Revista MS Industrial - Ed. 98

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ANÚNCIO

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ANÚNCIO

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[ DIRETORIA] Presidente: Sérgio Marcolino Longen 1° Vice-Pres.: Alonso Resende do Nascimento 2° Vice-Pres.: José Francisco Veloso Ribeiro 3° Vice-Pres.: Ivo Cescon Scarcelli 1º Vice-Pres Regional: Luiz Cláudio Sabedotti Fornari 2° Vice-Pres Regional: Sidnei Pitteri Camacho 3º Vice-Pres Regional: Lourival Vieira Costa 4º Vice-Pres Regional: Roberto José Faé 5º Vice-Pres Regional: Gilson Kleber Lomba 1° Secretário: Cláudia Pinedo Zottos Volpini 2° Secretário: Juarez Falcão Alves 3° Secretário: Irineu Milanesi 1° Tesoureiro: Altair da Graça Cruz 2° Tesoureiro: Edis Gomes da Silva 3° Tesoureiro: Milene de Oliveira Nantes Diretores Lenise de Arruda Viegas Edemir Chaim Asseff João Batista de Camargo Filho Ligia Queiroz de Brito Machado Kleber Luiz Recalde Isaías Bernardini Antônio Breschigliari Filho Julião Flaves Gaúna Marismar Soares Santana Marcelo De Carli Ferreira Marcelo Alves Barbosa Zigomar Burille Marcelo Galassi Osvaldo Fleitas Centurion Antônio Carlos Nabuco Caldas Nilvo Della Senta

SISTEMA FIEMS DIRETOR CORPORATIVO SISTEMA FIEMS: Cláudio Jacinto Alves DIRETOR REGIONAL DO SENAI/MS: Jesner Marcos Escandolhero SUPERINTENDENTE DO SESI/MS: Bergson Henrique S. Amarilla

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SUPERINTENDENTE DO IEL/MS: José Fernando Gomes do Amaral

R E V I S TA

MSINDUSTRIAL

Conselho Fiscal Efetivos: Sandro Luiz Mendonça José Paulo Rímoli Silvana Gasparini Pereira Suplentes: José Aguilar Monteiro Edson Germano Irma Tinoco Atagiba Asseff Delegados junto à CNI Efetivos: Sérgio Marcolino Longen Roberto José Faé Suplentes: Irineu Milanesi Alfredo Fernandes 4 •

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Revista da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul

Diretor de Comunicação: Robson Del Casale (DRT/MS 064) Fotos: Ademir Almeida, JJ Cajú, Nilson de Figueiredo, Ricardo Flores, Valdenir Resende e Unicom/Fiems Endereço: Avenida Afonso Pena, 1.206 - 2º Andar Bairro Amambaí - Campo Grande/MS - 79.005-901 E-mail: unicom@sfiems.com.br Site: www.fiems.com.br Fone: (67) 3389-9017 As opiniões contidas em artigos assinados são de total responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente o posicionamento do Sistema Fiems Revista Mensal - 10 mil exemplares


[ EDITORIAL]

SEGUE O LÍDER

“O diferencial da política de concessão de incentivos fiscais de Mato Grosso do Sul é que, ao contrário de outros Estados, aqui o Governo aceitou e acatou as sugestões feitas pelo setor produtivo, em especial o industrial” Mato Grosso do Sul tem atualmente a melhor política de incentivos fiscais do Brasil e uma prova disso é que um levantamento do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre as vantagens econômicas desses benefícios coloca o Estado com o maior crescimento percentual de novos empreendimentos industriais no Brasil no período de 2002 a 2012. Essa constatação chega para confirmar uma certeza que o setor industrial sul-mato-grossense já tinha pressentido a partir de 2008, com o crescimento exponencial de vários indicadores econômicos, como geração de empregos e exportações de industrializados, por exemplo. Esse avanço do índice de industrialização do Estado, que no período de 10 anos teve crescimento de 429%, reforça que a concessão de incentivos por parte do governo estadual contribuiu de forma decisiva na industrialização. E, esse bom desempenho não é exclusividade de Mato Grosso do Sul, pois os outros Estados da Região Centro-Oeste também tiveram aumento, como Goiás e Mato Grosso, por exemplo, cujos índices cresceram 290% e 235%, respectivamente, também graças à concessão de incentivos fis-

cais pelos seus respectivos governos. O diferencial da política de concessão de incentivos fiscais de Mato Grosso do Sul é que, ao contrário de outros Estados, aqui o Governo aceitou e acatou as sugestões feitas pelo setor produtivo, em especial o industrial. Com isso, a nossa política de benefícios fiscais é, sem dúvida, a grande responsável pela atração de novos empreendimentos para o Estado. Ela nos deixa bastante à vontade para apresentar Mato Grosso do Sul a empresários de fora para que aqui se instalem. Os incentivos fiscais garantem a competitividade dos produtos industrializados em Mato Grosso do Sul, pois 70% da nossa produção é comercializada para outros Estados e sem esses benefícios não teríamos como competir com as mercadorias das indústrias dos grandes centros do País. Apesar disso, algumas pessoas ainda tentam passar para a sociedade que a concessão dos incentivos fiscais é um equívoco do Governo, o que não é verdade.

Por falta de informação, essas pessoas gostam de falar que os benefícios são uma renúncia fiscal por parte do Governo, que o Estado deixa de arrecadar impostos quando fazem essa concessão. Porém, elas não compreendem que não se pode renunciar a algo que não se contava, portanto, o Estado está obtendo uma receita a qual não estava prevista. Na verdade, a nossa política de incentivos vem para reforçar que os incentivos trouxeram oportunidades de desenvolvimento para Mato Grosso do Sul. O governador Reinaldo Azambuja gosta de destacar que o Estado está trocando impostos por emprego e, dessa forma, fortalece a economia local e, principalmente, gera oportunidades de agregar valor às matérias-primas produzidas aqui. Por isso, a nossa política chama tanto a atenção de outros Estados e, nesse quesito, Mato Grosso do Sul é líder, portanto, nada mais apropriado para o momento do que seguir o líder!

SÉRGIO LONGEN - Presidente da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) MS INDUSTRIAL | 2018 • 5


[ SUMÁRIO]

30 CAPA

A política de concessão de incentivos fiscais foi a grande responsável por MS ser o Estado que mais atraiu indústrias nos últimos 10 anos

ENTREVISTA

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Economista Ricardo Amorim fala sobre plataforma Triple A e as expectativas para a economia brasileira

MICROEMPRESA

nos Estados Unidos, 28 Popular doce em formato de rosca cai no gosto do campograndense e vira negócio

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RADAR três meses, exportação 14 Em de industrializados de MS já soma US$ 842,7 milhões

LIDERANÇA

SINDICAL

24 Crise gerada em torno dos

preços dos combustíveis impacta indústria plástica de MS

MOBILIZAÇÃO

Longen é eleito vicepedido do setor produtivo, 40 Sérgio 42 AGoverno presidente da CNI para o do Estado reduz quadriênio 2018-2022

ICMS do diesel e ameniza perdas com a greve dos caminhoneiros


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INDUSTRIALIZAÇÃO

26 VAREJO

38 IEL FAZ

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ESPECIAL - MÊS DA INDÚSTRIA

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[ E N T R E V I S TA ]

Ricardo Amorim Economista

INCERTEZA ELEITORAL GERA MENOS INVESTIMENTO E MENOS CRESCIMENTO” Economista, formado pela USP e pósgraduado em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC de Paris, Ricardo Amorim atua no mercado financeiro desde 1992 e já trabalhou em Nova York, Paris e São Paulo, sempre como economista e estrategista de investimentos. Único brasileiro incluído na lista dos mais importantes e melhores palestrantes mundiais do Speakers Corner, profere há anos palestras sobre economia e tendências no Brasil e exterior. Foi palestranteâncora e dividiu painéis com figuras ilustres, de economistas ganhadores do Nobel a ministros de Estado e presidentes de bancos centrais. Atualmente, é um dos debatedores do programa Manhattan Connection da Globo News e colunista na revista IstoÉ. Também apresentou a coluna Economia & Negócios na Rádio Eldorado.

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A indústria, em primeiro lugar, deve puxar o crescimento do Brasil. Isso já aconteceu no ano passado pela primeira vez em 14 anos, quando o crescimento da indústria foi maior do que o crescimento do comércio”

Quais as expectativas para a economia brasileira em 2018? As expectativas são de melhora, mas uma melhora ainda gradual. Isso significa que o primeiro trimestre foi mais fraco do que eu esperava. A indústria, em particular, que nos últimos trimestres vinha crescendo mais, deu uma desacelerada e praticamente andou de lado no primeiro trimestre. Provavelmente isso tem a ver com dois fatores, o primeiro é a incerteza eleitoral, que gera menos investimento e menos investimento gera menos crescimento. O segundo é o movimento de alta dos juros nos Estados Unidos, que começou a gerar preocupação com relação a países emergentes e, entre outras coisas, gerou uma desvalorização grande das moedas desses países, incluindo o real. Isso provavelmente também colaborou para dar uma ligeira desacelerada. Ainda assim, provavelmente para o ano o Brasil vai crescer mais do que era a expectativa econômica em dezembro. A expectativa média que os especialistas tinham na época era de um crescimento de pouco mais de 2%. Hoje está mais perto de 3% do que de 2% e eu acho que tem tudo para ser 3% ou mais, desde que não haja uma crise externa no meio do caminho. 10 •

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Se houver uma chance grande de vitória de um candidato que possa representar uma mudança muito forte na política econômica, provavelmente isso terá um impacto negativo e reduzirá o crescimento desse ano”

Quais as projeções para o setor industrial? A indústria, em primeiro lugar, deve puxar o crescimento do Brasil. Isso já aconteceu no ano passado pela primeira vez em 14 anos, quando o crescimento da indústria foi maior do que o crescimento do comércio. Isso não acontecia desde 2013 e esse ano isso deve se repetir. Isso está acontecendo porque particularmente com a reforma trabalhista a gente teve um ganho de competitividade do Brasil e particularmente da indústria. Especificamente quando a gente fala de Mato Grosso do Sul, tem um segundo fator que deve ajudar que é o desempenho do agro mais uma vez. Como a indústria aqui e todos os setores da economia do Estado têm um impacto importante do agro, o agro ser um dos setores que puxam o crescimento brasileiro, acaba ajudando ainda mais aqui. O resultado das eleições pode influenciar a economia? Pode e deve. E não somente o resultado, mas também a expectativa de resultado. Hoje no fundo ninguém tem a menor ideia do que vai acontecer nas eleições, mas à medida que isso fique mais claro e que a gente se aproxime do pleito, dependendo do que as pesquisas eleitorais estiverem indicando, se houver uma chance grande de vitória de um candidato que possa re-


Acha que Reforma da Previdência é algo que deve estar na agenda do próximo presidente? É e acho que foi um dos fatores que atrapalharam agora no começo do ano. O fato dela não ter sido aprovada no final do ano passado jogou um pouco de areia na engrenagem. Acredito que o próximo presidente, seja quem for, vai fazer a reforma da Previdência por duas razões muito simples: a primeira é que sem isso não dá para colocar as contas em ordem e a segunda é que se a gente for fazer um histórico dos últimos 20 anos no Brasil, todos os presidentes que fizeram ou tentaram fazer a Reforma da Previdência viram a economia crescer. Foi o caso do Fernando Henrique, do Lula e até do Temer, que não passou, mas tentou. Já com a Dilma, que foi a única que não tentou, a economia afundou. Eu acho que o próximo presidente teria de ser muito ingênuo se não visse isso e estaria jogando o Brasil no buraco, com a presidência dele indo junto. O que é a plataforma Triple A? É uma plataforma que tem como objetivo fazer as pessoas entenderem o tamanho da revolução tecnológica que está acontecendo e, mais do que entender, participar. O objetivo fundamental é que com muito pouco tempo, cerca de cinco a dez minutos por dia, as pessoas saibam o que está acontecendo de mais importante em tecnologia no mundo e no Brasil. Que num primeiro momento elas saibam e, no segundo, se inspirem nisso para inovar. Por exemplo, acabei de descobrir um caso em que a indústria na Noruega está fazendo uma coisa específica e perceber que tenho condições de fazer a mesma coisa aqui em Mato Grosso do

“Várias das tecnologias destroem empregos e várias das tecnologias criam vários outros (...) Cada um de nós tem a responsabilidade de nos atualizar, entender o que está

presentar uma mudança muito forte na política econômica, provavelmente isso terá um impacto negativo e reduz o crescimento desse ano.

acontecendo e conseguir nos

posicionar com relação a isso

Sul. Ou descobri que está sendo feita alguma coisa numa fábrica de papel que de repente pode ser interessante para uma outra que beneficia um produto completamente diferente aqui. O que a gente quer é polinizar ideias a partir de outras ideias. Queremos criar um ambiente para gerar inovação.

Acredita que as empresas estão se preparando para as novas tecnologias? Acho que cada vez mais as empresas estão não só preocupadas com essas novas tecnologias, como estão começando a agir. Criamos essa plataforma para fazer com que isso aconteça ainda mais. O objetivo é ajudar o Brasil a se tornar mais inovador, porque só sendo mais inovador vamos conseguir gerar mais riquezas e melhorar a vida dos brasileiros. E eu acho, sim, que no Brasil a preocupação é cada vez maior. Como fica a questão da mão de obra com essas tecnologias? É um desafio. Acho que em muitos casos, haverá sim substituição de mão de obra, mas também novas funções vão surgir única e exclusivamente por conta das novas tecnologias. Só para dar um exemplo, se você pegar nos Estados Unidos, as profissões que mais cresceram nos últimos anos foram operador de drone, que era um negócio que não existia há algum tempo, youtuber, motorista de Uber. O que quero dizer é que, sim, várias das tecnologias destroem empregos e várias das tecnologias criam vários outros. E por isso eu digo que a gente precisa participar, porque senão só teremos um lado dessa história, o dos empregos destruídos, mas não empregos criados. É por isso que o Brasil precisa fazer parte dessa corrida e investir em inovação. E também os trabalhadores, porque isso não é só responsabilidade das empresas. Pensar assim é quase uma receita para estar desempregado daqui a algum tempo. Cada um de nós tem a responsabilidade de nos atualizar, entender o que está acontecendo e conseguir nos posicionar com relação a isso. MS INDUSTRIAL | 2018 • 11


[ CHARGE ]

[ OLHAR ] NA ADM, LONGEN REFORÇA IMPORTÂNCIA DOS INCENTIVOS FISCAIS PARA ATRAÇÃO DE NOVAS INDÚSTRIAS Na cerimônia de inauguração da fábrica de proteínas de soja da ADM (Archer Daniels Midland Company), realizada no Núcleo Industrial Indubrasil, em Campo Grande (MS), o presidente da Fiems, Sérgio Longen, reforçou a importância da política de incentivos fiscais de Mato Grosso do Sul para a atração de novos empreendimentos para o Estado, que foi elaborada com apoio da Federação. “Com apoio e sugestões da Fiems, o Governo do Estado hoje oferece uma política de benefícios fiscais muito Cerimônia contou com a presença de autoridades do Estado e município arrojada, que nos deixa bastante à vontade para apresentar Mato Grosso do Sul a empresários de fora para que aqui se instalem. A ADM é um exemplo de indústria que veio para o Estado graças à concessão de benefícios fiscais e, agora, com essa expansão de suas atividades, também devido aos incentivos do Governo, vai agregar valor à soja sul-mato-grossense, fabricando proteína dessa oleaginosa para atender a indústria de alimentos nacional e internacional”, afirmou Longen. 12 •

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GILSON KLEBER LOMBA É ELEITO PRESIDENTE DO SINVESUL PARA O BIÊNIO 2018/20 O empresário Gilson Kleber Lomba foi eleito presidente do Sinvesul (Sindicato das Empresas do Vestuário Industrial da Região Sul de Mato Grosso do Sul) para o biênio 2018/2020. Com chapa única, o pleito também elegeu os empresários Egon Hamester como vice-presidente e José Carlos de Oliveira como segundo vice-presidente. Gilson Lomba destacou que o foco da nova gestão será apoiar as empresas da região Sul do Estado a Eleição na sede do sindicato se manterem competitivas. “O momento ainda é de crise e nosso trabalho consistirá em estar cada vez mais próximos dos empresários do segmento do vestuário, levando os serviços do Sistema Indústria como um todo, para garantir que essas indústrias se mantenham no mercado, gerando emprego e renda para toda a região”, afirmou.

EM CONGRESSO EMPRESARIAL, PRESIDENTE DA FIEMS REFORÇA IMPORTÂNCIA DE REFORMAS ESTRUTURANTES Ao discursar para uma plateia de 700 lideranças empresariais e sindicais de todo o Brasil durante a abertura do 34º Congresso Nacional de Sindicatos Empresariais do Comércio de Bens e Serviços, realizada no Centro de Convenções de Bonito (MS), o presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou a importância da aprovação de reformas estruturantes, especialmente a Reforma Política, para que o Brasil volta a se tornar um ambiente favorável para investimentos e atuação do empresário. Sérgio Longen afirmou que o momento é propício para a discussão porque nos meses anteriores às eleições gestores e legisladores estarão de olho nas demandas das entidades representativas para elaborar planos de governo e pautar a atuação pelos próximos quatro anos. “De nada adianta a revolta da sociedade com a classe política, o que nós, empresários, podemos fazer é participar ativamente da discussão em torno da proposta de mudança do sistema político do nosso País, que é arcaico e está falido”, declarou, defendendo a união das entidades laborais e patronais em prol de uma pauta comum para o País.

AÇÃO GLOBAL ATRAI 4,9 MIL PESSOAS E FAZ 14,7 MIL ATENDIMENTOS EM CORUMBÁ

A edição 2018 da Ação Global, realizada em Corumbá (MS) pelo Sesi e Rede Globo, por meio da afiliada TV Morena, atraiu 4.971 pessoas e fez 14.743 atendimentos nas áreas de educação, saúde, cidadania e lazer, além do sorteio de 20 bicicletas entre o público presente. O evento, que começou às 8 horas e terminou às 15 horas, foi promovido na Praça da Nova Corumbá, localizada na Rua Paraíba, entre as ruas José Frageli e Ciriáco de Tolêdo, no Bairro Nova Corumbá, no município. Segundo o 3º vice-presidente regional da Fiems, Lourival Vieira Costa, a Ação Global contribuiu para a melhoria da qualidade de vida da população de Corumbá. “Esse é um evento fundamental para o trabalhador e essa parceria do Sesi com a TV Globo promoveu uma ação na cidade que disponibilizou vários serviços. Em 2016, nós tivemos mais de 7 mil pessoas e 20 mil atendimentos, enquanto em Campo Grande foram 4 mil pessoas. Então veja que a nossa população realmente aderiu e a Fiems acertou em trazer a Ação Global para Corumbá”, analisou.

INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO DE MS PROSPECTAM NEGÓCIOS NA MAIOR FEIRA DA CADEIA DA SAÚDE DO PAÍS Pela primeira vez como expositores da Hospitalar, maior feira para geração de negócios na cadeia da saúde, realizada de 22 a 25 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), indústrias do vestuário de Mato Grosso do Sul conheceram compradores, promoveram network e realizaram vendas que tendem a gerar ainda mais negócios. Durante quatro dias, as empresas Íris Compressiva, RU Uniformes e Hcare - Enxoval hospitalar apresentaram seus produtos às mais de 40 mil pessoas que passaram pelo evento, entre compradores e fornecedores do setor, especialistas, autoridades e dirigentes sindicais. MS INDUSTRIAL | 2018 • 13


[ R A DA R

FIEMS

]

RETOMADA Em três meses, exportação de industrializados de MS já soma US$ 842,7 milhões De janeiro a março deste ano a receita com as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul já soma US$ 842,7 milhões, um aumento de 22% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o montante foi de US$ 691,3 milhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. Na comparação de março de 2017 com março deste ano, a receita com a exportação de produtos industriais registrou crescimento de 17%, saindo de US$ 236,8 milhões para US$ 276,2 milhões. O presidente da Fiems, Sérgio Longen, reforça que, no início do ano, já era prevista a retomada do crescimento e os indicadores econômicos começam a demonstrar resultados satisfatórios. “A queda da inflação e da taxa básica de juros, a Selic, e um cenário internacional favorável fortaleceram a venda de alguns produtos industriais fabricados em Mato Grosso do Sul, tais como o minério de ferro, concentrado em Corumbá, e a celulose e papel, cujo grande polo nacional está em Três Lagoas. Enfim, a indústria vem respondendo bem ao processo de recuperação econômica e nós esperamos avançar ainda mais”, pontuou. Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, acrescenta que esses números indicam que Mato Grosso do Sul mudou de patamar nas exportações. “No ano passado, uma nova planta de celulose começou a operar, o que colocou esse produto de forma definitiva na pauta de exportações do Estado. Além disso, apesar da crise, o complexo frigorífico expandiu a produção e, claramente, há um aquecimento na demanda mundial pela carne bovina e de aves 14 •

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produzida no Brasil”, destacou. Ele ainda ressalta que a mineração também recuperou seu espaço na pauta de exportações do Estado, o que ajuda em muito o município de Corumbá. “Saímos da exportação de minério de ferro somente para a Argentina e começamos a exportar também para o Uruguai, isso recompõe o nosso volume de exportação de minério. Ou seja, em resumo, o cenário está bastante positivo para os produtos industriais de Mato Grosso do Sul”, garantiu. DETALHAMENTO - Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o montante obtido no mês de março é o melhor resultado registrado para o mês em toda a série histórica das exportações industriais de Mato Grosso do Sul. “Quanto ao volume exportado, na comparação mensal, tivemos aumento de 27%, enquanto na comparação anual registramos aumento de 29% em relação a 2017. Já em relação à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 52% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, sendo que no acumulado do ano, na mesma comparação, a participação ficou em 70%”, analisou. Ainda de acordo com ele, os grandes responsáveis por esse bom desempenho continuam sendo os grupos da “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles”, que, somados, representaram 98,2% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior. No caso do grupo “Celulose e Papel”, a receita no período avaliado foi de US$ 408,5 milhões,

crescimento de 67% comparado com a somatória de janeiro a março de 2017, dos quais 97,3% foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 398 milhões). Os principais compradores foram a China, com US$ 198,4 milhões, Itália, com US$ 50,1 milhões, Holanda, com US$ 39,1 milhões, Estados Unidos, com US$ 26,3 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 15,6 milhões. “Depois de avançarem até 50% no ano passado, os preços internacionais da celulose seguem em alta em 2018, mas com ritmo mais moderado especialmente na Ásia. No último trimestre do ano passado, a valorização chegou a US$ 90,00 por tonelada no mercado europeu e a US$ 73,00 na China”, informou Ezequiel Resende. Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida na soma de janeiro a março deste ano foi de US$ 250,6 milhões, uma elevação de 11% na relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 35,8% do total alcançado são oriundos das carnes bovinas desossadas congeladas, que totalizaram US$ 89,7 milhões. Para esse grupo, os principais compradores foram Hong Kong, com US$ 58,4 milhões, Chile, com US$ 31,5 milhões, Arábia Saudita, com US$ 17,8 milhões, China, com US$ 16,7 milhões, e Japão, com US$ 13,5 milhões. “Com o consumo doméstico de carne bovina enfraquecido, o mercado externo continua sendo um importante canal de escoamento do produto brasileiro neste ano e, consequentemente, um fator de sustentação aos preços internos da arroba do boi”, ressaltou o economista. OUTROS GRUPOS - O grupo “Extrativo Mineral” aparece em terceiro com melhor desempenho


+ 17% com uma receita de US$ 63,7 milhões no período analisado, aumento de 47% comparado com a somatória de janeiro a março do ano passado, sendo que 77,9% desse montante foi alcançado pelos minérios de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 37,3 milhões. Nesse grupo, os principais compradores foram Argentina, com US$ 31,8 milhões, e Uruguai, com US$ 29,3 milhões. “A China vai continuar demandando minério de ferro de maior qualidade para conter à poluição no país. Esse movimento se deve a preferência das siderúrgicas chinesas por matéria prima mais pura, que emite menos carbono no ambiente”, detalha Ezequiel Resende. Os outros grupos que também apresentaram crescimento nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado foram “Óleos Vegetais”,

“Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles”, que tiveram altas de 370%, 76% e 41%, respectivamente. O grupo “Óleos Vegetais” obteve receita de US$ 45,1 milhões e os principais produtos vendidos para o exterior foram farinhas e pallets, com US$ 89 milhões, tendo como principais países compradores desses produtos a Tailândia, com US$ 22,4 milhões, Indonésia, com US$ 11,6 milhões, Holanda, com US$ 5,5 milhões, e Espanha, com US$ 3,5 milhões. “A produção brasileira de farelo de soja deve crescer 4,1% na safra 2017/2018, no entanto, a demanda interna deverá crescer 1,2% e as exportações 13,3%. Com isso, a expectativa é de preços sustentados nos próximos meses e patamares maiores que os verificados em igual período do ano passado. Além da quebra da safra na Argentina, o período de entressafra nos Estados Unidos é outro

fator que deve sustentar as cotações nos próximos meses”, pontuou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems. O grupo “Açúcar e Etanol” teve receita de US$ 30,9 milhões e os principais produtos foram outros açúcares de cana, com US$ 30,6 milhões, tendo como principais compradores a Venezuela, com US$ 9,5 milhões, Argélia, com US$ 5,4 milhões, Malásia, com US$ 4,4 milhões, Canadá, com US$ 3,4 milhões, e Nigéria, com US$ 3 milhões. Já o grupo “Couros e Peles” obteve US$ 28,4 milhões e os principais produtos vendidos foram outros couros e peles não divididos de bovinos, com US$ 15,7 milhões, e outros couros e peles inteiros, divididos de bovinos, com US$ 5,4 milhões, tendo como principais compradores a China (US$ 14,6 milhões), Itália (US$ 7,4 milhões) e Vietnã (US$ 1,6 milhão). MS INDUSTRIAL | 2018 • 15


Intenção de investimentos da indústria de MS tem melhor resultado dos últimos 46 meses O índice de intenção de investimento do empresário industrial de Mato Grosso do Sul apresentou em abril o melhor resultado dos últimos 46 meses, alcançando 61,8 pontos e indicando crescimento de 4,5 pontos sobre março, quando o resultado foi de 57,3 pontos, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems. Na prática, esse resultado é 14,5 pontos maior que a média obtida para o mês de abril nos anos de 2014, 2015, 2016 e 2017, lembrando que o índice varia de zero a 100 pontos e, quanto maior o índice, maior é a intenção de investir. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o índice de expectativa do empresário industrial também foi positivo. “A demanda marcou 58,3 pontos, sinalizando expectativa de aumento para os próximos seis meses a partir de abril, enquanto em relação à contratação de empregados o índice marcou 53, 1 pontos, indicando expectativa de estabilidade nos próximos seis meses. Já em considerando a exportação o índice marcou 55,2 pontos, demonstrando expectativa de aumento nos próximos seis meses a partir de abril”, detalhou Ezequiel Resende. ICEI - Em abril, o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) alcançou 57,1 pontos, sendo o melhor resultado para o mês dos últimos quatro anos. O índice alcançado em abril de 2018 é 12,3 pontos maior que a média obtida para 16 •

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o mesmo mês considerando os anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017. Adicionalmente, todos os componentes do indicador de expectativas permanecem acima da linha divisória dos 50 pontos, sinalizando que para os próximos seis meses devem ocorrer melhoras na economia brasileira, sul-mato-grossense e, principalmente, no desempenho da própria empresa. “Em relação às condições atuais, em abril, 20% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram. No caso da economia estadual, a piora foi apontada por 17,3% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 21,4% dos empresários”,

reforçou o economista, completando que, ainda no mês de abril, para 49,3% dos empresários não teve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 52,0% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 50,7%. Por fim, para 24% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual chegou a 22,7% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 20%. “Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação responderam por 6,7%, 8% e 8%, respectivamente”, pontuou Ezequiel Resende.


Pelo 3º mês consecutivo, indústria de MS volta a registrar saldo positivo na geração de empregos O setor industrial de Mato Grosso do Sul, que é composto pelas indústrias de transformação, de extrativismo mineral, de construção civil e de serviços de utilidade pública, já acumula saldo positivo de 970 vagas de emprego de janeiro a março deste ano, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. De acordo com o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, durante o primeiro trimestre de 2018 foram feitas 14.267 contratações e 13.297 demissões, resultando no saldo positivo de trabalho para o período. De janeiro a março deste ano, os maiores saldos no ano foram para os segmentos da indústria química (+417), da construção (+349), metalúrgica (+174) e da madeira e do mobiliário (+132), enquanto os menores saldos foram registrados na indústria de alimentos e bebidas (-50), de serviços industriais de utilidade pública (-44) e na indústria do papel, papelão, editorial e gráfica (-36). No entanto, nos últimos 12 meses, o saldo continua negativo em 6.393 em razão das 56.389 contratações e 62.782 demissões. Ele explica que, com esse saldo positivo, o conjunto das atividades industriais em Mato Grosso do Sul encerrou o mês de março de 2018 com 120.976 trabalhadores empregados, indicando estabilidade em relação a fevereiro de 2018, quando o contingente ficou em 120.923 funcionários. “Atualmente, a atividade industrial responde por 19,1% de todo o emprego formal existente em Mato Grosso do Sul, ficando atrás dos setores de serviços, que emprega 192.634 trabalhadores e participação equivalente a

30,4%, do comércio, com 125.172 empregados ou 19,8%, e da administração pública, com 122.468 empregados ou 19,3%”, informou. DETALHAMENTO - De janeiro a março de 2018, 104 atividades industriais apresentaram saldo positivo de contratação, proporcionando a abertura de 2.378 vagas, com destaque para fabricação de álcool (+394), construção de edifícios (+316), obras de terraplenagem (+145) e fabricação de madeira laminada e de chapas de madeira compensada, prensada e aglomerada (+133). Por outro lado, 89 atividades industriais apresentaram saldo negativo, proporcionando o fechamento de 1.408 vagas, com destaque para abate de reses, exceto suínos (-302), construção de rodovias e ferrovias (-194), montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas (-93) e coleta de resíduos não-perigosos (-78). Em relação aos municípios, constatou-se que em 45 deles as atividades industriais registraram saldo positivo de contratação de janeiro a março de 2018, proporcionando a abertura de 2.069 vagas, com destaque para Campo Grande (+728), Rio Brilhante (+170), Água Clara (+146), Naviraí (109), Nova Andradina (+100), Ponta Porã (+96), Deodápolis (+91) e Paranaíba (+85). Por outro lado, em 24 municípios as atividades industriais registraram saldo negativo, proporcionando o fechamento de 1.099 vagas, com destaque para Cassilândia (-373), Três Lagoas (-184), Corumbá (-136), Bataguassu (-72), Aparecida do Taboado (-65) e Angélica (-61).

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[ I N D U S T R I A L I Z AÇ ÃO ]

PASSAGEM

QUE VIROU DESTINO Itaquiraí, conhecida como “corredor de passagem” entre MS e PR, viu a economia se desenvolver com frigorífico Bello Alimentos

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Itaquiraí, distante 408 quilômetros de Campo Grande, viu sua paisagem mudar desde a instalação do frigorífico Frango Bello, que começou a operar no município em 2006, passando a empregar centenas de famílias que antes tinham as oportunidades de emprego restritas à administração pública e às atividades agropecuárias. Com isso, a cidade, que anteriormente era considerada apenas “um corredor de passagem” para aqueles que atravessavam Mato Grosso do Sul com destino ao Paraná, passou a se desenvolver. Com 1.619 funcionários, a Bello Alimentos, nome atual do frigorífico, responde sozinha por 84% de todo o emprego industrial de Itaquiraí. E, em relação ao emprego total, o frigorífico representa 39% de

todas as vagas formais existentes na cidade, sendo o principal empregador do município. Quando se compara o número de trabalhadores do frigorífico com o contingente dos demais setores de Itaquiraí constata-se que ele é 114% maior que o da agropecuária, 138% maior que o da administração pública, 307% maior que o do comércio e 349% maior que o de serviços. O alcance do frigorífico extrapola os limites de Itaquiraí, de onde emprega 1.619 trabalhadores, e atrai moradores dos municípios vizinhos. Dos 1.619 funcionários, 160 são de Naviraí, 39 de Iguatemi, 150 de Eldorado e sete de Japorã. A estimativa é que a indústria gere mais de 3.500 empregos indiretos na região. Para os trabalhadores de Eldora-

do e Naviraí, cidades mais próximas, um ônibus terceirizado pela empresa é responsável pelo transporte. “O ônibus passa em Eldorado por volta das 5 horas da manhã e retorna às 16 horas. É uma facilidade para nós e, se não fosse o Frango Bello, não sei onde poderia trabalhar”, conta Rosimeire Pereira Porto, de 21 anos, que encontrou há três anos na empresa a oportunidade do primeiro emprego. “Minha mãe é costureira e meu pai é mecânico. Tenho uma irmã que trabalha aqui há cinco anos e ela sempre foi um exemplo para mim, então eu sempre quis trabalhar aqui também. Quando completei 18 anos, fiz questão de entregar um currículo aqui, que foi o primeiro e único emprego com carteira

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CHEGADA DE FRIGORÍFICO MUDOU COMÉRCIO DA CIDADE “Antes da Bello, nós não tínhamos escolha. Ou trabalhávamos na roça, cortando cana, ou não trabalhávamos”. A declaração é de Lucilene Lopes Cançado, 33 anos, que começou a trabalhar no frigorífico em 2008, quando ele tinha pouco mais de um ano e viu na empresa uma oportunidade de encontrar uma nova fonte de renda. Até então, a única opção que via era seguir os passos da mãe, que sempre trabalhou com atividade rural, mas na Bello Alimentos, viu sua vida mudar, assim como a cidade de Itaquiraí. “Eu fiquei viúva muito cedo, há oito anos, e tinha dois filhos pequenos para cuidar, então acho que trabalhar aqui foi fundamental para eu conseguir criar meus meninos, que hoje estão com 14 e 18 anos”, conta a funcionária do setor de evisceração. Ela ainda recorda como a chegada do frigorífico foi importante para o desenvolvimento do município. “Aqui não tinha A enpresária Evanice de Fátima Gomes nada. O comércio era muito pequeno, por isso mesmo a única alternativa era trabalhar no campo ou ir embora para cidades maiores. Mas depois, muitas pessoas passaram a vir morar aqui. Hoje temos mais lojas, supermercados, restaurantes. Com certeza Itaquiraí se desenvolveu muito nesses últimos 10 anos”, afirma. A empresária Evanice de Fátima Gomes Meira, do supermercado Maringá, também viu a cidade crescer com a chegada da indústria. “Acho que a instalação da Bello foi um divisor de águas para o município. Meu mercado começou alguns anos antes do frigorífico começar a atuar e tínhamos apenas 100 metros quadrados e poucos clientes. Hoje ampliamos nossa estrutura para 500 metros quadrados e a grande maioria dos nossos clientes são funcionários da Bello”, ressalta. Na mesma linha, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Itaquiraí, Edson Carlos Block, também reconhece a importância da Bello Alimentos para o município. “Quase 40% dos trabalhadores formais do município estão no frigorífico. Esses trabalhadores gastam seus salários no comércio, movimentando a economia. Além disso, o frigorífico trouxe pessoas de outras cidades, que tiveram de buscar moradias, então até o segmento da construção civil se desenvolveu mais”, informa. Na avaliação do prefeito Ricardo Fávaro Neto, a instalação da Bello Alimentos em Itaquiraí foi extremamente importante para o município. “Envolve toda uma cadeia produtiva, se tornando, de forma consolidada, numa matriz que propicia um desenvolvimento para a nossa cidade. A Bello é uma matriz econômica fundamental para nós, com centenas de empregos diretos e indiretos, fomentando e aquecendo a economia local e também regional, já que existem moradores de municípios vizinhos que vêm para cá só para trabalhar”, destaca. registrada que já tive. Espero que continue sendo o único, porque sou muito feliz aqui”, afirma. FRIGORÍFICO - Segundo o gerente geral da Bello Alimentos, Rodrigo Belasques, o frigorífico foi idealizado pelo grupo Pluma Agroavícola, do município de Dois Vizinhos, no Paraná, atua no ramo avícola e é o maior fornecedor de ovos férteis no Brasil. A escolha por Itaquiraí se deu pelo fato de existir na época uma planta desativada no município. “Tivemos apoio da Prefeitura e do Governo do Estado. Outro fator determinante foram as 20 •

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características da região favoráveis à produção, disponibilidade de grãos, bom status sanitário e mão de obra disponível”, explica. Ao todo, foram investidos R$ 60 milhões e quando começamos em 2006, tínhamos uma capacidade de 6 mil frangos por dia. “Aos poucos fomos investindo mais, buscando novas tecnologias e hoje contamos com uma estrutura de 22 mil metros quadrados, com capacidade de abate de 140 mil frangos por dia, ou seja, ampliamos nossa produção em 23 vezes”, calcula. E o objetivo é aumentar ainda mais esse número. “Nossa meta é

atingir 200 mil abates de aves por dia. Esperamos que isso seja possível já entre novembro e dezembro deste ano. Para isso, estamos fazendo uma série de investimentos, entre eles R$ 13 milhões destinados à implantação de uma subestação de energia, pois a energia disponível hoje é insuficiente para aumentarmos nossa produção”, acrescenta Rodrigo Belasques. PRODUÇÃO - Para realizar o abate diário de 140 mil aves, que tem individualmente um peso médio de 3,2 quilos, a unidade da Bello Alimentos em Itaquiraí conta com


Setores que mais empregam em Itaquiraí

Indústria total: 1.825 trabalhadores

Agropecuária: 720 trabalhadores

Adm. Pública: 646 trabalhadores

Comércio: 378 trabalhadores

Serviços: 343 trabalhadores Total: 3.912 um sistema de integração, composto por aproximadamente 200 propriedades localizadas nos municípios sul-mato-grossenses de Itaquiraí, Naviraí, Ivinhema, Deodápolis, Tacuru, Glória de Dourados, Paranhos, Iguatemi, Novo Horizonte do Sul e Angélica, responsáveis pela criação dos animais. “Chamamos de sistema integrado porque essas propriedades recebem todo o auxílio para a criação desses frangos. Fornecemos o pintinho, a ração, os medicamentos necessários e toda a assistência técnica e veterinária, além da logística. O transporte dos animais é de

nossa responsabilidade. Temos esse cuidado para garantir a qualidade da carne que produzimos, levando em consideração os aspectos fitossanitários e as boas práticas para o bem-estar animal”, destaca o gerente-geral da Bello Alimentos. Transportado em gaiolas que armazenam de seis a sete aves, os frangos chegam ao frigorífico e vão direto para a “pendura”, onde as aves são presas pelas patas, e passam pelo tanque de sensibilização para que sejam encaminhados para a sangria. Depois é a fase de escaldagem, quando ocorre a depenagem dos animais, feita por uma máquina que

conta com uma espécie de dedos de borracha. Em seguida vem a evisceração, quando são retirados as vísceras e os miúdos dos animais. Depois, a ave passa pelos tanques pré-chiler e chiler, com água gelada para que ele seja resfriado para ser manuseado. O próximo passo é a sala de corte e, por fim, a fase de embalagens primárias e secundárias, para ser congelado. “Contamos com uma tecnologia avançada e 30% de todo o processo de produção é automatizado, com destaque para as áreas de abate, a sala de cortes e o nosso sistema de congelamento, com um túnel conMS INDUSTRIAL | 2018 • 21


tínuo”, informa Rodrigo Belasques. MERCADOS - Se a comercialização de toda a produção da Bello Alimentos fosse restrita ao município de Itaquiraí, que tem 18.614 habitantes, de acordo com o último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cada morador da cidade poderia consumir sete frangos e meio por dia. No entanto, o frigorífico atinge quase todos os municípios de Mato Grosso do Sul e ainda exporta boa parte de seus produtos para outros países. Com as marcas Frango Bello, Frango Ouro e Bello Alimentos, 60% dos produtos da Bello Alimentos ficam no Estado. “Apesar de o grupo que idealizou o frigorífico ser do Paraná, somos uma empresa sul-mato-grossense e queremos valorizar a região, fortalecendo nossa participação no mercado local. Esse sempre foi nosso objetivo”, comenta o gerente geral da empresa. Os outros 40% são destinados ao mercado externo. Entre os principais países compradores destacam-se China, Japão e Chile, além de quase todos da Europa e do Oriente

Médio. “Foi um processo bastante trabalhoso para conseguirmos exportar os nossos produtos. Começamos em 2010, quando houve grandes mudanças para atender todos os destinos, porque cada país tem sua legislação e exige um padrão de embalagem e de corte”, acrescenta. Para conseguir exportar, o frigorífico teve de fazer diversas adequações para atender às exigências do mercado externo. “Também tivemos de treinar nossa equipe, para se adaptar a essas exigências. Mas foi um processo que deu muito certo e hoje recebemos diversas missões internacionais. Além disso, nosso compromisso com a qualidade e a higiene da indústria fez com que conseguíssemos ser uma das poucas plantas do Brasil com habilitação para exportar para a China e o Chile”, completa Rodrigo Belasques. NOVAS PLANTAS - “Costumo brincar que a única coisa que não podemos aproveitar do frango é o piado, o ‘piu piu’ que ele faz. De resto, utilizamos tudo. As carnes e miúdos são comercializados normalmente, os pés são exportados

Estabelecimentos industriais e empregados por subsetor em Itaquiraí: Alimentos e bebidas: 13 empresas e 1.690 empregados; Têxtil e confecção: 3 empresas e 41 empregados; Construção: 12 empresas e 31 empregados; Química: 3 empresas e 28 empregados; Metalurgia: 5 empresas e 11 empregados; Mecânica: 1 empresa e 7 empregados; Serviços Industriais de Utilidade Pública: 1 empresa e 6 empregados; Extrativo Mineral: 1 empresa e 5 empregados; Papel, papelão, editorial e gráfica: 2 empresas e 4 empregados; Materiais elétricos: 1 empresa e 2 empregados.

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Empregos diretos gerados pela Bello Alimentos em Mato Grosso do Sul Aparecida do Taboado 486 trabalhadores Campo Grande 50 trabalhadores Corumbá 10 trabalhadores Eldorado 130 trabalhadores Itaquiraí 1.619 trabalhadores

para a China, que é nosso principal mercado, a cabeça é utilizada para a produção de farinha e óleos e as penas também vão para fábrica de farinha”, ressalta o gerente geral. A Bello Alimentos instalou em setembro de 2017 uma fábrica de industrializados no município de Eldorado, estado Mato Grosso do Sul. Para isso, foi necessário um investimento de aproximadamente R$ 14 milhões, que hoje emprega 125 trabalhadores. Mas a empresa começou a ampliar suas instalações já em 2010, quando integrou a marca Frango Ouro à Bello Alimentos, uma unidade localizada em Aparecida do Taboado, na divisa triangular dos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Depois de diversas reestruturações, atualmente abate 40.000 aves por dia e gera 486 empregos diretos. A meta de abates é de 60.000 aves por dia e será atingida com o término das ampliações que estão sendo realizadas. Além das plantas de Itaquiraí, Aparecida do Taboado e Eldorado, a Bello Alimentos conta com centros de distribuição em Campo Grande e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, e em Cuiabá, no Estado de Mato Grosso, gerando mais 76 empregos diretos nos três municípios. MS INDUSTRIAL | 2018 • 23


[ INCUBADORA

SINDICAL

]

EFEITO NEGATIVO

Crise gerada em torno dos preços dos combustíveis impacta indústria plástica de MS

Depois da paralisação dos caminhoneiros, a crise gerada em torno dos preços dos combustíveis pode ter efeitos negativos em diversos setores da economia, uma vez que o petróleo alimenta, em maior ou menor proporção, praticamente toda a produção de bens e serviços no País. A oferta dos derivados pode influenciar desde o custo da lavoura de tomates, por exemplo, que têm de ser transportados da horta até os centros de consumo, mas afeta especialmente a cadeia da fabricação do plástico, matéria-prima dependente do insumo para a sua produção. O presidente do Sindiplast/MS (Sindicato das In24 •

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dústrias de Plásticos e Petroquímicas de Mato Grosso do Sul), Zigomar Burille, explica que o segmento em Mato Grosso do Sul sofreu consequências não somente com os gargalos logísticos resultantes da greve dos caminhoneiros, mas tem como fator extenuante à atual política da Petrobras, adotada na gestão de Pedro Parente, de calibrar os preços dos combustíveis de acordo com a variação das cotações do barril de petróleo. “O setor químico é um dos mais impactados pelas variações do preço do barril de petróleo e do dólar. Com a alta dos últimos meses, o aumento de custos já era um fato, o que mudou é que a paralisação dos


caminhoneiros inflamou ainda mais esta situação”, analisa o empresário. Segundo Zigomar Burille, em Mato Grosso do Sul, pelo menos 80% das 58 indústrias plásticas e petroquímicas paralisaram totalmente as atividades durante a greve, segundo levantamento realizado junto às 16 empresas filiadas ao sindicato que representa o segmento. “Faltou matéria-prima, já que a quase totalidade do que usamos aqui vem do Estado de São Paulo. A indústria que tinha matéria prima até conseguiu produzir, mas não conseguiu entregar o produto acabado, o que é prejudicial da mesma maneira”, conta. Estima-se, diante deste cenário, que as empresas levem pelo menos 15 dias para voltar a produzir e regularizar o fornecimento de embalagens, que é a principal atividade do segmento local. SEM FÔLEGO - No Estado, a pedido do setor produtivo – representado pela Fiems, Famasul, Faems, Fecomércio/MS, Sebrae/MS e FCDL – o Governo reduziu, desde o dia 6 de junho, de 17% para 12% a alíquota do ICMS (Imposto sobre Cir-

culação de Mercadorias e Serviços) sobre o óleo diesel, por período indeterminado. Somada às medidas aplicadas pelo Governo Federal, que congelou por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro – desconto que equivale a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins – a estimativa é de que o preço do litro diesel seja reduzido em até R$ 0,60 nos postos de combustíveis sul-mato-grossenses. Porém, as mudanças não representam fôlego ao segmento, entende Zigomar Burille. Isso porque, ao mesmo tempo que aplicou o desconto, o Governo Federal estabeleceu um valor mínimo para o frete rodoviário, o que agradou aos caminhoneiros, mas onera o empresário. “Esta tabela mínima aumentou em pelo menos 40% o preço do frete para o empresário. Da mesma forma que o setor produtivo local se articulou para conseguir a redução do ICMS do diesel, há uma mobilização também no âmbito nacional para que esta medida do Governo Federal seja revogada. Mas, enquanto isso não acontece, o empresário continuará sendo penalizado com o alto custo da logística, o que se reflete em toda cadeia produtiva”, afirma. Conforme a Medida Provisória editada pelo governo, os valores da tabela valem até 20 de janeiro de 2019. Zigomar acrescenta, ainda, que a venda de quatro parques da Petrobras deve melhorar a disputa comercial no setor de petróleo. “A solução está em dar maior competitividade no setor de petróleo por meio desse desinvestimento da Petrobras”, espera o empresário.

DESEMPENHO DA INDÚSTRIA PLÁSTICA 58 empresas 2.069 trabalhadores R$ 1.900,76 é o salário médio do setor R$ 47,2 milhões milhões é a massa salarial do setor R$ 510,3 milhões é o valor bruto da produção, o que corresponde a 1,5% do valor bruto da indústria em MS Zigomar Burille, presidente do Sindiplast/MS

Fonte: Radar Industrial Fiems MS INDUSTRIAL | 2018 • 25


[ VA R E J O ]

A COPA DO MUNDO

É NOSSA Com decoração em verde e amarelo, lojas de eletrônicos, decoração e uniformes registram aumento nas vendas em Campo Grande Com o início da Copa do Mundo, comerciantes de Campo Grande estão otimistas com relação à conquista do hexa pelo grupo comandado pelo técnico Tite, mas estão depositando as esperanças mesmo é nas vendas, que já registram aumento quando o assunto são televisores, artigos de decoração em verde e amarelo e camisetas oficiais do Brasil ou comemorativas. A expectativa é que conforme a Seleção avance na competição, os consumidores se empolguem e gastem cada vez mais com essas mercadorias. Na loja Galeria dos Esportes, o clima de Copa já tomou conta da vitrine e das araras e até os funcionários estão devidamente uniformizados, com camisetas comemorativas. “Acho esse pe-

Quanto custa se vestir como o Neymar na Copa? Camisa oficial da Nike - R$ 259,90

Short oficial da Nike R$ 159,90

Meião oficial da Nike R$ 89,90

Chuteira a partir de R$ 99,00

Réplica da Adidas da bola utilizada nos jogos R$ 179,90

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Total R$ 788,60


ríodo de Copa do Mundo muito vibrante e animado e tem se perdido um pouco. Hoje o brasileiro está mais desanimado, mas acredito que conforme a Seleção comece a jogar e vencer, as pessoas devem se empolgar mais”, afirmou o empresário Antonio Breschigliari Filho. Ele comentou ainda que os funcionários estão todos uniformizados um mês antes do início da competição, para começar a estimular os clientes. “Para nós, que vendemos artigos esportivos, esse período é muito importante, porque muitas crianças e adolescentes se animam a jogar futebol. Então o aumento das vendas não é só das camisetas do Brasil, mas de tudo o que envolve o esporte, como bolas, chuteiras, meiões e uniformes, que podem ser da seleção ou não”, contou. Além disso, outro nicho em que o empresário Antonio Breschigliari Filho aposta são as empresas que encomendam camisetas comemorativas. “Algumas pedem para os próprios funcionários, para que todos entrem nesse clima de animação e otimismo, mas também é comum empresas encomendarem essas camisetas comemorativas para seus clientes,

como um brinde mesmo. Temos recebido alguns pedidos desse tipo já”, completou. Na mesma linha, a empresária Juliana Aranda, da RU Uniformes, já começou a se preparar com alguns meses de antecedência para o período em que espera um aumento nas vendas. “Estou fazendo um curso fora de Campo Grande sobre indústria avançada e já tenho trazido as novidades de lá para a minha empresa, algumas que já estão sendo implantadas nesses novos produtos, em que predominam o verde e amarelo”, destacou. Ela também acredita que depois que a Seleção Brasileira começar a jogar é que as vendas devem aumentar. “O brasileiro vem demonstrando pouco entusiasmo para vibrar pela Copa, mas estamos fazendo nossa parte, deixando algumas peças à pronta entrega nas lojas de varejo, preparando vitrines e divulgando nossos produtos, já que também atendemos empresas que queiram encomendar brindes para funcionários e clientes”, comentou. Lojas de eletrônicos e eletrodomésticos também já veem um aumento significativo nas vendas de televisores. O gerente de

uma grande rede que não quis ter o nome revelado garantiu que durante o mês de maio foi possível notar uma elevação de 15% na comercialização de televisões. “Tivemos o Dia das Mães, que contribui para melhorar as vendas, mas acreditamos que a proximidade com a Copa do Mundo também ajudou. Esperamos que aumente ainda mais agora no começo de junho”, disse. Já no Paulistão, a seção de artigos em verde e amarelo já tem espaço de destaque na loja da rua Rui Barbosa. “Estamos confiantes e fizemos uma grande encomenda de produtos como chapéus estilizados, bandeirinhas para colocar nos carros, copos diferentes, pequenas sombrinhas e artigos para decoração”, ressaltou a gerente Mônica Oliveira. Coincidentemente com o período da Copa, a loja também espera vender artigos para festas juninas. “Temos muitas bandeirinhas e bandeirolas em verde e amarelo, porque as pessoas aliam as duas comemorações e fazem as festas juninas em clima de Copa do Mundo. O movimento ainda está pequeno, mas com certeza deve se intensificar agora em junho”, finalizou. MS INDUSTRIAL | 2018 • 27


[ MICRO

E PEQUENA EMPRESA

]

“SONHO” AMERICANO Popular nos Estados Unidos, doce em formato de rosca cai no gosto do campo-grandense e vira negócio na mão de empreendedora Com apenas 24 anos, Fabianny Sanches decidiu que não gostaria de trabalhar para terceiros e queria o seu próprio negócio. Foi assim que a jovem fundou a Spring Donuts e trouxe para Campo Grande o chamado “donuts”, uma espécie de rosca frita muito semelhante ao sonho comercializado nas padarias brasileiras, e bastante popular nos Estados Unidos. Em um primeiro momento, a publicitária pensou em fazer cookies, mas depois de muita pesquisa, constatou que o mercado já estava saturado e as Cookerias já existiam aos montes. Então, apostou nos donuts, algo ainda novo e com elevado potencial de consumo, especialmente entre o público mais jovem. “Se procurar, até tem outras pessoas que fazem por encomenda, mas não são coisas grandes, e eu queria fazer o con-

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Fabianny vende, sob encomenda, caixas com até seis sabores de donuts


sumo de donuts se tornar um hábito dos campo-grandenses”, revelou Fabianny. Durante um ano, Fabianny pesquisou receitas e as melhores formas de comercializá-lo. Na base de muita tentativa e erro, e buscando alternativas para adaptá-lo ao paladar do brasileiro, a empresária começou as encomendas da Spring Donuts. Já tem um ano que são feitos os pedidos e ela garante que é sucesso. “Hoje eu consigo fazer uma quantidade grande de caixas para encomendas. Os pedidos são feitos um dia antes. Produzo na parte da manhã e à tarde faço as entregas”, explicou. As demandas vêm 80% da divulgação feita em redes sociais, via Instagram e Facebook, e os outros

20% são por indicação de quem já conhece e aprova o produto da microempresária. Hoje, a empresa é a única a fonte de renda de Fabianny, e por esse motivo, já há planos de ampliar o negócio e abrir uma loja física na Capital. “Tem gente que quer ir a um determinado lugar comer. E também quem quer comprar só um ou dois, porque atualmente vendemos uma caixa com seis unidades, mas temos trabalhado para que seja comercializado de forma unitária”, concluiu. A Spring Donuts tem no cardápio 15 tipos diferentes de donuts, inclusive o mais famoso no Brasil, o “donuts do Homer Simpson”, com cobertura de glacê cor de rosa e granulados coloridos.

A HISTÓRIA DOS DONUTS O Donut é um pequeno bolo em forma de rosca, originário dos Estados Unidos, e consiste em uma massa açucarada frita que lembra bastante o sonho comumente vendido em padarias brasileiras. O doce passou a fazer parte do dia a dia do norte-americano com a criação da rede “Dunkin Donuts”, em 1948, que, em 2003 passou a se chamar Café Donuts. No Brasil, o doce foi popularizado pela série de TV “Os Simpsons”, porque o doce é a comida preferida do protagonista, Homer Simpson. A versão favorita de Homer, com cobertura de glacê cor de rosa e granulados coloridos, inclusive faz parte do livro “Jantares de Hollywood”, e leva o nome de “Donuts de ‘Os Simpsons’”. Séries e filmes policiais também apresentaram o donuts para todo o mundo, já que o doce também costuma ser bastante consumido pelos tiras das telinhas.

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[ C A PA ]

“CHAMARIZ” INDUSTRIAL

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A política de concessão de incentivos fiscais foi a grande responsável por MS ser o Estado que mais atraiu indústrias nos últimos 10 anos

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Levantamento do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) sobre os benefícios econômicos dos incentivos fiscais, divulgado pela Secretaria Estadual de Governo e Gestão Estratégica, aponta que, no período de 2002 a 2012, Mato Grosso do Sul foi o Estado que apresentou o maior crescimento percentual de novos empreendimentos industriais no Brasil. O índice de industrialização do Estado aumentou, no período analisado, em 429%, o maior do País, e, na comparação com São Paulo, que obteve alta de 111%, de 2002 a 2012, o percentual de crescimento de Mato Grosso do Sul ficou 318 pontos percentuais acima do registrado pelo maior Estado do País. Segundo o secretário-adjunto de Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul, Jader Rieffe Julianelli Afonso, nesses 10 anos avaliados, a concessão de incentivos por parte do governo estadual contribuiu de forma decisiva na industrialização. “Mato Grosso do Sul foi o Estado brasileiro que mais avançou na industrialização e isso trouxe mais desenvolvimento regional. Nos últimos 5 anos nós recebemos mais de R$ 33,7 bilhões de investimentos privados e o Estado já é o 5º Estado em investimento no País”, informa, garantindo que sem os incentivos a economia sul-mato-grossense não avança. Ainda de acordo com Jader Julianelli, entre 2012 e 2014, Mato Grosso do Sul cresceu 31%, enquanto o Brasil apresentou taxa de crescimento de 16%, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). “Em termos de reflexo para a sociedade sul-mato-grossense, além de obtiver R$ 33,7 bilhões de investimentos privados nos últimos 5 anos, geramos mais de 60 mil empregos diretos na indústria entre 2002 e 2015, conforme dados da RAIS, demonstrando a assertividade na política de incentivos fiscais adotada pelo Governo do Estado”, pontua. O levantamento do Confaz comprova que os incentivos fiscais foram, ao longo dos últimos 25 anos, a grande motriz de desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul e de 32 •

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muitos outros Estados do País. “Sem uma Política Nacional de Desenvolvimento Regional, o Estado foi obrigado a utilizar do seu maior tributo, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), para fazer sua política de desenvolvimento por meio dos incentivos fiscais. Como resultado, podemos ver que as 22 Unidades da Federação que usam os incentivos como forma de desenvolvimento regional ganharam, ao longo de 10 anos, a participação de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) em relação às outras Unidades da Federação”, avalia o secretário-adjunto de Governo e Gestão Estratégica. Nos outros Estados da Região Centro-Oeste, por exemplo, o percentual de crescimento do índice de industrialização também foi vertiginoso. Em Goiás, por exemplo, a alta foi de 290%, enquanto no Mato Grosso chegou a 235%, já no Tocantins, que fazia parte do Centro-Oeste, mas, quando virou Estado, foi anexado à Região Norte, o índice alcançou 350%, o 2º maior do Brasil, também graças à concessão de incentivos fiscais. ATRAÇÃO DE NOVOS EMPREENDIMENTOS – Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, a política de incentivos fiscais de Mato Grosso do Sul é, sem dúvida, a grande responsável pela atração de novos empreendimentos para o Estado. “Com apoio e sugestões da Fiems, o Governo do Estado hoje oferece uma política de benefícios fiscais muita arrojada, que nos deixa bastante à vontade para apresentar Mato Grosso do Sul a empresários de fora para que aqui se instalem”, assegura. Ele reforça a importância dos incentivos fiscais concedidos pelo Governo do Estado para o processo de industrialização e desenvolvimento regional sul-mato-grossense. “Os incentivos fiscais garantem a competitividade dos produtos industrializados em Mato Grosso do Sul. Hoje, 70% da nossa produção é comercializada para outros Estados e sem esses benefícios não teríamos como competir com as mercadorias MS INDUSTRIAL | 2018 •

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CRIADO COM APOIO DA FIEMS, FADEFE DEVE GERAR 12 MIL NOVOS EMPREGOS E INVESTIMENTOS DE R$ 6,7 BILHÕES

Criado em outubro de 2017 pelo Governo do Estado com apoio da Fiems para pôr fim à Guerra Fiscal entre os Estados, o Fadefe (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e de Equilíbrio Fiscal do Estado), maior programa de incentivos fiscais

das indústrias dos grandes centros do País”, destaca. Sérgio Longen acrescenta que tentam passar para a sociedade que a concessão dos incentivos fiscais é um equívoco do Governo, o que não é verdade. “Pessoas mal informadas gostam de falar que os benefícios são uma renúncia fiscal por parte do Governo, que o Estado deixa de arrecadar impostos quando fazem essa concessão. Porém, essas pessoas não compreendem que não se pode renunciar a algo que não se contava, portanto, na verdade, o Estado está obtendo uma receita a qual não estava prevista”, explica, reforçando que os incentivos trouxeram oportunidades de desenvolvimento para Mato Grosso do Sul. 34 •

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da história de Mato Grosso do Sul, recebeu a adesão de 471 empresas ou 74,76% dos empreendimentos com benefícios fiscais. De acordo com balanço divulgado pelo governador Reinaldo Azambuja, durante evento realizado no Edifício Casa da

O presidente da Fiems cita como exemplo a ADM (Archer Daniels Midland Company), que veio para o Estado graças à concessão de benefícios fiscais e, agora, está inaugurando uma fábrica de proteínas de soja. “Trata-se de uma expansão de suas atividades e isso também é devido aos incentivos do Governo. A empresa vai agregar valor à soja sul-mato-grossense, fabricando proteína dessa oleaginosa para atender a indústria de alimentos nacional e internacional”, afirma. AGREGANDO VALOR - O governador Reinaldo Azambuja reforça que a expansão da ADM é fruto das políticas de incentivos do Estado. “Trocamos impostos por

Indústria, em Campo Grande (MS), como parte do calendário de ações de “Maio – Mês da Indústria”, o programa de benefícios fiscais deve gerar 12.727 novos empregos, vinculados à adesão ao programa entre janeiro de 2018 e dezembro de 2032.

emprego. Você fortalece a economia local e principalmente gera oportunidades de agregar valor às matérias primas produzidas no Estado. Tivemos maturidade para, junto da Fiems e Assembleia Legislativa, construir a melhor política de incentivos fiscais do Brasil, uma política clara e transparente, e de um resultado totalmente eficaz, que fez o Estado ser um dos que mais geraram empregos, 12 mil somente no cadeamento do setor industrial”, exemplifica. Ele destaca que atualmente o Estado tem a melhor política de incentivos fiscais do Brasil. “Construímos com a Fiems e Assembleia Legislativa uma política que é copiada por outros Estados do País. Uma política clara e transparente, que traz um re-


Neste mesmo período, ainda conforme o governador, os investimentos fixos pelas empresas que aderiram devem somar R$ 6,790 bilhões. Ele ressaltou que a lei que instituiu o Fadefe (Lei Complementar nº 241/2017) foi elaborada com apoio e sugestões da Fiems e demais entidades que representam o setor produtivo sul-mato-grossense (Famasul, Faems e Fecomércio), o que resultou em um programa local de incentivos que hoje é modelo para outros Estados. “Conseguimos chegar a um regramento que trouxe segurança jurídica para ampliar os investimentos, com uma legislação equânime que é referência para outros Estados”, declarou. “O que vimos aqui hoje durante este balanço que o governador Reinaldo Azambuja veio apresentar a nós, empresários da indústria, sobre o Fadefe nos deixou bastante animados e mais confiantes para reafirmar que este é o início da retomada. São números muito positivos e que comprovam a força da indústria”, analisou o presidente da Fiems, Sérgio Longen, sobre

os números apresentados. O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destacou o caráter inovador da lei. “Mato Grosso do Sul foi o único Estado que, diante do cenário de recessão econômica, conseguiu resolver a crise fiscal, equilibrando as finanças do Estado, e, ao mesmo tempo, a dificuldade das empresas incentivadas a continuar contrapartidas de investimentos e geração de empregos”, afirmou. Presidente da Comissão de Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Paulo Corrêa falou sobre o papel da Casa de Leis para que o Fadefe fosse aprovado. “Aprovamos o projeto de lei complementar que instituía o Fadefe em tempo recorde, em uma demonstração de que a Assembleia Legislativa se preocupa com o desenvolvimento do Estado”, salientou. Durante o período de adesão estabelecido pela lei, 471 empresas ou 74,76% dos empreendimentos do Estado com

benefícios fiscais aderiram ao Fadefe, que já beneficiou 61 municípios. Nos quatro primeiros meses de vigência do programa, a arrecadação com ICMS (Imposto sobre Circulação de mercadorias e serviços) somou R$ 53,978 milhões. A participação ao Fadefe se deu por adesão, atingindo apenas as interessadas e, dessa forma, aquelas que não cumpriram com a proposta de investimento e geração de emprego feita no momento da concessão de incentivos fiscais, repactuaram as intenções mediante pagamento de imposto de 8% a 15% dos benefícios recebidos. A equipe da Semagro estima que a arrecadação incremental de ICMS durante três anos de vigência do programa chegue a R$ 500 milhões. Em decorrência do Programa Incentivo Legal, há na Semagro vários pedidos de carta consulta que somam R$ 1,246 bilhão em investimentos com estimativa de 4.363 empregos gerados em 14 municípios de Mato Grosso do Sul.

INCENTIVOS FISCAIS INDUSTRIALIZAM MS O número de estabelecimentos industriais aumentou de 7.515 para 11.800; Elevação de 373% no PIB industrial; Mais de R$ 30 bilhões em investimentos.

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INCENTIVOS ATRAEM GRANDES EMPRESAS E ABREM PORTAS PARA NOVOS EMPREENDIMENTOS A expansão da ADM (Archer Daniels Midland Company) em Campo Grande (MS), que contou com contratação de R$ 274 milhões feita junto ao Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO), abriu as portas para novos empreendimentos. A indústria já operava na Capital no processamento de soja e produção de óleo do grão e, com o funcionamento da nova fábrica, o Estado passará a ter a maior indústria de proteínas de soja da América Latina. Ao todo são 25 mil m², onde funcionará a unidade de produção de proteína de soja isolada e texturizada para fabricação de alimentos naturais e funcionais, hambúrgueres, salsichas, nuggets, cereais, sucos, entre outros produtos da indústria alimentícia e de bebidas. A nova unidade da ADM gerou 140 novos postos de trabalho e já opera com quase 100% da capacidade, que é de 50 mil toneladas de proteína de soja por ano. Para atender essa nova demanda gerada pela ADM, a DHL Logística Global, que é uma empresa mundial destinada às operações de logística, teve de instalar um centro de distribuição em Mato Grosso do Sul, mais precisamente na cidade de Terenos (MS). Para João Machado, diretor de operações da DHL, a parceria com a ADM fez com que a empresa tivesse de vir para o Estado para fazer a operação logística da multinacional norte-americana. “A partir daí, estamos tendo a oportunidade

sultado eficaz, pois Mato Grosso do Sul é um dos Estados que mais geraram empregos. Além disso, devido ao Fadefe (Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Econômico e Equilíbrio Fiscal do Estado), que permite a 36 •

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de ter outros clientes aqui no Estado. É um prazer estar em Mato Grosso do Sul, pois temos muitas oportunidades de empresas trabalhando em nosso portfólio. Agora, esperamos que o Governo do Estado consiga atrair investimentos para a recuperação da malha logística ferroviária. Isso é muito importante para nós da área da logística de transporte”, assegura João Machado. O presidente da ADM Nutrition na América Latina, Roberto Ciciliano, reforça a importância dos incentivos fiscais. “Para mim, o mais importante para fazer investimento são as condições para que esse investimento seja viável e traga benefícios. Então, as condições do Estado para esse tipo de empreendimento são perfeitas, pois temos soja de qualidade em abundância, o que facilita a obtenção de matéria-prima”, declara. Além disso, completa Roberto Ciciliano, a ADM tinha a área e o fato de o Estado ter uma boa administração foi crucial para a viabilização do projeto de expansão. “O Governo do Estado tem como foco a atração de novos empreendimentos. O governador Reinaldo Azambuja sabe que o Estado cresce quando mais indústrias investem aqui, gerando mais empregos e mais riquezas. Isso eles entendem e negociam bem com todas as empresas e dão segurança para que a gente venha e faça o investimento e foi isso que fizemos”, conclui.

prorrogação dos incentivos até 2032 para as empresas que aderirem, vamos gerar mais 12 mil novos postos de trabalho”, assegura. Para o governador, a ADM é um bom exemplo do sucesso da política

de incentivos. “Nós atraímos a empresa para o Estado com a concessão de benefícios fiscais, ela gerou empregos e fez um investimento. Agora, a gente colhe os frutos de uma matéria prima com o valor agregado e, assim


como a ADM, as outras empresas que vieram para Mato Grosso do Sul vão trazer um novo encadeamento industrial para o setor industrial estadual”, garante, citando como exemplo a unidade da Coamo Agroindustrial Cooperativa em Dourados, que vai ser uma das maiores plantas de esmagamento e produção de óleo e farelo de soja da América do Sul. Reinaldo Azambuja cita ainda a Seara Alimentos, que está ampliando o cadeamento industrial de suínos e aves no Estado. “Essa grande indústria de alimentos está ampliando as plantas e aumentando o abate e isso tudo tem relação com a nossa política de incentivos fiscais. Estamos transformando a nossa matéria-prima em produto industrializado e acabado, não queremos ser apenas exportadores dos grãos de milho e de soja, nós queremos exportar carne e exportar as aves e produtos com valor agregado com uma competividade muito grande para a economia local”, destaca. Já o secretário estadual de Meio

Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destaca que, primeiro, o Estado tinha uma insegurança jurídica presente com a questão da publicação de lei complementar por parte do Confaz. “Mato Grosso do Sul tinha que agir rapidamente e essa ação foi conjunta. Nós saímos de uma situação de risco jurídico, insegurança de risco de incentivo fiscal, para uma área de segurança. A legislação nos dava isso, mas tinha que ter um procedimento e esse procedimento a gente conseguiu inovar em parceria com a Fiems, que foi importante na formulação desse processo”, conta. Jaime Verruck analisa que a Fiems foi importante, inclusive, no apoio operacional. “Isso tudo fez com que a gente pudesse chegar em uma situação de criar uma política industrial para o Estado com segurança jurídica e uma perspectiva de crescimento. Esse é o ponto fundamental; a gente não só regularizou o passado, mas para que o passado fosse regula-

rizado, as empresas tiveram que mostrar para Mato Grosso do Sul que iam crescer e investir. Mato Grosso do Sul não tem como ser competitivo sem ter uma política industrial, incentivo fiscal com segurança jurídica adequada”, afirma. O presidente da Comissão de Indústria, Turismo e Comércio da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa, também destaca a contribuição da bancada estadual para o desenvolvimento da industrial sul-mato-grossense. “Fico muito orgulhoso de estar na Presidência dessa Comissão, pois, unida à indústria do nosso Estado, estamos trazendo mais desenvolvimento. A Assembleia Legislativa procura dar o apoio necessário para a instalação de novos empreendimentos, que vão gerar mais empregos e uma renda melhor para os nossos trabalhadores”, fala, completando que a política de incentivos fiscais do Estado é corretíssima, pois propõe trocar imposto por emprego.

INVESTIMENTOS NO ESTADO

Eldorado - R$ 8 bilhões CRPE Holding - R$ 8 bilhões

Int. Paper - R$ 900 milhões ADM - R$ 750 milhões

Cargil - R$ 240 milhões

Fibria - R$ 7,7 bilhões

CPX - R$ 567,7 milhões

Aurora - R$ 120 milhões

CCR MS Via - R$ 5,5 bilhões

BioUrja - R$ 420 milhões

Latasa - R$ 30 milhões

BBCA Group - R$ 1,2 bilhão

Asperbras - R$ 304 milhões Total - R$ 33,73 bilhões MS INDUSTRIAL | 2018 • 37


[ IEL

FA Z

]

Certificados foram entregues pelo superintendente do IEL, José Fernando do Amaral

MELHORIA NA

GESTÃO

Instituto entrega certificados para pós-graduados em Sistema de Gestão O IEL realizou, na sala de treinamento da sede em Campo Grande (MS), a cerimônia de entrega de certificados para os 25 pós-graduados em Sistema de Gestão Integrada. Durante o evento, o superintendente do IEL, José Fernando Amaral, ressaltou o mérito que essa pós-graduação traz para o Instituto. “Essa formação faz parte do DNA do IEL e com certeza foi muito importante na vida profissional de cada um dos 25 pós-gra38

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duados”, ressaltou José Fernando Amaral, completando que a pós-graduação foi uma parceria com a Faculdade Novoeste. A pós-graduação em Sistema de Gestão aborda um tema com aplicabilidade atual no mercado e na melhoria das empresas. A diretora da Novoeste, Christiane Sarate, que é coordenadora de cursos da Faculdade de Ampére (FAMPER), contou que se sentiu honrada em fazer parte desse momento. “Desejo sucesso

aos pós-graduados e espero que a pós contribua e seja significante profissionalmente, mas também, pessoalmente”, falou. Para os pós-graduados, a capacitação é uma grande conquista para serem melhor reconhecidos no mercado. Esse é o caso de Thiago Vieira, consultor do IEL e do Sebrae/MS, que ressaltou a oportunidade de abertura do mercado de trabalho que essa pós-graduação permite. “Trata-se de um mercado novo e em pleno crescimen-


to. Podemos sempre contar com o IEL, pois possibilita a obtenção de certificados de excelência”, afirmou. A pós-graduada Sônia Introvi-

ni, que é engenheira de segurança do trabalho, também reforça a importância de mais uma qualificação profissional na sua vida. “Todo o

conhecimento que adquirimos aqui agrega para que trabalhemos melhor no nosso ramo e na empresa”, declarou.

IEL DIVULGA VAGAS DE ESTÁGIO E EMPREGO DURANTE FEIRA DE NEGÓCIOS DA UCDB O IEL divulgou vagas de estágio e emprego na 12ª Feira de Negócios dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), realizada de 4 a 6 de junho. Ao todo, são disponibilizadas pelo Instituto nove vagas de emprego e 17 de estágio. Segundo a técnica do IEL, Jackeline Pires Magalhães, as vagas para empregos são para atendente de farmácia, gerente para farmácia, auxiliar de escritório, assistente de logística, vendedor de peças, operadora de caixa, eletricista automotivo, assistente administrativo e encarregado de estoque. Já as vagas de estágio são destinadas a alunos do Ensino Médio, a estudantes do curso técnico em segurança do trabalho e acadêmicos de Administração, Design, Educação Física, Eletroeletrônica, Engenharia Civil, Publicidade e Propaganda, Tecnologia da Informação, Engenharia Elétrica, Jornalismo e Pedagogia. “O IEL participa da Feira de Negócios da UCDB desde o início e é muito importante estarmos aqui para mostrarmos aos alunos

os nossos serviços e divulgarmos vagas de estágio e emprego. Percebemos que boa parte ainda não conhece o IEL e fica surpreso com a possibilidade de ser direcionado ao mercado de trabalho por meio do instituto”, afirmou Jackeline Pires Magalhães. O professor do curso de Administração da UCDB, Ivanir Casagranda, que integra a equipe organizadora da Feira de Negócios, explicou que o objetivo do evento é integrar as teorias de sala de aula nas disciplinas que envolvem as áreas de negócios com esse mundo empresarial. “A presença do IEL aqui é importante para divulgar suas ações e como pode contribuir com a UCDB e os acadêmicos. Percebemos a necessidade do estágio, que é a porta de entrada dos acadêmicos ao mercado de trabalho”, destacou. Na avaliação da acadêmica de Psicologia Giulia Sturmer, o evento é bastante interessante para trazer para os alunos mais informações e oportunidades. “Eu estou no primeiro semestre e ainda me ambientando ao mundo acadêmico. Não sabia do trabalho do IEL e

pude conhecer os serviços oferecidos. Com certeza vou me inscrever no site e ficar de olho nas vagas de estágio na minha área”, comentou. Na mesma linha, o acadêmico de Enfermagem Renato Campos reforçou a relevância da Feira de Negócios. “Não tenho tempo de ficar checando em cada empresa se há vagas de estágio e a presença do IEL traz uma lista de vagas em várias áreas e empresas. Infelizmente não tinha nenhuma para acadêmico de Enfermagem neste momento, mas vou me inscrever no site e ficar de olho”, disse. Já o acadêmico de Direito, Matheus Elias diz que a presença do IEL na universidade é uma forma de os alunos obterem mais informações sobre vagas de estágio e emprego. “Eu já trabalho, porém numa área totalmente diferente do Direito, mas quero um estágio para começar a colocar em prática o que tenho aprendido em sala de aula e esse estande aqui é muito bom para esclarecer minhas dúvidas e mostrar as vagas disponíveis”, finalizou. MS INDUSTRIAL | 2018

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[ LIDERANÇA]

MAIS

REPRESENTATIVIDADE Sérgio Longen é eleito vice-presidente da CNI para o quadriênio 2018-2022

Diretoria da CNI foi eleita para o mandato 2018-2022 após votação realizada em Brasília

Na recondução do empresário Robson Braga de Andrade a um novo mandato na Presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília (DF), o empresário Sérgio Longen, presidente da Fiems, foi eleito vice-presidente da entidade representativa do setor industrial brasileiro para o período de 2018 a 2022. Em votação unânime, realizada na sede da CNI, o Conselho de Representantes da entidade, composto por delegados das federações das indústrias dos Estados e do Distrito Federal, elegeu os integrantes da próxima administração da CNI, cuja posse será no dia 40

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31 de outubro deste ano. A chapa eleita é composta pelo presidente, cinco vice-presidentes-executivos, representando cada uma das cinco regiões do País - Paulo Skaf (Fiesp), Antonio Carlos da Silva (Fieam), Francisco de Assis Gadelha (Fiep), Paulo Afonso Ferreira (Fieg) e Glauco José Côrte (Fiesc) –, vice-presidentes, diretores-financeiros, diretores-secretários, diretores e conselheiros fiscais. De acordo com Sérgio Longen, ser vice-presidente da CNI é muito importante, mas trabalhar por uma condição favorável para a união dos empresários em torno das propos-

tas é muito mais relevante que o próprio cargo. “Porém, não posso deixar de destacar o orgulho para mim de ser o 1º vice-presidente da CNI, pois se trata de um cargo de grande representatividade do setor”, declarou o vice-presidente eleito, acrescentando que, como conselheiros e presidentes de federações das indústrias, se torna necessário saber aglutinar as demandas regionais e formatá-las em uma única linha para apresentá-las à CNI. “Trata-se de uma função bem complicada, mas se constrói aquilo que é possível e, agora, nesse novo cargo, vamos fazer o me-


lhor possível. Penso que a indústria dá sinais de recuperação e vamos avançar nesse sentido”, ressaltou. A respeito da recondução do empresário Robson Braga à Presidência da CNI, ele lembra que o momento da economia brasileira ainda é complicado, mas o setor industrial já dá os primeiros sinais de recuperação. “É um momento de união, até porque as decisões da CNI são sempre tomadas em grupo e é um colegiado formado por empresários de todo o Brasil, portanto, não tínhamos motivos para que Robson Braga não fosse reconduzido em virtude do excelente trabalho que está sendo feito. Ele tem se dedicado muito nas ações que envolvem o País e apoiá-lo neste momento é uma obrigação nossa. Por isso, foi eleito por unanimidade e podemos afirmar que se trata da pessoa certa no lugar certo”, afirmou. ATUAÇÃO - Já o presidente reeleito da CNI, Robson Braga, ressaltou os desafios a serem enfrentados nos próximos quatro anos. Além de reafirmar o compromisso de defender a continuidade das reformas estruturais, como a da Previdência Social, ele lembrou da importância da conclusão da agenda microeconômica e de medidas de redução da burocracia. Ele também citou os desafios colocados no Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, ressaltando que o crescimento sustentado do País não ocorrerá fazendo mais do mesmo. “As reformas econômicas e institucionais são imprescindíveis para alcançarmos novos patamares de competitividade e de produtividade”, disse o presidente reeleito da CNI. Nos últimos quatro anos, a CNI teve atuação destacada em prol da agenda de reformas estruturais, necessárias para se consolidar soluções perenes para os gargalos históricos à competitividade do País. Na área trabalhista, a entidade foi fundamental na defesa da regulamentação da terceirização e da modernização das leis do trabalho, ambas conquistadas em 2017. No campo da infraestrutura, defendeu o fim da participação mínima da Petrobras em blocos do pré-sal, medida aprovada em 2016 e essencial para destravar investimentos no setor de óleo e gás brasileiro. Andrade também conduziu uma ambiciosa agenda nas áreas de educação e de inovação. Nesse período, foi implantada a rede de 25 Institutos Senai de Inovação e consolidada a rede de 57 Institutos Senai de Tecnologia em todo o País. Coordenadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), as estruturas oferecem serviços

técnicos, tecnológicos e de inovação, que contribuem para tornar a indústria brasileira mais competitiva. O Senai também foi reconhecido internacionalmente como referência em educação profissional pela Organização das Nações Unidas (ONU) e colocou o Brasil, pela primeira vez na história, em primeiro lugar na maior competição internacional de educação profissional, a WorldSkills, em 2015. Nesta gestão, a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) se consolidou como principal espaço de discussão entre setor privado e governo, com a participação de mais de 200 empresas. Entre as conquistas da MEI está a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em 2013, que oferece um novo e desburocratizado modelo de financiamento a projetos de inovação no País. A CNI também liderou as principais investigações sobre o impacto e os desafios que a 4ª Revolução Industrial, conhecida como Indústria 4.0, terá sobre a indústria e a economia brasileiras. MS INDUSTRIAL | 2018 •

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[ PREÇO

DO DIESEL

]

A UNIÃO FAZ A FORÇA

A pedido do setor produtivo, Governo do Estado reduz ICMS do diesel e ameniza perdas com a greve dos caminhoneiros

Reunidos na Governadoria, representantes das entidades apresentaram demanda ao governador Reinaldo Azambuja

Por período indeterminado, o ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o óleo diesel em Mato Grosso do Sul incide com a alíquota reduzida em cinco pontos percentuais, de 17% para 12%. Na prática, a medida reduzirá o preço do litro deste combustível em pelo menos R$ 0,18. Se for considerada a medida do Governo Federal – que congelou por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro, desconto que equivale a zerar as alíquotas da Cide e do PIS/Cofins – a estimativa é de que o preço do litro diesel seja reduzido em até R$ 0,60 nos postos de combustíveis sul-mato-grossenses. A queda expressiva é resultado de uma mobilização iniciada pelo 42 •

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CMC (Comitê de Monitoramento de Crise), que foi convocado no dia 28 de abril pela Fiems, Famasul, Faems, Fecomércio/MS, Sebrae/MS e FCDL com o objetivo de propor soluções para amenizar as perdas da sociedade em razão da greve dos caminhoneiros, que perdurou por dez dias e parou o Brasil. No dia da reunião do CMC, as entidades representativas do setor produtivo do e da sociedade civil apresentaram diversas alternativas para tentar reverter a crise que se instalava em razão do impedimento de ir e vir nas estradas. O presidente da Famasul, Mauricio Saito, à frente da maior entidade do setor agropecuário do Estado, propôs como pauta a redução do diesel, apontando-a como solu-

ção de curto prazo para reverter os prejuízos de toda a cadeia produtiva. “Nosso entendimento é que esta diminuição da precificação do óleo diesel via redução do tributo trará como consequência um maior investimento por parte de todo o setor produtivo, seja ele do comércio, da agropecuária ou da indústria, o que vai culminar também em uma movimentação de toda a economia de forma positiva”, afirmou Saito. A alíquota reduzida passou a vigorar no dia 6 de junho, quando o Governo do Estado publicou em Diário Oficial a Lei 5.202/2018, alterando a incidência do imposto. O presidente da Fiems, Sérgio Longen, lembrou que a medida é um compromisso do governador Reinaldo Azambuja com o setor pro-


dutivo quando foi eleito para assumir o primeiro mandato, em 2014. “Quando o CMC sentou à mesa de discussões, nós, de certa forma, cobramos este compromisso dele, e que, mesmo em um momento de dificuldade também, foi cumprindo, contribuindo para a melhoria da logística de Mato Grosso do Sul e beneficiando a sociedade como um todo”, destacou Longen. Ao sancionar a lei que reduziu o ICMS do diesel, Azambuja também elencou os inúmeros benefícios que a medida trará para o setor produtivo. “Teremos um óleo diesel entre os mais baratos do Brasil, o que significa ter competitividade para inúmeros setores: indústria, comércio, agropecuária, e transporte coletivo urbano e do campo, que atenderá o pequeno, médio e grande produtor, porque o óleo diesel é um insumo que impacta diretamente na produção de toda a cadeia. Mato Grosso do Sul, com essa medida corajosa de enfrentar a discussão e reduzir ICMS em um momento que passamos de crise fiscal, mostra Legislativo e Executivo sintonizados com os pleitos da sociedade”, pontuou.

A lei proposta pelo Executivo foi aprovada em apenas um dia pela Assembleia Legislativa, depois que o presidente da Casa, Junior Mochi, e outros deputados estaduais receberam integrantes do CMC, que demonstraram a relevância da redução dos cinco percentuais do ICMS sobre o diesel para a retomada de investimentos. “Normalmente, um projeto de lei leva, em média, 60 dias para ser aprovado. Quando o projeto foi entregue pelo Executivo, asseguramos a otimização de todos os prazos regimentais e chegamos a um acordo com todas as lideranças partidárias para que o texto fosse aprovado no mesmo dia, em regime de urgência urgentíssima”, disse Mochi. Por determinação do governador, o Procon-MS irá fiscalizar os postos de combustíveis para garantir que o desconto no imposto seja repassado ao consumidor final. Esta é a segunda vez que o Governo do Estado reduz a alíquota do ICMS sobre o óleo diesel. A primeira foi em 2015, com duração de seis meses. Desta vez, a lei não tem prazo de validade.

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[ ESPECIAL]

NA ABERTURA DO MÊS DA INDÚSTRIA, EMPRESÁRIOS DISCUTEM INOVAÇÃO E NOVOS MODELOS DE NEGÓCIO Na cerimônia de abertura de “Maio - Mês da Indústria 2018”, realizada no dia 9 de maio, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), pela Fiems e com patrocínio do Sebrae/MS, empresários e autoridades de Mato Grosso do Sul discutiram a 4ª Revolução Industrial e mudanças nos modelos de negócios advindas das novas tecnologias, que vão aumentar a produtividade e colocar a inovação no centro de todas as etapas dos processos produtivos. O público foi provocado pelos especialistas em disrupção e economia transformadora Ricardo Amorim, Allan Costa e Arthur Igreja, que compõem a plataforma “Triple A”, a repensar o formato operacional e quanto as empresas investem, de fato, em tecnologia. O presidente da Fiems, Sérgio Longen, destacou que, diante das transformações no mundo dos negócios, todos precisam estar dispostos a mudar. “A escolha é dirigir a mudança ou ser atropelado por ela. Nós, empresários, tivemos hoje a oportunidade de ouvir o que estes consultores de mercado têm a nos ensinar, viabilizando o que, normalmente, só seria possível obter investindo muitas e muitas horas preciosas em cursos, atualizações e palestras específicas. Aprendemos sobre inovação, algo que é de extrema importância para se manter competitivo e vivo no mercado”, ressaltou Longen sobre o evento. 44 •

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Ricardo Amorim, que é economista a apresentador do programa Manhantan Connection, da Globo News, explica que a plataforma Triple A tem como objetivo atender um público ávido por análises do que está acontecendo em tecnologia e inovação no Brasil e no mundo. “Nossa ideia é ajudar empresas a terem inovação sem gastar muito tempo ou dinheiro, mostrando quais as novas tecnologias, suas implicações, como as empresas podem usá-las e, principalmente, tornar isso parte do dia a dia da empresa. As mudanças já estão acontecendo e quem não estiver inserido será atropelado por elas”, reforçou. Allan Costa destacou a necessidade de ter um olhar diferenciado sobre as coisas e explicou as diferentes formas de disrupção existentes, dando exemplos de negócios bem-sucedidos. “Temos uma série de exemplos de disrupção e o pensamento disruptivo nada mais é do que enxergar o mundo com outros olhos. É pensar em algo que ninguém está fazendo e que você pode começar a fazer. Um exemplo é o Uber, que expandiu a proposta de valor com produtos na mesma plataforma, ou a Starbucks, que oferece uma experiência diferenciada de café aos seus clientes”, pontuou. Já Arthur Igreja comentou a velocidade da tecnologia nos negócios e alertou aos empresários presentes sobre o perigo de definir uma empresa pelo produto. “Tudo


À frente do Triple A, Ricardo Amorim fala sobre inovações

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o que puder ser digitalizado vai ser digitalizado, então as oportunidades estão nas coisas que não podem ser digitalizadas. Além disso, inovação não é ter uma grande ideia, nem criar um novo produto e um novo serviço. Inovação é melhorar as coisas chatas do dia a dia, é economizar energia”, argumentou. REPERCUSSÃO - Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, o Mês da Indústria é o momento para que a sociedade conheça a dimensão do setor industrial do Estado. “A Fiems mostra o quanto o setor representa em termos de geração de empregos e agregação de valor, gerando a possibilidade de mais investimentos na indústria local. Na abertura da programação tivemos a oportunidade de discutir a necessidade de o empresário estar aberto a novos modelos de negócios e tendências tecnológicas, porque é preciso, sem dúvidas, entender o que vai acontecer em um futuro próxi-

mo”, analisou. Na mesma linha, o presidente da Comissão de Turismo, Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa, acrescentou que o Mês da Indústria é um momento para mostrar como anda o desempenho do setor no Estado. “Muitas das conquistas do empresário da indústria em termos de linhas de crédito, infraestrutura logística para operar, se deve à liderança e articulação do Sérgio Longen, por isso é importante comemorar e mostrar o que vem sendo feito”, pontuou. O superintendente do Sebrae/ MS, Claudio Mendonça, reforçou que o micro, pequeno e grande empresário precisa estar atualizado sobre as tendências e inovações do mercado. “Pela primeira vez os três especialistas que compõem o Triple A estão reunidos em Mato Grosso do Sul, mostrando que a Fiems, em parceria com o Sebrae, oportuniza ao empresário local ter acesso ao conhecimento que se encontra nos grandes centros”, disse.

SISTEMA INDÚSTRIA No evento de abertura do Mês da Indústria, as casas que compõem o Sistema Fiems – Sesi, Senai e IEL – apresentaram aos empresários presentes o portfólio de serviços e soluções disponibilizados para atender às necessidades do setor do Estado. “É uma oportunidade para o Sesi apresentar quais soluções pode providenciar tanto na área de Saúde e Segurança do Trabalho quanto na área de Educação Continuada e Corporativa”, avaliou o superintendente-regional da instituição, Bergson Amarilla, ressaltando a questão das mudanças na legislação com a implantação do eSocial. “O programa já uma realidade, por isso as indústrias precisam estar preparadas e o Sesi pode auxiliar no sentido do cumprimento à legislação que envolve o dia a dia de uma empresa”, salientou O stand do Senai reuniu os cursos de educação profissional e ensino superior da Faculdade de Tecnologia e Escola da Construção, além

Evento de abertura preparou empresários para cenário disruptivo no mundo dos negócios 46 •

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das consultorias do Senai Empresa. “O Senai vem fazendo um trabalho de imersão junto às indústrias para apresentar seu portfólio de serviços, e o momento é de atuar de forma mais específica, detalhando mais estes serviços e ampliando o leque para produtos que não estão na prateleira, mas que podem atender ao mercado com soluções mais personalizadas”, disse o diretor-técnico da instituição, Gilberto Schaedler. “Um evento como a abertura do Mês da Indústria, com palestrantes que detêm alto nível de conhecimento, atrai justamente o público alvo do IEL, e por isso é importante poder divulgar nossa cartela de produtos”, concluiu o superintendente do IEL, José Fernando Amaral, que apresentou as consultorias do CIN (Centro Internacional de Negócios), cursos da área de gestão empresarial e serviços da área de desenvolvimento de carreiras. EMPRESÁRIOS - O empresário Cláudio Salomão, da Íris Compressiva, destacou a impor-

tância do evento. “Acredito que também devemos festejar as conquistas do setor empresarial e o mês de maio vem para reforçar o papel da indústria para o desenvolvimento do nosso Estado. Além disso, a apresentação do ‘Triple A’ proporcionou uma reflexão sobre nossa forma de pensar com relação à tecnologia e novas oportunidades de negócios”, afirmou. Para o empresário Guilherme Rinzler, da Ico Uniformes, o Mês da Indústria é uma forma de valorizar o setor. “Fico muito feliz de participar de um momento como esse, com um evento grandioso que traz conhecimento para toda a população e reforça a importância da indústria para Mato Grosso do Sul”, ressaltou. Já o empresário Miro Ceolin, da Tendência, elogiou a iniciativa da Fiems em promover o “Triple A”. “Acho o Ricardo Amorim fantástico e já viajei para o Rio de Janeiro

e para São Paulo para assistir às palestras dele e não podia perder a oportunidade de participar desse evento, que ainda conta os empreendedores Allan Costa e Arthur Igreja. Acredito que ninguém sairá daqui da mesma forma que entrou depois das palestras de hoje”, comentou. Vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Mato Grosso do Sul, Thales de Souza Campos considerou o evento imprescindível para os economistas. “Fico muito contente com a realização desse evento da Fiems, aberto a todo o público, porque acredito que contribui para a disseminação de informação. Acredito que os dados apresentados aqui são extremamente importantes para os empresários, mas para a sociedade de modo geral”, finalizou.

FIEMS DEFENDE ALTERAÇÃO DO CÁLCULO DE TAXAS DE JUROS DO FCO

Como parte da programação 2018 de “Maio – Mês da Indústria”, realizado pela Fiems e com patrocínio do Sebrae/MS, o presidente Sérgio Longen defendeu mudan-

ças na forma de cálculo das taxas de juros para os empréstimos do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste), na Modalidade Empresarial. O pedido

foi realizado no dia 9 de maio, durante apresentação do superintendente do Banco do Brasil, Glaucio Zanettin, a representantes do setor produtivo, empresários e autoriMS INDUSTRIAL | 2018 • 47


dades do Estado, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS). “A indexação dos juros do FCO Empresarial por uma cesta de indexadores de juros, que acabam não sendo claros para investimentos, nos preocupa. Falta segurança para investir, e o que precisamos é justamente o contrário, é preciso gerar mais oportunidades de investimentos. Se a inflação dispara, o empresário fica com as finanças comprometidas”, defendeu Longen após a apresentação. Até então, a taxa de juros do FCO Empresarial era pré-fixada e, para 2018, conforme estabelecido pelo Tesouro Nacional, a indexação da taxa de juros foi desmembrada, sendo que uma parte se mantém fixa durante todo o contrato, enquanto a outra passa ser atualizada pelo IPCA, ficando sujeita aos índices de inflação. Não houve mudanças no FCO Rural. Medida provisória no sentido de alterar as taxas de juros já tramita no Congresso Nacional e, durante o evento, Longen pediu o apoio

dos empresários para que a matéria seja aprovada. “A definição automática das taxas de juros diminui o gasto com subsídios e torna mais transparente e previsível a política desses fundos, que poderiam sofrer mudanças por decisões políticas, e passam a ter uma regra básica que valerá por quatro anos”, comentou sobre o projeto. A MP 218 já foi aprovada em comissão mista do Senado, e altera a forma de cálculo das taxas de juros para os empréstimos do FCO, e ainda terá de ser votada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado. O superintendente do Banco do Brasil ressaltou que a instituição foi contra as mudanças, estabelecidas pelo Tesouro Nacional, e ponderou que a inflação tem se mantido estável nos últimos anos. “O que temos visto da série histórica nos deixa bastante confortáveis em afirmar que o FCO é nosso carro chefe e a mola propulsora de desenvolvimento do Estado, e vem registrando bom desempenho nos últimos anos”, avaliou Glaucio Zanettin, acrescentando que inclusive

Longen defendeu mudanças na indexação dos juros do FCO 48 •

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é possível atingir a liberação de R$ 2,5 bilhões em recursos do fundo para Mato Grosso do Sul em 2018, conforme solicitado pela Fiems e todo o setor produtivo. Segundo o superintendente, somente em 2018 já foram liberados R$ 375 milhões para projetos do Estado no âmbito do FCO Rural, e R$ 187 milhões no FCO Empresarial, cuja liberação das contratações foi iniciada em março, em razão das mudanças nas indexações estabelecidas pelo Tesouro Nacional. Em 2017, foram contratados R$ 2,1 bilhões em recursos do FCO, montante bastante expressivo se comparado com 2016, quando foram liberados R$ 903 milhões em recursos do fundo para o Estado, acrescentou o superintendente durante a apresentação. REPERCUSSÃO - O secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, destacou a atuação da pasta junto ao governo federal para dar mais transparência aos indexa-


dores do FCO. “Houve um grande equívoco do Ministério da Fazenda quando foi estabelecido que os recursos do FCO eram equalizáveis, então já existe uma luta nossa no sentido de reduzir esses juros”, pontuou o secretário. O presidente da Comissão de Indústria e Comércio da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Correa, cobrou mais transparência na divulgação dos juros para os tomadores do financiamento. “Não se pode ter as famosas ‘letrinhas de rodapé’ nos contratos, o empresário não pode ficar sem ter plena consciência do que está contratando”, salientou. O presidente da Faems, Alfredo Zamlutti, destacou a atuação eficiente do Banco do Brasil para auxiliar o empresário. “O banco tem sido sensível, e o empresário tam-

bém precisa aplicar bem o dinheiro, investir em mais produção”, disse. O diretor do Sebrae/MS, Cláudio Mendonça, comentou o bom desempenho do banco junto ao micro e pequeno empresário. “Conforme a apresentação, 66% dos recursos do FCO em 2017 foram para empresas de micro e pequeno porte, o que representa um fôlego muito grande para o empreendedor”, ressaltou. Representando a Fecomércio/ MS, o empresário Hermas Rodrigues considerou que, apesar das dúvidas sobre a indexação, as taxas de juros praticadas atendem às expectativas do empresário. “Ficou uma interrogação em relação às taxas indexadas, mas com juros ainda assim bastante abaixo das expectativas, e também a questão do capital de giro dissociado, quando o empresário necessita de mais fluxo de caixa,

algo que sempre vai ao encontro do nosso interesse”. Ao final da apresentação, o superintendente respondeu perguntas dos empresários presentes, e esclareceu dúvidas quanto a garantias para contratação, prazos, entre outras. “O empresário sempre tem interesse em buscar formas de fomentar seu negócio, e ter esta oportunidade de discutir junto com outros conhecedores da área, ouvir esclarecimentos diretamente do superintendente, é muito positivo”, disse o empresário Adilson Pimenta, da Imesul Metalúrgica, de Dourados. Flavio Camy, da Acron Consultoria, também destacou a importância dos esclarecimentos. “É muito importante conhecer as oportunidades de uma linha de crédito como o FCO, que tem um papel importante na evolução das empresas”, declarou.

FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS JÁ REPRESENTAM 43,5% DA MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA, REVELA ESPECIALISTA

A Agência Internacional de Energia revela que, em 2016, as fontes de energias renováveis, como biomassa, hidráulica, eólica e solar, já tinham uma participação de 43,5% na matriz energética brasileira, mantendo-se

entre as mais elevadas do mundo, com pequeno crescimento devido, particularmente, à queda da oferta interna de petróleo e derivados e expansão da geração hidráulica. A informação foi apresentada pelo engenheiro-ci-

vil Pedro Jara Xavier, com mais de 33 anos de experiência no setor elétrico brasileiro, durante a palestra “Energias Renováveis e Oportunidades de Negócio”, realizada no dia 22 de maio, no Edifício Casa da Indústria, MS INDUSTRIAL | 2018 • 49


em Campo Grande (MS), pela Fiems e Senai Empresa como parte da programação de “Maio – Mês da Indústria”. Ele completa que o potencial brasileiro de geração de energia solar é de 28,5 mil GW (GigaWatts), enquanto o eólico é de 440 GW e o hidráulico chega a 172 GW. “No Plano Decenal 2026, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), do Ministério de Minas e Energia (MME), estima que serão necessários aproximadamente 40 GW adicionais (+27% da capacidade atual), sendo que 60% desta capacidade nova deverá ser proveniente de fontes renováveis (eólica, fotovoltaica, biomassa), sendo necessários investimentos na ordem de R$ 175 bilhões na expansão do parque gerador, principalmente, focada entre 2020 e 2026”, destacou. No caso da geração fotovoltaica, completa Pedro Xavier, o Plano Decenal de Expansão de Energia estima que a capacidade instalada de geração solar chegue a 13 GW em 2026, sendo 9,6 GW de geração centralizada e 3,6 GW de geração distribuída. “Mato Grosso do Sul pode se beneficiar disso, pois, atualmente, o Estado tem uma irradiação diária média anual de 1,7 kWh/ m²/ano, enquanto países como a China, 1ª no mundo em incremento e em capacidade instalada, chega a 2,3 mil kWh/m²/ ano”, informou, completando que em ralação à energia eólica o Plano Decenal de Expansão de Energia estima que a capacidade instalada de geração eólica chegue a 28,4 GW em 2026. “A proporção da potência eólica chegará a 13,8% da total, sendo 80% no Nordeste e 20% no Sul”, acrescentou. O especialista ainda detalhou aos presentes mais sobre o mercado livre de energia, criado em 1995 com o objetivo de promo-

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ver a competição no setor. “Nele, os contratos de compra e venda são negociados livremente entre consumidores e geradores. É o ambiente de contratação de energia elétrica no qual o papel do consumidor é ativo, ou seja, ele tem oportunidade de escolher de quem comprar a energia elétrica a fim de buscar melhores condições de preço, prazo, volume e indexador, conforme sua necessidade, com isso, a energia elétrica é tratada como mais um insumo do processo produtivo/ operacional”, afirmou. Pedro Xavier ainda apontou que os benefícios do mercado livre de energia elétrica são liberdade na negociação diretamente com o fornecedor, possibilidade de adequação da compra de energia ao processo produtivo, melhor divisão orçamentária, preços mais competitivos, possibilidade de alocação da energia entre as unidades industriais, maior possibilidade de gestão do portfólio dos contratos de energia, gerenciamento da energia elétrica como matéria-prima e possibilidade de utilizar energia elétrica de fontes renováveis. “Para que tudo isso se torne uma realidade, é preciso aprimorar o Marco Legal do Setor Elétrico”, cobrou. REPERCUSSÃO - O 1º vice-presidente regional da Fiems, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari, que representou o presidente Sérgio Longen no evento, destacou que a indústria tem a preocupação de acompanhar o desenvolvimento tecnológico do mercado. “O setor industrial tem um papel decisivo nesse avanço e, por isso, procuramos pessoas que tragam conhecimento para os nossos empresários. A palestra do especialista Pedro Jara Xavier foi crucial para o momento que vivemos de busca por fontes alternativas de energia e,

por isso, só veio a agregar para os nossos associados”, analisou. Já o diretor-corporativo da Fiems, Cláudio Alves, reforça que as fontes renováveis de energia chegaram para ficar. “Vejo que não tem volta. É um retorno a longo prazo e, mesmo que sempre esperemos algo a curto prazo, eu vejo com bons olhos e é um resultado muito positivo de quem aderir”, pontuou. O gerente do Senai Empresa, Rodolpho Caesar Mangialardo, acrescenta que o evento buscou apresentar aos empresários de Mato Grosso do Sul alternativas para reduzir os gastos da produção. “Pensamos que o resultado é a economia em despesas para o empresário, o que facilita o balanço de sua empresa, além de gerar uma excelente oportunidade para novos negócios, novos investidores para o Estado. Tudo isso ainda contando com uma ajuda ímpar no quesito ambiental”, afirmou. Para o empresário Massímo Volpon, da Mineração Igram, a palestra ajudou a vislumbrar possibilidades de melhoria para a sua empresa. “Esse foi o meu objetivo ao participar dessa palestra, pois penso em trocar os motores a diesel pela energia renovável. Se for uma posição que valha a pena, espero uma economia de 30%, além de ajudar na questão ambiental”, analisou. O empresário Cícero Souza, da Conesol, pretende ampliar seus negócios. “Nossa expectativa é ver se tem novidades no fotovoltaico e se surgem novos negócios para nós”, garantiu. “Esse é o assunto do momento e estou em busca da instalação de mais ou menos 80 painéis. Ajuda na economia da empresa, além de ser renovável, o que eu prezo muito; na minha empresa já tem capitação de água. São recursos naturais que ajudam na empresa e também a natureza”, avaliou o empresário Clair Smaniotto, da


Do Banco do Brasil, Gilson Caio apresentou as linhas de crédito da instituição para energias alternativas Estametal Metalurgia. Presente ao evento, o superintendente-regional do Banco do Brasil no Estado, Gilson Caio, apresentou aos empresários como a instituição financeira pode contribuir, via FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oes-

te), na mudança por uma fonte renovável de energia. “O retorno de um empréstimo para a compra de placas fotovoltaicas utilizando o Fundo se paga em até quatro anos”, garantiu. Ao fim da palestra, Pedro Xavier, Luiz Cláudio Fornari, o engenheiro-eletricista Sebas-

tião Russel, que é consultor de energia do Senai Empresa, e o engenheiro-eletricista Heber Henrique do Nascimento, coordenador de relacionamento com clientes especiais da Energisa, realizaram um painel de debate para tirar as dúvidas dos presentes ao evento.

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EM REUNIÃO INÉDITA, GOVERNADOR OUVE DEMANDAS DE CADA UM DOS SEGMENTOS INDUSTRIAIS DO ESTADO Em reunião inédita realizada como parte da programação de “Maio – Mês da Indústria”, no dia 24 de maio, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), com o governador Reinaldo Azambuja, os presidentes dos sindicatos de cada um dos segmentos industriais de Mato Grosso do Sul puderam apresentar suas demandas e sugestões para o desenvolvimento do setor. Na avaliação do presidente da Fiems, Sérgio Longen, o encontro foi importante para mostrar para o Governo do Estado os problemas regionais e setoriais que a indústria enfrenta. “Pela primeira vez saímos daqui com um saldo bastante positivo e com vários segmentos contemplados com suas demandas. Então acredito que essa reunião trouxe mais confiança para todo o setor”, afirmou. O governador Reinaldo Azambuja reforçou a reunião inédita para o fortalecimento da indústria do Estado. “Nunca havíamos tido um momento como esse, com empresários e setor governamental sentados à mesa, com a Fiems coordenando essas demandas, que são plenamente possíveis de serem atendidas pelo governo”, destacou. Para o presidente do Sindivest/MS (Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Mato Grosso do Sul), José Francisco Veloso, o encontro foi bastante positivo. “A Fiems 52 •

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fez com que o Governo do Estado se alinhasse com cada segmento. Com isso, poderemos gerar mais emprego e renda. Isso foi importantíssimo, pois levou em conta as dificuldades que o setor tem para a produção e para gerar maior competividade nas indústrias”, disse. Na mesma linha, o presidente do Sindiplast/MS (Sindicato das Indústrias de Plásticos e Petroquímicas), Zigomar Burille, elogiou a iniciativa de cada segmento poder detalhar as principais dificuldades. “Às vezes o governador só conhece os problemas generalizados do setor industrial e não sabe das particularidades de cada segmento. Acredito que nessa reunião foram possíveis alguns avanços e saímos mais confiantes em melhorias”, salientou. Já o presidente do Sinduscon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção de Mato Grosso do Sul), Amarildo Miranda Melo, destacou a postura do presidente da Fiems em mediar esse encontro com os sindicatos e o governador. “O nosso presidente Sérgio Longen entende que o poder público tem de cuidar de pilares fundamentais, como saúde, segurança e educação e investir no mercado. Ouvir a indústria nada mais é do que criar um ambiente favorável para a geração de emprego e renda para a população de Mato Grosso do Sul como um todo”, elogiou.


FIEMS HOMENAGEIA PERSONALIDADES QUE CONTRIBUÍRAM PARA 0 DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA

Em cerimônia realizada no dia 24 de maio, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), como parte da programação de “Maio – Mês da Indústria 2018”, o presidente da Fiems, Sérgio Longen, e os demais diretores do Sistema Indústria no Estado homenagearam personalidades que se destacaram e continuam a se destacar por fomentar o setor em Mato Grosso do Sul, além de serem pioneiros de grandes iniciativas e terem excelência dos serviços prestados. O grande homenageado da noite, agraciado com o Gran Colar da Ordem do Mérito Industrial, foi o governador Reinaldo Azambuja, que foi prefeito de Maracaju por dois mandatos, deputado estadual e deputado federal. A honraria é outorgada anualmente a uma personalidade que tenha contribuído para o desenvolvimento da matriz industrial do Estado. Durante a noite, também foram entregues as comendas da Ordem do Mérito Industrial ao engenheiro-agrônomo Moarcir Kohl e ao desembargador do trabalho Abdalla Jallad, bem como medalhas do Mérito In-

dustrial ao empresário Elísio Miguéis Curvo, ao engenheiro Anees Salim Saad (in memorian), ao ex-prefeito de Campo Grande Juvêncio César da Fonseca, ao advogado Valdir Flores Acosta e ao ex-diretor-regional do Senai de Mato Grosso do Sul, Frederico Pedroso. “A intenção é reconhecermos as pessoas que contribuíram para o desenvolvimento da indústria. Tivemos em 2017 um ano bastante difícil, mas as pessoas que estão sendo homenageadas hoje já fizeram parte desse grande projeto, que é o desenvolvimento do setor industrial. Reconhecer esse trabalho para nós, enquanto diretores do Sistema Fiems, é muito importante”, declarou Longen. GRANDES HOMENAGEADOS - Grande homenageado da noite, o governador Reinaldo Azambuja agradeceu a honraria da Fiems e destacou que o trabalho reconhecido é resultado de uma parceria bem-sucedida com a Federação. “Estamos muito contentes com a deferência. Estou governador e, nesta função, para que se possa fazer um bom trabalho, que realmente faça a diferença para

o Estado, é preciso muito diálogo, uma base ampla de apoio, que englobe o Legislativo, a sociedade civil organizada, as entidades representativas. E é isso que vem acontecendo com a Fiems nestes últimos anos, temos um excelente diálogo, e por isso conseguimos chegar à melhor legislação e de incentivo à indústria deste País”, analisou Azambuja. Escolhido para receber a Comenda do Mérito Industrial, Moacir Kohl classificou a homenagem como uma grata surpresa. “Não esperava isso, mas depois, olhando para o passado, relembrei de ações em conjunto com a Fiems. Quando fui vice-governador e secretário de Estado, consolidamos aqui a lei de incentivos fiscais. Foi uma parceria muito importante e hoje essa homenagem me deixa muito feliz”, comentou. O desembargador Abdalla Jallad, que também recebeu a Comenda do Mérito Industrial, disse estar emocionado pelo reconhecimento. “Sem dúvida é algo que toca a gente. Fiquei muito surpreso, porque não esperava ser merecedor dessa homenagem, mas recebo essa Comenda com muita honra e

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Homenagens foram entregues em cerimônia no Edifício Casa da Indústria

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me sinto prestigiado, porque a Fiems é uma instituição que vem se destacando em Mato Grosso do Sul sob a presidência de Sérgio Longen, que é um dirigente empreendedor, realizador e que tem somado esforços no sentido de trazer toda a sorte e benefícios para nosso Estado”, salientou. MAIS HOMENAGEADOS Na avaliação de Elísio Miguéis Curvo, ser homenageado é o reconhecimento por todo o trabalho que desenvolveu no Estado. “Estou muito agradecido por ter sido lembrado. Fui empresário num velho tempo, andei por todo esse Mato Grosso do Sul, construindo as minerações, as siderúrgicas de Corumbá. Lutei bastante e estou muito feliz por esse reconhecimento, que eu não imaginava receber nunca na vida. Já estou com 86 anos e nunca deixei de trabalhar e vou morrer trabalhando. Esse é o bem da minha vida”, declarou. Filho do homenageado Anees Salim Saad (in memorian), Anees Salim Saad Filho agradeceu a homenagem. “Estou muito feliz por esse momento e acredito que meu pai também estaria e é uma pena ele não estar aqui. Ele veio de São Paulo como engenheiro para atuar aqui no Mato Grosso do Sul e sempre foi um exemplo para mim, tanto que fiz Engenharia por conta dele. Então realmente é um momento de muita alegria para mim ver meu pai sendo reconhecido”, ressaltou. O ex-senador e ex-prefeito de Campo Grande por dois mandatos, Juvêncio César da Fonseca, que também foi recebeu a Medalha do Mérito Industrial, agradeceu o reconhecimento da Fiems pelos anos de trabalho em prol de Mato Grosso do Sul. “Fico realmente emocionado por, depois de tantos anos afastado da vida pública, ser lembrado pelo tempo em que lutávamos pelo desenvolvimento e por uma vida melhor para a população sul-mato-grossense. Agradeço imensamente à Fiems pelo reconhecimento”, disse. O advogado trabalhista Valdir Flores Acosta relembrou os momentos vividos dentro da Fiems, e se disse emo-

cionado por ter a atuação valorizada. “Acompanhamos a história da Fiems desde a fundação, mais de 40 anos atrás e, hoje, depois de participar de muitas negociações importantes para o bom desempenho da indústria do Estado, fico muito feliz e satisfeito por receber esta homenagem da diretoria de onde passei boa parte da minha vida”, falou ele, outro agraciado com a medalha. Ex-diretor-regional do Senai, Frederico Pedroso também destacou sua atuação dentro da instituição. “Vivi praticamente minha vida toda dentro do Senai, onde fiz bons amigos. Me formei na primeira turma de Mecânica da instituição, depois fui convidado para ser professor, e fui sendo promovido até chegar ao cargo de diretor, então é uma grande honra trazer toda a minha família a esta festa para conhecer um pouco mais da minha trajetória profissional e vê-la reconhecida com esta medalha”, disse ele, que dirigiu a instituição por 13 anos consecutivos, o tempo mais longo que um diretor permaneceu no cargo. REPERCUSSÃO - A deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias destacou que a noite é de festa e comemoração. “É o reconhecimento da Fiems às pessoas que fizeram algo pela indústria e para o desenvolvimento do nosso Estado. Acho que são homenagens justas, vi várias pessoas e fiquei muito feliz por ver um querido amigo in memoriam sendo lembrado. Acredito que temos de ter gratidão por aqueles que contribuíram com Mato Grosso do Sul e temos de comemorar”, afirmou. Já o deputado estadual Paulo Corrêa destacou a escolha pelo nome do governador Reinaldo Azambuja para receber o Gran Colar do Mérito Industrial. “É a honraria máxima da indústria para um governador que abriu as portas para o setor produtivo do Estado. Acho que o Sérgio Longen e toda a diretoria da Fiems estão de parabéns por essa escola, que foi muito acertada”, reforçou.

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LONGEN INAUGURA CENTRO DE INOVAÇÃO DO SESI DE MS E MOSTRA QUE TECNOLOGIA PODE SER ACESSÍVEL A EMPRESÁRIOS Com o propósito de mostrar que tecnologia pode ser acessível para todos, os serviços do Centro de Inovação – Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho foram apresentados a empresários da indústria e autoridades como o ministro do Trabalho, Helton Yomura, durante cerimônia de inauguração do espaço, realizada pelo presidente da Fiems, Sérgio Longen, no dia 25 de maio, em Campo Grande (MS). A solenidade marca a celebração do Dia da Indústria, que motivou um calendário de eventos durante todo o mês de maio com uma extensa programação em todas as unidades do Sistema Fiems em Mato Grosso do Sul. Na inauguração, Longen destacou o caráter inovador do centro, idealizado para desenvolver soluções aos problemas das indústrias relacionados à gestão da saúde e segurança. “Os Centros de Inovação do Sesi no Brasil, que são oito, integram um compromisso do Sistema Indústria de trazer projetos e propostas que tragam resultados. Dessa forma, o Sistema está preparado para atender a empresa, construindo a solução. É um avanço significativo para nós entregarmos essa obra no dia em que se comemora o Dia da Indústria, com a presença do Ministro do Trabalho”, disse o presidente da Fiems. O ministro do Trabalho, Helton Yomura, falou sobre a importância do centro para o desenvolvimento da saúde e segurança do trabalhador. “Muito feliz fico em saber que Mato Grosso do Sul foi escolhido para desenvolver ações e tecnologia na área de saúde e segurança do trabalho. Certamente o produto das inovações que foram geradas aqui vai significar menos acidentes, menos afastamentos, menos mutilações e óbitos, menos gastos previdenciários e famílias sadias com trabalhador pronto para entregar seu suor no desenvolvimento desse País”, analisou. Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, com o Centro de Inovação, a indústria nacional passa a ter um atendimento especializado. “Este

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O espaço recebeu investimentos de R$ 7 milhões, entre edificação do espaço e aquisição de mobiliário

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trabalho é uma grande necessidade que o setor industrial tem, e o Sesi regional vem construindo uma metodologia adequada para atender esta demanda, que agora está consolidada com a inauguração deste centro”, afirmou. O presidente do TRT/MS, desembargador João de Deus, destacou que a Justiça do Trabalho só tem a agradecer ao Sesi pela criação de um centro de referência em SST. “A Justiça do Trabalho vê na saúde e segurança uma questão de dignidade, de direitos humanos e, por outro lado, uma questão financeira, que traz para a indústria um prejuízo enorme, acarretando no pagamento de indenizações, quando vemos elevados o número de acidentes. E esse é um espaço essencial para preservar as condições de saúde do trabalho e que privilegia a dignidade do homem e o patrimônio empresarial”, analisou. Na mesma linha, o superintendente regional do Trabalho, José Ribeiro Duraes, ressaltou a parceria com a Fiems. “Somos gratos pela parceria com a Fiems, com o Sesi, por isso parabenizamos por esse Centro de Inovação e reforçamos que estamos à disposição para eventuais necessidades”, disse. RESULTADOS - O superintendente regional do Sesi, Bergson Amarilla, afirmou que o centro está pronto para atender às demandas da indústria na área de SST, reduzindo custos e ampliando a competitividade. “Aqui vamos discutir, debater, pesquisar e desenvolver serviços que vão impactar na produtividade das

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indústrias, à medida que vão ser reduzidos o absenteísmo do trabalhador”, exemplificou. A diretora de SST do Sesi, a médica do trabalho Adriana Rossignoli Sato, que coordena a equipe do Centro de Inovação, destacou o papel do espaço: desenvolver inovações para aumentar a segurança no ambiente de trabalho e melhorar a saúde do trabalhador da indústria. “O Centro de Inovação está aqui para desenvolver inovações que vão aumentar a segurança no ambiente de trabalho e melhorar a saúde do trabalhador da indústria. E estas inovações serão criadas sob a demanda da empresa. Tragam seus problemas para nós, apresentem qualquer obstáculo que a empresa enfrenta para alcançar um ambiente saudável e seguro, e vamos apresentar uma solução na área de gestão para conseguir resolver”, disse, depois de apresentar a equipe do Centro de Inovação, composta por uma médica do trabalho, engenheira civil, engenheira de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, engenheiro da computação, desenvolvedores de sistemas e analista de requisitos. As soluções podem ser um software, como o piloto desenvolvido para uma indústria frigorífica de Dourados (MS), que, via reconhecimento facial e termostatos, registra o acesso à câmara fria, ou também o BIM SST, outra ferramenta inédita desenvolvida pelo Centro, que promete revolucionar projetos da construção civil e reduzir acidentes de trabalho no segmento. O custo varia conforme a necessidade apresentada pela empresa, mas pode ser até 90%

custeado pelo edital de Inovação para a Indústria. ESTRUTURA - Cada Centro de Inovação do Sesi trabalha com diferentes linhas de pesquisa em SST. São elas: prevenção da incapacidade, na Bahia; economia para saúde e segurança, no Ceará; ergonomia, em Minas Gerais; sistemas de gestão de SST, em Mato Grosso do Sul; longevidade e produtividade, no Paraná; higiene ocupacional, no Rio de Janeiro; fatores psicossociais, no Rio Grande do Sul; e tecnologias para a saúde, em Santa Catarina. Em Mato Grosso do Sul, as pesquisas do Centro de Inovação são realizadas em Campo Grande para atender a indústria nacional desde 2016 e, a partir do dia 25, ganhará um ambiente propício para disponibilizá-las à indústria de todo o País. O espaço, localizado na Avenida Afonso, entre as ruas 13 de junho e 25 de dezembro, conta com um projeto arquitetônico arrojado, que faz jus ao propósito inovador do centro. Com 1,2 mil m² de área construída, a estrutura é distribuída em três pavimentos, e conta com dois consultórios, dois auditórios, duas salas de treinamento, uma sala de operação com 22 postos de trabalho, uma sala de inovação com 13 postos de trabalho, uma sala de gerência, uma sala de coordenador, uma sala com seis postos de trabalho e estacionamento para 18 vagas, duas para deficientes e duas para idosos. O espaço recebeu investimentos de R$ 7 milhões, entre edificação do espaço e aquisição de mobiliário.


NA FIEMS, EMPRESÁRIOS CONHECEM TECNOLOGIA QUE FACILITA E REDUZ CUSTOS DE EXPORTAÇÃO

No auditório da Fiems, público conheceu ferramenta definida como o “Waze das Exportações” Exportar é uma maneira de aumentar as vendas, expandir os negócios e diversificar os clientes da empresa. E para ter mais poder competitivo no mercado internacional e oferecer melhores preços, é fundamental buscar os meios mais viáveis para exportar. Foi pensando em apresentar estes meios que o CIN (Centro Internacional de Negócios) do IEL promoveu, no dia 28 de maio, duas palestras sobre tecnologias e inovações na exportação, em um evento que integrou a programação de “Maio – Mês da Indústria”. No auditório da Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), empresários do Estado que já exportam ou estão interessados em exportar conheceram os serviços que o CIN oferece, além de uma tecnologia que pode facilitar o processo. “A tecnologia avança em várias áreas e, agora, conhecer

como ela também pode ajudar as empresas no processo de exportação é algo bastante importante. A ideia do IEL e do CIN, ao promover este evento, é justamente levar mais capacitação ao empresário, para que ele possa exportar e ampliar seu horizonte de negócios”, afirmou o superintendente do IEL, José Fernando Amaral. A gerente do CIN, Nathalia Alves, falou aos empresários que o centro está à disposição para apresentar o “caminho das pedras” da exportação a todos aqueles que estejam interessados em vender no mercado externo. “Mostramos, desde os primeiros passos, como entrar de forma segura e bem-sucedida em mercados globais cada vez mais competitivos, por meio de uma rede de apoio estruturada para exportação”, acrescentou. Primeiro palestrante da noite, o CEO da empresa D2P,

Paul Eric Schabel, que desenvolveu uma plataforma apresentada por ele como “o Waze da exportação”. “Hoje, qualquer indústria precisa ter acesso a níveis de informação de preço que ele nunca teve. Isso é fascinante, porque ele consegue se dedicar a aquilo que ele faz bem, que é produzir o que é que seja”, disse, durante a palestra. A analogia da D2P com o Waze refere-se ao aplicativo para smartphones que, alimentado com informações dos próprios usuários, aponta os melhores trajetos, considerando tráfego, distância, tempo de percurso, entre outros. “A D2P funciona, basicamente, da mesma forma, mas levando em conta qual a melhor rota para a mercadoria do exportador passar, considerando custos, prazo de entrega. É uma forma de aplicar melhor gestão ao processo, tornando-o menos dispendioso e otimizável”, expli-

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cou o CEO da D2P. Especialista de políticas e indústria da gerência-executiva de assuntos internacionais da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Felipe Luís Ody Spaniol, fez uma análise sobre a evolução do comércio exterior brasileiro e sobre a evolução de plataformas de exportação, destacando a importância das novas tecnologias e tendências para o setor. “Os serviços da Rede CIN, que estão disponíveis também em Mato Grosso do Sul, podem auxiliar as indústrias do Estado na internacionalização, como inteligência comercial, que são estudos de mercado, documentos de comércio exterior e promoção comercial”, declarou. Durante o evento, as casas que compõem o Sistema Fiems – Sesi, Senai e IEL – apresentaram aos empresários presentes o portfólio de serviços e soluções disponibilizados para atender às necessidades do setor do Estado. O Senai Empresa promoveu para os empresários presentes e alunos da

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FatecSenai um mini workshop com o tema “Indústria 4.0”, demonstrando todas as etapas da 4ª evolução industrial. O Sesi apresentou soluções na área de Saúde e Segurança do Trabalho e de Educação Continuada e Corporativa, enquanto o Senai reuniu os cursos de Educação Profissional e de Ensino Superior da Faculdade de Tecnologia de Campo Grande, bem como da Escola da Construção. O IEL, além do portfólio do CIN, apresentou os cursos da área de gestão empresarial e serviços da área de desenvolvimento de carreiras. EMPRESÁRIOS - Interessado no mercado internacional, o empresário Marcos Augusto Costa, que atua no segmento de autopeças na Capital, assistiu às palestras “em busca de entender qual a porta de entrada para o mercado externo”, disse ele. “Acredito que não podemos nunca nos acomodarmos. Temos uma vantagem muito grande pelo fato

de estarmos próximos ao Paraguai, Bolívia, e outros países do Mercosul, então não podemos deixar passar essa oportunidade de crescer no comércio exterior”, disse. Erivelto Castelão, da BR Par Sementes, também participou do evento em busca de mais informações sobre o mercado externo. “Quando se fala em exportar logo vem à cabeça uma série de burocracias e o que ouvimos aqui é que o processo pode ser facilitado, se formos bem orientados”, disse. Acadêmico do curso superior de Processos Gerenciais da FatecSenai Campo Grande, Nilton Oliveira avaliou que a palestra foi um importante complemento ao conteúdo aplicado em sala de aula. “Estamos nos preparando para o mercado de trabalho para atuar na parte de gerenciamento de processos, e é importante saber um direcionamento caso a empresa queira exportar”, pontuou.


[ INDICADORES ]

Fonte: Portal Transparência MS e SEFAZ/MS. Elaboração: SFIEMS UNIEP

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[ ARTIGO ] PAPEL DA LIDERANÇA NA TRANSFORMAÇÃO DIGITAL DAS INDÚSTRIAS O crescimento exponencial das tecnologias digitais apresenta para as indústrias do mundo todo um grande conjunto de oportunidades, como inúmeros desafios, em termos de conversão de novas e complexas ferramentas computacionais, em resultados organizacionais efetivos, coerentes e gerenciáveis, que possam proporcionar maior produtividade, competitividade, diferenciação e sustentabilidade. Além das óbvias questões técnicas ligadas à implementação de tecnologias disruptivas, como a Inteligência Artificial, os algoritmos criptográficos de Blockchains, a Internet das Coisas, o processamento analítico de muitos dados (Big Data), a Computação em Nuvem, os Sistemas Autônomos e Colaborativos, a Manufatura Digital e Aditiva, ou ainda a Realidade Virtual e Aumentada, é também necessário reconhecer e alavancar um conjunto de novas caraterísticas de liderança que serão exigidas para implementar com eficiência a chamada “transformação digital”, além de definitivamente compreender o papel central das pessoas, na digitalização dos processos industriais, conhecida como “Indústria 4.0”. Esta abordagem significativamente desafiadora é muito bem ilustrada pelas empresas digitais da nova economia, como Uber, Airbnb, Facebook ou ainda Spotify. Tais empresas, que simplesmente não existiam há dez anos, possuem hoje valores de mercado da ordem da centenas de bilhões de dólares, tendo habilmente passado por uma rampa de crescimento disruptivo naturalmente proporcionada pelo aumento exponencial da capacidade de processamento computacional (conhecido como “Lei do Moore”), com seu imenso barateamento de acesso, permitindo extraordinária amplitude das suas bases de clientes, por meio de um modelo de negócio altamente escalável. Tais novas habilidades e caraterísticas de liderança dizem respei62 •

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to ao fomento de uma cultura de agilidade e mudanças, à habilidade organizacional de prototipação rápida, ao aumento da produtividade e da previsibilidade dos processos por meio da exploração de ferramentas digitais, ao pensamento estratégico disruptivo voltado ao crescimento exponencial em novos mercados, e à profunda e constante abordagem sustentável e ética dos negócios. As empresas inseridas nas oportunidades da nova economia digital ainda percebem e fomentam parcerias de ganhos mútuos com as nascentes de base tecnológica, as Startups, nos ambientes locais e globais de empreendedorismo de alto impacto. As lideranças conscientes e sintonizadas com as oportunidades da nova economia são capazes de proporcionar, nas organizações consolidadas, maiores e processuais, uma abertura para o modelo mental e estilo de pensamento revolucionário nos negócios destas Startups que estão mudando radicalmente as regras dos jogos de diversos setores econômicos. Essas lideranças ainda agregam ao crescimento da base de clientes das organizações ao serem capazes de desenvolver uma lógica de co-prototipação de novas propostas de valor, não apenas com clientes atuais, mas também com potenciais novos clientes dos seus negócios. Proporcionar uma jornada efetiva e pragmática pela transformação digital, e suas aplicações diretas em uma manufatura mais digitalizada, conhecida como “Indústria 4.0”, em termos de geração de resultados econômicos sustentáveis exige, portanto, muito mais do que a adoção de novas tecnologias. Esta oportunidade de superação competitiva sistêmica necessita de novos perfis de liderança e comportamento organizacional, pautados pela flexibilidade, conduta ágil e empreendedora e capacidade de interação co-criativa com a sociedade e com os ecossistemas de inovação.

Filipe Cassapo

Gerente de inovação do Sistema Fiep – Federação das Indústrias do Paraná

Como sabemos, inovar é muito mais do que desenvolver novas tecnologias, ou pensar de forma criativa

A partir dessa percepção, a Federação das Indústrias do Estado do Paranáo Sistema (Fiep), por meio das Faculdades da Indústria, lança o MBA em Liderança para Transformação Digital e Indústria 4.0. Como a Alemanha é o país-referência no tema, o curso inclui um módulo internacional, na School of International Business and Entrepreneurship (SIBE). Em consonância e alinhamento com os novos desafios da Indústria nacional, o objetivo do MBA é formar os líderes que irão conduzir esse processo de forma transdisciplinar, objetiva e prática.


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