Bichos, bichezas e bicharocos Índice A amizade A Hiena e o Pica-pau O Leão e o Lobo O Macaco e a Galinha do mato Os quatro amigos O Cão bondoso e o Macaco
Escola Básica André de Resende, Évora – Escola Lassana Cassamá, Quelelé, Guiné-Bissau Textos 2016/2017 – Ilustrações 2017/2018
A amizade Era uma vez, numa escola, uma rã e um hipopótamo que eram os melhores amigos mas havia um leão que tinha inveja da rã, portanto fazia de tudo para os separar. Quando tocou para a saída, a rã e o hipopótamo despediram-se um do outro e foi cada um para sua casa. Passadas três horas, o leão feito matreiro enviou uma carta para os dois amigos em nome deles próprios que dizia o seguinte: - Encontramo-nos no charco das borboletas! Espero-te lá. Enquanto os amigos iam a caminho, o leão preparava uma armadilha para a rã. Quando esta chegou, caiu dentro de um buraco que estava tapado com um tapete de folhas. O leão apareceu e deixou o seguinte aviso: - Se voltas a aproximar-te do hipopótamo, sofres as consequências. Passado algum tempo o hipopótamo apareceu e o leão, fingindo que não sabia de nada, perguntou-lhe: - O que estás aqui a fazer? Onde está a tua amiga rã? - Não sei, combinamos encontrarmo-nos aqui! - exclamou o hipopótamo - Normalmente eu é que me atraso. Já de noite, a rã teve uma ideia: iria inchar até flutuar para fora do buraco, e assim o fez. Foi para casa muito triste e assustada, nem sequer conseguiu dormir. No dia seguinte foram os dois para a escola, e o hipopótamo sempre tentando falar com a rã, mas ela evitava-o, por causa do aviso do leão. O professor veado notou a distância entre a rã e o hipopótamo, decidiu falar com ela e fez-lhe uma pergunta: - Porque andas a ignorar o hipopótamo? Não eram os melhores amigos? - Éramos, mas isso foi antes do aviso do leão! - Então e que aviso foi esse? - perguntou o professor com curiosidade. E ela com muito medo de ser apanhada pelo leão confessou tudo. O professor chamou o hipopótamo para falar com ela. - Hipopótamo, por acaso, sabes porque é que a rã está assim tão chateada? - Não, professor, não sei! - exclamou ele um pouco assustado. - Na verdade ela não me dirige uma palavra. - Então vou deixar-vos a sós para conversarem sobre o assunto. - Rã, … mas afinal o que é que se passa? - É que o leão fez uma armadilha e eu caí nela, depois ameaçou-me. - E que ameaça foi essa? - Se me aproximasse, novamente, de ti sofria as consequências. - Não acredito! Vamos falar com ele para resolver a situação. Lá foram eles falar com o leão. Depois disso o leão aprendeu a lição e ficaram os três amigos, sem zangas nem invejas. AQUELE QUE ME TIRA DO PERIGO É MEU AMIGO Escola Básica André de Resende, Évora – Escola Lassana Cassamá, Quelelé, Guiné-Bissau Textos 2016/2017 – Ilustrações 2017/2018
A Hiena e o Pica-pau Um pica-pau estava a voar pelos ares de uma floresta quando avistou um pedaço de queijo que um pastor de passagem deixara cair. Uma hiena vinha da floresta, viu o queijo e ficou determinada a comê-lo. Chegou ao pé do pica-pau e começou a elogiá-lo de uma forma muito exagerada: - Que lindo pássaro! Que cores admiráveis! Que deslumbrante! Será que tem a voz tão afinada como a de uma flauta?! Se tiver, poderá ser proclamado o rei dos pássaros. Ao ouvir aqueles elogios, o pica-pau ficou agradecido e feliz, para mostrar à hiena que sabia cantar usou a sua voz para a impressionar. Enquanto cantava o pica-pau engasgou-se com um pedacinho de queijo que ficou preso na goela, sentiu-se mal e desmaiou. Caiu do ramo da árvore mas a hiena foi ajudá-lo fazendo respiração boca a bico. O pica-pau sentiu-se grato e resolveu partilhar o seu queijo com a hiena. Um rato, que estava a assistir ao que se estava a passar escondido atrás de uma árvore, apareceu de repente e disse: - Olá a todos, poderiam partilhar o queijo comigo, já não como há alguns dias. - Está bem,- responderam os dois. Enquanto estavam a comer, o rato pediu ajuda à hiena e ao pica-pau. Ele era o rato da cidade e ia encontrar-se com o rato do campo, mas perdeu-se no caminho. - É claro que ajudamos – disseram o pica-pau e a hiena. - Eu até sei onde vive o rato do campo – respondeu o pica-pau. Então, os três puseram-se a caminho. Quando chegaram bateram à porta e o rato do campo foi abrir. - Olá, rato da cidade, porque demoraste tanto, quem são os teus amigos? - Estes são o pica-pau e a hiena, eu perdi-me e estava com fome, eles partilharam o seu queijo comigo e trouxeram-me à tua casa! – disse o rato da cidade. - Obrigado por ajudarem o meu amigo, querem jantar connosco? Eles aceitaram o convite do rato do campo. Para o jantar havia caldo de chabéu, fondue de queijo e torta de caju e gengibre e a sobremesa era queijadas de caju e bolo de fubá. Estava tudo delicioso. E assim depois desse jantar maravilhoso, os quatro ficaram amigos para sempre.
AMIGO DILIGENTE É MELHOR QUE PARENTE
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O Leão e o Lobo Era uma vez um leão. Vivia na selva, era o rei da selva, todos o admiravam, respeitavam e temiam. Todos os animais sabiam que corriam risco de vida. Naquele dia, o leão acordou com fome de lobo. Mandou avisar o lobo que tinha chegado a sua hora. O lobo nem teve tempo de ficar aflito, desatou a fugir. Já cansado enfiou-se na primeira toca que encontrou. Era a toca do porco-espinho que estava a dormir e acordou assustado. Ao ver o lobo, enrolouse e picou-o. - Ai! Ai! Para que é que foi isso? - Ainda perguntas? Entras assim dentro da minha casa sem seres convidado! - Preciso da tua ajuda! - Eu? Ajudar-te! Nunca! Caso não te lembres tentaste comer os meus primos e ainda lhes destruíste as casas. - O leão persegue-me! - Então despacha-te! Aqui só estás a perder tempo. O lobo saiu dali a correr. Correu tanto que acabou por ir parar às montanhas. Aí encontrou uma cabra-anã, mais conhecida por cabra da Guiné, uma prima afastada do avô do cordeirinho que tinha sido comido, sem piedade, pelo lobo. Entretanto, o leão decidiu pôr-se a caminho à procura do lobo, seguindo o seu rasto, muito calmamente, porque sabia que o iria encontrar, mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, a cabra, bicho tímido, mal viu o lobo, assustou-se, mas encheu-se de coragem e enfrentou-o: - O que é que estás aqui a fazer? - Preciso de me esconder, preciso da tua ajuda, o leão não deve demorar muito até chegar aqui! - Aqui não ficas! Não ajudo cobardes e se deres mais um passo levas uma marrada. Posso ser pequena mas não tenho medo de ti. O lobo recuou e sem se aperceber já tinha o leão à sua espera. -Rrrrrrrrrrrrrrraaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuuu! A JUSTIÇA TARDA MAS NÃO FALHA
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O Macaco e a Galinha do mato Numa certa noite, uma galinha, um pouco distraída, perdeu-se da sua quinta. Passado algum tempo, a galinha, não sabendo onde estava, adormeceu. Já de dia, quando acordou, reparou num estranho macaco de roda dela. - Quem és tu … o que estou aqui a fazer? - perguntou ela um pouco assustada. - Tem calma - disse ele - eu sou o macaco e tu estás no mato. Quando ela recuperou do susto, o macaco perguntou-lhe: - Queres conhecer o mato? - Claro, por que não! Lá foram eles conhecer o mato, passaram pelo charco da vida, onde havia uma espécie de água mágica, depois passaram pelas montanhas saltitantes onde o macaco disse: - Estas são as montanhas saltitantes, costuma ser onde os animais se divertem. Andaram mais algum tempo até que encontraram o coelho Zacarias, que estava a apanhar bagas. Quando eles o chamaram, gritaram com muita força e acordaram o leão que estava a dormir. O leão saiu da sua gruta e viu os três amigos. Com muita raiva pegou-lhes ao colo e mandou-os ao chão, de seguida perguntou: - Quem se atreve a acordar o grande e majestoso leão? gritou ele com muita raiva. O Zacarias, cheio de medo que acontecesse algo de mal aos amigos, acusou-se. - Fui eu, ó grande leão, fui eu que te acordei. O leão espantado diz: -Porque é que te estás a acusar? - Porque quero proteger os meus amigos! - disse o Zacarias. O leão libertou o seu lado sensível e disse: - Uau! Vejo que és um grande e verdadeiro herói por admitires os teus atos, por isso vou deixar-te ir embora. O coelho Zacarias muito agradecido perguntou se ele queria o cesto de bagas que ele tinha colhido, mas o leão recusou porque era alérgico a bagas. Depois disto os três amigos continuaram a sua viagem pelo mato, até que chegaram à casa da galinha. -Muito obrigada, macaco. Foste um verdadeiro amigo. - agradeceu a galinha. -Não tens de quê! - exclamou o macaco. E despediram-se um do outro com um grande abraço. AMIGO VERDADEIRO VALE MAIS DO QUE DINHEIRO
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Os quatro amigos Um dia estava um pequeno porco-do-mato a matar a sede num ribeiro, quando chegaram um crocodilo e uma raposa. Eles pensavam que o porco-do-mato estava sozinho. Mas estavam muito bem enganados, porque estava com o seu melhor amigo javali chamado Java. E quando a raposa lhe pôs a vista em cima desatou a fugir, pois tinha um imenso pavor de javalis. Isto porque, um dia, ela estava a passear calmamente sozinha quando começaram a correr na sua direção muitos javalis. Um javali muito forte foi de encontro à raposa e ela bateu numa árvore e nunca mais se esqueceu disso. E querem saber como ela se tornou amiga do crocodilo? O crocodilo foi ter com a raposa pronto a comê-la e, quando ia a abrir a boca, a raposa pediu-lhe para não a comer. O crocodilo concordou, mas queria em troca um delicioso porco-do-mato. Passeando um dia, o crocodilo e a raposa decidiram preparar uma armadilha para o javali e o porco-do-mato. A armadilha era um convite falso que os levava para um jantar com cadeiras a que os amarravam. A carta dizia o seguinte: «Meus caros amigos, esta noite vai haver uma festa ao pé da árvore mais alta da floresta, a árvore do bico. O único caminho é pela estrada da Liberdade. Lá vos espero! Adeus e até logo.» Escreveram esta carta assinada por uma amiga deles, a ovelha Mel. Quando já era de noite foram pelo caminho indicado no convite. Quando chegaram ao jantar, viram uma mesa com quatro cadeiras à volta e apenas duas delas estavam armadilhadas. De repente o crocodilo e a raposa apareceram disfarçados de ovelhas. Entretanto perderam a noção de que as cadeiras estavam armadilhadas. De repente, o porco-do-mato e o javali lembraram-se do sumo que estavam a guardar para um jantar especial. Então foram buscá-lo, enquanto o crocodilo e a raposa se foram sentar nas cadeiras que estavam armadilhadas, sem o saberem. Repentinamente ficaram presos. Passado algum tempo, o javali e o porco-do-mato chegaram e viram-nos presos e aperceberam-se de que as ovelhas afinal eram o crocodilo e a raposa. Vendo aqueles pobres animais aflitos, decidiram ajudá-los pois eram muito bondosos. Depois de soltos, agradeceram-lhes muito e, verdadeiramente gratos, ofereceram-lhes um jantar a sério. A partir daí o crocodilo e a raposa prometeram a si mesmos que nunca mais fariam mal a ninguém. Assim tornaram-se os quatro amigos. NÃO HÁ MAL QUE BEM NÃO TRAGA Escola Básica André de Resende, Évora – Escola Lassana Cassamá, Quelelé, Guiné-Bissau Textos 2016/2017 – Ilustrações 2017/2018
O Cão bondoso e o Macaco
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Tudo começou em tempos remotos. Apenas se sabe que nesses tempos os cães subiam às árvores com umas cordas mágicas, castanhas e peludas. O grande inimigo do cão era o macaco que tinha inveja dele porque ele subia às maravilhosas, altas e verdejantes árvores. Um dia o cão Biscoito viu o macaco Banana a chorar e perguntou-lhe o que se passava. O macaco disse que estava triste porque o seu sonho era subir às árvores e sentir as folhas a fazer cócegas na barriga e o vento a soprar no pelo. O cão resolveu emprestar a corda mágica ao macaco para que ele pudesse realizar o seu sonho. O macaco atou a corda à cintura e num salto felicidade foi parar à árvore. O Banana adorou a sensação, e quando chegou a hora de devolver a corda ao Biscoito, não quis. Nessa altura apareceu o Deus dos animais e disse que ia castigar o macaco por ele não devolver corda mágica ao cão. Biscoito ao ouvir isto pediu ao Deus que não fizesse isso porque ele não se importava de não subir às árvores. O Deus achou o cão muito insolente por questionar uma decisão dele e resolveu castigar todos os cães tirando-lhes as cordas mágicas, ficando os macacos com elas; é por isso que os macacos sobem às árvores com o rabo (que foi em tempos corda mágica do cão). O cão ficou conhecido como «cão bondoso», pois apesar de o macaco não ter devolvido a corda, ele defendeu-o do Deus dos animais. Perlimpimpim a história chegou ao fim!
Participação especial das alunas Ana Sofia Matos e Margarida Pascoal do 8º A
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Abulai indjai
Edite Agostinho Nantote
Margarida Marujo
Afonso Franco
Elmo Pereira
Marta Rosado
Aissatu Mane
Elton Fernando Tchami
Mateus Fernandes Có
Alexandre Albino
Fanta Sambu
Rita Neves
Alexandre Rosado
Filipe Tubabo Djata
Rita Santos
Benedita Mendes
Guilherme Pacheco
Rivaldino Ranque
Benedito Bidam Imbana
Iama Turé
Sana Ranque
Carlos Indi
Inussa Sissé
Sérgio Tapadas
Catarina Barbas
Janice De Oliveira
Serifo Sido Camara
Demba Buaró
Jorge Zambujo
Simão Pereira
Dino Carlos Intal
Lara Amiguinho Chegadinho
Sofia Bortoli
Diogo Godinho
Lola Manuel Bissum
Victoria Man N’canha
Diogo Noronha
Lourenço Margalho
Diogo Silvério
Madalena Graxinha
Diogo Tapadas
Maitana Dede Sa
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