UMA HISTÓRIA BRASILEIRA DAS DOENÇAS - VOL 7

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Uma História Brasileira das Doenças Vol. 7

ORGANIZAÇÃO

Sebastião Pimentel Franco Dilene Raimundo do Nascimento Anny Jackeline Torres Silveira


Todos os direitos reservados à Fino Traço Editora Ltda. © Sebastião Pimentel Franco, Dilene Raimundo do Nascimento, Anny Jackeline Torres Silveira Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. As ideias contidas neste livro são de responsabilidade de seus organizadores e autores e não expressam necessariamente a posição da editora.

CIP-Brasil. Catalogação na Publicação | Sindicato Nacional dos Editores de Livros, rj H59 Uma história brasileira das doenças, volume 7 / organização Sebastião Pimentel Franco, Dilene Raimundo do Nascimento, Anny Jackeline Torres Silveira. - 1. ed. - Belo Horizonte, MG: Fino Traço, 2017. 324 p. : il. ; 23 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8054-338-4 1. Doenças - Brasil - História. I. Silveira, Anny Jackeline Torres. II. Nascimento, Dilene Raimundo do. III. Franco, Sebastião Pimentel. 16-35493 CDD: 616.00981 CDU: 614(81)(09)

CONSELHO EDITORIAL COLEÇÃO HISTÓRIA Alexandre Mansur Barata | UFJF Andréa Lisly Gonçalves | UFOP Gabriela Pellegrino | USP Iris Kantor | USP Junia Ferreira Furtado | UFMG Marcelo Badaró Mattos | UFF Paulo Miceli | UniCamp Rosângela Patriota Ramos | UFU

Fino Traço Editora ltda. Rua Nepomuceno 150 | Casa 3 | Prado | CEP 30411-156 Belo Horizonte. MG. Brasil | Telefone: (31) 3212-9444 finotracoeditora.com.br


Apresentação 7

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Zika’s ghosts 11 Ilana Löwy CERMES 3 Paris, and COC, Fiocruz

2 As “parcelas invisíveis” da (não) saúde/doença do trabalhador: em foco a história da medicina do trabalho no Brasil (1920-1950)

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Anna Beatriz de Sá Almeida

3 A institucionalização da saúde do trabalhador no Brasil e seus vários começos 69 Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos

4 As enfermidades e doenças profissionais nas origens da Organização Internacional do Trabalho (OIT) 89 Norberto O. Ferreras (UFF)

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Sífilis e relações de gênero na Bahia 113 Ricardo dos Santos Batista

6 Mulheres do lar, homens provedores e desigualdade na história social da hepatite C 133 Rosangela Gaze

7 Homens e mulheres com H(GH):gênero, masculinidades e anabolizantes em jornais e revistas de 2010 Patricia Silveira de Farias, Fátima Cecchetto, Paulo Rodrigo Pedroso da Silva

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AIDS: a emergência da década de 1980 Dilene Raimundo do Nascimento

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9 Doenças negligenciadas: ancilostomíase em cem anos de história no Brasil 201 Anny Jackeline Torres Silveira

10 Narrativas da Doença de Chagas no Ceará: apontamentos iniciais 221 Zilda Maria Menezes Lima Gisafran Nazareno Mota Jucá

11 A Fundação Rockefeller e a constituição da pesquisa e de especialidades biomédicas em São Paulo (1916-1968) 241 Maria Gabriela S. M. C. Marinho (UFABC)

12 Prelúdios de uma epidemia: divergências entre médicos brasileiros e da Fundação Rockefeller em torno do diagnóstico de febre amarela (1920 – 1930) 267 Paloma Porto

13 A Colônia de Itanhenga (Espírito Santo): edificação e vida em (mais) um leprosário brasileiro 295 Sebastião Pimentel Franco (UFES) André Nogueira (UFES) Sérgio Luiz Marlow (UFES)


Apresentação

Estamos contentes em apresentar o Vol. 7 da coletânea Uma história brasileira das doenças e, seguindo nossa tradição na composição dos outros volumes, procuramos reunir pesquisadores de várias universidades e centros de pesquisa do Brasil, que tematizam a saúde e a doença em suas investigações. Desta feita, ante o impacto da ocorrência de infecção por Zika em mulheres grávidas, em especial no Nordeste do país, que resultou em relatos de possível correlação com um quadro de microcefalia em seus bebês, convidamos uma especialista no assunto para apresentar sua análise sobre essa questão em nosso primeiro capítulo. Ilana Lowi, pesquisadora do CERMES 3 de Paris, que tem trabalhado em parceria com a Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz em várias atividades de pesquisa e docência, discute as controvérsias sobre esse assunto. O campo da saúde ocupacional e os processos que levaram à organização de instituições, seja nacional ou internacional, em prol da saúde do trabalhador são temas dos capítulos de Anna Beatriz de Sá Almeida, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, de Luiz Carlos Fadel Vasconcellos, da Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, e Norberto Ferreira, da Universidade Federal Fluminense. A caracterização de uma doença como doença do trabalho é fruto de um processo longo e pleno de revéses. É como nos diz Fadel Vasconcellos, “a institucionalização da saúde do trabalhador no Brasil tem vários começos”. O tema da doença relacionada a gênero é muito caro para o campo de História das Doenças. Neste volume, é discutido por Ricardo dos Santos Batista, da Universidade Estadual da Bahia, no que diz respeito à mulher e o combate à sífilis na Bahia. Rosângela Gaze, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, nos mostra que a visão diferenciada da mulher como “do lar” e o homem como “provedor” resulta numa desigualdade de representação 7


da doença quando se analisa a história social da hepatite C. O capítulo de Fátima Cecchetto et al, do Instituto Oswaldo Cruz/Fiocruz, que discute a questão do uso de anabolizantes, evidencia as relações de gênero e a construção das masculinidades na sua análise. Num momento em que a discussão dos conceitos de doenças emergentes, reemergentes e negligenciadas está em pauta, reunimos historiadores das doenças para contribuir com essa discussão nesse volume: doenças emergentes como a Aids, discutida por Dilene Raimundo Nascimento, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz; doenças negligenciadas, cuja análise de Anny Jacqueline Torres da Silveira, da Universidade Federal de Ouro Preto, mostra o papel da instituições internacionais na construção do termo de doenças negligenciadas como a ancilostomíase e, ainda como doença negligenciada, a Doença de Chagas é trazida por Zilda Maria Menezes de Lima e Gisafran Nazareno Mota Jucá, ambos da Universidade Estadual do Ceará, que procuram analisar os significados de “adoecer de Chagas”, a partir de depoimentos de pessoas atingidas pela doença. Analisar a atuação da Fundação Rockefeller no Brasil nos permite acessar a História da Saúde e das Doenças no país. Maria Gabriela Marinho, da Universidade Federal do ABC, privilegia sua análise nas intervenções da Fundação Rockefeller no campo da chamada filantropia científica, com ênfase no financiamento de instituições de ensino e pesquisa no estado de São Paulo. Por seu lado, Paloma Porto Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais, analisa as divergências entre médicos brasileiros e da Fundação Rockefeller no que diz respeito ao diagnóstico da febre amarela. Por último, o capítulo que trata da história da lepra no Espírito Santo, apresenta uma ampla análise historiográfica da doença que ultrapassa o território capixaba. Passa pelo contexto nacional em relação à doença, a criação de instituições nacionais de saúde voltadas para a questão da lepra e a internação compulsória, medida adotada pelo governo federal e absorvida pelos estados e pelos médicos. Nesse sentido, entre 1930 e 1945, foram construídos 18 novos leprosários em 15 estados brasileiros, um deles no Espírito Santo, a chamada Colônia de Itanhenga, inaugurada em 1937. E é esse leprosário que os autores Sebastião Pimentel Franco e André Nogueira,

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ambos da Universidade Federal do Espírito Santo, adentram para analisar a história da lepra no Espírito Santo. Os organizadores deste volume 7 da Coletânea Uma história brasileira das doenças desejam que os leitores possam se beneficiar com a amostra da diversidade de objetos, métodos, fontes e perspectivas analíticas que compõem a história das doenças, da saúde e da medicina feita atualmente. Desejamos a todos uma boa leitura. Os organizadores

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formato: 15,5cm x 22,5cm | 324p. tipologias: Minion Pro, Myriad Pro papel da capa: Supremo 250g/m2 papel do miolo: Chambril Avena 80g/m2 produtor editorial: Edson Oliveira capa & diagramação: Edson Oliveira Idealização de Capa: Fernando Vasconcelos revisão de textos: Ana Carolina Leão

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