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EXPANSÃO DO MUNDO DIGITAL EXIGE PROFISSIONAIS ATUALIZADOS

Com a crescente demanda por interação digital envolvendo smartphones, tablets, notebook, desktops, Realidade Virtual e Realidade Aumentada, além de Digital Signagee tantas outras formas de unir pessoas e tecnologia em torno de conteúdo relevante, surge a demanda pela formação de profi ssionais que garantam negócios envolvendo marcas e seus produtos. É notório que profi ssionais qualifi cados são essenciais para essa tarefa.

Diariamente, há diversas possibilidades sendo exploradas e novas ideias criativas surgem para tirar consumidores do piloto automático em busca de negócios. Dados de 2016 apontam que já são mais de 168 milhões de smartphones conectados e a tendência é multiplicar por sete o atual tráfego de dados globais até 2021.

Se todo esse potencial tecnológico está disponível e com um oceano digital de possibilidades de negócios à disposição de quem quer desbravar oportunidades, há agências já antenadas com as tendências do mercado.

Porém, qual o tipo de profi ssional digital criativo é o desejado pelo mercado? Para ajudar a esclarecer, o vice-presidente da área de connections strategy da Isobar Brasil, Aloísio Pinto, ressalta que o campo digital é um ambiente de muitas possibilidades. “Acreditamos que conteúdo tem que estar a favor da transformação dos negócios e das marcas via criatividade digital, porque é isso que a Isobar entrega. Deixamos de ser uma agência de comunicação digital para

“ACREDITO QUE OS JOVENS PROFISSIONAIS VÊM COM UMA CABEÇA FRESCA, CHEIA DE DESEJOS, CRIATIVIDADE E VONTADE DE EXPERIMENTAR. MAS TEMOS QUE CONSIDERAR SEMPRE A EXPERIÊNCIA DE QUEM JÁ VIVEU MUITAS OUTRAS ATIVIDADES E DESENVOLVEU PROJETOS CRIATIVOS EM DIVERSAS ÁREAS. O PERFIL É HOMOGENIA DE TALENTOS.” (BETO MARQUES)

sermos um agente de transformação de negócios digital. A nossa estrutura não se parece com a de uma agência de publicidade tradicional, onde se tem apenas profi ssionais de criação, planejamento, atendimento. Em nosso escopo, temos diferenciais latentes, como uma área de design de produtos e serviços, e fi zemos movimentos importantes nesse sentido, como unir as áreas de Business Intelligence, planejamento e mídia em uma área única chamada Connections Strategy [departamento que visa transformar as conexões das pessoas com marcas e produtos por meio do digital]”.

Já o co-fundador e diretor de criação da Gorilla e vice-presidente de comunicação da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB), Beto Marques, acrescenta que há espaço para todos aqueles que desejam ingressar no mercado e atuar com as tecnologias, em especial os jovens. “Acredito que os jovens profi ssionais vêm com uma cabeça fresca, cheia de desejos, criatividades e vontade de experimentar. Mas temos que considerar sempre a experiência de quem já viveu muitas outras atividades e desenvolveu projetos criativos em diversas áreas. O perfi l é homogenia de talentos.”

CURSOS E QUALIFICAÇÕES

Se por um lado há oportunidades e demanda por criativos digitais, é nas instituições de ensino que são preparadas as mentes que vão ditar tendências na interação entre marcas e o público conectado. A gerente de educação do IAB Brasil, Cynthia Polzer, afi rma que o mercado busca profi ssionais multidisciplinares, capazes de

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Coordenadora da pós-graduação em Gestão da Comunicação em Mídias

Digitais do Senac, Fabiana Grieco

integrar a criatividade com o analítico e tecnológico. “Um criativo, por exemplo, que entenda de HTML5 e Business Intelligence (BI) poderá desenvolver peças mais efi cazes, de acordo com as análises geradas em BI, e respeitando a linguagem de programação. Além disso, é preciso estar atento às mudanças e novidades, que acontece em um ritmo bastante acelerado no digital, sabendo o momento mais adequado para aderir aos novos movimentos, de maneira que traga resultados concretos para as empresas e marcas.”

Ampliar a inteligência não é uma ideia a ser descartada neste novo momento digital. A coordenadora do MBA em Digital Data Marketing da FIAP, Regina Cantele, afi rma que diante da revolução digital em andamento, o mercado busca profi ssionais com habilidades associadas à visão 360º do cliente e ao domínio de técnicas digitais como web analytics, mídia social, e-mail marketing, content marketing, otimização de mecanismos de busca e soft skills. “Dependendo da posição, as exigências quanto a estas habilidades podem ser refi nadas. Para posições executivas, além de tópicos gerais de marketing como fi nanças, gerenciamento de campanhas e marketing estratégico, os profi ssionais devem saber como fazer o planejamento multicanal, realizar os investimentos e acompanhar os resultados. Já para posição de analistas, busca-se o conhecimento no tratamento dos dados e suas técnicas analíticas como estatística, redes neurais e visualização dos resultados”.

EVOLUÇÃO DA INTERNET

A preparação de profi ssionais para atuar no mercado é tão dinâmica quanto a mudança constante na Internet, que é quase um organismo vivo mutante, com tendências e conceitos se alterando rapidamente. Coordenadora da pós-graduação em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais do Senac, Fabiana Grieco pontua que há uma tendência do universo do Live Marketing em exigir profi ssionais cada vez mais preparados para atuar no mercado digital. “Há alguns anos, a noção de preparação para o mercado de trabalho implicava em um conhecimento estratégico voltado à área de atuação do profi ssional. Atualmente, desponta uma demanda mais abrangente que não reside apenas no conhecimento voltado à área de atuação, mas uma capacidade múltipla de realizar atividades diversas e responder às solicitações cotidianas com uma noção mais transversal do conhecimento. Isto é, os profi ssionais são desejados por suas múltiplas competências, considerando suas habilidades para lidar com ações planejadas e, ao mesmo tempo, inesperadas”.

HIERARQUIAS E BAGAGEM

Habilidades, criatividade, entender a organização das hierarquias e ter boa bagagem cultural garante parte do sucesso na empreitada no mercado digital. Professor e coordenador do MBA em Marketing Digital da FGV, André Lima Cardoso Miceliexplica que cada vez mais o digital se confi rma como um conjunto de atividades existentes na interseção entre a comunicação e a tecnologia da informação. “Portanto, espera-se que os profi ssionais exerçam atividades desta natureza. Existe até mesmo um C-Level (termo usado para designar os ‘Chiefs’ ou Diretores) destinados a esses profi ssionais, o Chief Digital Offi cer (CDO). Algumas das demandas mais frequentes são gestão de conteúdo, interfaces gráfi cas, social media, análise de dados, mecanismos de busca e conhecimento sobre dispositivos móveis. O desafi o é que além de um conhecimento bastante abrangente, os profi ssionais de digital precisam estar em constante atualização uma vez que tanto as tecnologias, quanto os modelos de negócio estão em constante mudança.”

Para o coordenador do Núcleo de Inovação em Mídia Digital (NiMD) da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Eric Messa, antes do meio digital, as marcas estavam acostumadas a se relacionar com seus consumidores a partir de uma comunicação unidirecional por meio de veículos de massa. “O meio digital e as redes sociais apresentam hoje um novo cenário, em que as marcas precisam aprender a se relacionar com seus consumidores por meio de uma conversa constante e informal. Para isso é necessário aprender uma nova linguagem que exige uma formação multidisciplinar. É preciso não só dominar ferramentas do marketing, mas também ler e interpretar dados, bem como saber monitorar as redes sociais para, por exemplo, identifi car micros infl uenciadores, identifi car crises de imagem ou colher insights para campanhas segmentadas em mídias digitais”, conclui. segmentadas em mídias digitais”, conclui.

“DEPENDENDO DA POSIÇÃO, AS EXIGÊNCIAS QUANTO A ESTAS HABILIDADES PODEM SER REFINADAS. PARA POSIÇÕES EXECUTIVAS, ALÉM DE TÓPICOS GERAIS DE MARKETING COMO FINANÇAS, GERENCIAMENTO DE CAMPANHAS E MARKETING ESTRATÉGICO, OS PROFISSIONAIS DEVEM SABER COMO FAZER O PLANEJAMENTO MULTICANAL, REALIZAR OS INVESTIMENTOS E ACOMPANHAR OS RESULTADOS.” (REGINA CANTELE)

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Coordenadora do MBA em Digital Data Marketing da FIAP, Regina Cantele

Miceli diz que em uma recente pesquisa na Fundação Getúlio Vargas (FGV), analisaram mais de 2 mil ofertas de emprego para gerentes e diretores de marketing dito convencional. Ou seja, não eram executivos de marketing digital. “Mais de 60% das vagas demandavam pelo menos um termo relacionado à tecnologia. Isso signifi ca que mesmo o Marketing tradicional está se especializando. Apesar de as operações digitais se caracterizarem por uma série de habilidades específi cas e demandas ainda mais técnicas, observar o crescimento da Tecnologia no Marketing nos faz concluir que o caminho está traçado. Demandas técnicas, preenchidas por profi ssionais com conhecimento técnico que, por sua vez, criam campanhas, produtos e demandas pautadas na tecnologia. O resultado dessa espiral é um mercado mais avançado o que torna ainda mais latente a necessidade de educação formal dos profi ssionais da área”. n

O IAB Brasil desenvolve cursos pioneiros no mercado de publicidade digital. Um exemplo foi o Curso de Mídia Programática, cuja primeira turma aconteceu em 2015 e aborda os conhecimentos básicos do ecossistema de Mídia Programática. Atualmente estamos desenvolvendo novos cursos em temas que o mercado ainda não explora, sempre buscando formar os disseminadores dos novos conceitos. Outra vertente são os cursos In Company, desenvolvidos de forma customizada para os clientes, avaliando as de ciências e necessidades da equipe para a construção de módulos especí cos. O MBA em Digital Data Marketing da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) reúne os principais conceitos e técnicas do marketing digital com as tecnologias associadas ao data driven marketing – que conduzem as ações e decisões de marketing. Assim, além do conhecimento das técnicas associadas ao marketing digital (como marketing em plataformas de busca, mobile marketing, compra de mídia digital, content marketing, e-mail marketing), os alunos aprendem a otimização do marketing mix (planejamento, acompanhamento e otimização dos multicanais) e a tratar métricas, indicadores e monitoramento para tomada de decisão, modelos estatísticos de negócio e aprendizado de máquinas. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) há 7 anos oferece a pós-graduação em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais. O curso foi desenvolvido com vistas a preparar o pro ssional para identi car necessidades e/ou problemas que demandem soluções de comunicação em mídias digitais, conceber as estratégias de comunicação e planejar ações adequadas às diferentes demandas do mercado, coordenar as equipes envolvidas, identi car tendências e oportunidades de inovação. O MBA em Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV) é um curso que, essencialmente, ensina a pensar sobre o tema. O grande diferencial é dar uma visão executiva destas atividades. Mais do que abordar apenas ferramentas, pensamos em como esses pro ssionais vão trabalhar como gestores na área. Além de aprender as técnicas, nossos alunos são ensinados a contratar, vender, montar equipes, direcionar verbas, desenhar modelos de negócio e conduzir organizações através desse mundo de tantas incertezas.

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