Caderno capacitador

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Internet na escola Caderno do capacitador


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Iniciativa

Fundação Telefônica Antonio Carlos Valente (Presidente do Conselho Curador) Sérgio E. Mindlin (Diretor-Presidente)

Gestão Executivo-Pedagógica

Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Cenpec Maria Alice Setubal (Diretora-Presidente) Maria do Carmo Brant de Carvalho (Coordenadora-Geral)

Projeto Rede de Capacitação

Caderno do capacitador Coordenação Executiva

Priscila Gonsales

Coordenação de Projeto

Eloísa De Blasis

Textos Colaboração Leittura crítica Revisão Copyright 2007: Fundação Telefônica Este projeto editorial foi realizado pelo CENPEC para o EducaRede Brasil. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida sem expressa autorização do CENPEC e da Fundação Telefônica.

Editoração

Eloísa De Blasis, Sônia Bertocchi, Teresa Melo e Acervo EducaRede José Carlos Antonio e Priscila Evaristo Mílada Tonarelli Gonçalves Denise Lotito Mônica Schroeder


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Iniciativa

realização

São Paulo 2007



Apresentação Na atual sociedade da informação e do conhecimento, o investimento em educação ganha destaque quando assume o compromisso com o desenvolvimento pleno e com a oferta igualitária de oportunidades a todos os cidadãos. Desde 1999 a Fundação Telefônica vem apoiando ações capazes de provocar mudanças estruturantes no contexto social brasileiro. Em 2002, lança o Programa EducaRede (www.educarede.org.br), uma experiência inovadora de inclusão social por meio da inclusão digital, ou seja, pela ampliação do acesso de uma parcela expressiva da população à sociedade da informação, como também pela formação de cidadãos capazes de lidar com as demandas das tecnologias digitais. Trata-se de uma iniciativa internacional do Grupo Telefônica presente em países em que a Fundação Telefônica atua (Argentina, Chile, Espanha e Peru). Para conceber a edição brasileira do EducaRede e difundir o uso pedagógico da Internet, a Fundação Telefônica mantém os seguintes parceiros – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (CENPEC), responsável pela coordenação executivo-pedagógica; e a Fundação Carlos Alberto Vanzolini, pela coordenação tecnológica. Baseado num Portal educativo, o primeiro de conteúdo aberto e gratuito da Internet brasileira, o Programa EducaRede atua no desenvolvimento do Portal na Internet e na capacitação de educadores, além de promover projetos de intervenção na escola em parceria com governos locais. Em cinco anos de atividade, formou diretamente mais de dez mil professores e beneficiou 56 mil alunos da rede pública de ensino. O Programa é voltado para o atendimento da escola pública, realizando atividades de formação de professores e desenvolvimento de projetos em parceria com secretarias de educação. Uma das principais ações do Programa EducaRede é a Rede de Capacitação. Trata-se de uma ação de formação semi-presencial que envolve encontros, material de apoio impresso e multimídia e acompanhamento a distância na Comunidade Virtual do Portal. O objetivo da Rede de Capacitação é disseminar o uso pedagógico da Internet e, para tanto atua na perspectiva da formação de capacitadores locais para a multiplicação das ações de formação. Em 2004, foi implantada nos Estados da BA, CE, MS e PE, formando 71 capacitadores locais (multiplicadores) e 5.500 educadores. Em 2007 o Programa EducaRede pretende implantar a Rede de Capacitação no Estado de São Paulo, priorizando redes Municipais de Educação que possuem laboratórios de informática em suas escolas, com acesso a Internet. Fundação Telefônica


Carta aos Educadores Este material foi especialmente

elaborado a profissionais e técnicos escolares interessados na formação de educadores para o uso da Internet como espaço de aprendizagem. O Caderno do Capacitador e a Vídeo–Aula Internet na Escola trazem orientações para o planejamento de oficinas sobre a utilização pedagógica da Internet. O passo-a-passo para o desenvolvimento das oficinas está aqui sugerido. Dentre as três oficinas propostas, cada uma aborda um dos elementos fundamentais do uso pedagógico da Internet: a Pesquisa, a Publicação e a Comunicação. Embora complementares, as oficinas podem ser realizadas independentemente uma da outra e duram até 4 horas cada. Para promover boas situações de aprendizagem é importante - antes da realização de cada oficina – dar atenção à disponibilidade de recursos e às expectativas e necessidades dos participantes. Assim, recomendamos, como condição para uma boa oficina, analisar com o grupo as circunstâncias de realização. O Caderno do Capacitador e a Vídeo–Aula Internet na Escola trazem não só os fundamentos para o planejamento das oficinas, mas também conteúdos que podem ser apresentados a diversos públicos e em outros momentos de formação que se pretenda promover. Esperamos que esse material possa abrir diferentes possibilidades para a utilização da Internet como recurso de ensino e aprendizagem. Boa leitura!

Equipe EducaRede

A vídeo-aula tem, aproximadamente, 40 minutos e está dividida em capítulos que podem ser acessadas pelo menu inicial. Ela foi produzida em DVD, podendo ser utilizada em computador com leitor de DVD ou em aparelho de DVD ligado à televisores, ou projetores.


Sumário 1

INTERNET E APRENDIZAGEM Ciberespaço e hipermídia Letramento Digital

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OFICINA: ESPAÇO DE PRÁTICA E REFLEXÃO Situações práticas Recursos e condições disponíveis

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8 9 12 14 14 15

PESQUISAR Ferramentas de pesquisa no EducaRede Oficina de Pesquisa

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16 17 19

PUBLICAR 25 Fazer público – a quem é dado publicar? 25 Dar ao público - questão de autoria 26 Deixar-se ver – revelar o que vemos 27 Mostrar-se em público – de consumidor a produtor 28 Aprender a publicar 28 Ferramentas de Publicação do EducaRede 29 Oficina de Publicação 30

5 6 7 8

COMUNICAR Aprender a comunicar-se digitalmente Ferramentas de Comunicação do EducaRede Oficina de Comunicação PLANEJAMENTO, AÇÃO E CONTINUIDADE Planejar é fundamental Coordenando os grupos O que falar para o participante se...

32 33 35 36 39 39 40 40

DAQUI PARA FRENTE: COMUNIDADE VIRTUAL Comunidade Virtual – Rede de Capacitação Vídeo-Aula Internet na Escola

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BIBLIOGRAFIA

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Internet na escola

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Internet

e aprendizagem

Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), a informação e o conhecimento estão cada vez mais acessíveis no mundo digital. Computador e Internet estão sendo incorporados ao cotidiano das escolas e trazem desafios para os professores, na medida em que favorecem o desenvolvimento de novas situações pedagógicas e ampliam as oportunidades para o acesso à informação, à participação, à ampliação de redes e para o processo de ensino e de aprendizagem.

Num contexto de cultura das mídias, a dinâmica que se estabelece na sala de aula – ou no laboratório de Informática –, marcada por atividades múltiplas e simultâneas, favorece o diálogo e a troca entre educadores e alunos. Nesse cenário, permeado de múltiplas linguagens e tecnologias, cabe ao professor selecionar fontes de pesquisa, refletir criticamente sobre as informações encontradas, atribuir-lhes significados, contribuir para que os alunos identifiquem o que é relevante, orientar a publicação de trabalhos e qualificar a comunicação digital entre alunos. A profusão das fontes de conhecimento e o aumento das oportunidades de comunicação ressaltam a centralidade do educador na proposição de desafios e contrapontos ao aluno. Para isso, contudo, é necessário que o professor entenda a Internet como instrumento cognitivo, sabendo equilibrar seu uso em tarefas nas quais ela realmente faça a diferença. Ao aluno, coloca-se a oportunidade de assumir uma postura ativa no desenvolvimento das habilidades necessárias para ter acesso às oportunidades que a Internet oferece. Pois, ao mesmo tempo em que fascina por ser uma poderosa ferramenta para o alargamento da ação educativa em novos espaços de aprendizagem, também pode ser utilizada como um meio de comunicação unilateral massificante. O papel do educador é fundamental para estimular nos alunos uma ampla gama de aprendizagens e também para provê-los da orientação e do apoio necessários para que se tornem aptos a pesquisar, publicar e interagir na Internet com segurança, de forma crítica e autônoma, dentro ou fora da escola – questões que demandam um processo de formação continuada do próprio professor.


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Ciberespaço e hipermídia O mundo que se acessa ao entrar na Internet, chamado de ciberespaço, é formado por uma série de dados que aparecem em forma de textos, sons ou imagens. Pode-se dizer que um de seus grandes diferenciais é o fato de a organização, a manipulação e a troca de informações dependerem da interação do usuário, que pode atuar de maneiras diferenciadas para obter resultados com os recursos disponíveis na Rede. A isso se chama “navegar”. Navegar é mais do que visitar passivamente um universo predefinido de informações. Ao navegar, o internauta interfere no ciberespaço, reorganizando o fluxo de informações das quais ele é composto. Por isso, de certa forma, ele é um leitor-autor, pois, ao escolher suas ações na Web com seus “cliques”, interfere no modo, no tempo e na ordem com que as informações são apresentadas. Esse tipo de navegação aberta é possível porque a Internet é composta pela hipermídia, definida por quatro características básicas: • a mistura de diferentes linguagens, tais como verbais (textos), visuais (fotografias, desenhos, gráficos), sonoras (músicas, efeitos sonoros), audiovisuais (filmes, games, simulações etc.); • a articulação em hipertextos; • recursos de apoio à navegação (mapas, roteiros, sistemas de busca); • e a interação (SANTAELLA, 2004).

Navegar: O verbo “navegar” foi incorporado à linguagem da rede Internet porque o primeiro browser popularizado chamava-se Navigator (Navegador). Browser (que significa “folheador” - pessoa ou máquina que folheia páginas) é o programa que permite que o usuário utilize a Internet.

Hipermídia: Documento que pode conter vários tipos de linguagens (textos verbais, imagens, sons, imagens em movimento) e usa ligações de hipertexto. Hipertexto é um documento digital composto por informações que se cruzam por meio de links, que são elos associativos que conectam as informações entre si. Deste modo, o leitor pode “abrir” ou não outros documentos e na ordem que desejar. É por isso que cada usuário realiza um percurso pessoal ao navegar na Internet, pois cada nó abre a possibilidade horizontal para outros tantos nós, os quais estão em constante construção e reconstrução.

Ciberespaço é o ambiente em que as relações humanas se dão por meio das tecnologias digitais.


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Do ponto de vista da educação, a navegação no ciberespaço pode ser compreendida como uma ação de aprendizagem exploratória e criativa, realizada de modo particular e reflexivo. Exploratória porque permite ao aluno clicar livremente, ir e vir, repetir e experimentar caminhos. Criativa e particular porque exige definição de critérios, regras e lógicas que auxiliam na construção do percurso e na obtenção de resultados significativos. Reflexiva, pois, ao definir um método de navegação, o aluno deve analisar e re-adequar suas estratégias e seu raciocínio, ainda que de maneira informal. Muitas possibilidades estão abertas no ciberespaço, como se comunicar por meio de ferramentas de bate-papos e fóruns, participar de grupos e comunidades virtuais, além de tornar-se autor de informações, por meio da criação de páginas e sites, sejam elas com recursos simples de textos ou envolvendo recursos de simulações e bancos de dados, entre outros. Conhecer as diferentes ferramentas disponíveis no ciberespaço possibilita ao professor usar a Internet de forma consciente e personalizada. Além de seu potencial de pesquisa e de comunicação, a Internet é um importante instrumento cognitivo, que potencializa os processos de ensino e aprendizagem. Para tanto, é necessário que o professor compreenda e saiba usar esse meio, definindo com clareza os objetivos que pretende atingir, planejando como avaliá-los ao longo do processo, de preferência com a participação dos alunos. As considerações a seguir auxiliam nessa tarefa, ao tratar das especificidades da Internet e de sua relação com a educação.

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O propósito não é tornar o professor um especialista, mas problematizar os recursos de pesquisa, de publicação e de comunicação da Internet, apoiando-o no uso dessa mídia, especialmente das ferramentas e metodologias disponíveis no EducaRede, de uso livre em qualquer escola. Desta maneira, estamos contribuindo para o Letramento Digital, que, definido como o uso aprimorado da Internet remete à compreensão de sua utilidade como instrumento pedagógico no desenvolvimento de aprendizagens relacionadas à pesquisa (buscar, selecionar e analisar informações), publicação de materiais (postura ativa e autoral) e comunicação digital (trabalho em rede e a distância).

Para saber mais, leia a Coleção Educarede: http://www.educarede.org.br


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OS TRÊS TEMPOS DA INTERNET

Web 1.0 - Anos 90 - A grande biblioteca digital Foi a primeira geração de internet comercial. Seu grande trunfo era a quantidade de informações disponíveis. Mas o conteúdo era pouco interativo. O usuário ficava no papel de mero espectador da ação que se passava na página que ele visitava. Não tinha autorização para alterar seu conteúdo. BOM: Já tinha hiperlinks. RUIM: Era apenas mais um espaço de leitura.

Web 2.0 - Hoje - A construção coletiva do conhecimento Sua essência é permitir que os usuários sejam mais que meros espectadores: eles são parte do espetáculo. Os melhores sites são ferramentas para que os internautas gerem conteúdo, criem comunidades e interajam. Alguns, como a Wikipédia, possibilitam a construção coletiva do conhecimento. BOM: A internet ficou participativa. RUIM: É difícil lidar com o excesso de informação inútil. 11

Web 3.0 - O futuro - Programas interpretam nossas preferências e nos ajudam a navegar Ainda não é clara a fronteira para a web 3.0. Mas algumas pessoas a entendem como um conjunto de tecnologias com formas mais eficientes para ajudar os computadores a organizar e analisar a informação disponível na rede. Essas ferramentas podem ajudar as pessoas na hora de decidir por um pacote de viagens ou para avaliar opções de investimento financeiro. BOM : É possível analisar muito mais informações com menos trabalho e resultados mais precisos. RUIM: O risco de a máquina fazer tudo sozinha ou errar. Fonte: Revista Época http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG77010-6014-465-2,00.html


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Letramento Digital Letramento digital: A palavra “letramento” vem se incorporando ao vocabulário da área da Pedagogia para conceituar um processo que vai além da decodificação do sistema alfabético da escrita e incorpora a compreensão dos usos sociais da escrita. Letramento digital, portanto, significa não apenas saber como utilizar as tecnologias digitais, mas entrar em contato com ele de maneira significativa, entendendo seus usos e possibilidades em nossa vida social.

A palavra “letramento”, embora não seja nova, tem aparecido com freqüência nas falas pedagógicas. Será um simples “modismo”? O Dicionário Houaiss nos apresenta as seguintes definições de letramento: “1 ant. representação da linguagem falada por meio de sinais; escrita 2 PED m.q. ALFABETIZAÇÃO (processo) 3 (déc.1980) PED conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito”.

Observem que a terceira definição vem acrescentar um novo ponto de vista às anteriores: se as primeiras se referem à representação gráfica dos sinais da escrita, a última inclui a idéia de competência de uso da escrita.

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Como vemos, letramento não vem substituir alfabetização. Por outro lado, a capacidade de decodificar as letras e suas combinações não garante que o indivíduo seja capaz de utilizar a leitura e a escrita nas suas situações sociais. Vamos ver mais de perto a definição de Magda Soares: “(letramento é) o estado ou condição de quem exerce as práticas sociais de leitura e de escrita, de quem participa de eventos em que a escrita é parte integrante da interação entre pessoas”. Para atingir esse estado ou condição é necessário dominar o código escrito e, ao fazer uso dele, ser capaz de participar das situações sociais que exigem o uso da leitura e da escrita, a partir de suas necessidades pessoais ou da sociedade em que vive. Isto significa um amplo leque de situações do cotidiano das pessoas, que podem ser: escrever uma lista de compras; orientar-se na cidade com ajuda de um mapa; entender a posologia na bula do remédio; escrever um poema; ler o horóscopo ou o resumo da novela; buscar informações sobre a situação econômica; ler artigos científicos ou mandar uma carta para um amigo. O conceito de letramento, ao ser incorporado à tecnologia digital, significa que, para além do domínio de “como” se utiliza essa tecnologia, é necessário se apropriar do “para quê” utilizar essa tecnologia. Trocando em miúdos: fazer um curso sobre um software de edição de texto, de imagem, ou planilha eletrônica nos ensina a dominar os códigos dessa linguagem, ou seja, a nos “alfabetizar” nela. Mas apenas se incorporarmos essas habilidades ao nosso cotidiano é que passarão realmente a fazer sentido e já fazemos uso delas quando utilizamos o cartão do banco, por exemplo.


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No espaço escolar, contribuir para o letramento digital significa apresentar oportunidades para que toda a comunidade possa utilizar as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação como instrumentos de leitura e escrita que estejam relacionadas às práticas educativas e com as práticas e contextos sociais desses grupos. Nesse sentido, o Programa EducaRede, focando a utilização da Internet como espaço de aprendizagem significativa, desenvolve suas ações embasado no conceito de letramento digital, focando três grandes eixos complementares, ou grandes aprendizagens, que são: pesquisar na Internet, publicar na Internet e comunicar-se digitalmente. No Portal EducaRede, por exemplo, os conteúdos, ferramentas, propostas e ambientes tornam possível que os participantes exercitem características fundamentais no processo educativo: a curiosidade da Pesquisa, a autoria da Publicação e a troca da Comunicação. É sobre este espaço virtual e estas possibilidades de letramento digital que vamos falar a seguir.

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Home da portal EducaRede


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Oficina:

espaço de prática e reflexão

Se conhecer as diferentes possibilidades do ciberespaço possibilita ao professor usar a Internet de forma consciente e personalizada, como então promover a ampliação desse conhecimento? Acreditamos que a apropriação das diferentes ferramentas, processos e metodologias fica favorecida por meio de vivências, ou seja, de circunstâncias práticas criadas especialmente para desafiar os educadores a organizar situações de ensino, manipular, trocar informações e propor o uso desse meio na sala de aula.

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Para se apropriar da Internet como um importante instrumento cognitivo, que potencializa os processos de ensino e aprendizagem, é preciso interagir com ele. Oficinas são estratégias que podem favorecer essa interação, uma vez que, por meio da temática discutida e das situações vividas, possibilitam problematizar, organizar, analisar e sistematizar situações concretas, tornando a ação objeto de reflexão, o que facilita a ampliação do conhecimento. Além das vivências, as oficinas oferecem fundamentação teórica e apoio técnico para o aprofundamento e a reflexão crítica sobre a prática vivenciada, pois prevêem a análise da própria prática para reconstituí-la e ressignificá-la, situando o trabalho que será realizado, dando sentido às questões que dele emergirem.

Situações práticas Ao propor as atividades de vivência nas oficinas é importante contemplar aquelas que tenham relação com o cotidiano dos participantes e que sejam, de algum modo, desafiadoras, para que estes possam problematizar e analisar criticamente as ações que desenvolvem. Quais são os tipos mais comuns de situações vividas pelos educadores e pelos alunos quando interagem com a Internet? A partir de uma situação corriqueira pode-se entrar em contato com conceitos e representações sobre o uso pedagógico da Internet, propiciando debates que aprofundem temáticas, ampliem o olhar e ressignifiquem práticas cotidianas. A análise da prática abre oportunidades para novas situações.


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Recursos e condições disponíveis É fundamental cuidar das condições disponíveis, dos recursos e conhecer as expectativas e conhecimentos prévios do grupo de participantes. Durante a realização da oficina é recomendável: Analisar com o grupo de participantes quais são os recursos disponíveis e as condições com as quais eles contam para a realização da oficina, valorizando-as como desafio e oportunidade de aprendizagem. Se, por exemplo, estamos em uma situação na qual há 40 participantes e uma sala com 20 computadores, além de acesso à Internet, qual é o melhor caminho para que a vivência e a reflexão do grupo sejam proveitosas? Explore as várias possibilidades: o Até quantas pessoas a sala comporta? o De quantos computadores o laboratório dispõe? o Quantas pessoas participarão dessa oficina? o Há disponibilidade de um computador para cada pessoa? Ou serão formados trios/du plas para cada computador? o É possível fazer atividades em que haja rodízio no uso dos computadores? o Há acesso à Internet? A conexão está rápida/fácil ou lenta? o Quais são as expectativas do grupo? o O que já sabem sobre o uso da Internet na sala de aula? Já utilizam a Internet nos trabalhos que propõem a seus alunos? De que maneira fazem uso da Internet? Com qual freqüência? Têm o hábito de incluir atividades na sala de Informática em seu planejamento? o Como entendem o potencial educativo desse recurso?

É importante contar com a participação do grupo na escolha do caminho; registrar e sistematizar 15 as falas ajuda a conduzir as escolhas de modo organizado. Assim, de acordo com as circunstâncias e condições que se apresentam, podemos problematizar/discutir quais são as possibilidades para o desenvolvimento da oficina, fazendo um levantamento breve de expectativas/interesses para, em conjunto, escolher o tema de aprofundamento: Pesquisa, Publicação ou Comunicação. Apresente ao grupo as três possibilidades de aprofundamento. A partir das circunstâncias e interesses do grupo, qual será o tema de aprofundamento da oficina? o No exemplo acima (40 participantes em uma sala com 20 computadores), ficaria difícil aprofundar a Comunicação usando o recurso do Bate–Papo, mas, dependendo do interesse do grupo, a Pesquisa ou a Publicação poderiam ser exploradas, se disponíveis; o Por outro lado, se contássemos com duas salas próximas poderíamos lançar mão do BatePapo e outros recursos como Fóruns e Comunidade Virtual, para experimentá-los; o Problematizar o procedimento utilizado analisando as circunstâncias é uma estratégia que pode favorecer a reflexão sobre as escolhas a serem feitas em situações de ensino e aprendizagem com as quais os professores poderão se deparar em sala de aula; o Desenvolver uma atitude investigativa diante das circunstâncias de realização da oficina é condição importante para estimular a participação, a reflexão e a autonomia do grupo quanto ao uso pedagógico da Internet.


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Pesquisar

Acessar o conhecimento é condição para compreendermos a sociedade em que estamos e condição de cidadania. Os conteúdos culturais, científicos, tecnológicos e históricos presentes nas relações sociais, afetivas e comunicacionais podem ser acessados por qualquer pessoa, na medida em que lhes permitam alguma significação.

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“Conhecimento não se reduz a informação. Esta é um primeiro estágio daquele. Conhecer implica em um segundo estágio, o de trabalhar com as informações classificando-as, analisando-as e contextualizando-as... Esse trabalho de selecionar, analisar, contextualizar as informações, discutir suas fontes, suas implicações é tarefa da escola. Assim, na escola os professores vão ajudando os alunos a construírem os conhecimentos, o que envolve avançar para os níveis mais elevados da simples informação e para os níveis mais complexos do decidir. Decidir as finalidades, a direção de sentido que os alunos vão imprimir ao conhecimento de que se apossam, a utilizá-los com sabedoria.” (Selma Garrido Pimenta, Projeto pedagógico e identidade da escola – transcrição de palestra proferida em encontro de educadores, Taubaté/SP, 1998).

Na Internet, milhares de informações estão disponíveis, mas o que dá sentido a uma informação acessada é a clareza de por que e para que a buscamos. Pesquisar na Internet nos permite exercitar a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito, mas contextualizar, analisar e classificar essas informações é o que nos garante o acesso ao conhecimento. Para isso, é necessária a mediação do professor.

Internet: A idéia de colocar computadores em comunicação por rede nasceu em 1969, nos Estados Unidos, e integrava laboratórios de pesquisa do Departamento de Defesa norte-americano. Restrita ao ambiente acadêmico e científico, somente em 1987 a Internet teve seu uso comercial liberado nos EUA e a partir de 1992 ela começa a ser utilizada em maior escala em todo o mundo. A Web (World Wide Web ou WWW) é o lado multimídia da rede, que suporta textos, fotos, animações, vídeo e sons.


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Enciclopédias, dicionários, livros, websites, bancos de imagens, animações, vídeos... São tantas as informações disponíveis na Internet, em variados formatos e fontes, que não é difícil nos perdermos entre as múltiplas janelas abertas do navegador, em uma espécie de labirinto digital. Os novos modos de acessar e ler textos em enorme quantidade e codificados em diferentes linguagens tornam-se um grande desafio. Como chegar a algum lugar nesse labirinto? Como estabelecer unidade nesse universo de conexões? Como se apropriar de conhecimento nesse mar de informações? Para que a pesquisa na Internet faça parte do processo de apropriação do conhecimento pelo aluno, evitando-se o famoso “copiar e colar”, é importante adotar uma metodologia focada no desenvolvimento de habilidades para identificar e selecionar informações relevantes. Essas habilidades envolvem diversos recursos cognitivos, tais como o levantamento de hipóteses, a análise, a comparação e a síntese, e pressupõem a leitura de textos não-lineares, como os hipertextos, e a alfabetização nos códigos das linguagens do ambiente hipermídia.

Ferramentas de pesquisa no EducaRede O Portal usa links entre as seções para sugerir novas relações entre elas, abrindo possibilidades de navegação por suas páginas. No entanto, textos extensos e reflexivos são publicados sempre que necessários à compreensão de conceitos específicos. Esses links funcionam como recursos editoriais para dividir trechos dos textos ou criar aprofundamento, de modo que sua leitura fique confortável. O EducaRede também seleciona e sugere links na Web, fornecendo indicações de qualidade ao internauta, principalmente na seção Educalinks, que se configura como uma porta aberta para a educação. Desse modo, o leitor acessa conteúdos produzidos por outras pessoas, porém criando a própria rota, um caminho que produzirá sentidos de acordo com a navegação individual. Os links normalmente são planejados de modo a proporcionar ao leitor autonomia na escolha de direções dentro de caminhos inicialmente previstos pelos autores daquele site ou documento. Além de ligarem trechos de um texto ou partes de um mesmo site, eles podem fazer a ponte entre vários sites. Nos processos de ensino e aprendizagem, do ponto de vista individual, links e hipertextos possibilitam que o aluno tenha a liberdade de caminhar em sua pesquisa de acordo com seu interesse e seu rítmo. Do ponto de vista coletivo, é enriquecedor que o trabalho do grupo seja complementado pelos percursos individuais e diferenciados de cada aluno.

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As seções do EducaRede para pesquisa são: EducaLinks - um guia de sites úteis para alunos e educadores, divididos por área de interesse; Revista EducaRede - conteúdo jornalístico relacionado a educação; Serviços - informações para organizar e facilitar o cotidiano da escola: agenda de eventos, guia cultural e SOS;

Biblioteca - oferece resenhas e biografias de obras da literatura e livros-clip; O Assunto é...- textos e propostas de atividades para temas multidisciplinares; Turbine sua Aula - dicas de atividades para todas as disciplinas do Ensino Fundamental e Médio;

Internet na escola - material para facilitar a relação do educador e do educando com o computador e com a Internet.

Leia também no Educarede

Internet na Escola

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• Pesquisa on-line na Internet, como encontrar o que eu procuro • Como avaliar e confiar nos sites para pesquisa escolar • Localize assuntos relacionados a um tema comum

Home da seção EducaLinks no portal EducaRede


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Oficina de Pesquisa Momento Inicial: (Roteiro comum) (1h30) Apresentação dos participantes Apresentação do Programa EducaRede Apresentação dos materiais Cadastro dos participantes no Portal Análise dos recursos e circunstâncias com o grupo Escolha do tema de aprofundamento

Objetivos: • •

Refletir sobre o uso da Internet na pesquisa de conteúdos; Explorar as possibilidades de pesquisa no portal EducaRede.

Estratégia: •

Utilizar formulário de busca para realizar uma “pesquisa orientada” na Internet.

Material necessário: Sala de Informática com computadores com acesso à Internet e, pelo menos, um computador com leitor de DVD; • Datashow e telão ou uma TV grande e um aparelho de DVD; • A VÍDEO-AULA INTERNET NA ESCOLA; • Formulário de busca. •

Atividades: Atividades iniciais: (30 minutos) Apresentar o facilitador e o roteiro da oficina específica de Pesquisa; Apresentação breve dos participantes: nome, disciplina que leciona, tempo de magistério, experiência com o uso dos computadores e da Internet; • Iniciar a atividade propondo uma breve discussão sobre o que se entende por “pesquisa na Internet”, apontando as dificuldades mais comuns dos alunos e dos professores diante de um universo gigantesco de possibilidades de informações desorganizadas e incertas, destacando importância de ter: • •

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Boas referências para pesquisar (sites confiáveis: portais de educação, como o EducaRede, sites de universidades, bibliotecas on-line, etc.); o Clareza sobre onde se pretende chegar com a pesquisa: o que pesquisar e para quê? o Uma boa metodologia de busca de informações; o Uma boa compreensão dos mecanismos de busca (buscadores, diretórios, buscas intrasites etc.). o

Colher depoimentos breves sobre a experiência de cada um com as atividades de pesquisa na Internet: Discutir a pesquisa na Internet enquanto uma habilidade (complexa) necessária ao professor para garantir que ele saiba como solicitá-la, conduzí-la e avaliá-la ao propor essa atividade aos alunos; o Discutir o “copy-paste” (copia e cola) e relacionar suas possíveis causas à complexidade da atividade de pesquisa (se é difícil para o professor, imagine como não será para os alunos); o Enfatizar a “semelhança” entre as pesquisas que podemos fazer na Internet e as pesquisas que fazemos nas bibliotecas (a Internet é apenas uma biblioteca maior, com materiais de qualidades variadas e facilidade de pesquisa eletrônica). o

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Sugestão: Poderia também ser discutida a diferença entre pesquisar e buscar.

Atividade de pesquisa: (1h30) Distribuir o formulário de pesquisa orientada (anexo); Definir um tema para a pesquisa. Nessa oficina faremos a atividade de forma abreviada e será definido um único tema para pesquisa. Nas oficinas para professores é recomendável que o grupo maior seja dividido em grupos menores e que cada um se encarregue de definir um tema para si. • Como exemplo, vamos simular uma pesquisa a partir da seguinte situação-problema: “O professor deseja que os alunos façam uma pesquisa sobre o tema Aquecimento Global, na qual fique clara a relação entre o fenômeno e a emissão de CO2 na atmosfera. O resultado da pesquisa deve ser suficiente para que os alunos possam construir um texto resumido sobre o tema que contenha também figuras ilustrativas”. • •

Destacar a importância da formulação correta do problema de pesquisa para evitar resultados pouco relacionados aos objetivos propostos; o Criar a “expressão de busca”: “Aquecimento Global” & “emissão de CO2”. o Apontar os “meios e ferramentas de busca” e comentar cada um: o


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Portais educacionais e departamentos de universidades: • Prós: o Confiáveis; o Linguagem apropriada; o Material direcionado ao ensino; o Links confiáveis. • Contras: o Nem todos são gratuitos; o Nem todos são fáceis de pesquisar; o Nem todos possuem subsídios para o assunto pesquisado. Sites relacionados ao tema (ONGs, pesquisadores, professores, interessados): • Prós: o Quase sempre são confiáveis; o Muitos trazem pesquisas sobre o tema; o Links quase sempre confiáveis. • Contras: o Informações erradas ou deturpadas; o Nem todos são fáceis de pesquisar. Diretórios de pesquisa (Yahoo, Google) • Prós: o Trazem informações categorizadas; o Quase sempre os links são pertinentes; o Quase sempre são confiáveis. • Contras: o Trazem muitos links; o Nem sempre permitem um refinamento correto da pesquisa; o Nem sempre estão atualizados (“links quebrados”). Buscadores (Google, Yahoo etc.) • Prós: o Permitem buscas específicas; o São rápidos. • Contras: o Retornam um número muito grande de referências (links); o Muitas referências retornadas são irrelevantes; o As referências retornadas nem sempre são confiáveis.

Exploração do EducaRede Iniciaremos a atividade de pesquisa fazendo uma exploração breve no portal EducaRede e procurando identificar mecanismos úteis de obtenção de informações no próprio Portal. Para isso, começaremos com uma visão geral do Portal a partir dos “canais” (menu da esquerda na página principal).

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Faremos a busca no Portal EducaRede usando seu mecanismo de busca e aproveitaremos para mostrar o refinamento da busca:

Iniciar pela expressão “Aquecimento global” (sem aspas); Refinar usando a busca avançada com a frase “Aquecimento global”; Mostrar outro exemplo com a expressão de busca “Sala de Informática”; Faremos nova busca no site do Greenpeace. Destacaremos agora o caráter “jornalístico” de muitas matérias e a dificuldade de localizar as informações relevantes; o Faremos nova busca no diretório do Yahoo. Destaque para os “links quebrados” e a não relevância de algumas referências; o Por último, usaremos o Google. Destaque para a quantidade de itens retornados e a necessidade de se saber “exatamente” o que devemos pesquisar. Enfim, vamos pesquisar imagens no próprio Google. o o o o

Finalização da oficina: (30 minutos) •

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Roda de discussão sobre o percurso e os resultados da busca. o Quais problemas encontramos? Onde? Por quê? o É necessário ensinar nossos alunos a fazerem buscas na Internet? o Como o professor pode usar as buscas para aprimorar seu próprio conhecimento? o Como o professor deve orientar os trabalhos de pesquisa para que os alunos possam fazer buscas produtivas? o Encerramento da oficina e distribuição das avaliações (on line).

Referências na Internet: Portal EducaRede: http://www.educarede.org.br Diretório de busca do Google: http://www.google.com/dirhp?hl=pt-BR • Diretório de busca do Yahoo: http://br.yahoo.com/info/diretorio.html • Portal de busca Google: http://www.google.com.br • Portal de busca Yahoo: http://www.yahoo.com.br • Portal “Busca Educação”: http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/ • Manual Yahoo de busca na Internet (disponível também para download no portal “Busca Educação”): http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/manual/index.php • Google Acadêmico (ótimo para pesquisas de materiais acadêmicos de interesse para professores): http://br.buscaeducacao.yahoo.com/mt/manual/index.php • •


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Formulário de Busca Orientada Nome: Tema da busca: Frase de busca: Registro de percurso Site pesquisado (url completa)

Relevância

Obs. (descreva como procedeu, o que encon-

(alta/baixa)

trou e as curiosidades observadas)

12345678910 Conclusões

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Internet na escola

Roteiro de busca • Definir o tema da busca. • Definir os objetivos da busca. • Sugestões de material para pesquisa: bibliografia (no nosso caso os links de partida - nessa

atividade vamos justamente descobrir alguns desses links); sites de busca como o Google. • Registro do percurso da busca: apenas para professores (registrar cada link visitado e clas-

sificar como: pertinente ou não, completo ou incompleto, rico em recursos ou não, confiável ou não, escolhido ou não). • Elementos necessários nos resultados da busca: bibliografia utilizada (no nosso caso os

links escolhidos), imagens, tabelas e outros recursos disponíveis na web (apresentações, videoclips, etc.) • Registrar as fontes de informação: Internet, biblioteca, videoteca, CD-ROM etc.) – no nosso

caso será a Internet. • Formato de apresentação dos resultados: questionário, relatório, resumo etc. • Critérios de avaliação para o aluno: definir os critérios que serão utilizados para a avaliação

do trabalho dos alunos em função dos objetivos da busca e do formato de apresentação (dispensável para professores durante a oficina). 24

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Publicar

Sempre ajuda, ao tentarmos refletir sobre um conceito, buscar a origem da palavra. Vemos no Dicionário Eletrônico Houaiss que “publicar” tem sua origem no latim “publico”, que significa “fazer público, dar ao público, deixar-se ver, mostrar-se em público”. Vamos refletir um pouco sobre cada uma dessas definições que a palavra latina nos traz.

Fazer público – a quem é dado publicar? O ser humano tem o impulso de tornar públicas suas opiniões, desejos, alegrias, tristezas, esperanças e de conhecer esses sentimentos dos outros, pois é nesse movimento de reconhecimento que nos reconhecemos e formamos nossa identidade.

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Historicamente, entretanto, o “público” do cidadão comum era do tamanho do seu círculo familiar e de amizades, uma vez que ele não dispunha dos instrumentos legítimos para ampliar a sua voz. Apenas aos que detinham algum tipo de poder era dado “publicar”. Vamos pensar na Idade Média, quando o arauto tornava públicas as decisões da nobreza; o monge copista registrava a cultura que a Igreja julgava importante preservar; o trovador fazia circular as histórias de lugares distantes para diferentes públicos. Assim, os nobres, o clero e os artistas tinham a possibilidade de “tornar público”. Ao cidadão comum cabia apenas tomar conhecimento do que era publicado. Justamente no final desse período, Gutemberg inventou um aparelho que iria revolucionar esse estado de coisas: a prensa. A possibilidade de reproduzir escritos de forma mecânica (e não mais em manuscritos) aumentou a circulação das publicações e a oportunidade de produção. Desde então, surgiram, com uma grande velocidade, tecnologias que foram “diminuindo” o espaço, ampliando nossos sentidos, alongando o olhar, potencializando os ouvidos e alterando os modos do ser humano se comunicar e publicar. Nosso dia-a-dia, permeado pelos veículos de comunicação de toda natureza – jornais, revistas, out-doors, rádio, TV, Internet – permite que a gente aprenda e apreenda muito do mundo por meio de artefatos que ampliam nossos sentidos imediatos e nos quais desemboca uma grande teia de transmissão, emissão e recepção de palavras, sons e imagens. Estes Meios de Comunica-


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ção, no entanto, ainda eram veículos de mão única até pouco tempo atrás: apenas aqueles que tinham acesso às suas tecnologias produziam e tornavam pública a sua produção. Com a popularização dos aparelhos de registro e reprodução de som, imagem e texto e, principalmente, com a chegada da tecnologia digital e da Internet, torna-se cada vez mais acessível para o cidadão comum “fazer público, dar ao público, mostrar em público” suas opiniões, desejos, alegrias, tristezas, esperanças.

Dar ao público - questão de autoria Voltemos novamente à Idade Média para pensar um pouco sobre a questão da autoria. Naquela época, acreditava-se que a autoria tinha origem divina e o ser humano era apenas um instrumento de publicação de Deus. Vejam que esta crença eximia os “autores” de qualquer responsabilidade sobre o que ia ser publicado. Mais tarde, ao contrário, a autoria passou a ser uma propriedade – a produção intelectual e artística é propriedade privada, única, mercadoria passível de ter preço e comercializada na Indústria Cultural e na Academia. A responsabilidade da autoria se desloca para o indivíduo e dá a ele a chancela de “publicável”, ou seja: aquele que tem o que dizer; aquele que merece ser lido, visto, ouvido; aquele que detém algum tipo de saber a ser ensinado.

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Indústria Cultural é o nome genérico que se dá ao conjunto de empresas e instituições cuja principal atividade econômica é a produção de cultura, com fins lucrativos e mercantis. No sistema de produção cultural encaixam-se a TV, o rádio, jornais, revistas, etc; que são elaborados de forma a aumentar o consumo, modificar hábitos, educar, informar, podendo pretender ainda, em alguns casos, ter a capacidade de atingir a sociedade como um todo. Hoje em dia o conceito de autoria está sendo rediscutido e esta discussão está muito atrelada às novas tecnologias de informação e comunicação. Desde o advento do cinema se pensa sobre a autoria como um ato coletivo – basta ver os créditos no final de um filme para entendermos quantas pessoas estiveram envolvidas na sua realização. De quem é o filme, a quem pertence o filme? Este é um dos lados da discussão que a Internet aprofunda, já que possibilita que mesmo sem estarem reunidas fisicamente, várias pessoas produzam um texto coletivo, usando um wiki, por exemplo. Por outro lado, circulam pela rede textos pretensamente assinados por autores consagrados como Luís Fernando Veríssimo ou Jorge Luiz Borges. Para o leitor desses autores, basta uma primeira leitura para perceber que não escreveram aquilo, mas é de novo a “autoria que chancela” o texto, mesmo que falsa. Um wiki é uma página web que pode ser editada colaborativamente, ou seja, qualquer participante pode inserir, editar, apagar textos. Oferece suporte a processos de aprendizagem colaborativa. O termo Wik* é a abreviação de wiki-wiki, que significa


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rápido em havaiano. O primeiro Wiki foi criado por Ward Cunningham, um polonês em 1995. http://pt.wikipedia.org.

Deixar-se ver – revelar o que vemos Este é um outro ponto de vista da questão da autoria e que privilegia não um “dono” da voz, mas uma voz que se pronuncia como resultado de muitas vozes. Vários autores refletiram sobre o tema, mas o conceito de polifonia de Bakhtin pode ser bastante elucidativo no momento. Este lingüista russo diz que no discurso de cada um de nós estão presentes muitas (poli) vozes (fonia). Ou seja, o nosso discurso é o resultado dos discursos de todas as pessoas com quem entramos em contato durante toda a vida: desde a família, os vizinhos, os amigos, os colegas de trabalho, os filmes que vemos, os livros que lemos, o jornal, o rádio, a TV, os momentos de lazer, enfim: somos o resultado de todas essas vozes e quando colocamos nossa voz revelamos de que maneira todas as outras fazem sentido em nós. Na rede estão publicados diários que antes eram fechados à chave e que hoje se chamam blogs e podem ser lidos e comentados até por desconhecidos; na rede podemos ver o menino que toca violão e gostaria que a gente visse; a dona de casa que partilha suas receitas; o movimento social que amplia seu alcance; a denúncia daquilo que acontece no local; a reflexão planetária; a criação artística; a história, geografia, as linhas, réguas e compasso deste confuso mundo em que vivemos. Blog Também conhecido por Web log, o blog é um diário pessoal ou de um grupo, publicado na Web. Os blogs, por serem fáceis de construir e administrar, tornaram-se 27 uma “mania” mundial e seus usuários já constituem a comunidade de “blogueiros”. É uma oportunidade que cada pessoa tem de tornar públicas suas idéias. E podemos ver na rede gente que publica a pedofilia, a homofobia, o preconceito étnico, de classe, político-partidário? Claro que podemos! E isto não é um “defeito” da Internet, mas a revelação do que os seres humanos vêem – afinal, somos divertidos, interessantes, sublimes, mas também temos nossas misérias (e vale aqui a definição da palavra: “desgraça, desventura, adversidade, infortúnio”. Assim como a rede publica nossas alegrias, publica nossas tristezas e perversidades de seres humanos – é tudo igualzinho como na “vida real”. Portanto, a questão da autoria assume aqui uma outra dimensão: não é apenas ser “dono”, mas ser “responsável” pelo que tem a dizer. Quando vemos as publicações da Internet, vemos com clareza como são reveladas as diferentes visões de mundo. E que cada um assuma a responsabilidade de ver o mundo dessa maneira. Não há um dono da voz, mas há aquele que tem o que dizer e que se revela e se reconhece – “eu sou assim”. 1 Podemos definir discurso como toda atividade comunicativa entre interlocutores; atividade produtora de sentidos que se dá na interação entre falantes. O falante/ouvinte, escritor/leitor são seres situados num tempo histórico, num espaço geográfico; pertencem a uma comunidade, a um grupo e por isso carregam crenças, valores culturais, sociais, enfim a ideologia do grupo, da comunidade de que fazem parte.( Analisando o discurso - Helena Hathsue Nagamine Brandão (USP), Museu da Língua Portuguesa – http://www. estacaodaluz.org.br/wps/portal) 2 Veja, por exemplo, os blogs Lousa Digital (www.lousadigital.blogspot.com) e o Meu Querido Leitor (http://queridoleitor.zip.net)


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Mostrar-se em público – de consumidor a produtor Além da superação cada vez maior das barreiras do tempo e do espaço impostas pelos meios físicos, os meios digitais reduzem o custo de produção e reprodução da informação, possibilitando, conseqüentemente, a democratização ao acesso e à própria produção. O tema “democratização dos meios” está em pauta e discute-se não apenas os conteúdos veiculados pelos meios de comunicação de massa, mas a garantia de canais de comunicação para a população, como a concessão de canais para televisão e rádio comunitários. A Internet é bastante representativa dessas possibilidades, uma vez que torna possível criar, publicar e veicular a produção individual ou de grupos, de maneira interativa com o seu público. Na Internet podemos ser ao mesmo tempo leitores, pesquisadores, criadores, consumidores e produtores do mundo e para o mundo. A produção da informação permite que cada um reflita sobre aquilo que julga importante: há um re-conhecimento contínuo de si, do grupo com o qual trabalha, da cidade, do planeta. As questões discutidas vêm da vontade de cada um e de todos e nem sempre são aquelas pautadas pela mídia. E, então, a informação dá um salto em direção ao conhecimento construído coletivamente.

Aprender a publicar

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Uma característica importante da Internet é a possibilidade de publicar documentos de qualquer tipo (texto, som ou imagem), de forma organizada para o leitor. Pode-se publicar a partir de soluções sofisticadas ou simples, como as ferramentas para construção de sites pessoais ou blogs, voltadas especialmente para o público leigo. Essa facilidade torna a publicação na Internet uma ação bastante difundida nos dias de hoje. Do ponto de vista da educação, trata-se de uma oportunidade de incrementar as habilidades de comunicação entre os jovens, tornado-os produtores e editores de conteúdos próprios e de terceiros. Publicar na Internet é também uma forma de dar maior alcance aos produtos desenvolvidos na escola, oferecendo a alunos e professores a oportunidade de agir como promotores de cultura. A publicação das atividades escolares no ciberespaço também é um canal para expressar as diferentes realidades, reafirmando questões de identidade, ao mesmo tempo em que permite visualizar os contextos localizados e globalizados que caracterizam a atual era. Para assegurar qualidade no uso educacional desse recurso, é necessário orientar os alunos a construir um significado próprio para a atividade de publicação de conteúdos na Web, entendendo-a como uma oportunidade criativa de interferir em uma rede que congrega conhecimentos, diferentes modos de ver e de estar no mundo. Para publicar algo, é necessário planejar o que será divulgado, definir tamanhos e tipos de documentos, a navegação entre eles, num trabalho que envolve produção e edição das informações. É preciso que o aluno tenha algo importante a dizer e a publicar e que se veja como autor de informações e produtor de conhecimento.


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Ferramentas de Publicação do EducaRede O EducaRede dispõe de recursos de publicação que estimulam a participação do internauta. Todas as seções possuem botões como “participe” ou “envie sua dica”, por meio dos quais o usuário insere suas contribuições, que serão sempre identificadas com o ícone de contribuição do internauta. Há ferramentas mais complexas para a publicação de textos e de imagens, como a Galeria – um tipo de fotolog onde as fotos e textos podem ser comentados por outros internautas. Há também a Oficina de Criação, ambiente virtual colaborativo que já viabilizou a produção de inúmeros livros virtuais feitos por internautas.

Leia também no Educarede

Revista EducaRede Produção dos alunos na rede • O mundo é aqui • Blogs na sala de aula • Aprender e colaborar • Publicar (na rede) ajuda a ensinar e a aprender

Internet na escola Expondo para o mundo 29

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Oficina de Publicação Momento Inicial: (Roteiro comum) (1h30) Apresentação dos participantes Apresentação do EducaRede Apresentação dos materiais Cadastro do participante Análise dos recursos e circunstâncias com o grupo Escolha do tema de aprofundamento

Objetivos: • •

Refletir sobre as questões do olhar, da autoria, da edição, do casamento imagem/texto; Explorar as possibilidades de publicação no EducaRede.

Estratégia: •

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Criação e publicação de um texto-legenda.

Material necessário: Laboratório de Informática com acesso à Internet e um computador com leitor de DVD; Datashow e telão ou uma TV grande e um aparelho de DVD; Uma máquina fotográfica digital para cada cinco participantes da oficina (pode-se solicitar que eles tragam e não se esqueçam do cabo para poder baixar as imagens no computador); • A VÍDEO-AULA INTERNET NA ESCOLA. • • •

Atividades: 1. Comece relembrando e mostrando novamente os espaços de publicação do EducaRede (Galeria, Fórum, Oficina de Criação). Em seguida, apresente a proposta da oficina, que é publicar um texto-legenda na Galeria. Explique que o texto-legenda (TL) é um recurso bastante utilizado na mídia impressa: é aquele pequeno texto que acompanha uma foto e esgota a notícia. É diferente de uma legenda de foto, que chama atenção para uma notícia que vai ser detalhada. Diz o Manual de Redação e Estilo do jornal O Estado de S. Paulo: “Como é ao mesmo tempo uma notícia e uma legenda, deve, por isso, descrever a fotografia e relatar o fato em linguagem direta e objetiva (...) O ideal é que o texto-legenda contenha pelo menos duas frases, a primeira descritiva e a segunda complementar e informativa como título”. (15 minutos)


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2. Em, seguida, explique a proposta de trabalho: percorrer os espaços do local onde está sendo realizada a oficina (sem sair à rua), observando e fotografando aquilo que chamar a atenção do grupo. Sugira que a pessoa dona da máquina explique também aos colegas como bater fotos e divida a função de fotógrafo. Combine que a volta ao laboratório deve ser em meia hora e acerte os relógios! (30 minutos) 3. De volta ao laboratório, oriente os grupos para selecionar uma foto e salvá-la na Área de Trabalho (Desktop). Em seguida, criem um texto para ela. (15 minutos) 4. Chegou a hora de publicar na Galeria. Peça que todos acompanhem no Tutorial as instruções e auxilie os grupos que tiverem alguma dificuldade. (15 minutos) 5. Oriente os grupos que forem terminando a publicação a conhecerem o que há na Galeria, deixando seus comentários. (30 minutos) 6. É hora de retomar os objetivos da oficina, relembrar como foi feito o aprofundamento em publicação, reforçar os outros espaços de publicação do EducaRede além da Galeria. (30 minutos) 7. Encerre a oficina e distribua as avaliações. (15 minutos)

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Internet na escola

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Comunicar

Presenciamos um momento em que é possível olhar para o mundo todo, sem sequer ir à janela de casa. A interligação do planeta pelas Tecnologias de Informação e Comunicação redimensiona as escalas do espaço: o que antes era desconhecido por ser distante, agora pode fazer parte de nossa vida tanto quanto aquilo que nos é próximo. Vamos percorrer um pouquinho essa trajetória das tecnologias da comunicação. Significativas mudanças na comunicação entre os seres humanos ocorreram com o surgimento da escrita e seus suportes, passando pela pedra, argila, madeira, papiro, pergaminho e papel. Quando este último passou a ser usado como o suporte preferencial - o que facilitava a troca de informações e a comunicação - ainda faltava velocidade para a sua circulação.

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Diferentemente do que à primeira vista se poderia supor, a invenção do papel não foi muito bem recebida na Europa, fato que, aliás, explica a lentidão, medida a séculos, de sua passagem de um país europeu a outro. Apesar de o papiro andar desaparecido desde o séc. VIII e de o pergaminho ser escasso, os europeus armaram-se de variados preconceitos contra o papel. (COSTELLA, 1984:32). A invenção do trem a vapor a partir da primeira metade do século XIX alterou radicalmente as possibilidades de locomoção e comunicação entre as populações. Foi também nesse século que a humanidade viu a descoberta e o aperfeiçoamento de tecnologias importantes para a memória e a reprodução visual da realidade, assim como para sua distribuição: o telégrafo e o microfilme; a fotografia e o cinema. Também os ouvidos foram contemplados, com o gravador de som, o rádio e o telefone – se o primeiro permite o registro, o segundo estabelece a comunicação sonora em tempo real, enquanto o último permite interatividade. Por outro lado, a velocidade de locomoção é potencializada pela invenção do automóvel a gasolina e, no limiar do século seguinte, do avião. E o planeta passa a se ver pela televisão. Todos estes novos meios instauraram uma outra organização do mundo, pelo seu potencial de comunicação, de aproximação entre realidades distantes, e também porque apresentam sempre uma maior possibilidade de reprodução.


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A segunda metade do século XX assistiu aos pés do ser humano pisando na Lua e ao surgimento do satélite, do microcomputador e suas redes digitais, estes últimos baseados na tecnologia digital. A apropriação das tecnologias de informação e comunicação por parcelas cada vez maiores da sociedade e a incorporação às técnicas cotidianas contribuem para que surjam novas maneiras de estar no mundo e de relacionamento social, as quais agora passam a ser também mediadas pelas relações nominadas como cibernéticas. Esse tipo de relação não está restrito apenas ao uso da Internet, mas instaura-se, também, na comunicação não-presencial interativa, multidirecional e descentralizadora – a comunicação em rede. A rede não é o produto de tecnologias, mas o imbricamento destas com as relações e organizações sociais que foram se modificando ao longo do tempo nos diversos âmbitos: trabalho, lazer e educação. Tecnologia digital : Temos acesso aos produtos da tecnologia analógica graças a mecanismos de reprodução de meios físicos. Na tecnologia digital o meio físico é convertido em símbolos abstratos que são, depois, decodificados. Isto significa uma nova maneira de transmitir e obter informações, que não mais depende dos processos de reprodução, mas de dispositivos de conversão. Assim, quando se entra na rede nunca se está sozinho, pelo contrário - a comunicação por rede de computadores inaugura uma maneira diferente de partilha, em que é possível estar conectado simultaneamente com pessoas de todo o mundo, a partir de cada computador pessoal. Estar à frente de uma tela de computador significa, portanto, estar em um processo de integração e diálogo que nada tem a ver com isolamento. Cibernética é definida como comunicação e controle nas máquinas e animais, entre os quais figuram os seres humanos. Este é o conceito do matemático Norbert Wiener 33 que reinventou, em 1948, a palavra Cibernética (Kubernetes, em grego), que significa ‘a arte de pilotar navios’ e, por extensão, a arte de conduzir homens e, em sentido mais amplo, a arte de governar o Estado (Nave Social). (SANGIORGI, 1999: 116). Também por meio da rede Internet é possível comunicar - e optamos pela definição de “comunicar” a partir de seu significado original em Latim – partilhar, pôr em comum, dividir, misturar –, o que pressupõe que a comunicação se situa em um contexto de inter-relações entre pessoas e entre as pessoas e a sociedade em que vivem.

Aprender a comunicar-se digitalmente O caráter interativo da Internet é um dos distintivos mais notáveis dessa mídia. Embora o debate seja amplo entre estudiosos, pode-se dizer que a interatividade diz respeito à relação homemmáquina (ou homem-software) e à relação homem-homem mediada pela máquina. Em seu primeiro aspecto, ela pode ser bastante simples, como nos casos de ação e reação em softwares de perguntas e respostas que indicam acertos e erros, ou complexa, quando o usuário modifica o conteúdo e a forma do ambiente no momento em que navega, em tempo real. O EducaRede adota a interação entre pessoas em processos de comunicação com o uso de computadores ligados à Internet.


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Ambientes interativos como Fóruns, Salas de Bate-Papo e listas de discussão são os mais populares da Internet. Todos têm a finalidade de colocar grupos de pessoas em comunicação, mas suas características específicas os tornam mais adequados a um ou outro tipo de uso. Representam uma oportunidade para os professores trabalharem com seus alunos as habilidades de comunicação e expressão e suas particularidades no meio digital. Além disso, os Fóruns e Bate-Papos têm um importante potencial para constituir novas aplicações pedagógicas. O Fórum é um ambiente em que as mensagens podem ser postadas a qualquer momento, ficando registradas para leitura dos participantes do grupo. As mensagens são enviadas com o nome dos destinatários e geralmente ficam organizadas em listas de perguntas e respostas. Os participantes têm a liberdade para comentar mensagens já existentes ou inserir novas. Por ser um ambiente em que os tempos de escrita e leitura não influenciam no fluxo da comunicação, os fóruns são adequados para a realização de debates e estudos aprofundados, com mensagens longas, sejam reflexivas ou descritivas. Em relação às discussões presenciais, os Fóruns em meio digital apresentam algumas vantagens para o uso pedagógico como: Registro completo das participações, facilitando o acompanhamento do professor e a análise das opiniões dos alunos; • Estímulo à escrita como instrumento significativo de comunicação entre pares; • Valorização do papel do aluno, com o incentivo à participação dos mais tímidos; • Restrição da dispersão e da indisciplina, em razão da identificação das mensagens; • Apoio à concentração e à análise necessárias à participação no ambiente. •

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O Bate-Papo permite que pessoas se comuniquem em tempo real: os participantes trocam mensagens uns com os outros abertamente, sendo permitido a todos acessar as mensagens enviadas. Há ambientes em que dois participantes podem conversar de modo reservado. A comunicação síncrona é a principal marca das atividades desenvolvidas no Bate-Papo. A troca entre as pessoas é bastante dinâmica, assemelhando-se à conversa face a face. A flexibilidade de encaminhamento do tema conforme o interesse do grupo também é maior. Do ponto de vista cognitivo, a velocidade de escrita das mensagens demanda a habilidade de síntese, para a elaboração de mensagens curtas e objetivas. A agilidade na leitura e classificação das temáticas já abordadas é exigida para evitar a repetição desnecessária de mensagens. Do ponto de vista social, cria uma auto-regulamentação no grupo, que demanda a adequação do tempo pessoal ao tempo do grupo, e a crítica em relação à intensidade da participação pessoal, viabilizando a participação de todos. O Bate-Papo tem algumas especificidades que devem ser observadas para o uso satisfatório em contextos educacionais. A primeira delas é que a necessidade de estar conectado simultaneamente pode restringir a quantidade de participantes, em razão das dificuldades de conciliar o horário na agenda de todos. Para aproveitar os potenciais da ferramenta, é recomendável a realização de “treinos” que tornem as regras familiares ao grupo, para que haja uma conversa focada e organizada. É importante seguir algumas orientações, tais como:


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Estabelecer horários favoráveis à participação da maioria dos envolvidos, para minimizar as dificuldades de agenda; • Planejar a gravação do bate-papo, caso se queira enviar o registro da conversa para os ausentes ou analisá-lo posteriormente; • Estabelecer um mediador é fundamental para evitar conversas paralelas e desvios do tema; • Em caso de entrevistas, preparar previamente as perguntas. •

Em relação à conversa presencial, o bate-papo possui em comum com o Fórum a mudança na dinâmica entre os alunos. Se for gravado, também engloba a qualidade do registro. Ambos desenvolvem a leitura e escrita e a comunicação em meio digital, embora com exigências de habilidades e competências distintas.

Ferramentas de Comunicação do EducaRede O Fórum possui características que favorecem seu uso na educação. As mensagens podem ser organizadas por título, autor, data e número de comentários. Com esses recursos, pode-se verificar os alunos mais atuantes, as mensagens que causaram maior interesse e até a freqüência de participação. Os usuários também podem enviar documentos de textos, imagens e sons. O Fórum pode exibir um texto do responsável pelo debate, para orientar ou problematizar as questões levantadas, tornando mais consistente o trabalho desenvolvido. O Bate-Papo tem tido boa adesão de escolas, professores, alunos e centros de formação. Com interface amigável, possui salas livres e salas para grupos de trabalho ou estudo. O destaque nesse ambiente é a possibilidade de o internauta agendar a própria Sala de Bate-Papo, determinando 35 horário, assunto, tipo de acesso – aberto ou restrito. Nas entrevistas promovidas pelo Portal, há um mediador que organiza o fluxo de perguntas e um baú que guarda as entrevistas já realizadas, que podem ser pesquisadas por data, tema ou entrevistado.

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Revista EducaRede • Inteligência Tecnológica? Novas tecnologias instigam mudança na forma de pensar

Internet na Escola • Comunicação e Internet • Professor ainda melhor • Pesquisa e bate-papo na Internet


Internet na escola

Oficina de Comunicação Momento Inicial: (Roteiro comum) (1h30) Apresentação dos participantes Apresentação do EducaRede Apresentação dos materiais Cadastro do participante Análise dos recursos e circunstâncias com o grupo Escolha do tema de aprofundamento

Objetivo: Nesta oficina vamos levar os participantes a refletir sobre maneiras de se comunicar digitalmente e explorar as possibilidades de comunicação no EducaRede.

Estratégia: Participação em Bate-Papo e um Fórum. 36

Material necessário: • • •

Laboratório de Informática com Internet e um computador com leitor de DVD; Datashow e telão ou uma TV grande e um aparelho de DVD; A VÍDEO-AULA INTERNET NA ESCOLA.

Atividades: 1. Comece relembrando e mostrando novamente os espaços de comunicação do EducaRede (Fórum, Bate-Papo, Galeria, Oficina de Criação, Blogs das Comunidades). Chame atenção para o Baú do Bate-Papo (é um recurso que permite que o Bate-Papo, uma ferramenta de comunicação, tenha suas conversas registradas e publicadas para que possam se transformar em material de pesquisa). Depois, apresente a proposta da oficina: conversar, em um Bate-Papo, uma música e, em seguida, refletir, no Fórum, sobre os conceitos que emergiram da conversa. Sugerimos a música Parabolicamará, de Gilberto Gil. (15 minutos) 2. Peça, em seguida, que todos entrem na seção Bate-Papo do EducaRede. Explore a seção, mostrando suas possibilidades: agendamento, Baú, Salas Livres. Ouçam a música e, se possível, distri-


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bua ou projete na tela a letra. Escolha uma sala e oriente como devem proceder até que estejam na sala. Inicie a conversa. (45 minutos) 3. O Bate-Papo • Dê as boas-vindas e lembre que o objetivo do Bate-Papo é conversar sobre a música do Gil. • Se a conversa fluir, apenas acompanhe, comente e faça provocações. Se o início da conversar estiver difícil, você pode provocar com algumas perguntas como: o Por que vocês acham que o Gil usa as palavras “Terra” e “mundo”? (Ajude os participantes a perceberem que o autor usa a palavra “Terra” para significar “o Planeta” e a palavra “mundo” para significar o “nosso mundo particular de cada um”, o espaço por onde cada um transita e tem acesso.) o Que coisas ao longo da sua vida você viu serem inventadas e que fizeram a Terra ficar menor? o O que vocês viram esta semana nos meios de comunicação e que passou a fazer parte da sua vida? • Certifique-se de que todos estão participando, dirija mensagens a quem participa menos. • Quando faltarem cinco minutos para o encerramento, avise os participantes, peça que deixem a sala e se despeça, agradecendo e convidando para a próxima atividade. Obs.: Se alguém estiver escrevendo em letra maiúscula, explique que na Internet isso significa que está “gritando” com a outra pessoa. (30 minutos) 4. O Fórum Oriente, agora, para que todos entrem na seção Fórum do EducaRede. Explore a seção, mostrando quais assuntos estão sendo debatidos, entre em um e explique como mandar mensagens novas, 37 comentar ou responder as mensagens das outras pessoas. Peça que entrem no Fórum preparado para a oficina de capacitação e que participem. Chame a atenção para a proposta, que parte de uma pergunta simples, mas que pode resultar em uma boa reflexão. E, embora o tempo seja curto, é possível também percorrer algumas opiniões dos colegas e comentá-las. Um outro ponto que merece comentário é a linguagem: no Bate-Papo a linguagem flui de uma maneira muito próxima às conversas presenciais, ou seja, muito descontraída, com uso de onomatopéias, interjeições, pontuações e outras regras nada convencionais. No Fórum a linguagem é diferente: mais formal e revisada antes da publicação. Pergunta para o fórum: Se as Tecnologias de Informação e Comunicação (telefone fixo, telefone celular, Internet, televisão, rádio) desaparecessem amanhã, de qual delas você sentiria mais falta? Por quê? Como isso afetaria a sua vida? (45 minutos) 5. É hora de retomar objetivos da oficina, relembrar como foi escolhido o aprofundamento em comunicação, reforçar as outras possibilidades de comunicação no EducaRede. Abra espaço também para que sugestões de uso dessas ferramentas em sala de aula. (30 minutos) 6. Encerre a oficina e distribua as avaliações. (15 minutos)


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Leia também no Educarede Internet na Escola • Educadores e sala de informática: por onde começar • Ferramenta interativa: Bate-Papo • Ferramenta interativa: Fórum • Ferramenta interativa: Galeria • Ferramenta interativa: Oficina de Criação • O uso do chat para discutir textos • Letramento digital e conhecimento

Parabolicamará letra e música: Gilberto Gil – 1991 in Parabolicamará

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Antes mundo era pequeno/ Porque Terra era grande/ Hoje mundo é muito grande/ Porque Terra é pequena/ Do tamanho da antena parabolicamará/ Ê, volta do mundo, camará/ Ê, ê, mundo dá volta, camará / Antes longe era distante/ Perto, só quando dava/ Quando muito, ali defronte/ E o horizonte acabava/ Hoje lá trás dos montes, de casa, camará / Ê, volta do mundo, camará / Ê, ê, mundo dá volta, camará / De jangada leva uma eternidade/ De saveiro leva uma encarnação/ Pela onda luminosa/ Leva o tempo de um raio/ Tempo que levava Rosa/ Pra aprumar o balaio/ Quando sentia que o balaio ia escorregar/ Ê, volta do mundo, camará / Ê, ê, mundo dá volta, camará / Esse tempo nunca passa/ Não é de ontem nem de hoje/ Mora no som da cabaça/ Nem tá preso nem foge/ No instante que tange o berimbau, meu camará / Ê, volta do mundo, camará / Ê, ê, mundo da volta, camará / De jangada leva uma eternidade/ De saveiro leva uma encarnação/ De avião, o tempo de uma saudade/ Esse tempo não tem rédea/ Vem nas asas do vento/ O momento da tragédia/ Chico, Ferreira e Bento/ Só souberam na hora do destino apresentar/ Ê, volta do mundo, camará / Ê, ê, mundo dá volta, camará (retirada do site www.gilbertogil.com.br) Gravei esta música em 1991. (...) É a foto de minha filha Maria, carregando - com o jeito característico das mulheres africanas e brasileiras - um cesto em forma de antena na cabeça. Naquela época ainda não era tão comum se ouvir a palavra globalização. Chamei o disco de Parabolicamará, dando nome a alguns aspectos de uma possível globalização que eu vislumbrava e que também até desejava de maneira ao mesmo tempo alegre e trágica, como alguém que deseja firmemente tudo aquilo que lhe acontece. Parabolicamará une as palavras parabólica, da antena onipresente hoje mesmo nos recantos mais pobres do Brasil, com camará, a maneira que os jogadores de capoeira, a luta lúdica afro-brasileira, escolheram para chamar seus parceiros, camaradas, enquanto dançam e cantam. O refrão “Ê, volta do mundo, camará”, eu sampleei também de um verso muito comum em qualquer roda de capoeira. É uma maneira de cantar a vastidão do mundo, que também carrega a certeza de que o mundo vai e volta, e que na próxima volta – na volta também coreografada pela dança-luta – quem hoje perde pode se tornar o vencedor. Tudo muda, o tempo todo. E só quem sabe entender a mudança pode conquistar a vitória, ou melhor, vitórias, sempre parciais. (...) O mundo certamente dá muitas voltas e se torna cada vez mais complexo. http://mirrors.creativecommons.org/msoffice/GilbertoGil-br.doc


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Planejamento, ação e continuidade

Planejar é fundamental Todo educador sabe a importância que tem o planejamento prévio das situações de ensino e aprendizagem que pretende desencadear. Em se tratando de oficinas sobre o uso pedagógico da Internet, lembremos alguns cuidados fundamentais: Agenda: procure saber quem é o responsável pela recepção e infra-estrutura do local onde a oficina acontecerá para agendar datas e horários com antecedência. Confirme data, local e endereço; • Acesso: informe-se sobre a localização e o acesso; • Laboratórios: visite o laboratório antes da oficina e informe-se sobre as normas de uso do local e sobre o número de máquinas disponíveis. Certifique-se do acesso à Internet. Confira se 39 todas as máquinas possuem um navegador instalado (Internet Explorer, a partir de 6.0 ou Mozzila). Se houver dificuldades de acesso, usar o material impresso e a Vídeo-Aula Internet na Escola. Verifique a disponibilidade de um DVD para uso durante a oficina. Observe a relação entre o número de máquinas e o de participantes inscritos; • Horário: chegue com ao menos 15 minutos de antecedência, para preparar a sala e o material e apresente-se ao responsável pelo local; • Pontualidade: seja pontual, tanto para iniciar quanto para terminar no horário estipulado; administre o tempo e cumpra todo o roteiro; • Normas locais: siga as normas de uso do local e oriente os participantes quanto a essas normas, por exemplo: não baixar programas, não salvar documentos, não alterar configurações, fazer uso adequado do equipamento etc.; • Ordem: ao terminar, deixe o laboratório de Informática em ordem para atividades ou usuários seguintes; • Lista de presença: é importante manter controle quanto ao número de pessoas que participaram da oficina; • Atestados ou certificados de participação: combine com os participantes o momento de entrega. •


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Coordenando os grupos Quando desenvolvemos atividades em grupo, a qualidade de nosso trabalho depende em grande parte da qualidade de nossas decisões a respeito das pessoas com as quais interagimos e da identificação correta do seu perfil. Assim, durante a realização da oficina, a coordenação do grupo de participantes requer do formador atenção quanto a alguns aspectos:

Perfil do grupo e expectativas Uma breve apresentação dos participantes no início ajuda a levantar o perfil do grupo e favorece a integração entre participantes e formador. Além disso, conhecer as expectativas do grupo abre espaço para o diálogo e, muitas vezes, ajuda-nos a conduzir o aprofundamento de uma temática. Esta apresentação pode ser feita a partir de alguns itens: quem sou, o que faço, como lido com os computadores? O que me trouxe a esta oficina e o que espero aprender.

Conhecimentos prévios do grupo É importante respeitar os conhecimentos já adquiridos pelos educadores sobre o assunto e dar espaço para que se manifestem durante a oficina. Isto possibilita, de um lado, respeitar a diversidade no grupo, conhecer suas prioridades e as dificuldades individuais. De outro lado, favorece a proposição de novos desafios e a abertura para novos caminhos; a troca de experiências entre os participantes e a ampliação das possibilidades de aquisição de novas aprendizagens. 40

Acolhimento Acolher as contribuições, sem relegar nenhuma pessoa no grupo, favorece o vínculo e a participação, o que, por sua vez, favorece a aprendizagem. É recomendável: dirigir-se aos participantes pelo nome; dar espaço para que cada pessoa possa expressar o desejo de falar e mostrar seu conhecimento; procurar garantir a participação no debate; evitar que apenas um ou poucos participantes monopolizem a palavra; incorporar as diversas contribuições que vierem do grupo durante os momentos de síntese.

O que falar para o participante se... Veja as observações que podem ajudar caso os participantes encontrem dificuldades:

Com a ferramenta de busca do EducaRede: O EducaRede não é um mecanismo de busca. É um Portal de conteúdo educativo próprio; Orientar quanto à escolha adequada da palavra-chave; Orientar quanto aos procedimentos comuns de busca na Internet; Assumir possíveis dificuldades da ferramenta de busca do Portal; Depois de explorar o Portal, utilizar outro mecanismo de busca, como o Google, por exemplo.

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Com o cadastramento on line no EducaRede: Deixar claros os objetivos do cadastramento: apenas qualificar o usuário e poder acompanhar o perfil e o crescimento do cadastro. Verificar se o EducaRede está atingindo seu público prioritário, que é a rede pública de educação brasileira; • Aproveitar esse momento para explicar a extensão .org (indica um site não comercial, próprio de projetos e organizações da sociedade civil); • Certificar-se com antecedência de que o Internet Explorer instalado nas máquinas esteja atualizado; • Avisar que, para o cadastramento on line de pessoa física, é necessário ter um e-mail; • Avisar que, para o cadastramento on line de pessoa jurídica, é necessário também o CNPJ da escola; • Verificar se o sistema permite a realização de bate-papos, ou se é necessária alguma autorização para uso dessa ferramenta. •

Veja as observações que podem ajudá-lo a conversar com o participante sobre: Quantidade de informações do EducaRede Alguns exemplos:

Há pouca informação sobre determinado assunto! Explicar que a visão do Portal é de uma construção significativa e coletiva que privilegia a qualidade da informação. • Propor a participação do capacitado dessa construção coletiva através dos mecanismos: o Envie sua dica; o Fale com o EducaRede; o Comente esta dica; o Envie seu projeto; o Envie sua dúvida; o Proponha tema para o Fórum; o Enquete; o Relato de uso do EducaRede; o Galeria; o Oficina de Criação; o Biblioteca; o Fórum; o Sala de Bate-Papo; o Comunidade virtual.

Conteúdos do EducaRede Alguns exemplos:

Gostaria de ter mais informações organizadas por disciplina. Explicar que a visão predominante do Portal - e da própria Internet - é a da interdisciplinaridade:

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Orientar o capacitado a tentar desenvolver projetos com outros colegas de outras disciplinas. Mostrar as possibilidades dentro do Portal.

O Portal não aborda determinado assunto. Explicar que o Portal está em permanente construção e atualização de seu conteúdo; Propor a participação do capacitado no Portal, para que ele passe de mero consumidor de informações a produtor delas. O Portal está tendencioso para Língua Portuguesa. Professores de Química, Física, Matemática etc. têm pouco conteúdo. Em princípio, o Portal resolveu privilegiar Língua Portuguesa, em especial Leitura e Escrita, pois é um tema recorrente na escola pública brasileira. Saber ler e escreve são habilidades básicas para todas as outras áreas do conhecimento. Mas a preocupação do Portal é sempre a de cobrir todas as áreas. Como se trata de um Portal em constante atualização de conteúdo, estamos planejando incluir, neste ano, novos materiais para Química, Física e Matemática.

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Home da seção Bate-papo no portal EducaRede


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Daqui para frente: comunidade virtual

Comunidade Virtual – Rede de Capacitação O EducaRede possui um ambiente que permite agrupar conteúdos e ferramentas simultaneamente. São comunidades temáticas, de apoio a projetos pedagógicos, com ações presenciais e a distância, ou exclusivamente à distância. Cada comunidade pode ser configurada de acordo com sua proposta e dispõe de recursos de pesquisa interna no Portal, indicação de sites, documentos e outras fontes de informação qualificada. Os recursos de comunicação digital são o Fórum, o Bate-Papo e o Mural, que se configura como blog. Para a publicação de trabalhos, há uma ferramenta de exposição de imagens e textos, denominada Galeria, assim como uma ferramenta para a construção colaborativa de textos, a Oficina 43 de Criação. A página inicial do ambiente possui espaço para avisos de caráter prático e de gestão do trabalho em grupo, tais como a entrega de tarefas, indicação de novos materiais de apoio e datas importantes, como as dos bate-papos. É aí que se vê o Mural da Comunidade, espaço para que os participantes interajam e se comuniquem livremente. Trata-se de uma gama razoável de recursos capaz de prover a Comunidade a partir de variados arranjos, conforme as necessidades de cada projeto desenvolvido. A seção tem sido utilizada em ações que envolvem centenas de escolas, sempre em parceria com secretarias de Educação municipais e estaduais, cujos resultados podem ser vistos e acompanhados no próprio Portal. A formação não termina com o encerramento da oficina, ela continua na Comunidade Virtual Rede de Capacitação, um espaço aberto permanente para a continuidade do vínculo entre os capacitadores locais e a equipe do EducaRede e educadores formados. Na Comunidade, o EducaRede realiza o acompanhamento das ações de capacitação desenvolvidas nos Municípios, tirando dúvidas, fornecendo orientações para os capacitadores e também para os professores que desenvolverem projetos a partir das oficinas. Além disso, a Comunidade Virtual permite aos diversos educadores participantes da Rede, que troquem experiências e criem um espaço de exploração colaborativa. Nela, o capacitador local


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também encontrará o roteiro para a elaboração de seu relatório e outras orientações, além de espaço para publicar suas reflexões. Fique atento a elas e traga seus grupos para fazerem parte desta Comunidade. Não pode faltar: 1. Inscrição do professor e de seus alunos na Comunidade Virtual; 2. Agende Bate-Papos com o grupo capacitado; 3. Amarre uma tarefa a ser feita num determinado tempo com combinações prévias; 4. Eleja um capacitador parceiro local para potencializar a capacitação; Combine um ou mais “reencontros virtuais” por meio da Comunidade Virtual para discutir o andamento das oficinas.

Vídeo-Aula Internet na Escola Material de apoio multimídia especialmente elaborado para o capacitador local da Rede de Capacitação. O conteúdo, em formato de vídeo-aula e linguagem lúdica, apresenta um breve histórico da Internet, aborda o conceito de letramento digital, estimulando uma reflexão sobre o uso pedagógico da Internet como um espaço de aprendizagem, além de trazer orientações para acesso e cadastro na Comunidade da Rede de Capacitação.

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A vídeo-aula, em VCD (leitura em CD-ROM ou DVD), pode ser reproduzida e utilizada em variados momentos de formação, conforme o interesse do capacitador.

Vídeo-Aula Internet na Escola (encarte do livro)

Home da seção Comunidade no portal EducaRede


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Bibliografia

BELTRÁN LLERA, Jesús A. Enseñar a aprender: algunas reflexiones. In: EDUCARED. Enseñar a aprender: Internet en educación. Madrid: Fundación Telefonica, 2004. BUZATO, Marcelo. O letramento eletrônico e o uso do computador no ensino de língua estrangeira: o caso Tereza. [on line]. Disponível em http://www.educarede.org.br/educa/ img_conteudo/ letramento_eletronico.htm. Acesso em 29/3/2006. CASSOL, Márcio B. F., PRIMO, Alex F. T. Explorando o conceito de interatividade: definições e taxonomias.[on line].Disponível em http://www.psico.ufrgs.br/~aprimo/pb/pgie.htm. Acesso em 29/3/2006. CASTELLS, Manuel. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. CENPEC, Coleção Educarede: Internet na Escola .[on line].Disponível em: http://www.educarede. org.br/educa. 2006. Acesso em 29/3/2007. _____ Caderno de Orientação Didática para Informática Educativa . .[on line].Disponível em: http://educarede.info/poie/imagens/livro.jpg, 2007 Acesso em 29/3/2007. CHIAPINNI, Lígia. A reinvenção da catedral. São Paulo: Cortez, 2005. CITELLI, Adilson. Comunicação e educação: a linguagem em movime nto. São Paulo: Senac, 2005. _____Outras linguagens na escola. São Paulo: Cortez, 2000. [Coleção Aprender e ensinar com textos não escolares, 6] COSTA, Cristina. Ficção, comunicação e mídias. São Paulo: Senac, 2001. COSTELLA, Antônio. Comunicação – do grito ao satélite. São Paulo: Mantiqueira, 1984. DELORS, Jacques (Coord.) Educação, um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI. São Paulo, Brasília: Cortez, Unesco/MEC, 1998.

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DIAS, Lia Ribeiro (Coord.). Inclusão digital: com a palavra, a sociedade. São Paulo: Plano de Negócios, 2003. EDUCAREDE. Vannevar Bush e a idéia original de hipertexto. [on line]. Disponível em http://www. educarede.org.br/educa/internet_e_cia/historia.cfm?id_historia=3>. Acesso em 30/10/2005. FÉRRES, Joan. O uso de tecnologia audiovisual e informática na sala de aula: entrevista. in Pátio – Revista Pedagógica, Porto Alegre, n. 9, p. 24-27, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. IAZZETTA, Fernando. Reflexões sobre a música e o meio. In XIII Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música, 2001. p. 6. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Trad. Carlos Irineu da Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. ________. A Internet tem sido capaz de criar mecanismos próprios de controle das informações. In Folha de S.Paulo, São Paulo, abril/98f, Caderno Mais, p.1-2. ________. Educação e cibercultura: a nova relação com o saber. In Educação, Subjetividade & Poder, Porto Alegre, n.5, jul. 1998. MARTÍN-BARBERO, Jesús. Desafios culturais da comunicação à educação. In Revista Comunicação & Educação, São Paulo, n. 18, p. 51-61, maio/set. 2000. 46

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SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. _____Novas práticas de leitura e e escrita: letramento na cibercultura. Educação & Sociedade ISSN 0101-7330 versão impressa Educ. Soc. v.23 n.81 Campinas dez. 2002 TRIVINHO, Eugênio. Epistemologia em ruínas: a implosão da teoria da comunicação na experiência do ciberespaço. In: MARTINS, F.M, SILVA, J.M. In Para navegar no século XXI: tecnologias do imaginário e cibercultura. Porto Alegre: EDIPUCRS, Sulina, 2000. [Coleção Comunicação, 1].

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O miolo deste livro foi impresso em papel reciclato 90 g/m2 A capa foi impressa em papel reciclato 240 g/m2


O Caderno do Capacitador Internet na Escola é dirigido a educadores para disseminar o uso pedagógico da Internet e estimular reflexões e práticas sobre este uso nas redes públicas de ensino. De iniciativa da Fundação Telefonica com coordenação pedagógica do Cenpec é parte das ações de formação do Programa EducaRede.

Iniciativa realização


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