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ILUMINAÇÃO

n “EU SOU a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” los à imagem de Jesus Cristo. O Batismo, muitas vezes chamado de “Iluminação”, é o “fundamento de toda a vida cristã” (Catecismo da Igreja Católica, 1213). É o primeiro dos Sacramentos, a porta que permite a Cristo Senhor habitar na pessoa e, a ela, por sua vez, imergir no seu Mistério (Cf. Catecismo da Igreja Católica 1214). A vida cristã é a vida que provém do próprio Cristo. De fato, somos cristãos na medida em que deixamos Jesus Cristo viver

Agora temos diante de nossos olhos, para iluminar-nos, aquele que é a Luz do Mundo (Cf. Jo 8, 12; Jo 9,5), num encontro com o Cego de nascença, que pode ser considerado anunciador ou reflexo do próprio Batismo cristão que recebemos.

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Vamos ao Evangelho de São João. As tensões entre Jesus e os fariseus cresciam cada dia mais. O Evangelho conta dois sinais, dois milagres, a cura do Cego de Nascença que começa a ver e a história do morto Lázaro, que volta à vi-

No início da Bíblia, o autor sagrado mostra Deus criando do barro o ser humano. Jesus recria o cego de nascença, colocando em seus olhos barro feito com terra e a própria saliva. Para nós, é a graça do Batismo que nos faz novas criaturas, como cantaremos na Páscoa: “Banhados em Cristo somos uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo”. E os olhos do cego se abriram quando foi lavar-se na piscina de Siloé! Não é difícil pensar na fonte batismal na qual fomos mergulhados e lavados em Cristo. Aliás, estes dias que precedem a

Semana Santa podem ser oportunos para recordar a data de nosso Batismo e, quem sabe, a visita à Paróquia na qual recebemos o Sacramento.

Tendo sido curado de sua cegueira, o homem novo curado por Jesus enfrenta corajosamente os adversários, envolve seus familiares e amigos, é ousado diante de acusações que lhe são feitas e acaba expulso da comunidade. Sinal precioso para nós cristãos, a fim de permanecermos firmes em nossas convicções. Afinal de contas, podemos nos espelhar em sua verdadeira aventura, que culmina de forma magnífica: “Jesus ficou sabendo que o tinham expulsado. Quando o encontrou, perguntou-lhe: “‘Tu crês no Filho do Homem?’ Ele respondeu: ‘Quem é, Senhor, para que eu creia nele?’ Jesus disse: ‘Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo’. Ele exclamou: ‘Eu creio, Senhor!’ E ajoelhouse diante de Jesus” (Jo 9, 35-38). Prostremo-nos com ele!

Na Vigília de Páscoa, o Círio Pascal é introduzido no templo e os fiéis aclamam: “Eis a luz de Cristo! Demos graças a Deus!” Após a Liturgia da Palavra, acontece a Bênção da água. Em seguida, estando nossas velas acesas na única luz, que expressa a presença de Cristo, Luz do Mundo, no coração daquela Liturgia, assim a Igreja nos dirige a palavra: “Meus irmãos e minhas irmãs, pelo mistério pascal fomos no batismo sepultados com Cristo para vivermos com ele uma vida nova. Por isso, terminados os exercícios da Quaresma, renovemos as promessas do nosso batismo, pelas quais já renunciamos a satanás e suas obras, e prometemos servir a Deus na Santa Igreja Católica”. Segue-se o diálogo de quem preside a Liturgia com o Povo de Deus e a aspersão com a água, no selo das palavras pronunciadas. Completa-se a mais expressiva de todas as liturgias da Igreja com a Eucaristia.

Na Liturgia da Luz, estamos com Cristo ontem e hoje, Princípio e Fim, Alfa e Ômega. A ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder, pelos séculos sem fim! Ele que diz: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12).“Esta noite lava o crime, liberta o pecador de seus grilhões, dissipa o ódio e dobra os poderosos, enche de luz e paz os corações! Na graça desta noite o vosso povo acende um sacrifício de louvor; acolhei, ó Pai santo, o fogo novo: não perde, ao dividir-se, o seu fulgor!” (Precônio Pascal). Iluminados por Cristo, Luz do Mundo, no Batismo nenhuma noite permanecerá escura, mas será clara como o dia!

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