Helena Guimarães Campos
Viagem pelo
Rio São Francisco Ilustrações
Walter Lara
SĂŠrie Caminhos da Nossa Terra
Helena Guimarães Campos
Viagem pelo Rio São Francisco
Ilustrações
Walter Lara
Belo Horizonte 2012
texto © Helena Guimarães Campos ilustrações © Walter Lara Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora.
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C212v Campos, Helena Guimarães, 1964Viagem pelo Rio São Francisco / Helena Guimarães Campos; ilustrações Walter Lara. - Belo Horizonte, MG : Fino Traço, 2012. 88p. : il. (Caminhos da Nossa Terra. Tracinho ; 13) isbn 978-85-8054-061-1 1. Ficção infantojuvenil brasileira. I. Lara, Walter, 1952-. II. Título. III. Série. 12-2728. cdd: 028.5 cdu: 087.5 26.04.12 26.04.12
034865
Fino Traço Editora Ltda. Rua dos Caetés, 530 sala 1113 . Centro Belo Horizonte . MG . Brasil Telefax: (31) 3212 9444 www.finotracoeditora.com.br
À Zuleika, cujo coração barranqueiro me inspirou.
Sumário capítulo 1
A chegada ao São Francisco
9 capítulo 2
Um rio com história
20 capítulo 3
Histórias e família
31 capítulo 4
Rios de história
42 capítulo 5
Aventura no São Francisco
56 capítulo 6
Alma barranqueira
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Capítulo 1
A chegada ao São Francisco Marcos esperou na caminhonete, enquanto seu pai fechava a porteira da fazenda. Ser compreensivo, nessa hora, ajudava um pouco, mas não espantava a tristeza de seu coração. Alguém, em sã consciência, gostaria de passar um mês naquele fim de mundo? Se pelo menos seu pai pudesse ficar... Definitivamente, as férias inesquecíveis com as quais havia sonhado não eram exatamente assim! Fernando olhou para o filho, sentado no banco do passageiro. Tinha valor o garoto! Nenhuma reclamação de São Paulo até a fazenda, em Januária. E olha que eles viajavam há horas. Primeiro, o avião da capital paulista até a mineira. Depois, outro avião até Januária, no norte de Minas Gerais. E, por fim, mais uma hora de caminhonete até a fazenda. A entrada da fazenda não era lá grande coisa. Uma porteira velha, uma cerca de arame, algumas árvores antigas e uma placa de madeira onde se lia “Fazenda São Francisco”. Que falta de originalidade, pensou Marcos. Na cidade, vira pelo menos três estabelecimentos comerciais com aquele nome: Pensão São Francisco, Auto-Mecânica São Francisco e Restaurante São Francisco. Será que tudo naquele lugar lembrava o rio? Que diferença de São Paulo! O espírito cosmopolita e global da maior cidade brasileira, que reunia gente de todos os cantos do mundo, estava presente também nos nomes de suas empresas. Os 9
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nomes dos hotéis eram Blue Towers, Caesar Business, Comfort, Golden Park Plaza, Roxy... Oficinas mecânicas tinham nomes como Car Stop, Auto Center, Road, Power Plus... E restaurantes eram La Traviata, Sushi Teen, Bistrô Paris... Tudo indicava que a mesmice que assolava a imaginação dos comerciantes e fazendeiros poderia fazer de sua estada na fazenda, à beira do Rio São Francisco, uma monotonia só. Mas, que jeito?! O melhor a fazer era se resignar porque, como dizia o seu pai, o que não tem remédio, remediado está. Ele já era bem grandinho para saber que a situação era delicada e que ele precisava colaborar, sem preocupar os pais que já tinham muito com o que se ocupar. A espera fora longa. Um ano e dez meses. Esse era o tempo que o seu irmão caçula aguardava por um transplante de coração. Agora, tudo indicava que a doação do órgão aconteceria, porque o Luquinha era o próximo da fila e já havia um doador em vista. Para deixar seus pais mais livres no período da cirurgia e do pós-operatório, ele fora trazido para a fazenda do avô Raimundo, pai de seu pai. Seu avô era legal, mas eles mal tinham contato. Quantas vezes ele os visitara em São Paulo? Duas? Não, três. Mas, sempre visitas rápidas. Só uma vez ele ficara para dormir e, mesmo assim, uma noite só. De volta ao volante, Fernando puxou conversa: - Que bom voltar aqui. Faz uns dez anos que não venho à fazenda. Você devia ter uns três anos quando nós viemos passar as férias aqui. Eu me lembro que sua mãe estava grávida do Luquinha. Você se recorda da fazenda? — Não, pai. Eu era muito pequeno. 10
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— Mas, desta vez, você vai guardar muitas lembranças. Você não é mais criança e poderá fazer muitas coisas aqui. Além disso, um mês é tempo suficiente para você conhecer bem o lugar e as pessoas. A fazenda é grande. Tem muito o que ver. Mas o melhor, é claro, é o Rio São Francisco. Ele passa na parte de trás da fazenda. — A casa do Vô está longe? — A casa fica a uns seiscentos metros da porteira. Vê aquelas árvores? – apontou para um pequeno bosque no final da estrada de terra. — A casa fica escondida no meio delas. Como essa região é muito quente, as pessoas costumam plantar árvores perto das casas para fazer sombra e refrescar mais o ambiente. — Estou morrendo de fome. Será que o Vô está nos esperando para o almoço? — Pode ter certeza. Aposto que o prato principal é peixe. Aproveite este período para comer bastante peixe. Em São Paulo não comemos peixe com frequência porque é muito caro e, muitas vezes, só encontramos peixe congelado ou cheio de conservantes. Aqui, não. Você vai comer peixes frescos, pescados aqui mesmo na fazenda. Esmorecido pela fome, pelo calor escaldante com que não estava acostumado e pela perspectiva de viver o mais longo mês de sua vida, Marcos seguiu em silêncio. Enquanto estacionavam a caminhonete à sombra das árvores, pai e filho viram o velho de pé na varanda. Bom, velho era modo de dizer, porque apesar dos sessenta e três anos, o pai de Fernando era um homem alto, magro e vigoroso e que, em segundos, alcançava 11
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o carro, recepcionando sua família, com um largo sorriso no rosto. Marcos viu seu pai entregar-se a um forte e demorado abraço. Era saudade demais para matar. Saudade de um pai amoroso. Saudade da terra da infância e da juventude. Saudade da vida livre de preocupações. Assim, perdido nos braços protetores e carinhosos do pai, não parecia que eles não se viam há três anos, desde o último encontro em São Paulo. Como a vida pregava peças! Fernando jamais poderia imaginar que sua vida adulta fosse se apartar tanto daquela que levara em Januária. Até os sete anos de idade, ele morara na fazenda com os pais. Depois, a necessidade de estudar levara a família para a cidade, mas todo fim de semana era passado na fazenda. Quando era adolescente, viera a fase difícil. Num período de dois anos, sua mãe adoeceu e morreu. Poucos anos depois, já moço, deixou a cidade para estudar Belas Artes na capital mineira. Essa decisão causara estranhamento a todos, mas o apoio do pai lhe fora incondicional. Artista assim formado, graduado e pós-graduado, ali, ninguém nunca vira. Só artesão, gente simples que fazia maravilhas corriqueiras com madeira, barro, fios e fibras naturais, coisas tão belas e singelas como a vida da gente da terra. Depois de sua partida, seu pai voltara a morar na fazenda. Exposições, projetos, viagens, o ateliê e a carreira de professor na universidade paulistana o tinham afastado por longos anos de Januária. Depois, viera a doença do Luquinha e o vai-e-vem interminável aos hospitais. Não dava mesmo para deixar São Paulo. Porém, durante todo esse tempo, nunca ficara mais de um mês sem se comunicar com o pai. Primeiro, por carta − telefone era 12
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coisa recente. Há alguns anos, enviara ao pai um celular e mandara um técnico instalar uma grande antena receptora de sinais de telefonia. Só assim, pois telefone fixo, na fazenda, há décadas, era promessa para um futuro que nunca chegava. Depois do abraço que fez Fernando se sentir em casa, foi a vez de Marcos experimentar a sensação reconfortante dos braços do avô. Seu pai tinha razão. Ambos se pareciam um pouco com o avô. Os olhos, as sobrancelhas e o nariz eram tal e qual. Os cabelos é que eram muito diferentes. Os que restavam ao avô, eram completamente brancos e os de Fernando, muito lisos, eram castanhos claros. Já os seus cabelos, cacheados e pretos, ele herdara da mãe. Depois de pegarem a bagagem na caminhonete, caminharam em direção à casa. — Que bom que vocês chegaram. Fizeram boa viagem? – Raimundo perguntou ao filho. — Cansativa, mas boa – respondeu Fernando. — Os aeroportos estão caóticos. Tranquilo, mesmo, só o daqui. O tio Antônio foi muito atencioso. Ele nos esperou no aeroporto e me emprestou a caminhonete. À tarde, quando eu voltar para Belo Horizonte, ele vai me acompanhar novamente até o aeroporto. Espero que não haja atrasos, porque preciso estar em São Paulo amanhã, sem falta. — E a Carolina e o Luquinha? Estão no hospital? – indagou Raimundo. — Não, pai. Estão em casa. O hospital vai avisá-los assim que a doação for feita. Já está tudo arranjado. A varanda da casa era uma beleza! Espaçosa, ocupava toda a frente e uma lateral da casa. Havia uma rede, uma mesa com 14
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algumas cadeiras, bancos de madeira com encostos altos e várias plantas dependuradas nas vigas de madeira do telhado. Sobre o piso de cimento liso e encerado, que revelava o asseio na manu tenção da casa, estava deitado um cachorro grande e de pelagem escura. Parecia ser mestiço. Um pouco perdigueiro, um pouco pastor alemão. Era bonito. Ao ver seu dono ao lado de estranhos, não fez muito caso. Levantou-se, abanou o rabo e farejou os visitantes, ganhando alguns afagos na cabeça. Depois, foi se deitar novamente. — Pai, esse cachorro eu não conheço. Onde está a Tutuca? — Ela morreu, filho. De velhice. Tinha quase vinte anos. Esse aí é o Luão, neto dela. É um bom cachorro. Entrando na casa, Fernando gostou do que viu. Misturados aos antigos móveis e objetos da época de sua infância estavam as muitas obras que ele produzira e enviara para o pai, ao longo dos anos. Nelas, ficavam evidentes as suas origens barranqueiras. Toda a sua produção artística revelava aspectos da cultura do povo que vivia à beira do grande rio. Algumas obras tinham como tema o próprio rio, a fauna ou a flora da região. Outras incorporavam elementos que lembravam as carrancas, os barcos, os barqueiros, os pescadores e as lavadeiras. Nas diversas esculturas em metal e em cerâmica e nos muitos quadros, Fernando pôde fazer uma breve retrospectiva dos diferentes períodos de sua carreira. Marcos também admirou os trabalhos do pai. De alguns, ele acompanhara a produção. Mas, a maior parte, ele nunca vira. Seu pai sempre lhe falava do incentivo do avô, que cedo reconheceu seu talento para as artes. Vai ver, era por isso que Fernando 15
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sempre o encorajava a ler, levando-o às feiras de livros, bibliotecas, livrarias e aos sebos, onde garimpavam pérolas da literatura há muito esquecidas pelas editoras que não mais as publicavam. Ele sabia o quanto Marcos gostava de escrever e como ler era fundamental para o desenvolvimento dessa habilidade. Desde pequeno, Marcos dizia que queria ser escritor e, de fato, a cada dia, ele escrevia mais e melhor. Aliás, um problemão para ele seria a falta do computador. Naquele mês, na fazenda, teria que se virar com lápis, caneta e papel. Bebendo um delicioso suco gelado que o avô trouxera, eles sentaram-se na sala para um dedo de prosa antes do almoço. Da conversa sobre as obras de Fernando, eles passaram a falar sobre a produção da fazenda e, depois, sobre os parentes e amigos januarenses. Então, uma senhora idosa, baixa e magra, que era só sorriso, apareceu na sala e abriu os braços para Fernando: — Muito bonito, seu Nandinho! Fica dez anos sem abanar o rabo por aqui e, quando chega, nem vai me dar um abraço na cozinha. O abraço foi caloroso, com a senhora balançando os pés no ar, pois Fernando a ergueu bem alto. Recolocando-a no chão com cuidado, ele falou: — Dinha! Que saudade! Eu não sabia que você estava aqui. Meu pai contou que quando você enviuvou foi para a cidade morar com a sua filha. — Pois é, Nandinho! Eu passei uns tempos com a Lindinalva e o marido dela, mas não gostei de viver na cidade. Passei a vida toda aqui com o meu falecido Tião. Agora que ele se foi, o capataz 16
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é o meu filho Genésio. Eu moro com ele, sua mulher Zuleica e com o meu neto, Pedro. Ele também é um menino bonito como esse aí – falou Dinha, apontando para Marcos. Sorrindo para o garoto, ela continuou: — Marquinhos, ninguém nega que você é filho do Nandinho. Eu já achava vocês parecidos quando você veio aqui, bem pequenininho. Mas agora, você é o seu pai, “cuspido e escarrado”. Se for comilão como ele, eu estou perdida! Vou ter que fazer bolo, pudim e biscoito todo dia. — Então eu acho que você não vai sair da cozinha, Dinha – falou Marcos, sorridente, feliz com aquelas boas-vindas que já antecipavam tantas guloseimas. — Agora, vamos deixar de papo, que o almoço está servido – avisou Dinha. A sala de jantar era espaçosa. Numa parede, tinha um armário de madeira muito antigo, todo enfeitado com louças decoradas, cristais e uns panos branquinhos com bordados. Em outra parede, um aparador de madeira com um vaso de flores e algumas fotografias. Acima e atrás do vaso, havia um quadro imenso que Marcos logo reconheceu ser obra de seu pai. Uma beleza! Era uma representação da Santa Ceia bem ao estilo barranqueiro. As fisionomias de Cristo e dos Doze Apóstolos se pareciam com as dos pescadores e dos barqueiros da região e a mesa em torno da qual eles se reuniam tinha a forma de uma canoa. O fundo da cena era todo de pequenas ondinhas em suaves tons de azul, que lembravam o rio. Compondo uma delicada moldura na tela estavam pequenos peixinhos estilizados. 17
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No centro da sala, havia uma mesa grande, com duas cadeiras nas cabeceiras e dois grandes bancos, um de cada lado da mesa. Sobre a toalha que forrava a mesa, estava a refeição que Dinha preparara. Peixe frito, pirão, arroz e salada. O almoço foi muito alegre. Vendo a felicidade dos três adultos que conversavam e riam das travessuras de Fernando quando criança e das muitas histórias vividas na fazenda, Marcos nem se lembrou de que, em breve, seu pai iria embora. Também! Quem ficaria triste com aquelas delícias? Marcos nunca comera nada igual. Teria que esperar pelo jantar para descobrir se aquela gostosura toda fora temperada pela sua fome ou se o mérito era mesmo de Dinha. Depois do almoço, Fernando levou o filho até o quarto que fora dele. Bonito. Uma cama, um criado, uma escrivaninha, uma estante e um armário. Tudo de madeira da região, tudo bem antigo. Modernos, só os trabalhos de seu pai que ocupavam todos os cantos do quarto. Marcos sentiu-se à vontade naquele ambiente decorado com desenhos, pinturas e esculturas do pai. Assim, quando a saudade aumentasse, poderia consolar-se sentindo a presença dele por todo lado. Deixou sua bagagem sobre a cama. Arrumaria tudo depois. Legal! Tinha uma janela grande que dava para um pasto. A vista era linda! Como a fazenda era plana! Só muito longe se via um morrinho. Coisinha à toa. Uma horinha na varanda e chegou o momento da despedida. Junto à caminhonete, Dinha entregou para Fernando um pacote amarrado com barbante, dizendo que eram uns biscoitos que ela tinha feito para o Luquinha. Em meio a abraços e olhos marejados, 18
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ela e Raimundo disseram que iam rezar para que a cirurgia fosse um sucesso e que iam cuidar muito bem de Marcos. Segurando o papel que o pai lhe entregara, no qual estavam escritos todos os telefones fixos e celulares da casa, do ateliê, da universidade, do hospital, do médico, dos avós e tios de São Paulo, Marcos abraçou e beijou o pai. Fernando disse ao filho que o amava e que ele não se preocupasse, que tudo correria bem e que, assim que possível, a família estaria reunida outra vez, com o Luquinha novinho em folha. Marcos achou melhor não mencionar que já estava com saudade da mãe, do irmão e do pai. Quando a caminhonete sumiu na estrada, ele ainda ficou alguns minutos parado, olhando o rastro de poeira que ela deixara. Então, seu avô o chamou para um passeio pela fazenda. Raimundo perguntou se o neto sabia montar a cavalo e ficou surpreso ao ouvi-lo dizer que montava bem porque, há cerca de dois anos, uma vez por semana, ele tinha aula de equitação em um projeto social de um haras de São Paulo. Como o sol estava muito forte, eles combinaram uma cavalgada para o dia seguinte, pela manhã, quando estaria mais fresco. O passeio foi breve. Eles percorreram os arredores da casa para que o garoto pudesse conhecer a horta e o pomar. Como era domingo, Marcos não viu ninguém trabalhando na fazenda. De volta à casa, ele foi desfazer a sua bagagem, acomodando seus pertences no armário. Depois, meio melancólico, leu durante algum tempo e acabou caindo no sono. Foi despertado por Dinha que o chamava para jantar. Uma comidinha leve, um pouco de TV, votos de boa noite, orações pelo Luquinha e logo a casa mergulhava na escuridão. 19
Capítulo 2
Um rio com história Acostumado a levantar cedo para ir ao colégio, às seis e meia, Marcos estava na cozinha, tomando o café da manhã na companhia do avô. Ambos se viravam bem na cozinha, preparando o café, esquentando o leite e arrumando a mesa, pois Dinha só chegaria lá pelas oito horas. A refeição era um pouco diferente daquelas a que Marcos estava habituado. E logo ele percebeu que o fato da padaria mais próxima estar muito distante, na cidade, não era um problema, mas uma benção. Era Dinha quem preparava o pão, os biscoitos e o bolo. A manteiga, o requeijão escuro e o queijo minas também eram produzidos na fazenda. Tudo uma delícia! Terminada a refeição, eles arrumaram a cozinha, deixando tudo limpo e em ordem. Vestidos com calças compridas e botas, avô e neto estavam prontos para o passeio a cavalo. Vendo o avô de chapéu, Marcos correu até o quarto e pegou um boné, pois aquele solzinho brando da manhã não duraria muito. O céu claro prometia um dia bem quente. Acompanhados de Luão, eles se dirigiram para o curral, onde Marcos conheceu as instalações para tratamento do gado. Lá, Marcos foi apresentado a Genésio. O capataz não conhecera o garoto quando pequeno, porque, na época em que Marcos visitara a fazenda, ele estava viajando, fazendo um curso técnico de veterinária. Depois de conversarem sobre as tarefas do dia, 20
Série Caminhos da Nossa Terra Morador da maior cidade do Brasil e acostumado com a agitação de uma metrópole, Marcos não estava achando a menor graça em passar as suas férias à beira do Rio São Francisco, na fazenda do seu avô. Fazer o quê? Seu irmãozinho faria um transplante de coração e ele precisava colaborar. Mas, quem diria que ele ia adorar a experiência? Afinal, ele arranjou um amigão e, juntos, eles viveram a emocionante aventura de voltar no tempo, para o final da década de 1940. Como eram Januária, Pirapora, o Rio São Francisco e as embarcações naquele tempo? Que perigos eles vão enfrentar? Como eles conseguirão voltar ao século XXI? E o que terá acontecido com o irmãozinho de Marcos? Mergulhe nessa leitura e viva com eles muitas aventuras no Rio São Francisco!
ISBN 978-85-8054-061-1
9 788580 540611