Primeiro relatório sobre as paternidades negras no Brasil

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Paternidades negras e saúde Daniel Costa Lima Um homem que desenvolve tuberculose porque mora em uma construção de favela sem incidência de luz e com altas chances de proliferação de bactérias; uma mulher gestante que não consegue realizar todas as consultas necessárias do pré-natal; uma criança de três anos acometida por cefaleia, ou dor de cabeça, porque o pai foi preso; uma mulher que não consegue dormir e precisa parar de trabalhar por causa de estresse pós-traumático causado por tiroteios em seu bairro. Todos estes são exemplos dos efeitos do racismo estrutural na saúde da população negra do Brasil. (Lola Ferreira e Flávia Martins, 2019) 33 Infelizmente, esses exemplos representam apenas uma diminuta parcela do impacto do racismo estrutural para a saúde mental e física de meninos, meninas, mulheres e homens negros(as) brasileiros(as) e de como eles e elas adoecem e morrem. Esta seção buscará demonstrar, dentre outras coisas, que no que tange à população negra, o Brasil está longe de respeitar o Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma que todos(as) têm direito a um “...padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família, saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos”.34

33 Cf. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS. 3. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017. 44 p. 34 UNICEF ( ). Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracaouniversal-dos-direitos-humanos

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