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MAGA Atelier Design com alma Os designers Jorge Mendes, Luís Alvoeiro e Carlos Guerreiro criaram o atelier MAGA no início de 2010. Depois de um percurso a trabalhar em alguns dos mais conceituados ateliers de design, os três profissionais decidiram que tinha chegado a altura de criar um atelier inspirado numa forma de fazer design que tanto defendem: design com alma
Texto: Filipe Gil Fotografia: Nuno Moreira
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Computer Arts(CA): Como e quando surgiu o atelier MAGA? Luís Alvoeiro (LA): O atelier, com este nome, surgiu exactamente no dia 1 de Janeiro de 2010. Somos amigos e colegas de longa data e sempre gostámos de trabalhar juntos. Em 2009 despedi-me de onde estava e comecei a trabalhar sozinho, principalmente a fazer capas de livros para a editora Leya, já com este projecto do atelier em embrião. O nome MAGA vem dos nossos apelidos: Mendes, Alvoeiro e Guerreiro Atelier. CA: Disse que já tinham trabalho juntos, onde? LA: Conheço o Carlos Guerreiro desde o 10º ano de escolaridade. Tivemos um atelier juntos, no final do curso. E estivemos todos juntos na Basement a fazer as coisas da Yorn. O José Mendes conheci-o na Novo Design. Depois, quando o Carlos Coelho e o Paulo Rocha saíram da Novo Design, estivemos em vários locais diferentes. Eu, por exemplo, estive na 37 Design, depois tive uma pequena empresa que fazia as coisas para a Lowe. O José Mendes foi para a Mola e depois foi para a Ivity, onde nos encontrámos todos de novo. Ainda hoje, tanto o Carlos (Guerreiro) como o José (Mendes) trabalham para a Ivity, mas em nome individual. CA: Então a partir de 1 de Janeiro de 2010 passaram a estar no mercado oficialmente como MAGA... LA: ...juntámos as coisas que tínhamos feito em conjunto em 2009, apesar de ainda não terem sido feitas com o nome MAGA, e
passámos a apresentar, sempre que necessário, o nosso portefólio. Dentro do meio, entre criativos e marketeers, foi relativamente fácil e rápido comunicar que estávamos juntos. Em 2010 investimos muito na qualidade e visibilidade do nosso trabalho. Actualmente, com o Facebook e as outras redes sociais é mais rápido e fácil chegarmos às pessoas. E depois houve uma peça muito importante para nós que foi a Agenda da M2. Com ela ganhámos dois prémios no Festival do Clube dos Criativos: ouro, na categoria de design gráfico generalizado e o prémio para a melhor peça de design. CA: Sentiram que foi um marco importante no vosso percurso como atelier? LA: Sim, sem dúvida. CA: Todos os criativos que querem formar um atelier de design têm, na generalidade, alguma dificuldade em chegar ao cliente e em fazer newbusiness, como é que vocês contornam essa situação? LA: Aos poucos as coisas têm vindo ter connosco. A partir do momento em que ganhámos os prémios do Clube dos Criativos tivemos a noção que não estávamos só a falar para os ex-colegas e amigos, começamos a aparecer nas entrevistas, no jornal Meios&Publicidade, na revista Marketeer, ou seja, nos meios de comunicação que são lidos pelos clientes. Mas tudo o que tem acontecido até ao momento tem a ver com o trabalho que fizemos no nosso passado profissional,
através das referências que têm dos nossos trabalhos e isso, no início, ajudou-nos a trabalhar com mais calma. Havia o conhecimento de que nos estávamos a lançar no mercado e alguns colegas, que prezamos muito, como o Jorge Silva, indicaram-nos a alguns clientes. No caso das agências de publicidade, fizemos algum contacto e acabámos a trabalhar para a Lowe, BAR e Grey. CA: E, actualmente, continuam a fazer trabalho para as agências de publicidade? LA: Neste momento não, tirando o trabalho que o José e o Carlos fazem para a Ivity, mas como disse anteriormente são trabalhos feitos em nome individual. CA: Falando um pouco sobre o vosso processo de criação, como é que trabalham? Criam em conjunto ou trabalham individualmente? LA: Em primeiro lugar reunimos os três com o cliente para recebermos o briefing e percebemos a génese do projecto. Depois, entre nós, organizamo-nos conforme a dimensão do projecto e com as valências de cada um. Há, por exemplo, projectos feitos a dois, com o terceiro elemento a opinar. Vamos partilhando os processos, por isso é que aqui, no atelier, trabalhamos fisicamente lado a lado, para irmos vendo os ecrãs dos computadores uns dos outros. No entanto, há alguns trabalhos que são mais pequenos e apenas um de nós chega para dar conta do recado. Quando há, por exemplo, projectos de identidade corporativa que requerem tanto uma parte técnica como
de investigação começamos os três por fazer algumas experiências e quando a coisa está encaminhada trabalhamos dois e o terceiro fica livre para fazer outras coisas. CA: Falou das várias valências que cada um de vós tem, gostava de saber quais são essas valências? LA: Isso é sempre algo difícil de generalizar… costumo brincar que eu sou a “mulher-a-dias do design” porque sou o mais arrumado e o mais germânico a fazer as coisas. Tenho muita dificuldade em encher as coisas com muita grafia, como costumamos dizer. Qualquer um deles (José Mendes e Carlos Guerreiro) é muito mais do ponto de vista visual sendo muito mais maximalistas do que eu. O José é muito estruturado a fazer os projectos de início ao fim, o Carlos (Guerreiro) é o mais artístico de nós todos, nesse sentido ele já podia ser um ícone do design - houve uma altura em que se falava apenas em dois designers em Portugal, o Ricardo Mealha e o Carlos Guerreiro. Depois temos valências técnicas diferentes, a fazer motion graphics, por exemplo, eu não faço, mas eles fazem-no mas de maneira diferente. De sublinhar que a forma como ordenamos o projecto pode levar-nos a recorrer a equipas de fora. Quando é necessário alguém para fazer planeamento estratégico ou copys, ou arquitectos ou designers de equipamento, colaboramos com pessoas com quem trabalhamos regularmente. Fazemos aquilo que no mercado é feito com algum “bluff” que é uma oferta de 360 graus, abrangendo vários campos de actuação. A verdade, sem “bluff”, é que os pequenos
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ateliers especializados nas suas áreas vão trabalhando em colaboração uns com outros, tendo em conta as suas especialidades. Recentemente, por exemplo, acabámos de fazer uma intervenção/ instalação/decoração numa unidade hoteleira de Lisboa, a “Lisbonnaire Appartments”, para a qual trabalhamos com um atelier de arquitectos que só fazem candeeiros, os Mood. São importantes estas sinergias que estamos a criar, pois assim temos os melhores a trabalhar connosco, ou pelo menos aqueles com quem trabalhamos melhor. E aí os ateliers podem crescer sem nenhum “bluff” processual, o cliente sabe quem está envolvido no projecto. Prestamos serviços de 360 graus, mas não criamos aquele “bluff” de que somos uma equipa de 20 pessoas. CA: E foi muito difícil passarem a ter a relação com o cliente, de discutir preços, de apresentar orçamentos, sem ter apenas a criatividade como preocupação? LA: Qualquer um de nós já tinha experiência de falar com o cliente. O José Mendes na Ivity trabalhava os projectos de maior responsabilidade e eu, como director criativo, tinha contacto com o cliente - embora não fosse muito a escola da Novo Design, que protegia muito os criativos do contacto com o cliente. Por isso há essa experiência. A parte de gestão, de conseguir orçamentar e de ter um business plan minimamente desenvolvido ao nosso tamanho não é muito complicado de ter, é uma questão de fazer contas às despesas e ao que se quer ganhar. Essa parte tenho eu
feito, aliás, eles até gozam comigo, que sou o designer do Excel, e claro depois ainda temos um contabilista... Carlos Guerreiro (CG): ...nós também vimos de uma geração em que os ateliers eram mais artesanais, em que o cliente está em contacto directo com o criativo. LA: ...sim, isso nota-se no nosso percurso, eu trabalhei com Henrique Cayatte e o Carlos no atelier Risco (de arquitectura), eram locais que tinham um frontman que tratava de tudo. A própria M2, que é a gráfica com quem mais trabalhamos, tem o dono, o senhor Martins, que trata de tudo, ele é que fala com os clientes, não tem comerciais sequer, é quem percebe mais do trabalho. Nós tentamos que isso se torne evidente, em vez de fazermos aquele jogo comercial, aquele “bluff” de marketeer, fazemos o contrário. Orçamentamos a nossa parte e caso existam outros ateliers envolvidos em determinado projecto, não colocamos percentagem. E esta é uma questão de manifesto, de uma necessidade de tornar o mercado mais leal e regrado, há vários ateliers que estão connosco nisto. Temos, obviamente, que contabilizar e valorizar as nossas horas criativas e como não vamos a concursos não temos tido necessidade de construir a conversa comercial... CG: ...não vamos a concursos nos moldes normais, no que é habitual falar-se actualmente nas agências de publicidade, com cinco ou sete agências a concurso. LA: Temos investido muito em trabalhos e acções de pessoas individuais, como o guia da Victória World Travel que são resultados de sonhos de pessoas e que seriam
01 Agenda comemorativa 20 anos da M2 02 Chápeu 03 Álbum Miss Lava
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02 01 Anúncio para M2
02 Biblioteca Lobo Antunes
03 MOOD Lamp Design & Lighting Concept
04 Logotipos
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impossíveis de realizar se trabalhassem com agências grandes, por uma questão de investimento.Trabalhamos nesse tipo de projectos de adjudicação directa pelos quais sabemos que vamos ser pagos o que nos permite ter orçamentos mais baixos e, ao mesmo tempo, fazermos aquilo que mais gostamos. Há também um dado importante na questão da gestão do atelier, nós não formámos empresa, apenas criámos a marca, o que é, por enquanto, mais proveitoso do ponto de vista fiscal. Assim, fizemos as coisas à nossa medida, deixando as coisas o mais simples possível, passamos recibos verdes, e é tudo uma questão de preço/hora. Fazemos aquilo a que apelidamos de “fair trade design”, o qual permite que as pessoas tenham acesso ao nosso trabalho a preços mais baratos. Uma das mensagens que gostava de passar sobre o nosso percurso, é o facto de que há muito que tínhamos esta vontade de montar o atelier, mas não nos foi possível fazê-lo antes. O momento certo foi agora, quando começámos a falar com algumas pessoas e começámos a perguntar se trabalhavam connosco. Há uma certa altura em que temos trabalho suficiente para mostrar ao mercado e temos nome suficiente para fazer as pessoas e os possíveis clientes pensarem e acreditarem em nós. CA: Todos sabemos como está a situação económica em Portugal, mas gostaria de saber, sendo vocês um atelier muito recente que montaram atelier nesta altura conturbada, como está a conjuntura a tratar-vos? LA: Sinto. que à escala que trabalhamos, não se coloca muito a conversa da crise.
Só consigo sentir a conjuntura na relação que temos com as agências de publicidade. Mas pode acontecer, como agora aconteceu no início do ano, quando tivemos uma série de projectos a arrancarem simultaneamente, quando é, supostamente, a pior altura do ano. Mas é apenas uma coincidência. Quanto mais formos conhecidos mais fácil será para nós em termos de crise, porque, quanto maior e melhor referenciados formos, mais segurança os clientes têm nós e no nosso trabalho, e em tempos de crise a confiança é muito necessária. De resto, em relação à crise, sentimo-la apenas nas nossas relações com as agências de publicidade. Dou o exemplo de uma agência com quem tínhamos uma avença e que, de uma forma bastante leal, nos indicou que não tinham certeza que podiam pagar e por isso parou o acordo a meio, ou seja, sente-se que as agências de publicidade estão com mais dificuldades. CA: Voltando a falar sobre o design: o que vos inspira quando trabalham? José Mendes (JM): A mim inspiram-me os processos, a vida, o que vejo na rua, nos transportes, o olhar para as coisas e ter ideias. Mas claro que há os nomes grandes do design que me inspiram, os clássicos estrangeiros, etc., mas para mim são muito mais importantes os Portugueses com quem trabalhei directamente. CG: O que me inspira? A vida, o dia-a-dia, como diz o José. Por um lado é aquilo que apreendes na rua e também há a parte mais intelectualizada, a arquitectura, as artes plásticas, o cinema, a literatura, mais do que o design em si. Tem a ver com a minha área de interesses. Vejo o design
como uma disciplina mais transversal. LA: De uma maneira consciente fomos unidos por uma maneira verdadeira de fazer as coisas e levamos isso muito a sério. Para nós é claro, que não somos um atelier da moda. Claro que podemos ter um período em que fazemos uma coisa e isso passe a ser trend, mas somos o contrário de um atelier da moda. E isso foi uma das coisas que ficou entendida das nossas primeiras conversas, tínhamos de fazer as coisas com alma e genuinamente. Sempre pensámos que poderíamos ter uma base nacional no nosso design, mas tudo o que gostamos, como as capas de livros do Sebastião Rodrigues, por exemplo, nos mostram que o importante é a forma genuína de trabalhar e não o resolver problemas apenas porque está na moda certa solução. Por exemplo, o nome chapéu, para a marca de estacionário que criámos juntamente com a M2 e os Alva, existe porque quando andávamos à procura do nome para a marca, pensámos no Senhor Martins, dono da gráfica M2, que é careca e que gosta de usar chapéu. Tinha que ser alguma coisa que fosse verdade no seio das coisas que conhecemos, algo que fosse genuíno. Por isso as nossas influências não são o design. CA: Na maior parte das vezes, sobretudo nos bons ateliers de design, conseguem-se identificar os autores ou mesmo em que atelier foi produzido certo trabalho. Acham que isso também acontece no vosso caso, é um trabalho fácil de identificar? LA: Nos ateliers mais conhecidos, que não são assim tantos, conseguimos identificar
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rapidamente de quem é o trabalho. Connosco, é provavél que também possa acontecer, mas tem mais a ver com o trabalho do José e do Carlos, embora eles tenham trabalhos bastante diferentes, são fortíssimos no que respeita à sua identidade. CA: E isso é positivo ou não? LA: Sempre que um trabalho é verdadeiro é positivo. No caso dos trabalhos do Jorge Silva ou dos Alva é positivo. Mas conheço alguns trabalhos em que não é assim tão positivo porque são pura e simplesmente tendenciosos, são trabalhos feitos pelos ateliers da moda. A moda é uma forma de não ter que pensar muito no assunto, atenção que isto não é para dizer mal de quem trabalha desta forma, porque a moda é também uma forma de vender rapidamente. Mas certos ateliers começam a aparecer porque há aceitação num determinado tipo de linguagem e usam-na porque está na moda. É uma maneira de trabalhar, mas não acho que seja uma maneira de fazer o trabalho com alma. No caso dos Alva, por exemplo, estão a fazer um trabalho tão forte na área da experimentação que existe uma ânsia de ver o trabalho deles na rua. O nosso atelier é mais abrangente e estaremos sempre preparados para responder a desafios muito diversos e muitas vezes mais comerciais. CA: A questão do design é ainda algo muito recente na sociedade portuguesa, os próprios meios de comunicação social começam só agora a estar mais atentos ao design. Qual a vossa opinião sobre a evolução do design em Portugal? LA: Portugal está diferente, nós passámos por essa fase de legitimação do design nacional. Aliás, na questão da criação de marcas, no branding, temos notado a grande diferença. Ainda nos lembramos da dificuldade que a Nova Design tinha em cobrar fees criativos. Na altura não valia
dinheiro, o que valia era a produção. E depois o design começou, de uma forma geral, a ter mais importância, principalmente no universo das marcas. CA: O design está na moda? LA: Sim, está na moda a marca. Mas também é fundamental que ainda o esteja... CG: ...mas no tipo de design que me interessa, que é o design como forma de pensamento cultural, esse ainda não está muito presente na nossa sociedade. Como forma de pensamento, como o pensamento da arquitectura e das artes plásticas ainda somos vistos como parente pobre. LA: Temos um discurso à volta da arte muito forte no nosso trabalho. Porque nós somos técnicos e trabalhamos em função de um determinado objectivo. Agora, quando criámos o nosso atelier, fizemos o contrário e começámos a relegar isso. Percebemos que as pessoas querem a nossa arte de fazer as coisas. Como tem havido muita evolução, - defeituosa a meu ver - no marketing em Portugal começaram-se a arranjar fórmulas de fazermos as coisas, muito iguais umas às outras. Nós, e aquilo que nos motiva em vir para aqui todas as manhãs é precisamente ter uma maneira nossa de fazer as coisas, uma maneira MAGA de fazer as coisas. Daí não irmos a concursos, ou seja se quiserem o nosso trabalho vêm ter connosco, senão ficam certamente bem servidos com outro colega qualquer. Temos a consciência de que a arte é muito importante para nós, mas também temos a consciência que criamos interfaces, com um percurso, um cliente final e uma resposta a dar. Mas queremos e trabalhamos para ter uma forma inteligente de criar esse interface. CG: Tenho uma visão muito sociológica das artes plásticas, e acredito que a legitimação das artes plásticas tem a ver com o facto de existir uma mecânica que envolve o marchand, o comprador,
o vendedor de materiais e o artista. Quando existe um grupo de pessoas que diz que certa coisa é arte, aquilo passa a ser arte. Mas tudo isso é uma mecânica, onde existe um cliente. CA: Actualmente, através das redes sociais e da Internet, temos troca de informação muito rápida. É possível dizer que num mundo tão globalizado, com tanta partilha existe design português, como existe, por exemplo, a catalogação de design holandês? CG: Acho que actualmente as coisas são mais transnacionais. Mesmo na Holanda, que é uma das três potências mundiais do design e que tem um património visual que nós não temos em Portugal. Na verdade o que é o design holandês? Muitas das coisas holandesas podiam ser inglesas ou americanas. LA: Penso que está a começar a haver um design português no sentido de começar a existir uma geração de pessoas que estão a aparecer e a fazer. O próprio Stefan Seigmeister, numa entrevista recente, disse que o design se está a mudar definitivamente para Portugal, ou seja, temos alguma atenção no que se faz por cá. Por outro lado, a resposta começa cada vez mais a ser não, não existe design português, porque essas fronteiras estão a desaparecer. Apesar de haver uma maneira japonesa de pensar, minimalista, ou tal como existe uma maneira revivalista e modernista de ver as coisas, muito mais germânica, quer na Suíça ou na Alemanha. Na verdade, a maneira de se trabalhar está a deixar de ter pátria e cada vez mais está a dar nas vistas quem trabalha as coisas com alma.