o 25 de Abril desencadeia uma nova fase da luta pelo direito à habitação marcada, fundamentalmente, pela poderosa iniciativa dos moradores dos bairros pobres que se organizaram e levaram a cabo processos reivindicativos e ações sucessivamente mais agressivas que o então desarticulado aparelho de estado dificilmente podia conter. é assim que, em agosto de 1974, por despacho do ministro da administração interna e do então secretário de estado da habitação e urbanismo, arquiteto nuno portas surge o SAAL. segundo o despacho, o saal seria um “corpo técnico especializado que numa primeira fase experimental e em face das graves carências habitacionais designadamente nas principais aglomerações, aliadas às dificuldades em fazer arrancar programas de construção convencional a curto prazo e se destinava a apoiar, através das câmaras municipais, as iniciativas de populações mal alojadas”
„nós somos a mão do povo‟ álvaro
siza
malagueira, évora
teoria + planeamento = democracia; o papel do estado na habitação social: que avaliação; projeto urbano: proximidade informada pela multidisciplinaridade; o poder das pessoas; direito à habitação/direito à qualidade de vida; reconhecimento internacional; vida urbana: os bairros e a sua evolução.
JORGE MARIO JÁUREGUI
modos de intervenção urbana :
urbanismo defensivo - ações de salvaguarda do patrimônio histórico e natural; urbanismo de requalificação - "recompor" a cidade através de ações requalificadoras; urbanismo estratégico - ações em poucos pontos ou áreas de intervenção, tentando interpretar as forças e as lógicas que transformam o território buscando "canalizá-las" ; urbanismo de articulação do físico com o social - aspetos multiplicadores das ações urbanas tendentes a "costurar" o território da cidade, combatendo a segregação urbanístico-social. configurando espaço público e introduzindo serviços, instalações para a geração de trabalho e renda, equipamentos culturais e desportivos, conectando os tecidos formal e informal da cidade. articula o físico (urbanístico-ambientalinfraestrutural) com o social (cultural-económico-existencial) e o ecológico (ecologia ambiental, social e do meio ambiente) em duas perspetivas, uma estratégica (plano ideal), e outra tática (plano de intervenção). os projetos de escala urbana procuram introduzir valências através de intervenções e modificações na infra-estrutura, na composição de uma paisagem esteticamente elaborada e mediante a qualificação dos equipamentos do espaço público. estes projetos têm por objetivo produzir o que poderíamos chamar de "excitação urbanística", através de uma posta em evidência das qualidades, das potencialidades e do nível de integração desejado para o espaço urbano.
desde um ponto de vista mais particularizado, podemos ler as intervenções aqui apresentadas, realizadas dentro do programa de urbanização de favelas de rio de janeiro, FAVELA-BAIRRO, como a elaboração de projetos cujo sentido estratégico consiste em quebrar a cisão da "cidade partida" entre o asfalto e o morro, entre formal e informal, mediante a criação e desenho de espaços e âmbitos de uso público, dotados dos atributos da urbanidade (qualificação formal e espacial, equipamentos, serviços e conectividade). urbanizar favelas implica sobre tudo pensar o urbanismo e a arquitetura na sua função de serviço social capaz de permitir o acesso à cidadania, ao tornar possível que a melhoria da qualidade dos espaços da vida cotidiana influencie positivamente na autoestima do cidadão. neste sentido é de grande relevância a criação de um espaço público articulador, conectivo, capaz de reforçar as centralidades existentes e propor novos centros de convivência, com valor simbólico, estruturados com base nas atividades e formas de convívio e intercâmbio que as diversas comunidades apresentam, buscando potencializá-los e aumentar sua escala. o objetivo é introduzir uma "semente de urbanidade" no coração de cada comunidade, capaz de "contaminar" positivamente o tecido físico e social. isto é feito a partir da identificação das carências, das potencialidades e da caracterização da estrutura do funcionamento de cada enclave, num diálogo permanente com os múltiplos interlocutores e principalmente, com os próprios moradores, que são os que aprovam cada projeto em assembleia pública na favela.
favela rocinha
favela salgueiro
favela campinho
favela fubá
partindo do reconhecimento do tipo e da intensidade das relações de convivialidade existentes, cada projeto busca reforçar o poder de congregação dos lugares já constituídos, ampliando-os e redignificando-os através da introdução de novos equipamentos e edificações para prestação de serviços sociais, tais como centros de vida comunitária.
os edifícios arquitetónicos projetados cumprem neste contexto um papel fundamental; são as marcas visíveis de uma nova "aura" do lugar, no sentido que representam a conquista do direito à arquitetura e aos serviços dos quais são portadores.
campinho - pouso
campinho - kindergarden
macacos - habitação
manguinhos la rambla small scale, big change
favela
BIBLIOTECA PÚBLICA DE MANGUINHOS
continuidade histórica e tecnologia de ponta
é necessário implementar programas de incentivo à leitura em escala metropolitana, tanto do lado do poder público através da incorporação de equipamentos de prestígio nas periferias das metrópoles, quanto através de doações de magnitude da iniciativa privada. bibliotecas não fechadas em si mesmas senão abertas ao entorno, através de jardins, praças ou parques. bibliotecas concebidas como programas sociais capazes de reunir jovens, adultos, idosos e famílias. no brasil é fundamental intensificar significativamente a relação da população com as bibliotecas.
antiga divisão de armamentos do exército
small scale, big change: new architectures of social engagement
inner city arts
1993–2008 los angeles, california michael maltzan architecture
the campus was developed in three phases between 1993 and 2008, driven by the success and growth of the program.
maltzan‟s plan allows for extreme flexibility. while the campus is fairly compact, pivoting partitions, multiuse spaces, and roll-up doors allow for the quick adaptation of space to fit the institution’s needs, which shift throughout the day. the courtyard is a central element for gathering and circulation; all the buildings are oriented toward it.
cuts and setbacks along the campus perimeter create an exterior that is connected with its surroundings, not sealed off from them. in the interior of the complex, there are accordant private spaces for developing art projects and public areas in which to share, perform, and interact.
transformation of tour bois-le-prête
2006–11 paris, frédéric druot, anne lacaton, jean philippe vassal
the architects‟ strategies of improvement and expansion are not only more economical and more environmentally friendly than demolition, but they also benefit apartment residents, who, when displaced by demolition in paris, have been offered apartments up to fifteen percent smaller than those vacated. with its layered balconies and winter gardens, the new structure lets more light enter the apartments and common spaces and also acts as a thermal buffer, filtering the sunlight and providing insulation, which reduces cooling and heating costs. the architects also constructed a full-sized model unit, giving residents a chance to visit and better understand the expansion process.
Lacaton and Vassal have studied the benefits of adapting problematic existing structures instead of demolishing and reconstructing them. Their method is based on increasing light and communal space and other improvements that will raise the quality of life for residents without displacing them.
Lacaton and Vassal teamed up with Druot for the transformation of Tour Bois-lePrêtre. The tower, built in 1961, was renovated once previously, in 1990. It is sixteen stories tall and contains ninety-six apartments
Druot, Lacaton, and Vassal‟s expansion plan is based on so-called dry construction, a minimally disruptive process during which residents may continue to live in their apartments. Construction is occurring in three phases: first the building‟s original skin is stripped away; then prefabricated additions (winter gardens and balconies) are plugged in to the building‟s exterior; lastly, the original external wall is removed and changes are made to individual apartments.
A visit to the apartment reveals a real diversity of appropiation, warm and personalized interiors, which contrast with the towers‟ external image and show how attached the inhabitants are to their dwellings.
Our reflection on the transformation of the tower is based on the existing building. The objective is to discumber and free up each apartment, give it light and air, give it more generous living areas, without modifying the existing structural organization. The work will be done on an occupied site.
the project proposes enlarging the apartments throughout the creations of new flooring on the entiring perihery of the tower. this is will make it possible to enlarge the living rooms, create winter gardens and continuous balconies and improve confort, natural light and the views in the apartments, or add a room or two to change the configuration.
o “agt – A GENTE TRANSFORMA – parque santo antónio com suvinil ao vivo” é um projeto colaborativo que faz uso das cores para despertar a criatividade e realizar mudanças dentro de uma comunidade, elevando a sua auto-estima e colocando o poder de transformação nas mãos dos moradores. concebido por marcelo rosenbaum, o arquiteto propõe a mudança por meio da inclusão social, da arte, da educação, da inclusão digital e da transformação do espaço. desde janeiro de 2010, empresas, instituições parceiras e uma equipe multidisciplinar (formada por profissionais nas áreas de arquitetura, design, comunicação, jornalismo, produção, fotografia, vídeo e serviços de propriedade intelectual) estão envolvidos no desenvolvimento de ações que culminaram na semana da mão na massa comunitária em que aconteceu o milagre da transformação.
SYNAGOGUE LJG seARCH
community centre annex synagogue progressive jewish congregation of amsterdam
the widespread existence of the jewish community and the unstable relationship between judaism and other religions have hindered the evolution of a recognised architectural style. this contrasts with the development of a very confident jewish identity.
GIANCARLO MAZZANTI
VALOR FINAL DA ARQUITECTURA – INCLUSÃO SOCIAL estratégias:
- multiplicar e expandir o programa do edifício, desenvolver condições ao nível do programa, diferentes funções em diferentes momentos
- como a comunidade se “apodera” do edifício, orgulho e pertença, edifício como símbolo da transformação da cidade
- transparência e intercambio, relações visuais e reais interior-exterior, uso público
- novas relações natureza<->cultura, ambientes, + alem dos usos humanos
- arquitetura aberta, adaptável a diferentes condições, que possa crescer no tempo
- um modelo aplicado a diferentes contextos, sustentabilidade – baixos custos
- trabalhar com a comunidade - desenvolvimento
GIANCARLO MAZZANTI . TIMAYUI KINDERGARTEN
three prefabricated classrooms are positioned like the petals of a flower to enclose a courtyard, and these groupings can be linked in various configurations and extended as far as the site permits. the architect has been developing and refining this concept over several years, and the timayui kindergarten is his twelfth school, following el porvenir in bogotá. timayui is a poor rural community located at the edge of santa marta, a city on the coast of the caribbean two hours‟ drive from cartagena. the municipality joined with the carulla foundation in commissioning this school and three variations on the same theme in other peripheral settlements.
„the greatest need in the design of kindergartens is to provide neutral spaces that children can transform in their imaginations,‟ says mazzanti, whose threeyear-old has corroborated his research. „equally essential are small patios, corners, and interstitial spaces where kids can gather to play. the school itself is a learning mechanism.‟
it is also a response to culture and site. in contrast to el porvenir, which serves a tough but rooted urban neighborhood, timayui is a newly-formed settlement of families fleeing violence in the countryside and it has no infrastructure. the mayor‟s goal is to improve the educational and nutritional standards in these fledgling communities, starting with the youngest children.
the school is surrounded by a palisade that resembles traditional indian farm fences. a garden provides fresh vegetables and serves as another teaching tool.
mazzanti‟s system of prefabricated modules speeds construction and holds down construction cost to about £280 per square metre. here he has added pitched lanterns to the basic cubes, creating a cluster of pyramids that echo the nearby mountains.
deep-set skylights modulate the tropical sun and serve as heat chimneys. the load-bearing panels of thrown concrete have a high thermal efficiency and are clad in speckled ceramic resembling local rocks to reduce maintenance. its north-south orientation maximizes natural lighting and ventilation; while rain and wastewater are recycled. the climate on this coastal strip is hot and dry with brief downpours for only four months a year so there is little need to cover the play spaces.
PARKHILL SHEFFIELD
to its detractors, it represents what went wrong with social housing in britain since the second world war. for it to succeed as a re-made community and a re-made place the image of PARK HILL needed to change. whilst the form, massing and structure of the building remains relatively unchanged a refresh of the elevation treatment elicits the tangible impact of the buildingʼs transformation needed to challenge the buildingʼs social stigma, through ongoing dialogue and collaboration with english heritage and sheffield city councilʼs planning department.
the impermeability of the original estate and lack of vision for the public realm is one of the fundamental reasons why park hill didnʼt work. the original building sat crudely in the landscape. the vision for the redevelopment revolves around making park hill a special place, a proper place and a destination in its own right. one of the failures of the original scheme was the allocation of residential units at ground level, which proved problematic in generating activity and transparency along with a lack of definition of the public realm. in the refurbished scheme the ground level of the first phase (which rises from 1.5 to three storeys) is devoted entirely to commercial, retail, bar and restaurant uses. it is marked by a different elevation language of clear flush glazing to demarcate it from the residential units, ensuring a sense of transparency at the base of the building. the cut is positioned at the centre of this hub of commercial facilities, marking a new entrance to the park hill estate. new hard and soft landscaped terraces and earth forms negotiate the levels across the site providing a noble and dignified setting for the restored building, offering an opportunity for the residents, users and visitors of the building to enjoy the spectacular view and its intimate relationship to the adjacent park
earls court youth club . matthew lloyd architects
the earl‟s court youth club provides after-school and holiday care and activities to children aged 8-16, as well as night classes for local adults and is a valuable resource for disavanteged residents in a largely affluent borough. matthew lloyd architects were appointed to refurbish this late 1970‟s purpose-built youth club to increase disable access, to improve and rationalise internal spaces, and to make the entrance more visable and welcoming. the new design relocates the administrative spaces, previously hidden in the back basement, to the ground floor, placing them centrally within the façade. visibility and light have been maximised throughout, improving supervision as well as making the whole building much brighter. a light, open façade complements the newly achieved sense of spaciousness within. the doorway was extended to form a new double-height opening with a bright yellow threshold for which we used actual luminous roadworks paint. to add to the club‟s street presence, a new canopy is painted grey with a bright pink and apple green underside. the colours lend movement to the design.
apartment for a dancer and choreographer . cut architectures
rouded loft . a1 architects
