NÚMERO 39, 18 DE JULHO DE 2014
EDIÇÃO EM PORTUGUÉS
Fédération Internationale de Football Association – Desde 1904
BRASIL UM ANFITRIÃO GRANDIOSO SEPP BLATTER A ALEMANHA ESTABELECE UM NOVO PADRÃO GÉRARD HOULLIER ASSIM FUNCIONA O FUTEBOL HOJE EM DIA
Copa do Mundo da FIFA 2014
Foi sensacional
W W W.FIFA.COM/ THEWEEKLY
ÍNDICE
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América do Norte e América Central 35 membros www.concacaf.com
Um grande cinema Com um gol dos sonhos aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação, a Alemanha deu um fim cheio de glamour à Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Vamos analisar o torneio em detalhes e procurar os motivos do sucesso ou fracasso de algumas seleções. Os nossos cinco autores observam também o que o futuro reserva.
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EUA: Vibração com o futebol Nunca antes uma Copa do Mundo havia despertado tanto interesse nos EUA quanto a de 2014. Agora a Major League Soccer está esperando por um impulso extra. Mas é necessário ter paciância.
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Sepp Blatter “A Alemanha é uma campeã mundial digna”, afirmou o presidente da FIFA na sua coluna. “Mas ao mesmo tempo houve 15 mil partici pantes da Copa do Mundo que mereceram uma medalha de ouro: os voluntários.”
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E xpulsão com consequências positivas Em 1972, o astro do futebol africano Abdel Moneim Hussein foi expulso da faculdade. E esse cartão vermelho impulsionou a sua carreira.
América do Sul 10 membros www.conmebol.com
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Argentina Bom futebol, mau aproveitamento de chances: por que a equipe do superastro Messi não conquistou o seu terceiro título mundial.
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Brasil Apesar de todos os temores, o Brasil provou ser um anfitrião perfeito. Esta foi a Copa do Mundo da alegria.
Foi fantástico Mario Götze, quem mais, está na nossa reportagem de capa desta semana. A foto foi tirada cerca de meia hora depois do seu gol na final da Copa do Mundo. Laurence Griffiths / Getty Images)
Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA 5 a 24 de agosto de 2014, Canadá
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Jogos Olímpicos da Juventude 14 a 27 de agosto de 2014, Nanquim
Getty Images (3)
Aplicativo da FIFA Weekly A revista FIFA Weekly está disponível en cinco idiomas a cada sexta-feira em uma versão eletrônica bastante intuitiva.
A SEMANA DO FUTEBOL MUNDIAL
Europa 54 membros www.uefa.com
África 54 membros www.cafonline.com
Ásia 46 membros www.the-afc.com
Oceania 11 membros www.oceaniafootball.com
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Muita qualidade O ex-treinador do Liverpool analisou a Copa do Mundo com meticulosidade científica: “A intensidade foi fenomenal.”
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imago (1)
Para a eternidade A conquista da Alemanha tem uma longa história que se iniciou há dez anos.
Copa do Mundo de Clubes da FIFA 10 a 20 de dezembro de 2014, Marrocos
Copa do Mundo Sub-20 da FIFA 30 de maio a 20 de junho de 2015, Nova Zelândia
Copa do Mundo Feminina da FIFA 6 de junho a 5 de julho de 2015, Canadá
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PANOR AM A
Por toda a vida
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epois de muitas emoções, eles estão na piscina agora e talvez passem despercebidos com seus óculos escuros e chapéus de sol. À tarde, eles curtem o pôr do sol com uma bebida, de vez em quando são interrompidos por um caçador de autógrafos. Não poderia haver uma tarefa mais agradável nestes dias para um jogador da seleção alemã. Agora eles assinam como campe ões mundiais — e o farão por toda a vida. Poucos jogadores têm essa honra. Cruyff e Beckham, por exemplo, não compartilham dela. Sven Goldmann fala sobre a conquista do título da Alema nha e explica por que Joachim Löw deve se permitir algum tem po até anunciar os seus planos para o futuro. Além disso, quatro jornalistas avaliam a eliminação de grandes e pequenos no mun do da bola e falam quais seleções deverão causar sensação nos próximos anos.
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ara Sepp Blatter, o triunfo da Alemanha foi uma consequên cia lógica. Na sua coluna, o presidente da FIFA fala sobre o contínuo trabalho estrutural da equipe de Löw e envia, após a conclusão do torneio, um agradecimento especial aos 15 mil voluntários: “Todos eles mereceram o ouro da Copa do Mundo com o seu fantástico trabalho.”
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ara completar a nossa edição de Copa do Mundo, conver samos depois da final com o francês Gérard Houllier. O extécnico do Liverpool analisou as partidas de modo científico. “Foi sensacional que não tenha havido nenhuma seleção de nível muito inferior. Espero que no futuro a qualidade técnica e o talento permaneçam em primeiro plano.” Å Alan Schweingruber
Instagram (2), Twitter (1)
Brasil se mostrou um fantástico anfitrião do Mundial. Perikles Monioudis permaneceu no país até o último dia para absorver a atmosfera no local. A sua conclusão: a 20ª edição do torneio foi a Copa do Mundo da alegria. Leia em uma reportagem de três páginas como o quinto maior país do plane ta conseguiu organizar um fantástico torneio apesar de todo o ceticismo.
Lembranças das férias Mesut Özil (acima), Bastian Schweinsteiger (à direita) e Mario Götze (com a cantora Rihanna).
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AN ÁLI SE DA C OPA DO MUNDO
Um grande cinema 6
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ALEMANHA Melhor impossível Liderados por Bastian Schweinsteiger, os novos campeões se apresentam aos seus torcedores.
Sven Goldmann, Rio de Janeiro
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Alex Livesey/Getty Images
“The Winner Takes it All.” O ganhador fica com tudo. Mas como a Alemanha conseguiu se tornar campeã mundial? Por que a Argentina fracassou? E como será a continuidade do futebol brasileiro e italiano? Cinco autores da Copa do Mundo em busca de explicações.
odos abraçaram a chanceler. Isso praticamente passou a fazer parte do programa obrigatório desde a Copa do Mundo da FIFA 2006, quando Angela Merkel apareceu pela primeira vez no hotel da seleção, nas arquibancadas e no vestiário. O futebol na Alemanha sempre teve uma leve conotação política, e o que mais a chanceler alemã teria de importante para fazer em pleno verão europeu senão viajar para o Rio de Janeiro e torcer pelo selecionado germânico? Todo o Maracanã celebrou os jogadores alemães depois da vitória por 1 a 0 na final contra a Argentina. Cerca de dez mil pessoas viajaram da Alemanha e fizeram até mais barulho do que os argentinos, embora fossem minoria. Mas até os portenhos precisaram se curvar diante da Alemanha, que foi uma campeã mundial mais do que digna. Os torcedores brasileiros também fizeram uma festa grandiosa, colorida e bonita. Mas quem mostrou o verdadeiro futebol arte em campo foi a Alemanha. A vitória na decisão no Maracanã foi a última pincelada em uma pintura da qual a equipe do país do futebol havia sido eliminada quatro dias antes. Recepção cordial dos brasileiros O Brasil chorou depois da histórica goleada por 7 a 1 sofrida nas semifinais contra a Alemanha. Mas as lágrimas secaram rápido. Depois do jogo, os alemães refrearam um pouco o seu entusiasmo para cair na noite de Belo Horizonte. Em um ambiente em que havia muitos militares fortemente armados patrulhando as ruas, os germânicos entraram com orgulho e tranquilidade nos bares da cidade e foram recebidos com abraços pelos brasileiros, que com as suas camisas amarelas os cumprimentaram pela partida. E então foram servidas as primeiras cervejas e caipirinhas, anunciando o início de uma longa noite. T H E F I FA W E E K LY
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ALEMANHA
Para curtir mais uma vez O gol de Mario Götze aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação na final.
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Celebrar o futebol em vez de trabalhar Esta inversão de valores futebolísticos foi um dos grandes componentes da final. Ao longo do confronto, a Argentina teve mais chances de gol, mas a Alemanha jogava um melhor futebol. Com uma equipe sem pontos fracos e sem nenhum astro que se destacava muito acima dos demais, a cada partida diferentes craques mostravam a sua capacidade. Contra Portugal, Thomas Müller; contra o Brasil, Toni Kroos; na final, Bastian Schweinsteiger, que viveu a maior conquista da sua carreira um ano depois de vencer a final da Liga dos Campeões da UEFA pelo Bayern de Munique. Schweinsteiger foi a figura excepcional da final, com uma média de passes certos de quase 100%. Mas o que ficará mais na memória é como os alemães decidiram a partida. Não foi em um golpe de sorte ou em um pênalti, e sim em uma composição de três toques na bola: cruzamento na área de André Schürrle, matada no peito de Mario Götze e uma finalização perfeita para as redes. Götze, que havia entrado no jogo pouco antes, é mais um dos grandes repre-
sentantes desta geração que não trabalha o futebol, e sim o celebra. Um equipe que não negligencia os componentes intelectuais e estratégicos, como há dois anos na Eurocopa. Também houve uma época na Alemanha em que muitos dos torcedores preferiam torcer pelo adversário. Isso se devia também a questões políticas e a efeitos tardios da Segunda Guerra Mundial. Porém, esta combinação de futebol bonito e eficiente fascinou torcedores de todo o planeta. E obviamente também da Alemanha. Da mesma forma como os jogadores executaram a sua tarefa no gramado, os alemães também querem agir no seu dia a dia e querem ser vistos assim pelo resto do globo. O antiquado e imponderável de Löw Acima de tudo está o homem que impôs a mudança de paradigma contra todas as resistências e apesar de ataques públicos à sua posição. O treinador Joachim Löw mostrou interesse por todas as opiniões e tomou a liberdade de verificar se estavam corretas. Löw não hesitou em trocar o seu esquema tático de 4-3-3 para 4-2-3-1. Não porque outros o convenceram, mas sim porque ele considerou que era a decisão correta. Löw tem uma maneira um pouco antiquada de ser imponderável. Depois da final da Copa do Mundo, muitos acreditavam que ele deixaria o cargo, já que conseguiu atingir todos os seus objetivos. Mas o treinador não pensa assim. Obviamente ele seguirá em frente, não por motivos de carreira, mas sim porque o trabalho foi muito divertido. Porque nada chegou ao fim, apenas acabou de começar. Pelo mesmo motivo, todos os novos campeões mundiais desejam continuar atuando pela seleção. E é justamente essa diversão que faz com que a nova Alemanha seja tão autêntica nos gramados. Å
imago, Jamie McDonald/Getty Images
Obviamente Löw seguirá em frente, não por m otivos de carreira, mas sim porque o trabalho foi muito divertido.
O antigo país do futebol encontrou um novo amor nessas semanas de Copa. E por quem mais os brasileiros poderiam torcer e soprar suas cornetas, senão pelos novos intérpretes da paixão e beleza do esporte mais popular do planeta? Obviamente a seleção alemã não teve um domínio tão completo da partida na decisão quanto na semifinal. Os argentinos já estavam bem preparados defensivamente para serem surpreendidos. Em certo sentido, eles lembraram até mesmo as antigas virtudes do futebol germânico, como combatividade e disciplina, embora também com um alto nível técnico.
ARGENTINA
Andrew Warshaw, Belo Horizonte
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ilhares de argentinos chegaram ao Rio de Janeiro para a Copa do Mundo. Para isso, eles utilizaram todos os meios que tinham à sua disposição. Muitos fizeram uma viagem de dois dias de trailer, já que os voos estavam esgotados havia muito tempo. Copacabana ficou lotada, e a famosa praia do Rio de Janeiro se transformou no segundo lar dos portenhos. Eles entoavam as suas canções — muitas delas direcionadas de modo provocativo à nação anfitriã — e prestavam homenagem ao seu gênio. A esperança era que Lionel Messi levasse do país rival para a Argentina o mais importante troféu do futebol mundial pela primeira vez depois de 28 anos. Mas isso não foi possível. Ao término da final, o semblante de Messi, dos seus companheiros de equipe e do moderado técnico argentino Alejandro Sabella mostravam apenas abatimento e decepção. E ficava claro nos seus rostos a ponderação sobre o que poderia ter acontecido se a equipe tivesse aproveitado pelo menos uma das poucas mas excelentes oportunidades de gol que teve. A maior ironia na derrota da Argentina na decisão da Copa do Mundo contra a Alemanha foi que a Albiceleste fez justamente na final a sua melhor partida de todo o torneio. No momento de maior dor depois da partida, Sabella elogiou a garra dos seus comandados e falou que o duelo foi equilibrado. Mas qualquer um que tenha acompanhado a Argentina concordaria que a equipe atuou com certa inibição. Que ela não teve a crença necessária em si mesma, que careceu de movimentação e criatividade. Um exemplo foi a partida contra o Irã. Se
os asiáticos tivessem aproveitado as suas chances em Belo Horizonte, possivelmente teriam protagonizado uma das maiores surpresas da história da Copa do Mundo. O sucesso da equipe ao longo do torneio se deveu principalmente a um jogador — Messi. Ao mesmo tempo, é preciso admitir que Sabella fez quase tudo certo. Javier Mascherano provou que ainda tem condições físicas para ser um dos melhores do mundo no meio de campo defensivo. Martin Demichelis, que foi apontado como um dos pontos fracos do seu clube na última temporada, destacou-se pela calma e soberania na zaga argentina. Obviamente, no futebol muitos caminhos levam a Roma. Ser uma equipe difícil de bater é um deles. Não restam dúvidas disso. Mas sem a inspiração e criatividade necessárias em outros setores a seleção argentina dependeu demais de Messi para chegar à vitória. A Argentina conseguiu permanecer invicta até o amargo final do torneio, ainda que isso tenha se devido mais ao pragmatismo da equipe do que ao seu brilhantismo. Vale lembrar que Messi, com apenas 27 anos, deverá disputar no mínimo mais uma Copa do Mundo. Sabella, que assumiu o comando da equipe em 2011 e agora provavelmente deixará o cargo, realizou um louvável trabalho aumentando o empenho dos seus jogadores e possibilitando uma maior disciplina tática. Para muitos, ele será considerado o homem que levou a Argentina a uma final depois de 24 anos. Para outros, ele será apenas o homem que chegou tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. Para o azar de Sabella, muitas pessoas costumam se lembrar apenas dos vencedores. Å
É preciso a dmitir que Sabella fez quase tudo certo.
Em algum momento haverá uma nova chance O técnico Alejandro Sabella e o seu superastro Lionel Messi.
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BRASIL
Seleção, e agora? Depois da derrota por 3 a 0 contra a Holanda, é hora de direcionar as atenções para o desenvolvimento global do futebol brasileiro.
A CBF não terá como f ugir de um minucioso e studo das causas da atual s ituação.
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elé, símbolo moral do futebol mundial, tuitava de maneira quase pacificadora já no momento do sétimo gol da Alemanha: “O futebol é uma caixinha de surpresas. Ninguém esperava por esse resultado. Seremos hexa em 2018 na Rússia.” Aparentemente, ninguém se atreve a contrariar o Rei. Nos bastidores, a opinião é de que o futebol brasileiro foi colocado em xeque, junto com a sua competitividade. O problema, dizem as críticas, é a demasiada confiança no talento e em conquistas (passadas), o que acaba deixando de lado o trabalho de base e de formação de atletas. O castigo máximo veio com a partida derradeira. Sonoras vaias e gritos de reprovação ecoavam pelo Estádio Nacional de Brasília. Nas arquibancadas, a visível decepção dos torcedores, enquanto no gramado jogadores vestindo a amarelinha praticavam um esporte que de longe lembrava o futebol. Derrotada pela Holanda por 3 a 0 na disputa pelo terceiro lugar, a seleção brasileira deixou o campo em silêncio. Antes, o roteiro previa uma história completamente diferente: o técnico Luiz Felipe Scolari, pentacampeão em 2002 no comando da Seleção, deveria repetir o feito em 2014, levando o Brasil ao hexacampeonato e, consequentemente, enterrando por fim o trauma com a sofrida derrota na final do Mundial de 1950, em casa, para o Uruguai. Após a conquista da Copa das Confederações em 2013, os brasileiros consideravam de uma inevitabilidade quase divina a conquista do título mundial em julho deste ano. Com isso, esqueciamse de dois pontos essenciais: a dependência quase total que assolava o ataque, subordinado à performance de um jovem de 22 anos (Neymar); e os bu-
racos no sistema defensivo, evidenciados desde o primeiro jogo contra a Croácia. Seleções como Alemanha e Argentina, mas também Holanda e Chile, mostravam superioridade tática e maior organização de jogo. Com a saída de Neymar da Copa, devido a uma fratura na vértebra durante o jogo com a Colômbia, minguaram as jogadas de habilidade e os dribles que sustentavam o ataque brasileiro. E, na derrota por 7 a 1 para a Alemanha, a desgraça enfim se apoderou da Seleção. Artilheiro da Copa de 1986 e atual comentarista da BBC, o inglês Gary Lineker afirmou: “Nesta tarde, o belo futebol do Brasil morreu. Nada mais é como era antes.” O ex-jogador da seleção argentina e hoje treinador Gabriel Calderón também foi claro ao declarar que “essa derrota coloca em xeque várias coisas no futebol brasileiro: treinadores, jogadores, táticas. Há muito tempo, todos sonhavam em jogar como o Brasil. Até a Espanha levar o futebol a outro nível – e, agora, os alemães ditarem as regras. Eles jogam como o Brasil de antigamente.” Hoje, até as seleções de base do Brasil não estão entre as melhores do mundo. O selecionado sub-17 fracassou no Mundial da categoria, realizado em 2013 nos Emirados Árabes Unidos, saindo nas quartas de final diante do México. Também no ano passado, o país não se classificou e acabou de fora da Copa do Mundo Sub-20 na Turquia. Agora, a CBF não terá como fugir de um minucioso estudo das causas da atual situação, cujo resultado deverá apontar para uma renovação total, de volta à estaca zero – com um novo conceito, um novo programa de formação de atletas e um novo treinador para a Seleção. Simplesmente porque, do título de 2002, não sobrou mais nada. Å
The Asahi Shimbun/Getty Images, imago
Thomas Renggli, do Rio de Janeiro
AMÉRIC A L AT IN A
Jordi Punti
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Alemanha ganhou a final da Copa do Mundo merecidamente, mas, se abrirmos mais a lente, veremos que a grande vitoriosa deste Mundial foi a América — toda a América, de sul a norte. O evento no Brasil deixou várias certezas. A primeira é a esplêndida forma dos goleiros, decisivos em muitos jogos. Essa realidade contrasta com a ausência quase total do centroavante, esse número 9 cuja missão consistia em jogar no comando do ataque e arrematar todas as bolas. Outro sintoma a levar em conta é que a exigência dos campeonatos europeus e o alto número de jogos se traduziu na ausência de muitas estrelas (Falcao, Ribéry, Strootman), lesões graves durante o Mundial (Di María) e baixo desempenho de outros jogadores importantes (Cristiano Ronaldo). Nesse contexto deve ser apontado como sinal de renovação o bom nível do futebol do continente americano. Seleções como Chile, Costa Rica e Colômbia fizeram alguns dos melhores jogos do Mundial, tecnicamente e como espetáculo. Das seleções classificadas para as oitavas, a metade era do continente americano, e uma equipe dos sonhos poderia ser feita com os jogadores que brilharam e apesar de tudo não chegaram nem às semifinais. Goleiro: Keylor Navas (Costa Rica). Defesa: Mena (Chile), Godín (Uruguai), Márquez (México). Meio de campo: Bradley (Estados Unidos), James Rodríguez (Colômbia), Cuadrado (Colômbia), Jones (Estados Unidos). Ataque: Alexis (Chile), Cavani (Uruguai), Campbell (Costa Rica).
É claro que grande parte do mérito cabe aos treinadores. Herrera no México e Tabárez no Uruguai conseguiram dar personalidade a duas equipes que chegavam ao Mundial com muitas dúvidas. Com modéstia, Pinto conseguiu que a Costa Rica superasse o papel de mero coadjuvante que lhe tinham atribuído no grupo mais difícil. Junto com Sampaoli no Chile e Pekerman na Colômbia, deu um passo além, armando equipes para o futuro, com uma base forte para chegar mais longe. Com a exceção de Pekerman, que ainda não confirmou a continuidade à frente de Colômbia, a maioria destes treinadores e equipes se encontrarão de novo em 2015 para disputar a Copa América no Chile. Será em parte como um déjà vu do recente Mundial. Este novo torneio deverá servir para confirmar o talento de jogadores como Alexis e Vidal no Chile, ou James e Cuadrado na Colômbia, mas também para pôr à prova os eternos favoritos Brasil e Argentina — duas equipes que chegaram mais longe do que as demais, mas que agora precisarão revisar os seus estilos futebolísticos. Å
Seleções como Chile, Costa Rica e Colômbia f izeram alguns dos melhores jogos do Mundial, tecnicamente e como espetáculo.
Força latino-americana Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Uruguai, Argentina e México superaram a fase de grupos da Copa do Mundo.
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INGL AT ERR A
“A Premier League coloca a seleção inglesa de lado” Considerado um dos jogadores mais bem-sucedidos da atualidade, o inglês Rio Ferdinand esteve no Brasil para comentar o Mundial por uma emissora de TV – e alternou entre a empolgação pela Copa do Mundo da FIFA e a decepção com a campanha do English Team.
Foi uma competição fantástica. Muitos gols, grandes espetáculos, dramas épicos. Também tivemos muitas equipes que foram crescendo no decorrer dos jogos, como Costa Rica, México, Colômbia e – por que não? – a Holanda. Poucos esperavam uma seleção holandesa tão forte. Mas a organização e atmosfera deste Mundial também foram perfeitas, com todas aquelas previsões negativas não se concretizando. O que pode ser melhor que uma Copa do Mundo entre o Maracanã e Copacabana? Foi uma Copa incrível – e eu aproveitei cada momento dela.
Antes da competição, falava-se em vantagem dos sul-americanos por jogarem no Brasil. Isso aconteceu de fato? Não acredito. Afinal, com Holanda e Alemanha, dois europeus também acabaram chegando às semifinais. E, a cada cidade- sede, o clima era bem diferente, às vezes bastante ameno, até. A Inglaterra, por exemplo, foi derrotada na partida decisiva para o Uruguai sob um clima praticamente britânico. Assim, não acredito que as condições tenham influenciado nos resultados.
Você não acredita que o clima no Brasil foi responsável pelo fracasso do English Team? Não. Para mim, não foi nenhuma surpresa. Antes do Mundial, eu havia escrito em uma coluna que já seria por si só uma grande conquista se a Inglaterra conseguisse se classificar para as oitavas de final.
Mas você esperava por um desastre daqueles? Desastre é uma palavra muito forte – acho que “grande decepção” é mais apropriado. A Inglaterra jogou mal, com um desempenho que não foi o bastante para continuar na competição. A Costa Rica deu um exemplo sobre o que poderia ser possível. Todos acreditavam que, por ser uma seleção desacreditada, eles chegariam em último lugar do
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Nome Rio Ferdinand Data e local de nascimento 7 de novembro de 1978, em Londres Clubes West Ham, Bournemouth, Leeds, Manchester United Títulos Seis vezes campeão inglês, campeão da Liga dos Campeões da Europa (todos com o Manchester United) Seleção inglesa 81 partidas, 3 gols
grupo. Mas, surpreendentemente, eles terminaram em primeiro. Em uma Copa, cada um recebe o que merece.
Contudo, o futuro da Inglaterra não parece ser tão ruim assim. Alguns atletas jovens e promissores já fazem parte dessa seleção. É preciso tirar conclusões desse torneio e dar condições para que o treinador possa ser bem-sucedido. E a Premier League também deve fazer parte do planejamento, pois ela guarda a chave para o futuro da seleção nacional. O campeonato nacional domina tudo e acaba deixando o English Team de lado.
Isso significa que deve haver um regulamento que obrigue os clubes a ter mais jogadores ingleses como protagonistas... A FA tem de analisar a possibilidade de limitar o número de estrangeiros ou de definir a quantidade de jogadores ingleses em cada clube. Essa seria uma maneira. Contudo, numa economia de livre mercado, isso é difícil. O dinheiro é o que decide onde e como a bola rola. Consequentemente, a Premier League acaba ficando mais importante que a seleção nacional. Isso é muito triste para mim – e também para os torcedores.
Foi difícil para você ter de assistir aos jogos sem estar com a seleção?
(risos) Bem difícil... Sofri mais que os jogadores em campo. Essa foi a primeira Copa do Mundo, desde a infância, que vivenciei como espectador. E eu praticamente joguei junto, me imaginava dividindo a bola ou chutando no gol...
O seu contrato com o Manchester United está chegando ao fim. Você ainda dará continuidade à carreira profissional? Quero jogar ainda mais uma temporada, no mínimo, e estou negociando com alguns clubes. Mas ainda não tem nada definido.
Você também visitou as favelas aqui no Rio de Janeiro e conversou com os moradores. A Copa do Mundo é importante para eles? Quando o Brasil está em campo, todos assistem, é claro. Ao mesmo tempo, as pessoas se sentem injustiçadas pelo próprio governo do país. Os moradores das favelas me disseram que não querem dinheiro, mas melhorias na infraestrutura em longo prazo – na educação, na saúde, no transporte público. Na Inglaterra, também reclamamos sobre a nossa situação. Todavia, lá o sistema de saúde funciona efetivamente. E devemos estar sempre conscientes disso. Å
Entrevista: Thomas Renggli
Christopher Thomond/Guardian, imago
Rio Ferdinand, que avaliação você pode fazer sobre esta Copa do Mundo?
EUROPA
Luigi Garlando
A
seleção alemã conseguiu uma façanha digna de Cristóvão Colombo no último domingo ao se tornar a primeira equipe europeia a vencer o título mundial na América do Sul. A conquista da Alemanha compensou o fracasso de outras duas potências do futebol europeu, Espanha e Itália, que haviam triunfado nas duas últimas edições da Copa do Mundo. Para esses dois países a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 terminou em desastre. Os motivos para a eliminação precoce da seleção espanhola são claros: o fim de uma geração de ouro do futebol espanhol e um estilo de jogo que marcou época, mas que agora parece precisar de uma atualização, como um software de computador. Mas às sombras de Xavi e companhia já há uma nova geração à espreita, que tem tudo para brilhar no futuro. Do selecionado espanhol que foi campeão da Eurocopa Sub-21 em junho de 2013, quatro jogadores estiveram em campo na final da última Liga dos Campeões da UEFA: Koke, Isco, Morata e Carvajal. Thiago Alcântara, que na decisão do torneio continental juvenil marcou três gols, se tornou de lá para cá um jogador muito importante do Bayern de Munique, enquanto outros também fazem parte do elenco de grandes clubes. De Gea, Tello, Montoya... Esses atletas não são mais apenas promessas, e sim jogadores maduros que já adquiriram considerável experiência internacional. A Espanha dispõe de muitos talentos, categorias de base organizadas e um estilo de jogo sólido — ou seja, todo o necessário para um novo começo. No próximo torneio, certamente a Fúria montará uma equipe capaz de fazer frente aos seus concorrentes. Na Itália, por outro lado, a situação é diferente. O país está passando por uma profunda crise estrutural, que culminou em demissões em massa depois do fracasso na Copa do Mundo. Entre outros, o treinador da Squadra Azzurra e o presidente da Federação Italiana de Futebol deixaram os seus cargos. Da seleção italiana que foi derrotada na final da Eurocopa Sub-21 contra a Espanha, até hoje apenas Verratti (Paris Saint-Ger-
main) e Insigne (Napoli) já disputaram a Champions League. Em se tratando de revelações, o Campeonato Italiano está entre os lanternas do Velho Continente e além disso tem uma das maiores médias de idade. Na Itália existe um verdadeiro abismo entre as equipes de base e as profissionais o qual acaba com gerações inteiras de jovens talentos, que preferem ir para países mais desenvolvidos em campeonatos "de verdade" com métodos de treinamento profissionais capazes de transformá-los em jogadores de ponta. No momento, a seleção italiana ainda depende de nomes como Pirlo e Buffon, enquanto espera que Balotelli se desenvolva mais e observa apreensiva pelo que o futuro reserva. Por outro lado, três outras seleções que brilharam no Brasil 2014 com um excelente futebol contaram com importantes jogadores jovens e deverão estar no centro das atenções na Eurocopa 2016: Wijnaldum e Depay na Holanda, Courtois e Origi na Bélgica e Varane e Pogba, melhor jogador jovem da Copa do Mundo, na França. Essas seleções têm uma coisa em comum: a capacidade de dar uma nova interpretação às tradições de futebol dos seus países e até ultrapassá-las. Van Gaal não traiu a orientação ofensiva do futebol holandês e ainda montou uma forte defesa com três zagueiros. O mesmo se aplicou a Deschamps: músculos e qualidade técnica. A Bélgica conseguiu deixar para trás antiquados esquemas táticos do passado e substituí-los por um espetáculo do futebol ofensivo. Com um pouco menos de sorte, mas com muita coragem, Roy Hodgson procurou tentou deixar de lado o estilo inglês com chutões e correria para implantar um futebol orientado pela posse de bola e direcionado para o ataque. E é desnecessário mencionar Joachim Löw, que fez com que os alemães jogassem um futebol mais brasileiro do que o próprio Brasil, mas sem perder a típica estabilidade germânica. Jovens craques e novos conceitos — na Copa do Mundo pudemos ver que o futebol europeu está mais saudável do que nunca e no caminho certo para os desafios do futuro. Exceto pela Itália. Å
O futebol e uropeu está mais saudável do que nunca e no caminho certo para os desafios do futuro. E xceto pela Itália.
Com dignidade, a França do jovem astro Paul Pogba foi eliminada pela campeã mundial Alemanha.
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C AMPEON AT OS PELO MUNDO
P O R Primeira Divisão Peruana
Ar provinciano Sven Goldmann é especialista em futebol do jornal alemão “Tagesspiegel”
Enquanto a final da Copa do Mundo estava indo para a prorrogação no Maracanã, a situação também ficava séria em outro lugar da América do Sul. Mais precisamente a noroeste do continente. O Peru não conseguiu a classificação para o Brasil 2014 e por isso também não fez uma pausa no seu campeonato nacional. No gramado artificial do Estádio Elías Aguirre em Chiclayo, o Los Caimanes, que subiu para a primeira divisão na última temporada, recebeu pela sexta rodada do Apertura o Real Garcilaso, o clube mais impressionante na história recente da primeira divisão peruana.
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O Real Garcilaso é um clube-empresa da cidade de Cusco, na região dos Andes. A equipe existe há apenas cinco anos e foi fundada por ex-estudantes da Escola Inca
D E N T R O Garcilaso de la Veja, batizada em homenagem a um historiador peruano do período colonial. O Real demorou um pouco para ser levado realmente a sério. Localmente, o tradicional Club Sportivo Cienciano tinha a primazia, até por ser o primeiro e até hoje único clube peruano que venceu a Copa Sul-Americana (há 11 anos depois de final contra o Boca Juniors). E muito menos nacionalmente, já que o centro do futebol peruano é mesmo a capital Lima. Os dois maiores clubes, o Universitario e o Alianza, fazem desde sempre o grande clássico peruano e geralmente não dão chance à concorrência. O Alianza é a antiga casa dos ídolos Teófilo Cubillas e Claudio Pizarro e já conquistou 22 títulos nacionais, quatro a menos que o Universitario. Mas eis que surgiu o Real Garcilaso, também chamado de “La Máquina Celeste”. O clube cresceu rapidamente, chegou à primeira divisão peruana em 2012 e logo no seu primeiro ano foi o vice-campeão nacional, façanha que repetiu no ano seguinte. Na final em 2013, disputada em três partidas, perdeu o título para o Universitario apenas na decisão por pênaltis no terceiro confronto. A concorrência
incomoda os grandes da capital não apenas pela qualidade. Também não é nada agradável deixar a cidade a nível do mar para subir ao alto dos Andes. Afinal, o ar de Cusco, a 3.400 metros do nível do mar, é bastante rarefeito para a prática de esportes. Na temporada atual, o começo do Real não está de arrancar suspiros, mas é bom o suficiente para chegar longe mais uma vez. Contra o Los Caimanes, o Garcilaso conseguiu a vitória por 1 a 0 graças a um gol de Cesar Ortiz no meio do segundo tempo. Com isso, a equipe está na sexta colocação. E quanto aos dois clubes de Lima? Não estão com vida fácil. O Alianza apenas empatou em casa contra o Cesar Vallejo, enquanto o Universitario foi derrotado por 2 a 1 pelo Universidad Técnica de Cajamarca. As equipes da capital estão longe da liderança na tabela no momento, atrás do clube andino. Na primeira colocação está outra equipe da província. Com seis vitórias em seis partidas, o clube do momento no Peru se chama Inti Gas Deportes, de Ayacucho, uma cidade que também fica nas montanhas, mas não a tanta altitude quanto Cusco e não tão distante de Lima. Å
A surpresa peruana Real Garcilaso, da região andina. T H E F I FA W E E K LY
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Pronto para a liga Alan, do Salzburg, marcou quatro vezes na partida da Copa da Áustria contra o Sollenau.
Novo patrocinador, velho favorito Andreas Jaros é escritor freelancer e vive em Viena.
Lá fora, atletas amadores de wakeboard voavam de maneira espetacular sobre as ondas do Novo Danúbio. Do lado de dentro, no espaço para eventos Wake Up, treinadores e capitães participavam da coletiva de imprensa de lançamento da nova temporada do Campeonato Austríaco. E o assunto principal era o incentivo à liga. “Buscar o impulso proporcionado pela Copa do Mundo da FIFA”, foi o lema proferido pelo presidente da Bundesliga austríaca, Hans Rinner, para o campeonato que se inicia neste fim de semana. O site de apostas alemão Tipico foi quem acabou vencendo a disputa para patrocinador-máster da competição. Outra pergunta que ficou no ar é se a temporada 2014/2015 será capaz de superar a média de gols do campeonato do último ano, com 3,3 tentos por jogo. 16
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Contudo, poucos torcedores foram aos estádios (média de 6.156 por partida). “Assunto complicado”, criticou rapidamente o diretor da liga, Christian Ebenbauer. Com um melhor custo-benefício e um ambiente mais agradável nos estádios, a baixa atratividade deverá ser superada. Outra mudança foi a instituição de horários mais acessíveis para o público a partir de setembro: jogos às 16h e 18h30 aos sábados. Na temporada passada, o Red Bull Salzburg foi a grande sensação. Com um estilo de jogo agressivo e intenso, baseado na marcação por pressão, e uma série de vitórias consecutivas, o time fez uma boa campanha na Liga Europa. Com duas vitórias (3 a 0 e 3 a 1), o Salzburg despachou o Ajax, clube que cedeu o goleiro Jasper Cillessen e o lateral Daley Blind para a seleção da Holanda na Copa do Mundo da FIFA 2014. O clube austríaco, porém, acabou sendo desclassificado pelo Basel nas oitavas de final, mesmo jogando melhor. No Campeonato Austríaco, a clube da cidade do compositor Mozart voou baixo. Ainda no fim de março, o Salzburg foi campeão com oito rodadas de antecedência. No fim da temporada, a diferença para o vice-campeão Rapid era de nada menos que 18 pontos. O Áustria Viena, campeão na temporada
anterior, pagou pelo esforço despendido na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa (com cinco pontos conquistados) e acabou na quarta colocação do nacional, logo atrás do Grödig, que fez a sua primeira participação na primeira divisão da Áustria. Nesta temporada, o Rapid quer tornar o campeonato ainda mais emocionante mesmo com a saída de peças importantíssimas (Sabitzer, Burgstaller e Boyd, que marcaram juntos 33 gols). Porém, terá de fazer isso no Estádio Ernst-Happel, já que o “St. Hannapi”, antiga casa do time, foi implodido para dar lugar ao novo estádio do Rapid, que ficará pronto apenas em 2016. O Salzburg, duas vezes campeão austríaco, conseguiu manter os principais jogadores para esta temporada – má notícia para os adversários. O objetivo do treinador Adi Hütter, que substitui Roger Schmidt, de saída para o Bayer Leverkusen, é alcançar a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa. “Para isso, precisamos estar no máximo da nossa forma e jogar quatro partidas perfeitas!” Um ótimo incentivo será a partida de estreia no Campeonato Austríaco, neste sábado (19 de julho), contra o Rapid, em casa. Å
Mario Kneisel / Gepa / EQ Images
Campeonato Austríaco
Major League Soccer
O jogo da paciência Roland Zorn é especialista em futebol e vive em Frankfurt.
Ainda vai demorar até que os Estados Unidos possam enviar a Mundiais “dream teams” cuja maioria dos jogadores venha de equipes da Major League Soccer (MLS). Pode ser também que esse sonho nunca se concretize. Porém, há sinais para manter viva essa esperança. Como em 2002, quando os americanos surpreendentemente alcançaram as quartas de final da Copa do Mundo – caindo somente para a futura vice-campeã Alemanha –, a MLS poderá experimentar um “boom” após a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Nem que seja um pequeno “boom”, já que os americanos se empolgaram com esse Mundial como nunca antes devido à boa campanha da seleção nacional. Comandado por Jürgen Klinsmann, campeão em 1990 com a Ale manha, o US Team foi desclassificado, após exibições emocionantes, logo nas oitavas. Mesmo assim, o que ficou foi uma boa impressão, justamente porque conseguiu incorporar as melhores virtudes dos americanos: a equipe nunca desistia, conseguiu se classificar em um grupo complicado e competiu de igual para igual com as grandes seleções.
“Mostramos ao mundo que também somos uma nação do futebol”, afirmou Don Garder, diretor da MLS desde 1999. O campeonato nacional, disputado por 19 clubes, voltou à ativa no último fim de semana com jogos nas conferências leste e oeste, enquanto o título mundial era decidido no Rio de Janeiro. A média de público nos estádios da Major League Soccer é de 18 mil torcedores por partida e de 220 mil telespectadores, bem menos que as 25 milhões de pessoas que assistiram à partida entre Portugal e Estados Unidos pela fase de grupos do Mundial do Brasil. Os números são bem menores que a média da Premier League, de 400 mil telespectadores. Afinal, a qualidade também tem suas atrações. Mesmo assim, Garder, animado com a equipe de Klinsmann, é enfático ao afirmar que “a média de torcedores irá aumentar, assim como a de telespectadores”. Trata-se de um jogo de paciência, já que a MLS terá de superar a forte concorrência das ligas profissionais de futebol americano, basebol e basquete. Apesar disso, são grandes as chances, já que mais e mais pessoas têm se interessado pela Major League Soccer. Klinsmann, otimista por natureza, afirma: “A MLS cresce economicamente em um ritmo muito rápido, assim como o interesse dos torcedores e a qualidade das equipes. Contudo, ainda há um longo caminho a ser percorrido.”
Caminho que já está sendo trilhado na liga profissional dos Estados Unidos. Em 2015, o craque Kaká irá integrar o recém-fundado Orlando City SC, e o atacante espanhol David Villa, o New York City FC, que está na MLS há sete temporadas. David Beckham, ícone do futebol inglês, quer futuramente colocar um clube de Miami na MLS, assim como a cidade de Atlanta já planeja um novo time na primeira divisão norte-americana. “Queremos ter um dos melhores campeonatos nacionais do mundo até 2022”, promete Garber. Nos Estados Unidos, o interesse pelo futebol está maior que nunca; investidores estão prontos para apostarem no esporte; entre os jovens, ele goza da mesma popularidade que o beisebol; os jogadores da MLS – neste Mun-
“Mostramos ao mundo que também somos uma nação do futebol.” Don Garber
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dial, vinte deles estiveram na seleção, maior número de convocados até hoje – estão cada dia melhores; e o trabalho nas categorias de base começa a se tornar profissional: boas condições para despertar o gigante americano. “Nosso campeonato”, afirma Garber, enquanto espera que a sua tese se torne realidade, “ficou mais importante e valioso com o interesse despertado pela Copa do Mundo.” Å
Vitória nova-iorquina O Columbus Crew, de Federico Higuain, foi derrotado no último sábado na Red Bull Arena, em Nova Jersey, por 4 a 1 (à direita, Lloyd Sam). T H E F I FA W E E K LY
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DEBAT E
Em busca do futebol-arte O toque final do campeão Com muita paciência e compreensão técnica, o treinador Joachim Löw deu uma contribuição decisiva para a evolução do futebol alemão.
Perikles Monioudis
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imprensa alemã comemorou o triunfo da equipe de Joachim Löw como a maior conquista do futebol alemão desde o “Milagre de Berna” de 1954. A comparação só faz sentido porque dez anos antes do título mundial — também naquela época — o selecionado germânico estava em péssimas condições. Mas desde a Copa do Mundo 2014 a reconstrução da equipe, iniciada em 2004, pode ser considerada mais do que bem-sucedida. O técnico Joachim Löw se tornou treinador da Alemanha em 2006, assumindo o cargo deixado por Jürgen Klinsmann, de quem tinha sido auxiliar técnico por dois anos. Na conferência de imprensa no dia anterior à final da Copa do Mundo 2014, Löw não escondeu que, para a reconstrução da seleção alemã, ele e a sua equipe foram buscar aspectos novos onde quer que 18
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eles pudessem ser observados. Tendências interessantes de esquemas táticos, novos métodos que surgissem na Holanda ou em qualquer outro lugar. Modelo para o Brasil? Este lento processo de reconstrução agora é uma questão que precisa acontecer no futebol brasileiro. Os alemães já ensinaram como se faz. Sem deixar nada de lado, eles observaram atentamente a realidade do futebol atual. Para os alemães isso significou descobrir a alegria e a beleza do esporte mais popular do planeta, o prazer de jogar bonito. E eles fizeram isso sem eliminar o que sempre mostraram tão bem: garra, ímpeto e vontade de vencer. Ao longo de dez anos, foram aprendendo a capacidade de dominar o futebol também do ponto de vista
estético — com inovadoras sequências de passes, variações de cobranças de falta e um estilo flexível. Os brasileiros, por outro lado, praticaram um futebol mais físico na sua Copa do Mundo em casa. O futebol-arte, antigamente um sinônimo do futebol brasileiro, foi deixado de lado em favor de um estilo mais agressivo. A criatividade e as variações de jogadas foram substituídas por um jogo baseado na força. Em busca do futebol-arte perdido Quando os brasileiros conseguirão recuperar o seu futebol bonito e acrescentá-lo ao lado bom do seu estilo de força física? Primeiramente parece ser necessário refletir sobre o novo sistema de jogo — e isso não é uma necessidade exclusiva da seleção brasileira, mas também se aplica à Espanha, para quem a Alemanha provou ser um sucessor mais do que digno na Copa do Mundo. Å
O debate da Weekly. Algum assunto tira o seu sono? Qual tema você gostaria de debater? Envie sugestões para: feedback-theweekly@fifa.org
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A seleção alemã acrescentou novas ideias às suas tradicionais virtudes ao longo dos últimos dez anos. Agora, o Brasil precisa passar por um processo similar.
DEBAT E
MENSAGEM DO PRESIDENTE
As impressões dos usuários do FIFA. com sobre a Copa do Mundo: Graças à magia da televisão, pude acompanhar 60 de 64 jogos ao vivo. Deve ser uma experiência incrível ver uma partida pessoalmente no estádio. Agora estou triste que tudo tenha acabado e acabei perdendo a cerimônia de encerramento. Espero que alguma emissora de tevê mostre a reprise da festa em breve. A Copa do Mundo foi com certeza divertida e espetacular. Parabéns ao anfitrião Brasil, muito obrigado por um torneio altamente gratificante e inesquecível! pinkpearl417, Canadá
Na minha opinião, o gol mais bonito desta fantástica Copa do Mundo foi marcado pelo James Rodríguez! Alvin94270, França
Apesar do decepcionante resultado final do Brasil na Copa do Mundo, é preciso dizer que Scolari é um treinador excelente. Ele levou a Seleção ao título mundial em 2002 e colocou Portugal na final da Eurocopa. Mas a missão de conquistar o título em casa com essa equipe era simplesmente grande demais. Acredito que o Brasil teve sorte de sequer ter chegado às semifinais. E com a ausência de dois dos seus melhores jogadores era impossível derrotar a Alemanha. Sauer-Kraut, Canadá
Parabéns, seleção alemã! Joguem da mesma forma na Rússia e fiquem para sempre com o troféu! hubec80, Sérvia
Parabéns para a seleção alemã! Os alemães jogaram um torneio excepcional e mereceram a sua quarta estrela! Sir-Galaxy, França
15 mil medalhas de ouro
“A melhor Copa do Mundo de todos os tempos.” Esta foi a melhor Copa do Mundo de todos os tempos! Gostei do torneio em todos os seus aspectos: a organização, as pessoas, o clima… tanta_17, Egito
A Copa do Mundo 2014 preparou para nós muitos acontecimentos maravilhosos e poucos momentos tristes! A contusão de Neymar foi um grande choque (e tenho certeza que a Seleção soube na hora que a partir dali a catástrofe não estava longe!). ForcaBraNey, França
“Parabéns, seleção alemã!”
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Mundial no Brasil nos fascinou e enfeitiçou com gols, espetáculos e dramas. Para coroar perfeitamente, um dos gols mais bonitos deste magnífico festival de futebol pôs fim ao torneio. O tento decisivo marcado por Mario Götze para Alemanha na final contra a Argentina foi pura arte e já faz parte das antologias. Pela primeira vez uma equipe europeia venceu em território americano. Que a honra tenha cabido à Alemanha não é nenhuma casualidade. Porque a seleção germânica é a potência futebolística que nos últimos anos passou pelo desenvolvimento mais espantoso entre todas as nações mais tradicionais: desde 2006 está propondo sistemas inovadores e exibindo qualidades técnicas que antes só surgiam nos países do sul. Ao mesmo tempo, soube manter uma firmeza mental extraordinária e a constância dos campeões. Por isso não deixa de subir ao pódio do Mundial desde 2002. Visto assim, o triunfo no Rio de Janeiro é a consequência lógica de uma obra de aperfeiçoamento contínuo. O selecionado de Joachim Löw foi campeão merecidamente. Mas também há outros 15 mil participantes que merecem uma medalha de ouro: os voluntários que formaram juntos a cara mais amável do torneio. Seja nos estádios, nos hotéis, nos aeroportos, nos centros de imprensa, nas salas de conferências ou nas paradas de ônibus, sempre estavam lá mais que dispostos a resolver qualquer problema, a dar uma mão ou a oferecer um bom conselho. Afinal de contas, o que fica mais profundamente gravado na memória coletiva são as cenas mais sensacionais dos jogos. Todo mundo fala de Götze, Messi e Neuer. No entanto, os heróis deste Mundial foram os voluntários. Por uma camisa, um abrigo e um par de sapatos, esses 15 mil altruístas sustentaram a base da organização. Sem eles, Mario Götze nunca teria podido ser o herói do Mundial. Sem os voluntários, um evento desta magnitude não é imaginável. Por toda esta ajuda, quero lhes agradecer de todo o coração.
Sepp Blatter T H E F I FA W E E K LY
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Primeiro amor Local: Taknaf, Bangladesh Data: 21 de junho de 2012 Hora: 14h32
AP / Keystone
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Š 2014 adidas AG. adidas, the 3-Bars logo and the 3-Stripes mark are registered trademarks of the adidas Group.
instinct takes over
#predatorinstinct
adidas.com/predator
PEQUENO S MOMEN T O S DA C OPA DO MUNDO
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futebol é um esporte solitário — mesmo no maior dos jogos, a final da Copa do Mundo. No início do segundo tempo, o capitão alemão Philipp Lahm foi o primeiro a voltar ao gramado, deu uma corridinha até o centro do campo acompanhado por rápidos e poucos aplausos dos torcedores presentes no Maracanã favoráveis ao seu país e começou a se alongar e em seguida fazer alguns exercícios de aquecimento típicos para jogadores do setor defensivo, até mesmo um lateral, como é o caso do capitão do Bayern de Munique. Ele não tinha pressa. De vez em quando, dava uma ou outra olhada para o túnel dos jogadores, mas demorou para sair mais alguém por ali, e as pessoas nas arquibancadas pareciam suficientemente ocupadas com as suas câmeras e os seus smartphones. Lahm se perdia na imensidão do gramado, ninguém parecia prestar atenção nele. Era a calmaria que precede a tempestade. Ele estava sozinho consigo mesmo e com os seus sentimentos. Uma hora e meia mais tarde, ele ergueu a taça da Copa do Mundo. Å Perikles Monioudis
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izem que a pontualidade é uma questão de interpretação para os brasileiros. E que a filosofia de vida segue o lema do “relaxa e aproveita”. Na verdade, no Brasil ninguém faz uma guerra se um encontro começar com 15 minutos de atraso. Ou seja, o espaço para a tolerância é sempre maior do que o para a impaciência. Nas grandes cidades, há outro aspecto que influencia esse comportamento, pois, dependendo do trânsito, uma viagem de automóvel pode demorar de cinco minutos a uma hora, tudo isso num mesmo trecho. Este que vos escreve também viveu, no Brasil, o outro lado da moeda durante as cinco últimas semanas: para assistir a 19 partidas na Copa do Mundo, entre Manaus e Porto Alegre, foram necessários cerca de 21 voos internos. E o balanço final foi que 20 deles chegaram pontualmente ou mais cedo que o horário marcado; outro pousou com 30 minutos de atraso. A conclusão é que, se os jogadores da seleção tivessem treinado com tanto compromisso quanto as companhias aéreas brasileiras, seria muito difícil terem sofrido aquele desastre nas semifinais. Å Thomas Renggli
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nova relação dos alemães com o futebol arte foi amplamente discutida nos últimos dias. Dois torcedores alemães parecem ter compreendido essa noção literalmente e se deram o direito de levar para casa um souvenir bastante apropriado do ponto de vista do estilo da sua equipe, mas não tanto do ponto de vista da lei. Antes do seu voo de volta para a Alemanha, os dois torcedores vestindo camisas da seleção alemã visitaram uma exposição temporária no aeroporto com o belo título “Bate-bola: embarque de uma paixão”. Eles se aproveitaram de um momento em que supostamente ninguém estava observando para retirar a estátua de bronze de uma cobertura de acrílico e guardá-la em uma mochila. A tolice deles foi não perceber que em um aeroporto brasileiro nenhum momento passa despercebido, já que há câmeras registrando tudo o que acontece. A polícia conseguiu pegar os dois pouco antes de o seu avião decolar e os ajudou a conquistar 15 minutos de fama. Mais tarde, as imagens apareceram em todos os canais de televisão. Å Sven Goldmann
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pequeno bar é bem localizado. À esquerda fica a estação de bonde; à direita uma, delicatessen; atrás, o centro comercial. Agora que a Copa do Mundo acabou e os torcedores podem se concentrar novamente nas atividades básicas (trabalhar, ler artigos políticos e comprar flores), o pequeno bar faz um leve gracejo. O proprietário Giovanni abre, no começo da noite, todas as janelas e transmite em uma grande televisão os jogos dos Mundiais de 1982 e 2014, alternadamente. Giovanni diz que esses são os seus Mundiais preferidos. Mas esse não é o motivo principal, e sim, o tino comercial do cozinheiro. Giovanni aproveita a onda da última Copa do Mundo e lucra com o seu gracejo. Passe de Altobelli, gol de Rossi! Passe de Schürrle, gol de Götze! Sempre as mesmas imagens. Sempre as mesmas narrações. As pessoas param para assistir e olham para dentro do estabelecimento. E, então, é hora de Giovanni completar o plano: “Aceita um Campari? Birra? Bruschetta?” Å Alan Schweingruber T H E F I FA W E E K LY
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Palco de uma final grandiosa O Rio de Janeiro e o seu Maracanã.
O Mundial da alegria Antes da Copa do Mundo da FIFA 2014, na imprensa tudo era motivo para ser temido – manifestações, estádios inacabados, futebol defensivo nos trópicos. Porém, o torneio acabou de forma muito, mas muito diferente.
Paixão Os pacíficos torcedores que vieram ao Brasil – na foto, os chilenos – serão lembrados por muito tempo. 24
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Gustavo Pellizon, AFP
Perikles Monioudis, do Rio de Janeiro
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Exibição pública em Copacabana A requisitada FIFA Fan Fest do Rio tinha capacidade para 20 mil espectadores
Carlos Becerra / Anadolu Agency / Getty Images
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s argentinos foram embora. Dez mil deles haviam ido até o Rio de Janeiro, nos seus automóveis, para engrossar o coro pela Alviceleste na grande final da Copa do Mundo da FIFA. Em carros estacionados por todos os lados de Copacabana, cozinharam arroz com legumes em panelas trazidas especialmente para a viagem e cantaram, sem parar, durante dois dias seguidos. Porém, já no nascer do sol do terceiro dia – a segunda-feira após a espetacular decisão no Maracanã – era difícil encontrar no Rio carros com placas da Argentina. À noite os torcedores argentinos haviam deixado a capital fluminense sem poder comemorar a conquista do tricampeonato, mas, como bons perdedores, aceitando o destino que lhes foi concedido. Também não vieram à tona confrontos entre eles e alemães ou brasileiros (que apoiaram a seleção germânica fielmente, ou melhor, torceram com todas as forças contra os arquirrivais argentinos). Nesse quesito, o Rio ficou tranquilo na noite da grande decisão do Mundial. Os torcedores alemães – numerosos, mas menos onipresentes que os argentinos – não tinham tantos meios para viajar de automóvel até o Rio. Por muito dinheiro, os germânicos tiveram de atravessar o Atlântico pelos ares e alimentar a esperança de combinar a expectativa pelo tetracampeonato alemão com um programa cultural variado (idas à famosa Biblioteca Nacional do Rio ou ao Theatro Municipal) e visitas – nem que fosse uma – ao Corcovado. Com a conquista do título, as camisas da Ale-
manha acabaram, naturalmente, fazendo parte da paisagem urbana carioca, ao lado do natural domínio visual da amarelinha. Entusiasmo por todos os lados Apesar da frustração com a Seleção, os brasileiros fizeram da Copa do Mundo da FIFA 2014 uma festa inesquecível. Tanto dentro de campo, com a grande maioria das seleções apresentando um futebol ofensivo e vistoso, quanto no que diz respeito ao ambiente e ao profissionalismo, o Mundial foi igualmente especial em contornos gerais e em pequenos detalhes. Os estádios ficaram lotados, e o recorde de gols da Copa do Mundo França 1998 (171) foi igualado. E quantas previsões negativas não foram feitas antes da Copa? Segundo alguns críticos da imprensa, o clima do Brasil impediria o futebol ofensivo. No norte do país estava, sim, muito quente, enquanto fazia frio no sul e cho-
Ninguém sabe no Brasil onde essa história vai dar.
via no litoral. Mesmo assim, as equipes foram para o ataque. Os atletas sabiam do que se tratava e estavam prontos para dar tudo de si para alcançar o objetivo. A Alemanha chegou ao título com um grupo que estava pronto para enfrentar a competição não só física, mas também mentalmente. As condições climáticas foram confrontadas com inteligência pela equipe de Joachim Löw, o que não pode ser dito de outras grandes seleções europeias, desclassificadas precocemente. Por outro lado, as equipes latino-americanas souberam convencer. A Costa Rica se classificou em um grupo dificílimo, chegando até as quartas de final, enquanto a Argentina foi páreo duro para os alemães, que tiveram de dar tudo para superá-la. E, com Argélia e Gana, o continente africano teve pela primeira vez na história duas seleções classificadas para a fase de mata-mata na mesma edição da Copa do Mundo da FIFA. “O mundo sorri de volta” O alemão Joachim Löw havia convocado somente um centroavante de ofício: Miroslav Klose, de 36 anos, que, com o seu 16º gol em Mundiais, ultrapassou Ronaldo e se tornou o maior artilheiro da Copa do Mundo da FIFA. Mesmo com as dificuldades enfrentadas nas oitavas de final contra a Argélia (2 a 1), os alemães se tornaram os grandes favoritos ao título com a goleada sobre o Brasil por 7 a 1 na semifinal – posição que talvez já tivessem ocupado após o 4 a 0 sobre Portugal na fase de grupos. De uma T H E F I FA W E E K LY
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Copa do Mundo da FIFA™. É onde todos querem estar.
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Vitória contra o Chile Torcedores em um bar em Brasília enlouquecem depois da disputa de pênaltis no dia 28 de junh o.
David Gray / Reuters
maneira ou de outra, a Alemanha perseguia o protagonismo. Porém, o domínio germânico não ameaçou a beleza do esporte, pois se baseou no aspecto positivo do jogo, e não na sua destruição. A Alemanha jogava de maneira vistosa, atraente e eficiente, sorrindo com a bola nos pés. E “O mundo sorri de volta” foi o que o jornal alemão Frankfurter Allgemeine estampou como manchete no dia seguinte à conquista do tetra. Antes da competição, esse protagonismo era atribuído aos espanhóis. Mesmo ainda não extinta, a enorme posse de bola pregada pelo “tiki-taka” se mostrou desnecessária no estilo ofensivo demonstrado neste Mundial. No seu lugar, a rápida alternância entre defesa e ataque provou também ter eficiência. Na vitória de 7 a 1 sobre o Brasil, por exemplo, a Alemanha ficou com a bola nos pés durante 48% do tempo. Também a Holanda, derrotada no torneio apenas nos pênaltis, chegou às vitórias na maior parte das vezes com menos posse de bola que os adversários. O recomeço do futebol brasileiro Desta vez, o êxito da seleção brasileira foi apenas modesto. O time foi em baixa para a semifinal contra a Alemanha, e a pressão que repousava sobre os ombros dos jogadores era grande. Se o Brasil ainda era uma potência na Copa das Confederações de 2013, os obstáculos enfrentados neste Mundial afligiram a equipe comandada por Felipão (empate contra o México, vitória nos pênaltis contra o Chile, desclassifica-
O Rio exala a s atisfação de ter mostrado o que tem de m elhor. ção contra a Alemanha). Nenhuma seleção havia sofrido tantos gols (17) durante um Mundial realizado na própria casa. Agora, o futebol no Brasil volta à estaca zero e precisa ser reconstruído em todas as áreas. Junto com a Seleção, há toda uma nação questionando a própria identidade. Mesas redondas na TV pedem treinadores com a filosofia de um Pep Guardiola no comando do time canarinho – isso, quando o próprio técnico do Bayern de Munique não é requisitado. Ninguém sabe onde essa história vai dar. E, em outubro, é época de eleições no Brasil. Contudo, se uma coisa ficou clara com a Copa do Mundo da FIFA é que o Brasil não estava despreparado. Pelo contrário: os doze estádios ficaram prontos e puderam receber
todas as partidas, algo do que duvidavam uitos veículos de imprensa. O embarque nos m aeroportos também não apresentou problemas, e os tumultos nos terminais ficaram apenas na imaginação paranoica dos críticos. Os cânticos fulminantes nas arenas são uma prova de que a energia foi transferida para as seleções, e, com isso, o mundo pôde presenciar um espetáculo extraordinário e incrivelmente emocionante. Feitos grandiosos Não é preciso nem citar que as manifestações também ficaram de fora. Assim, o futebol assumiu o papel principal durante a Copa do Mundo da FIFA. E os brasileiros mostraram que são cidadãos politicamente conscientes, capazes de distinguir entre os problemas sociais e econômicos, produzidos em casa, e os feitos da FIFA. Até mesmo antes da competição, a entidade máxima do futebol já era poupada do papel de “bode expiatório”. Já no 64º Congresso da FIFA, realizado no início de junho em São Paulo, ficou claro: os brasileiros estavam entusiasmados com a sua Copa do Mundo, evitando endereçar as críticas a falsos remetentes. Nos dias após a grande decisão, o Rio exalava a satisfação de ter mostrado, durante a Copa do Mundo da FIFA, o que tem de melhor. Mesmo que a Seleção tenha de tomar um novo rumo, os brasileiros provaram ser capazes de estar à frente de grandes feitos. Disso todos estão convencidos e, por causa disso, todo o planeta agradece a eles. Å T H E F I FA W E E K LY
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Hello Tomorrow
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TIRO LIVRE
Seleções com o maior número de vitórias na Copa do Mundo da FIFA
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Brasil 70 vitórias em 104 partidas em Mundiais
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Alemanha 66 vitórias em 106 partidas em Mundiais
Quando o 3 estômago se rebela Alan Schweingruber
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o primeiro dia após a Copa do Mundo, Hubert ligou dizendo que estava doente. Estava passando mal. Possivelmente uma virose gastrointestinal. “Doente?”, gritou o chefe no telefone. “Você acha que vou acreditar nisso, Westermann? Estão falando até que você saiu na rua dançando ontem à noite.” Há um bom tempo, Hubert não dava corda para as provocações do chefe. Com certeza, todos os colegas haviam escutado o telefonema. Sempre que havia uma oportunidade para que o chefe mostrasse a sua autoridade no escritório, ele deixava a porta da sala aberta. Uma vez, Dolores, colega de trabalho de Hubert, foi repreendida porque teve de levar o periquito de estimação ao veterinário. Depois disso, Dolores chorou por horas. Pelo menos, isso foi o que falaram a Hubert. A nova filosofia de Hubert era não deixar se levar por incômodos desse tipo. Tinha de encontrar o ponto de equilíbrio. Ele tomou um banho quente e fez um chá. Na televisão, um programa mostrava os melhores momentos da Copa do Mundo da FIFA 2014: o gol de peixinho de Van Persie; o chute de longa distância de James contra o Uruguai; o gol do título de Götze, de três ângulos distintos. Incrível. Hubert grunhiu de dor e mudou de canal: tempestades na França; três ciclistas brigando pela liderença, no alto da montanha. Um deles parecia estar sangrando na perna. Um acidente? Isso poderia acontecer com o chefe, quando ele estivesse indo para o trabalho, pensou Hubert. E deixou escapar uma gargalhada. Algum tempo depois, ele dormiu. E sonhou que estava no Maracanã, preparando-se para cobrar um pênalti. De frente para ele, o goleiro, que tentava atingi-lo
erbalmente. “Trash talk”, como dizem os bov xeadores. Mas não com Westermann! Ele suava. Nas arquibancadas, 70 mil torcedores esperavam. No alto, à esquerda, ou embaixo, à direita? Nenhum dos dois: mandou a bola por cima do travessão e ouviu todos no estádio zombarem dele. Nas arquibancadas atrás do gol estava o chefe: “Westermann, seu inútil!”, gritava. Então, Hubert acordou. O estômago de Hubert se rebelava, e ele se sentia pior do que de manhã. Transitava entre o banheiro e a cozinha. No meio do caminho, deu uma passada na sala de televisão e viu o canal local exibindo as imagens de câmeras amadoras registradas na noite anterior. Em uma delas, lá estava Hubert com uma camisa de futebol branca e um chapéu de palha despedaçado, dançando uma canção tipicamente alemã com um copo de cerveja na mão. E, quando o câmera chegou mais perto, Hubert deu um beijo na lente. No dia seguinte, Westermann informou que ficaria doente até o fim de semana. Por e-mail. Å
Coluna semanal da redação da FIFA Weekly
Itália 45 vitórias em 83 partidas em Mundiais
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Argentina 42 vitórias em 77 partidas em Mundiais
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Espanha 29 vitórias em 59 partidas em Mundiais
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França 28 vitórias em 59 partidas em Mundiais
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Holanda 27 vitórias em 50 partidas em Mundiais
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Inglaterra 26 vitórias em 62 partidas em Mundiais
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Uruguai 20 vitórias em 51 partidas em Mundiais
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Rússia 17 vitórias em 40 partidas em Mundiais
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Suécia 16 vitórias em 46 partidas em Mundiais
Fonte: FIFA (FIFA World Cup, Milestones & Superlatives, Statistical Kit, 12.05.2014) T H E F I FA W E E K LY
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Nome: Gérard Houllier Data e local de nascimento 3 de setembro de 1947, Thérouanne Carreira de jogador Liverpool Alsop Hucqueliers Le Touquet Carreira de treinador Le Touquet Noeux-les-Mines Lens Paris Saint-Germain França Liverpool Lyon Aston Villa Red Bull (diretor esportivo) 3 vezes campeão francês, Copa da UEFA, FA Cup
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Maiores conquistas:
A EN T REV IS TA
“Identificamos as tendências” Ele conquistou três vezes o Campeonato Francês e conduziu o Liverpool aos seus maiores triunfos tanto na Inglaterra quanto internacionalmente. Na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, Gerárd Houllier analisou as partidas com meticulosidade científica. Para o francês, o espetáculo ofensivo não foi nenhuma surpresa. Monsieur Houllier, o senhor é o chefe do Grupo de Estudos Técnicos da FIFA e acompanhou e analisou meticulosamente as partidas da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Qual é a sua avaliação do torneio?
aplicação tática. Não foi por acaso que o Chile perdeu por tão pouco do Brasil.
Um futebol de primeira qualidade, muitos gols, uma grande diversão. A intensidade de muitos jogos foi fenomenal — e quase insuperável em drama. Começou desde a fase de grupos com equipes que ninguém esperava. Também foi sensacional que não tenha havido nenhuma seleção de nível muito inferior. Cada equipe teve uma chance de classificação para as oitavas de final. Quem poderia adivinhar que a Costa Rica voltaria para casa invicta depois de perder apenas na disputa por pênaltis?
O futebol é global — os maiores talentos vêm de todos os continentes. Mas evidentemente as ligas de ponta são marcantes para as seleções. A maioria dos jogadores das quatro melhores seleções joga na Europa. Quem atua por um clube de ponta europeu costuma ter um alto nível principalmente taticamente.
Qual exatamente foi a sua função na Copa do Mundo? A nossa tarefa no Grupo de Estudos Técnicos da FIFA é identificar as tendências do jogo. Analisamos cada partida, cada situação, avaliamos as informações e dados — e encaminhamos o relatório e um DVD para cada federação nacional. Essas informações são a base dos trabalhos de desenvolvimento e programas de incentivo em todo o mundo. Na Copa do Mundo sentimos o futebol pulsar — e reconhecemos em que direção a evolução do esporte está indo.
Como podemos explicar a enorme intensidade dos jogos da Copa do Mundo? Cada seleção tem jogadores que atuam na Europa e eles levam para casa experiência e uma mensagem. E os treinadores possuem muito mais informações do que antigamente — inclusive através das nossas análises. Além disso, há também o trabalho cada vez melhor com as categorias de base em muitas federações.
Isso também significa que a diferença de estilos entre as equipes está diminuindo? Acredito, vimos isso na Copa do Mundo, que muitas seleções sul-americanas jogam com uma organização quase europeia — mas ao mesmo tempo elas mantiveram a sua garra e o seu orgulho. Estou pensando em Colômbia, Argentina e Chile. Principalmente o Chile é um exemplo formidável: praticamente todos os jogadores atuam no exterior e formam uma mistura das mais importantes qualidades: boa organização, talento individual, disciplina,
Quais as proporções da influência dos clubes de futebol da Europa?
De volta ao Brasil. O 7 a 1 contra a Alemanha foi um acontecimento marcante no torneio... Sim, mas para analisar o desempenho dos brasileiros é preciso analisar um momento anterior. A equipe teve um caminho difícil ao longo do torneio, e os habilidosos croatas e os complicados mexicanos foram adversários bastante desagradáveis. Na fase de mata-mata, Chile e Colômbia foram grandes obstáculos. O que aconteceu contra a Alemanha foi um acidente. Não quero de modo algum subestimar o desempenho dos alemães — a equipe de Jogi Löw fez uma partida perfeita — mas depois do segundo gol os brasileiros ficaram em uma espécie de estado de choque. Isso acontece no futebol. Daqui a 50 anos ainda estaremos falando desse jogo. Supostamente aconteceu o típico problema de jogar em casa. Antes do Mundial, todos falavam do vexame de 1950 contra o Uruguai. Isso gerou uma enorme pressão. Os brasileiros não estavam preparados para este cenário. Depois do primeiro gol, eles pensaram que ainda poderiam corrigir o placar — como contra a Croácia. Mas sejamos objetivos: a equipe chegou às semifinais. Quando ficamos entre os quatro melhores do mundo, nem tudo pode estar errado.
O que Alemanha e Argentina fizeram de melhor que os seus concorrentes? Os alemães foram melhorando continuamente ao longo do torneio e encontraram uma solução para cada problema. Eles praticamente não cometeram erros e foram crescendo. Há oito anos que a equipe joga com constância. Quem chega tão perto do título após um intervalo tão longo desenvolve um grande desejo de triunfar. Essas experiências também impulsionaram a equipe.
E a Argentina? Todos falam de Messi. Mas por trás dele há uma fantástica organização e uma disciplina exemplar. A Argentina convenceu através de uma excepcional qualidade na defesa. Não foi por acaso que a equipe não sofreu nenhum gol na fase de mata-mata.
Como o senhor explica o estilo ofensivo do futebol mostrado nas últimas quatro semanas e meia? Para mim isso não foi surpreendente. Depois da Copa das Confederações do ano passado eu estava esperando um torneio espetacular e muito ofensivo. Antes do Mundial sabíamos que para cerca de 50% dos treinadores os seus contratos se encerrariam com o fim da Copa do Mundo. Isso animou muitos treinadores a assumirem riscos adicionais. Mas na origem do desenvolvimento está também alguns inteligentes ajustes de regras, por exemplo, o rigor com entradas por trás. A cobertura abrangente no meio de campo também contribuiu para isso, porque as faltas graves se tornaram imediatamente uma importante questão — e os autores das faltas devem ser punidos severamente.
Mas também tivemos o exemplo de Neymar, que foi derrubado depois de levar uma forte pancada do colombiano Juan Zúñiga. Isso foi um acidente e pode acontecer em qualquer partida. Ouso afirmar que nenhum jogador acerta o seu adversário dessa forma intencionalmente.
O que o senhor deseja para o futuro desenvolvimento do futebol? Que a qualidade técnica e o talento permaneçam em primeiro plano, que os pontos fortes dos jogadores sejam fomentados, que a criatividade e as ideias sobrevivam. Esta Copa do Mundo também foi o torneio dos talentos individuais — Messi, Robben, Müller, Neymar. Mas cada um desses jogadores também trabalha muito lá atrás e coloca as suas equipes em primeiro plano. É isso que faz o jogador de futebol completo da modernidade. Å
Gerád Houllier conversou com Thomas Renggli T H E F I FA W E E K LY
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MÁQUINA DO TEMPO
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Londres, Inglaterra
1953
T. Marshall / Topical Press Agency / Getty Images
Retoques finais no Gentlemen’s Club: o responsável pelo gramado em Fulham demonstra a mais nova técnica durante uma exibição.
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MÁQUINA DO TEMPO
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Rio de Janeiro, Brasil
2014
Buda Mendes / Getty Images
Manutenção do gramado do Maracanã: um homem corta a grama mais famosa do Brasil.
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R ANKING MUNDIAL DA FIFA Pos. Seleção
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 38 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 53 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 67 69 70 71 72 73 74 75 76 77
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Alemanha Argentina Holanda Colômbia Bélgica Uruguai Brasil Espanha Suíça França Portugal Chile Grécia Itália EUA Costa Rica Croácia México Bósnia e Herzegovina Inglaterra Equador Ucrânia Rússia Argélia Costa do Marfim Dinamarca Escócia Romênia Suécia Venezuela Sérvia Turquia Panamá Nigéria República Tcheca Egito Eslovênia Hungria Gana Honduras Armênia Tunísia Áustria País de Gales Japão Eslováquia Islândia Paraguai Irã Montenegro Guiné Uzbequistão Noruega Camarões Finlândia Coreia do Sul Jordânia Burkina Fasso Peru Mali Polônia Senegal Líbia Serra Leoa Emirados Árabes Unidos África do Sul Albânia Israel Omã República da Irlanda Bolívia Bulgária Azerbaijão Macedônia Cabo Verde Austrália Zâmbia
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→ http://pt.fifa.com/worldranking/index.html
Movimento no ranking Pontos
1 3 12 4 6 1 -4 -7 -3 7
1724 1606 1496 1492 1401 1330 1241 1229 1216 1202
-7 2 -1 -5 -2 12 1 2 2 -10 5 -6 -4 -2 -2 -3 0 1 3 10 -1 3 -2 10 -1 0 -12 9 -1 -7 -3 6 -1 -3 1 3 5 2 -6 1 1 7 2 3 6 1 6 2 -14 -3 8 12 1 -10 7 -1 -1 8 10 0 -4 6 10 6 -36 -14 -1
1148 1098 1091 1056 989 986 955 930 917 911 901 898 897 872 850 807 734 733 724 720 717 714 684 664 646 645 644 642 642 637 635 621 614 606 604 588 570 566 563 559 555 523 520 520 508 501 500 495 487 483 478 476 471 469 466 450 444 444 443 440 429 425 410 406 401 397 396
Pos.
02 / 2014
03 / 2014
04 / 2014
05 / 2014
06 / 2014
07 / 2014
1 -41 -83 -125 -167 -209
78 79 79 81 82 83 84 85 86 87 88 89 89 91 92 93 94 95 96 96 98 99 99 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 115 117 118 119 120 121 121 123 124 125 126 127 128 129 129 131 131 133 134 135 136 136 138 139 140 140 142 143 144
Liderança
Quem mais cresceu
Arábia Saudita Marrocos Angola Bielorrússia Congo Jamaica Trinidad e Tobago Palestina Catar Uganda Togo Irlanda do Norte Iraque Benin Estônia Gabão China Quênia RD do Congo Geórgia Zimbábue Botsuana Níger Nova Zelândia Moldávia Letônia Lituânia Bahrein Tanzânia Kuwait Luxemburgo Ruanda Etiópia Guiné Equatorial Namíbia Haiti Moçambique Sudão Libéria República Centro-Africana Canadá Líbano Cuba Malaui El Salvador Aruba Tadjiquistão República Dominicana Burundi Cazaquistão Filipinas Afeganistão Vietnã Lesoto Suriname Mauritânia Guatemala São Vicente e Granadinas Nova Caledônia Guiné-Bissau Santa Lúcia Chipre Turcomenistão Chade Granada Madagascar Quirguistão
12 -2 14 1 3 -2 -13 9 14 -1 0 1 15 -4 6 -4 9 13 -12 0 1 -7 13 -4 -1 6 2 5 7 8 11 7 -3 -9 2 -40 4 5 1 -12 -8 6 -25 1 -53 -3 2 6 2 -3 1 1 -6 8 5 4 -7 -2 4 -2 -1 3 3 -6 2 1 5
Quem mais caiu
384 377 377 376 375 373 369 362 361 358 357 356 356 354 345 344 342 339 338 338 334 332 332 330 325 314 312 288 287 281 278 276 273 270 264 262 257 256 256 253 250 249 245 234 234 233 232 230 222 220 218 217 217 213 213 208 204 203 199 199 195 193 183 183 182 179 176
145 146 147 148 149 150 151 151 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 167 169 170 171 172 173 174 175 175 177 178 178 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 190 192 192 192 192 196 197 198 199 200 200 202 203 204 205 206 207 208 208
Maldivas Síria Coreia do Norte Gâmbia Antígua e Barbuda Malta Malásia Índia Indonésia Cingapura Guiana Porto Rico Tailândia São Cristóvão e Névis Suazilândia Mianmar Belize Hong Kong Bangladesh Nepal Paquistão Montserrat Liechtenstein Dominica Barbados Laos Taiti Comores Bermudas Guam Nicarágua Ilhas Salomão São Tomé e Príncipe Sri Lanka China Taipei Iêmen Turcas e Caícos Seychelles Curacao Ilhas Faroe Ilhas Maurício Sudão do Sul Vanuatu Fiji Mongólia Ilhas Virgens Americanas Samoa Bahamas Brunei Timor-Leste Tonga Ilhas Cayman Samoa Americana Andorra Papua-Nova Guiné Camboja Ilhas Virgens Britânicas Eritreia Somália Macau Djibuti Ilhas Cook Anguila Butão San Marino
2 -6 -1 0 2 -18 2 3 4 1 1 2 -8 2 14 -1 -9 1 4 0 -1 0 -5 2 1 -2 -10 2 2 4 1 5 -5 1 -2 3 26 -1 -1 -13 -1 -1 3 0 -2 5 -1 -6 0 0 0 0 1 2 -3 -10 -2 -1 -1 -2 -1 -1 -1 -1 -1
171 169 163 161 152 146 144 144 141 140 136 134 128 124 123 122 117 114 103 102 100 99 93 93 92 87 85 84 83 79 78 78 72 71 71 70 66 64 63 61 56 43 38 31 29 28 28 26 26 26 26 21 18 16 14 13 13 11 8 7 6 5 1 0 0
O SOM DO FUTEBOL
O OBJETO
Perikles Monioudis
A
Espírito anticomercial Hanspeter Kuenzler
Ainda teremos de amargar quatro anos até a próxima edição da Copa do Mundo da FIFA. E isso é motivo bastante para que busquemos o consolo nas canções “não o ficiais” do futebol.
Sion Ap Tomos
A
pesar da melodia marcante, o single “The Official Colourbox World Cup Theme” nunca conseguiu ultrapassar as fronteiras da cena britânica da música alternativa. A própria piada com o título – é óbvio que não se trata de uma canção oficial da FIFA, mas sim de um single “oficial” do grupo Colourbox – já deixa bem claro que a intenção aqui não é vender o maior número de discos possível. A banda era composta pelos irmãos Martyn e Steven Young, juntos da vocalista Lorita Grahame. Anos antes de o techno invadir as pistas, o Colourbox experimentava, em um sombrio apartamento no porão de um edifício em Maida Vale, em Londres, com instrumentos eletrônicos e o recurso dos samplers, tão comum ao hip-hop. Assim, criou um som que não era nem um krautrock no estilo do Kraftwerk, nem um disco à la Giorgio Moroder. Na verdade, a mescla unia muito mais a batida do reggae com as melodias grudentas da soul music, humor britânico e o clima dos faroestes spaghetti.
O grupo lançou apenas um álbum, que alcançou o 67º lugar nas paradas de sucesso. Em 1986, “The Official Colourbox World Cup Theme” apareceu logo antes do Mundial do México. Adeptos do caráter anticomercial que dominava a cena musical alternativa, a banda lançaria um segundo single no mesmo dia, arruinando as chances de sucesso de ambos os compactos. A própria capa do single em homenagem à Copa do Mundo já denota classe: o retrato dos jogadores ingleses Jimmy Hill (na frente) e Bobby Robson (verso) em um uniforme clássico dos anos 1960. A faixa tem um instrumental elegante e incrivelmente eletrizante acompanhado por grunhidos intermitentes que fazem as vezes dos vocais. Pouco tempo depois, o Colourbox se juntou ao grupo A.R.Kane para levar, sob o nome de M/A/R/R/S, os experimentos com os samplers às últimas consequências. A fusão resultou na pioneira “Pump Out the Volume”, sucesso em todo o planeta. Os integrantes, contudo, odiaram o sucesso. E, desde então, nunca mais gravaram discos. Æ
grama abençoada. Todo fanático por futebol sabe que ela existe. Não em qualquer lugar, mas apenas por onde a bola rolou, por gerações e gerações de ídolos, servindo de palco para gols e títulos inesquecíveis. Assim, a grama é abençoada apenas se tiver sido usada pelos maiores. Os torcedores se lembrarão, sem dúvidas, do gramado do Wembley em Londres, ou daquela relva tão querida na terra dos pentacampeões mundiais: o abençoado gramado do Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro. Em 1950, Brasil e Uruguai disputaram a final da Copa do Mundo da FIFA no recém-inaugurado Maracanã. No fim, quem levou a melhor foi a Celeste. Sessenta e quatro anos depois, o estádio dos estádios foi palco de mais uma final de Copa. Mas, dessa vez, sem a Seleção, desclassificada antes da grande decisão. Em 2014, os alemães triunfaram sobre o abençoado gramado do Maracanã. Agora, aquele tapete verde ficou mais especial ainda, tendo vivenciado outra grande final, sendo mais uma vez parte da história do futebol e se tornando, para ser mais preciso, um mito verídico do esporte. Falta pouco para que um pedaço abençoado de grama seja exposto no Museu da FIFA, em Zurique. Mas como transportar um bloco de grama sobre o Atlântico até o coração da Europa, no Lago de Zurique? Para isso, uma caixa de madeira deverá servir de recipiente (ver imagem acima). Em comparação com o conteúdo, ela não é abençoada, mas tem a honra de proteger a grama abençoada. E, com isso, vem a garantia de um lugar no arquivo do Museu da FIFA. Å
T H E F I FA W E E K LY
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Only eight countries have ever lifted the FIFA World Cup Trophy.
Yet over 200 have been winners with FIFA. As an organisation with 209 member associations, our responsibilities do not end with the FIFA World Cup™, but extend to safeguarding the Laws of the Game, developing football around the world and bringing hope to those less privileged. Our Football for Hope Centres are one example of how we use the global power of football to build a better future. www.FIFA.com/aboutfifa
PON T O DE INFLE X ÃO
Nome Abdel Moneim Hussein Data e local de nascimento 7 de julho de 1956, Cartum (Sudão) Posição Volante Conquistas como jogador 8 vezes campeão egípcio, 2 vezes campeão da Copa do Egito Conquistas como treinador (principais) 2 vezes campeão egípcio, Campeão da Liga dos Campeões da África
“Ser expulso da faculdade foi o trampolim para minha ascensão” O sudanês Abdel Monein Hussein é um ícone do futebol africano. E ele deve isso indiretamente ao cartão vermelho que recebeu na universidade.
Getty Images
N
o mundo do futebol sou conhecido pelo apelido de “Shatta”. É uma palavra árabe que significa “pimenta picante”. Sou chamado assim desde criança porque nunca conseguia me sentar calmamente e era cheio de energia. E a minha carreira também se deveu a essa vitalidade. Porque ela me impulsionou continuamente a investir mais comprometimento e esforço do que a maioria dos meus colegas da mesma idade. Cresci com seis irmãs e seis irmãos no Sudão. Nessas condições, aprendemos automaticamente a usar os cotovelos para abrir caminho. Quando criança, o futebol era apenas um passatempo para mim. Eu jogava nas ruas com colegas. E gastava mais energia e tempo na minha formação escolar. Eu queria a qualquer custo ser engenheiro e consegui uma vaga para
estudar na Universidade de Cartum. E não foi nada fácil conseguir porque apenas 20 estudantes recebiam esse privilégio por ano. Paralelamente aos meus estudos, continuei jogando futebol pelo clube local Al Tharir e pela equipe da universidade. Em 1972, vencemos de modo surpreendente a prestigiada Copa das Universidades do continente africano. Fui artilheiro da competição e fui eleito o melhor jogador. Esse acontecimento acabou sendo uma grande hora da virada na minha vida — mas não da forma como eu tinha imaginado. Quando retornamos a Cartum, fui expulso da faculdade — e a explicação foi que eu havia faltado no curso por três semanas sem justificativa. Inicialmente, foi um choque, mas pensando bem preciso ser grato à diretoria pela expulsão. Afinal, ela abriu para mim as portas do grande
mundo do futebol. Graças às minhas atuações havia vários grandes clubes africanos interessados em mim. Acabei optando pelo clube egípcio Al Ahly. Quem não conhece o futebol egípcio não pode compreender direito a grandeza deste clube. Os dérbis contra o Zamalek estão entre os mais emocionantes que o futebol internacional tem a oferecer — com uma torcida de 120.000 torcedores no Estádio Internacional do Cairo. Depois da minha aposentadoria como jogador, fui treinador do Al Ahly. Mas a segunda grande hora da virada para mim foi a minha contratação para ser diretor técnico da Confederação Africana de Futebol. Nessa função, acompanhei o desempenho dos africanos no Brasil com muito interesse. O fato de duas das nossas seleções terem se classificado pela primeira vez para as oitavas de final foi um sucesso. Mas poderiam ter sido mais. O futebol africano tem o talento e a inspiração para grandes conquistas. Mas ele precisa de uma base administrativa e organizacional mais sólida. O caminho até lá só pode levar a mais competitividade e concorrência: tanto na África quanto em uma proporção intercontinental. Por isso, espero que a África algum dia receba mais de cinco vagas na Copa do Mundo. Afinal, temos o mesmo número de membros que a UEFA. Å Redigido por Thomas Renggli
Personalidades do futebol relembram um momento marcante da sua vida. T H E F I FA W E E K LY
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QUI Z DA C OPA DO MUNDO DA F IFA
O que é o que é, uma camisa da Copa do Mundo, um sósia de Alfredo e...
1
Presidente: Joseph S. Blatter Secretário-geral: Jérôme Valcke
O craque defendeu três seleções, a última delas a Espanha. Ele ficou de fora da Copa do Mundo 1962 devido a uma contusão. Muitos anos depois, defendeu um dos dois mais importantes clubes espanhóis, enquanto o clube rival também queria contar com o seu futebol. E foi nesta cidade que ele faleceu. De quem estamos falando?
Diretor de comunicação e relações públicas: Walter De Gregorio
T Raymond R Ferenc P Fritz K Laszlo
Redator-chefe: Perikles Monioudis Redação: Thomas Renggli (autor), Alan Schweingruber, Sarah Steiner Direção de arte: Catharina Clajus Editor de fotografia: Peggy Knotz
2
Produção: Hans-Peter Frei
A O E I
Layout: Richie Krönert (coordenação), Marianne Bolliger-Crittin, Susanne Egli, Mirijam Ziegler Revisão: Nena Morf, Kristina Rotach
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Equipe regular: Sérgio Xavier Filho, Luigi Garlando, Sven Goldmann, Hanspeter Kuenzler, Jordi Punti, David Winner, Roland Zorn
Secretária de redação: Honey Thaljieh 4
3 ou menos exatamente 5 exatamente 6 7 ou mais
De que é este prêmio?
C L N R
Equipe especial para esta edição: Andreas Jaros, Alissa Rosskopf, Andrew Warshaw, Andreas Wilhelm
Gerência de projeto: Bernd Fisa, Christian Schaub
Em quantas partidas da Copa do Mundo vimos esta camisa?
Craque do Jogo Chuteira de Ouro Fair Play Terceiro colocado da Copa do Mundo 2014
Quem marcou mais gols na Copa do Mundo – os jogadores retratados de clubes ingleses, os do time espanhol, o trio ou o pai dos filhos? (Sem contar disputas de pênaltis)
Traduções: Sportstranslations Limited www.sportstranslations.com Impressão: Zofinger Tagblatt AG www.ztonline.ch
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Contato: feedback-theweekly@fifa.org A reimpressão de fotos e artigos da The FIFA Weekly, ainda que apenas de excertos, só é permitida com a autorização da redação e fazendo referência à fonte (The FIFA Weekly, © FIFA 2014). A redação não tem a obrigação de publicar textos e fotos que nos sejam enviados sem solicitação. A FIFA e o logotipo da FIFA são marcas registradas. Produzido e publicado na Suíça. As opiniões publicadas na The FIFA Weekly não necessaria mente correspondem aos pontos de vista da FIFA.
A solução do Quiz da semana passada foi: SEPP Explicação em detalhes em www.fifa.com/theweekly Inspiração e motivação: cus
Envie a sua solução até 23 de julho de 2014 para o email feedback-theweekly@fifa.org Os leitores que enviarem as soluções corretas para todos os quizes publicados a partir de 13 de junho de 2014 concorrem, em janeiro de 2015, a uma viagem com um acompanhante para a cerimônia da Bola de Ouro FIFA, que acontecerá no dia 12 de janeiro de 2015. Antes de enviarem as suas respostas, os participantes devem ler e aceitar as condições de participação e as regras do concurso, que podem ser vistas em pt.fifa.com/mm/document/af-magazine/fifaweekly/02/20/51/99/pt_rules_20140613_portuguese_portuguese.pdf T H E F I FA W E E K LY
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P E R G U N T E À F I F A W E E K LY
ENQUETE DA SEMANA
Copa do Mundo da FIFA 2014: Qual estilo de futebol mais agradou a você?
A Alemanha teve em campo sete jogadores do Bayern de Munique na final. Foi um recorde? Ines Mares, Turim Não. Na final de quatro anos atrás, o Barcelona teve seis jogadores na escalação da seleção espanhola: Piqué, Puyol, Busquets, Iniesta, Xavi e Pedro. Mas no total havia sete catalães no elenco que disputou a África do Sul 2010 — exatamente igual ao número de representantes do Bayern no atual selecionado germânico. O técnico alemão Joachim Löw colocou todos em campo com a entrada de Mario Götze no decorrer da partida. Mas o recorde aconteceu há 64 anos. No jogo decisivo de 1950, havia nove jogadores do Peñarol na seleção uruguaia: Máspoli, Varela, Ghiggia, Miguez, Schiaffino, Britos, González, Ortuño e Vidal. Com isso, quase todo o time do Peñarol se sagrou campeão mundial! (thr)
A campeã Alemanha impressionou os torcedores no Brasil com um futebol moderno. Mas também Costa Rica, Nigéria e Holanda apresentaram um futebol vistoso. Qual estilo mais agradou a você? Dê a sua opinião em www.fifa.com/newscentre
R E S U LTA D O DA Ú LT I M A S E M A N A Qual seleção irá vencer o Prêmio FIFA Fair Play? (Colômbia ganhou o prêmio.) 48% 31%
Colômbia Suíça
12%
Outra equipe
6%
Nigéria
3%
Argentina
A SEMANA EM NÚMEROS
quilômetros foi o que percorreu o norte-americano Michael Bradley, de 26 anos, na partida entre Estados Unidos e Bélgica pelas oitavas de final. Com isso, o meia foi quem correu a maior distância média durante a Copa do Mundo no Brasil. Para Bradley, que interpretou literalmente a alcunha de trabalhador incansável, esse foi o seu segundo Mundial.
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foi a porcentagem de passes certos na partida entre Itália e Inglaterra. Essa alta média na Copa do Mundo da FIFA 2014 é mais impressionante ainda se considerarmos que o embate entre as duas campeãs mundiais foi realizado em pleno clima equatorial de Manaus. E a Itália levou a melhor, com uma vitória por 2 a 1.
impressionantes quilômetros por hora foram medidos em uma arrancada de Júnior Díaz, durante a Copa do Mundo da FIFA 2014. No Mundial do Brasil, ninguém correu mais rápido que o lateral da Costa Rica. Aos 30 anos, Díaz disputa o Campeonato Alemão desde 2012 com a camisa do Mainz.
Getty Images
16,69
33,8