[RE]PERTENCER
requalificação ao longo do ribeirão tatu
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[RE]PERTENCER
requalificação ao longo do ribeirão tatu
TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO I 2016 IAU.USP FLÁVIA MASSARO FONSECA 3
INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO PERMANENTE (CAP) PROF. DR. DAVID MORENO SPERLING PROF. DR. JOUBERT JOSÉ LANCHA PROF.ª DR.ª LÚCIA ZANIN SHIMBO PROF.ª DR.ª LUCIANA BONGIOVANNI MARTINS SCHENK COORDENADORA DE GRUPO DE TRABALHO TEMÁTICO (GT) PROF.ª DR.ª EULALIA PORTELA NEGRELOS
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ÍNDICE QUESTÕES E UNIVERSO PROJETUAL .7 UMA CIDADE: LIMEIRA .21 UM PLANO: O CENTRO .31 UM EIXO: O RIBEIRÃO TATU .53 AS POSSÍVEIS ESPACIALIDADES .89 UM TRECHO DO EIXO .95 REFERÊNCIAS .98 5
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QUESTÕES E UNIVERSO PROJETUAL 7
"O ser humano precisa se sentir acolhido, pertencer a algo, se identificar." (BENEVIDES, 2014, p. 19)
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O que desperta no ser humano a sensação de pertencer a determinado lugar? Como a arquitetura e o urbanismo influenciam nesse comportamento? Essa relação de afeição entre indivíduo e lugar é um dos pontos a ser investigado no presente trabalho. Para Fabriciano (2015), pertencer tem relação direta com lugar ocupado que recebe significados pelo sujeito nele inserido. É possível afirmar, assim, que o sentimento de pertencimento é construído com a vivência do lugar e com as experiências do dia-a-dia, em que tudo influencia: o tempo de permanência, as histórias vividas, as memórias que vão sendo adquiridas, as interações com o espaço e, acima de tudo, as relações sociais que ali ocorrem. Criam-se vínculos. “É importante que uma reflexão crítica em torno do sentimento de
pertencimento pelos arquitetos para entender a necessidade de interação afetiva do indivíduo com o espaço que vivencia, pois o objetivo da arquitetura não é somente construir abrigos para as necessidades do ser, mas é materializar o que o homem tem necessidade de exteriorizar e de se identificar.” (FABRICIANO, 2015, p. 12) A arquitetura, dessa forma, deve criar a possibilidade de enxergar além do visível, e incorporar questões que ultrapassam a funcionalidade, abarcando o campo do subjetivo e do sentimento. Outra maneira de despertar a sensação de pertencimento é a memória. Ela é importante não apenas quando ligada às vivências particulares do indivíduo, mas de forma que ela seja ativada coletivamente. A reativação de lugares ou edifícios 9
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PARQUE DA JUVENTUDE, SÃO PAULO.
fig. 1
“A arquitetura deve dar espaço para o imprevisível”
antigos que um dia já foram marcantes para a cidade de algum modo, pode proporcionar isso, como no Parque da Juventude, em São Paulo. Construído no espaço que um dia fora o presídio Carandiru, o parque conta com alguns elementos da antiga ocupação, destinados hoje a usos culturais e institucionais. É possível afirmar, assim, que a tranformação e a ressignificação ocorridas potencializam a dimensão simbólica do lugar.
A interação e a apropriação do espaço também estão inseridas na chave do pertencimento. Nesse sentido, a ideia é que o usuário possa intervir no lugar de maneiras diferentes e não apenas pela forma “ditada” por um programa.
“Se os pavilhões são a memória concentrada da convivência forçada e desumana, os muros são a memória dispersa da vigilância. Não dá para não se comover andando por cima do muro preservado, por cima das copas das árvores, imaginando o trabalho dos guardas da prisão.” (CALLIARI, 2014, np)
A partir do momento em que o indivíduo modifica o espaço, ele se identifica com o mesmo e sente que ele lhe pertence (FABRICIANO, 2015). Segundo Hetzberger (1999), ter um lugar que pertença às pessoas, é o que pode ser apropriado e anexado pelas mesmas, e que também apresenta oportunidades para que elas possam deixar suas marcas e identificações.
(Paulo Mendes da Rocha, 2007, np)
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12
THE HIGH LINE PARK, NY.
“É a sociabilidade, o prazer de estar com o outro, que estabelece em definitivo a diferença urbana.”¹
fig. 2
¹LE GOFF, 1998, np apud CERQUEIRA, 2013, p. 7
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REFERENCIA
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PARQUE BRYANT, NY.
Nesse sentido, pode-se inferir que a cidade e a arquitetura devem ser pensadas para as pessoas. Em seu livro “Cidade para pessoas”, Jan Gehl (2015) aborda a necessidade de se viver em cidades mais “humanas”, que reforcem a vida urbana e os espaços de encontros entre pessoas. Desse modo, além de valorizar a relação indivíduo-lugar, é necessário que a arquitetura e o urbanismo estejam a serviço das relações sociais, que criem espaços para a convivencialidade e sociabilidade - lugares de urbanidade. “Atividade sociais exigem a presença de outras pessoas e incluem todas as formas de comunicação entre as pessoas no espaço público. Se há vida e atividade no espaço urbano, então também existem muitas trocas sociais. Se o espaço da cidade for desolado e vazio, nada acontece.” (GEHL, 2015, p. 22) fig. 3
Segundo o autor, as pessoas são atraídas por espaços por lugares movimentados, buscando espontaneamente outras pessoas. Tem-se então, que a sociabilidade e a vida urbana são, sem dúvidas, influenciadas pela qualidade do espaço público, sendo importante que este se apresente de modo convidativo, seja para caminhar, pedalar ou permanecer (GEHL, 2015). “Se a vida na cidade é reforçada, criam-se as pré-condições para fortalecer todas as formas de atividade social no espaço urbano. ” (GEHL, 2015, p. 22). É possível dizer, portanto, que é no espaço público onde essas relações devem ocorrer de forma a fortalecer a vida urbana e o sentimento de pertencimento para com a cidade. Entretanto, há no cenário contemporâneo uma tendência de afastamento desses espaços (CERQUEIRA, 2013), seja por conta de seu 15
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PARC DE LA VILLETTE, PARIS
estado de degradação, pela sensação de insegurança ou pela sua substituição por espaços privados e de consumo.
sociais e culturas diferentes, pois não temos mais espaços nas cidades onde isso pode acontecer.
“(...) porque as crianças já não querem mais brincar na pracinha, querem ir ao shopping (...). Se não se brinca mais no parquinho, se não se conversa na praça quando jovem, se não se vive mais nas ruas da cidade, onde se pode conviver com o outro – sem filtros de diferenças? Onde conviver com a diversidade, com a pluralidade em sua maior representação hoje em dia? Não se convive?” (CERQUEIRA, 2013, p. 55)
Sentimento de pertencimento. Sociabilidade. Espaço público. Foram essas as principais questões que estiveram no horizonte deste trabalho desde seu início. Além delas, vale ressaltar a busca pela criação de um espaço público atrelado à espaços verdejados na cidade, uma vez que o contato homem-natureza é essencial para o bem-estar da população. Soma-se a isso, sua influência positiva em relação à drenagem urbana, ao microclima, à umidade relativa do ar e à biodiversidade de fauna e flora.
Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman (2004, apud REIS, 2013), o espaço público deixou de desempenhar o seu papel de lugar de encontro e de diálogo e está cada vez mais vazio de questões públicas. fig. 4
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Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de um parque urbano, requalificando a área junto ao Ribeirão Tatu, na cidade de Limeira-SP, região próxima à área central antiga da cidade, que se encontra em estado de degradação e abandono, tanto pela sociedade, bem como pelo poder público. O projeto de requalificação visa a melhoria não apenas para a área em si, mas para a cidade como um todo, levando-se em consideração suas carências e potencialidades. “Um parque urbano não é somente um ponto de encontro, ou uma área de respiro para a cidade. (...) o espaço de lazer, tanto quanto espaço cultural, é um espaço social onde se entabulam relações específicas entre seres, grupos, meios, classes.” (REIS, 2013, p. 4) 18
A escolha pela cidade de Limeira como lugar para o desenvolvimento do TGI, se deu pelo sentimento afetivo que tenho pela minha cidade natal. Posso afirmar que esse sentimento se fortaleceu não tanto pelos lugares da cidade em si, já que Limeira é carente de espaços de convívio públicos de qualidade, mas pelas pessoas com quem convivi e convivo, pelos laços que criei e pelas histórias aqui vividas. Os levantamentos realizados mostram que a quantidade e qualidade dos espaços públicos de lazer na cidade é baixa, mais por falta de interesse do poder público do que por falta de interesse ou procura pela população. Nos finais de semana, as pessoas se encontram em postos de gasolina, adolescentes se agrupam nas calçadas próximas ao shopping center, e sim, os shoppings também ficam lotados. Recentemente – e felizmente –, a prefeitura tem realizado eventos
gastronômicos e culturais na Praça Toledo Barros e no Parque da Cidade. Apesar de boa parte desses eventos estarem ligados ao consumo, eles têm proporcionado uma alternativa para o lazer, para o encontro e para o uso de espaços importantes na cidade, o que há muito tempo não se via. Da vontade de proporcionar um novo lugar de lazer público, de encontros, de fomentar a vida urbana, de requalificar o que hoje encontra-se em estado de degradação – ambiental e social –, pode-se dizer que nasceu o projeto. Do espaço de afastamento para o lugar de pertencimento.
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UMA CIDADE: LIMEIRA 21
LIMEIRA A cidade está localizada na bacia do Rio Piracicaba e, em grande parte, na bacia do Ribeirão Tatu, importante corpo d’água que atravessa a cidade e que se encontra, em parte, canalizado. Situa-se cerca de 150 km da capital do estado de São Paulo, possui em torno de 290 mil habitantes, e enquadra-se em um perfil de cidade média paulista (MANFREDINI, 2009). Atualmente, Limeira é conhecida pela produção de joias folheadas, mas já foi grande produtora no ramo do café e da citricultura. ESCALAS DE INTERVENÇÃO 1. O PLANO O plano de intervenção abrange a região central mais antiga da cidade, onde concetram-se as atividades comercias e de serviços, e se estende pelo entorno do Ribeirão Tatu, englobando áreas predominantemente residenciais. 2. O EIXO Inserem-se no eixo de intervenção o entorno imediato ao trecho do Ribeirão Tatu. 22
N SANTA GERTRUDES CORDEIRÓPOLIS
IRACEMÁPOLIS LIMEIRA
SANTA BÁRBARA
AMERICANA
1 2
N Rodovia Anel Viรกrio Vias Arteriais 1. Plano 2. Eixo 23
LINHA FÉRREA OCUPAÇÃO INICIAL E EXPANSÃO URBANA
O surgimento de Limeira deu-se numa região de passagem de bandeirantes no início do século XIX, local onde se instalou a sesmaria do Morro Azul. Fundada em 1826, sua ocupação inicial, como pode ser observada no mapa ao lado, localizou-se às margens do Ribeirão Tatu e próxima à chamada Estrada do Comércio, atual Rua Doutor Trajano Camargo, uma das principais ruas comerciais da cidade até os dias de hoje. A vinda da estrada de ferro Cia Paulista em 1875 e sua instalação na área de várzea do Ribeirão, também intensificou a ocupação nessa região (QUEIROZ, 2007).
RIBEIRÃO TATU
EIXO RELIGIOSO
EIXO COMERCIAL
Com uma expansão urbana acelerada, Limeira cresceu de maneira desordenada, o que contribuiu para a formação de um tecido fragmentado, desconexo e com grandes vazios urbanos. O mapa de Expansão Urbana mostra esse crescimento espraiado após os anos 1970, quando foi implantado o Anel Viário. 24
fig. 5
N
N
OCUPAÇÃO INICIAL
EXPANSÃO URBANA
Ferrovia Anel Viário 1815-1876 1877-1937 1938-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2005 sem dados fig. 6
25
N HIDROGRAFIA E HIPSOMETRIA Os mapas de hidrografia e de hipsometria evidenciam os problemas de inundação que ocorrem em alguns pontos vitais da cidade. No mapa de hipsometria, que abrange a área do plano de intervenção, observa-se pontos de inundação do Ribeirão Tatu e de outros córregos que encontram-se tamponados, causando problemas na região central. 26
Inundações Limite de bacias Limite de sub-bacias Hidrografia Córregos tamponados Linha férrea
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Os mapas da localização dos equipamentos evidenciam a concentração de escolas na área central da cidade, tanto públicas, como privadas. Por outro lado, o mapas de equipamentos de saúde, lazer e cultura, esportes e espaços verdes, apresentam uma carência em relação aos mesmo na área central,
N
28
educação-público educação-privado
principalmente os de domínio público. Salvo os três pontos de lazer e cultura nessa região, como o teatro municipal, o museu e o centro cultural, a população em geral, concentra-se em espaços privados, como no shopping ou até mesmo em postos de gasolina e supermercados. Nota-se também que, o único espaço público
N
saúde-público saúde-privado
localizado junto a um espaço verde na escala de parque, é o Parque da Cidade (exceto o Horto Florestal que se encontra mais afastado da mancha urbana). Observando os espaços verdes, no mapa abaixo, pode-se dizer que, em sua maioria, não estão qualificados. Muitos são sobras
N
espaços verdes
lazer e cultura-público lazer e cultura-privado esporte-público esporte-privado
da expansão urbana, ou encontram-se desvalorizados e degradados. Em relação ao acesso à região central, nota-se, pelo mapa de transporte coletivo, a oferta do mesmo, devido à presença do terminal urbano, por onde passam todas as linhas de ônibus.
N
fig. 7 pontos de ônibus 29
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UM PLANO: O CENTRO 31
fig. 8
fig. 11
fig. 14 32
fig. 9
fig. 10
fig. 12
fig. 15
fig. 13
fig. 16
PLANO DE INTERVENÇÃO: REGIÃO CENTRAL DE LIMEIRA “Pode-se dizer que a importância dos centros e das suas habilidades é a de que ele é um bairro comum a todos. Cada pessoa tem um bairro e, além dele, o centro.” (BALBIN, ROLNIK, 2005, p. 10) Como pontuado anteriormente, o plano de intervenção deste trabalho abrange o trecho do Ribeirão Tatu, próximo a área central de Limeira. É, portanto, imprescindível o estudo de sua forma de ocupação e uso do solo, de suas dinâmicas e fluxos. A área central de Limeira, segundo Manfredini (2009), pode ser considerada como a ampla área que se expande na direção sul a partir do antigo leito da estrada de ferro - às margens do ribeirão Tatu - até o Anel Viário.
Como observado em áreas centrais de muitas cidades, a área central de Limeira vem sofrendo um processo de degradação e de diminuição de população. Segundo Balbin e Rolnik (2005) um dos principais motivos para tal fenômeno é o fato de que a Política Habitacional do país sempre privilegiou o financiamento para novas moradias, “(...)esquecendo-se da solução de reformar e da moradia de segunda mão.” (BALBIN, ROLNIK, 2005, p. 13-14). Isso resultou na procura por terras de menores custos, localizados nas periferias da cidade. Em Limeira, pode-se dizer que essa ocupação das periferias deu-se no sentido sul, predominantemente pela população de baixa renda, com a construção de conjuntos habitacionais e, mais a noroeste pela população de média e alta renda com a proliferação dos condomínios fechados. 33
Terrenos originalmente industriais e seu uso hoje: uso industrial outros usos vazio/edificação desocupada Linha férrea Ribeirão Tatu N
34
A área de entorno imediato do Ribeirão Tatu, encontra-se hoje como o ápice dessa diminuição populacional, do uso residencial, de atividades cotidianas principalmente noturnas. Essa região, denominada por Manfredini (2009) como “centro decadente”, foi o lugar de ocupação inicial do setor industrial, devido à proximidade com a via férrea e do Ribeirão, para o escoamento da produção e liberação dos dejetos industriais – contribuindo, este último, para o processo de poluição do Ribeirão Tatu, o que afastou ainda mais a população. Com a estagnação da economia no final da década de 1980, muitas indústrias encerraram suas atividades, deixando um cenário de edifícios vazios nessa área. Além disso, no ano de 1999 a lei complementar de uso e ocupação do solo veio proibir a atividade industrial nas proximidades do Ribeirão Tatu. A lei, entretanto, “não vislumbrou instrumentos que permitam a utilização desses espaços de modo interativo com as condições de locomoção, segurança e higiene da urbanização.” (MANFREDINI, 2009 p. 171) Soma-se a esses fatores, o término do transporte de passageiros pela ferrovia, contribuindo para a diminuição da circulação de pessoas na região. 35
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Outro ponto importante levado em consideração, uma vez que tem-se o objetivo de proporcionar espaços para a sociabilidade, foi a investigação de quais eram os lugares de encontros antes do processo de degradação da região central da cidade. Se hoje esses espaços estão concentrados nos shoppings centers e em outros lugares ligados ao consumo, onde as pessoas se encontravam antes desse processo de degradação? Quais eram os lugares de lazer e encontros? 37
O CENTRO DE ONTEM: LUGAR DE ENCONTROS E SOCIABILIDADE Formação dos eixos comercial – com a abertura da Rua do Comércio – e religioso – com a construção das Igrejas – proporcionou um dos primeiros lugares de encontros em Limeira. Fluxo intenso de pessoas devido às missas e às atividades comerciais.
Vinda da Ferrovia em 1975 e reforma da Igreja Nossa Senhora das Dores: “Houve tanta repercussão que se abriu a Rua Augusta (hoje Barão de Cascalho) que desembocaria na estação, colocando-se nessa e em outras ruas lampiões para melhor iluminação, abriramse diversos comércios como cafés e restaurantes, e os aluguéis subiram em função dessa valorização que a vinda da estrada de ferro e a nova matriz permitiram. ” (Queiroz, 2007, p. 67-68)
Igreja Nossa Senhora das Dores Rua do Comércio
“(...) a praça tornou-se mais popular atraindo diversas festividades, proporcionando encontros de famílias, jovens e namoros em torno da gruta. Uma tradição que persistiu até a década de 1970.” (Queiroz, 2007)
Teatro da Paz Ferrovia Cia Paulista Praça Toledo Barros
Igreja Nossa Senhora da Boa Morte
XIX 1826
1856
1885
1876
fig. 17
fig. 18 38
fig. 19
fig. 20
fig. 21
Limeira Clube: lugar de lazer frequentado pela população mais abastada. Foi sede de eventos tradicionais da cidade, como a festa da laranja.
O vidaduto Santa Cruz e a Ponte dos suspiros faziam a travessia sobre o Ribeirão Tatu e a conexão entre o centro e o bairro Boa Vista, proporcionando uma continuidade do fluxo de pessoas e de atividades comercias entre os dois pontos da cidade.
Gruta e coreto
Viaduto Santa Cruz
Ponte dos suspiros
Limeira clube
O zoológico permaneceu, por muito tempo, como espaço público de lazer e de aproximação com a natureza. Sofreu processo de degradação e abandono e foi transferido para o horto florestal. Hoje a área encontrase desativada. Zoológico e piscina pública
XIX 1939
fig. 22
fig. 23
fig. 24
1968
fig. 25
fig. 26 39
Observando os mapas de “Vida noturna” e “Ocupação e uso do solo”, é possível afirmar o quanto a área do centro e próxima ao Ribeirão Tatu ficam vazias principalmente no período noturno.
antigo, o Plano também visa a requalificação ambiental e o estabelecimento de espaços próximos ao Ribeirão para o uso da população e para a drenagem urbana:
Salvo os pontos em que a circulação de pessoas se mantém durante a noite, como a rodoviária, o terminal urbano e as intituições, as áreas mais escuras são, em sua maioria, comércios e serviços que encerram suas atividades às 18 hs.
“Art. 67 O Programa de Requalificação Ambiental do Vale do Tatu tem como diretrizes:
No entorno imediato do Ribeirão encontram-se alguns edifícios industriais desocupados e subutilizados, fator que contruibui para a ausência de vida noturna (e diurna) da região. No mapa do Plano Diretor de Limeira, observam-se diretrizes para a requalificação da área. Os espaços onde hoje estão edifícios industriais desocupados ou em uso, são classificados como ZIE-2 (Zona de Intervenção Estratégica 2), que são “imóveis que por se situarem em locais próximos ao centro com grandes concentrações residenciais e grande fluxo de veículos devem ter uma ocupação dirigida admitindose usos que gerem incômodo ou impacto (...)” (Lei Complementar nº 442, 2009, p. 29). Além da requalificaçãos desses espaços e do centro 40
Solução integrada para a deficiência e conflitos de macrodrenagem nessa sub–bacia, utilizando-se as áreas das ZIEs para constituição de bacias de detenção ou contenção ou outros equipamentos e para constituição de áreas verdes, além de outras áreas ao longo de seus afluentes; Utilizar este vale como lugar estratégico para implantação de atividades de lazer, inclusive noturnas.”
VIDA NOTURNA Área próxima ao Ribeirão Tatu Área comercial/serviços Área residencial/institucional Terminais rodoviários e comércio/serviço noturno
OCUPAÇÃO E USO DO SOLO Residencial Comercial Serviços Institucional Municipal Área verde
PLANO DIRETOR - REQUALIFICAÇÃO AMBIENTAL E REESTRUTURAÇÃO ESPACIAL (fig. 27) Requalificação urbana de interesse prioritário Requalificação urbana de interesse secundário ZIE - 2 Parques propostos
Linha férrea Vias arteriais Percurso paisagístico turístico APP a requalificar Recuperação de recursos hídricos
N
41
CULTURA, EDUCAÇÃO E INFRAESTRUTURA VERDE
Com os levantamentos sobre a cidade de Limeira realizados, notou-se uma quantidade considerável de equipamentos educacionais na área do plano de intervenção, como pode ser observado no mapa ao lado. Estes são, em sua maioria, de ensino público, fundamental e médio, ou seja, é possível dizer que há uma grande quantidade de crianças e adolecentes frequentando essas escolas e circulando por essa região. Neste ponto, podem ser destacadas as universidades presentes na área de entorno, como a FAAL (Faculdade de Artes de Limeira) e Einstein, que oferecem cursos nas áres de artes, arquitetura e urbanismo e engenharia ambiental. Esses fatores foram importantes para a elaboração do programa do projeto. 42
Os principais equipamentos culturais da cidade também se concentram na área central como o centro cutural no Palacete Levy, o teatro Vitória e o Museu, localizados na Rua Nossa Senhora da Boa Morte. Objetivou-se, dessa forma, conectar e aproximar essas instituições ao parque junto ao Ribeirão Tatu através de “eixos verdes”. Esses eixos são vias importantes da cidades, as quais seriam modificadas e receberiam algum tipo de infraestrutura verde, de acordo com as especificidades de cada uma. Os eixos verdes, além se tornarem percursos mais confortáveis para o pedestre, contribuiriam para a drenagem de águas pluviais, amenizando a quantidade de água que chega no Ribeirão.
Quantidade: Ensino público - 9
Av. Lanranjeiras
R. Sgt. Pessoto
Ensino privado - 6
Av. Assis Brasil
R. Artur Voigt
Ensino infantil - 3 Ensino Fundamental - 10 Ensino médio - 8 Ensino superior - 2
R. Barão de Campinas
Ensino técnico - 3
R. Capitão Kehl R. Antônio Diniz
N
Edifício educacional Edifício cultural Eixo verde Corte
R. Dr. Roberto Mange R. N. Sra. da Boa Morte
R. Piauí
R. Sta. Cruz 43
Como infraestrutura verde, foi proposto, em geral, potencializar a arborização onde ela é escassa, tomando cuidado, ao mesmo tempo com a rede elétrica. Pode-se dizer que não houve um planejamento prévio em relação a isso uma vez que, na maioria dos casos, as árvores de porte grande crescem junto à fiação. Assim, em locais onde há a necessidade de arborização próxima à rede elétrica, optou-se por árvores de pequenho porte, que podem atingir até 5 metros de altura. Ficando livre o plantio de árvores de maior porte em outras situações. Observou-se também que nessas ruas quase nunca se vê um canteiro para o plantio das árvores. Há, ao invés disso, um pequeno rasgo na calçada que tem medida apenas para o troco da árvore. Optou-se assim, por deixar um espaço de no mínimo 70 centímetros, destinados para a implantação de um canteiro. 44
Além disso, adotou-se a utilização de canteiros pluviais, que, localizados em cotas mais baixas do que os canteiros convencionais, recebem as águas do escoamento superficial de áreas impermeáveis. Além disso, promovem a detenção e filtragem preliminar de água, infiltração, promoção da biodiversidade, captura de carbono, entre outros. Como medida mínima para a circulação de pedestres na calçada, elegeu-se a medida de 1,20 metros. O calçamento seria feito por meio de pisos drenantes, que contribuem para a redução da a impermeabilidade das superfícies da cidade, já que permitem a infiltração das águas pluviais. O material utilizado pode ser asfalto poroso, concreto permeável, blocos intertravados, brita e pedriscos.
maior que 10m
5m - 10m
até 5m pequeno porte
médio porte
grande porte
fig. 28 Exemplo canteiro de árvore em Limeira. Rua Piauí.
fig. 29 Pisos drenantes.
0,7 1,8
0,7 1,2
fig. 30
fig. 31
fig. 32
Canteiros pluviais.
45
AVENIDA LARANJEIRAS
RUA SANTA CRUZ
fig. 33
fig. 34
situação atual
2,9 2,5
4,2 1,3
1,8 .85 2,5
4,2
4,6
2,5 1,9
1,8 2,5
3,7
2,5 2,8
proposta piso drenante canteiro pluvial 46
1,3
4,2
2,5 .75 1,8
2,5 1,5 3,7 2,5 1 1,8
RUA BARÃO DE CAMPINAS
RUA NOSSA SENHORA DA BOA MORTE
fig. 36
fig. 35
2,1 2,5
1,2 .9 2,5
5,5
5,5
3,35
1,55 1,8
1,6
1,8 1
2,5 1,5
6
6
.91 1,8 47
RUA CAPITÃO KEHL
fig. 37
RUA SARGENTO PESSOTO
fig. 38
situação atual
1,9 2,5
3,7
2,5 1,9
2,7
5,6
2,5 3,1
proposta piso drenante canteiro pluvial 48
1,8 1,35 2,5
3,7 1,35 1,8
1,2 1,5
5,6
2,5 1,9 1,2
RUA DOUTOR ROBERTO MANGE
AVENIDA ASSIS BRASIL
fig. 40
fig. 39
2,9 2,5
3,8
2,5 4,1
1,2 1,7 2,5
3,8
2,5 2 2,1
2,5
2,1
6,5
2,5
1,2 .9
6,5
2,5 1,3 1,2 49
RUA PIAUÍ
RUA ANTÔNIO DINIZ
fig. 41
fig. 42
situação atual
2,5
3,5
2,5
2,5
2
2,8 2,5
6,3
2,65
6
1,35 1,2
proposta
piso drenante canteiro pluvial 50
2 1,5
3,5
2,5 1,5 2
1,2 2
2,5
RUA ARTUR VOIGT
fig. 43
2,3
1,2 1,1
2,5
5,9
5,9
3,35
2,5 2,15 1,2 51
52
UM EIXO: O RIBEIRÃO TATU 53
Faculdade Einstein Indústria de papel e celulose
Leovegildo (Escola Públic
Centro de Saúd Família (CSF) - pr Antiga indústria Máquinas D’andrea (desativada) Centro de Assitência Social
Estação Ferroviária ocupad Civil e Secretaria da Cultura
LEVANTAMENTOS 54
N
SESI
ca) Antiga indústria Cia dos Refinadores União (desativada)
de da r
Centro do Idoso
Faculdade de Artes de Limeira (FAAL)
da pela Guarda a
Rodoviária Terminal Urbano
Senac
Antiga indústria Machina São Paulo (desativada)
Centro de Saúde da Família (CSF)
Centro de Promoção Social (CEPROSOM)
Antigo Zoológico (desativado) 55
N
LEVANTAMENTOS 56
57
58
ÁREA DE PROJETO: DIRETRIZES 59
VIÁRIO 1. Afastamento da via marginal para criação de calçamento, ciclovia e canteiro arborizado.
2. Remoção da via utilizada pelos ônibus para o acesso ao estacionamento no edifício da antiga indústria Machina São Paulo. 3. Abertura de vias criando duas quadras, uma destinada à área esportiva e outra à habitação e comércio (parte dessas habitações e comércios já existem em um trecho dessa quadra).
3m N
3m
3m
vias removidas novas vias
via exclusiva para pedestres trecho de desvio da via marginal
trilho removido área de projeto
1 3 2 60
habitação e comércio esporte
REMOÇÕES 1. Remoção de indústria em atividade pela “transferência do direito de construir”. Esta área insere-se em uma região onde é proibido por lei o estabelecimento de atividades industriais. Além disso, no Plano Diretor de Limeira ela se classifica como uma Zona de Intervenção Estratégica 2 a ser reestruturada.
3. Edifícios da antiga indústria Cia União dos Refinadores. 4. Remoção do estacionamento de ônibus do edifício da antiga indústria Machina São Paulo. Ele seria transferido para um espaço onde hoje é o estacionamento da própria rodoviária.
2. Casa abandonada e parcialmente destruída.
N
remoções área de projeto
1
2 3
4 edifício de estacionamentos com térreo comercial
61
CONEXÕES 1. Transposição direta entre edifícios institucionais.
3. Transposição próxima à Faculdade de Artes de Limeira. 4. Transposição da via férrea conectando a área esportiva às margens do Ribeirão Tatu.
2. Passarelas pré-existentes que encontram-se degradadas e desconfortáveis para o pedestre. Porém, como estão localizadas em pontos estratégicos, optou-se por mantê-las e requalificá-las.
5. Transposição próxima ao SESI.
transposições propostas
N
conexão escolas-parque (ruas verdes) área de projeto
transposições pré-existentes a requalificar
5 1
2
2 3
62
4
USOS PREDOMINANTES 1. Trecho institucional e administrativo. 2. Trecho cultural. 3. Trecho esportivo. Além destes usos predominantes em cada trecho do projeto, optouse também por incluir habitação junto com comércio e serviços. Essa N
residencial institucional
serviços comércio
lúdico cultural
esportivo administrativo
escolha tem o intuito de intensificar o fluxo de pessoas nessa região tanto no período diurno, como no noturno. Em relação ao uso residencial, propõe-se o estabelecimento de habitações que contemplem diversas classes sociais num mesmo edifício. Pois tão importante quanto oferecer habitação social para a população de baixa renda, é incentivar o convívio e a diversidade.
cultural pré-existente institucional pré-existente
área de projeto
1 3 2 63
INFRAESTRUTURA VERDE Gabiões vegetados “(...) aumento na estabilidade das encostas através do reforço e drenagem do solo pelas raízes; proteção contra erosão superficial; melhora do regime hídrico do solo através da interceptação, evapotranspiração e armazenamento; criação e provisão de habitats para a fauna e flora locais; emprego de materiais biodegradáveis; redução dos custos de construção e manutenção; estética naturalizada, entre outros.” (VASCONCELLOS, 2011) N
64
gabiões vegetados
área de projeto
eixos verdes
bacia de detenção
fig. 44
ARBORIZAÇÃO
N
arborização existente arborização proposta
área de projeto
65
66
O PROJETO 67
edifícios mistos: térreo comercial/ serviços + habitação creche centro da natureza
gabiões vegetados
centro de saúde da família (pré-existente) ciclovia
edifícios mistos: térreo comercial/ serviços + habitação
edifício instituciona bacia de detenção administração
bacia de detenção bacia de detenção centro da pesquisa
centro de assitência social (pré-existente)
oficinas culturais secretaria da cultura e museu da ferrovia
INSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO
N 68
IMPLANTAÇÃO
teatro ao ar livre/espaço para even
piso intertravado
bacia de detenção
al
o
piso em concreto poroso deck
quadras
cafés, bares e restaurantes centro do idoso (pré-existente) centro de saúde da família (pré-existente) pedras
ntos CULTURAL
dormentes
apoio - academia, lanchonete, sanitários, administração ESPORTIVO69
EDIFÍCIOS MISTOS: HABITAÇÃO + TÉRREO COMERCIAL E DE SERVIÇOS
CRECHE
A CENTRO DA NATUREZA CSF: Centro de Saúde da Família (pré existente) ciclovia bacia de mitigação ferrovia bacia de mitigação passarela entre edifícios de educação ambiental N
passarela pré existente requalificada bacia de mitigação
IMPLANTAÇÃO - TRECHO 01 70
A
ADMINISTRAÇÃO/MANUTENÇÃO
CENTRO DE PESQUISA
0
10m
20m
30m
40m
50m
N
EDIFÍCIOS MISTOS
Os térreos dos edifícios tem a fachada recuada afim de, juntamente com as marquises, demarcar uma circulação por meio de espaços de estares e de comércio e que se estendem até os edifícios institucionais. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
N
TÉRREO
“Centro da natureza” - possui atividades voltadas para a interação com a população, com espaço para palestras, aulas e exposições relacionadas com o meio ambiente. “Centro de pesquisa” - local para a realização de pesquisas também relacionadas ao meio ambiente para alunos das universidades da cidade. PASSARELAS
Pré-existente: Mantida e requalificada - estrutura existente + fechamento que permita a permeabilidade visual. Nova: ligação entre o “centro da natureza” e o “centro de pesquisa”.
71
A
N A
+549
72
+547
creche
centro da natureza
ciclovia e passeio
N CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
N CURVAS DE NÍVEL ATUAIS CORTE AA
+547 +543 bacia de mitigação e Ribeirão Tatu
+545 ferrovia
centro de pesquisa
+544
+548 +542
espaço de mitigação e córrego
73
ciclovia
EDIFÍCIOS MISTOS: HABITAÇÃO + TÉRREO COMERCIAL E DE SERVIÇOS
gabiões vegetados
INSTITUIÇÃO
ferrovia
B
bacia de mitigação
B centro de assistência social (pré existente)
OFICINAS CULTURAIS SECRETARIA DA CULTURA E MUSEU DA FERROVIA passarela pré existente requalificada
IMPLANTAÇÃO - TRECHO 02 74
0
10m
20m 30m 40m 50m
N
EDIFÍCIOS MISTOS
Foram implantados em platôs e possuem acesso em diferentes níveis. Essa ocupação tem grande potencial visual para o centro de Limeira e, principalmente, para o Ribeirão Tatu e para Estação Ferroviária. PASSARELA
Foi proposto manter a passarela existente, já que ela se encontra em um ponto estratégico - entre a rodoviária e o terminal urbano. Porém, sua requalificação foi necessária: assim como no trecho um do projeto, mantém-se a estrutura existente + fechamento que permita a permeabilidade visual. MITIGAÇÃO DE ENCHENTES
N
- Bacia de detenção: em períodos de chuva intensa, a água excedente do Ribeirão é transferida para a bacia por meio de tubulação. - Alargamento do canal do Ribeirão com gabiões e vegetação no lugar do muro de arrimo de concreto.
TÉRREO
75
B
B
N
+552
+551
+550 +547
76
+546
+545 +541
instituição
edifício misto
bacia de detenção
N CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
CURVAS DE NÍVEL ATUAIS CORTE BB
+545
+545 +542 tubulação
ciclovia + passeio
Ribeirão Tatu + gabiões vegetados
Estação Ferroviária
77
C
ponte
viaduto pré existente: utilização apenas para pedestres
administração do terminal urbano (pré existente) ESPAÇO PARA EVENTOS/EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS
ceprosom (pré-existente) ligação com o terraço jardim por meio de passarela pré-existente
C
IMPLANTAÇÃO - TRECHO 02 78
TEATRO AO AR LIVRE
TERRAÇO JARDIM/ESTARES 0
10m
20m
30m
40m
50m
N
restaurantes, bares e cafés
MEMÓRIA
Manteve-se o muro da antiga fábrica Machina São Paulo, criando uma praça de entrada para o teatro na cota da Avenida Campinas. Além disso, a instituição Ceprosom, que já ocupa parte do edifício da antiga indústria, tem acesso direto ao projeto através do teto verde. ACESSOS
N
TÉRREO
O lugar pode ser acessado de quatro maneiras. Pela Avenida Campinas, na cota mais alta; Pelo viaduto pré -existente, que se conecta ao outro lado da cidade; pelo viaduto pré-existente que se conecta ao parque e é exclusivo para pedestres; ou ainda pelo percurso que vai da Estação Ferroviária e passa pelo terminal urbano, na cota mais baixa. 79
C
N
C
+545
+544 +540
80
ciclovia + passeio
RibeirĂŁo Tatu
Viaduto exclusivo para pedestres
Ferrovia
terraço jardim e estares
N
N
CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
CORTE CC
+551
+551
+546
restaurantes/cafés/bares
arquibancada
muro Machina SP e praça
AV. Campinas
81
QUADRA POLIESPORTIVA COBERTA CAMPO DE FUTEBOL SOCIETY
IMPLANTAÇÃO - TRECHO 03
caixa de escadas e elevador acessível D conectados ao viaduto ciclovia
centro do idoso (pré existente)
D QUADRA DE VÔLEI
CSF: Centro de Saúde da Família (pré existente)
QUADRA POLIESPORTIVA
percurso que se aproxima da ferrovia: dormentes + pedras ferrovia 82
APOIO (administração, sanitários, lanchonete, academia) 0
10m
20m
30m
40m
50m
N
ESPAÇO ESPORTIVO E CENTRO DE IDOSOS
pistas de skate
Devido à proximidade do Centro de Idosos com a área esportiva, foi proposta uma conexão entre ambos sob o viaduto, afim de proporcionar um espaço onde as atividades possam ocorrer conjuntamente. O espaço esportivo conta com 4 quadras, sendo uma coberta, área de apoio com sanitários, administração, lanchonete e academia. Além disso, há duas pistas de skate que estão “acopladas” com os dois pilares do viaduto, onde os mesmos fazem parte da pista de manobras. DORMENTES, PEDRAS E TRILHOS
N
Foi proposto ainda um percurso que aproxima o usuário com a linha férrea. Este é feito de concreto, que é intercalado com faixas de pedras e dormentes - mesmo material utilizado ao longo da linha - que se estendem até o trilho do trem.
TÉRREO
83
D
D
N
+544 +541 84
+537 ciclovia + passeio
RibeirĂŁo Tatu
Ferrovia
campo
o de futebol society
N
CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
N
CURVAS DE NÍVEL ATUAIS CORTE DD
+546
quadra poliesportiva coberta
+549
+547
apoio
apoio
+550
85
E
ciclovia
E bacia de mitigação ferrovia
N
+541
86 ferrovia
bacia de
MITIGAÇÃO DE ENCHENTES E ESTARES
Neste trecho optou-se pelo alargamento de uma parte do Ribeirão criando, assim, uma bacia de detenção. Os diversos percursos e estares em meio uma densa arborização conclui-se ao redor dessa bacia, com duas transposições sobre o Ribeirão Tatu. N
N
CURVAS DE NÍVEL MODIFICADAS
CURVAS DE NÍVEL ATUAIS CORTE EE
+541
+536 mitigação
Ribeirão Tatu
passeio + ciclovia
87
88
POSSÍVEIS ESPACIALIDADES 89
marquise e creche
2 6
1 5 fig. 46
90
pedras e dormentes
fig. 45
3 1 2 3
4 5
6
N
ESPACIALIDADES
91
fig. 47
92
7
8
12
13
fig. 48
fig. 49
9
10
9 10
7
8
11 12 N
ESPACIALIDADES
93
94
UM TRECHO DO EIXO 95
96
Na primeira parte deste trabalho, procurou-se desenvolver um enraizamento com a cidade de Limeira, entendendo suas potencialidades e necessidades em conjunto com as questões de interesse da autora. Foram lançadas, dessa forma, diretrizes de intervenção e enderaçamentos de seus usos e possíveis espacialidades para todo o parque. No entanto, para o desenvolvimento do TGI II, pretende-se aprofundar o projeto no trecho 1, que abrange a área institucional e administrativa, e parte do trecho 2, cultural, ambas próximas da região mais complexa e crítica do entorno, que é o centro antigo de Limeira.
97
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Referências iconográficas Fig. 1: http://mejorespracticas.ning.com/groups/group/show?groupUrl=concurso-de-fotos&id=6477960%3AGroup%3A9849&page=20 Fig. 2: http://mainline.com.br/o-jardim-suspenso-do-high-line/ Fig. 3: http://1.bp.blogspot.com/-4Lx-RWRl9cc/UU1li9u9PKI/AAAAAAAAE7U/MzIgSQsTOr0/s1600/IMG_2071A.jpg Fig. 4: https://lavillette.com/professionnels/locations-despaces/les-folies/ Fig. 5: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 69. Fig. 6: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 145. Fig. 7: ROLDÃO, Natália Fernanda. Espaços urbanos truncados. Limites e possibilidades. São Carlos, 2015. Acesso em: https://issuu.com/nataliafernandaroldao/docs/tgi_i_natalia_fernanda_rold__o Fig.8: http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=photo&position=473&with_photo_id=51449574&order=date_desc&user=4405074 Fig. 9: http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=list&position=477&with_photo_id=51449460&order=date_desc&user=4405074 Fig. 10: http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=list&position=477&with_photo_id=51449460&order=date_desc&user=4405074 Fig. 11: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1377527&page=16 Fig. 12: http://www.limeira.sp.gov.br/servicos/?p=820 Fig. 13: http://bolichodoamaral.blogspot.com.br/2016/01/viagem-sao-paulo-atraves-dos-cartoes.html Fig. 14: http://www.panoramio.com/photo_explorer#view=list&position=477&with_photo_id=51449460&order=date_desc&user=4405074 Fig. 15: Google Earth. Fig. 16: https://vempralimeira.wordpress.com/ 99
Fig. 17: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 85. Fig.: 18: http://www.estacoesferroviarias.com.br/l/limeira.htm Fig. 19: https://memoriasdelimeira.wordpress.com/2012/06/04/theatro-da-paz/ Fig. 20: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 87. Fig. 21: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 102. Fig. 22: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 88. Fig. 23: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 116. Fig. 24: https://memoriasdelimeira.wordpress.com/2012/07/13/ponte-dos-suspiros/ Fig. 25: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 111. Fig. 26: QUEIROZ, Alessandra Natali. Limeira: Produção da cidade e de seu tecido urbano. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007. p. 138. Fig. 27: Plano Diretor de Limeira. Fig. 28: Google Earth. Fig. 29: http://tecpavi.com.br/dicaspisograma.htm Fig. 30: http://tecpavi.com.br/dicaspisograma.htm Fig. 31: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0913870_2011_cap.4.pdf Fig. 32: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0913870_2011_cap.4.pdf Fig. 33: Google Earth. Fig. 34: Google Earth. Fig. 35: Google Earth. Fig. 36: Google Earth. Fig. 37: Google Earth. Fig. 38: Google Earth. Fig. 39: Google Earth. Fig. 40: Google Earth. Fig. 41: Google Earth. Fig. 42: Google Earth. 100
Fig. 43: Google Earth. Fig. 44: http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0913870_2011_cap.4.pdf Fig. 45: https://landscapelover.wordpress.com/2013/04/06/world-landscape-of-the-year/ Fig. 46: http://www.sasaki.com/project/84/council-bluffs-riverfront/ Fig. 47: http://www.bbc.co.uk/blogs/portuguese/esporte/2012/08 Fig. 48: http://www.landezine.com/index.php/2015/06/barcelona-skate-parks-aurea-cuadrado-garden-by-scob-architecture-landscape/ Fig. 49: http://www.landezine.com/index.php/2015/01/abeckett-urban-square/
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