfase em serviços de engenharia e construção civil, produtos químicos, produtos de metal para reservatórios e tubos, que, por sua vez, serão demandantes da indústria de aço e alumínio. Há, também, aumento na procura pela fabricação de produtos de plástico e borrachas, assim como na indústria de materiais não metálicos (cimento e concreto). A continuidade e o aprofundamento das concessões e das privatizações são primordiais para intensificar o processo de recuperação econômica e auxiliar na pavimentação de um novo ciclo de crescimento com base na expansão do investimento privado. Ainda em 2022, são aguardados os leilões dos últimos 16 aeroportos federa is geridos pela Infraero, além da desestatização da primeira administração de um porto público, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa). O certame servirá de modelo para a transferência ao setor privado das demais Companhias Docas do país, incluindo o Porto de Santos. Essas empresas públicas são marcadas por ineficiências administrativas e dificuldades na realização dos investimentos em infraestruturas portuárias essenciais à competividade do produto nacional. A redução na quantidade de empresas públicas no país é essencial pa ra reequilibra r as contas do governo e retomar a capacidade de investimento do Estado. Apenas no âmbito federal, existem, hoje, 155 estatais – eram 230 em 2016. O total considerável de companhias ainda sob gestão governamental revela que há espaço para novas desestatizações, especialmente na área

de infraestrutura. Entre as desestatizações previstas para os próximos anos, a principal é a do Grupo Eletrobras. Trata-se da maior holding do setor elétrico da América Latina e uma das cinco maiores geradoras hidrelétricas do mundo em capacidade instalada. Além disso, a empresa detém mais de 30% da geração do Brasil e mais de 70 mil quilômetros de linhas de transmissão. O processo de desestatização da Eletrobras é muito importante para o país. A empresa precisa realizar os investimentos necessários sem as amarras do controle público e com a agilidade do setor privado. O processo avança na direção de libertá-la de possíveis ingerências políticas, que tantos prejuízos já causaram a ela e ao Brasil. Atualmente, 67% do mercado de geração de energia elétrica já é operado por empresas privadas. Não existe falha de mercado que justifique a manutenção de uma empresa estatal no setor. Essa grande desestatização está inserida no contexto de reforma estrutural do setor elétrico brasileiro. O atual modelo tem apresentado claros sinais de desgaste. Problemas no planejamento e na gestão dos mercados desestabilizaram o setor, gerando custos adicionais, crescente judicialização e enormes passivos financeiros que recaem sobre os consumidores. Hoje, dois projetos de lei (PL nº 1.917/2015 e PL nº 414/2021) tramitam no Congresso Nacional e, ambos, com os aperfeiçoamentos necessá rios, serão capa zes de promover as transformações de que o país precisa nessa área. Apesar dos avanços observados e da ambiciosa agenda de desestatização prevista, não devemos subestimar a complexidade do processo e os obstáculos nos próximos anos. Essa pauta deverá perdurar por ao menos mais uma década, havendo vontade política de avançar e compreensão da sociedade de sua importância. Não há outro caminho: a superação do baixo nível de investimentos em infraestrutura depende da consolidação do processo de desestatização como uma prioridade de Estado.

O conteúdo publicado nesta página é de inteira responsabilidade do autor e as opiniões no texto não representam o posicionamento do Sistema Fiems 62 •

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