História das Plantas Úteis e Medicinais do Brasil THEODOR PECKOLT GUSTAV PECKOLT
ORGANIZAÇÃO
Juliana de Paula-Souza Maria das Graças Lins Brandão
Todos os direitos reservados à Fino Traço Editora Ltda. © Theodor Peckolt, Gustav Peckolt Este livro ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem a autorização da editora. As ideias contidas neste livro são de responsabilidade de seus organizadores e autores e não expressam necessariamente a posição da editora.
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H578 História das plantas medicinais e úteis do Brasil / organização Theodor Peckolt, Gustav Peckolt. - 1. ed. - Belo Horizonte, MG : Fino Traço, 2016. 904 p. : il. ; 23cm. Inclui índice ISBN 978-85-8054-314-8 1. Plantas medicinais - História. 2. Ervas - Uso terapêutico. I. Peckolt, Theodor. II. Peckot, Gustav. 16-35975 con se lh o e d itorial Cole ção
CDD: 615.321 CDU: 633.88
História
Alexandre Mansur Barata | UFJF Andréa Lisly Gonçalves | UFOP Gabriela Pellegrino | USP Iris Kantor | USP Junia Ferreira Furtado | UFMG Marcelo Badaró Mattos | UFF Paulo Miceli | UniCamp Rosângela Patriota Ramos | UFU
Fin o Traço Ed itora ltd a . Rua Nepomuceno 150 | Casa 3 | Prado | CEP 30411-156 Belo Horizonte. MG. Brasil | Telefone: (31) 3212-9444 finotracoeditora.com.br
Apresentação 7 Prefácio 9 Palavras do autor 13 Introdução 15 1º Fascículo 21 2º Fascículo 133 Índice de nomes fascículos 1, 2 233 3º Fascículo 241 4º Fascículo 323 Índice de nomes fascículos 3, 4 457 5º Fascículo 463 6º Fascículo 601 Índice de nomes fascículos 5, 6 697 7º Fascículo 703 8º Fascículo 825
Ao leitor
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Índice de nomes fascículos 7, 8 897
Apresentação
É com grande satisfação que entregamos ao público mais este livro repleto de informações preciosas sobre os usos das plantas medicinais que compõem a biodiversidade brasileira. A reedição da obra História das Plantas Úteis e Medicinais do Brasil, publicada de 1888 a 1914 por Theodor Peckolt (e posteriormente seu filho Gustav), é mais um produto preparado pela equipe do Centro Especializado em Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas, da Universidade Federal de Minas Gerais (CEPLAMT-UFMG) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O principal objetivo do CEPLAMT é recuperar e divulgar informações sobre as plantas usadas nos séculos passados, preservando o conhecimento sobre elas e visando ao seu melhor aproveitamento. Nesta obra é possível conhecer centenas de plantas úteis e medicinais do Brasil, que vêm sofrendo intenso processo de degradação ao longo dos séculos. Muita coisa mudou na Ciência ao longo desses mais de 100 anos. Os leitores que forem familiares à linguagem acadêmica perceberão que a leitura é consideravelmente diferente da que estamos habituados nos dias de hoje – por exemplo, percebe-se uma informalidade muito maior do autor na citação de trabalhos de colegas. Muitas metodologias e protocolos apresentados certamente foram modificados ao longo dos anos, e acima de tudo, embora a ordem científica para classificação das plantas tenha sido baseada nos melhores autores da época, foram necessárias novas atualizações para a reedição desta obra. Os nomes dos táxons citados pelo autor, por exemplo, foram mantidos como referência, mas encontram-se seguidos dos nomes aceitos atualmente (em negrito). Os nomes aceitos foram confirmados por bancos de dados virtuais entre eles: Flora do Brasil 2020 para as espécies nativas (http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/listaBrasil/ ConsultaPublicaUC/ConsultaPublicaUC.do#CondicaoTaxonCP) e, para as 7
espécies exóticas, W3Tropicos (http://www.tropicos.org/) e The PlantList (http://www.theplantlist.org/). Nos casos de identificação mais complexos alguns especialistas foram consultados, entre eles Ms. Elson Felipe Rossetto que nos prestou valioso auxílio com as Nyctaginaceae. Inúmeras sinonímias científicas foram citadas pelo autor, mas elas foram suprimidas desta edição uma vez que podem ser facilmente acessados pelos websites mencionados acima. Da mesma forma, vários termos técnicos referentes às áreas química e farmacêutica sejam desconhecidos do leitor, por se tratar de vocabulário mais antigo. Mas a maior parte desses termos pode ser facilmente encontrada em buscas na internet. Esperamos que esta obra contribua efetivamente na preservação e uso adequado das plantas medicinais e úteis do Brasil, e que também auxilie no trabalho dos incansáveis pesquisadores brasileiros envolvidos com os estudos das plantas medicinais, especialmente aqueles das áreas da botânica aplicada, etnofarmacologia e química de produtos naturais. As organizadoras
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Prefácio
Theodor Peckolt (1822-1912) foi um botânico e químico alemão que se estabeleceu no Brasil em 1847 e aqui passou o resto de sua longa vida, realizando um trabalho de pesquisa científica notável em diversas áreas do conhecimento, sobretudo a farmácia, a botânica e a química. A presente publicação pretende dar a conhecer às gerações atuais uma de suas obras mais importantes, que foi a História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil, publicada em coautoria com seu filho Gustav Peckolt em 8 fascículos, entre 1888 e 1914. Várias obras importantes foram publicadas sobre a natureza do Brasil, particularmente sobre sua flora, desde os primórdios da colonização, no século XVI. A História Natural de Marcgrave e Piso, por exemplo, foi durante um século a obra mais abrangente sobre a natureza do Novo Mundo, tendo revelado à Europa inúmeros aspectos relacionados à nova terra, englobando os três reinos da natureza, sua população, atividades, moléstias e curas. Por outro lado, medicina no Brasil colonial era bastante deficiente, com um número muito exíguo de médicos ou cirurgiões para tratar da população brasileira. O tratamento de doentes ficava a cargo dos conventos, sobretudo dos jesuítas, cujas boticas possuíam cada qual seu conjunto de preparações. Alguns desses profissionais se notabilizaram pela publicação de livros que ensinavam a população a cuidar de sua saúde, numa prática generalizada de automedicação que buscava suprir em parte os imensos problemas de saúde da época. Embora com o passar das décadas o conhecimento e técnicas de utilização das plantas no tratamento de doenças tenha aumentado consideravelmente, a prática da automedicação a partir de preparações recomendadas em literatura ainda era usual no Brasil do século XIX. Esse era o cenário em que se situa Theodor Peckolt.
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Theodor Peckolt (ou Theodoro Peckolt, como veio a ser chamado no Brasil) nasceu em Pechern, na Silésia Alemã, em 1822 e faleceu no Rio de Janeiro em 1912. Em sua juventude deslocou-se por várias localidades na Alemanha, acompanhando o pai, que era oficial do exército. Na adolescência trabalhou como aprendiz de farmácia. Mais tarde estudou farmácia nas universidades de Rostock e Göttingen, após o que foi trabalhar no Jardim Botânico de Hamburgo. Tendo conhecido o veterano naturalista alemão Carl von Martius, explorador do Brasil de 1817 a 1820, e depois autor da monumental Flora Brasiliensis, em 40 volumes, este se deixou impressionar pelo talento do jovem farmacêutico. Martius o convenceu a vir ao Brasil para estudar a flora tropical e remeter-lhe amostras de material botânico, sob pagamento, que ele utilizaria na composição de sua Flora Brasiliensis. Peckolt concordou e chegou ao Brasil em novembro de 1847 onde permaneceu até sua morte. Enquanto Martius, de uma geração anterior, era encantado com certo “sentimento da natureza”, com influência do romantismo alemão, Peckolt se caracterizaria como um técnico e quantificador da mesma natureza. Após um estágio trabalhando numa botica do Rio, em setembro de 1848, Peckolt decidiu explorar o país e estudar sua flora. Assim, percorreu as províncias do Rio, de Minas e do Espírito Santo, atendendo consultas dos doentes por onde passava e coletando amostras da flora para Martius, que lhe pagava 50$000 mensais por intermédio do cônsul no Rio. Em 1851 fez o exame e foi aprovado como farmacêutico na Escola de Medicina da corte. No final desse mesmo ano, instalou-se em Cantagalo, na Província do Rio de Janeiro, onde havia uma colônia alemã e suíça. Lá se casou, em 1854, com Henriqueta, filha do pastor suíço Friedrich Sauerbrönn, de Nova Friburgo. Durante 17 anos Peckolt residiu em Cantagalo, que foi a base de suas expedições e estudos botânicos e químicos. Cantagalo tinha uma topografia montanhosa e fez parte do território onde primeiro se plantou café no Brasil, após a destruição indiscriminada da mata atlântica nativa. Nessa localidade Peckolt realizou cerca de 500 análises quantitativas de extratos de plantas brasileiras, das quais 437 foram publicadas no exterior entre 1850 e 1868. Aí foi feito membro correspondente de várias sociedades científicas alemãs, assim como recebeu também um doutorado honoris causa daquele país, em 10
1864, por seu enorme trabalho químico e botânico sobre a flora brasileira. No Brasil foi feito oficial da Ordem da Rosa pelo Imperador, em virtude de sua participação na Exposição Nacional do Rio de Janeiro em 1861. Peckolt é o grande pesquisador da área das plantas medicinais no século XIX, da mesma forma que José Bonifácio Andrada e Silva o fora no início do século XIX. Possivelmente, até hoje, Peckolt não tenha sido superado no Brasil em número de plantas analisadas. A partir de 1868, Peckolt muda-se para o Rio de Janeiro, onde prossegue seu trabalho de farmacêutico e pesquisador. Na primeira atividade teve mais de uma farmácia, mas veio eventualmente a estabelecer-se na Rua da Quitanda 157, como mostra anúncio publicado no Almanaque Laemmert para 1878. Peckolt esteve à frente do Laboratório Químico do Museu Imperial de abril de 1874 a janeiro de 1876, ou menos de dois anos, embora muitos autores se refiram a um período mais longo. Então, ao contrário do que sucede na maioria dos casos, ele pesquisou e publicou de forma independente durante a maior parte dos 65 anos que viveu no Brasil, sem depender de instituições públicas. Segundo os necrológios publicados em 1912 em São Paulo e no Rio por Ihering e Mendonça, respectivamente, Peckolt teria publicado resultados relativos acerca de 6 mil plantas. Pesquisas recentes localizaram cerca de 2 mil plantas das quais ele publicou acerca de sua morfologia, botânica, usos farmacêuticos e alimentares. 285 destas plantas foram analisadas quimicamente; suas folhas, flores e cascas em separado. As publicações desse pesquisador chegou à impressionante cifra de 170 publicações, incluindo artigos e livros. Dessas publicações, 32 foram em português, 3 em inglês e 135 em alemão, sempre em revistas prestigiosas, como Berichte der Deutschen Pharmazeutischen Gesellschaft. 42 dessas publicações são do período em que ele residia em Cantagalo. 128 são do tempo em que viveu no Rio de Janeiro, e destas apenas 2 do período em que esteve na direção do Laboratório Químico do Museu Nacional (1874-75). Peckolt participou de várias exposições nacionais e internacionais, recebendo diversos prêmios. Em 13 de julho de 1902, quando completou oitenta anos, seu prestígio internacional era tal que recebeu como presente um álbum com 105 fotografias de professores e pesquisadores de várias nacionalidades, a maioria dos quais alemães, todas 11
com dedicatórias e assinaturas. Entre as obras em português, podem-se destacar: Análises da matéria médica brasileira, de 1868, História das plantas alimentares e de gozo do Brasil, em 5 tomos, de 1871-84. A obra que agora se republica consiste nos 8 fascículos da História das plantas medicinais e úteis do Brasil, publicados entre 1888 e 1914. O primeiro fascículo saiu em 1888, o segundo em 1889, e os seguintes até 1914, já sob a responsabilidade de seu filho e colaborador Gustav Peckolt, cujo pai falecera em 1912, aos 90 anos de idade. Este trabalho é de enorme abrangência e constitui um monumento bibliográfico inestimável na sequência de tantas outras obras de primeira importância que o precederam ou que mais tarde lhe sucederam. É portanto, oportuno dar à luz novamente o texto de Peckolt, mais de um século após sua publicação original. O título completo da obra é Historia das Plantas Medicinaes e Uteis do Brazil contendo a descrição botanica, cultura, partes usadas, composição chimica, seu emprego em diversas molestias, doses, usos industriaes, etc., etc. por Theodor Peckolt e Gustav Peckolt, Rio de Janeiro, Typographia Laemmert & C., Rua dos Invalidos, 71, 1888. Prof. Carlos Alberto Filgueiras Deepartamento de Química/Instituto de Ciências Exatas Universidade Federal de Minas Gerais
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Palavras do autor
Antes de referir-me mais particularmente ao trabalho que ora é entregue à apreciação dos competentes, seja-me permittido estabelecer como que um traço de união entre este e outros anteriores, que foram benevolamente acolhidos pelo público. Ao encetar a publicação da Historia das Plantas Alimentares e de Gozo do Brazil traçara-me um plano; para cuja execução, aliás, já possuía grande cópia de matéria esbo. Posteriormente dei à publicidade mais quatro partes, em que se acham reunidas monografias de vários vegetais, estudados sob o ponto de vista múltiplo dos seus caracteres botânicos mais gerais, da sua cultura e composição, e das suas aplicações. Na classificação de tais monografias adotamos a ordem alfabética, baseada nos nomes vulgares, por entender que assim mais facilmente atrairia a atenção de uma parte do público que não se acha de posse dos altos conhecimentos científicos, mas a quem todavia interessa tais assuntos. Ainda nesse propósito estava, quando em 1884 publiquei a minha última monografia sobre o Café. Refletindo, porém, que a duração média da existência de quem se dedicar ao estudo da nossa riquíssima Flora, não é suficiente para fazê-lo de modo completo, e atendendo a que, na idade relativamente adiantada em que me acho, devo restringir os meus compromissos aos limites do possível, resolvi encetar desde já a publicação do último dos volumes que prometera, segundo o meu primitivo plano, de modo que nele fosse incluída a matéria que destinava às varias monografias. Neste novo tentamen associei de bom grado o meu filho Gustav Peckolt, cuja vocação pelos estudos sobre ciências químicas e naturais carece de animação; e a ninguém impõe-se mais imperiosamente esse dever do que ao pai, a quem incumbe desbravar o caminho que no futuro será trilhado por quem certamente há de ser o continuador dos seus esforços. Rio de Janeiro, Julho de 1888. Theodor Peckolt. 13
Introdução
Desde tempos imemoriais pretendem todos os povos encontrar no reino vegetal recursos com que aliviem ou debelem os seus padecimentos. Já no tempo dos Faraós (4000 anos antes da nossa era) os sacerdotes egípcios curavam por meio das plantas, e Hipócrates menciona o emprego de vegetais para a cura das moléstias. Por instinto, mero acaso, tradição ou falta de outros recursos, o certo é que tem sido em grande número de casos coroado de feliz êxito esse afã com que o vulgo se tem utilizado das plantas para aliviar ou curar os males do corpo. Tão espalhada entre o povo é a crença nas virtudes atribuídas aos vegetais, que têm estes fornecido vasto campo a grande número de práticas supersticiosas. E é necessário confessar. Têm sido o empirismo, as aplicações com intuitos supersticiosos, o que há concorrido para despertar a atenção dos homens da ciência para o estudo dos vários vegetais conhecidos pelo povo. Entre nós acreditam geralmente que a maior parte das plantas medicamentosas conhecidas têm chegado até nós por tradição dos indígenas, o que não é propriamente exato. Estes tratavam os seus doentes por meio de toda a sorte de manejos supersticiosos e beberagens que não tinham relação alguma com a terapêutica seguida pelos egípcios. Martius e outros dizem que o número das plantas medicamentosas empregadas pelos indígenas era muito restrito, excetuando, contudo, um certo número de que os pajés usavam e faziam segredo. O uso das nossas plantas medicamentosas foi divulgado em maior escala pelos paulistas, que se internavam pelos sertões à procura de ouro. Sem os recursos médicos necessários, procuravam, em casos de moléstia, por meio de plantas, aliviar os seus sofrimentos, ora por indicações dos indígenas, ora somente pela analogia que apresentavam os seus caracteres físicos com os das que conheciam e eram empregadas em tais casos. A introdução dos 15
colonos nas nossas florestas, foi um grande impulso para a descoberta e vulgarização de muitas das nossas plantas medicamentosas, o que também se deve em grande parte às mulheres que serviam de enfermeiras e prestavam, mesmo, serviços médicos. Pouco a pouco foi se aumentando o número de plantas com aplicação à medicina, muitas introduzidas pelos charlatães e pelas feiticeiras, cabendo também não pequeno quinhão aos africanos, que, privados de todo recurso médico, serviam-se das plantas como meio curativo, o que faziam espontaneamente ou por indicação de seus companheiros de trabalho, que achavam muitas vezes plantas reconhecidamente idênticas às que já conheciam em seu país natal como úteis para esta ou aquela enfermidade. Outras vezes serviam-se das plantas para satisfazer certos desejos ou para desabafar o rancor originado pelo degradante cativeiro, e assim empregavam impunemente vegetais muito tóxicos ou inócuos, de que se utilizavam por meio de rezas ou feitiçarias. As plantas são raras vezes empregadas no estado seco pelos indígenas. Eles geralmente as empregam verdes, aplicando o suco, a infusão ou o macerato, para uso interno, e, topicamente, contusas ou em cozimento. As substâncias feculentas são reputadas pelos mesmos como medicamentosas, donde o uso desses produtos pelo povo. A s resinas, os bálsamos naturais são também pelos indígenas considerados ótimos medicamentos. O povo emprega impunemente as plantas e suas diversas partes, preparando com elas infusos, decoctos, ou maceratos em água, ou então usam do suco das mesmas, da tintura feita em aguardente ou álcool forte, do macerato vinhoso, ou finalmente do xarope. A forma extrativa é raramente empregada e o cozimento das plantas é usado em banhos, loções, etc, como antifebril, emoliente, adstringente, etc., o que tem sido em parte adotado na medicina. Se bem que tenha de sofrer importante redução o número extraordinário de plantas empregadas pelo povo, desde que sejam elas estudadas pelo mundo sábio, ficando assim perfeitamente discriminadas as inertes das ativas, mesmo assim acreditamos ser tão grande o número de s t a s que não teremos necessidade de recorrer a vegetais exóticos como medicamento. Para essa discriminação científica devemos atender aos usos vulgares da planta, o que nos levará a conhecer aproximadamente as suas propriedades, 16
principalmente a sua ação tóxica. Não devemos abandonar os ditos populares sobre este ou aquele vegetal, por isso que o emprego que dele fazem vulgarmente tem sido algumas vezes confirmado pela ciência. A respeito dos termos vulgares das nossas plantas existe uma grande confusão. Há o inconveniente de serem empregadas pelo povo, com a mesma denominação vulgar, duas ou mais plantas de espécies, gêneros ou famílias diversas, de onde resulta o descrédito de uma planta útil somente pela troca do nome vulgar dado a uma outra. Daí vem não poder dar-se a um vegetal, somente pela sua denominação popular, o cunho científico necessário em relação ao seu emprego medicamentoso embora empiricamente reconhecido de vantagem, sem conhecer não só a sua classificação botânica, mas ainda o resultado da análise química e das experiências fisiológicas e clínico-terapêuticas a que deve ser submetido. O grande valor do estudo químico das plantas aumenta todos os dias: é a base da matéria médica e também uma barreira invencível à inundação de plantas inertes que pela ignorância ou pelo fanatismo tenham se vulgarizado. Uma planta oficinal sem indicação da sua composição química, é um medicamento duvidoso que deve ser posto de lado e não é ao todo que se deve ter em vista, mas sim às suas partes componentes e principalmente ao princípio ativo que serve para explicar a sua ação. Tais foram as considerações que tivemos em mente, ao organizar este trabalho. Nele encontram-se reunidos não só muitas pesquisas por nós feitas sobre as principais drogas fornecidas pelo reino vegetal, mas também os resultados obtidos sobre o mesmo assumto pelos númerosos autores que se têm ocupado, antes de nós, da história e matéria médica dos vegetais do Brasil. Ali incluímos, além das plantas medicinais indígenas, as que se acham mais aclimadas entre nós, e todas as que têm nomes vulgares e são de aIguma utilidade. Os vegetais acham-se dispostos por Famílias, com a história de cada um deles, o nome vulgar, a sua origem, cultura, composição química, usos, etc. A ordem científica que seguimos é baseada nos melhores autores modernos1. Era nosso desejo apresentar o estudo completo sobre a composição química de todas as plantas que mencionamos. Entre o grande número das 1. Essa ordem científica foi atualizada de acordo com a classificação moderna.
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que analisamos acham-se, porém, muitas sem indicação alguma, falta que pretendemos ir preenchendo pouco a pouco. A ausência quase absoluta de experiências fisiológicas e terapêuticas sobre a maior parte das nossas plantas não pode ser propriamente considerada como uma lacuna deste trabalho, por isso que tais investigações são do domínio de ciências que não constituem a nossa especialidade. Aos fisiologistas e terapeutas brasileiros cumpre atentar para essa face importantíssima do exame da nossa Flora. Publicando o resultado dos nossos estudos, não é nosso intuito apresentar a última palavra sobre tudo o que se refere aos vegetais indígenas e exóticos aclimados entre nós; mas unicamente fornecer um ponto de partida para trabalhos de maior fôlego, que tenham o poder de significar que os médicos e farmacêuticos brasileiros compreendam que não lhes é lícito conservar-se inativos, concorrendo assim para que continuem a ser feitas no estrangeiro a maior parte das investigações sobre a Flora Brasileira. Não terminaremos sem indicar os autores por nós consultados e que nos forneceram valiosos subsídios para a confecção do nosso modesto trabalho. Foram eles: Martius, Eichler, Endlicher, Radlkofer, Dietrich, Baillon, Saint-Hilaire, Mikan, Pohl, Spruce, Barbosa Rodrigues, Velloso, Heyne, Caminhoá, E. Bureau, Freire Allemão, Flückiger, Rosenthal, Saldanha da Gama, Nicolau Moreira, Almeida Pinto, Rebouças; Schnitzlein, Wallace, Miquel, Pirr, Boer, Herder, Koernicke, Semler, Piso, Marcgrave, Engler, Prante, Liebig, Wittstein, Schleiden, etc. Rio de Janeiro, Julho de 1888. Theodor Peckolt Gustav Peckolt.
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Índice de nomes fascículos 7, 8
Nomes científicos Abuta candicans Rich. ex DC. Abuta grandifolia (Mart.) Sandwith Abuta imene (Mart.) Eichler Abuta rufescens Aubl. Abuta selloana Eichler Acanthonychia ramosissima (Weinm.) Rohrb. var. rosetta (Cambess.) Rohrb. Acrodiclidium anacardioides Spruce ex Meisn. Acrodiclidium camara R.H. Schomb. Acrodiclidium chrysophyllum Meisn. Acrodiclidium guianense Nees var. caudatum Meisn. Aiouea brasiliensis Meisn. Aiouea densiflora Nees Aiouea guianensis Aubl. Aiouea laevis (Mart.) Kosterm. Aiouea saligna Meisn. Aiouea tenella Nees Anamirta cocculus (L.) Wight & Arn. Andradea floribunda Allemão Andradea dulcis Allemão Anemone decapetala Ard. Aniba permollis (Nees) Mez Aniba riparia (Nees) Mez. Annona acutiflora Mart. Annona aurantiaca Barb.Rodr. Annona cherimola Mill. Annona coriacea Mart. Annona crassiflora Mart. Annona cuyabaensis Barb.Rodr. Annona dioica A.St.-Hil.
797 794 797 795 797 733 756 757 757 756 754 754 754 754 759 754 794 732 732 895 758 759 864 879 874 862 862 879 879
Annona foetida Mart. Annona furfuracea A.St.-Hil. Annona geraensis Barb.Rodr. Annona glabra L. Annona macrocarpa Barb.Rodr. Annona marcgravii Mart. Annona montana Macfad. Annona mucosa Jacq. Annona muricata L. Annona obtusiflora Tussac Annona palustris L. Annona parviflora (A.St.-Hil.) H.Rainer Annona pisonis Mart. Annona reticulata L. Annona rhizantha Eichler Annona rodriguesii Barb.Rodr. Annona salzmannii A.DC. Annona sericea Dunal Annona spinescens Mart. Annona squamosa L. Annona sylvatica A.St.-Hil. Annona vepretorum Mart. Aydendron cannella Meisn. Aydendron cujumary (Mart.) Nees Aydendron floribundum Meisn. Aydendron permolle Nees Aydendron riparium Nees Aydendron suaveolens Nees Aydendron tenellum Meisn. Berberis laurina Billb. Boerhavia diffusa L. Boerhavia ereta L.
897
875 863 878 866 878 860 860 869 858 869 866 883 861 872 876 879 861 870 868 871 880 876 759 760 758 758 759 760 759 793 729 732
Boerhavia hirsuta Willd. Boerhavia paniculata Rich. Botryopsis platyphylla Benth. Bougainvillea glabra Choisy Bougainvillea pomacea Choisy Bougainvillea spectabilis Willd. Cananga odorata (Lam.) Hook. f. & Thomson Canella alba Murray Canella winterana (L.) Gaertn. Cardionema ramosissima (Weinm.) A.Nelson & J.F.Macbr. Chondodendron tomentosum Ruiz & Pav. Chymocarpus pentaphyllus (Lam.) D.Don Cinnamodendron corticosum Miers Cissampelos fasciculata Benth. Cissampelos glaberrima A.St.-Hil. Cissampelos ovalifolia DC. Cissampelos pareira L. Citriosma oligandra Tul. Citrosma apiosyce Mart. ex Tul. Citrosma cujabana Mart. ex Tul. Citrosma guianensis (Aubl.) Tul. Clematis affinis A.St.-Hil. Clematis brasiliana DC. Clematis campestris A.St.-Hil. Clematis dioica L. var. brasiliana (DC.) Eichler Clematis dioica var. australis Eichler Clematis fluminensis Vell. Clematis hilarii Spreng. Clematis montevidensis Spreng. Clematis triloba A.St.-Hil. Cocculus filipendula Mart. Cocculus palmatus DC. Cocculus urophyllus Mart. Cordia trichotoma (Vell.) Arrรกb. ex Steud. Cryptocarya citriformis (Vell.) P.L.R.Moraes Cryptocarya guianensis Meisn. Cryptocarya mandioccana Meisn. Cryptocarya moschata Nees & Mart. Curarea candicans (Rich. ex DC.) Barneby & Krukoff Dicypellium caryophyllatum (Mart.) Nees Drimys angustifolia Miers Drimys aromatica Descourt. ex Baill. Drimys brasiliensis Miers 898
729 729 803 724 724 723 844 845 845 733 803 742 845 801 801 799 800 830 834 832 835 894 893 894 893 894 894 895 895 895 798 794 794 790 758 753 753 750 797 756 847 853 844
Drimys brasiliensis Miers ssp. brasiliensis Drimys brasiliensis Miers. var. angustifolia (Miers) A.C.Sm. Drimys chilensis DC. Drimys granadensis L.f. Drimys retorta Miers Drimys winteri J.R.Forst. & G.Forst. Drymaria cordata (L.) Willd. ex Schult. Duguetia furfuracea (A.St.-Hil.) Saff. Duguetia marcgraviana Mart. Duguetia pohliana Mart. Duguetia sessilis (Vell.) Maas Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. Endlicheria sericea Nees Eugenia pimenta (L.) DC. Gallesia gorarema (Vell.) Moq. Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms Goeppertia hirsuta (Schott) Nees var. cantagallana Meisn. Goeppertia sericea (Nees) Nees var. bracteolata Meisn. Gomphrena arborescens L.f. Gomphrena officinalis Mart. Guapira hirsuta (Choisy) Lundell Guapira opposita (Vell.) Reitz Guapira pernambucensis (Casar.) Lundell Guapira tomentosa (Casar.) Lundell Guatteria apodocarpa Mart. Guatteria australis A.St.-Hil. Guatteria macropus Mart. Guatteria nigrescens Mart. Guatteria ouregou (Aubl.) Dunal Guatteria veneficiorum Mart. Guatteria villosissima A.St.-Hil. Hernandia guianensis Aubl. Hilleria latifolia (Lam.) Walter Iryanthera macrophylla (Benth.) Warb. Iryanthera paradoxa (Schwacke) Warb. Jateorhiza columba Miers. Licaria camara (R.H.Schomb.) Kosterm. Licaria chrysophylla (Meisn.) Kosterm. Licaria crassifolia (Poir.) P.L.R.Moraes Licaria polyphylla (Nees) Kosterm. Licaria puchury-major (Mart.) Kosterm. Linharea aromatica Arruda Linharea tinctoria Arruda Magnolia champaca (L.) Baill. ex Pierre
853 847 847 847 847 844 734 863 882 881 876 789 790 887 707 707 789 790 687 687 725 727 724 726 883 884 882 884 885 884 883 791 713 812 823 794 757 757 759 785 779 790 791 841
Magnolia ovata (A.St.-Hil.) Spreng. Mangifera gabonensis Aubry-Lecomte ex O’Rorke Melaleuca cajuputi Powell Melaleuca minor Sm. Mespilodaphne indecora (Schott) Meisn. Mespilodaphne indecora (Schott) Meisn. var. cannella Meisn. Mespilodaphne opifera (Mart.) Meisn. Mespilodaphne organensis Meisn. Mespilodaphne pretiosa Nees & Mart. Mespilodaphne sassafras Meisn. Mezilaurus crassiramea (Meisn.) Taub. ex Mez Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. ex Mez Mezilaurus navalium (Allemão) Taub. ex Mez Michelia champaca L. Mirabilis dicotoma L. Mirabilis jalapa L. Mohlana nemoralis Mart. Mollinedia brasiliensis Schott Mollinedia laurina Tul. Mollinedia ovata Ruiz & Pav. Mollinedia schottiana (Spreng.) Perkins Myristica bicuhyba Schott ex Spreng. Myristica fragrans Houtt. Myristica gardneri A.DC. Myristica macrophylla Spruce ex Benth. Myristica officinalis Mart. Myristica otoba Humb. & Bonpl. Myristica paradoxa Schwacke Myristica platysperma Spruce ex A.DC. Myristica sebifera (Aubl.) Sw. Myristica subsessilis Benth. Myristica surinamensis Rol. ex Rottb. Myristica theiodora Spruce ex Benth. Myristica tomentosa Nectandra amara Meisn. Nectandra amara Meisn. var. australis Meisn. Nectandra angustifolia (Schrad.) Nees Nectandra angustifolia (Schrad.) Nees var. falcifolia Nees Nectandra canescens Nees Nectandra cissiflora Nees Nectandra cymbarum (Kunth) Nees
839 811 890 890 764 764 761 761 765 762 768 755 755 841 721 721 713 837 836 836 837 814 809 820 812 821 822 823 809 810 820 813 812 809 782 782 786 786 772 786 781
Nectandra globosa (Aubl.) Mez Nectandra hihua (Ruiz & Pav.) Rohwer Nectandra leucantha Nees Nectandra leucantha Nees & Mart. var. attenuata Meisn. Nectandra leucothyrsus Meisn. Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Nectandra mollis (Kunth) Nees var. intermedia Meisn. Nectandra mollis (Kunth) Nees var. villosa (Nees & Mart.) Meisn. Nectandra myriantha Meisn. Nectandra nitidula Nees Nectandra nitidula Nees & Mart. var. latifolia Nees Nectandra oppositifolia Nees Nectandra pichurim (Kunth) Mez Nectandra pichury-major Peckolt Nectandra polyphylla Nees Nectandra puberula (Schott) Nees Nectandra reticulata (Ruiz & Pav.) Mez Nectandra rodiei Schomb. ex Meisn. Nectandra schottii Meisn. Nectandra squarrosa Nees Nectandra turbacensis (Kunth) Nees Nectandra vaga Meisn. var. vulgaris Meisn. Neea theifera Oerst. Ocotea acutifolia (Nees) Mez. Ocotea bofo Kunth Ocotea corymbosa (Meisn.) Mez Ocotea cujumary Mart. Ocotea cymbarum Kunth Ocotea guianensis Aubl. Ocotea indecora (Schott) Mez Ocotea lancifolia (Schott) Mez Ocotea longifolia Kunth Ocotea odorata (Meisn.) Mez Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer Ocotea sassafras (Meisn.) Mez Ocotea spectabilis (Meisn.) Mez Ocotea splendens (Meisn.) Baill. Ocotea squarrosa (Nees) Mez Ocotea velutina (Nees) Rohwer Oreodaphne acutifolia Nees Oreodaphne bofo (Kunth) Nees Oreodaphne crassiramea Meisn. Oreodaphne guianensis (Aubl.) Nees 899
775 774 774 774 784 784 773 773 786 785 786 772 788 779 785 782 773 775 772 787 775 775 727 771 771 761 760 781 766 764 770 761 768 760 762 769 769 787 770 771 771 768 766
Oreodaphne hookeriana Meisn. Oreodaphne martiana Nees var. latifolia Nees Oreodaphne odorata Meisn. Oreodaphne rigida Meisn. Oreodaphne spectabilis Meisn. Oreodaphne splendens Meisn. Oreodaphne tinctoria (Arruda) Rosenthal Oreodaphne velutina Nees Osteophloeum platyspermum (Spruce ex A.DC.) Warb. Otoba novogranatensis Moldenke Persea alba Nees. & Mart. Persea americana Mill. Persea gratissima C.F.Gaertn. Persea microneura Meisn. Persea splendens Meisn. var. chrysophylla Meisn. Petiveria alliacea L. Petiveria hexaglochin Fisch. & C.A. Mey. Petiveria hexaglochin Fisch. & C.A. Mey. var. tetrandra (Gomes) J.A. Schmidt Phytolacca americana L. Phytolacca decandra L. Phytolacca dioica L. Phytolacca thyrsiflora Fenzl. ex J.A.Schmidt Pimenta dioica (L.) Merr. Pisonia aculeata L. Pisonia alcalina Fr. All. Pisonia cordifolia Mart. Pisonia olfersiana Link Pisonia pubescens Kunth Pisonia subcordata Sw. Pisonia tomentosa Casar. Portulaca grandiflora Hook. Portulaca mucronata Link Portulaca oleracea L. Portulaca pilosa L. Ranunculus apiifolius Pers. Ranunculus bonariensis Poir. Ranunculus flagelliformis Sm. Rollinia exalbida (Vell.) Mart. Rollinia orthopetala A.DC. Rollinia sylvatica (A.St.-Hil.) Mart. Seguieria americana L. Seguieria floribunda Benth. Seguieria langsdorffii Moq. 900
770 770 768 767 769 769 791 770 809 822 744 744 744 750 744 710 711 713 716 716 714 714 887 724 726 725 727 725 724 726 739 739 738 740 895 896 896 881 880 880 706 706 705
Sesuvium portulacastrum (L.) L. Silvia itauba (Meisn.) Mez Silvia navalium AllemĂŁo Siparuna brasiliensis (Spreng.) A.DC. Siparuna guianensis Aubl. Solanum bahamense L. Solanum racemosum Jacq. Talauma ovata A.St.-Hil. Talinum paniculatum (Jacq.) Gaertn. Talinum patens (L.) Willd. Talinum racemosum (Jacq.) Willd. Tambourissa religiosa (Tul.) A.DC. Tetragona expansa Murray Tetragonia tetragonoides (Pall.) Kuntze Tropaeolum brasiliense Casar. Tropaeolum majus L. Tropaeolum pentaphyllum Lam. Ungulipetalum filipendulum (Mart.) Moldenke Unona aethiopica Dunal Unona odorata (Lam.) Baill. Unonopsis veneficiorum (Mart.) R.E.Fr. Virola bicuhyba (Schott ex Spreng.) Warb. Virola gardneri (A.DC.) Warb. Virola officinalis Warb. Virola sebifera Aubl. Virola subsessilis (Benth.) Warb. Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb. Xylopia aethiopica (Dunal) A.Rich. Xylopia aromatica (Lam.) Mart. Xylopia brasiliensis Spreng. Xylopia brasiliensis Spreng. var. gracilis R.E.Fr. Xylopia cayennensis Maas Xylopia emarginata Mart. Xylopia frutescens Aubl. Xylopia grandiflora A.St.-Hil. Xylopia ligustrifolia Humb. & Bonpl. ex Dunal Xylopia longifolia (Sagot) R.E.Fr. Xylopia ochrantha Mart. Xylopia sericea A.St.-Hil.
735 755 755 830 835 719 719 839 737 737 738 830 736 736 741 741 742 798 857 857 884 814 820 821 810 820 813 857 891 886 886 857 887 885 891 887 857 888 888
15,5cm x 22,5cm | 904 p. Minion Pro, Myriad Pro p ap e l d a cap a : Supremo 250g/m2 p ap e l d o m iolo : Chambril Avena 80g/m2 form ato :
tip olog ias :
Marina Oliveira & d iag ram ação : Peter de Andrade foto d e cap a : Google images re v isão d e te x tos : Cláudia Rajão p rod u tora e d itorial: cap a