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05 Painel digital
SUMÁRI O
06 diretoria 07 editorial 08 charge 09 entrevista 12 Fala, indústria 24 giro da indústria 54 dicas 56 cultura da indústria 57 gadgets 60 quanto você pagou? 62 artigo capa
30 uma nova esperança Setor produtivo está otimista com renovação do Congresso Nacional.
61 quem te conhece que te compre
14 inovação Em Dourados, Laticínio lança primeiro leite tipo A em garrafa do Estado.
26 geral Presidente da Fiems defende criação de frente parlamentar para debater veto a novas indústrias
46 iel Curso forma auditores para integrantes do PQF
Linha de produtos da PH Cosmetics usa óleo da semente de bocaiuva nanoencapsulado
50 sesi Escola do Sesi foi escolhida para implantar modelo que vai revolucionar a educação
42 senai 20 FIEMS Em posse do presidente da OAB/MS, Longen destaca ações em parceria com a instituição.
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Cansou de pagar caro pela energia elétrica? Placas fotovoltaicas são a solução para reduzir o valor da sua conta
58 radar industrial Fique por dentro dos indicadores do setor industrial de MS
PAINEL DIGITAL
SISTEMA FIEMS NA REDE Fique por dentro dos nossos destaques nas redes sociais
Um challenge desse hem? Nos últimos 10 anos investimos em inovação, qualidade e educação para vivermos o futuro agora! #Senai #10yearschallenge
TOP
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, relembrou as diversas ações realizadas em parceria entre as duas instituições, e espera que os trabalhos em conjunto se intensifiquem ainda mais.
Chega um momento na vida em que é preciso enxergar outros caminhos :D
Eles são nosso ORGULHO! Confira no álbum MAIS alunos das escolas do Sesi aprovados na universidade. Parabéns, pessoal!
Faça estágio com o IEL e mude seu foco para o futuro. #DicasIELMS Orgulho
Parabéns a todos os alunos aprovados em vestibulares conforme diz o anúncio.... Tanto esses que passaram em universidades públicas quanto aos que passaram em universidades particulares.... Que tb são alunos do SESI e merecem tb reconhecimento do seu esforço!
Parabéns
Sem o SESI essa conquista seria quase impossível, agradeço muito por tudo que vivenciei e por tudo que aprendi !
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D I RET ORI A
S IS TE MA F I E M S Diretor Corporativo: Cláudio Jacinto Alves Diretor Executivo: Anatole Verlaine Etges Superintendente do Sesi/MS: Bergson Henrique S. Amarilla Diretor Regional do Senai/MS: Rodolpho Caesar Mangialardo Superintendente do I EL/MS: José Fernando Gomes do Amaral
Revista da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul Diretor de Comunicação: Robson Del Casale (DRT/MS 064) Chefe de Redação: Daniel Pedra (DRT/MS 088) Jornalistas: Flávia Melo (MTB/MS 1032) Zana Zaidan (MTE/MS 1255) Fotos: Ademir Almeida, JJ Cajú, Nilson de Figueiredo, Ricardo Flores, Valdenir Resende e Dicom/Fiems Endereço: Avenida Afonso Pena, 1.206 - 2º Andar Bairro Amambaí - Campo Grande/MS - 79.005-901 E-mail: unicom@sfiems.com.br Site: www.fiems.com.br Fone: (67) 3389-9017 As opiniões contidas em artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente o posicionamento do Sistema Fiems Revista Mensal - 10 mil exemplares
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Presidente: Sérgio Marcolino Longen 1° Vice-Pres.: Alonso Resende do Nascimento 2° Vice-Pres.: José Francisco Veloso Ribeiro 3° Vice-Pres.: Ivo Cescon Scarcelli 1º Vice-Pres Regional: Luiz Cláudio Sabedotti Fornari 2° Vice-Pres Regional: Sidnei Pitteri Camacho 3º Vice-Pres Regional: Lourival Vieira Costa 4º Vice-Pres Regional: Roberto José Faé 5º Vice-Pres Regional: Gilson Kleber Lomba 1° Secretário: Cláudia Pinedo Zottos Volpini 2° Secretário: Juarez Falcão Alves 3° Secretário: Irineu Milanesi 1° Tesoureiro: Altair da Graça Cruz 2° Tesoureiro: Edis Gomes da Silva 3° Tesoureiro: Milene de Oliveira Nantes Diretores Lenise de Arruda Viegas Edemir Chaim Asseff João Batista de Camargo Filho Ligia Queiroz de Brito Machado Kleber Luiz Recalde Isaías Bernardini Antônio Breschigliari Filho Julião Flaves Gaúna Marismar Soares Santana Marcelo De Carli Ferreira Marcelo Alves Barbosa Zigomar Burille Marcelo Galassi Osvaldo Fleitas Centurion Antônio Carlos Nabuco Caldas Nilvo Della Senta Conselho Fiscal Efetivos: Sandro Luiz Mendonça José Paulo Rímoli Silvana Gasparini Pereira Suplentes: José Aguilar Monteiro Edson Germano Irma Tinoco Atagiba Asseff Delegados junto à CNI Efetivos: Sérgio Marcolino Longen Roberto José Faé Suplentes: Irineu Milanesi Alfredo Fernandes
ED ITOR I A L
TE M P O DE E S P E R A N ÇA
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s novos senadores e deputados federais foram eleitos no ano passado em um pleito marcado pela negação à velha política e suas práticas. As eleições demonstraram a rejeição da população com os chamados políticos tradicionais, e o fruto disso foi a construção de um novo Congresso Nacional, que renovou em 52% a Câmara dos Deputados e em 85% o Senado, contabilizando as 54 vagas colocadas em disputa na Casa de Leis. Agora, com o início dos trabalhos do Congresso Nacional, o desafio é enorme, pois os parlamentares terão de votar as reformas tão necessárias para a retomada do crescimento econômico brasileiro. A princípio, é muito positiva a ação política construída até o momento para Mato Grosso do Sul. Até porque, na renovação nós tivemos um avanço nas posições que envolvem os nossos congressistas, que vão desde dois importantes ministérios conquistados – Tereza Cristina na Agricultura e Mandetta na Saúde – até o fato de os nossos três senadores estarem presidindo importantes comissões no Senado Federal. Além da bancada federal renovada e com muita expectativa sobre a votação de grandes projetos, Mato Grosso do Sul passa a figurar no cenário nacional com um papel de destaque e não de coadjuvante. Entendo que o grande gargalo ainda é a questão do pacto federativo,
como bem lembrou o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), aconselhando evitar a judicialização de tudo. É sabido que, entre os grandes problemas do País, é a falta de uma legislação esclarecedora que acaba por contribuir para a judicialização das coisas. Entendo que, com o Congresso Nacional legislando mais e melhor, vamos diminuir essa interferência do Judiciário na sociedade como um todo. O industrial brasileiro está otimista, o povo brasileiro está otimista, o cenário político está otimista. Então a sociedade como um todo avalia um novo Brasil, uma nova página da nossa história. Nessa linha de otimismo, esperamos construir mais ações inovadoras, projetos inovadores e que o Brasil realmente avance no desenvolvimento. Os avanços na atividade econômica farão com que novos empregos sejam gerados, então precisamos trabalhar cada vez mais unidos e com legislações melhores que tragam mais oportunidades para todos nós. Enfim, vivemos um tempo de esperança!
SÉRGIO LONGEN Presidente do Sistema Fiems
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ENTREVISTA
PAULO CORRÊA
PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA “As pessoas querem as soluções e as respostas do poder público para os seus problemas de forma imediata”
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residente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul durante o biênio 2019-2020, o deputado estadual Paulo Corrêa, que está em sua sétima legislatura, tem 61 anos de idade e uma trajetória política
marcada por sua luta em defesa do meio ambiente, industrialização, desenvolvimento sustentável, saúde da mulher e defesa do consumidor. Engenheiro Civil, iniciou sua vida pública como Secretário de Estado de Habitação no Governo MS INDUSTRIAL | 2019 • 9
Pedro Pedrossian, em 1991. Na Assembleia Legislativa já ocupou o cargo de primeiro-secretário (2011-2012), presidiu quatro CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito), participou como membro de outras duas e integrou diversas comissões permanentes da Casa. Em entrevista exclusiva à revista MS Industrial, falou sobre os desafios de presidir o legislativo estadual e as pautas que deverão ser prioridade em sua gestão, além de reforçar a importância da industrialização de Mato Grosso do Sul. Quais as expectativas e desafios para a nova gestão da Assembleia Legislativa? Primeiro entender a Casa, porque é uma missão bem difícil. Então é importante entender a máquina, analisar o que está funcionando bem e manter e o que não está, fazer funcionar. Em segundo lugar vêm os projetos especiais e um que vamos perseguir é o “Papel Zero”, que busca reduzir o consumo de papel com informatização e gerenciamento. A ideia é contribuir com a prevenção do meio ambiente e também agilizar o funcionamento da Assembleia, porque a partir do momento em que temos todas as informações dentro de um sistema de computador, temos a possibilidade de fazer um trabalho muito mais racional. O senhor acredita que a eleição do Bolsonaro demostra que a população quer uma nova forma de fazer política? Sim. Acho que o recado das urnas foi bem claro. É difícil para quem está dentro, como eu, conseguir interpretar muito bem, mas acho que a gente conseguiu entender esse recado. Também acho importante ressaltar que os deputados reeleitos têm um 10 •
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papel fundamental. Eu no meu sétimo mandato e a cada ano eu digo que fiz um vestibular e o que me fez passar foi a confiança da população no meu trabalho. A gente trabalha bastante e eu entendo que quem apresentou pautas importantes para a população e trabalhou por Mato Grosso do Sul voltou. Eu acredito que essa renovação significativa que tivemos aqui na Assembleia se deu muito pela velocidade da informatização. Como você pensa o mundo hoje sem um smartphone, por exemplo? Se pensar que há dez anos não tínhamos
um smartphone como hoje, em que saímos para qualquer lugar conectado. Da mesma forma, a linguagem precisa se adequar a esses novos tempos e isso faz parte desse novo processo. E essa rapidez que a gente tem hoje com o WhatsApp e as redes sociais também chegou ao meio político. As pessoas querem as soluções e as respostas do poder público para os seus problemas de forma imediata e também esperam mais agilidade aqui na Assembleia, então vamos trabalhar para isso aqui também.
“Primeiro, que acho que é patente, precisamos dar uma resposta sobre o custo da energia elétrica. Em segundo lugar vem a questão do meio ambiente, em particular envolvendo a “Cota Zero”. E outra pauta importante são as taxas cartoriais.”
- PAUL O C O R R ÊA Presidente da Assembleia Legislativa
Quais devem ser as pautas prioritárias da sua gestão? Primeiro, que acho que é patente, precisamos dar uma resposta sobre o custo da energia elétrica. Em segundo lugar vem a questão do meio ambiente, em particular envolvendo a “Cota Zero”, super necessária, porque nossos peixes em Mato Grosso do Sul estão acabando, mas que não pode ser feita à revelia de um trade turístico que está existindo. Colocar a cota zero no segundo mês em que vem a liberação da pesca, as pessoas que compraram pacotes ficarão a pé. Então agora vamos estudar isso para montar um cronograma para que a gente chegue ao grande objetivo sem gerar prejuízos para a comunidade. E outra pauta importante são as taxas cartoriais, que foram discutidas até o final do ano passado e não teve mais seguimento, mas precisa ser retomada, porque não tem como você pagar por uma escritura em Mato Grosso do Sul três vezes mais do que é cobrado no Paraná. O senhor foi presidente da Comissão Permanente de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia e trabalhou para a atração de novas indústrias para o Estado. Esse tema continuará sendo tratado como uma das prioridades? Sim e já temos um novo presidente eleito para essa comissão, que é o Capitão Contar, que foi o deputado estadual mais votado das eleições e que eu vou assessorar agora no início, porque entendo a importância da industrialização do nosso Estado e o trabalho que o presidente da Fiems, Sérgio Longen, vem desenvolvendo é louvável, então continuaremos com uma atenção especial à indústria de Mato Grosso do Sul. Não só à indústria,
mas todo o setor produtivo. Como contribuir para a industrialização dos municípios? A nossa lei é a mais avançada do Brasil. A decisão para trazer uma indústria para cá é apenas do empresário, mas nós temos um Estado com a logística definida da ligação bioceânica, possível por porto e ponte em Porto Murtinho, aqui em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai, e Iquique, no Chile e de Iquique para os mercados asiáticos. Isso é um mundo de oportunidades que estão surgindo e não podemos ficar de fora. Não podemos ser só o Estado da passagem, mas ter produção suficiente para atingir esses mercados. O senhor comentou ser favorável à redução de impostos no Estado. Existe alguma sugestão para apresentação de um projeto ainda em 2019? A ideia é que a redução ocorra em qual imposto? Nós fizemos com que a Secretaria de Estado de Fazenda pudesse reestudar e implantar com o governador Reinaldo Azambuja a redução da alíquota do ICMS do diesel de 17% para 12%. Parece que não é nada, mas o consumo de diesel aumentou substancialmente em Mato Grosso do Sul e a receita ficou basicamente igual. Então tudo o que pudermos fazer para reduzir impostos é importante, porque a carga tributária do Brasil é muito alta e aqui no Estado não é diferente. Refazer um estudo sobre o assunto é uma matéria importante e as pessoas que nos leem precisam saber que a Assembleia Legislativa não tem o poder de legislar sobre a matéria, mas queremos manter esse diálogo com o governo sobre setores importantes.
“Entendo a importância da industrialização do nosso Estado e o trabalho que o presidente da Fiems, Sérgio Longen, vem desenvolvendo é louvável, então continuaremos com uma atenção especial à indústria de Mato Grosso do Sul”
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FALA, INDÚSTRIA
A Jucems 100% Digital, por exemplo, foi um avanço enorme, especialmente para os empresários do interior do Estado, além de ir ao encontro da modernização pela qual passam as empresas, que investem cada vez mais na automatização de todos os processos, inclusive os administrativos”. CL A U D I A VO L PIN I Ao ser empossada no Colegiado de Vogais da Jucems como representante da Fiems
A posse do deputado Paulo Corrêa como presidente da Assembleia Legislativa significa um alinhamento com a produção. Desponta uma grande liderança política de Mato Grosso do Sul e a esperança na sequência de diversos projetos pela industrialização do Estado”.
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O que pudermos fazer para reduzir a carga tributária, faremos, além de trabalhar para atrair novas indústrias e interiorizar o desenvolvimento do Estado”. PAULO CORREA deputado estadual Ao assumir a presidência da Assembleia Legislativa
Tenham um sonho e trabalhe. Atitude de campeão é isso. Trabalhar para alcançar os sonhos, a excelência, sempre buscar resultados melhores. São esses os valores que a natação e o esporte ensinam todos os dias.
SÉRGI O LONGEN presidente da Fiems
O mercado hoje busca o profissional maker, que é aquele que entende do assunto e sabe executar corretamente as ações necessárias, e poucas faculdades preparam esse profissional. Geralmente vemos grades curriculares com uma teoria extensa, mas esse contato com a indústria, acredito, que vai ser o grande diferencial do Senai.” M A R CO A URÉ LIO CA N D IA B RA GA presidente da Federação Nacional da Engenharia Mecânica e Industrial Ao visitar a Faculdade do Senai de Campo Grande e conhecer a grade do curso superior de Engenharia Mecânica
GUSTAVO BORGES medalhista olímpico
Ao visitar as escolas do Sesi de Corumbá e Três Lagoas, onde são oferecidas aulas de natação com a metodologia criada pelo atleta
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INOVA ÇÃ O
LATICÍNIO MISSÕES: AGREGANDO INDUSTRIALIZAÇÃO Em Dourados, Laticínio lança primeiro leite tipo A em garrafa do Estado
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Laticínio Missões, localizado no município de Dourados e o único em operação no Mato Grosso do Sul a produzir leite tipo A, iniciou em novembro a comercialização em garrafas de plástico. Uma forma mais prática e confortável de consumir leite do que o chamado saquinho. O leite, distribuído em garrafas de um litro de plástico reciclável, é vendido em supermercados e padarias de Campo Grande e Dourados. Onde clientes também podem encontrar o leite tipo A em saquinho integral e desnatado, creme de leite fresco e nata em potes de 300 gramas cada. A iniciativa de vender leite como em outros países só se efetivou seis anos após a inauguração do laticínio. O proprietário, Lineu Pasqualotto, explica que desde o início a ideia era a comercialização em garrafas de plástico, como frequentemente é vendido o leite tipo A, porém além de charmosa a embalagem é mais cara e exigiu anos de trabalho e reconhecimento do mercado para sair do papel. “Nossa produção é de 3 mil litros por dia desde o início e dividimos isso entre os produtos. Mas para oferecer o leite em garrafa precisamos ganhar mercado primeiro, para que as pessoas pudessem pagar um pouco mais pelo formato diferente”, explica o produtor Lineu. O Laticínio Missões é filiado ao Silems (Sindicato das Indústrias de Laticínios de Mato Grosso do Sul), e de acordo com a presidente Milene Nantes, o lançamento de um novo produto de qualidade mostra o quanto o setor precisa, buscar inovações e estar atento as atualizações nacionais para poder se manter no mercado. “Estamos felizes por ter como filiada uma empresa desse porte, porque também representa um estímulo de crescimento e inovação para as outras indústrias. Além de crescimento para essa cadeia, que é complexa e envolve
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muitos elos, desde o produtor até a indústria e o consumidor”, disse ao lembrar que é necessário que o Governo se mostre solidário à causa. HISTÓRICO - Em 2009, a Agropecuária Missões abriu espaço em meio a lavoura para dar início à pecuária leiteira. Lineu comprou algumas vacas da raça Jersey e começou a vender o leite para uma cooperativa do Paraná, que operava na região. A empresa emitia relatórios mensais sobre a qualidade do leite comprado, mas, inexperiente no assunto, o resultado não fazia muito sentido para o produtor rural. Um dia o relatório atrasou e Lineu foi até a cooperativa para
buscá-lo. “O funcionário me disse que o documento estava atrasado, mas que eu não precisava me preocupar porque o meu leite era de ótima qualidade e poderia até ser vendido como tipo A. Nesse dia eu descobri que o leite era bom, mas eu vendida por um preço muito baixo”, conta. Com a descoberta e a baixa remuneração, Lineu passou a estudar mais sobre o leite até decidir montar o próprio laticínio. Ele conta que “tomou gosto pelo produto”, principalmente pela oportunidade de poder produzir leite de qualidade para a população. “Estruturei o laticínio e em 2013 iniciei a produção do leite em saquinho, integral e desna-
LATICÍNIO EM JATEÍ RETOMA PRODUÇÃO ESTADUAL DE LEITE UHT Em julho de 2018, Mato Grosso do Sul voltou a produzir leite UHT com a inauguração do laticínio Maná, no município de Jateí. O empreendimento que recebeu benefícios fiscais do Estado para se instalar, se comprometeu a gerar 120 empregos em até três anos e produzir 200 mil litros de leite ao dia e 50 mil kg de queijo por mês. Com o fechamento de dois laticínios, em Terenos e São Gabriel, o Maná passa a ser o único do Estado a produzir leite UHT, o famoso leite em caixinha. Estrategicamente, decidiu se instalar na região sul, a que mais produz leite em Mato Grosso do Sul, visto que precisará de uma grande quantia do produto para suprir a demanda. A planta, que inicialmente vai gerar 60 empregos, recebeu investimentos de R$ 26 milhões, sendo R$ 13 milhões financiados em recursos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste). O faturamento inicial previsto é R$ 83,7 milhões ao ano, chegando a R$ 104 milhões em cinco anos. Titular da Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck destaca que mais do que fruto a política de atração de investimentos, o laticínio representa a interiorização do desenvolvimento, levando emprego e renda para uma cidade de 5 mil habitantes. “O leite é um produto importante da agricultura familiar, mas ainda é um desafio em termos de qualidade e volume. Por isso o Governo realiza um trabalho focado na assistência técnica para aumento da produtividade”, explica o secretário, ao lembrar que o empreendimento conta ainda com incentivos fiscais e recursos do FCO. Prefeito de Jateí, Eraldo Jorge Leite afirma que o município recebe com muita alegria o maior laticínio do Estado, que vai fortalecer a cadeia do leite da região. “Temos uma boa bacia leiteira aqui e a empresa vem para expandir a cadeia, gerando mais competitividade e qualidade”, afirma. Proprietário da unidade e outras três no Estado, Cleuner Alves explica que escolheu Jateí para implantar o laticínio de leite UHT devido à bacia leiteira da região. “Conseguimos inaugurar durante a entressafra por que temos um bom estoque e fornecedores fixos de leite na região”, diz ele ao afirmar que a intenção é comercializar a produção em Mato Grosso do Sul.
PROJEÇÃO PARA 3 ANOS LATICÍNIO MANÁ
120
EMPREGOS
200 MIL LITROS DE LEITE AO DIA
50
MIL KILOS DE QUEIJO AO DIA
tado. Depois fui adquirindo mais equipamentos e começamos a fazer creme de leite e nata”, lembra o produtor, ao dizer que no início os derivados eram vendidos em balde, e só em 2015 passaram para potes de 300 gramas cada. O próximo passo foi o leite de garrafa em 2018, junto com a conquista de certificado de Estabelecimento Livre de Brucelose e Tuberculose, reconhecido como o primeiro do Mato Grosso do Sul a receber o documento emitido pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Veg-
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etal) e assinada em conjunto com a Semagro (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e a SFA/ MS (Superintendência Federal de Agricultura). Responsável técnica pela propriedade desde 2012, a médica veterinária Camila Hernandorena da Silva, afirma que fez a adequação do laticínio à Instrução Normativa 62, que dispõe sobre o regulamento técnico do leite, e as demais burocracias necessárias para atuar como tipo A. Para ser considerado tipo A, o leite não pode ter contato humano em nenhuma etapa de produção, nem aditivos em sua composição e deve ser pasteurizado a 75°C. Cumprindo essas exigências, o leite que sai das vacas pela ordenhadeira vai direto para o laticínio, em circuito fechado, onde é pasteurizado e embalado para a venda. A refrigeração garante a duração do produto. O controle de qualidade é feito por análises laboratoriais mensais, sendo 16 testes realizados dentro do próprio laticínio e outros 34 pelo LabSenai Alimentos, único laboratório acreditado em análises laboratoriais de alimentos e bebidas do município de Dourados. No laboratório do Senai, a água, o leite, o creme de leite e a nata do laticínio Missões são analisados mensamente desde 2014, para verificar se estão de acordo com os registros técnicos de identidade e qualidade em que se baseiam. BONS FRUTOS - O que começou com uma aposta, já é a atividade principal da propriedade. “Hoje o hectare da fazenda dedicado à produção leiteira já rende mais do que o cultivo de grãos”, afirma o proprietário Lineu Pasqualotto, otimista para os próximos passos do empreendimento. Com o tempo Lineu e sua equipe aprenderam a otimizar 18 •
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a produção e, assim, aumentar a rentabilidade. O rebanho é de 500 cabeças, mas o manejo e a alimentação são suficientes para aumentar a produção, de acordo com a médica veterinária Camila Hernandorena. Os animais são criados a pasto e contam com suplementação. A ração é elaborada com grãos cultivados e processados na propriedade. Lineu explica que a sustentabilidade é “a alma do negócio” e o trabalho é desenvolvido em cima disso, para que cada vez gere mais frutos.
Lineu Pasqualotto e sua equipe aprenderam a otimizar a produção
“Nossa produção é de 3 mil litros por dia desde o início e dividimos isso entre os produtos. Mas para oferecer o leite em garrafa precisamos ganhar mercado primeiro, para que as pessoas pudessem pagar um pouco mais pelo formato diferente” - LI NEU PASQUALOTTO Proprietário do Laticínio Missões
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FIEMS
PARCERIA RENOVADA 20 •
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Em posse do presidente da OAB/MS, Longen destaca ações em parceria com a instituição
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o participar, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, da solenidade de posse do presidente da OAB/ MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul), Mansour Elias Karmouche, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, relembrou as diversas ações realizadas em parceria entre as duas instituições e espera que os trabalhos em conjunto se intensifiquem ainda mais. “Entendo que o amigo Mansour, presidente da OAB/MS e reeleito com a maior votação em uma reeleição da Ordem no Estado, tem desenvolvido seu trabalho, que é feito com os colegas advogados e também com as federações. Na última gestão, agregou-se com a Fiems e demais federações do setor produtivo, como a Famasul, Fecomércio, Faems e o próprio Sebrae/MS, sempre participando com a gente de diversas ações. Mato Grosso do Sul tem grandes demandas e a expectativa é que nesse ano de 2019 tenhamos uma parceria ainda mais forte, que com certeza fará muita diferença”, afirmou Longen. O presidente da OAB/MS, Mansour Karmouche, também defendeu um fortalecimento ainda maior das parcerias com a Fiems na nova gestão. “Vamos ampliar muito mais essas parcerias, principalmente pelo novo Brasil que nós estamos querendo construir. As parcerias desenvolvidas entre OAB e Fiems são importantíssimas. Quando temos uma sociedade civil organizada, com a participação de todas as entidades em conjunto, a cidadania ganha muito mais”, ressaltou. Ele ponderou, contudo, que a nova gestão não deve enfrentar tantas pautas políticas como na anterior, quando houve o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff, e crises políticas por conta de de22 •
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lações. “Acredito que nesse novo mandato devemos ter uma sociedade um pouco mais organizada, com mais esperança de que alguma coisa mude. Estaremos vigilantes para que não haja retrocessos nem direitos e garantias restringidos. Tudo isso são objetivos que temos de meta daqui”, completou. PARCERIAS - A Fiems e a OAB/MS têm um histórico de parcerias em diversas pautas importantes de defesa de interesses da sociedade, como a campanha “Acorda MS – Chega de Impostos”, promovida em março de 2016 para mobilizar a sociedade contra o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) e também reduzir demais tributos, o posicionamento favorável ao impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff, em abril de 2016, e a ativação da Rede Regional de Líderes e da Rede Global de Empreendedorismo no Estado, em setembro de 2016.
Em 2017, as duas instituições se uniram na campanha pela revisão das taxas cartorárias no Estado, em agosto, e no projeto “Diálogos de Inovação”, quando foi discutido o uso das PPPs (Parcerias Público Privadas) como alternativas ao atual modelo econômico, em setembro. Em maio de 2018, também trabalharam juntas no CMC (Comitê de Monitoramento de Crise) para apresentar propostas para amenizar as perdas durante a greve dos caminhoneiros. Ainda em 2018, Fiems e OAB estiveram mais uma vez juntas em julho na campanha “Pela Cidadania Contra a Corrupção”, que defendeu eleições limpas, e em outubro, pedindo celeridade à Assembleia Legislativa e à Câmara de Vereadores de Campo Grande nos projetos envolvendo as taxas cartorárias e Plano Diretor. Já em 2019, as duas se mobilizaram pela permanência do ex-ministro Carlos Marun à frente do Conselho da Itaipu Binacional.
Os presidentes da Fiems, Sérgio Longen, e da OAB, Mansour Karmouche
MANSOUR KARMOUCHE TOMA POSSE PARA O 2º MANDATO À FRENTE DA ORDEM NO ESTADO Em solenidade realizada no auditório Manoel de Barros, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande (MS), o presidente reeleito da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul), Mansour Elias Karmouche, foi empossado para o segundo mandato. Em discurso de agradecimento, ele fez referência ao trabalho desenvolvido na gestão passada com um poema de Fernando Pessoa. “Para vencer, material ou imaterialmente, três coisas definíveis são precisas: saber trabalhar, aproveitar oportunidades e criar relações. O resto pertence ao elemento indefinível, mas real, a que, à falta de melhor nome, se chama sorte”, afirma, completando que o sentimento é de satisfação. “Chegamos aqui por obra do destino, de nossos esforços e de nossos méritos”, afirma. Sobre o novo triênio, o presidente Mansour garante que está convencido de que o ano que se inaugura será voltado para os interesses da corporação. “Temos que fortalecer a Advocacia. Temos que nos preocupar com o nosso fortalecimento profissional. Por obra e graça de Deus tenho ao meu lado uma diretoria unida, um excelente colégio de Presidentes que representa a força da ordem interior e parceiros importantes em todos os órgãos de Justiça. Formamos um corpo sólido”, destaca.
O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad, citou o poema “A 15 metros do arco-íris o sol é cheiroso”, de Manoel de Barros. “A construção dessa frase, com certeza absoluta não pode ter sido feita pelo cérebro, mas sim pelo lado do coração, razão porque eu roguei ao Espírito Santo para que as minhas palavras também tomassem a direção do lado esquerdo do peito. Mansour agiu com honradez, hombridade, decência, dignidade, respeito, ética e o amor à profissão de Santo Ivo, padroeiro dos advogados”, lembra. Conforme o vice-governador Murilo Zauith, a OAB é a única instituição de classe que está inserida na nossa Constituição e a garantia dos direitos individuais. “Isso tem feito com que a gente possa avançar a nossa advocacia e consequentemente democracia. Nosso objetivo é caminhar juntos, Governadoria e OAB, para que nossos cidadãos sul-mato-grossenses possam cada vez mais ter dias melhores, segurança e prosperidade. Sucesso! Vamos à frente”, pontua.
O desembargador federal Nery Costa Junior, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), reconheceu o mérito da liderança do presidente Mansour. “Estamos aqui para parabenizar e aplaudir o excelente trabalho que tem feito perante a advocacia de Mato Grosso do Sul. Estamos de portas abertas para a vossa excelência. Que o seu triênio seja de muita realização”, declara.
O presidente da OAB Nacional, Cláudio Lamachia, destaca que há muitos motivos para celebrar. “A começar pelo fortalecimento da Advocacia em Mato Grosso do Sul. É notável a expansão das Subseções pelo interior do Estado, hoje em 31 cidades. Essa presença da OAB, mais próxima da população sul-mato-grossense, não representa apenas o bom desempenho da Instituição, mas também a garantia de um instrumento essencial para a defesa de direitos e da cidadania”, afirma.
Para o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Paschoal Carmello, Mansour é um homem de reputação e notável saber jurídico. “Se mostrou um líder atuante e foi reconduzido pelo reconhecimento do excelente trabalho realizado na gestão dessa respeitável instituição”, parabeniza.
Ele completa que a OAB Mato Grosso do Sul também tem estimulado o crescente envolvimento e participação dos advogados do Estado. “A bravura, a dedicação e a altivez demonstradas pelas senhoras e pelos senhores são, sem nenhuma dúvida, um exemplo para todos os que representam a advocacia brasileira”, finaliza.
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GIRO DA INDÚSTRIA
REFORMA P R I O R I TÁ R I A Prioridade do Senado, segundo o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AM), a Reforma da Previdência será analisada por uma comissão especial antes mesmo de o projeto chegar à Câmara dos Deputados. A ideia partiu do senador Tasso Jereissati (PSDBCE).
E C O N O M I A AQU E C I DA Volta a tramitar na Câmara dos Deputados o PLS 318/2017 que visa reaquecer a economia ao permitir uma renegociação de débitos das famílias endividadas. O texto prevê que pessoas físicas teriam um prazo de até cinco anos para regularizar as dívidas, de acordo com a sua capacidade de pagamento. “Trata-se do instrumento da insolvência civil, ou seja, aquilo que já oferecemos às empresas, seria estendido a todos”, disse o deputado Fernando Bezerra (MDBPE), autor do projeto.
FA M Í L I A S EN DI V I DA DA S Para o parlamentar, os índices de endividamento são resultado da crise que levou o desemprego no Brasil a cada um dos 14 milhões. “A ideia é dar uma oportunidade ao devedor de boa fé, que perdeu sua capacidade de pagamento”, acrescenta o deputado. Segundo o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), 63 milhões de brasileiros fecharam 2018 com o CPF negativado. 24 •
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L E I K A ND IR Estados e municípios também aguardam com grande expectativa, já que, no ano passado, não houve acordo para votação do projeto que obriga a União a repassar anualmente R$ 39 bilhões para divisão entre os entes federados. Aprovada em 1996, a Lei Kandir regulamentou o ICMS, mas ficou mais conhecida por reduzir a arrecadação dos estados, ao prever casos de isenção desse tributo sobre produtos destinados à exportação. Em 2004, o repasse dos recursos destinados a ressarcir os cofres estaduais foi alterada, e os repasses passaram a depender de negociação entre os governadores e o Ministério da Fazenda.
REP R ES ENTATIVIDADE
VO T O S E CR E T O
A pauta feminina está bem encaminhada no Senado Federal. O espaço ainda é tímido – são 12 senadoras em exercício nesta Legislatura, o que corresponde a 14,8% do total de 81 cadeiras, percentual bem abaixo da proporção de mulheres na população brasileira, em que elas são mais da metade.
Falando na eleição do Senado, o sistema de votação para escolha do presidente da Casa é tema que continua mobilizando os senadores. O projeto de resolução (PRS 53/2018) determina o voto aberto na próxima eleição, alterando o Regimento Interno do Senado, que hoje determina o escrutínio secreto.
B A N C A DA D E MS Entre as 12 eleitas, duas são de Mato Grosso do Sul e, advogadas, já imprimiram uma marca no Congresso. Simone Tebet foi uma das protagonistas da eleição que escolheu o presidente do Senado e Soraya Thronicke, especialista em Direito de Família, quer garantir a aplicabilidade da lei voltada para mulheres vítimas de violência doméstica, que assegura proteção, mas não garante que o agressor estará, de fato, afastado.
Á R EA DE P R E S E RVA Ç Ã O Aguarda recebimento de emendas na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) projeto de lei que permite aos estados da Amazônia reduzirem a Reserva Legal para até 50%, quando tiverem mais de 65% do seu território ocupado por unidades de conservação. De autoria do senador Mecias de Jesus (PRB-RR), o PL 551/2019 altera o Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012), para dispensar a exigência do Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) na exploração econômica de imóveis rurais.
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UNIÃO FAZ A FORÇA Presidente da Fiems defende criação de frente parlamentar para debater veto a novas indústrias
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o comentar o veto do presidente Jair Bolsonaro à isenção fiscal de 75% no Imposto de Renda (IR) para as novas indústrias e para a expansão das empresas já existentes em Mato Grosso do Sul e Goiás, prevista em emenda da Lei Federal nº 13.799/19, aprovada em dezembro de 2018 pelo Congresso Nacional e sancionada na semana passada, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, defendeu a formação de uma frente parlamentar composta pelas bancadas federais do Estado e de Goiás, bem como as de outras Unidades da Federação, para tentar derrubar a decisão presidencial. “Na minha avaliação, a estratégia é a formação desse bloco parlamentar para tratar desse assunto, mesmo entendendo a dificuldade que é para se derrubar um veto presidencial, mas, como se trata de uma questão de direito de Mato Grosso do Sul e Goiás, o Congresso Nacional precisa legislar a nosso favor. Por isso, defendo a criação dessa frente parlamentar para, pelo menos tentar, e, talvez, dessa negociação sair com alguma coisa, no meio do caminho, para termos um benefício a mais para a atração de empresas que irão gerar empregos nos dois Estados e é nessa linha que devemos trabalhar”, argumentou Sérgio Longen. Ele reforça que as pessoas que não entendem sobre incentivos fiscais pensam que esse benefício é um lucro para as empresas, o que não é verdade. “O incentivo fiscal serve para a empresa am-
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pliar sua produção e ter competitividade para vender onde estão os grandes centros consumidores. Nós não podemos ter uma grande indústria para vender para 2,7 milhões de habitantes, ou seja, as indústrias têm de produzir aqui e vender para Minas Gerais, para São Paulo e para Rio de Janeiro, locais que concentram a maior parte da população brasileira”, ressaltou. “E como nós podemos vender para esses grandes centros? Primeiro, a maior parte da matéria-prima já vem desses grandes centros, aí nós processamos aqui e vendemos para lá? Dessa forma, nós não seremos competitivos, então, hoje nós precisamos criar uma frente parlamentar e discutir a possibilidade de derrubar esse veto, mesmo sabendo que podemos perder, mas, o simples fato de sentar à mesa com o Governo Federal seria um grande feito para o setor produtivo estadual”, pontuou o presidente da Fiems. REUNIÃO EM BRASÍLIA Sérgio Longen revela que deve ir a Brasília (DF) assim que terminar o recesso parlamentar para conversar a respeito dessa proposta com a senadora Simone Tebet (MDB/MS), que foi a responsável pela articulação política para a inclusão da Região Centro-Oeste como beneficiária da isenção de IR como já acontecia com as empresas dos Estados das regiões Norte e Nordeste. Ela estendeu o benefício para o Centro-Oeste, quando a matéria tramitou no Senado, uma vez que o benefício
“… a maior parte da matériaprima já vem desses grandes centros, aí nós processamos aqui e vendemos para lá? Dessa forma, nós não seremos competitivos, então, hoje nós precisamos criar uma frente parlamentar e discutir a possibilidade de derrubar esse veto …” - SÉRGI O LONGEN Presidente da Fiems
atendia apenas as áreas de atuação da Sudene (Nordeste) e da Sudam (Norte), ampliando o período de 2018 para 2023. “Vamos tentar, dentro da linha de trabalho que a senadora entende como correta, formar esse bloco parlamentar com o Estado de Goiás e buscar o apoio dos parlamentares de outros Estados que possam entender o nosso direito a esse benefício”, informou o empresário, destacando saber que o Governo de Bolsonaro já declarou claramente que é contra incentivo fiscal. “Na minha avaliação, nós precisamos desenvolver o País e, se acabar com os incentivos fiscais, como por exemplo os concedidos para a Zona Franca de Manaus, em seis meses, não será produzido nenhum ferro de passar roupa lá. Não adianta nada você imaginar em fazer desenvolvimento regional no Brasil sem incentivar as regiões mais afastadas dos grandes centros. Porque se a indústria de Manaus for produzir apenas para atender a cidade amazônica, que indústria vai para lá? Só a de sorvetes e não podemos imaginar que uma sorveteria conseguirá absorver toda a mão de obra da cidade e da região”, analisou. DIREITO AO BENEFÍCIO - Para o presidente da Fiems, quando se fala em desenvolvimento regional, é preciso tentar fazer com que a indústria se desenvolva em locais onde se tenha oportunidade. “A emenda da senadora Simone Tebet mostrou que Mato Grosso do Sul e Goiás
têm as condições ideais para receber esse benefício. Uma coisa é a gente imaginar que seria bom a gente ter, a outra coisa é você ter o direito. Há uma regra para a concessão do benefício e como Mato Grosso do Sul e Goiás se encaixam, nós precisamos desse benefício para o nosso desenvolvimento regional”, alegou. Sérgio Longen entende que as ações que foram feitas no Nordeste tiveram resultados positivos, da mesma forma como as da Região Norte, onde está incluído o Estado do Mato Grosso. “O nosso vizinho já tem o benefício por fazer parte da Amazônia Legal, então, nós precisamos desse incentivo também, pois, caso contrário, vamos continuar tendo no Brasil os grandes centros com todas as indústrias, enquanto a geração de empregos nos Estados mais afastados fica somente sob a responsabilidade do Poder Público”, analisou. Ele destaca que é chegada a hora de o Poder Público esvaziar as gavetas e dar chances para a iniciativa privada. “Muitas vezes, um pequeno benefício para um
“Muitas vezes, um pequeno benefício para um setor é capaz de gerar milhares de empregos.” - SÉRGI O L ONGEN Presidente da Fiems
setor é capaz de gerar milhares de empregos. Além disso, o Poder Público já não tem mais condições de absorver os empregos em toda a cadeia. Por isso, entendo que a concessão de um benefício para a iniciativa privada permitirá a absorção da mão de obra que se encontra ociosa atualmente”, comparou. O empresário conta que acompanha esse projeto há muito tempo, desde a apresentação da emenda por parte da senadora Simone Tebet. “Eu estive com ela e conversei a respeito, inclusive, com o ex-senador Armando Monteiro (PTB/PE), que foi o relator do projeto de lei. Na época, ele já me adiantou do risco de veto por parte do Poder Executivo, mas se trata de uma questão de direito e como tal precisa avançar”, finalizou.
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economia de Mato Grosso do Sul e do Brasil precisa contar com forte produção industrial para garantir o crescimento pleno de emprego e renda, mas, para isso, os ambientes de negócios devem ser favoráveis ao investimento na produção. Porém, o aumento dos investimentos na produção industrial só será possível após a aprovação das reformas da Previdência e a Tributária no Congresso Nacional. Porque feita a Reforma da Previdência, é possível começar a dialogar sobre a reforma Tributária, que permitirá uma melhoria significativa no ambiente de negócios, pois vai desburocratizar toda a máquina pública, toda a máquina federal, revisando as instruções normativas e revisando as portarias. O setor industrial de Mato Grosso do Sul está otimista e acredita que as pautas necessárias para o crescimento da produção industrial possam ser aprovadas
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pelos atuais congressistas. No governo passado, por exemplo, as reformas da Previdência e Tributária foram aprovadas nas comissões da Câmara dos Deputados e os textos foram encaminhados para a Mesa Diretora, mas a presidência da Casa de Leis não conseguiu colocar as matérias em votação no Plenário por falta de acordo entre os partidos. Com a renovação dos cargos no Congresso Nacional, há uma clara oportunidade de as reformas serem aprovadas, já no início do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). O “Novo Congresso”, desde o início, já deu demonstrações de ser mais liberal, mais voltado para o setor produtivo, para a liberação da economia, menos ideologizado, tendo condições e ambiente para aprovar essas pautas. “É muito positiva a ação política construída até o momento, até porque na renovação nós tivemos um avanço nas posições que envolvem os nossos congressistas”, analisa o presidente da Fiems, Sérgio Longen. Ele cita como exemplo o fato de Mato Grosso do Sul ter sido contemplado com dois ministérios – Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde. Além disso, completa o presidente da Fiems, os três senadores do Estado estão presidindo importantes comissões no Senado – Simone Tebet (MDB/MS) à frente da Comissão de Constituição e Justiça, Soraya Thronicke (PSL/MS) no comando da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e Nelson Trad Filho (PSD/MS) na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
OS DEPUTADOS FEDERAIS DE MATO GROSSO DO SUL ESTÃO COMPROMETIDOS COM A VOTAÇÃO DE PROJETOS ESTRUTURANTES Na Câmara dos Deputados, onde Mato Grosso do Sul tem oito parlamentares - Beatriz Rosalia Ribeiro Cavassa de Oliveira (PSDB/ MS), Luiz Alberto Ovando (PSL/MS), Loester Carlos Gomes de Souza (PSL/MS), Dagoberto Nogueira Filho (PDT/MS), Rose Modesto (PSDB/ MS), Beto Pereira (PSDB/MS), Fábio Trad (PSD/ MS) e Vander Loubet (PT/MS) -, a meta é uma só: aprovar projetos que possam contribuir com o desenvolvimento do Estado. O deputado federal Luiz Alberto Ovando (PSL/MS) afirma que há entusiasmo na ação de cada parlamentar refletindo a esperança no crescimento da produção e economia. “Acredito que promovendo o debate e divulgação do conteúdo da medida. Reforma tributária. Investimento estatal nas atividades primárias como construção civil e facilitar maior competitividade. Optou pela renovação e remete ao aumento da credibilidade das políticas que está aumentando”, relata. Já a deputada federal Beatriz Rosalia Ribeiro Cavassa de Oliveira (PSDB/MS) acrescenta que o País vem passando por mudanças
muito significativas e com isso o olhar sobre a economia está mais apurado e exige atenção redobrada. “Acredito que isso trará inovações não só para a economia, mas para diversos seguimentos. No atual momento, a Reforma da Previdência é a principal pauta da casa, todos os olhares estão voltados para esse assunto, mas acredito que há muito a ser discutido. São muitas as opiniões, portanto, cada ponto deve ser analisado e avaliado para que além da redução de gastos dos cofres públicos o cidadão que dedicou uma vida ao trabalho possa também desfrutar de uma aposentadoria digna. Não há dúvidas sobre isso”, diz. A respeito das reformas estruturantes, ela destaca que vai focar no agronegócio, que é um tema de grande interesse para o Estado, pois dá equilíbrio e dinamismo à economia. “Outra pauta de grande relevância é a da segurança, principalmente na faixa de fronteira. Em termos mais amplos, mas respeitando um trabalho já desenvolvido e, por ser uma bandeira que defendo, são as políticas públi-
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Beto Pereira Deputado Federal- PSDB
Beatriz Cavassa Deputada Federal- PSDB
Dagoberto Deputado Federal- PDT
Fábio Trad Deputado Federal- PSD
Luiz Ovando Deputado Federal- PSL
Rose Modesto Deputada Federal- PSDB
Vander Loubet Deputado Federal- PT
Loester de Souza Deputado Federal- PSL
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cas para mulheres, que são força de trabalho e cada vez mais alavancam a economia e contribuem para o crescimento do País”, assegura. Na avaliação dela, não há dúvida que a renovação do Congresso significa um aumento da credibilidade da classe política. “Na Câmara, houve uma renovação de mais de 40% dos parlamentares. A questão não é o aumento da credibilidade e sim a esperança do eleitor depositada nessa renovação. Existe uma clareza bem grande de que a população quer que os hábitos da velha política sejam deixados de uma vez por todas para trás”, finaliza. O deputado federal Vander Loubet (PT/MS) acredita que os parlamentares estão comprometidos com a construção de uma agenda para o Brasil visando uma economia mais produtiva e inovadora. “Grande parte dos parlamentares tem a perspectiva de uma agenda para o Brasil que se traduza em uma economia mais competitiva e inclusiva. Há os casos de muitos deputados de primeira legislatura que estão chegando na Casa com a pauta dos costumes. Mas, pela minha experiência - estou iniciando meu quinto mandato consecutivo -, entendo que o foco da Câmara serão os temas mais amplos, que envolvam segmentos mais amplos da sociedade, como os setores do empresariado (micro, pequenos e grandes) e dos trabalhadores (privados e públicos), pois a agenda do desenvolvimento econômico é urgente. Ter uma economia mais produtiva e competitiva é um anseio de todos, por isso, da nossa parte, temos que construir as ações que garantam esse caminho, sempre com diálogo, no sentido de buscar uma boa distribuição dos frutos da geração de riqueza”, lembra. Sobre a Reforma da Previdência, Vander Loubet relata que ela tem sido apontada como uma das prioridades do Congresso. “Como a Câmara pretende atuar daqui para frente no sentido de atrair a opinião pública para que seja favorável às mudanças na aposentadoria? Entendo que a Reforma da Previdência é uma das prioridades do
“Não podemos esquecer que a maioria das nossas cadeiras na Câmara dos Deputados foi renovada e, por isso, temos expectativas muito grandes de que Mato Grosso do Sul passe a figurar no cenário nacional com um papel de destaque e não apenas como coadjuvante”, analisa Longen, completando que a “politicagem” será deixada de lado para que sejam votados projetos importantes no Congresso. “Eu entendo que o grande gargalo é o pacto federativo que o ministro José Antonio Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), comentou com os presidentes de federações das indústrias de todo o País no ano passado. Foi exatamente nesse sentido, para que o Brasil, com esses gargalos todos, não caia no Judiciário. Os grandes problemas que temos que caem no Judiciário são por falta de legislação esclarecedora. Entendo que, com o Congresso Nacional legislando mais e melhor, vamos diminuir essa interferência do Judiciário na sociedade como um todo”, avalia o empresário. A respeito da expectativa do setor industrial, o presidente da Fiems completa que o industrial brasileiro está otimista, o povo brasileiro está otimista e o cenário político está otimista. “Então, a sociedade como um todo avalia um novo Brasil, uma nova página da nossa história. Nessa linha de otimismo, esperamos construir mais ações inovadoras, projetos inovadores e que o Brasil realmente avance no desenvolvimento. Entendo que os avanços na atividade econômica farão a geração de novos empregos e a sociedade de um modo geral passa por uma condição de oportunidade de novos empregos, então precisamos trabalhar cada vez mais unidos e legislações melhores trarão oportunidades para todos nós”, pontua. BANCADA FEDERAL – Eleito para coordenar a bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, funcionando como uma espécie de interlocutor entre os parlamentares
FORMAÇÃO DA BANCADA DO SENADO Nelsinho Trad Senador - PTB
do Estado com o Senado e a Câmara dos Deputados, o senador Nelson Trad Filho (PSD/MS) afirmou que está pronto para atender as demandas e ser a “ponte” para viabilização de iniciativas do Estado no Distrito Federal. “A gente percebe pelo Senado da República, principalmente ao que tange aos senadores novos que representam quase 85% daqueles que foram eleitos em 2018, uma
Simone Tebet Senadora -
vontade muito grande de passar o Brasil a limpo, de fazer com que o País possa viver novos momentos, gerando emprego, desenvolvimento e renda. E, para tanto, estamos prontos no sentido de debater e agilizar a votação e a tramitação das reformas tão importantes que o nosso País precisa”, disse. Ele completa que o Senado da República, prevendo uma ma-
Soraya Thronicke Senadora - PSL
téria complexa dessa natureza poderia ter uma tramitação lenta em função até dos debates que irá ocasionar, propôs a criação de uma comissão para acompanhar a tramitação inicial dessa matéria na Câmara dos Deputados no sentido de dar agilidade, celeridade e conhecimento ao Senado e aos senadores. “Dessa forma, quando ela chegar após a votação na Câmara, as discussões já posMS INDUSTRIAL | 2019 • 35
C A PA sam estar prontas para serem feitas, os debates sintonizados para serem efetuados, a fim de que a votação seja feita de forma mais rápida possível”, argumenta. Nelson Trad Filho completa que há a necessidade de se fazer a Reforma da Previdência, mas, primeiro, precisava chegar o texto original do Governo, que tem a iniciativa de propor essa reforma. “E, fazer com que os senadores possam após esse conhecimento, emitirem o seu juízo no sentido de uma vez por todas resolver essa pauta que já está há muito tempo pendente para ser resolvida. Alguns pontos eu gostaria de destacar: direito do trabalhador adquirido na Constituição Federal. Esse, na minha avaliação, não pode, não deve ser mexido, as alterações do que tange idade mínima, tanto para homem, quanto para mulher, deverão ser analisadas com muitos critérios e Justiça para que a gente possa, diante dessa análise, concluir esse texto mais próximo possível do pensamento da maioria da sociedade brasileira”, afirma. Sobre as reformas estruturantes, o senador acredita que seja uma pauta muito importante e que vai impactar diretamente na economia de Mato Grosso do Sul e até mesmo do País. “Nessa questão, a Rota Bioceânica se tornar a realidade que há tanto tempo nós estamos esperando. Com isso, Mato Grosso do Sul e o Brasil estarão mais próximos do Pacífico para poder dar vazão aos seus produtos exportados no sentido de movimentar a economia. Além dessa rota bioceânica, existe também a ponte de Carmelo Peralta (PY), que já teve a aprovação do seu orçamento e garantido o seu recurso pela Itaipu, no sentido de nós de uma forma bastante
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Congresso Nacional neste ano. Meu posicionamento é claro sobre a questão: sou favorável a uma reforma, mas desde que, de fato, todos os envolvidos contribuam de acordo com a sua capacidade. Me posicionei contrário à reforma previdenciária do Governo Temer porque aqueles projetos traziam uma série de distorções, tendo os mais diversos segmentos dos trabalhadores (públicos e privados; rurais e urbanos) como os maiores penalizados”, afirma. O parlamentar acrescenta que, se todos os setores da sociedade - empresários e trabalhadores, públicos e privados, civis e militares, municípios, Estados e União, Executivo, Legislativo e Judiciário - derem a sua cota de contribuição, proporcional ao seu peso no déficit, é possível avançar. “O que não podemos aceitar é que apenas uma parte da sociedade, sobretudo os mais pobres, pague a fatura. É normal, quando nos referimos ao desenvolvimento do País e de Mato Grosso do Sul, se deparar com diversas questões que seriam estruturantes para o nosso desenvolvimento. Assim como a Reforma da Previdência, a Reforma Tributária é necessária, principalmente para desonerar os diversos setores que são impactados pelo peso excessivo dos impostos. Entendo, ainda, que temos que avançar em outras reformas”, defende. Loubet reforça que é preciso melhorar os papéis e as responsabilidades das agências de regulação. “Vejam o caso da Anac [Agência Nacional de Aviação], no que diz respeito às passagens aéreas. Autorizaram a cobrança das bagagens, alegando que as passagens aéreas iriam baixar de preço. E o que vimos? Agora há a cobrança das bagagens
e os preços das passagens subiram ao invés de baixar, juntamente com um amontoado de taxas extorsivas de cancelamento e remarcação de bilhetes. Problemas semelhantes podem ser observados em outras agências, problemas que dificultam o dia a dia da população e prejudicam o crescimento econômico do País. Além disso, há questões estratégicas que meu mandato acompanha, como os projetos nacionais de ferrovias que incluem Mato Grosso do Sul no trajeto; a ponte sobre o Rio Paraguai na região de Porto Murtinho, passo fundamental rumo à concretização da Rota Bioceânica; e a implantação das lojas francas terrestres nos municípios da região de fronteira com a Bolívia e o Paraguai”, justifica. Para o deputado federal Beto Pereira (PSDB/MS), a nova legislatura está bastante comprometida com as reformas importantes que o Brasil necessita e com uma pauta desenvolvimentista e moderna. “O Estado brasileiro precisa diminuir o seu tamanho e ser menos burocrático. Com isso, a economia voltará a crescer e com um cenário econômico forte, teremos maior capacidade para investir em todas as áreas. A Câmara dos Deputados será uma grande aliada dessa agenda do setor produtivo”, assegurou. A respeito da Reforma da Previdência, ele destaca que é uma das grandes prioridades nas pautas do Congresso Nacional. “Ainda no primeiro semestre deste ano, nós teremos de ter essa matéria aprovada. Eu acredito que já existe uma compreensão por parte da sociedade sobre a importância de promover essa reforma. Eu vejo que a maioria da população entende que não há mais como manter a
célere garantir a sua implementação para que esses projetos, que são casados, possam vir a se tornar a realidade que tanto nós sul-mato-grossenses e brasileiros esperamos”, analisa. Além disso, completa Nelson Trad Filho, é necessária também a Reforma Tributária para poder simplificar o número de impostos, similar à proposta já ventilada pelo Governo Federal do IVA (Imposto de Valor Agregado), que deverá ser o lugar na pauta do Congresso Nacional de votação para incentivar os empresários para garantir empregos e renda para população brasileira. A respeito da renovação do Congresso, ele entende que o retrato das urnas nas eleições passadas demonstra uma participação maior e mais consciente do eleitorado brasileiro no sentido de procurar uma renovação. “Algumas delas com experiência para poder mudar a cara da política do nosso País, tanto dos eleitos da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal e do Senado da República”, conclui. Já a senadora Simone Tebet (MDB/MS) reforça que os parlamentares estão conscientes da necessidade de que, por meio da ação no Legislativo, têm o dever de colaborar para que o Brasil supere a crise econômica e retome o crescimento. “É ponto pacífico por aqui que a pauta econômica é prioritária. O certo é que o brasileiro não pode mais conviver com o medo: do desemprego, da falta de serviços públicos básicos, da violência. E, aprovar leis que possam rever a política tributária, melhorar o ambiente de negócios, estimular a criação de novas empresas e o empreendedorismo são ações fundamentais para ajudar fazer a engrenagem da economia girar e o Brasil superar esse ciclo de crise”, fala. Sobre a Reforma da Previ-
DISTRIBUIÇÃO DE CADEIRAS NA CÂMARA DOS DEPUTADOS
FONTE: G1
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C A PA dência, ela analisa que pode até ser profunda, mas não pode ser profana. “Com isso eu quero dizer que a reforma tem que ser justa e equilibrada. Não pode atingir o trabalhador mais humilde, aquele que ganha até um ou dois salários mínimos. O que eu advogo, é que a reforma seja justa e equilibrada. É preciso combater privilégios. Vamos debater, ouvir todos os lados, para chegar ao melhor resultado a fim de não inviabilizar a aposentadoria de nossos filhos e netos. O que não é possível é continuarmos com esse déficit crescente da Previdência”, pontua. Simone Tebet ressalta que há inúmeras questões a serem debatidas: medidas que melhorem o ambiente de negócios, reduzam a burocracia, estimulem a produção e geração de empregos. “É também importante mencionar a questão tributária e o debate sobre isenções de impostos, como um estímulo à vinda de novas empresas ao Brasil, especialmente em regiões como o Centro-Oeste”, analisa, completando que certamente houve um chamamento pela renovação e cabe aos políticos ouvirem e entenderem esse recado das urnas. “Costumo dizer que a política é fundamental, mas é preciso fazer política com P maiúsculo, pensando no bem comum, na melhoria da vida do cidadão. O brasileiro não suporta mais denúncias de corrupção ou da política do toma lá, dá cá. Precisamos trabalhar com seriedade e espírito público para retomar a credibilidade da classe política. Ouvir as ruas. A população dizia #ForaRenan, mas também dizia fora corrupção, fora fisiologismo, fora falta de seriedade. Estão todos saturados e a classe política precisa fazer um mea culpa. Senti-me de alma lavada após o resultado da eleição no Senado. Foi difícil, fui para o confronto dentro do meu partido, mas valeu a pena. Prezo por um Senado transparente, independente e atuante. Trabalharei por isso à frente da Comissão de Constituição e Justiça, considerada a mais importante da Casa”, opina. 38 •
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previdência do jeito que está”, analisa. Beto Pereira fala que o Brasil precisa retomar a capacidade de investimento e, para isso, tem de promover as reformas estruturantes e aumentar o volume de recursos a ser injetado nos estados. “Em Mato Grosso do Sul, precisamos de investimentos em logística e infraestrutura. Estamos muito bem posicionados geograficamente e precisamos destravar obras importantes como a rota bioceânica. Precisamos discutir a questão dos portos e fazer mais rodovias de integração de áreas agricultáveis. Só assim poderemos ser competitivos”, afirma. Com relação à renovação do Congresso Nacional, o parlamentar garante que essa foi uma das bandeiras do último pleito em todas as esferas. “Cabe a nós, eleitos, corresponder com aquilo que a sociedade espera e entende por renovação. Os eleitores estão depositando muita esperança na classe política e cada um de nós tem que fazer por merecer essa confiança. É o momento de um novo modelo político, um novo modelo econômico e um Estado menos interventor. É isso que precisamos entregar para a sociedade”, promete. ASSEMBLEIA LEGISLATIVA – A renovação também chegou à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e, na avaliação do presidente da Casa de Leis, Paulo Corrêa (PSDB), isso é reflexo do recado claro dado pelas urnas. “É difícil para quem está dentro, como eu, conseguir interpretar muito bem, mas acho que a gente conseguiu entender esse recado. Também acho importante ressaltar que os deputados reeleitos têm um papel fundamental. Eu no meu sétimo mandato e a cada ano eu digo que fiz um vestibular e o que me fez passar foi a
confiança da população no meu trabalho. A gente trabalha bastante e eu entendo que quem apresentou pautas importantes para a população e trabalhou por Mato Grosso do Sul voltou”, analisa. Ele acredita que essa renovação significativa que teve na Assembleia se deu muito pela velocidade da informatização. “Como você pensa o mundo hoje sem um smartphone, por exemplo? Se pensar que há dez anos não tínhamos um smartphone como hoje, em que saímos para qualquer lugar conectado. Da mesma forma, a linguagem precisa se adequar a esses novos tempos e isso faz parte desse novo processo. E essa rapidez que a gente tem hoje com o WhatsApp e as redes sociais também chegou ao meio político. As pessoas querem as soluções e as respostas do poder público para os seus problemas de forma imediata e também esperam mais agilidade aqui na Assembleia, então vamos trabalhar para isso aqui também”, pontua. Na avaliação do deputado estadual Marcio Fernandes (MDB), o eleitor optou por escolher os candidatos que eles consideram como as melhores opções. “Independentemente de ser novo ou não, hoje em dia nossa vida está totalmente exposta, o eleitor tem acesso a redes sociais, notícias, processos, e tudo isso servirá de base para a escolha de seu candidato. E isso é muito positivo, pois serve de incentivo para que o parlamentar atenda cada dia mais as exigências do eleitor, que seja transparente, mostre trabalho e seja ficha limpa. Por outro lado, se a intenção é apenas renovar, você não incentiva esse parlamentar a fazer um bom trabalho, pois independente do que ele fizer, na próxima eleição ele seria substituído por uma pessoa nova”, conclui.
“Os grandes problemas que temos que caem no Judiciário são por falta de legislação esclarecedora. Entendo que com o Congresso Nacional legislando mais e melhor, vamos diminuir essa interferência do Judiciário na sociedade como um todo” - SÉRGI O L ONGEN Presidente do Sistema Fiems
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FOCO ECONÔMICO EMPRESÁRIOS DO SETOR INDUSTRIAL PROJETAM O MELHOR CAMINHO QUE “NOVO CONGRESSO” DEVE SEGUIR PARA CONTRIBUIR COM O CRESCIMENTO DO PAÍS
O “Novo Congresso Nacional” é motivo de esperança também para os representantes dos diversos segmentos do setor industrial de Mato Grosso do Sul e muitos até aproveitam para sugerir o melhor caminho a ser trilhado pelos parlamentares para que apresentem pautas positivas para o avanço do desenvolvimento do País. O presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda, lembra que o segmento sucroenergético vem de uma tremenda crise, uma das maiores de sua história, porém, conseguiu, ainda no Governo de Michel Temer, a aprovação do Renovabio, que pode ser um novo marco de crescimento e investimento no segmento. Ele explica que o Renovabio é uma política de Estado que objetiva traçar uma estratégia conjunta para reconhecer o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira, tanto para a segurança energética quanto para mitigação de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. “Para 40 •
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isso, não basta termos apenas um plano bom de biocombustível, é preciso ter todo um ambiente de negócios no Brasil, que pode se traduzir por meio de uma série de reformas de que precisamos”, destacou. Para Roberto Hollanda, quando se pensa em retomada de investimentos, não é resultado apenas de uma política específica, senão de uma política macro para um Brasil como um todo. “Essa é a grande esperança para esse novo Congresso Nacional, que implemente as reformas de que a gente precisa e mantenha uma gestão de Estado melhor. A gente fala de reformas da Previdência, Econômica, Monetária, Cambial e Fiscal mais adequadas. E quando a gente fala em política econômica, é importante reconhecer as especificidades de cada setor, em um viés liberal, mas também preservando algumas condições inerentes a cada mercado”, pontuou. Já o empresário José Francisco Veloso, presidente do Sindivest/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário, Tecelagem
e Fiação de Mato Grosso do Sul), destaca que tudo o que for feito com foco em melhorar o ambiente de negócios para o empresariado é bem-vindo. “Os parlamentares têm de entender que são os empresários que seguram a economia do País, que geram emprego e que enfrentam dificuldades com relação à burocracia e com a grande quantidade de impostos. Por isso, os deputados e senadores precisam atuar para dar condições de se produzir, ofertando condições para que as empresas se tornem mais competitivas”, avaliou. Francisco Veloso pontua que, quando existir o comprometimento de eliminar gastos desnecessários, melhorar a gestão pública e realizar as reformas necessárias, o Congresso realizará o sonho do brasileiro, principalmente dos empresários do setor industrial. “Esperamos que esse Congresso faça a sua parte para que retomemos o crescimento. Sabemos que o que for feito agora demorará pelo menos seis meses para começar a apresentar resultados, então é
preciso fazer um planejamento de médio e longo prazo”, falou. Para o presidente da Sindigraf/MS (Sindicato das Indústrias Gráficas de Mato Grosso do Sul), Julião Flaves Gaúna, a indústria e, em especial o segmento gráfico, está vendo essas mudanças de forma muito positiva e o próprio mercado tem se mostrado otimista. “Vemos uma mudança de comportamento no Congresso, que já percebeu que a população brasileira não aguenta mais escândalos de corrupção. Acreditamos que as pautas prioritárias serão aquelas de interesse da sociedade, como a Reforma da Previdência, que poderá trazer mais investimentos em infraestrutura. Imagino que nesse primeiro momento não veremos muitos resultados concretos, que deverão aparecer a partir da segunda metade do primeiro semestre, mas, a partir daí, esperamos essa retomada efetiva da economia, com a indústria produzindo mais, gerando mais empregos e contribuindo para o desenvolvimento do País”, ponderou. O presidente do Sindiplast/MS (Sindicato das Indústrias Plásticas e Petroquímicas de Mato Grosso do Sul), Zigomar Burille, reforça que está otimista com o “Novo Congresso”, principalmente, com relação às pautas emergenciais,
como Reforma da Previdência e também a simplificação dos impostos. “A Reforma da Previdência é uma questão de sobrevivência e deve ser aprovada o quanto antes, pois estamos com os muitos Estados e municípios quebrados já, sem condições de realizar nenhum tipo de investimento. Além disso, o brasileiro não suporta mais pagar impostos, por isso é fundamental que se discuta ainda a Reforma Tributária, que acredito que deve ser a próxima pauta do Congresso”, apontou. Representante do principal segmento da indústria, o presidente do Sinduscon/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda de Melo, destaca que, neste momento, os empresários estão dentro de um caminhão de mudança, em que as coisas aos poucos vão se encaixando e se acertando. “Vejo que temos tudo para darmos um ritmo de economia de mercado no Brasil, além das reformas necessárias, como a da Previdência. Acredito que teremos nos próximos quatro anos um modelo de mercado semelhante ao americano, ao finlandês e ao sueco”, comparou. Amarildo Melo ressalta que o mais importante é acabar com os privilégios e a Reforma da Previdência
é uma alternativa a isso. “Também é importante que nosso Congresso emplaque a Reforma Tributária para simplificar os impostos porque, com essas reformas, sobra dinheiro para investir em infraestrutura e, consequentemente, a construção civil volta a crescer. Se tudo isso acontecer, nossa expectativa é de nosso segmento gere até 2022 mais de um milhão de empregos”, projetou. Na avaliação da presidente do Silems (Sindicato das Indústrias Laticínias de Mato Grosso do Sul), Milene Nantes, os eleitores fizeram uma renovação significativa no Congresso Nacional. “Isso demonstra que a população está mais atenta e cobrando mais dos nossos governantes e parlamentares e esse acaba sendo um recado de que não aceitaremos as mesmas atitudes da velha política. Acreditamos que a Reforma da Previdência já é um passo importante para melhorar o caixa do governo, que irá ter recursos para investimentos em outras áreas. Então estamos bem otimistas com esse novo governo e esse novo Congresso. Esperamos que com essa onda otimista, as pessoas voltem a se sentir confiantes em gastar mais, para fazer essa roda da economia voltar a girar, trazendo benefícios para todos os setores”, finalizou.
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A AJUDA VEM DO SOL Cansou de pagar caro pela energia elétrica? Placas fotovoltaicas são a solução para reduzir o valor da sua conta
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umentos excessivos nas contas de energia elétrica neste início do ano geraram centenas de reclamações de consumidores em Mato Grosso do Sul e uma das justificativas dadas pela concessionária Energisa para os altos valores foi o período de férias aliado ao grande calor. No entanto, para que não haja surpresas na hora de receber a fatura de energia, o Senai Empresa oferece em seu portfólio de serviços do PSGE (Programa Senai de Gestão Energética), que tem soluções para baratear a conta. Segundo o consultor em comercialização de energia do Senai Empresa, Sebastião Dussel, dentre as possibilidades de reduzir a conta de luz, a instituição ajuda o interessado a gerar sua própria energia com a instalação de placas fotovoltaicas. “Fazemos a simulação da planta de geração necessária para suprir a demanda por energia elétrica da unidade consumidora entre o portfólio das energias renováveis, elaboramos o anteprojeto e consultamos preço com 33 empresas parceiras para implementação dos sistemas de geração. Isso sem falar que temos os melhores preços e condições comerciais”, afirmou. Ele explica que o aporte de capital para implantar os sistemas solares e garantir a própria geração de energia elétrica poderá ser obtido pelas linhas de financiamentos específicos que algumas instituições bancárias oferecem ou por meio do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), que o Banco do Brasil e o Sicredi colocam à disposição dos interessados, com taxas de juros abaixo das cobradas pelo mercado, tornando os investimentos muito atrativos, com retorno variando entre 3 e 5 anos. ALTERNATIVA MAIS BARATA - Ele acrescentou que o avanço da energia solar fotovoltaica no Brasil tem permitido a redução de preços para os consumidores. “Entender melhor o sis44 •
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tema fotovoltaico é uma grande oportunidade para a população sul-mato-grossense, que ainda desconhece as vantagens de investir em um projeto de energia solar que traz retorno financeiro, além de ser sustentável. Para as empresas, essa é uma excelente alternativa para reduzir custos e, consequentemente, aumentar a competitividade”, completou. Ainda de acordo com Sebastião Dussel, a experiência do Senai Empresa nessa linha de ajuda tem garantido grande satisfação dos consumidores de energia elétrica. “Ao invés de se aborrecerem ao receberem a conta de luz, eles passaram a comemorar a economia obtida após implantarem o sistema próprio de geração de energia elétrica, utilizando como matéria prima a luz solar”, concluiu. MERCADO PROMISSOR Segundo dados divulgados pela Greener, empresa de pesquisa e consultoria especializada em energia solar, o setor fotovoltaico movimentou R$ 7,4 bilhões no ano passado, sendo que deste montante R$ 4 bilhões no segmento de geração distribuída, e R$ 3,4 bilhões na área de parques solares de grande porte. Já as empresas que projetam, vendem e instalam módulos fotovoltaicos, cresceram mais de 120%, de 2,7 mil para mais de 6 mil de janeiro de 2018 até o início deste ano. As pessoas estão percebendo, dia após dia, as vantagens de produzir a sua própria energia a partir de uma fonte gratuita e disponível a todos, que é o sol. Esses números que demonstram o aumento da procura, tanto por parte das empresas instaladoras, quanto por parte do consumidor final. Mostra que o trabalho de conscientização está dando certo. É preciso enxergar a geração de energia fotovoltaica como um investimento. Serviço – Mais informações sobre o Programa Senai de Gestão Energética pelo telefone (67) 3311-8533 ou pelo site www. senaiempresa.ms.senai.br/psge MS INDUSTRIAL | 2019 • 45
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QUALIFICAÇÃO EMPRESARIAL Curso forma auditores para integrantes do PQF
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IEL realizou, no dia 11 de janeiro, o 1° Curso de Formação de Auditores de Sistemas de Gestão de Qualidade, ISO 9001/2015, voltado para empresários participantes do PQF (Programa de Qualificação de Fornecedores) Avançado de Campo Grande. Superintendente do IEL, José Fernando do Amaral, destacou a importância do curso para a qualificação técnica nos participantes. “Essa é uma formação excepcional para vocês, principalmente pessoa física, que sairá daqui com status de auditor. Para o IEL é gratificante poder participar desta experiência que renderá muitos frutos para todos nós”.
Superintendente do IEL, José Fernando do Amaral destaca importância do curso
EMPRESAS FORNECEDORAS DE TRÊS LAGOAS QUALIFICADAS PELO PQF VENDERAM R$ 246 MILHÕES PARA A SUZANO EM 2018 Em 2018, os empresários de Três Lagoas (MS) participantes do PQF (Programa de Qualificação de Fornecedores) do IEL venderam o equivalente a R$ 246 milhões em produtos e serviços para a Suzano Papel e Celulose, antiga Fibria, conforme números publicados pela empresa. O PQF é realizado pelo IEL no Estado há 10 anos e, ao longo deste período, movimentou o equivalente a R$ 1,158 bilhão em relações
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comerciais entre fornecedores e âncoras. Até o final de 2018, somavam 70 empresas participantes certificadas, número bem acima das 13 de 2008. Em 2008, primeiro ano do programa, foram gerados sete empregos diretos. Dez anos depois, em 2018, o número chegou a 70. O faturamento médio dos fornecedores também cresceu consideravelmente, passando de R$ 19.230 mil para R$ 3,514 milhões em 10 anos.
R$ 246 MILHÕES
R$ 1,158 BILHÃO
Valor vendido pelos participantes do PQF em produtos e serviços para a Suzano
Foi o valor movimentado pelo PQF em relações comerciais entre fornecedores e âncoras
O curso foi ministrado pelo engenheiro mecânico especialista em sistemas de gestão Claudio Pedrassoli Junior, coordenador técnico do PQF e coordenador do sistema de gestão da Fibria. Esta foi a sexta turma de formação de auditores, que é ministrada por Claudio desde 2014.
CONHEÇA O PROGRAMA O Programa de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) para aumentar a competitividade de cadeias produtivas por meio do fomento à interação entre empresas de médio e grande porte (empresas-âncoras) e seus fornecedores. A iniciativa integra e promove a qualificação de fornecedores, redes de empresas e cadeias produtivas, capacitando-as em diversas áreas de gestão, tais como: estratégica, comercial, financeira, qualidade, saúde e segurança no trabalho, produção, inovação, responsabilidade social e ambiental.
Maria do Socorro participa do PQF Avançado representando a Gráfica Pontual e acredita que, por ser uma das etapas do programa, o curso dá condições de a pessoa avaliar melhor sua própria empresa. “O PQF nos faz pensar fora da caixa, vamos aprendendo de forma gradativa até vermos muita diferença nos processos organizacionais”.
Marcos Antônio Barbosa é proprietário da empreiteira Otino, que oferece serviços de terraplenagem e participa há sete anos do PQF. Ele conta que atualmente a Suzano é seu principal cliente e que trabalha muito para manter a qualidade exigida para atender a multinacional.
estamos com 55 colaboradores e previsão de passar de 60 até o primeiro semestre deste ano. Com ajuda dos consultores fomos perdendo o medo de crescer e começamos a investir para cumprir com o que o nosso cliente deseja”, explicou o empresário.
“Minha empresa era bem pequena, tinha só 10 funcionários. Com o PQF, nós fomos abrindo a mente, aumentamos equipamentos, contratamos mais e hoje
Para Marcos Antônio, 2018 foi o melhor ano da empresa em termos de negócios e graças aos bons resultados conseguiu dobrar o número de equipamentos
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que prestam serviços e ampliar o atendimento às empresas. O coordenador executivo do PQF, Hugo Bittar, explica que o programa é realizado atualmente com fornecedores de Campo Grande, Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, desde o início com o intuito de qualificar e fortalecer empresas locais dentro de requisitos básicos de fornecimento às indústrias e aos órgãos públicos.
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NOVO ENSINO MÉDIO Escola do Sesi foi escolhida para implantar modelo que vai revolucionar a educação
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partir de 2019, parte dos alunos que terminarem o ensino fundamental no Brasil irão lidar com o Novo Ensino Médio. Não serão todos, já que o Ministério da Educação (MEC) selecionou apenas algumas instituições do ensino do País para implantar o modelo, mas o Sesi, mais uma vez, sai na frente e traz para
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a escola de Campo Grande a possibilidade de o aluno sair na frente, cursando a educação básica enquanto aprende uma profissão. Uma das metas com a implementação do Novo Ensino Médio é que, com o decorrer dos anos, todos os estudantes brasileiros tenham acesso a uma formação básica aliada com o ensino técnico.
Nas escolas do Sesi, antes mesmo da nova diretriz do MEC, ter um diploma de qualificação técnica já era uma realidade, graças ao ensino articulado com o Senai. Para 2019, a diferença é que, além de cursar o ensino médio regular integrado com a educação técnica, a escola vai ofertar um currículo integrado por áreas de conhecimento e não mais por
DIFERENCIAL DA GIGANTE DE TECNOLOGIA A Escola do Sesi optou por incluir no currículo do Novo Ensino Médio o curso técnico em redes de computadores, em razão do caráter inovador e espaço que a área tem no mercado de trabalho. Ou seja, o aluno faz o ensino regular pela manhã, integrado ao curso técnico, ministrado pelo Senai, na parte da tarde. O curso técnico conta, ainda, com um grande diferencial: é oferecido pela instituição de educação profissional em parceria com a CISCO Systems, multinacional norte-americana que é referência mundial em termos de tecnologia. Além do material didático, a CISCO disponibiliza toda a estrutura do laboratório de redes e certifica os alunos, após uma avaliação que atesta se eles estão preparados, ou não, para atuar no mercado de trabalho.
disciplinas, de acordo com as diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular). “As mudanças consistem em uma reformulação da grade curricular, na qual os alunos podem escolher quais as matérias desejam estudar e aprofundar o conhecimento, de acordo com o seu interesse, pensando principalmente na profissão que exercerão no
futuro”, explica a gerente de Educação do Sistema Fiems, Simone Figueiredo. As matérias de Português, Matemática e Inglês continuaram a ser obrigatórias a todos os alunos durante os três anos do ensino. Mas logo no primeiro ano, os alunos poderão escolher quais áreas irão querer se aprofundar de acordo com o seu interesse profissional e/
ou vocação. As opções estão distribuídas em quatro áreas de conhecimento, assim como o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio). Parte deste tempo será destinado aos chamados itinerários formativos, o conjunto de disciplinas, projetos, oficinas, núcleos de estudo, entre outros.
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DICAS
INVESTINDO NO FUTURO Confira dicas de como poupar para ter uma aposentadoria tranquila O ato de poupar dinheiro é muito mais um ato psicológico do que um ato técnico. A afirmação é do agente de investimentos e educador financeiro Rennê Xavier, sócio da Lifetime, assessorias de investimentos ligada ao Grupo XP. “A pessoa que geralmente tem o ato de poupar teve uma instrução na família muito forte, seja do lado positivo ou negativo. Às vezes você teve um pai bastante perdulário e você vai ser um filho gastador. Ou pode acontecer justamente o contrário. Por não gostar daquela atitude do seu pai, você começa a se tornar uma pessoa mais poupadora”, explica. A boa notícia para aqueles que não têm a cultura de poupar é que dá para aprender. Num momento em que se discute sobre a Reforma da Previdência, vale a pena se preocupar um pouco com o futuro e com a aposentadoria. Por isso, o próprio Rennê Xavier dá algumas dicas de como economizar e como investir o seu dinheiro da melhor forma para chegar tranquilo à velhice. “É possível se blindar e ter sucesso na parte de poupança”, completa.
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COLOQUE NUM PAPEL SUAS METAS
A palavra de ordem é organização, seguida por planejamento. “Aqui a gente fala de uma variável chamada conscienciosidade, é uma palavra difícil de ouvir e pouco conhecida, mas que é basicamente um aspecto do seu comportamento que vai definir o quão disciplinado você é”, afirma Rennê Xavier. Nesse sentido, é importante mensurar com quantos anos você deseja se aposentar e quanto você gostaria de receber. Para isso, vale colocar no papel tudo isso para que seja algo visível e para não se perder e mais fácil de se comprometer. “A partir daí, se eu fosse dar uma primeira dica, orientaria a, assim como qualquer um já tem as contas de luz, de água, de telefone, criar também uma conta com o seu nome, como se fosse um gasto mensal, que é o que você vai poupar”, orienta o economista.
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BLINDE SEU PATRIMÔNIO
Pessoas de sucesso hoje se empenharam na proteção ao longo de sua vida, por isso cuidar do seu patrimônio é o segundo passo para se preparar para a aposentadoria e evitar gastos com situações que poderiam ter sido prevenidas. Um exemplo disso é um seguro de carro, um seguro de casa, seguro de vida e um plano de saúde. “Se você não quer gastar dinheiro, precisa se proteger. Claro que tudo isso varia de pessoa para pessoa, mas é fundamental que você se blinde, blinde sua saúde e blinde seu patrimônio”, indica Rennê Xavier.
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ESTEJA PREPARADO PARA IMPREVISTOS
As pessoas geralmente se endividam porque não estão preparadas para imprevistos. E imprevistos podem ser acontecimentos bons, como a oportunidade de realizar um investimento, comprar uma casa por um valor bem abaixo do mercado. Então as pessoas se endividam em hábitos de consumo ruins ou por não se prepararem para esses imprevistos. Uma reserva técnica de investimento é fundamental nesse caso e o ideal é que você tenha na poupança o valor equivalente a um salário de um mês. “A poupança não é muito indicada como investimento a longo prazo, mas é excelente como reserva de emergência, porque 31 de dezembro, à 1h da manhã, se você precisar, você pode sacar esse dinheiro num caixa eletrônico”, explica o educador financeiro.
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TENHA UMA RESERVA DE SEGURANÇA
Conseguiu seguir os três passos anteriores? Construiu a base do seu prédio? Agora é hora de falar em segurança. Essa é uma reserva técnica que consiste em separar parte da sua renda periódica para algo que você ainda não sabe onde gastar, mas se precisar, tem um lugar para recorrer. Especialistas costumam dizer que esse valor deve ser o equivalente entre seis meses e um ano de salário. “O ideal é que essa reserva esteja aplicada em investimentos líquidos e seguros, que pode ser um título de tesouro da categoria Tesouro Selic, um CDB (Certificado de Depósito do Banco) do banco ou título de cooperativa de banco de crédito, ou ainda um fundo de investimento extremamente conservador e acessível”, pontua o economista.
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IDENTIFIQUE SEU PERFIL E FOQUE NO LONGO PRAZO
É preciso ainda definir quais são os valores desejados e quais são as metas especificadas quanto ao desempenho de cada investimento. Para isso, é necessário entender qual o seu perfil entre conservador, moderado ou agressivo. Isso porque só é possível ficar inteiramente satisfeito com os resultados quando o perfil de investidor é respeitado. Do contrário, características como rentabilidade e riscos não atendem às exigências de quem aplica. Para fins educativos, se você é mais conservador pode procurar investimentos seguros de prazos mais longos, como fundos de renda fixa atrelados à inflação ou Tesouro IPCA, já para perfis mais arrojados, faz sentido que uma parcela de sua carteira de longo prazo seja constituída de bons gestores de fundos multimercados, imobiliários e até mesmo ações. “O mercado de ações no longo prazo, desde que bem utilizado, pode ser uma excelente alternativa para aposentadoria, mas o no curto prazo há muita oscilação então não é aconselhável colocar todo o capital nesses mercados”, frisa o educador.
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C U LT U R A D A I N D Ú S T R I A LIVRO
“A UNIVERSIDADE DO SUCESSO”, OG MANDINO
O livro “A Universidade do Sucesso”, de Og Mandino, é uma referência fundamental para quem quer se tornar um empreendedor bem-sucedido. A obra tem a maior coletânea de tópicos de diversas áreas do conhecimento que um empreendedor terá que lidar em seu dia a dia. Alguns assuntos sobre os quais a obra trata são como usar melhor suas qualidades; como encontrar coragem para correr riscos; como parar de adiar decisões; como construir reservas financeiras; como se comportar como vencedor; e como ser dono de sua vida. Ao todo, são 50 lições. A universidade do sucesso
LIVRO
BROOKS
“AVENTURAS EMPRESARIAIS”, JOHN
Bill Gates, da Microsoft, recebeu uma bela recomendação do livro “Aventuras Empresariais”, de John Brooks, dada pelo megainvestidor Warren Buffett. A publicação conta com uma série de artigos do jornalista John Brooks para o veículo The New Yorker. A obra mostra que o poder das decisões é capaz de alavancar uma empresa ou dizimá-la. “O trabalho de Brooks é um grande lembrete de que as regras para administrar um negócio forte e criar valor não mudaram. Primeiro, há um fator humano essencial em cada empreendimento empresarial. Não importa se você tem um produto perfeito, um plano de produção ou um pitch de marketing; você ainda precisará das pessoas certas para liderar e implementar esses planos”, escreve Gates.
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“O SUCESSO NÃO OCORRE POR ACASO”, LAIR RIBEIRO
LIVRO
O livro “O Sucesso não ocorre por acaso”, de Lair Ribeiro, é um fantástico Best Seller mundial, tem por finalidade mostrar que o sucesso não é mera coincidência, mas sim a vontade de vencer na vida. A obra contém valorosos ensinamentos práticos, mas eficazes e, nela, é o leitor que encontrará uma maneira de contornar as crises, de levantar seu astral e de que dinheiro não é a felicidade, mas que uma vida com pouco ou muito, sabendo viver, terá a felicidade tão esperada. O exemplar mostra como visualizar uma boa oportunidade, como aumentar suas chances de um melhor emprego, pois muitas das vezes o que falta não é oportunidade, mas sim de como ver a oportunidade e reconhecê-la.
A R E D E S OC I A L (2 0 1 0 )
A Rede Social, um polêmico retrato do criador de um dos mais bem-sucedidos serviços online da atualidade, o Facebook. O filme mostra a trajetória do tímido programador Mark Zuckerberg para fazer da sua rede social, criada em um quatro de dormitório em Harvard, um fenômeno global. Exageros da ficção à parte, o filme pinta um quadro interessante de como um “geek” de 20 e poucos anos se transformou no mais jovem bilionário do mundo. Disputas por propriedade intelectual, brigas entre sócios e a busca por um investidor fazem parte da trama – e da realidade de muitos dos jovens empresários que começam um negócio.
FILME
E - D R E A MS (2001 )
O filme e-Dreams é um retrato dos altos e baixos da era das ponto.com. O documentário conta a história da ascensão e queda da loja de conveniência online Kozmo.com, que usava entregadores equipados com bicicletas para levar os pedidos à casa dos internautas. O filme segue a trajetória dos investidores americanos de origem coreana Joseph Park e Yong Kang, que com 20 e poucos anos abriram a empresa em um pequeno depósito, com meia dúzia de funcionários. Em um ano, eles chegaram a ter 3 mil funcionários e atendiam 11 cidades, atraindo 250 milhões de dólares em investimentos. A Kozmo.com se preparava para abrir o capital quando a bolha da internet estourou, em abril de 2000. e-Dreams é um importante alerta contra o deslumbramento com os mercados emergentes. 56 •
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GADGETS
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REVOLUÇÃO NO MERCADO FINANCEIRO Se a tecnologia está presente em tudo, do pãozinho servido no café da manhã ao colchão que vamos dormir, não demoraria para que ela chegasse à forma como lidamos com o nosso dinheiro.
crédito, empréstimos pessoais e gestão de investimentos; saem a burocracia e filas intermináveis, já que quase a totalidade das operações são feitas por plataformas digitais.
As plataformas eletrônicas de serviços financeiros, as chamadas fintechs, se multiplicaram rapidamente no Brasil, explorando deficiências do setor bancário tradicional e ganhando espaço em um mercado concentrado nos grandes bancos.
Fundada em 2013, a Nubank é a fintech mais conhecida em operação no país, e atualmente conta com 5 milhões de clientes em seu cartão de crédito, segundo o Banco Central. A startup lançou seu primeiro produto, um cartão de crédito internacional com a bandeira Mastercard – sem qualquer anuidade – e completamente gerenciado por meio de um aplicativo de smartphone. Em 2017, a Nubank lançou um programa de benefícios e uma conta corrente digital, que é usada por mais de 2,5 milhões brasileiros. O valor de mercado da empresa já é de US$ 1 bilhão de dólares.
A inovação está disponível para o usuário comum, que busca apenas ter uma conta corrente no banco. A diferença da fintech para um banco tradicional está justamente na tecnologia e caráter inovador - continuam os serviços convencionais, como cartão de
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RADAR INDUSTRIAL EMPREGO O setor industrial de Mato Grosso do Sul encerrou o ano de 2018 com saldo positivo de 707 novos postos de trabalho, resultante de 56.227 contratações e 55.520 demissões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Trata-se do primeiro resultado positivo para um fechamento anual desde 2013. Os maiores saldos positivos foram registrados para os segmentos da indústria de alimentos e bebidas (+798), indústria mecânica (+247), indústria química (+240), indústria metalúrgica (+218) e indústria da madeira e do mobiliário (+147). O conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou o ano de 2018 com 121.027 trabalhadores empregados, indicando elevação de 0,6% em relação ao ano anterior, quando o contingente ficou em 120.320 funcionários. Atualmente, a atividade industrial responde por 19% de todo o emprego formal existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 184.809 trabalhadores com participação equivalente a 29%, de administração pública, com 133.910 empregados ou 21%, e de comércio, com 127.102 empregados ou 20%.
EXPORTAÇÃO A receita obtida com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul em 2018 superou a projeção feita pelo setor, que era encerrar o ano próximo dos US$ 3,08 bilhões, e alcançou um montante de US$ 3,63 bilhões, um crescimento de 19% em relação a 2017, quando atingiu US$ 3,05 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Em dezembro de 2018, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 283,2 milhões, aumento nominal de 2% em relação ao mesmo mês de 2017, quando o valor foi de US$ 277,2 milhões. No ano, com o montante de US$ 3,63 bilhões, a indústria respondeu por 64% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul. Os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles”, que, somados, representaram 98,0% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior.
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PRODUÇÃO INDUSTRIAL A produção industrial sul-mato-grossense alcançou em dezembro de 2018 o melhor resultado para o mês desde 2011, de acordo com a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 65 empresas no período de 7 a 17 de janeiro de 2019. Pelo levantamento, em dezembro, 62,5% das empresas industriais de Mato Grosso do Sul tiveram estabilidade ou crescimento da produção. O mês de dezembro é tradicionalmente marcado por uma redução no ritmo de atividade, ocasionada pelo fim das encomendas para o período de fim de ano. Contudo, essa desaceleração foi muito menor em 2018 com o índice de evolução da produção alcançando 47 pontos, resultado 6,9 pontos superior à média histórica para o mês de dezembro. Em janeiro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 70 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2011, quando registrou 70,6 pontos. O ICEI encontra-se 12,4 pontos acima do registrado em janeiro do ano passado e 14,5 pontos acima de sua média histórica.
DESEMPENHO INDUSTRIAL O IGDI (Índice Geral de Desempenho Industrial) de Mato Grosso do Sul, que foi criado pelo Radar Industrial da Fiems e é calculado com base nas pesquisas de Confiança e Sondagem Industrial, encerrou o ano de 2018 positivo, alcançando em dezembro 50,9 pontos e tornou-se o 7º mês consecutivo em que ficou acima da linha divisória dos 50 pontos. Apesar de ficar acima da linha divisória, dezembro teve redução de 5,4 pontos na comparação com novembro, quando atingiu 56,3 pontos. As variáveis de avaliação apresentaram o seguinte desempenho na passagem entre os dois meses: recuo na participação das empresas com produção estável ou crescente, na utilização da capacidade instalada e na participação das empresas que aumentaram o número de empregados no mês. E aumentos na intenção de investimentos para os próximos seis meses e no índice de confiança.
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QUANTO VOCÊ P A G O U ?
Fonte: Portal Transparência MS. Elaboração: SFIEMS DICOR UNIEP
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Quem te conhece LINHA DE PRODUTOS DA PH COSMETICS USA ÓLEO DA SEMENTE DE BOCAIUVA NANOENCAPSULADO Farmacêutica, a empresária Fernanda Fialho sempre se interessou pelos benefícios dos produtos naturais e teve um olhar aguçado para a vegetação e frutos do cerrado. Nessa linha de pesquisa, a bocaiuva foi um fruto que chamou sua atenção por ser utilizado por mulheres da tribo indígena Terena no cabelo e no corpo durante rituais de beleza. “Além disso, eu já conhecia pesquisas que comprovavam o valor da bocaiuva, mas para a nutrição. A partir daí comecei a minha pesquisa para analisar a possibilidade de utilizar o fruto no desenvolvimento de uma linha cosmética. Como minha área
de pesquisa é tecnologia farmacêutica e cosmética, procurei o que estava se destacando como tendência mundial e vi na nanotecnologia uma oportunidade de trabalho”, conta a empresária. Foi aí que surgiu a ideia de criar a linha Nanomax, desenvolvida com o nanoencapsulamento do óleo da semente de bocaiuva. “Nesse processo, foi fundamental ter o apoio do Senai para a pesquisa e desenvolvimento dos produtos. Os sistemas nanoestruturados com o óleo da bocaiuva demonstraram na pesquisa serem inovadores e eficazes, com alto potencial antioxidante, hidratante, emoliente e ainda com
ação fotoprotetora”, destaca a farmacêutica. A linha cosmética inclui xampu, condicionador, reparador de pontas, esfoliante facial, manteiga corporal, pasta esfoliante para pés e mãos, creme para pés, creme para mãos e creme facial e está atualmente em fase de remodelação das embalagens, devendo voltar ao mercado ainda neste semestre. “A mudança busca trazer um rótulo com uma identidade visual que remeta ao cerrado, reforçando nossa origem”, finaliza Fernanda Fialho.
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A RT IG O
- PAUL O AFONSO FERREI RA Vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria)
EDUCAR PARA AVANÇAR Novas tecnologias e evolução nos processos produtivos têm exigido adaptação nos sistemas de educação para atender demandas que são determinantes para o desenvolvimento das nações. Esse é um dos grandes desafios no Brasil. Mesmo com aumento do nível de escolaridade e redução da taxa de analfabetismo, a qualidade da educação básica brasileira ainda precisa de aprimoramentos e a oferta de formação técnica e profissional, mesmo que o Sistema S tenha uma atuação de excelência, ainda há espaço para sua ampliação. Mais de 17 milhões de jovens entre 15 e 24 anos estão fora da escola. Onde estão esses jovens? O que estão fazendo? Conforme estudo da CNI, Relatório Competitividade Brasil 2017-2018, o Brasil ocupa a 10ª posição entre 16 países no fator Educação, atrás de países como Chile e Argentina. Segundo avaliação do PISA, entre 73 países, ocupamos a 68ª posição em Matemática, 68º lugar em Ciências e 62ª posição em Leitura. Menos da metade dos alunos das escolas públicas finalizam o 3º ano do ensino fundamental plenamente alfabetizados. Apenas 51% dos alunos que completam o 5º ano na rede pública apresentam nível de aprendizado adequado em Língua Portuguesa e só 39% em Matemática. A maioria dos jovens que concluem o ensino médio na rede pública não saem preparados para en62 •
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frentar o mercado de trabalho. A cada 100 alunos, apenas 4 possuem nível de aprendizado adequado em Matemática e 21 em Língua Portuguesa. Em relação ao ensino superior, gastamos muito, mas não gastamos bem. Não há universidades brasileiras entre as 100 melhores do mundo e o percentual da população com formação superior no Brasil é de 16,3%, enquanto a média dos países da OCDE é de 43,1%, nos EUA 47,5% e na Coréia do Sul 70%. Precisamos de uma reforma profunda no ensino superior, de modo que seja dada ênfase na geração de conhecimento e aplicação de soluções para o Brasil. Além dos desafios citados acima, a prática pedagógica no Brasil precisa ser avaliada, pois o tempo de exposição efetiva à aprendizagem de um aluno brasileiro está muito abaixo de sistemas educacionais de sucesso em outros países. O professor no Brasil gasta 26% de sua carga horária com atividades de planejamento e organização de sala de aula. Diante desse contexto, são alguns desafios: elevar a qualidade na educação básica, ampliar a oferta de ensino médio integrado com a formação técnica e profissional e promover maior integração entre empresas e universidades para adequação de seus currículos às reais necessidades da sociedade.
“Conforme estudo da CNI, Relatório Competitividade Brasil 20172018, o Brasil ocupa a 10ª posição entre 16 países no fator Educação, atrás de países como Chile e Argentina”
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