DOM

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Cecília Cavalieri França Ilustrações por Luiz Naveda



DOM Cecília Cavalieri França Ilustrações por Luiz Naveda

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Texto © Cecília Cavalieri França Ilustrações © Luiz Naveda Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. Cip-Brasil. Catalogação na Publicação Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ. F881d França, Cecília Cavalieri Dom / Cecília Cavalieri França ; ilustrações Luiz Naveda. - 1. ed. Belo Horizonte, MG : Fino Traço, 2013. 32 p. : il. (Tracinho ; 37) ISBN 978-85-8054-145-8 1. Ficção infantojuvenil brasileira. I. Naveda, Luiz. II. Título. III. Série. 13-05120 CDD: 028.5 CDU: 087.5 12/09/2013 13/09/2013 Produção e coordenação editorial Maíra Nassif, Raissa Baptista e Cláudia Rajão Revisão de textos Erick Ramalho Projeto gráfico e diagramação Raissa Baptista Fino Traço Editora Ltda. Av. do Contorno, 9317 A | Barro Preto Belo Horizonte - MG - Brasil Telefone: (31) 3212 - 9444 finotracoeditora.com.br

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Para quem souber ver com o coração

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- Dom? - Aqui em cima, Lia! - Chegou! Seu presente, Dom!

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Assim começou o dia em que descobri a mágica. Desci as escadas escorregando pelo corrimão, como sempre. A Lia até já se acostumou. Parou de dizer que é perigoso, de tanto eu explicar: “- Lia, escada é cheia de degraus. No corrimão é só deslizar”. Eu gosto mesmo é de subir a escada correndo e deslizar pelo corrimão, subir a escada correndo e deslizar pelo corrimão...

Eu nem arriscava dizer o quanto isso é divertido, porque você sabe como são os adultos: “preocupados”. Só porque eu não enxergo com os olhos, não quer dizer que eu não enxergue. Eu vejo com o corpo. Vejo com os ouvidos.

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- Você não vai abrir? - Calma, Lia! Quero imaginar o que é. Pelo tamanho da caixa... tão comprida... e fina... e pesada... - Deixe que eu ajude você a abrir.

- Lia?... - É, Dom. - Um teclado, Lia? - Um teclado, Dom. Só seu.

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Eu abracei o teclado. Eu abracei tanto a Lia. Abracei o teclado de novo. Eu quase chorei, mas n達o chorei.

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Desde o dia daquela apresentação lá na escola, em que os músicos deixaram a gente brincar no teclado, eu não pensava em outra coisa. Aquilo, para mim, era como mágica: eu encostava nas teclas e saíam sons de todo jeito: um, dois, muitos, poucos, todos, aqui, ali, mão direita, mão esquerda, as duas juntas... E fui percebendo que cada tecla produzia um som diferente do outro. Meus colegas apertavam as teclas sem esforço. Eu não: eu cuidava de apertá-las com atenção, porque tudo era fascinante para mim.

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“A escuridão é como o silêncio? Estrelas são sons? Então pensei em tocar estrelas.”

ISBN 978-85-8054-145-8

9 788580 541458


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