Reinos Rivais - Livro 1 (amostra)

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Eduardo Aguiar

Livro 1

LANÇAMENTO DIA 25 DE MAIO DE 2013. LIVRARIA CULTURA DO PAÇO ALFÂNDEGA - RECIFE. Para mais informações visite: https://www.facebook.com/ReinosRivais


O NASCIMENTO PROIBIDO Em uma cabana simples e em terríveis condições, havia uma mulher em período de gestação, uma bela morena de cabelos lisos e escuros, suas vestes consistiam apenas em um vestido simples de cor marrom, surrado e encardido. A expressão demonstrava o quanto estava preocupada em dar à luz em situação tão desfavorável e desconsoladora. Sua angústia, porém, não vinha somente por dar à luz nessas condições, mas por esse ser um momento em que ter filhos seria perigoso e arriscado. Ela sabia que se demonstrasse fraqueza ou necessidades especiais que a tirassem do trabalho para conseguir ajuda para o seu filho, poderia ser o fim da linha. Mesmo assim, a gestante esqueceu, por um momento, essas aflições. A necessidade de garantir um parto mais seguro e mais digno se tornara prioridade, assim, a moça sai da cabana com os passos desajeitados de uma gestante em fase final. Suas contrações começavam e ela sentiu que não conseguiria fazer o parto sozinha, deveria encontrar alguém rapidamente para que a ajudasse. Assim que a mulher saiu da pequena cabana, ela viu o cenário ao seu redor: um campo de terras secas e desertas onde havia outras cabanas no mesmo estado de precariedade, algumas um pouco maiores, outras em estado mais apresentável. Todas as cabanas ficavam próximas umas das outras, formando uma espécie de vila, situada em um local desfavorecido O NASCIMENTO PROIBIDO

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pela natureza e castigado pelo sol e pela seca. Notava-se, logo, que esse local era simplesmente uma reserva fechada e bem delimitada. Havia um portão bem grande à frente das cabanas, portão este de ferro e com duas sentinelas de prontidão, vigiando e esperando qualquer oportunidade para punir um transgressor. A mulher sai verificando de cabana em cabana, sempre com passos lentos e desengonçados, para ver se alguém se voluntariaria a lhe ajudar no trabalho de parto. Em muitas delas, a mulher percebeu que não havia ninguém. Provavelmente porque muitas pessoas que viviam nessas cabanas, àquela hora, já estariam trabalhando pelas redondezas, nas minas, florestas ou até mesmo no mercado. A mulher começava, aos poucos, a se desesperar. O momento do nascimento se aproximava, ela olhava para os céus e falava em voz baixa. —Como não há ninguém para me ajudar numa hora dessas? Como não há ninguém para ajudar a receber uma vida? Assim que a mulher fez suas indagações, um homem apareceu próximo a ela, um homem que parecia ter ouvido as preces da gestante, alguém que parecia agir em resposta às perguntas feitas pela mulher. Assim que a gestante percebeu a aproximação inesperada do homem, ela sente certo conforto e alívio. De algum modo, sabia que poderia confiar nesse homem, que ele a ajudaria e, por algum motivo, ela parece conhecer esse estranho de algum lugar. Mas a mulher ainda não conseguia lembrar exatamente de onde já tinha visto esse rosto que se aproximava com expressão simpática e gentil. O homem chega frente a frente com a cansada gestante e se apresentava: —Oi, Alícia. Sou eu, Nesclar. Em que posso ajudar? O homem tinha uma aparência comum. Corpo esbelto, pele morena clara; cabelos grisalhos compridos e ondulados; barba comprida e espessa; olhos levemente puxados que lhe davam a uma aparência de um sábio andarilho indiano. Suas vestes consistiam de uma toga amarronzada de manga comprida e folgada. 4

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A mulher definitivamente já ouvira falar muito nesse nome. Com certeza, sabia de quem se trata. Ela expressava grande alegria e emoção, falando quase incrédula. —Nesclar! É o senhor mesmo? Nesclar, com calma e seu jeito sereno de ser, responde: —Sim, sou eu. A mulher, ainda emocionada com a surpresa, fala em tom de alívio, demonstrando sua satisfação com o encontro inesperado. —Senhor Nesclar, o senhor não imagina o quanto estou feliz em saber que ainda restam pessoas tão boas e prestativas como o Senhor! Alícia começava a expressar um tímido choro e algumas lágrimas caíam de seus olhos. Ela continuou: —Pensei que não encontraria ninguém que pudesse me ajudar nessa situação. Achei, de certa maneira, que o mundo tinha nos esquecido aqui nesse lugar. Nesclar sorriu gentilmente na intenção de acalmar a moça colocando a mão em seu ombro. —Não se preocupe, Alícia, estou aqui para te ajudar e a quem mais precisar. Sei que nós estamos em situação calamitosa, mas te digo que as coisas irão mudar. Sairemos dessa situação. Agora, vamos para a sua cabana. Tens um filho para dar à luz! Alícia, por um momento, até parara de sentir as contrações, sua emoção foi tamanha ao encontrá-lo que se sentiu aliviada de sua agonia. Mas logo após essa breve conversa, as dores voltaram, avisando que o parto estava para acontecer. —Nesclar, por favor, me ajude. Não me deixe sozinha! Ele nem sequer parou para pensar, colocou Alícia nos braços e foi em passos rápidos para a cabana. No trajeto, Alícia sentia as dores, mas, ainda assim, indicou o caminho até sua cabana. Nesclar entrou no local com Alícia nos braços, ele a colocara no chão, coberto por alguns tapetes velhos, meio O NASCIMENTO PROIBIDO

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esfarrapados. Alícia sentiu as contrações e começava a fazer força. Nesclar ficou ajoelhado em frente à Alícia, orientando-a e lhe dizendo como estava se saindo no parto. —Vamos, Alícia, você está quase conseguindo! Vamos lá, força! Com a ajuda de Nesclar, Alícia se sentiu mais segura e tranquila no trabalho de parto. De alguma maneira, Nesclar passara para ela uma aura de tranquilidade e conforto. Depois de muito esforço, finalmente o nascimento da criança se encerrou. Nesclar observava isso emocionado. Ele segurava cautelosamente a criança e a elevava, mostrando-a para sua mãe. —Olhe, Alícia, é um menino! As palavras de Nesclar saem em um tom animado e feliz, ele há muito tempo que não presencia a momentos tão fantásticos e belos como esse. Afinal, já faz algum tempo que ele e seu povo vêm sofrendo. Alícia chorara de alegria ao ver seu filho ter nascido perfeito! Nenhum detalhe lhe pareceu fora do normal. O menino era branco e cabeludinho, com cachos bem escurinhos. O menino, com seus olhos fechados, não tinha a menor ideia de quem o ajudara a sair do ventre de sua mãe, mas, de algum modo, se sentia confortável nas mãos daquele homem. Nesclar olhava bem de perto o rosto do recém-nascido e falava com Alícia, sem tirar os olhos dele. —Alícia, seu filho nasceu perfeito. Tenho certeza de que vai lhe dar muita felicidade com o passar dos anos. Depois de ter observado um pouco de perto o menino, olhou para a mãe do garoto e o entregou com cuidado nos braços dela. A mãe, por sua vez, deixou cair algumas lágrimas de emoção. Nesclar, olhando a cena de uma mãe com seu filho recém-nascido também se emocionara, mas não demonstrou isso por completo. Ele apenas olhava mais uma vez em volta da cabana, observando a simplicidade do local, voltando novamente a observar a mãe e filho juntos no tapete esfar-

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rapado do chão da cabana. Nesclar perguntou em tom de voz tranquila: —Você já pensou em um nome pra ele? Alícia, sem tirar os olhos do filho, respondeu ainda maravilhada com a beleza do bebê. —Sim, ele vai se chamar Chárlin! Nesclar soltou um sorrisinho gentil e falou: —Chárlin? Belo nome! Acho que o Chárlin vai lhe dar muita felicidade Alícia. Alícia mantendo o olhar no bebê, disse: —Muito obrigada, Nesclar, o senhor não sabe o quanto me ajudou. Assim que Alícia terminou de falar e tirou a atenção do filho, percebeu que o amigo que a ajudara não estava mais lá, ficou meio confusa e não compreendeu como Nesclar saíra de maneira tão rápida e discreta. Mas, mesmo assim, isso não lhe importava, pois tinha em seus braços o recém-nascido Chárlin.

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VIOLENTO ENCONTRO Alícia se levantou e cobriu o menino com um paninho marrom, que guardara de maneira especial para seu esperado filho. Envolveu o bebê no lenço e saiu da cabana com cuidado, protegendo o rosto do filho do sol escaldante da tarde. Alícia acreditava que o filho deveria sair daquele ambiente fechado e abafado da cabana. Assim, mãe e filho saíram para andar um pouco pela pequena vila. Essa, na verdade, era uma vila cercada por cercas altas e metálicas de cor preta, seu solo, assim como o clima desse pequeno território, era seco, com pouquíssima vegetação ao redor. Água, mesmo, só seria acessível passando pelo portão, onde se teria dois vigias, que ficavam o dia todo em vigilância. Para ter acesso à água potável, ter-se-ia que pedir permissão do oficial administrador da vila, ele convocaria um grupo de soldados para acompanhar os prisioneiros sedentos até um poço mais adiante. Para conseguir a permissão do oficial encarregado da vila, seria preciso demonstrar muita disciplina e disposição nos trabalhos forçados. Aquele que fizesse corpo mole em suas obrigações, raramente sorveria goles de água fresca do poço, ficando sujeito, até mesmo, a morrer de sede. Alícia, percebendo uma sede sufocante devido ao calor e ao clima abafado dentro da cabana, não pensaria duas vezes 8

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para ir até o portão e tentaria negociar com os dois guardas. Ela esqueceu que esses guardas não eram do tipo que negociavam. Ou teria a autorização do oficial ou não passaria pelo portão. Mas a sede que sentia era sufocante e cada vez mais a atormentava, ela se tornava prioridade. Então, Alícia, sem demora, foi a passos rápidos em direção ao portão, que ficava a uns duzentos metros de distância de sua cabana. Os dois guardas observavam a repentina aproximação da moça. Eles se entreolharam um tanto curiosos, não desconfiavam que alguém estivesse na vila e não nos trabalhos forçados que, àquela hora, ainda não haviam terminado. —Hum, hum, não era para estarem todos trabalhando? — perguntou um dos guardas kadenianos em tom de surpresa. O outro, logo em seguida, virou-se para o companheiro e respondeu com olhar fixo para a mulher, que se aproximava. —Exatamente, Norgue. Essa vadia está de folga sem permissão! Norgue deu um sorrisinho sarcástico com o comentário do companheiro de vigilância, observando melhor a mulher que estava cada vez mais perto, e comentou em tom malicioso: —Hei, Bargon, parece que ela está trazendo uma criança, isso sim é uma infração grave ao código da vila de contenção . Teremos que dar um jeito nisso... e rápido. He, he. Norgue somente consentiu com um movimento afirmativo de cabeça. Ele também reparara no bebê que a mulher estava carregando. Logo após essa rápida conversa, Alícia chegara bem próximo aos dois guardas e falava em tom respeitoso e educado. —Seus guardas, por favor! Deixem-me passar somente para buscar água para mim, está muito quente e temo que não consiga resistir ao calor no interior da cabana. Norgue e Bargon somente observavam as atitudes de Alícia. Até agora, eles nem sequer respondiam, simplesmente se VIOLENTO ENCONTRO

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olhavam de vez em quando, pensando em como se livrar da mulher que somente deveria ter um filho se o seu rei soubesse e também o permitisse. Norgue sentiu uma frieza em seu interior, para ele, as lamentações e necessidades de uma mulher nesclarina e, ainda mais, portando um filho proibido nesses tempos de pós-guerra, não o atingiram nem um pouco. O que ele queria mesmo era dar um fim rápido na moça e no recém-nascido. Tanto Norgue quanto Bargon eram duas sentinelas do Reino de Káden, responsáveis pela vigilância e manutenção dessa área restrita, onde parte do povo nesclarino era colocado em detenção. O turno de vigilância sempre teve revezamentos nos horários da manhã, tarde e noite. Essas duas transgressões, cometidas por Alícia —a primeira, de não estar trabalhando e a segunda, e mais grave, de ter gerado um filho sem a autorização do rei Káden, foram cometidas à tarde. Isso quer dizer que o que aconteceu era de responsabilidade dos guardas desse turno; ou seja, Norgue e Bargon estavam com certo problema em mãos. Eles pareciam, cada vez mais, inclinados a resolver isso da forma mais rápida possível, em outras palavras, de maneira direta e radical. Olhando friamente para Alícia, Norgue cerrara o punho esquerdo e, num movimento brusco e veloz, acertou um soco bem na boca da pobre moça. O soldado portava a armadura típica do exército kadeniano que era preta e cinza grafite, atribuindo um aspecto soturno, como gárgulas das trevas. As mãos eram protegidas por resistentes manoplas de ferro. O metal dos punhos de Norgue chocou-se com o rosto de Alícia, que, na mesma hora, foi ao chão. Ela caiu na areia, mas segurou firmemente seu filho Chárlin que, com o susto, começou a chorar. Norgue voltou os olhos para sua manopla e notou que estava melada com sangue, o soco fora certeiro e cortara a boca da vítima. Alícia sentiu o sangue escorrendo por sua boca e nariz, estava ainda um pouco tonta com a pancada. Sabia que os guardas kadenianos eram violentos, mas não tão covardes. Atacar uma mãe, estando ainda com seu filho nos braços. Ela 10

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se arrependera amargamente de tentar dialogar com eles, por isso, foi tentando se levantar devagar e, com certa dificuldade, ainda sentia o choque. Vendo a situação humilhante por que passava a moça nesclarina, Bargon se animara com a iniciativa de seu parceiro e, com um sorriso sádico no rosto, deu mais um passo aproximando-se de Alícia e comentando em tom de deboche: —Quem mandou você ter esse moleque, hein, sua vadia preguiçosa?! E, logo após ter dito isso, lançou um pontapé com sua botina de ferro nas costas da mulher. O chute foi forte e a vítima sentiu, em cheio, a pancada da bota de ferro do guarda. Ela não resistiu e caiu de bruços no chão. Novamente, ela segurou firme o bebê, não o deixando sentir o impacto da queda. Apesar de Chárlin estar chorando muito, sua mãe o protegeu com firmeza e dedicação notáveis. Suas costas ardiam de forma lancinante e ela, agora, se preocupava muito com a sua vida; principalmente por conta do pobre filho, que tinha vindo ao mundo e presenciara uma cena de tamanha violência e covardia. Ela chorou, não conseguindo conter as lágrimas que, àquele momento, foram realmente de desespero. Então, de forma angustiada, conseguiu se virar para os dois guardas; ela ainda estava no chão, com dificuldades de levantar. Mas virou-se de frente para os dois guardas que a observavam, impassíveis e frios. —Por favor, guardas, não façam isso comigo! Eu os imploro, não me matem; não deixem essa pobre criança órfã! Eu saio para bem longe daqui, ninguém vai notar a mim nem meu filho! Por favor, não nos matem! —Alícia implorou com lágrimas nos olhos e sangue na boca. Os dois guardas ainda continuavam indiferentes, como se aquilo para eles não fosse mais que uma nesclarina transgressora e audaciosa. Norgue olhou para ela com desprezo e falou de maneira ríspida: —Você sabia que deveria estar trabalhando. E também VIOLENTO ENCONTRO

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que é expressamente proibido ter filhos sem o consentimento do rei Káden! Ao falar isso, Norgue preparou o punho para acertá-la com mais um soco devastador, mas, antes que ele o fizesse, Alícia ainda tentou dialogar e retrucar as afirmações. —Mas, guarda, quando estava grávida, meu povo ainda estava livre. Eu não engravidei após nossa derrota! Antes disso, já estava gestante, vocês não podem me culpar por isso. Descobri que estava grávida pouco antes de se iniciar a guerra entre nossos reinos. Quando cheguei aqui, eu já estava com dois meses. E vocês instituíram essa regra não faz tanto tempo. Norgue refreou seu punho, de certa forma, dando razão às palavras da mulher nesclarina. Ele parou um pouco, pensativo. Bargon estranhou a repentina hesitação de seu companheiro e falou nervosamente: —Norgue? O que está fazendo? Barganhando com uma vadia de Nesclarin? Você sabe que ela cometeu duas infrações; pouco importa se ela estava grávida antes ou depois de nossa vitória sobre essa escória nesclarina. O que importa é que ela cometeu infrações graves e nós devemos dar um jeito nisso antes que nosso superior saiba! Norgue, como se retomando a sua razão, voltou a cerrar os punhos, preparando-se para aplicar mais um murro violento na mulher, que ainda estava ao chão, segurando firme o filho. Alícia parecia aceitar o inevitável, mas, ainda assim, não deixou de virar o rosto, tentando amenizar o impacto do golpe. Eis que, quando Norgue estava pronto para golpear o rosto de Alícia mais uma vez, uma voz, vinda de não muito longe, se fez ouvir. Na mesma hora em que o guarda kadeniano escutou-a, recuou o punho e tentou saber quem era que o interrompia. A voz estava ficando mais próxima e já dava para perceber quem intervinha: um homem com roupas simples, de pano; seus passos eram leves e sua caminhada, ao mesmo tempo, firme e determinada. Estava usando uns trapos de cor 12

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marrom, encardidos. Seu rosto aparentava ser de um homem bastante experiente e de idade avançada; seus cabelos, grisalhos com alguns fios castanhos discretos e grandes por falta de corte; sua barba, longa e espessa; seus olhos, demonstrando segurança e sabedoria ímpar. A voz desse homem disse: —Parem! Não cometam tamanha covardia e injustiça com essa pobre mãe. Os guardas reconheceram, no mesmo instante, que esse homem era Nesclar, outrora rei de Nesclarin. Apesar da rivalidade entre os dois reinos, os guardas demonstraram respeito para com o então prisioneiro de guerra, que, mesmo preso, demonstrava resistir aos tormentos do cárcere tentando manter uma vida com dignidade para o seu povo.

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© 2013 Eduardo Aguiar Fluxo Studio

Impresso no Brasil 2013 Editor Igor Colares

Logo de Reinos Rivais Pablo Colares Ilustração da Capa John Pablo

Diagramação Igor Colares

FLUXO STUDIO Estrada Real do Poço, 568-B, Poço da Panela. Recife-PE. CEP: 52061-200 fone: 55 (81) 3037 5737 www.fluxostudio.com

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Aguiar, Eduardo, 1982Reinos Rivais/ Eduardo Aguiar. – Recife: Fluxo Studio, 2013.

1. FICÇÃO BRASILEIRA-PERNAMBUCO. I. Título. CDU 869. 0 (81)- 3 CDD B869.3 PeR- BPE 13-122

ISBN: 978-85-66264-01-2


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