Eixo - Novembro - 2007

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Ă­ndice 1/eixo 03 [curso]

, 2/volume 5 , 3/interface 13 , 4/post 21. [alunos]

[entrevista]

[blogs]


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II Colóquio de Arquitetura em Aço Com o objetivo de discutir as aplicações do aço na arquitetura e no design contemporâneo, o curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerias (Unileste-MG), por meio do Núcleo de Estudo e Desenvolvimento do uso do Aço (NEDUA), promoveu o II Colóquio de Arquitetura em Aço. O evento, foi realizado nos dias 7 e 8 de novembro, no Auditório Senhor Zezinho, no campus I do Unileste-MG, aberto aos graduandos do curso, profissionais da área e demais interessados pelo assunto. A programação do evento, contou com o apoio da USIMINAS. Consiste em apresentações de projetos de alunos e docentes do curso de Arquitetura, palestras com profissionais das empresas USIMINAS/COSIPA e Arquitetos Associados, de São Paulo, além da participação dos grupos de estudos do NEDUA. O Nedua, uma organização não-governamental formada por professores e alunos, conta com parceria de siderurgias e empresas ligadas ao aço e desenvolve pesquisas e propostas para novas alternativas de uso do aço. Além disso, o Núcleo é cadastrado junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).


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2.1 molin TL

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Estudantes da Escola de Arquitetura Unileste/MG formam coletivo de trabalho audiovisual, o molin TL, e integram mostras em diversos festivais importantes de vídeo e cinema como: o cineclube curta circuito, o 9° festival internacional de curtas bh, o INDIE 2007 - MOSTRA DE CINEMA MUNDIAL e a mostra itaú cultural, respectivamente. O grupo é formado pelos alunos AGMAR ANDRADE, LEILA FIGUEIREDO, FERNANDO AREDES, JANAÍNA CHAVIER, CÍCERO MENEZES, LORENA COSTA, TIAGO CARVALHO (estes na foto ao lado), NEANDER SATHER, PEDRO BASTOS e pelo cineasta DELLANI LIMA.

“Estes pequenos exercícios afetivos impressionam mais pela simplicidade com que foram realizados que por qualquer outro motivo. Agrupados em torno de uma mesma proposta, o molin TL explora, em vídeos mínimos, a banalidade corrente das coisas comuns e dos gestos sem importância . Apropriam-se de cores, formas e falas do cotidiano e as devolvem com delicadeza nesta seqüência de filmes levemente poéticos e, vez ou outra, bem-humorados.” “João P. Dumans”


2.2 - Galeria Boliche

Local onde abriga uma investigação exercida pelo aluno Tiago Carvalho, em seu TFG, um espaço criado temporariamente, estimulando uma discussão sobre a espacialidade gerada pela arte contemporânea e suas redes. Recorre a uma indagação da instância que o objeto é tido como obra de arte, busca uma interação com os que habitam seu entorno através de uma abordagem intimista revelando aspectos coletivos. A galeria intinerante encontra-se instalada na Praça José Maria de Man, no bairro Universitário.


2.3 - 7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo PROCESSOS DE OBSOLESCÊNCIA DE NATUREZA INDUSTRIAL Projeto desenvolvido pelos alunos do 5º período integra exposição e concorre à premiação da 7ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Consiste na identificação de três situações distintas que se repetem nas bordas de toda área de abrangência da cidade de Timóteo que tem na siderurgia não só sua principal atividade econômica, mas também o elemento indutor de seu desenvolvimento urbano e, em grande medida, de sua paisagem. A substituição da fonte energética – carvão vegetal obtido a partir do eucalipto cultivado na região para o coque importado utilizado atualmente - implicou na presença de grandes porções do território pertencentes à siderúrgica. Tais áreas, atualmente sem destinação, são vedadas à utilização e apropriação por parte da população. A partir dessas peculiaridades, diretrizes como: reforçar o uso público e coletivo dos espaços, infiltrações e negociações como possibilidades de experiência da vida urbana, a artificialização como estratégia, o lazer como forma de ação e a integração das diversas camadas da sociedade e o uso público da propriedade privada foram propostas, resultando em projetos que revelam para a cidade seu próprio potencial de integração.

Participantes: Cícero Menezes, Filipe Carvalho, Hugo Marlon, Irene Genelhu, Leonardo Amaral, Luiz Gustavo, Marlon dos Santos, Ramon Pereira, Sheila Metzker, Walter Silva. Colaboradores: Prof. Augustin de Tugny, Prof. Alexandre Campos, Vinicius Christian, Alessandro Silva, Aline Duarte, Állysson Veloso, Giuliano Dias, Karen Trapiello, Paula Ferreira, Rafael Hermeto, Thiago Laporte. Orientadores: Simone Tostes, Simone Cortezão.


2.4 - Fanzine

De caráter experimental, surgiu paralelo ao movimento Punk. Encarado como meio de expressão, faz parte de uma cultura alternativa ultrapassando os limites da mídia tradicional, possui uma linguagem underground gerando outras formas de comunicação.

Fragmento do fanzine elaborado pelo aluno “Marron”, produzido durante a 10ª Semana Integrada de Arquitetura e Urbanismo.


2.4 - Fanzine

Fragmento do fanzine elaborado pela jornalista Fabiane Aredes, produzido durante a 10ÂŞ Semana Integrada de Arquitetura e Urbanismo.


2.5 - 2º Advanced Architecture Contest O primeiro exercício da disciplina de Estúdio 4, ministrado pelas professoras Carla Paoliello e Danielly Garcia, teve como objetivo trabalhar a elaboração de um objeto simultaneamente à sua construção, visando desencadear um processo que utilize da construção como ferramenta de aprimoramento de sua solução final. Baseou-se na proposta do Institute for Advanced Architecture of Catalonia que propunha a arquitetos e estudantes de todo mundo, propostas para a construção de habitáculos auto-suficientes. O 2º Advanced Architecture Contest encorajava “o desenho de uma “SELF-FAB HOUSE” utilizando técnicas industriais e tradicionais geradas no âmbito da era de informação e conhecimento, como os processos digitais, manufatura digitalmente controlada, habilidades e conhecimentos no uso de materiais novos e tradicionais, estratégias de reciclagem em diferentes cadeias de produção ou através de processos históricos de construção de habitats em ambientes naturais, à luz das novas ideias de sustentabilidade.” Ou seja, partia-se do princípio de se explorar a capacidade de cada um de construir a sua própria casa. As alunas Paula Cardi e Vanessa Pedro ficaram entre os 30 finalistas de 255 propostas enviadas com a intenção de se criar um espaço que pudesse ser conectado aos muros e paredes urbanos de acordo com a necessidade do indivíduo. Trabalhou-se com chapa de madeira, estrutura em PVC e cobertura de nylon acoplado que é um material impermeável e que oferece conforto térmico devido ao seu revestimento com uma fina camada de espuma. Além da característica de abrigo, o habitáculo funcionava também como um painel de avisos quando fechado. “Carla Paoliello”


2.6 - PRÊMIO ALCOA DE INOVAÇÃO EM ALUMÍNIO 2007 Veículo de Transporte Urbano Não-Motorizado, um concurso a nível nacional promovido pela ALCOA, dotado de caráter científico e cultural, onde mais de mil e quinhentos universitários se inscreveram. Dentre eles o aluno (graduando) Tiago Caldeira, orientado pelo professor Rogério Braga, classificou-se para a etapa final onde concorre ao prêmio juntamente com outros dois finalistas. O respectivo projeto baseia-se em uma espécie de bicicleta sem motor capaz de comportar, de modo confortável, até duas pessoas. Além de tração nas duas rodas traseiras, o veículo possui cobertura contra os efeitos do tempo.


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terface O Ensino de Introdução à Concepção Arquitetônica

Pedro Engel arquiteto e professor da UFRJ, orientado pelo Prof. Dr. Guilherme Lassance, desenvolve pesquisa na área acadêmica sobre os cursos de arquitetura em várias instituições do país. Numa entrevista elaborada por Cecília Ferreira, Pedro esclarece tal investigção diante do curso ofercido pelo UnilesteMG.


NINFA: O que mais chamou a sua atenção no curso de Arquitetura e Urbanismo do Unileste/MG? Posso apenas oferecer minha leitura sobre as experiências nos Estúdios 1 e 2, pois foram as porções do curso com as quais mantive um breve contato. Acredito, no entanto, que eles devam refletir, pelo menos em parte, a abordagem do ensino na escola. No âmbito dos primeiros estúdios o que mais chamou a atenção foi a convergência entre a abordagem pedagógica proposta pelos professores e o modo de se compreender a arquitetura. Há aí uma afinidade mútua que parece contribuir para o sentido da proposta educacional da escola. Explico: Em primeiro lugar há a concepção de que o aprendizado se constrói através da experiência e da crítica. Certamente é uma posição que se distancia da idéia de um aluno passivo, que absorve em pequenas doses um saber que já está pronto, em posse dos professores, esperando para ser transmitido. A idéia latente nos estúdios visitados é de que se aprende fazendo e propondo questões. Percebe-se que os alunos são instigados, desde cedo, a refletir sobre o mundo real e a intervir nele, tornando este embate o próprio solo do seu aprendizado. Nesta dinâmica se dá um grande valor à discussão coletiva, ao trabalho colaborativo e à noção do espaço e das concepções do ‘outro’. Isso transparece não apenas nas dinâmicas pedagógicas, mas na própria maneira como a arquitetura da escola é vivida, no modo como os estúdios são dispostos, sua transparência, suas portas abertas, e, sem dúvida, na proximidade existente entre alunos e professores. É interessante o fato de que esta abordagem venha permeada por uma concepção da arquitetura e da cidade que coloca a vivência do espaço arquitetônico e urbano em primeiro plano. O foco, neste caso, se desloca do edifício em si para os acontecimentos que ele abriga, favorece, controla, provoca, dispersa, oculta ou produz. Assim, a arquitetura é compreendida como um campo expandido de experiências espaciais, construtivas, culturais, simbólicas, sensoriais, artísticas, etc. Digo dois planos, pedagogia e arquitetura, como sendo convergentes pois tangenciam-se ou fundem-se na própria experimentação. Ambos têm seu ponto chave no embate direto com as coisas. Os estudantes aprendem sobre a vivência do espaço vivendo o espaço, refletindo sobre esta vivência e propondo intervenções diretas no espaço vivido. Ao aprender sobre um determinado acontecimento, provocam este acontecimento, o experimentam na própria pele, refletem sobre ele e constroem aparatos que venham a transformá-lo ou potencializá-lo. O que chama a atenção aqui é uma certa afinidade intrínseca entre o conteúdo e a forma do ensino.


NINFA: Qual a importância de ter conhecido o curso para sua pesquisa? No âmbito do meu estudo, que tratará do ensino introdutório à concepção arquitetônica, a Unileste é uma entre tantas escolas que serão visitadas. Ela colabora para configurar um conjunto de casos que é, antes de tudo, plural. Observando-a no interior deste quadro, certamente há aspectos que a tornam singular. Um exemplo é a concepção da arquitetura sobre a qual falei acima. Mas assim como há singularidades, há semelhanças entre esta e outras escolas visitadas tanto em relação aos métodos quanto às temáticas e conteúdos do ensino. É o caso, por exemplo, do tema do corpo e da experiência sensorial como foco no Estúdio 2, uma escolha que remete a uma tradição que esteve presente por muito tempo, e ainda está, no ensino de arte e arquitetura. No entanto é importante destacar que podem haver modos distintos de se tratar um mesmo tema de ensino. Na UnilesteMG é clara a preocupação em encontrar vias contemporâneas para abordar os conteúdos propostos. É exatamente o caso do Estúdio 2 ao lidar com o corpo e a sua relação com a arquitetura através da construção de próteses e bio-mecanismos. Tal preocupação faz com que a UnilesteMG se situe, dentro do conjunto dos casos observados, num vértice que concentra os pontos-de-vista mais contemporâneos.


NINFA: Qual o diferencial do curso de Arquitetura e Urbanismo do UnilesteMG em relação a outros cursos que o Sr. conhece, inclusive da USP? As respostas acima talvez ilustrem um pouco esta questão. Mas creio que também é válido destacar a existência de grandes diferenças operacionais entre distintos tipos de instituições de ensino. Na minha modesta opinião escolas públicas tradicionais como a USP, UFRJ e UFRGS, por exemplo, a tradição e a sedimentação dos saberes dentro da escola têm um grande peso, para o bem e para o mal. Aparentemente estas instituições têm dificuldades em promover transformações e atualizações no ensino devido à presença, no seu próprio corpo, de ‘territórios’ de saberes já instituídos e muito bem protegidos pelos seus defensores. Uma das vantagens de cursos jovens, como é o caso da Escola da Cidade em São Paulo e o curso de Arquitetura e Urbanismo da UnilesteMG, é ter a leveza e a energia de quem está implantando algo novo, mesmo que as fórmulas não sejam completamente originais. Por um lado é mais fácil fugir da tradicional fragmentação em múltiplas disciplinas praticamente estanques, pertencentes a diferentes departamentos (um quadro comum nas instituições públicas). Além disso, parece ser maior a possibilidade de haver uma convergência de pensamento na formação do corpo docente. No caso de ambas as escolas citadas, considerando-se a pluralidade de visões que ali transitam e a muito provável existência de conflitos internos, nota-se, à primeira vista, uma certa conexão de sentido entre os discursos dos diferentes professores. Não trata-se aqui de um pensamento único, mas talvez de um campo de debate que conta com um mínimo de coerência interna para que seja possível propor um trabalho em cooperação. É claro que há, por outro lado, a questão dos interesses da instituição mantenedora. Sabe-se que não são raros os casos em que estes interesses entram em conflito com as propostas pedagógicas. Embora conheça apenas superficialmente o caso da UnileiteMG, parece que há, ou houve, uma relativa liberdade concedida ao corpo docente para a concepção do curso. Não tenho dúvida que esta liberdade é a condição necessária para a criação de um trabalho diferenciado que, aos poucos, se torna notório para outras escolas no Brasil.


NINFA: A partir da pesquisa, o que o Sr. pretende fazer? De que forma esse estudo poderá orientar sua situação como profissional e professor da área? A pesquisa faz parte da construção da minha dissertação de Mestrado pelo Proarq-Ufrj. Antes de tudo ela representa uma oportunidade para levantar questões sobre algumas práticas e saberes que permeiam o ensino de introdução à concepção do projeto nos dias de hoje no Brasil. Não faz parte dos objetivos do estudo nenhuma espécie de avaliação qualitativa das experiências observadas nem a elaboração de uma proposta de aplicação. Daí a pergunta ser de difícil resposta. É possível que o maior aprendizado pessoal, além do conhecimento sobre fatos referentes às práticas didáticas, venha a ser a capacidade manter viva uma postura de questionamento sobre aquilo que fazemos em sala de aula. Como professor, espero poder tornar esta postura contagiante.


NINFA: Qual a relação entre teoria e prática na área de Arquitetura e Urbanismo? Este binômio, teoria e prática, por vezes me parece desgastado pelo costume de serem entendidos como dois universos diferentes. Eu prefiro pensar esta questão a partir da sobreposição dos seus dois pólos: pensar para um fazer, criação como reflexão, refletir sobre uma prática, fazer para poder pensar. Parto da idéia de que uma arquitetura de qualidade não é ingênua de si mesma e que a reflexão sobre ela deve ser formulada e externada para que possa ser discutida e confrontada. A importância disso para o ensino me parece crucial, já que a simples capacitação técnica pode dar caminho para a reprodutibilidade cega de modelos ultrapassados, reacionários ou opressores. Por outro lado acredito que a discussão em arquitetura deva ser imanente à própria arquitetura, entendida num sentido amplo, mesmo que extrapole os limites da atuação profissional do arquiteto. Penso que a importância da reflexão sobre arquitetura não está na busca do seu sentido transcendental, mas deve se fazer sobre a própria prática, estando ligada aos problemas reais da construção, dos lugares, da experiência do espaço, da cultura que o gera, dos acontecimentos ou rituais que ele acolhe e daquilo que ele ajuda a produzir enquanto parte constituinte do ambiente. Acho que em última instância a relação entre prática e teoria é a ética.


NINFA: Qual a importância da pesquisa para os educadores e sociedade em geral? Assumo que você se refere à minha pesquisa e não à pesquisa em geral. Seja como for, creio que saberia responder satisfatoriamente apenas no primeiro caso. Creio que a importância da dissertação que pretendo escrever estará na contribuição para as discussões daqueles que se preocupam com as práticas de ensino de arquitetura em geral e, mais especificamente, de introdução à concepção do projeto. É difícil, neste estágio do trabalho, dizer que tipo de contribuição será esta. Como via de trabalho proponho a observação de práticas, a compreensão de diferentes olhares e a formulação de questões sobre o que foi apresentado. Acredito que a contribuição do trabalho esteja no agenciamento destas trocas.


4. post


//www.tiogegeca.blogspot.com/

post

Blogs

Esclarecimentos diversos e outros olhares sobre arquitetura em distintos âmbitos, ora completamente informativos, ora também bem humorados.

//www.arquithugomarlon.blogspot.com/

A arquitetura num ponto de vista individual, explorando questões relativas ao que é tido como refinado. Também informa sobre trabalhos que professores e ex-professores desenvolvem.

//arquiambiental.blogspot.com/

Posta um material informativo com foco direcionado ao conforto e à sustentabilidade, questões fundamentais para se pensar arquitetura na contemporaneidade.

//www.arquit.blogger.com.br/

De caráter descontraído, é voltado para as relações sociais que surgem no decorrer da convivência durante o período vivenciado no curso.


[ninfa]

[ ] COORDENADOR: ALEMAR RENA

DIREÇÃO DE ARTE: ALEMAR RENA

EDIÇÃO: ALEMAR RENA/CÍCERO MENEZES

ESTAGIÁRIO: CÍCERO MENEZES

DESIGN GRÁFICO: CÍCERO MENEZES

informativo

> eixo


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