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Eu vi
Teus passos lentos, teus ombros caídos. Tuas roupas suadas, desbotadas, Quase queimadas, de tanto sol.
Eu vi lágrimas em teus olhos Teu coração partido, tua aflição. Tua vaca? Caída ao chão Sem água, sem um grão. Uma tragédia de matar um cidadão.
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Tuas mãos ressecadas, teus pés rachados. Tua busca desesperada prá sobreviver. Te vi perdido, sem fé, sem brio. Entregue. Castigado, sem saber porquê Como pode tanto sofrer?
Teus passos lentos, teus ombros caídos. Tuas roupas suadas, desbotadas, Quase queimadas, de tanto sol.
Eu vi lágrimas em teus olhos Teu coração partido, tua aflição. Tua vaca? Caída ao chão Sem água, sem um grão. Uma tragédia de matar um cidadão.
Tuas mãos ressecadas, teus pés rachados. Tua busca desesperada prá sobreviver. Te vi perdido, sem fé, sem brio. Entregue. Castigado, sem saber porquê Como pode tanto sofrer?
Esse drama nordestino É o destino dos que nascem aqui. E basta uma trovoada, uma poça d´água, A terra molhada, o mato verde, E eu já te vejo, de novo, renascer.
Amanhecer aboiando, chamando o gado. Cantando, chamando a família, É hora de plantar, confiar no inverno, agradecer.
Fazer planos, aumentar o rebanho, crescer.
E o que me pareceu fraco, se agiganta. Agora é tão forte que me espanta. A magia da chuva te levanta Não é a cigarra, és tu que cantas.
Viver neste recanto É prá quem sabe recomeçar, Do pranto, não ter lembrança, Ter forças para lutar. Sonhar uma vida melhor. Carrear no peito a Esperança. Faça chuva, faça sol.
autora Maria do Carmo Calado