The FIFA Weekly Edição #32

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NÚMERO 32, 30 DE MAIO DE 2014

EDIÇÃO EM PORTUGUÉS

Fédération Internationale de Football Association – Desde 1904

SÃO PAULO COMO NASCEU O FUTEBOL NO BRASIL BLATTER O 64º CONGRESSO DA FIFA É UM DIVISOR DE ÁGUAS

Na expectativa pela festa do futebol

BRASIL

KLOSE EM BUSCA DA ARTILHARIA DOS MUNDIAIS

W W W.FIFA.COM/ THEWEEKLY


ÍNDICE

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S epp Blatter O presidente da FIFA fala sobre o 64º Congresso da FIFA e afirma: “Ele une todas as 209 federações afiliadas e constrói a base democrática. O evento será pioneiro mesmo sem eleições e sem definição da sede da Copa do Mundo.”

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D ez minutos no cargo Leroy Rosenior é o detentor de um recorde pouco agradável: ele foi dispensado como técnico do Torquay United após somente dez minutos no cargo. O ex-jogador inglês contou sobre esse curioso momento na sua vida.

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América do Norte e América Central 35 membros www.concacaf.com

Faltam 13 dias A Copa do Mundo da FIFA já está quase chegando. No dia 12 de junho o anfitrião Brasil abrirá contra a Croácia a 20ª edição do maior evento esportivo do planeta. Vamos relembrar mais uma vez a gloriosa história do futebol brasileiro e explicar por que o hexacampeonato mundial é tão importante para o país.

América do Sul 10 membros www.conmebol.com

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Equador O técnico da seleção equatoriana, Reinaldo Rueda, prevê uma Copa complicada para os europeus.

G ünter Netzer Serão disputadas 48 partidas na fase de grupos da Copa do Mundo. O nosso colunista explica por que você não pode perder o confronto entre Itália e Inglaterra que acontecerá em Manaus.

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São Paulo A megalópole foi o berço do futebol brasileiro.

Brasil A nossa foto de capa mostra a praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. A fotografia foi tirada no dia 9 de janeiro de 2014.

Grupos da Copa do Mundo A – C

Yasuyoshi Chiba / AFP

Grupo A Aplicativo da FIFA Weekly A revista FIFA Weekly está disponível en cinco idiomas a cada sexta-feira em uma versão eletrônica bastante intuitiva.

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Grupo B

Grupo C

Brasil

Espanha

Colômbia

Croácia

Holanda

Grécia

México

Chile

Costa do Marfim

Camarões

Austrália

Japão


A SEMANA DO FUTEBOL MUNDIAL

Europa 54 membros www.uefa.com

África 54 membros www.cafonline.com

Ásia 46 membros www.the-afc.com

Oceania 11 membros www.oceaniafootball.com

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Japão Os asiáticos se preparam para o Mundial com uma carga puxada de treinamentos.

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Miroslav Klose Será que o alemão conseguirá bater o recorde de Ronaldo? Com dois gols, o atacante irá se tornar o maior artilheiro de todos os tempos em Mundiais.

Grupos da Copa do Mundo D – H

imago, Getty Images (3)

Grupo D

Grupo E

Grupo F

Grupo G

Grupo H

Uruguai

Suíça

Argentina

Alemanha

Bélgica

Costa Rica

Equador

Bósnia e Herzegovina

Por tugal

Argélia

Inglaterra

França

Irã

Gana

Rússia

Itália

Honduras

Nigéria

EUA

Coreia do Sul

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PANOR AM A

Cresce a expectativa

Injeção de adrenalina Raramente os torcedores sofrem e comemoram tanto quanto durante uma Copa do Mundo.

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enos de duas semanas nos separam da partida de abertura da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Rumo ao hexa, a Seleção busca superar o trauma do Maracanazo, fruto da derrota para o Uruguai em 1950. Naquela ocasião, o Brasil deixou escapar o título no último momento, como conta o nosso autor Thomas Renggli. Nos triunfos seguintes, a seleção canarinho teve a incrível contribuição de Pelé, cujo pai, em 1950, havia chorado a derrota para os vizinhos uruguaios. “Em 13 de julho de 2014, eu não quero chorar”, reforçou Pelé, confiante no hexacampeonato.

Klammer / Keystone / Laif

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artilheiro alemão Miroslav Klose se prepara para a sua quarta participação em uma Copa do Mundo. Amante da natureza, o disciplinado jogador da Lazio está perto de completar 36 anos. “Acredito que esta será a minha última Copa”, prevê. Com 14 gols em Mundiais, Klose está atrás apenas de Ronaldo na lista de artilheiros. No Brasil, ele poderá se tornar o maior goleador da história da Copa do Mundo da FIFA. Franco Nicolussi esteve em Roma e conversou com ele.

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que acontece nas concentrações das seleções que estarão na Copa? E onde elas se preparam para o Mundial? Os nossos colegas Sven Goldmann e Jordi Punti contam as histórias por trás dos centros de treinamento de Japão e Espanha.

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os dias 10 e 11 de junho, será realizado em São Paulo o 64º Congresso da FIFA. O Presidente da FIFA Joseph Blatter chamou o evento de “divisor de águas”, onde será possível “implementar as resoluções definidas no Congresso realizado ano passado nas Ilhas Maurício”. No centro, “estarão as reformas, seguidas de perto por outros temas que se mantêm atuais: racismo, manipulação de jogos e questões da segurança no futebol”. Å Perikles Monioudis

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Š David Alan Harvey/Magnum Photos 6

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Tens達o no Maracan達 Viva o Brasil. Depois de 64 anos, a Copa do Mundo da FIFA retorna a um pa鱈s onde o futebol tem um potencial sem limites. A euforia e as expectativas n達o poderiam ser maiores.

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Thomas Renggli

ão de Açúcar, Copacabana, Ipanema: não faltam no Brasil símbolos de beleza e estética. A elegância, a leveza e a alegria de jogar fazem parte do patrimônio cultural do país. Jogar de uma forma bonita é algo que se reflete na postura do brasileiro. Durante os próximos 45 dias, os maiores anseios nacionais ficarão concentrados sobretudo em um lugar especial — o Estádio do Maracanã, localizado no bairro de mesmo nome no Rio de Janeiro, palco da final da Copa do Mundo de 1950, cenário do capítulo final de uma história que deveria ter se encerrado em êxtase coletivo, em intermináveis chuvas de confete verde e amarelo, em um verdadeiro carnaval em pleno mês de julho. A importância do futebol no Brasil ultrapassa as forças da imaginação comuns. O esporte marca a cultura e a identidade do país e está ancorado tão profundamente na forma de viver e 8

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pensar do povo como em poucos outros lugares na Terra. “O Brasil é futebol — e o futebol é Brasil”, afirmou o presidente da FIFA, Joseph S. Blatter. A escritora brasileira Betty Milan explorou uma ideia similar no seu livro “Brasil, o País do Futebol”: “O futebol no Brasil não é um esporte. É o jogo da bola, da malícia e do drible. É o jogo que reflete a própria nacionalidade de uma terra dominada pela paixão da bola. No espaço do jogo, o futebol brasileiro é capaz de esquecer o próprio objetivo do gol, convicto de que a virtude sem alegria é uma contradição.” A chocante derrota de 1950 Para a Seleção e os seus torcedores, resta esperar que esta visão literária seja um erro de interpretação. Porque qualquer coisa diferente do título mundial para o Brasil seria a reedição de uma gigantesca tragédia nacional — a reprise do episódio que entrou para a história como o Maracanaço: a derrota contra o Uruguai na final da Copa do Mundo da FIFA Brasil 1950. Na ocasião, toda a nação estava certa da conquista do título. Um empate teria sido suficiente para o Brasil levan-

tar o troféu. Mas o uruguaio Alcides Ghiggia acabou com a festa verde e amarela. Aos 34 minutos do segundo tempo, diante de 200.000 torcedores, ele marcou o gol decisivo que garantiu a vitória uruguaia por 2 a 1. De acordo com relatos de testemunhas da época, foi como se exatamente à meia-noite em um reveillon alguém tirasse todos os aparelhos eletrônicos da tomada, derramasse o estoque completo de champanhe e obrigasse todos os convidados a preencherem a declaração do imposto de renda. O Brasil, um país onde o futebol tem um potencial sem limites, desabou em um terrível choque. Todo o roteiro da festa já estava escrito até os seus mínimos detalhes. Pouco antes do gol decisivo, o então presidente da FIFA Jules Rimet deixou a tribuna de honra e se dirigiu ao interior do estádio pensando em entregar o troféu para os brasileiros após o apito final. No seu livro “A fantástica história da Copa do Mundo”, Rimet escreveu o seguinte: “Quando cheguei no local para a entrega da taça, reinava no estádio um silêncio mortal. Subitamente não havia mais nenhum guarda de honra, nenhum hino nacional,

Allsport/Getty Images

Final em 1970 Pelé cai nos braços do goleiro Ado depois do 4 a 1 contra a Itália.


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Destaques da Copa Em 19 edições, oito campeões mundiais. A história da Copa do Mundo da FIFA gerou dramas, milagres e heróis – mas também curiosidades. Fizemos um tour pelos 80 anos do Mundial e quatro continentes, do Uruguai à África do Sul.

1930

Uruguai Com os 4 a 2 sobre a Argentina, o Uruguai comemora o primeiro título mundial da história. Durante as revistas nos portões de entrada, 1.600 revólveres são apreendidos pelas autoridades.

1934

Aquecimento em 2013 Neymar sob o olhar severo do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari (atrás à esquerda) durante a Copa das Confederações da FIFA

Itália Em resposta ao desinteresse dos europeus na Copa de 1930, o Uruguai decide não participar. A Inglaterra também resolve boicotar, e a Itália festeja o primeiro título mundial.

1938

“O futebol brasileiro tem a convicção de que a virtude sem alegria é uma contradição.” imago, Getty Images (2)

Betty Milan

nenhuma conversa, nenhuma magnífica festa da vitória. Encontrei-me sozinho em meio à multidão, pressionado por todos os lados, com a taça nas mãos, sem saber o que devia fazer. Procurei pelo capitão uruguaio, entreguei — quase em

segredo — o troféu e estendi a mão a ele sem conseguir dizer uma palavra.” Luiz Felipe Scolari, atual técnico do Brasil, enxerga um aspecto positivo ao analisar os acontecimentos daquela época. “A Seleção de 1950 entreabriu uma porta e nos colocou em um caminho que traria cinco títulos mundiais. Esta é a visão que quero passar sobre o torneio de 1950 para os jogadores atuais da Seleção.” Uma obra de arte de Pelé Oito anos mais tarde, um jovem craque passou pela porta que havia ficado entreaberta para adentrar os grandes palcos do futebol mundial: Édson Arantes do Nascimento, o Pelé. No início do torneio, o treinador Vicente Feola deixou o garoto no banco de reservas e mandou para o gramado jogadores mais experientes: Gylmar, Djalma Santos, Didi, Garrincha e companhia. Pelé só recebeu uma chance na última partida da fase de grupos contra a União Soviética. Foi o início de uma impressionante ascensão ao longo do torneio. Pelé encantou o público com uma categoria fenomenal e uma incrível frieza. Nas

França O torneio é realizado paralelamente ao contexto político da época. A Alemanha é desclassificada nas oitavas para a Suíça, enquanto a Itália se sagra bicampeã vestindo o uniforme preto imposto por Mussolini.

1950 Brasil A seleção brasileira segue imponente rumo ao título em casa, mas tropeça no Uruguai no momento mais decisivo. Após o “Maracanazo”, o Brasil resolve se desfazer do tradicional uniforme branco.

1954 Suíça O futebol festeja o “Milagre de Berna”. A aparentemente imbatível Hungria é derrotada pela Alemanha Ocidental. Graças às primeiras chuteiras de travas, a equipe de Sepp Herberger garante o equilíbrio na grande final. T H E F I FA W E E K LY

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quartas de final contra o País de Gales, ele marcou o único gol da partida. Nas semifinais contra a França, balançou as redes três vezes. Na final contra a anfitriã Suécia, consagrou-se definitivamente. O primeiro de seus dois gols na decisão foi uma verdadeira obra de arte. Passados 42 anos, o golaço ficou na terceira colocação na lista dos mais belos gols do século. A obra-prima ficou marcada na memória de Pelé. “Eu estava de costas para o gol, matei a bola com o peito, levantei-a por cima da minha própria cabeça, virei e chutei.” No Estádio Rasunda em Estocolmo, até mesmo os torcedores suecos se renderam à magia brasileira. “Aos 17 anos, tudo parecia um sonho”, contou Pelé. “A Copa do Mundo na Suécia foi a minha primeira viagem à Europa. Eu jogava com a leveza de um recém-chegado, e tudo aconteceu quase que automaticamente.” Narrador agradece a Deus Toda uma nação estava sonhando junto com Pelé. E o mundo observava fascinado como o futebol estava sendo elevado a um novo patamar — com alegria, despreocupação e uma técnica que refletia o sentimento de todo um país. 10

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No Brasil, o drible é, por assim dizer, uma atitude perante a vida, o modo de se revoltar contra a autoridade, o símbolo da criatividade e da inspiração. E o Brasil é um país de dribladores que aprendem a jogar bola em praias de areias brancas e colocam o futebol no centro das atenções com elegância e tranquilidade. Com essas qualidades, os brasileiros dominaram o futebol mundial entre 1958 e 1970. No centro de tudo estava Pelé. O Rei do Futebol formava uma dupla e tanto com Garrincha, mulherengo e beberrão fora de campo, o gênio das pernas tortas dentro das quatro linhas. Juntos, eles provocavam vertigens nos zagueiros. A Seleção nunca perdeu uma partida quando os dois estiveram no gramado. Mas o maior astro era mesmo Pelé. Certa vez, um radialista o descreveu como um “ser sobrenatural” e agradeceu a Deus que ele tivesse feito esse “fantástico crioulo” nascer justamente no Brasil, e não em outro país. Quando Pelé marcou o seu milésimo gol, em cobrança de pênalti no dia 19 de novembro de 1969 diante de 200.000 espectadores no Maracanã, todo o mundo estava observando. No estádio, os seus admiradores invadiram o campo

e o árbitro precisou interromper a partida para que Pelé desse a volta olímpica vestindo uma camisa com o número 1000. Por todo o Brasil ressoaram sinos de igrejas para anunciar o grande acontecimento. Pouca gente no país se interessava pelo fato de que na mesma hora astronautas americanos chegavam à lua. Pelé se tornou definitivamente o primeiro superastro do futebol em 1970, quando conduziu o Brasil ao tricampeonato mundial. “Joguei o meu melhor futebol naquele torneio”, ele costuma afirmar hoje em dia. A Seleção aperfeiçoou o futebol, combinando o talento individual com a perfeição coletiva. Ao lado de Pelé, brilhou também um atacante franzino com uma incrível técnica de chute e um raio de ação fenomenal: Tostão. Don Seraphin, bispo de Belo Horizonte e comentarista de rádio, deu uma bela definição sobre o futebol dos dois craques: “Pelé é o gênio, ele faz tudo com o instinto. Mas o Tostão é o talento, ele faz tudo com a sua inteligência.” Na final diante de 107.000 espectadores no Estádio Azteca, Pelé abriu o placar da goleada por 4 a 1 contra a Itália. Era ao mesmo tempo o auge e o fim de uma era.

Bob Thomas/Getty Images

Frustrado e desconcertado em 1982 Toninho Cerezo (5) e Oscar (3) foram pegos de surpresa pelo italiano Paolo Rossi


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1958 Suécia Pelé comanda a seleção canarinho rumo ao primeiro título mundial. O golaço na final contra a Suécia é até hoje referência em qualquer enciclopédia sobre a Copa.

1962 Esperança em 2014 Thiago Silva na partida contra a França. Decidido Neymar (esq.) espera pelo início do jogo contra a Croácia.

Preparado Dante (dir.) é um dos responsáveis pela segurança na defesa.

Getty Images (4), imago

O Brasil precisava aprender a se defender. Foi como uma traição da sua própria identidade. O caminho rumo ao pentacampeonato Então, os maiores artistas da bola brasileiros saíram de cena. Em 1974, o Brasil fracassou diante da revolução futebolística da Laranja Mecânica comandada pelo holandês Johan Cruyff. Em 1978, a terceira colocação não passou de um prê-

mio de consolação. Parecia que a vontade de jogar se esgotava no setor defensivo. “O drible é uma era perdida”, afirmou o então técnico brasileiro Cláudio Coutinho. Em 1982 e 1986, o Brasil retomou o seu futebol arte sob o comando do técnico Telê Santana: a Seleção praticava um futebol fantástico, elegante, fluente. Mas nem sempre o ataque é a melhor defesa. As seleções europeias já haviam aprendido essa lição. O escrete canarinho parou diante da Itália em 1982 e, quatro anos mais tarde, foi superado pela França. Aquela foi uma lição dolorosa para os brasileiros. Era preciso aprender a se defender. Foi como uma traição da sua própria identidade. A globalização do futebol privilegiava as questões táticas e físicas. Subitamente, a força era o aspecto mais importante. O Brasil não podia mais se permitir jogar o tradicional futebol brasileiro. A trajetória que culminou com a conquista do tetra em 1994 com Romário e Bebeto foi uma espécie de despedida do futebol-samba de Pelé e seus sucessores — e não é por acaso que o pênalti desperdiçado pelo italiano Roberto Baggio na final tenha sido o acontecimento que mais ficou

Chile O Brasil é bicampeão na última exibição de uma das maiores equipes da história. Pelé se lesiona logo na fase de grupos.

1966

Inglaterra O inglês Geoff Hurst se torna o único jogador a marcar três gols em uma final de Copa do Mundo. Polêmico, o terceiro gol inglês na decisão contra a Alemanha entra para a história.

1970 México A semifinal entre Itália e Alemanha Ocidental (4 a 3) é conhecida até hoje como o “jogo do século”. Porém, no fim, a taça fica outra vez com o Brasil de Pelé.

1974 Alemanha Ocidental A Holanda apresenta ao mundo o “futebol total”. Porém, contra os alemães, o carrossel não surte efeito, e Johan Cruyff tem de parabenizar Franz Beckenbauer pelo título.

1978 Argentina Um Mundial com pano de fundo: a desgraça alemã em Córdoba e o futebol sob o signo da ditadura militar argentina. Na grande decisão, a Holanda é derrotada pela Argentina.

1982 Espanha Nas semifinais, Paolo Rossi despacha o Brasil para casa. Na final, a Itália conquista o tricampeonato em cima da Alemanha Ocidental. T H E F I FA W E E K LY

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E se tudo acontecer de outra maneira? Sem emoções, sem cálculo: cientistas avaliaram dados sobre a Copa do Mundo e chegaram a um resultado que pode parecer surpreendente: o Brasil não conquistará o título.

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res joga três ou quatro edições da Copa do Mundo, e então há um espaço de um ou dois torneios em que há um plantel mais fraco. Se o nosso modelo provar que esse é um fator importante, Brasil, Itália e Espanha (os três últimos vencedores) estarão em maus lençóis…

ste estudo trata da Copa do Mundo e tem três objetivos principais. O primeiro é desenvolver um modelo econométrico que seja capaz de prever corretamente os campeões recentes da Copa do Mundo. A grande vantagem de estudar mais de uma Copa do A Alemanha leva o título Na segunda etapa é usado um modelo logíMundo é que podemos usar o modelo para stico para estimar a probabilidade de cada também prever futuros campeões. O segundo objetivo é analisar a capacidade do ranking seleção ganhar a Copa do Mundo. As variáda FIFA de prever o campeão da Copa do veis explicativas são todas aquelas que a Mundo. O terceiro é avaliar se um apostador nossa análise empírica apontou como sofisticado pode ir contra todas as expectatipossível fator relevante para esse objetivo: Oráculo da Copa O finado Paul, o polvo, alcançou a fama devido sede, ranking da FIFA, número de astros, vas e se dar bem no mercado, ou seja, em teràs previsões acertadas. mos econômicos, investigar se o mercado de experiência da seleção, experiência do apostas é eficiente. técnico, distância, e se a seleção ganhou um Na primeira etapa foram obtidas informações de cada Copa do Mundo dos três últimos torneios. Apenas os torneios que ocorreram de 1994 a 2010 desde 1930. A nossa análise empírica revela que sediar o torneio aumenta a serão usados, pois o ranking da FIFA só existe desde 1993. O modelo prevê probabilidade de ganhar (seis dos 19 campeões foram anfitriões). A qualidade corretamente quatro dos últimos cinco vencedores, errando apenas 2006, da equipe obviamente também ajuda. Baseando-se no ranking da FIFA para em que prevê o país-sede como vencedor — a Alemanha terminou em quantificar a importância da qualidade da equipe nos últimos cinco torneios terceiro lugar naquele torneio. O motivo mais importante para desenvolver (o ranking começou apenas em 1993), descobre-se que três dos cinco venceeste modelo é que ele permite ao pesquisador identificar quais fatores mais dores estavam entre os dois melhores do ranking. Um terceiro fator a ser contribuem para determinar os vencedores (efeitos marginais). Os resultados considerado é a presença de um astro na equipe — quem não se lembra de mostram que o ranking da FIFA e sediar a Copa do Mundo com uma geração Pelé em 1958, de Maradona em 1986 ou de Zidane em 1998?. Considerando o de jogadores beirando o auge sem ter vencido nenhum dos últimos três torprêmio de Jogador do Ano da FIFA (as três primeiras posições), pode-se conneios são os fatores mais importantes para prever o vencedor da Copa. A tar de forma objetiva o número de astros participantes de cada equipe no experiência e os astros também importam, mas não são os fatores principais. torneio. Assim descobriu-se que seleções que ganham a Copa do Mundo têm Por fim, a experiência do treinador e a distância não possuem nenhum imem média dois craques em comparação com 0,5 das outras equipes. pacto significante nas probabilidades. Com a Copa do Mundo de 2014 prestes a começar, o ambicioso teste do nosso modelo é prever corretamente o campeão. Usando as estatísticas de cada A maioria dos campeões mundiais teve técnicos estreantes Descobriu-se também que o campeão sempre tem maior experiência, mas é equipe e os coeficientes que surgem a partir da análise de regressão, a probaimprovável que isso seja um fator diferencial entre as dez melhores seleções bilidade de cada equipe ganhar é obtida e todas as seleções são classificadas. (todas possuem bastante experiência). No entanto, seleções menos experienPodemos prever que a Alemanha irá vencer no Brasil com uma probabilidade de 26.6%, seguida de perto pela Argentina com 21,8%. Brasil e Espanha são os tes tentam compensar essa desvantagem com técnicos mais experientes. Bora próximos favoritos, mas já com probabilidades de 6% e 5% respectivamente. Milutinović foi técnico dos EUA em 1994, da Nigéria em 1998 e da China em Na etapa final da nossa análise, comparamos as previsões do nosso modelo 2002; Henri Michel foi técnico do Marrocos em 1998 e da Costa do Marfim com o líder do ranking da FIFA antes de cada uma das últimas cinco edições em 2002; além deles há Guus Hiddink, Parreira e outros. Os países campeões da Copa do Mundo (ranking de maio), assim como com algumas das mais conormalmente têm treinadores estreantes na Copa do Mundo (de 19 treinadores campeões, 13 foram estreantes). A distância entre cada país participante nhecidas empresas de apostas no ramo de futebol. Descobrimos que o ranking e a sede é outra variável que pode afetar as probabilidades. Nove países euroda FIFA não é um bom previsor de resultados do torneio e também que a peus já levantaram o troféu em dez edições da Copa do Mundo realizadas na equipe com as maiores apostas geralmente não ganha. Portanto, conclui-se Europa, enquanto que nas nove edições da Copa do Mundo fora da Europa, que o desempenho do modelo como previsor de resultados da Copa do Mundo apenas a Espanha venceu (na última edição na África do Sul). Por fim, descoé superior a qualquer uma destas duas alternativas. Surpresas acontecem, e a aleatoriedade (variação inexplicável) pode inbrimos que, nos últimos 40 anos, apenas duas equipes ganharam a Copa do Mundo após terem vencido qualquer uma das três edições anteriores (a Arterferir com os resultados de qualquer pesquisador. Deste modo, eu, portugentina em 1986 e o Brasil em 2002). Isso pode ser atribuído aos ciclos de guês, apenas posso esperar que Cristiano Ronaldo prove que o meu modelo está errado… Å gerações pelos quais todas as seleções passam. Uma geração de bons jogado12

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imago

Ricardo Manuel Santos, Trinity University, San Antonio (EUA)


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marcado na memória. Oito anos mais tarde, a alegria de jogar estava de volta. Rivaldo, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e companhia mostraram para todos que o Brasil continuava sendo o maior produtor de craques do futebol mundial. Sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o Brasil derrotou a Alemanha por 2 a 0 na final. Com dois gols, Ronaldo presenteou o país com o pentacampeonato mundial. “Não quero chorar no dia 13 de julho” Passados 12 minutos, todos estão esperando a conquista do hexa em casa, o que finalmente apagaria a humilhação de 1950. Para Pelé, a conquista também equivaleria a uma espécie de acerto de contas com o passado. “O meu pai chorou descontroladamente depois da final de 1950”, relembrou o maior jogador da história. “Na época com nove anos, eu não entendia nada e perguntei a ele o que tinha acontecido. Ele respondeu que o Brasil tinha perdido do Uruguai. Não quero chorar no dia 13 de julho deste ano.” A conquista do sexto título mundial é uma verdadeira obsessão no Brasil, algo parecido com o sonho da décima conquista do Real Madrid na Liga dos Campeões da UEFA contra o Atlético de Madri. Mas será que Scolari ainda conhece a receita do sucesso mesmo 12 anos depois de ter

conquistado o seu primeiro título mundial? O treinador deixou de fora da sua convocação experientes artistas da bola como Ronaldinho, Robinho e Kaká. Felipão costuma manter o gênio brasileiro a rédeas curtas. A organização está acima do improviso; a força, acima da inspiração. Quem observa os músculos de um atleta como o português Cristiano Ronaldo mal consegue imaginar que os astros de antigamente surgiam jogando futebol na areia, que um Romário, por exemplo, refinasse a sua técnica jogando futevôlei. Quem caminha por Copacabana hoje em dia fica admirado ao ver que continua existindo uma grande quantidade de jovens que imitam o estilo de Romário ou Ronaldo. No entanto, continuamos a ouvir dos especialistas que em uma Copa do Mundo o futebol arte e a intuição sozinhos são suficientes no máximo para fazer uma boa campanha e alegrar os olhos dos espectadores. Mas talvez nas próximas semanas os brasileiros provem que isso não é inteiramente verdade — os românticos que ainda existem no futebol não pedem nada além disso. Å

1986 México A Copa de Maradona. Com o “gol do século” e a “mão de Deus”, ele leva a Argentina ao segundo título. No seu país, Dieguito é colocado no mesmo nível de Pelé.

1990 Itália A Alemanha dá cabo ao sonho italiano. O Kaiser Franz Beckenbauer se consagra também como treinador – e Roger Milla dança lambada.

1994 EUA O Brasil conquista o tetracampeonato. Baggio chuta o último pênalti nas nuvens, e Effenberg mostra o dedo do meio.

1998 França Zinédine Zidane celebra o futebol arte. Beckham leva vermelho contra a Argentina e vê a Inglaterra voltar mais cedo para casa.

2002 Coreia/Japão O Brasil vence mais uma vez graças a Ronaldo. Os franceses voltam para a casa sem nenhum gol, e Oliver Kahn dissemina medo e terror.

2006 Alemanha A Alemanha escreve o “conto de verão”. E o final feliz fica com a Itália.

Corbis, imago, Getty Images (2)

2010

Chuva de confete em 2014 O Flamengo (Leonardo Moura com a taça) comemora o título do Campeonato Carioca no Maracanã. O Brasil quer ver uma cena parecida no dia 13 de julho...

África do Sul O primeiro-ministro sul-africano dá o seu apoio à paz. E a Espanha celebra o tiki-taka com perfeição. T H E F I FA W E E K LY

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CONCENTR AÇÃO

Calor amazônico e ritmo de férias Thomas Renggli escreve para a FIFA Weekly.

Em 14 de junho, Inglaterra e Itália se enfrentarão em Manaus, no meio da selva amazônica. Por causa disso, os treinadores Cesare Prandelli e Roy Hodgson vêm preparando as suas seleções com métodos pouco convencionais para enfrentar o forte calor amazônico. No centro de treinamento da Federação Italiana de Futebol em Coverciano, na Toscana, os italianos simulam o clima tropical com visitas diárias à sauna. Já os ingleses têm ido aos treinos no Algarve, em Portugal, trajando ceroulas térmicas. A delegação holandesa também está hospedada no Algarve – no Cascade Resort, um hotel cinco estrelas que conta com um centro de treinamento de futebol. Nos anúncios publicitários, o local se autointitula o “hotel mais luxuoso” da região. A seleção da Alemanha também foi uma das que resolveram não economizar na preparação para a Copa do Mundo. Com 73 suítes, o Hotel Andreus, em Merano, no Sudtirol italiano, abriga os tricampeões mundiais às vésperas do embarque para o Brasil. Além de um campo de futebol, o grupo do treinador Joachim Löw tem à disposição um local para a prática do hipismo, um campo de golfe, cinco quadras de tênis e um jardim com 7.000 m² de extensão. Å

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Suor e trabalho duro O zagueiro Hiroki Sakai tem poucos motivos para sorrir na preparação para a Copa.

Japão

Dias difíceis em Ibusuki Sven Goldmann, especialista em

um possível fracasso do Japão no Mundial. O ex-treinador de Juventus e Milan traçou um objetivo claro para a sua equipe: ir além das oitavas de final. Pois foi justamente nessa fase que, há quatro anos, na África do Sul, os japoneses foram desclassificados nos pênaltis pelo Paraguai.

futebol do jornal “Tagesspiegel”, de Berlim.

Quem vai para o quartel não está esperando entrar de férias. E não é difícil imaginar o que pode acontecer por lá, principalmente nos quartéis da seleção japonesa. Mesmo conhecidos como “samurais azuis” por causa da cor do uniforme, que remete à linhagem de nobres guerreiros, os japoneses não contavam com tanto trabalho. “Nem no Manchester United os treinos são tão puxados”, comentou Shinji Kagawa, um dos astros dos campeões asiáticos, após os primeiros dias da preparação para o Mundial no centro de treinamento de Ibusuki, na província de Kagoshima. Na Premier League, o habilidoso meia não foi utilizado com muita frequência pelo treinador David Moyes. Por causa disso, Kagawa poderá fazer valer os treinamentos junto aos outros “samurais”. Localizada no Sul do Japão, Ibusuki é famosa pelas praias de areia escura. Contudo, os atletas terão poucas oportunidades para visitá-las. No meio da preparação, o zagueiro Gotoku Sakai, do Stuttgart, teve de tirar um dia de folga. A justificativa oficial foi “indisposição”, mas fica difícil eximir de culpa o puxado programa de treinamento. De qualquer forma, o treinador italiano Alberto Zaccheroni não quer que o condicionamento físico se torne um dos motivos de

No Grupo C do Mundial, o Japão enfrenta Grécia, Colômbia e Costa do Marfim em Natal, Cuiabá e Recife, respectivamente. Nessas cidades, terá de lidar com as altas temperaturas e o clima tropical. “Lá, nada será mais importante do que o condicionamento”, afirma o atacante Shinji Okazaki. Ele, assim como outros sete jogadores da seleção japonesa, atua na Alemanha, pelo Mainz. Nesta temporada, o clube se classificou com certa surpresa para a Liga Europa. Não menos surpreendente foi a convocação de Yoshito Okubo, centroavante do Kawasaki Frontale. Ele havia jogado pela última vez em fevereiro de 2012 pelo selecionado nipônico – e apenas um tempo no amistoso contra a Islândia. No fim de semana, dois jogadores chegaram da pátria de Zaccheroni para se unir ao grupo: Keisuke Honda, do Milan, e Yuto Nagatomo, da rival Internazionale. Ambos foram poupados da parte mais puxada da preparação em Ibusuki. Depois, os japoneses seguem para um centro de treinamento na Flórida, onde talvez haja mais tempo para respirar. Pois, nos EUA, o objetivo principal de Zaccheroni será ajustar a sintonia tática da equipe. Å

imago

Segundo a Bíblia, “os últimos serão os primeiros”. Com essa máxima em mente, os australianos iniciaram a preparação para o Mundial. No Brasil, os socceroos foram a primeira seleção a chegar – 16 dias antes da primeira partida. O treinador Ange Postecoglou quer que os seus jogadores tenham o tempo necessário para se adaptar ao país, evitando assim eventuais problemas causados pelo clima e fuso horário. Assim, os australianos esperam voltar para casa somente no último avião – exatamente naquele que decolar depois da grande final.


CONCENTR AÇÃO

Espanha

O problema usa a camisa 9 Jordi Punti é escritor e autor de vários artigos sobre futebol na imprensa espanhola.

Vicente del Bosque não tem pressa alguma. Enquanto a maioria dos técnicos já definiu a convocação para a Copa do Mundo, com todas as surpresas e desilusões, Del Bosque segue sem uma decisão. “Temos até o dia 2 de junho para enviar a lista definitiva à FIFA, então por que a pressa?”, questiona. Com a habitual calma, ele também admite que no momento tem “razoáveis dúvidas”. No sábado passado, em Lisboa, o técnico assistiu à final da Liga dos Campeões entre Atlético de Madri e Real Madrid, mas pôde tirar poucas conclusões da dramática vitória do Real na prorrogação por 4 a 1. Apenas um dos gols foi marcado por um jogador espanhol, Sergio Ramos, que já é uma referência na defesa da seleção. A principal dor de cabeça de Del Bosque vem justamente da falta de influência dos atacantes.

com Pedro, Torres e Villa. Não seria uma má opção para a primeira partida, mas Del Bosque já vem há bastante tempo planejando a transformação gradual da seleção que lhe deu tantos sucessos. Um bom exemplo é Xavi, o armador que marca o ritmo do Barcelona e da Espanha: aos 34 anos de idade, precisaria de um jogador ao seu lado como Thiago Alcántara, mas uma lesão deixou o filho do ex-jogador Mazinho de fora do Mundial. Neste caso, no entanto, Del Bosque tem uma longa lista de meio-campistas a quem pode recorrer se necessário: Cazorla, Silva, Iturraspe ou o próprio Cesc. Antes de enviar a lista definitiva em 2 de junho, Del Bosque dispõe de outra oportuni-

dade para resolver as suas dúvidas sobre os atacantes que vai levar ao Brasil. Em 30 de maio a Espanha disputa um amistoso contra a Bolívia para o qual ele convocou apenas três atacantes de ofício: Pedro, Torres e uma grande surpresa, o jovem Deulofeu. Com apenas 20 anos, Deulofeu jogou a última temporada pelo Everton e voltará neste ano ao Barcelona. “Temos muita confiança nele, pode ser uma boa solução”, afirmou Del Bosque antes do primeiro jogo do ponta com a seleção principal. Além de demonstrar interesse por ver um jogador ousado, criativo e técnico, o treinador sabe que só se encontram soluções quando há problemas. A apenas três semanas da Copa do Mundo, na Espanha o problema usa a camisa 9. Å

Há quase um ano, o torcedor espanhol percebeu que a maioria dos seus goleadores estava indo para o exterior, especialmente os centroavantes. Selecionáveis como Llorente (Juventus), Negredo (Manchester City) e Soldado (Tottenham) se uniam a Fernando Torres (Chelsea). Entretanto, o brasileiro Diego Costa, artilheiro do Atlético de Madri, se naturalizava espanhol e se tornava assim uma alternativa para Del Bosque graças ao seu perfil mais agressivo.

Sergio Perez / Reuters

Na hora de escolher, o técnico terá opções de sobra, mas a sensação é de que no momento nenhum dos seus atacantes lhe transmite a confiança necessária. Negredo, Soldado e Torres realizaram uma temporada de altos e baixos na Inglaterra. Llorente estaria pronto para a Copa do Mundo, mas nunca foi uma primeira opção. Por sua vez, Diego Costa precisou ser substituído nos minutos iniciais das duas últimas partidas que jogou. Tanta impaciência para se recuperar de uma lesão muscular poderá deixa-lo de fora do Mundial. No sistema que Del Bosque propõe, com grande participação de meio-campistas, os atacantes costumam ter um papel secundário. Em mais de uma ocasião vimos como ele escolheu Cesc Fàbregas como falso atacante para fazer combinações com os pontas. Assim, atualmente a opção mais provável para o ataque seria a mesma que jogou a final da Copa do Mundo na África do Sul,

Fora de foco Vicente del Bosque ainda não consegue enxergar com clareza o time do Mundial. T H E F I FA W E E K LY

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C O P A D O M U N D O D A F I F A B R A S I L 2 0 14 : F A L T A M 1 3 D I A S

São Paulo, a casa do futebol Em 13 dias, será dado em São Paulo o pontapé inicial para a Copa do Mundo. A megalópole possui um papel importante na história do país, pois foi lá que teve início a história do futebol brasileiro.

Uma cidade em verde e amarelo São Paulo está pronta para a partida de abertura entre Brasil e Croácia.

Dominik Petermann

S Rahel Patrasso / Keystone

ão Paulo respira futebol: seja nas ruas, nas barbearias ou durante o Carnaval, ele sempre dá o tom das conversas. Cada um, com o seu time do coração, vivencia o amor pelo esporte. A região metropolitana de quase 8.000 km² faz da cidade o maior polo industrial da América Latina e, ao mesmo tempo, o principal centro econômico, financeiro e cultural do país. E foi aqui, há 120 anos, que começou a história do futebol brasileiro. Da Inglaterra para o Brasil Foi no ano de 1894 que o paulistano Charles Miller, filho de um escocês, retornou de uma viagem à Inglaterra trazendo na mala um livro de regras, dois uniformes, um par de chuteiras, duas bolas e uma bomba de ar. Surpreendido, constatou que o futebol era completamente desconhecido no Brasil. Aos 19 anos, não teve dúvidas de que a sua missão, a partir daquele momento, seria popularizar o esporte bretão. Funcionário de uma companhia ferroviária, foi

no trabalho que Miller encontrou os jogadores que fizeram parte do primeiro time de futebol. Com os colegas, ele fundou o São Paulo Railway Team e organizou, em 14 de abril de 1895, a primeira partida de futebol documentada em terras brasileiras. O time adversário era formado por trabalhadores da Companhia de Gás de São Paulo. O palco original, a então “Várzea do Carmo”, acabou se transformando no que é hoje o Parque Dom Pedro II, no distrito da Sé. Atualmente, o campo empoeirado ainda recebe partidas de futebol, tendo sido agraciado recentemente com duas traves novas em folha. Miller também se tornaria a força motriz por trás da criação do Campeonato Paulista, o primeiro torneio de futebol no país. Jogando pelo São Paulo Athletic Club (SPAC), o primeiro clube da cidade, o “pai” do futebol brasileiro também foi tricampeão estadual em 1902, 1903 e 1904. Um novo estádio para a Copa São Paulo conta com uma longa tradição no futebol e é a casa de alguns dos mais bem-sucedidos clubes do país: Corinthians, Palmeiras e

São Paulo, além do vizinho praiano, o Santos. O “Derby Paulista” entre Corinthians e Palmeiras é o clássico local com a maior rivalidade. Constituído em 1914 por imigrantes italianos residentes na capital paulista, o Palmeiras contou com alguns ex-membros do Timão entre os seus fundadores, os quais acabaram sendo tachados de “traidores” pelos corintianos remanescentes. Até hoje, a rivalidade entre os dois clubes é tensa e conflituosa. O Pacaembu, estádio municipal anteriormente utilizado pelo Corinthians como casa, ergue-se imponentemente na Praça Charles Miller. Até o início da preparação para o Mundial, o Timão era o único grande clube paulistano que não contava com um estádio próprio. Mas isso mudou graças à Copa do Mundo. Em Itaquera, tradicional reduto da torcida corintiana, na Zona Leste da capital, foi construída a Arena São Paulo, que irá sediar seis partidas do Mundial. Agora, o futebol está voltando para casa. Å

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A EN T REV IS TA

“Será difícil para os europeus” O Equador está entre as novas forças do futebol mundial. O técnico Reinaldo Rueda explica como a sua equipe derrotou o Brasil e o que os sul-americanos podem aprender com os europeus.

Todas as edições da Copa do Mundo da FIFA disputadas nas Américas terminaram com um triunfo sul-americano. Quais os motivos disso na sua opinião? Reinaldo Rueda: A experiência mostra que principalmente para os europeus as condições são difíceis na América do Sul. Diversos fatores contribuem para isso: a viagem, o clima, as acomodações. Mas, com uma organização ideal, as federações podem reduzir essas questões e transitar em um ambiente independente de influências externas. Um exemplo disso é que provavelmente todos os participantes do Mundial trarão os seus próprios cozinheiros.

Em que sentido o Equador poderá se beneficiar por estar jogando quase em casa no seu próprio continente? Isso é relativo porque o Brasil é um país gigantesco — com as mais variadas influências climáticas —, quase como um continente próprio. Deveremos ter bastante calor na primeira fase em Brasília e no Rio de Janeiro, mas em Curitiba, pelo contrário, o clima será mais frio. Para as seleções que precisarão jogar no clima tropical de Manaus, tudo é ainda mais diferente.

Por falar em vantagem de jogar em casa, o Equador é uma forte potência quando atua nas alturas de Quito. Nas eliminatórias, vocês só não conquistaram os três pontos no empate contra a Argentina. Como a altitude influencia a tática e o estilo de jogo da sua equipe? Procuramos jogar sempre da mesma forma: combativos, corajosos — vitoriosos. Nas eliminatórias, provamos que somos capazes de prevalecer mesmo em um forte calor. Conseguimos empates tanto na Venezuela quanto no Uruguai.

Em Quito até o Brasil já foi derrotado… Temos uma seleção muito impulsiva e emocional. Isso certamente nos deixa ainda mais fortes em casa. Acredito basicamente em 18

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uma boa organização e em uma atribuição de papéis inequívoca. Justamente em um grande torneio é decisivo que possamos confiar em uma estrutura estável. O equilíbrio entre risco e segurança precisa funcionar.

quanto na sua organização. A sua campanha tranquila nas eliminatórias fala por si. E Honduras é sempre um adversário desconfortável – com uma grande combatividade e a experiência adquirida na África do Sul.

Você se classificou com Honduras para a Copa do Mundo de 2010. Quais as diferenças entre as condições iniciais na África do Sul e as existentes atualmente com o Equador?

Os organizadores do Campeonato Equatoriano não parecem especialmente otimistas. O campeonato nacional será retomado justamente no dia da final da Copa do Mundo…

Era a primeira vez em que os jogadores da seleção hondurenha estavam disputando uma Copa do Mundo — isso dificultou as coisas. Ritmo de jogo é importante em grandes torneios. No Equador também temos uma nova geração que está iniciando. Apenas cinco jogadores do elenco estavam presentes há oito anos no Mundial da Alemanha. Mas nas eliminatórias a equipe provou que tem condições de jogar em condições de igualdade com os melhores do mundo.

(Risos) De fato, isso não parece uma grande prova de confiança. Mas os jogadores conhecem a sua missão: disputar sete partidas no Brasil. Espero apenas que ninguém deixe a seleção antes da final.

E justamente Honduras será uma das adversárias da sua seleção na primeira fase… Esta é uma situação muito especial para mim. Eu estava trabalhando em Honduras há quatro anos e o tempo em que estive lá foi fantástico — com muitos torneios e experiências maravilhosas. As pessoas desse país cresceram dentro do meu coração. Mas na Copa do Mundo isso não vale de nada. Assim é a nossa profissão. E vou lidar com esta situação com o profissionalismo necessário.

De modo geral, como você avalia as suas chances de chegar às oitavas de final? Contra Suíça, França e Honduras, não parece um objetivo inalcançável… O desafio é grande. A França começa como a favorita — com muitos nomes conhecidos e jogadores de destaque. O simples fato de o astro do Manchester City Samir Nasri ter ficado de fora da equipe já diz tudo sobre a qualidade dos franceses. Eu provavelmente teria convocado Nasri (risos). A Suíça dispõe de uma equipe forte tanto no seu futebol

Você é colombiano e fez a sua formação na Universidade de Esportes de Colônia, na Alemanha. O que os sul-americanos podem aprender com os alemães? Fui muito beneficiado pelas minhas experiências na Alemanha — em questão de planejamento, taticamente e em se tratando da psicologia do futebol. Podemos aprender muito com os europeus nesta relação. Mas os europeus também podem aprender conosco. Em princípio, as diferenças estão ficando cada vez menores. Afinal, a maior parte dos grandes craques atua em ligas europeias.

Quem será o campeão mundial? Acredito que será algum dos principais favoritos: o candidato número um ao título é o Brasil. Em seguida, na minha opinião, vem a Alemanha. Não é por acaso que um azarão nunca conseguiu vencer uma Copa do Mundo porque a experiência desempenha um papel essencial em um torneio dessas proporções. A entrevista com Reinaldo Rueda foi conduzida por Thomas Renggli


Nome Reinaldo Rueda Data e local de nascimento 16 de abril de 1957, Cali (Colômbia)

Sven Thomann / Blicksport

Clubes como treinador Cortuluá, Deportivo Cali, Independiente de Medellín, Colômbia sub-20, Colômbia, Honduras, Equador (desde 2010) Copa do Mundo da FIFA 2014 Fase de grupos: Suíça (15 de junho), Honduras (20 de junho), França (25 de junho)

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Primeiro amor

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Local: Recife, Brasil Data : 17 de ju n ho de 2013 Hora: 21:37

Simon Stacpoole / Offside

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DEBAT E

Reformas e êxitos

Na atividade O Presidente da FIFA Sepp Blatter quer implementar as resoluções definidas no Congresso realizado ano passado, nas Ilhas Maurício.

Buenos Aires 2001 Numa edição extraordinária do Congresso da FIFA, os representantes das federações afiliadas aprovam uma resolução contra o racismo. Com ela, todos são obrigados a se empenhar na luta contra o racismo no futebol, combatendo-o de forma mais intensa e propagando valores como a tolerância.

Sarah Steiner e Perikles Monioudis

N

os dias 10 e 11 de junho acontece, em São Paulo, o 64º Congresso da FIFA. Órgão legislativo da FIFA, o evento é o parlamento da entidade. Seguindo os preceitos de uma verdadeira democracia, cada federação tem direito a um voto, independente do tamanho ou peso no futebol. Assim, decide-se, por exemplo, a respeito da mudança dos estatutos, do orçamento e do relatório de atividades da FIFA, e se uma federação afiliada será inclusa, suspensa ou excluída. Além disso, as federações elegem o presidente da entidade. O Congresso se empenha principalmente em fomentar o futebol, tendo dado início a várias decisões de alcance global. Confira abaixo um resumo deles: 22

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Zurique 2011 O Congresso aprova propostas para uma ampla reforma na FIFA: a decisão de conceder ao Congresso (no lugar do Comitê Executivo) o poder de definir os futuros países-sede da Copa do Mundo. Além disso, o Comitê de Ética é reforçado, sendo dividido em dois departamentos: investigatório e decisório. Também é criado um novo Comitê de Governança. Ilhas Maurício 2013 Em 2013, é possível realizar mudanças a partir das reformas implementadas anteriormente. Ainda em 2012, a jurisdição do recém-criado Comitê de Auditoria e Conformidade havia sido ampliada, e o Comitê de Ética, dividido em duas câmaras. Um ano depois, a primeira mulher é escolhida para o Comitê Executivo da FIFA. Além disso, são

aprovadas novas resoluções contra o racismo e a discriminação com base em três pilares: esclarecimento, prevenção e punições. São Paulo 2014 As atenções do mundo do futebol tornam-se ao Brasil. No Congresso deste ano, as federações afiliadas estão empenhadas em avançar nas reformas e irão decidir sobre as limitações de idade e de tempo de mandato dos membros. Na agenda, estão programados os seguintes itens: a mudança do sistema de agenciamento de jogadores, o prolongamento do mandato da integrante feminina do Comitê Executivo e o projeto “Football for Health”. Å

O debate da Weekly. Algum assunto tira o seu sono? Qual tema você gostaria de debater? Envie sugestões para: feedback-theweekly@fifa.org

Jamie McDonald / Getty Images

O 64º Congresso da FIFA está chegando. Nele, um dos principais objetivos da entidade maior do futebol será dar continuidade às reformas propostas.


DEBAT E

MENSAGEM DO PRESIDENTE

No FIFA.com a FIFA Weekly perguntou: Qual é a melhor maneira de combater o racismo? O racismo é algo muito difícil de combater e infelizmente faz parte da condição humana. Tudo começa quando o ser humano cresce, começa a raciocinar e então entende que existem diferenças entre uns e outros. Não há como erradicar o racismo, mas é preciso que haja tolerância e respeito mútuo para ajudar a combatê-lo.

deve manter as bocas caladas pelo menos para não sujeitar ninguém à ignorância de um preconceito que nunca poderemos erradicar. tammydfw, EUA

bshamieh, Senegal

NJLOR17, EUA

Precisamos fazer as pessoas entenderem que todos são iguais, independentemente da raça. Talvez uma maneira seja realizar eventos de futebol em todo o mundo para que as pessoas de ideais e raças diferentes se unam para jogar futebol. Quem não gosta de uma partida de futebol? Paz por meio do futebol! Ponchito_C, EUA

O jogador deve ser suspenso por pelo menos dois jogos, e o seu clube deve ser multado. Se for recorrente, o clube deve ser obrigado a fazer uma declaração. No caso de um torcedor, ele deve ser proibido de entrar no estádio para sempre. double_nash, Gana

Poderíamos ter um hino que possa ser tocado após cada partida com os jogadores de ambas as equipes lado a lado… Porque precisamos que as mudanças cheguem ao coração, algo que as regras não conseguem fazer.

T

“A mudança deve começar no futebol de base.”

bassiishaan, Índia

A mudança deve começar no futebol de base. Vimos um incidente nos EUA em um jogo de jovens de 14 anos. Temos de impor a mensagem positiva, mas também impor punições para jogadores e equipes de base. Quando estes jovens se tornarem adultos, o problema já deverá ter desaparecido. Se os torcedores forem os culpados, eles deverão ser retirados e proibidos de entrar no estádio pelo resto da temporada. Nenhum torcedor vai querer perder uma temporada inteira. Isto

O trabalho continua

Um novo slogan: “cores diferentes, um único sangue”! Fim ao racismo!

Podemos tentar falar com os infratores e ver de onde eles vêm, o que aconteceu para se sentirem assim e por que têm essa animosidade com negros. Então podemos mapear um caminho para melhorar, em vez de apenas banir clubes e torcedores, porque se banirmos o torcedor de um determinado jogo, ele vai ir a outro jogo e fazer o mesmo. Dizem para manter seus amigos por perto, e os inimigos mais perto ainda. Vamos fazer isso.

odos nós esperamos impacientemente pela abertura do Mundial, que terá, na estreia, o confronto entre Brasil e Croácia. Porém, um dia antes, acontece em São Paulo o 64º Congresso da FIFA. O evento será um divisor de águas, mesmo que (ou justamente em função disso) não estejam agendadas escolhas de futuras sedes nem a realização de eleições internas. Assim, teremos a oportunidade de seguir em frente com as tarefas e implementar as resoluções definidas no Congresso realizado ano passado nas Ilhas Maurício. No cerne, estão as reformas, seguidas de perto por outros temas que se mantêm atuais: racismo, manipulação de resultados e questões de segurança no futebol. Para isso, o Congresso é nada menos que a plataforma ideal, justamente por unir as 209 federações afiliadas e construir, assim, uma base democrática para o futebol. Cada federação possui um voto, independentemente do seu tamanho ou posição geográfica. Do A, de Anguilla, até o Z, de Zimbábue, cada uma pode expor os seus problemas, trazendo abordagens, soluções e pontos de vista próprios. Todos nós temos um objetivo em comum: salvaguardar o interesse do futebol em todos os níveis e protegê-lo das más influências. Para que possamos alcançá-lo, temos de lançar mão das mesmas estratégias utilizadas dentro de campo: trabalho em equipe, disciplina, respeito e fair play. Portanto, o Congresso de 11 de junho poderá apontar os novos rumos a serem seguidos pela FIFA – e de quais formas ela será conduzida. Contudo, uma coisa já é certa: o trabalho ainda está longe de terminar.

tatekere, Zimbábue

“Um hino que possa ser tocado após cada partida.”

Sepp Blatter T H E F I FA W E E K LY

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MIROSL AV K LOSE

A última missão Com dois gols, Miroslav Klose poderá entrar para a história como o maior artilheiro da Copa do Mundo da FIFA. “Os gols acontecem quase sozinhos”, disse. Ele só não pode pensar nisso. Franco Nicolussi, Roma

Gary Engel

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altando pouco para a Copa do Mundo da FIFA 2014, uma entrevista com o jogador com o maior número de gols em Mundiais em atividade corre o risco de ficar um pouco repetitiva. Gols, gols e mais gols — seria bastante possível que se limitasse a isso o círculo de ideias de um centroavante que já balançou as redes 14 vezes no mais importante torneio de futebol do planeta e que tem tudo para igualar ou até ultrapassar o recorde de Ronaldo (15 gols) no Brasil 2014. Mas Miroslav Klose está tranquilo. Ele sabe esperar pelo grande momento sem medo. “Entendo que na minha vida como atacante tudo é medido pela quantidade de gols”, afirmou o jo-

gador da Lazio. “Por fora, pode parecer que para mim a única coisa importante é fazer gols e superar um prestigiado recorde como o do Ronaldo. Mas quem mais se interessa por isso são os estatísticos.” Será que o centroavante da seleção alemã estaria deliberadamente adotando um discurso contido para aliviar a pressão que pesa sobre os seus ombros? Afinal, Klose sabe muito bem que o componente psicológico é tão importante quanto a capacidade técnica na hora de balançar as redes. “Aprendi a não deixar todos os meus pensamentos gravitarem em torno dos gols”, afirmou. “Quando não penso nisso, os gols acontecem quase sozinhos.” No início da carreira, isso era diferente, e por isso Klose reviu o seu modo de agir. “Antigamente,

eu assistia a todos os meus gols. Hoje, tenho um distanciamento maior. Sou constantemente questionado sobre qual foi o meu mais belo gol. Muitos deles foram bonitos. Mas não consigo mencionar um em especial porque todas as vezes havia contextos emocionais diferentes.” Artilheiro e carpinteiro A estratégia de Miroslav Klose é se distanciar justamente do que mais marcou a sua carreira. É minimizar a importância dos gols, graças aos quais ele é considerado um dos melhores atacantes do planeta. Klose já marcou 68 gols em 131 jogos pela seleção alemã e em setembro do ano passado quebrou o recorde que parecia insuperável de Gerd Müller. T H E F I FA W E E K LY

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MIROSL AV K LOSE

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mados. Klose nunca jogou nas categorias de base de nenhum clube. “Passei os meus anos de aprendizado diariamente com pessoas que precisavam trabalhar duro todos os dias para ganhar o seu sustento. Nessa época, aprendi que há coisas mais importantes na vida do que fazer gols. Mas também entendi que era muito mais divertido para mim correr atrás de gols. Foi uma motivação extraordinária para mim. Mais tarde me concentrei muito nos treinos no Homburg.” Apesar de ele ter iniciado a carreira tardiamente, a ascensão de Klose foi meteórica. Em 1999, o jogador se profissionalizou no Kaiserslautern. Em 2002, três anos após a conclusão do seu curso de carpintaria, defendeu a seleção alemã pela primeira vez em uma Copa do Mundo. Estreou no torneio contra a Arábia Saudita

marcando nada menos do que três gols. “Guardei esses gols em um lugar especial no meu coração”, afirmou ele. Desde então, Klose se tornou um grande astro do futebol mundial e já foi comandado por Rudi Völler, Jürgen Klinsmann e Joachim Löw na seleção alemã. Polonês falado em casa Klose vive de modo bastante reservado em Roma com a esposa Sylwia e os filhos gêmeos de nove anos Luan e Noah. Em casa todos falam polonês, e a família costuma passar as férias pescando. Os garotos já estão seguindo o caminho do papai artilheiro e costumam acompanhar os seus jogos pela televisão. “O Luan joga no ataque e o Noah no meio de campo”, contou Klose. Foi por causa das crianças que Klose pa-

Stephane Mantey / Presse Sports / freshfocus

Quando Klose veio ao mundo em junho de 1978 na cidade de Opole, na Polônia, já havia muitos presságios de que ele marcaria muitos gols. A mãe Barbara era uma importante jogadora da seleção polonesa de handebol, enquanto o pai Josef jogava no ataque do Auxerre, da França. Dois artilheiros que paralelamente à sua paixão também exerciam profissões normais. Com eles, Klose aprendeu que na vida o dever vem sempre em primeiro lugar. “Os meus pais só permitiram que eu vivesse o meu sonho de seguir carreira no futebol quando concluí um curso profissionalizante”, contou o centroavante. Foi assim que o jovem Miroslav se tornou carpinteiro e, dos 17 aos 21 anos, uma idade tão importante na formação de outros jogadores, passou mais tempo na oficina do que nos gra-


MIROSL AV K LOSE

“Nessas horas agimos por instinto sem pensar muito em nada.”

Nome Miroslav Klose Data e local de nascimento 9 de junho de 1978, Opole (Polônia) Clubes Blaubach-Diedelkopf, 08 Homburg (aspirantes), 08 Homburg, Kaiserslautern (aspirantes), Kaiserslautern, Werder Bremen, Bayern de Munique, Lazio Máquina de gols A defesa argentina está batida — Miroslav Klose marca mais um gol na África do Sul 2010.

rou de comemorar os seus gols com um salto mortal. “Decidi parar quando o Noah tentou me imitar diante da tevê e acabou se machucando. Percebi que não dava para continuar fazendo aquilo porque senão algo ainda pior poderia acontecer em casa.” E se na Copa do Mundo ele marcar um gol e com isso se igualar a Ronaldo como maior artilheiro da história dos Mundiais? Será que até nessa situação Klose irá se abster de dar o seu salto? “Nessas horas agimos por instinto sem pensar muito em nada”, afirmou Klose com um sorriso. Klose sempre fala baixinho, e o costume de gesticular ao conversar dos seus companheiros de equipe italianos não o contagiou nem um pouco mesmo após três anos na Cidade Eterna. O olhar e a voz trazem pouca emoção, mas dei-

Alemanha 131 partidas, 68 gols Copa do Mundo da FIFA 2014 Fase de grupos: Portugal (16 de junho), Gana (21 de junho), EUA (26 de junho)

xam clara a determinação e a inquebrantável vontade de atingir os seus objetivos. Aos 36 anos, prestes a disputar a sua quarta e última Copa do Mundo, Miroslav Klose levantou a voz pela primeira vez na nossa longa entrevista. “A Alemanha está madura para conquistar o título. Estamos certamente entre os principais favoritos e se possível queremos levantar o troféu. Não precisamos nos preocupar com o futuro do futebol alemão quando vemos que contamos com jovens jogadores como Mesut Özil ou Toni Kroos.” Possibilidade de recorde já na ­p rimeira fase Nunca veremos Klose dizer que quer o recorde de gols. Mas é muito provável que ele supere a

marca e entre para a história do futebol como o maior artilheiro da história da Copa do Mundo. Os adversários da primeira fase, Portugal, Gana e EUA, não são fáceis, mas a Alemanha tem plenas condições de derrotá-los. “Somos a Alemanha, e a nossa tradição no futebol sempre faz com que queiramos alcançar o objetivo máximo”, disse o centroavante. Se Klose atuar como titular, os três jogos da fase de grupos poderão bastar para que ele iguale ou até ultrapasse o recorde de Ronaldo. E ele sabe que tudo o que tem a fazer para isso é não pensar no assunto. Então, os gols acontecerão praticamente sozinhos. Å

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TIRO LIVRE

Gols históricos da Copa do Mundo

Pai, louco por futebol Alan Schweingruber

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oni era uma criança simpática. Filho único, com seis anos de idade, possuía um bom coração. A sua comida preferida era pão com mel, e ele era apaixonado por navios – de todos os tipos: dos grandes e velozes, nos quais mulheres e homens bronzeados viajavam pelos mares; dos pequenos, com os quais podia brincar na banheira; e também daqueles antigos, os quais só se viam nos museus. Toni era um verdadeiro fã de navios, diria o seu tio. Mas havia algo que Toni achava realmente idiota: o futebol. E isso não era nenhum problema, pois, além da escola, havia muita coisa que um fã de navios podia fazer. Por exemplo, o tio Julian sempre gostava de receber ajuda quando a pintura do seu barco descascava e alguém precisava pintá-lo novamente. Às vezes, Toni simplesmente dava umas voltas pelo porto e assistia aos outros aficionados ajeitando-se confortavelmente pela plataforma. Porém, o pai de Toni não era nenhum aficionado por navios. Pelo contrário: ele era absolutamente apaixonado por futebol. O time pelo qual torcia disputava a terceira divisão de algum lugar. Nada demais. Por isso, as partidas nunca eram transmitidas pela televisão. E era justamente esse provincianismo a causa do problema de Toni: a cada duas semanas, o garoto era obrigado a ir ao estádio. Para chegar até lá, tinha de encarar uma viagem de 40 minutos de carro. Normalmente, o seu pai ainda bebia uma cerveja ou fazia um pequeno lanche antes de cada jogo. Assim, lá se ia uma tarde inteira. Toni pensava no quanto o barco do tio Julian teria ficado bonito – e no pão com mel que ganharia de recompensa.

E assim a vida seguia. No dia do seu aniversário de sete anos, Toni encontrou uma camisa de futebol, azul, debaixo do travesseiro. Não passava do ritual habitual: a cada aniversário, o pai o presenteava com uma camisa azul, do time pelo qual torcia, no tamanho certo de Toni. Sem titubear, o garoto havia reconhecido as cores do clube. Fingiu surpresa e vestiu o manto aos olhos do pai. Três meses depois, o time foi rebaixado. Logo, Toni continuou indo com o pai em todos os jogos da quarta divisão. Porém, em um dia quente de domingo, Toni ficou em casa, de cama. O garoto não estava se sentindo bem, e o pai acabou tendo de ir ao estádio sozinho. Coincidência ou não, o jogo era contra o maior rival. Naquela tarde, o pai bebeu um pouco demais e voltou eufórico para casa. Ao sentar-se na cama do filho para contar sobre a grande vitória, deu de cara com os braços de Toni sujos de sal. “Então quer dizer que você estava no mar?”, perguntou. O garoto assentiu, vacilante, com a cabeça. “Não tem problema, Toni. Você pode ir nos fins de semana ver os navios.” Mais tarde, sentado na mesa da cozinha, o pai de Toni se vira para a mãe. “Trouxe algo para nós do estádio”, diz. Ao receber o presente, a mãe reconhece as cores imediatamente. Eram meias de bebê azuis. O pai, ao vê-la a alisar a própria barriga, por fim perguntou: “É para quando mesmo?” Å

Coluna semanal da redação da The FIFA Weekly

1 º

Lucien Laurent, França Jogo: França x México Número do gol: 1 x 0 (4 x 1) Data: 13 de julho de 1930

100 º

A ngelo Schiavio, Itália Jogo: Itália x EUA Número do gol: 5 x 1 (7 x 1) Data: 27 de maio de 1934

200 º

Harry Andersson, Suécia Jogo: Suécia x Cuba Número do gol: 8 x 0 (8 x 0) Data: 12 de junio de 1938

500 º

Bobby Collins, Escócia Jogo: Paraguai x Escócia Número do gol: 3 x 2 (3 x 2) Data: 11 de junio de 1958

1 000 º

Rob Rensenbrink, Países-Baixos Jogo: Escócia x Holanda Número do gol: 0 x 1 (3 x 2) Data: 11 de junio de 1978

1 200 º

Jean-Pierre Papin, França Jogo: Canadá x França Número do gol: 0 x 1 (0 x 1) Data: 1 de junio de 1986

1 500 º

Claudio Caniggia, Argentina Jogo: Argentina x Nigéria Número do gol: 1 x 1 (2 x 1) Data: 25 de junio de 1994

1 800 º

Beto, Portugal Jogo: EUA x Portugal Número do gol: 3 x 1 (3 x 2) Data: 5 de junio de 2002

2 000 º

Marcus Allback, Suécia Jogo: Suécia x Inglaterra Número do gol: 1 x 1 (2 x 2) Data: 20 de junio de 2006

2 200 º

rjen Robben, Holanda A Jogo: Uruguai x Holanda Número do gol: 2 x 3 (2 x 3) Data: 6 de julho de 2010

2 208 º

ndres Iniesta, Espanha A Jogo: Holanda x Espanha Número do gol: 0 x 1 (0 x 1) Data: 11 de julho de 2010

Fonte: FIFA (Copa do Mundo da FIFA, Recordes e Marcas Históricas, Kit de Estatísticas, 12/05/2014) T H E F I FA W E E K LY

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O E SPEC IALIS TA

Rumo a um Mundial sem doping

Em observação A FIFA examinará todos os jogadores participantes antes da Copa do Mundo no Brasil.

Prof. Jiří Dvořák

E

specialistas laboratoriais e de federações esportivas internacionais, do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Agência Mundial Antidoping (WADA) discutiram a futura estratégia em busca de um esporte livre de doping em novembro em Zurique. Houve um consenso claro de que a luta contra o doping deve ser coordenada e realizada em parceria com médicos especializados na área esportiva, especialistas laboratoriais, cientistas e os próprios atletas. Os resultados intitulados “Nova 30

T H E F I FA W E E K LY

estratégia antidoping” foram publicados na edição de maio do respeitado “British Journal of Sports Medicine”. A história do doping O exame antidoping de jogadores e atletas em geral foi realizado pela primeira vez durante a Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra e durante os Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México. Os testes foram motivados por atletas que morreram durante os Jogos Olímpicos de Roma em 1960 e no Tour de France de 1967 devido ao abuso de estimulantes como a anfetamina. Desde então são realizados controles

de doping na maioria das grandes competições esportivas. Na década de 1990, suplementos nutricionais obtiveram imensa popularidade entre os atletas. Uma extensa análise de mais de 600 suplementos alimentares mostrou que 15% deles continham anabolizantes proibidos. Após esta publicação alarmante, a FIFA lançou uma campanha educativa avisando os jogadores para que evitassem suplementos nutricionais que não fossem aprovados pelos órgãos reguladores nacionais competentes e desencorajando fortemente o uso indiscriminado de suplementos alimentares.

Nacho Doce / Reuters

A partir de 1º de janeiro de 2015, o Código Mundial Antidoping revisado estará em ­vigor. Após a aprovação unânime do código no ano passado, um encontro sobre o trabalho contra o doping no esporte foi realizado na sede da FIFA. O objetivo foi a criação de um roteiro para a implementação do novo regulamento.


O E SPEC IALIS TA

Durante a década de 1990, o doping sanguíneo tornou-se conhecido usando a EPO (eritropoietina) e/ou transfusões de sangue. Primeira federação internacional a fazê-lo, a FIFA realizou exames de sangue durante a Copa do Mundo de 2002 na Coreia do Sul e no Japão. Os resultados não indicaram nenhuma suspeita de manipulação de sangue pelos jogadores. US$ 3 milhões para pegar um trapaceiro A FIFA tem um sistema muito rigoroso de controles antidoping em todas as competições, do Sub-17 até a Copa do Mundo. Dois jogadores de cada equipe são sorteados por jogo e passam pelo controle antidoping imediatamente após a partida. O número de jogadores examinados pode aumentar caso haja suspeita de doping. Controles fora do período de competições também são realizados rotineiramente e procedimentos similares são organizados por confederações continentais, federações nacionais e organizações antidoping em cada país. Desde 2005, os relatórios anuais da WADA sobre controles mundiais antidoping descrevem o número total de resultados analíticos adversos. O número de casos positivos no futebol permanece em 0,03%, em comparação com os 0,4% das estatísticas gerais da WADA. Isso significa que, em comparação com outros esportes, anabolizantes são usados dez vezes menos no futebol. Por outro lado, são necessários grandes recursos financeiros para manter a política antidoping atual. O custo de um único teste antidoping é estimado em aproximadamente US$ 1 mil. Como resultado, dado o número de testes realizados a cada ano no futebol mundialmente (cerca de 30 mil), o custo total é de aproximadamente US$ 30 milhões por ano. Baseando-se nas estatísticas, custa cerca de US$ 3 milhões para pegar um trapaceiro no futebol por utilização de substâncias anabolizantes. Este simples cálculo expressa a necessidade de uma mudança na estratégia em longo prazo. Prevenção com educação A FIFA e todas as confederações estabeleceram um complexo processo educacional especialmente voltado a jovens futebolistas explicando que não há nenhum medicamento que melhore o desempenho no futebol, pois ele exige habilidade, inteligência, velocidade, resistência, coordenação e preparação mental, além de um pouco de sorte. Além disso, usar uma substância proibida traz consigo o alto risco de ser descoberto e punido, o que pode levar às vezes até ao fim de uma carreira. O Código Mundial Antidoping de

2015 aumentou de dois para quatro anos as punições para quem violar o regulamento de controle antidoping pela primeira vez. Todos os jogadores serão examinados É bem sabido na medicina que valores saudáveis normais podem ser obtidos por meio da análise de sangue, urina ou outros tecidos como o cabelo. Com o exame de pacientes durante rotinas diárias, esses parâmetros são controlados regularmente, e os médicos observam qualquer desvio indicando uma possível doença. O mesmo princípio é utilizado no passaporte biológico. Qualquer desvio do código genético de atletas pode indicar o uso de drogas que aumentam o desempenho, como anabolizantes ou hormônios, ou a manipulação do sangue.

Não há um medicamento específico que eleve as habilidades para fazer aquele gol de sorte. Ademais, um desvio na observação longitudinal também pode indicar uma possível doença que exigiria uma investigação. Um exemplo é a detecção de gonadotrofina coriônica humana em homens. Esta é uma substância que pode ser usada para melhorar o desempenho do corpo, mas também pode resultar na produção do câncer testicular na população jovem masculina. A detecção precoce de tal câncer deve ser tratada sem demora. A Unidade Antidoping da FIFA descobriu um desses casos por meio de controles de rotina e imediatamente informou ao jogador para que ele fizesse uma investigação médica adequada e iniciasse o tratamento. Estabelecer o passaporte ou perfil biológico exige várias amostras de sangue e urina para que os médicos e os especialistas laboratoriais possam comparar. A FIFA, em colaboração com as confederações e no futuro com as ligas nacionais, está criando um banco de da-

dos para monitorar jogadores durante toda a sua carreira profissional. Resultados de laboratório de diferentes controles tanto durante competições quanto fora destas são armazenados em um banco de dados central para comparação. A FIFA começou estre processo ao testar jogadores durante as edições de 2011, 2012 e 2013 da Copa do Mundo de Clubes. Já na Copa das Confederações de 2013, todos os jogadores foram examinados. A Copa do Mundo no Brasil servirá como um grande divisor de águas no desenvolvimento da estratégia do futuro. Todos os jogadores participantes passarão por controles anunciados antes da competição, dando amostras de sangue e urina. Os valores serão então comparados aos valores obtidos durante o teste de rotina após cada partida. No caso de alguns jogadores que participaram de competições anteriores, mais amostras estarão disponíveis para fazer comparações. O banco de dados também é aumentado pelos procedimentos de amostragem obtidos pela UEFA durante a Liga dos Campeões de 2013 e 2014 e a Eurocopa 2012. Os primeiros resultados desta estratégia mais rigorosa e possivelmente eficiente são promissores. A FIFA está recebendo uma postura positiva de todas as equipes, demonstrando o apoio geral da comunidade do futebol para manter o nosso esporte livre de doping. Å

Casos de doping no futebol 2005

2010

2013

Total de amostras analisadas

23 478

30 398

a conf.

Total de casos positivos

76 (0.32%)

105 (0.35%)

47 a conf.

Estatísticas de casos confirmados no futebol em todo o mundo. Número total de amostras obtidas de jogadores com base no relatório estatístico da WADA (2013, ainda sem publicação).

O professor Jiří Dvořák é o diretor médico da FIFA. T H E F I FA W E E K LY

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MÁQUINA DO TEMPO

A

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E

S

White Hart Lane, Londres, Inglaterra

Boleiros fotografam boleiros: Jimmy Greaves e Mel Hopkins, do Tottenham Hotspur, registram os companheiros.

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T H E F I FA W E E K LY

Keystone / Getty Images

1962


MÁQUINA DO TEMPO

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Turf Moor, Burnley, Inglaterra

2014

Imago

Jogadores tiram fotos de si mesmos: Atletas do Burnley fazem um selfie após garantirem a classificação para a Premier League.

T H E F I FA W E E K LY

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Š 2014 adidas AG. adidas, the 3-Bars logo and the 3-Stripes mark are registered trademarks of the adidas Group.

get ready for the battle

#allin or nothing

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R ANKING MUNDIAL DA FIFA

→ http://pt.fifa.com/worldranking/index.html

Pos. Seleção

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 25 25 28 29 30 30 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 42 44 45 46 47 47 49 50 51 52 53 54 55 55 55 58 59 59 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77

Espanha Alemanha Portugal Brasil Colômbia Uruguai Argentina Suíça Itália Grécia Inglaterra Bélgica Chile EUA Holanda França Ucrânia Rússia México Croácia Costa do Marfim Escócia Dinamarca Egito Bósnia e Herzegovina Suécia Argélia Equador Eslovênia Sérvia Honduras Romênia Armênia Costa Rica Panamá República Tcheca Irã Gana Turquia Áustria Venezuela Peru Cabo Verde Nigéria Hungria Eslováquia Japão País de Gales Tunísia Camarões Guiné Finlândia Uzbequistão Montenegro Coreia do Sul Noruega Paraguai Islândia Mali Austrália Burkina Fasso Líbia Senegal Jordânia África do Sul República da Irlanda Emirados Árabes Unidos Bolívia El Salvador Albânia Serra Leoa Polônia Bulgária Trinidad e Tobago Arábia Saudita Marrocos Haiti

Movimento no ranking Pontos

0 0 0 2 -1 -1 -1 0 0 0

1460 1340 1245 1210 1186 1181 1178 1161 1115 1082

0 0 1 -1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 -1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 -1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 -1 0 0 0 0 0 0 0 1 -1 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2

1043 1039 1037 1015 967 935 913 903 877 871 830 825 819 798 795 795 795 794 787 759 759 756 750 748 739 731 715 713 711 673 666 665 665 631 623 616 613 613 597 583 580 578 577 555 551 551 551 546 545 545 528 522 511 510 507 504 499 497 488 486 484 479 460 457 455 454 452

Pos.

12 / 2013

01 / 2014

02 / 2014

03 / 2014

04 / 2014

05 / 2014

1 -41 -83 -125 -167 -209

78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 106 108 109 110 111 112 113 114 114 116 117 118 119 120 121 122 122 124 125 126 126 128 128 130 131 131 133 134 134 136 137 138 139 140 141 142 143 144

Liderança

Quem mais cresceu

Israel Zâmbia Macedônia Jamaica Omã Bielorrússia Irlanda do Norte Azerbaijão Uganda Gabão RD do Congo Togo Cuba Botsuana Congo Estônia Angola Catar China Benin Zimbábue Moldávia Iraque Etiópia Níger Geórgia Lituânia Bahrein Quênia República Centro-Africana Kuwait Letônia Canadá Nova Zelândia Luxemburgo Guiné Equatorial Moçambique Líbano Vietnã Sudão Cazaquistão Libéria Namíbia Tadjiquistão Malaui Tanzânia Guatemala Burundi República Dominicana São Vicente e Granadinas Malta Afeganistão Chipre Suriname Ruanda Santa Lúcia Gâmbia Síria Granada Coreia do Norte Nova Caledônia Mauritânia Filipinas Lesoto Antígua e Barbuda Tailândia Belize

0 -5 0 1 -1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 12 -1 0 0 0 0 9 -1 -6 -2 -2 -2 8 -3 -3 -2 0 -2 13 3 -3 -3 -3 -1

Quem mais caiu

450 448 443 420 418 404 400 398 395 386 380 374 371 369 367 366 347 338 333 332 327 325 321 319 315 303 293 289 284 284 283 273 272 271 266 261 251 251 242 241 235 234 233 229 227 227 223 215 212 212 204 204 201 197 197 191 190 190 188 175 174 165 161 159 158 156 152

145 146 147 147 149 150 151 152 153 153 155 156 157 158 159 159 161 162 163 164 165 165 167 168 169 170 171 172 173 173 173 176 177 178 179 180 180 182 183 184 184 186 187 188 189 190 191 191 191 194 195 195 197 197 199 200 201 202 202 204 205 206 207 207 207

Malásia Quirguistão Cingapura Índia Porto Rico Liechtenstein Guiana Indonésia Maldivas São Cristóvão e Névis Aruba Turcomenistão Taiti Hong Kong Paquistão Nepal Barbados Bangladesh Dominica Ilhas Faroe Chade Palestina São Tomé e Príncipe Nicarágua Bermudas China Taipei Guam Ilhas Salomão Sri Lanka Laos Mianmar Seychelles Curaçao Suazilândia Iêmen Ilhas Maurício Vanuatu Fiji Samoa Comores Guiné-Bissau Bahamas Mongólia Montserrat Madagascar Camboja Brunei Timor-Leste Tonga Ilhas Virgens Americanas Ilhas Cayman Papua-Nova Guiné Ilhas Virgens Britânicas Samoa Americana Andorra Eritreia Sudão do Sul Somália Macau Djibuti Ilhas Cook Anguila Butão San Marino Turcas e Caícos

-3 1 -2 -2 -2 -1 -1 -1 0 0 0 0 0 0 2 0 1 1 -3 0 4 -1 -1 -1 -1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 -4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

T H E F I FA W E E K LY

149 148 144 144 143 139 137 135 124 124 122 119 116 111 102 102 101 98 93 91 88 88 86 84 83 78 77 75 73 73 73 66 65 64 63 55 55 47 45 43 43 40 35 33 32 28 26 26 26 23 21 21 18 18 16 11 10 8 8 6 5 3 0 0 0

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TURNING POINT

“No começo pensei que fosse piada” No dia 24 de maio de 2007, Leroy Rosenior se tornou o técnico do Torquay United. Passados dez minutos, ele já estava sem emprego novamente. Um recorde! O ex-atacante explicou como esses eventos se desdobraram.

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T H E F I FA W E E K LY

Nome Leroy Rosenior Data e local de nascimento 24 de agosto de 1964, Londres (Inglaterra) Clubes como jogador Fulham, Queens Park Rangers, West Ham United, Charlton Athletic, Bristol City, Fleet Town, Gloucester City Clubes como treinador Gloucester City, Merthyr Tydfil, Torquay United, Brentford

Por volta de 16h40, dez minutos após o término da entrevista, o Mike me chamou novamente. Ele me comunicou que vendeu o clube. No começo pensei que fosse uma piada. Isso acontecia com o Mike, frequentemente fazíamos brincadeiras um com o outro. Fui de carro até onde ele estava, tomamos chá e ele me garantiu que tinha vendido a sua participação de 51%. Havia um novo proprietário, Cris Boyce, e também um novo treinador: Paul Buckle. Fiquei pensando que devia ter quebrado algum recorde, já que permaneci no cargo por apenas dez minutos. Mike se desculpou, mas isso era desnecessário. Demos risada sobre aquela situação absurda. Em pouco tempo, os jornalistas ficaram sabendo da minha passagem relâmpago pelo clube. “Nos dez minutos que estive aqui, fiz um trabalho primoroso”, afirmei em entrevista à rede de televisão BBC ironizando a posição em que me encontrava.

Hoje em dia, acredito que eu agiria da mesma forma. A questão era ajudar um amigo. Nem chegamos a assinar um contrato. Ele precisava ir embora com pressa. Ainda hoje, com frequência sou questionado sobre o curioso episódio, mas não o enxergo de forma negativa. Não me incomodo pela maneira como tudo aconteceu. Pelo contrário, posso dar risada disso e estou tranquilo comigo mesmo. Queria apenas que o Torquay tivesse um pouco mais de sucesso. Mais um rebaixamento para a Conference Premier, quinta divisão inglesa, nesta temporada foi muito doloroso para mim. Å Gravado por Nicola Berger

Personalidades do futebol relembram um momento marcante da sua vida.

Stu Forster / Getty Images

E

u estava sentado em casa em Bristol, era primavera, mas o clima estava péssimo. O meu último cargo como treinador havia ficado para trás alguns meses antes. Em novembro de 2006, haviam me dispensado do Brentford. No momento, estava me esforçando para me firmar como jornalista e para escrever colunas. À tarde, telefonei para Mike Bateson. Já o conhecia havia muito tempo, ele era o proprietário do Torquay United e já havíamos trabalhado juntos no passado. Ele me contou que queria vender o clube — depois de 17 anos no comando. Mas que precisava de alguém para preencher a lacuna por algum tempo. Uma pessoa que fizesse as coisas direito. A equipe havia caído para a quinta divisão. Mas ainda assim aceitei imediatamente. Eu já tinha trabalhado como técnico dos “gulls” entre 2002 e 2006, o clube havia encontrado um lugar no meu coração. E eu ficaria feliz em fazer um favor ao Mike. Fiquei contente de estar de volta, tenho amigos na cidade. Na minha era, conseguimos subir para a Football League One, equivalente à terceira divisão inglesa, apesar de um pequeno orçamento de apenas 900 mil libras. Fiquei me perguntando se conseguiríamos reviver o antigo sucesso. Mas também tinha consciência de que a empreitada teria fim tão logo o Mike encontrasse um comprador. No dia seguinte, viajei de carro de Bristol para Torquay. O meu acordo com o Mike era comparecer ao clube entre duas e três vezes por semana. A temporada tinha terminado pouco tempo antes e não havia treinos para conduzir. Achei que um hotel era desnecessário, afinal eram apenas 160 quilômetros de distância. Para o período da tarde, havia uma coletiva agendada. Os jornalistas me perguntavam o que eu queria alcançar. Obviamente, queria impulsionar o clube para a frente. Deixar os jogadores praticarem um futebol ofensivo. Subir de divisão. Essas coisas.


NETZER RESPONDE!

O OBJETO

Qual partida da fase de grupos não posso perder de jeito nenhum? Pergunta de Melvin Olsson, de Gotemburgo Perikles Monioudis

O estrategista Günter Netzter, na foto aos 26 anos, e a preferência pelos treinamentos descontraídos.

Hostmüller / SZ-Photo

P

ois bem, há vários confrontos da fase de grupos que você não deve perder de nenhuma maneira. Como, por exemplo, a partida de abertura entre Brasil e Croácia. O jogo vale menos pela exibição em si do que pela constatação de que, com esses 90 minutos, terá início um mês inesquecível. A atmosfera no primeiro dia de uma Copa do Mundo é fascinante. Além disso, deverá ser um bom o jogo, o que torna a abertura ainda mais interessante. Acredito que você vai assistir a esse jogo de qualquer jeito, Sr. Olsson. E, por isso, escolhi uma segunda partida. Por causa dela, você, como europeu, acabará tendo de perder algumas horas de sono. Mas irá valer a pena. Em 14 de junho, Itália e Inglaterra se enfrentarão – às 19h no horário de Brasília e à meia-noite do horário da Europa Central (CET). O jogo já é interessante simplesmente porque será disputado no meio da floresta amazônica, em Manaus. Além disso, não há como perder de vista a constelação de craques que estará em campo. Para as duas seleções, será o primeiro jogo de um longo torneio. E é preciso muita coisa

para que se tenha um bom começo. Com cautela, Itália e Inglaterra irão se estudar mutuamente no início da partida. Contudo, nenhuma das equipes poderá se comportar de forma excessivamente passiva, pois estão em um grupo bastante forte. Caso o Uruguai, o terceiro campeão mundial da chave, vença a Costa Rica na partida que será realizada algumas horas antes do jogo em Manaus, italianos e ingleses entrarão pressionados. A Itália tem uma equipe taticamente forte, e por isso é uma das favoritas. Já a Inglaterra possui tradição e espírito de luta. E é bem possível que jogue solta, justamente porque poucos apostam em um título inglês. Eu, por minha vez, espero um grande espetáculo na noite do dia 14 de junho. Å

A especialização funcional no mundo do trabalho existe há muito tempo — com certeza ela é muito mais antiga do que as ideias de Henry Ford, que com as suas linhas de montagem deu início na década de 1910 a uma nova era na produção industrial não apenas de automóveis. No futebol de hoje em dia, ficam sentados no banco de reservas o treinador, o coordenador técnico, o médico da equipe e vários outros profissionais prontos para entrar em ação no momento certo — o treinador dando instruções e fazendo substituições, e assim por diante. Mas antigamente, quando a especialização funcional ainda não havia chegado ao futebol, também cabia ao treinador tratar dos jogadores lesionados. Se um jogador desmaiava, por exemplo, após uma disputa de cabeça na área seguida de uma queda desastrosa no campo sem grama, era o treinador quem se aproximava dele com uma garrafa de sais aromáticos para que o atleta recuperasse a consciência e voltasse logo a campo. Hoje em dia, os sais aromáticos não têm mais nenhuma utilidade no esporte moderno, e o treinador também não pratica mais medicina. As garrafas e a bolsa de couro que eram utilizadas não são mais vistas nos campos de futebol — embora as bolsas de couro tenham se tornado um objeto sofisticado. Técnicos que costumam se vestir com estilo, como José Mourinho ou Pep Guardiola, poderiam tranquilamente ser vistos com uma bolsa de couro de antigamente. No entanto, Guardiola não necessariamente procura integrar os seus jogadores em um processo de produção de gols com especialização funcional, e sim exige que todos saibam fazer tudo igualmente bem, que não apenas tenham um domínio perfeito de tudo, mas que sejam perfeitos. Uma bolsa perfeita seria mais do que adequada nesta situação. E não há dúvidas de que justamente um dos jogadores que mais se aproximam da perfeição, Cristiano Ronaldo, ficaria muito bem com esse acessório, não é mesmo? Å

O que você sempre quis saber sobre futebol? Pergunte a Günter Netzer: feedback-theweekly@fifa.org T H E F I FA W E E K LY

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EVERY GASP EVERY SCREAM EVERY ROAR EVERY DIVE EVERY BALL E V E RY PAS S EVERY CHANCE EVERY STRIKE E V E R Y B E AU T I F U L D E TA I L SHALL BE SEEN SHALL BE HEARD S H A L L B E FE LT

Feel the Beauty

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QUI Z DA C OPA DO MUNDO DA F IFA

The FIFA Weekly Uma publicação semanal da Fédération Internationale de Football Association (FIFA)

Quem comprou mais ingressos, quem jogou no Maracanã e quem infelizmente não foi campeão mundial?

Internet: www.fifa.com/theweekly Editora: FIFA, FIFA-Strasse 20, CEP: CH-8044 Zurique Tel.: +41-(0)43-222 7777 Fax: +41-(0)43-222 7878

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Qual animal poderá ser visto nesta camisa na Copa do Mundo da FIFA 2014?

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F

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T

Presidente: Joseph S. Blatter Secretário-geral: Jérôme Valcke Diretor de comunicação e relações públicas: Walter De Gregorio Redator-chefe: Perikles Monioudis Redação: Thomas Renggli (autor), Alan Schweingruber, Sarah Steiner

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Direção de arte: Catharina Clajus Editor de fotografia: Peggy Knotz

A Colômbia O Portugal

Produção: Hans-Peter Frei Layout: Richie Krönert (coordenação), Marianne Bolliger-Crittin, Cornelia Kälin, Mirijam Ziegler

Um torneio de futebol com mais de uma dúzia de seleções de todo o planeta foi realizado no Brasil. Na final no Maracanã, o Brasil jogou contra...

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Revisão: Nena Morf, Kristina Rotach

Ingressos para a Copa do Mundo da FIFA 2014: a maior parte dos ingressos obviamente foi comprada por brasileiros. Mas qual país fica na segunda colocação na compra de entradas?

Equipe regular: Sérgio Xavier Filho, Luigi Garlando, Sven Goldmann, Hanspeter Kuenzler, Jordi Punti, David Winner, Roland Zorn Equipe especial para esta edição: Nicola Berger, Lucia Clement (imagens), Prof. Jiri Dvorak, Franco Nicolussi, Markus Nowak, Dominik Petermann, Alissa Rosskopf, Ricardo Manuel Santos, Andreas Wilhelm (imagens) Secretária de redação: Honey Thaljieh Gerência de projeto: Bernd Fisa, Christian Schaub

I França R Gana

A

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I

L

O

É uma pena para os senhores abaixo, mas nunca nenhum dos dois últimos ganhadores da Bola de Ouro da FIFA foi campeão nem vice-campeão mundial. Por outro lado, dois atletas que ficaram em terceiro na eleição de Jogador do Ano da FIFA conseguiram vencer um Mundial. Quais dos seguintes craques se enquadram nesta categoria? D

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Traduções: Sportstranslations Limited www.sportstranslations.com Impressão: Zofinger Tagblatt AG www.ztonline.ch Contato: feedback-theweekly@fifa.org A reimpressão de fotos e artigos da The FIFA Weekly, ainda que apenas de excertos, só é permitida com a autorização da redação e fazendo referência à fonte (The FIFA Weekly, © FIFA 2014). A redação não tem a obrigação de publicar textos e fotos que nos sejam enviados sem solicitação. A FIFA e o logotipo da FIFA são marcas registradas. Produzido e publicado na Suíça. As opiniões publicadas na The FIFA Weekly não necessaria­ mente correspondem aos pontos de vista da FIFA.

A solução do Quiz da Copa do Mundo da FIFA da semana passada era: GAME (explicação em detalhes em www.fifa.com/theweekly). Inspiração e motivação: cus

Envie a sua solução até 4 de junho de 2014 para o email feedback-theweekly@fifa.org. Todos os participantes que enviaram soluções corretas desde o quiz realizado por ocasião da Bola de Ouro 2013 estarão concorrendo a dois ingressos para a final da Copa do Mundo da FIFA no dia 13 de julho de 2014 em um sorteio que acontecerá em 11 de junho de 2014. Antes de enviarem as suas respostas, os participantes devem ler e aceitar as condições de participação e as regras do concurso, que podem ser vistas no link http://www.fifa.com/mm/document/af-magazine/fifaweekly/02/20/51/99/en_rules_20140417_neutral.pdf T H E F I FA W E E K LY

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P E R G U N T E À W E E K LY

ENQUETE DA SEMANA

Qual seleção você acredita que poderá aprontar uma surpresa nesta Copa?

Qual clube terá mais jogadores no Mundial? Horst Dreher, Berlim (Alemanha) Nas listas preliminares para a Copa do Mundo – com 30 jogadores para cada seleção –, o bicampeão alemão Bayern de Munique aparece como o clube com o maior número de atletas pré-convocados. Somente entre os jogadores que disputam a Bundesliga, 102 estão na expecta­ tiva de participarem do Mundial. O maior contingente entre as ligas nacionais vem da Premier League inglesa, com 131 representantes. A Série A italiana, com 101 jogadores, e a primeira divisão espanhola, com 80, também figuram em peso nas pré-listas. Por outro lado, apenas 16 dos atletas que disputam o Brasileirão ainda podem sonhar com uma participação na Copa. Em 2 de junho, todas as seleções deverão apresentar a convocação definitiva, com 23 jogadores. (thr)

Bélgica, Bósnia e Herzegovina, Chile, Japão, Nigéria, Suíça ou outro país? Qual dessas seleções poderá se tornar um pesadelo para os favoritos? Envie a sua opinião para feedback-theweekly@fifa.org

R E S U LTA D O DA Ú LT I M A S E M A N A Até onde a atual campeã Espanha consegue chegar na Copa do Mundo da Brasil 2014?

10% A Espanha cai nas oitavas

20% A Espanha perde na final

15% A Espanha cai na semifinal

5+10+401520

5% A Espanha cai na fase de grupos

10% A Espanha será novamente campeã

40% A Espanha cai nas quartas

A SEMANA EM NÚMEROS

26 136 títulos do Campeonato

ols na Major League

(na imagem Osei Kofi)

Sérvio foi a marca que

Soccer é o novo recorde

tem agora, após ter

o Estrela Vermelha (na

estabelecido por Landon

garantido mais uma

imagem Dragan Mrdja)

Donovan. No primeiro

atingiu no último

jogo após ter sido cortado

domingo, voltando a ser,

da seleção dos Estados

sozinho, o clube mais

Unidos que disputará a

vencedor do país.

Copa do Mundo, o astro

O gigante de Belgrado

do LA Galaxy, de 32 anos,

conquistou a mais nova

marcou duas vezes na

taça com uma rodada de

goleada por 4 a 1 sobre o

antecedência, encerran-

Philadelphia Union no

do uma sequência de

domingo, superando a

seis títulos de seu

marca que compartilhava

arquirrival, Partizan.

com Jeff Cunningham.

títulos consecutivos do Campeonato Ganês é o que o Asante Kotoko

feira, desta vez com duas rodadas de antecipação. Com isso, o clube chegou a 24 troféus na liga nacional, reforçando seu status de maior vencedor do país, ao abrir cinco conquistas de vantagem sobre o velho rival Hearts of Oak.

Getty Images (3), imago, zvg

3

taça na última quarta-


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