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GUIA CULTURAL

Coleção Biografemas

Conheça as quatro obras que compõem a coleção lançada pela Editora Humana.

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Inspirado no conceito de biografema forjado por Roland Barthes, acabam de ser lançados os primeiros quatro livros de uma coleção de ensaios biográficos a respeito de artistas, cientistas, filósofos, que viveram em

Santa Catarina e, por algum motivo, hoje se encontram esquecidos ou afastados do cânone artístico e intelectual. Utilizando-se de metodologias distintas, os autores buscam tomar a vida como um percurso que conecta a produção artística e intelectual de uma época, narrando a experiência daqueles que viveram e produziram à margem do seu próprio tempo ou em deliberado confronto com os cânones estabelecidos.

DALME MARIE, ESCULTORA, de Daiana Schvartz. Apresenta a história da artista que iniciou sua carreira em 1978, em Chapecó, onde atuou como conselheira municipal de cultura e contribuiu para a criação do primeiro grupo de artistas da cidade, o Grupo Chap.

VICENTE MORELATTO: HISTÓ-

RIAS DE UM AUTOR E SEU LIVRO, de Fernando Vojniak. Problematiza a vida e obra do professor primário autor de um livreto em que publicou poema em sextilhas ao modo da poesia de cordel sobre o trágico linchamento de 1950, intitulado “História do incêndio da igreja de Chapecó e o linchamento de quatro presos”.

SÁNDOR LÉNÁRD

NO FIM DO MUNDO, de Fernando Boppré. Narra a pouco conhecida história de um dos maiores nomes da literatura húngara que se refugiou no Brasil após a perseguição nazista, passando a viver como agricultor, farmacêutico e escritor em um pequeno povoado no Vale do Itajaí, no Sul do Brasil.

DARIO VELLOZO: EM BUSCA DO TEM-

PLO PERDIDO, de Caio Moreira. Discute a curiosa trajetória do poeta, professor de história, teurgo, esgrimista, homeopata, tipógrafo e entusiasta da cultura clássica grega, que pretendia reavivar a Hélade pagã em plena Curitiba do início do século XX.

RICARDO MACHADO doutor em história, professor na UFFS e curador da Livraria Humana, em Chapecó.

A melancolia inebriante de Chelsea Wolfe

Beleza na obscuridade.

LOUISE FUGANTI é designer, fotógrafa, baixista da b anda Gargólea. Sempre enxergou a música como principal inspiração para a vida.

Conhecida pelo ar místico e obscuro em suas canções e alcance vocal soprano, a californiana de 38 anos traz no seu trabalho uma variedade de artistas e gêneros como influências, incluindo blues, noise rock experimental, black metal, música folclórica escandinava, rock gótico e doom metal, passando por bandas como Black Sabbath, Sonic Youth, Deftones e Burzum. Em entrevista, Chelsea disse: “Tenho dificuldade em me ater a um gênero e, honestamente, prefiro assim. Prefiro ser livre, experimentar e fazer o tipo de arte que eu quero fazer do que ser fácil de definir.” Já fez composições em parceria com Chino Moreno (Deftones), Emma Ruth Rundle e a banda de Mathcore, Converge. Também trabalhou em um projeto paralelo, a banda Mrs. Piss ao lado de Jess Gowrie. Com oito álbuns de estúdio, as letras e melodias densas e soturnas em grande parte tratam sobre temas mais obscuros do ser, como angústias, ansiedade, pesadelos e até mesmo paralisia do sono (fenômeno que a cantora e compositora experienciou durante parte de sua infância e adolescência). Apesar de suas músicas terem passado por um longo processo de amadurecimento ao longo da carreira, toda a essência melancólica, densa e existencial se faz presente em todos os seus trabalhos. Suas apresentações em palco são extremamente minimalistas e até um pouco “contidas”, com um ar envergonhado, mas posso dizer que mergulhar no universo de Chelsea Wolfe é uma experiência atmosférica intensa, visceral e única.

Além dos trabalhos em estúdio, Chelsea também traz em sua carreira o filme Lone (2014), dirigido por Mark Pellington. A obra retrata um universo abandonado, composto por suas memórias, e usa suas músicas como narrativa para abranger temas como “natureza, sexualidade, memória, mortalidade, perdão, amor, inocência, fragilidade, violência e beleza”, diz o diretor.

Em seu mais recente trabalho, fez parceria com o lendário compositor de terror Tyler Bates, que ao lado do compositor/produtor Ben Chisholm é o responsável pela trilha sonora mórbida e arrepiante do longa-metragem X, do diretor Ti West, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de julho. O single principal da produção cinematográfica é a música intitulada Oui Oui, Marie, composta e interpretada por Chelsea, e carrega um pouco da personalidade e história de uma das personagens do filme.

Better Call Saul

Além de Breaking Bad.

ELVIS PICOLOTTO é membro fundador do Núcleo de E studos em Cinema da UPF e gerente de comunicação na Berenice Criativa.

Tenho que assistir os episódios, que saem às terças e nunca todos juntos, sempre duas vezes. Não quero perder nenhum detalhe...

As cenas de abertura ficam na memória por muito tempo e parecem melhorar a cada uma das seis temporadas. outra série e alguns livros. Isso sem falar na

Você sabe, toda série que passa de quatro temporadas quantidade de TCCs. merece ao menos alguma atenção. Better Call Saul – inacreditavelmente ignoSe contar a série original, essa já está na rada no Brasil – é um fenômeno de popularidécima primeira. E tenho – quase que com- dade global, premiada em crítica e renda. pulsivamente – que discutir cada episódio. Talvez seu público não esteja na Netflix, Tem personagem icônico, crítica social, que por aqui tem direitos exclusivos sobre a drama, romance, humor refinado e muita produção da AMC. Mas com certeza a qualidahabilidade narrativa. de agrada tanto a quem já amava Breaking Bad Você vai pirar com a história, confia em quanto aos recém-chegados em Albuquerque, mim. Mas presta atenção nas outras coisas New Mexico. também: onde a câmera está? Por quê? É possível que falte só um ajuste de plataQuem ela quer que você seja nessa situa- forma pra série explodir como The Office ao ção? Por quê? chegar ao Prime Vídeo. Aproveita o friozinho e Para os aficionados por expansão de aposta nessa, que é certeza de diversão. Depois trama, no mesmo universo já teve filme, me agradece.

Poker face

O que define um esporte da mente?

CARLOS HENRIQUE FERREIRA DA SILVA Poker Player e Sócio na Cardroom Poker Team e Campeão WSOPC#07 2020 Nada mais é do que modalidades que não dependem única e exclusivamente da sorte e do nosso esforço muscular, assim como em outros esportes populares, mas sim do raciocínio lógico e de funções cognitivas. O Poker é um jogo reconhecido como “esporte da mente” desde 2010 pela IMSA (International Mind Sports Association), assim como o xadrez e o bridge por exemplo, e está tendo um crescimento tão grande que somos o país número um do mundo, segundo o ranking do site Pocketfives, e oito dos 10 melhores jogadores do mundo são brasileiros. É um jogo que pode trazer diversos benefícios para os praticantes e muitos aprendizados para a vida, além, é claro, de todo o entretenimento e competitividade que muitos buscam em um novo hobby. Preparei alguns destes vários benefícios e ensinamentos que ele pode nos trazer para nossa vida pessoal e profissional, inclusive alguns destes itens do Poker são passados como uma disciplina para tomada de decisões sobre negócios em universidades como Unicamp e Harvard.

PLANEJAMENTO FINAN-

CEIRO Para mim um dos itens mais importantes desta lista e que muitos geralmente só aprendem errando. Não só no Poker, mas também em outras áreas profissionais devemos ter um grande cuidado e planejamento com nossas ações que envolvem dinheiro e diversas outras variáveis. Por isto você deve ter uma boa gestão de banca e planejamento do que fazer se houver algumas variáveis negativas pelo caminho, isto vai lhe ajudar para que você esteja sempre um passo à frente e que não passe por sustos inesperados.

RESILIÊNCIA Aprender a perder é uma das lições que você vai desenvolver rapidamente com o Poker, visto que perdemos 70% das vezes e temos vitórias somente em 30% das partidas. Com isso a resiliência entra como um ponto muito forte que vai definir o sucesso da sua carreira. Você tem dois caminhos a seguir, um deles é desistir e o outro é ser resiliente e continuar fazendo as ações que sejam mais corretas a longo prazo e saber que logo irá superar esta fase ruim.

GENTILEZA GERA GENTILEZA É clichê falar isto, mas no Poker não é diferente, tudo aquilo que você faz com um sorriso no rosto e com educação, irá refletir para você em algum momento, seja em um convite para um novo trabalho, um convite para uma parceria e muitas outras coisas boas podem vir até você. Então a dica que dou é: cerque-se sempre de pessoas melhores que você, fazendo um bom networking as oportunidades irão aparecer.

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