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FOLHA

IOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 216 | Junho de 2014

227º JUBILEU DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHO

“Ao nos colocar diante do altar, somos tocados pela beleza de Cristo e de sua cruz.” | PÁGINAS 4 E 5 |

PASTORAL FAMILIAR DE GUANHÃES PARTICIPA DE ENCONTRO EM APARECIDA/SP | PÁGINA 3 |

“Uma pessoa humilde tem os pés no chão e, mesmo que aviste longe, muito longe, ela reconhece que precisa do outro para avançar, alcançar resultados, produzir.” | PÁGINA 6 |

CATEQUESE, REDES SOCIAIS E O NOSSO CATECOM | PÁGINA 7 |


Editorial

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DAREDAÇÃO

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A Folha Diocesana do mês de Junho chegou para mostrar a riqueza cultural e de fé presente na nossa Diocese. Nessa edição contamos um pouco da história e a beleza do Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos, em Conceição do Mato Dentro, que nesse ano terá início no dia 13 de junho e terminará no dia 24 do mesmo mês. Além disso, o jornal está recheado com a Boa Nova mostrando as atividades que foram feitas durante o mês passado em várias paróquias e com as sábias palavras

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dos nossos colunistas. A Folha Diocesana conta com seu apoio, seja também um divulgador e evangelizador, para isso, basta enviar as notícias da sua paróquia para o e-mail folhadiocesana@gmail.com .

Calendário Diocesano

Desejamos uma boa leitura!

JUNHO 01 Ascensão do Senhor 3 a 5 Encontro do Regional Leste II em BH 8 Pentecostes 8 Encontro Diocesano Jovens da RCC 10 Colégio dos Consultores (14:00h.) 10 PASCOM 12 Abertura da Copa do Mundo 13-24 Jubileu do Bom Jesus em Conceição 15 Santíssima Trindade 19 Corpus Christi 20 Chegada dos padres em Conceição p/ Jubileu 20 CRB em Conceição 21 Escola de Teologia: Bíblia VIII (Escritos Joaninos) 22 Presença da Equipe da Causa do Cônego em Conceição 27 Coração de Jesus 28 e 29 Oitavas de Final 29 São Pedro e São Paulo 29 Concentração Diocesana do Apostolado da Oração 30 e 01/06 Oitavas de Final JULHO 6 Encontro do Apostolado da Oração em Guanhães 8 PASCOM

expediente

15 Coordenação de Pastoral – 9:00h 20 Ordenação do Diaconal José Geraldo, em Tapera (10:00h.) 27 Carisma Show da RCC em Sapucaia de Guanhães 30 Reunião dos padres – 9:00h.

Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos Bicalho Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com

Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 3243-3829 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com www.folhadafloresta.com.br

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A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ

COMEMORAÇÃO - JUNHO/JULHO DE 2014 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães Junho 26 26 29 Julho 02 04 06 10 13 13 15 23 24 27 Junho 01 17 29 Julho 06 Junho 21 Julho 07 10

- Clero Pe. Itamar José Pereira Pe. João Evangelista dos Santos Nascimento Pe. Pedro João Daalhuizen Pe. Antônio Amadeu Rocha Frei Geraldo Monteiro Pe. Itamar José Pereira Pe. Mário Gomes da Silva Pe. Eduardo Ribeiro Pe. José Adriano Barbosa dos Santos Pe. Saint-Clair Ferreira Filho Pe. José Adriano Barbosa dos Santos Pe. Vanderley Fonseca Clemente Pe. Antônio Amadeu Rocha Religiosas e Consagradas Maria do Carmo Crizante (Rio Vermelho – Coop. Família) Arminda Jesus Batista (Guanhães – Coop. Família) Ir. Maria Ap. Chaves (Frei Lagonegro – Filha de Maria)

Nascimento Ordenação Ordenação Nascimento Ordenação Ordenação Ordenação Ordenação Ordenação Nascimento Ordenação Nascimento Profissão Religiosa Nascimento Profissão Religiosa

Carmen Helena P. de Oliveira (Guanhães – Coop. Família) Nascimento Funcionário Rafael Pedro de Araújo Neto – office-boy Nascimento Rosa Maria da Silva Bretas – Residência Episcopal Simone Pinto Mendanha – Mitra

Nascimento Nascimento


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PASTORAL FAMILIAR DE GUANHÃES PARTICIPA DE ENCONTRO EM APARECIDA/SP a manhã do dia 24 de Maio de 2014, alguns membros da Pastoral Familiar da paróquia São Miguel e Almas e várias famílias de todo o Brasil – aproximadamente 3 mil participantes – estiveram em Aparecida/SP para a 6ª Peregrinação Nacional da Família ao Santuário de Aparecida e o 4º Simpósio, com o tema “Família caminhar com a luz de Cristo e a sabedoria do Evangelho”. Tal tema chama a atenção para a espiritualidade em família e foi aprofundado por dom José Antônio Peruzzo, bispo de Palmas-Francisco Beltrão/PR e a escritora Adélia Prado. A oração do terço em procissão – do Centro de Eventos até a Tribuna papa Bento XVI – antecedeu a missa de encerramento na Basílica Nacional e concluiu as atividades do Simpósio. A poetisa Adélia Prado, a partir de seu testemunho de vida em família, expôs que o desejo de felicidade é inerente ao ser humano, e isto o influencia, o move para que se realize. Só o amor verdadeiro gera alegria (cf. Jo 15,11-15) e ele pode ser entendido como atenção, serviço, de modo que aconteça a morte do ego para se viver na páscoa da comunhão. Na relação familiar isto pode ser entendido por afeto, através de pequenas coisas que demonstram atenção de um ao outro. Isto por que a vida é uma contínua exigência de atenção. A Felicidade está longe da busca obsessiva como auto realização a qual-

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quer custo. Na verdade é consequência da vida que proporcionamos aos outros, a partir de nossos pequenos gestos repletos de carinho, atenção, afeto (cf. Mc 10,35). Neste tempo em que vivemos um déficit atroz de falta de atenção – de casamentos frios em que cada um está enfiado em sua toca (entenda-se quarto, TV, celular, internet e outros meios de fuga que inibem o diálogo, a partilha em família) – muitos são os inimigos que contribuem com a crise familiar, no entanto o antídoto é a Sagrada Escritura, sobretudo os evangelhos com os testemunhos da ternura de Jesus. Dom José Antônio Peruzzo – doutor em Ciências Bíblicas – seguindo a proposta do tema, iluminou a reflexão com a Sagrada Escritura ao abordar o texto

das Bodas de Caná e o testemunho de Maria (cf. Jo 2,1-12). Ela é exemplo de quem afetuosamente observa e vive para amar, de forma discreta, sem atrair olhares, aplausos. Não espera a iniciativa alheia, mas faz a sua parte, dá a sua contribuição sem esperar que o primeiro passo seja de quem tem a “obrigação e o dever” de agir. Uma das características da vida em família é a cooperação mútua entre os membros – afirma dom João Carlos Petrini, bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família, da CNBB – e cada um deve exercer seu papel coerentemente, do contrário o casamento enfraquece, a família enfraquece. Este “exercer seu papel” significa espiritualidade, a forma como se vive a vocação comunicada

pelo batismo. Adélia Prado chamou a atenção ao processo de masculinização da mulher que visa igualitarismo. Isso provoca um conflito de identidade e desequilibra a família, pois a mulher, por vezes, deixa de viver a maternidade, ou seja, sua “espiritualidade de mãe e esposa” que é como que sinônimo de afeto, carinho, acolhida, amor. O tema do 4º simpósio aponta para a espiritualidade como remédio para a crise da instituição familiar. Entenda espiritualidade a partir do modo em que vivemos enquanto pessoas de fé (cf. Mt 12,33); está ligada ao pessoal (oração) e social (comportamento seja em família ou no relacionamento com outras pessoas). O “Novo Mandamento” resume toda “regra de vida” (cf. Mt 22,3440). É a partir do evangelho que entendamos que o termômetro do amor é a dedicação: quanto mais se dedica a algo mais se ama e não se medem esforços (cf. Mt 26,6-13). O amor tem combustíveis: afetos e delicadeza e o que não podem faltar é paciência e perdão. É por isso que, conforme a necessidade e situações da vida, o amor muda de nome: paciência, perdão, compreensão, zelo, atenção, carinho, serviço, acolhida e tantas outras “formas” que o amor toma no decurso da vida vencendo a frieza da indiferença, da incompreensão, do desinteresse, pois o amor é mais forte que a morte (cf. Ct 8, 5 ss). BRUNO COSTA RIBEIRO

REGIONAL LESTE 2 DA CNBB PROMOVE FORMAÇÃO MISSIONÁRIA PARA SEMINARISTAS Impulsionado pelo desejo e convite da Igreja à vivência do mandato de Jesus, o Regional Leste 2 da CNBB (Minas Gerais e Espírito Santo) realizou entre os dias 30 de maio e 1º de junho, a IV Formação Missionária para Seminaristas (Formise). O encontro contou com a assessoria do secretário nacional da Pontifícia União Missionária, padre Jaime C. Patias, IMC, que abordou o tema “Vocações para a missão em contexto de mudança de época”. A formação reuniu na Casa das Irmãs Sacramentinas em Belo Horizonte (MG), 14 jovens do propedêutico, filosofia e teologia provenientes de 8 dioceses (Mariana, Guanhães, Colatina, Cachoeiro de Itapemirim, Oliveira, Sete Lagoas, Guaxupé e Campanha). Inspirados no lema “Eis-me aqui envia-me” (cf. Is 6,8), os seminaristas foram levados a refletir sobre os sinais dos tempos e suas interpelações para a missão hoje. “Em tempos de mudanças, a missão continua a ser difícil e complexa, como no passado, e requer igualmente a coragem e a luz do Espírito Santo para discernir com sabedoria, os melhores caminhos”, explicou padre Jaime ao falar sobre algumas características da modernidade. “A fome de espiritualidade, a crise do individualismo, a globalização e uma

nova visão do mundo, são alguns cenários do nosso tempo. Compreender as pessoas e a sociedade na qual se vive é condição essencial para qualquer ação evangelizadora”, afirmou para na sequência, destacar a importância de formar os futuros padres com o coração missionário conforme pede o papa Francisco. Presente ao encontro, o bispo de Guaxupé (MG) e referencial para a missão no Regional Leste II, dom José Lanza Neto sublinhou a importância do Formise para despertar nos seminaristas o interesse pela missão. “Hoje não podem conceber um padre sem o espírito missionário e o entendimento de que a Igreja na sua natureza é missionária. A conversão pastoral e mesmo a conversão pessoal passa

por este crivo”, afirmou. “Graças a Deus, o nosso Regional tem investido neste sentido. Mas precisamos caminhar mais, pois algumas dioceses ainda não despertaram. Esperamos contar com a boa vontade e a compreensão de todos. Atitude importante deve ser a dos reitores e daqueles que estão à frente da formação presbiteral, nos apoiando e valorizando este grande desejo de a Igreja ser verdadeiramente missionária”, disse. Segundo dom José Lanza, apesar de contar com apenas 8 dioceses presentes, “este foi um dos melhores encontros realizados devido à grande interação da parte de todos”. Ele vê a necessidade de caminhar ainda mais. “O conteúdo foi excelente e o padre Jaime nos envolveu bem no espírito missionário, principalmente pelo seu jeito simples, humilde e testemunho missionário. Deus seja louvado!” João Luiz da Silva, seminarista da arquidiocese de Mariana avaliou o Formi-

se como um tempo de graça. Além disso, a convivência entre os seminaristas do Regional foi uma oportunidade de explicitar a comunhão entre as Igrejas particulares. “Pedimos ao bom Deus que nos ajude a viver nos nossos seminários a alegria de sermos missionários”, explicitou o jovem que agora ajudará Conselho Missionário Regional (Comire), na articulação com os seminaristas no estado de Minas Gerais. Antônio Valdeir é da diocese de Cachoeiro de Itapemirim no Espírito Santo. Para ele, a formação vai despertar a articulação dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comise) para ajudar os futuros presbíteros a terem um espírito missionário. “A reflexão realizada pelo padre Jaime foi importante. O tema nos ajuda a perceber os sinais de mudança no tempo atual onde devemos comunicar a Boa Nova do Evangelho, sem perder de vista, nessas mudanças o essencial: Jesus Cristo. Retornamos para as nossas dioceses com o ardor missionário renovado no ‘Ide e anunciai o Evangelho a toda criatura” disse. Já o colega Matheus Barbosa, da diocese de Guaxupé, resumiu o estudo em três pontos: a formação, o contexto em que vivemos e a missão. “Com essa reflexão saímos com o coração animado”, enfatizou.


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227º Jubileu do Bom Jesus de Matosinho “Todo o santuário do Bom Jesus de Matosinho tem a vocação de sensibilizar o fiel peregrino a deixar-se envolver pela beleza que Deus revela em seu filho Jesus. É preciso olhar de maneira diferente, ter um novo olhar, para além, para perceber o mistério de Deus que se revela a todo o momento.” Jubileu do Bom Jesus de Matosinho completa duzentos e vinte sete anos, e neste ano tem como tema “Jesus nossa Alegria”, inspirado na Exortação Apostólica Evangeli Gaudium “Alegria do Evangelho”, do Papa Francisco. Jubileu é tempo de graça, de perdão, de reconciliação, de encontro, de reencontro, de alegria; mas a nossa alegria maior é o Bom Jesus, pois “a alegria do evangelho enche o coração e a vida da-

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queles que se encontram com Jesus.” (Exort.Ap.Evang.Galdium). “A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria (Lc 10, 17). Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo e louva o Pai, porque sua revelação chega aos pobres e aos pequeninos (Lc 10, 21). Sentem-na, cheios de admiração, os primeiros que se convertem no Pentecos-

tes, ao ouvir “cada um na sua própria língua” (At 2, 6) a pregação dos Apóstolos. Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contém sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além. O Senhor diz: “Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim” Ele, depois de lançar a semente num lugar, não se demora lá a explicar melhor ou a cumprir

novos sinais, mas o Espírito leva-o a partir para outras aldeias.” (Exort. Ap. Evang. Galdium). Sejamos então, todos nós, romeiros e romeiras do Bom Jesus, missionários nos dias de hoje, os anunciadores da alegria do Evangelho, onde quer que estejamos: nas nossas comunidades, na família, escola, no trabalho, porque “esta alegria é para todo o povo, não se pode excluir ninguém”. (Exort.Ap.Evang.Galdium). Helena Matilde e Ir. Maria Inês -CFMSS

HISTÓRICO DO JUBILEU DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHO Certo dia do ano de 1734, o negro escravo Antonio Angola, pertencente ao senhor Manuel Santiago, embrenhou-se por um capão adentro a procura de lenha para os serviços da senzala, mas o que encontrou foi uma imagem de madeira de Jesus Crucificado. A notícia correu rápida por toda a redondeza. O vigário Pe. Manuel de Amorim Coelho, benzeu a imagem e a colocou na matriz provisoriamente. O português José Corrêa Porto, vítima de uma doença chamada “zamparina”, prometeu construir no alto do morro, no meio do capão, uma capela para abrigar a imagem do crucificado encontrada pelo escravo Antonio Angola. Atendido em sua prece, começou logo a construção da primitiva igreja. Certa vez assolou a região uma terrível seca, verdadeiro fla-

gelo, transformando tudo num deserto de misérias. Foi quando se lembraram da imagem do Bom Jesus. Trouxeram-na morro abaixo, em procissão, em meio a súplicas e orações. Quando estavam subido a rua Direita, em direção à matriz, uma forte chuva que durou 15 dias começou a cair, o povo se atirava na chuva agradecendo com alegria o milagre acontecido. A partir desta intervenção milagrosa do Senhor Bom Jesus, todos acorriam à capela no ato da colina buscando solução para os seus mais variados problemas. Em 16 de junho de 1743, o bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz, quando da sua visita pastoral a Conceição, recomendou ao vigário da freguesia, Pe. Miguel de Carvalho Almeida Matos, que construísse uma capela decente para tão milagrosa

imagem. A 25 de maio de 1750, o bispo de Mariana, dom Manuel da Cruz, em sua visita pastoral a Conceição, lançou a pedra fundamental da segunda igreja para abrigar a imagem do Senhor Bom Jesus. Em 1750 foi fundada a irmandade do Bom Jesus. Em 1773 o Pe. Luiz Alves Gondim mandou vir de Lisboa, Portugal, a atual imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinho que se encontra no santuário. A primitiva imagem se encontra guardada na capela interna do convento ao lado do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinho. Em 7 de março de 1787, o papa Pio VI concedeu indulgência plenária a todos os devotos que participassem piedosamente do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho. A contar desta data são mais de 200 anos de celebração do Santo Jubileu.

TEMA: JESUS NOSSA ALEGRIA Fundamentado na Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, “A alegria do Evangelho”, do Papa Francisco, nasce o tema do 227º Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho. Se a Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós, Jesus é esta Palavra, é o Evangelho vivo, então é Ele a nossa alegria. Em sua Exorta-

ção Apostólica, a Papa Francisco fala que: “A ALEGRIA DO EVANGELHO” enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele e são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento! Com Jesus a alegria renasce sem cessar”. Com a celebração

deste Jubileu entramos em comunhão com toda Igreja que anseia por aproximar-se sempre e cada vez mais de Jesus, alegrando-se pelos frutos que esta aproximação produz. Sabemos que Jubileu é júbilo, é alegria, e temos a certeza de que em Jesus a nossa alegria será plena e verdadeira.

ENTREVISTA COM PE.EDUARDO O jornal FOLHA DIOCESANA, nesta edição em que destaca o jubileu de Bom Jesus de Matosinho, fez uma entrevista com Pe. Eduardo Ribeiro, reitor do Santuário, que falou de suas expectativas, desafios e encantamento ao coordenar este jubileu. FOLHA DIOCESANA: Quais são os desafios para a realização do jubileu? Pe. Eduardo: Manter a tradição, tendo em vista a atualidade. É atualizar o Jubileu para os dias de hoje. Estamos vivendo novos tempos, temos novas necessidades. O romeiro não vem mais de caminhão, a cavalo. Vem de carro, ônibus. Ainda não temos estrutura adequada para atender as novas demandas. O romeiro, hoje, é mais exigente. Quer mais segurança, conforto, espaço mais adequado e opções de lazer. Para atender a estes novos desafios precisamos trabalhar muito, unindo forças, a igreja –paróquia e diocese – e outras forças sociais para se chegar a esta estrutura eficiente. Outro desafio é que o mundo está mais secularizado. Como atender aos anseios dos romeiros de hoje? Outro ainda é a falta de recursos humanos – muitas pessoas se colocam à disposição do jubileu, trabalham com dedicação e amor. São nossos voluntários. Mas só não bastam. Tem certos serviços que precisam de pessoas especializadas e treinadas, para se oferecer um serviço de qualidade ao romeiro que visita o nosso santuário. FOLHA DIOCEANA: Como preparar o jubileu para que ele atinja o coração do romeiro? Pe. Eduardo Ribeiro: Em primeiro lugar é preciso preparar o espaço do santuário. Limpar, arrumar, organizar toda a estrutura para acolher o romeiro. Segundo momento: preparação das celebrações. Temos o apoio total da comunidade para os momentos celebrativos. As pessoas acolhem as tarefas e cumprem com zelo, se preparam. São pessoas interessadas, confiáveis, realizando as tarefas com amor. As celebrações do jubileu levam em conta a devoção ao Bom Jesus, sem perder o seu caráter litúrgico. É preciso haver entrelaçamento entro o litúrgico e o devocional, procurando fazer com que o mistério seja celebrado com gosto e beleza. Às vezes, ofuscamos o mistério por causa da devoção, fazendo celebrações barulhentas, empobrecidas. É preciso chegar a um equilíbrio entre os aspectos devocionais e litúrgicos. O romeiro que chega ao santuário traz algo especial, algo indizível. Coisa que só se pode ver pela fé. A fé é que move cada um a se colocar a caminho e estar diante do Bom Jesus com o coração feliz por receber suas graças. Este é um momento de agradecimento, de louvor por tudo que o Senhor fez por ele. Veja a sala dos milagres, quanta fé e devoção estão expressas ali! Cada objeto demonstra agradecimento, fé e devoção. FOLHA DIOCESANA: O que mais o encanta ao viver o jubileu como responsável por sua organização? Pe. Eduardo: O que mais me encanta é que este santuário tem algo de transcendental. Tudo aqui é manifestação de Deus. É coisa divina. Deus se faz presente, de fato, neste santuário. O bom Jesus está aqui. Isto aqui nunca vai acabar. Encanta-me perceber que o mesmo olhar do Bom Jesus que encantou o escravo Antônio angola quando ele encontrou a imagem, continua encantando a todos os que se colocam a caminho em direção ao Bom Jesus. Esta é a impressão que tenho diante do santuário. FOLHA DIOCESANA: E a formação do CORAL para o jubileu, como foi? Pe. Eduardo: o coral foi formado para o tempo do jubileu. A música na liturgia é vital, fundamental. Tivemos esta iniciativa, com apoio de Dom Jeremias, formar este coral e ao mesmo tempo formar leigos para o dia a dia. Para reger este coral trouxemos o maestro Carlos Nazareno. O pessoal aceitou com muito bom grado a formação deste grande coral. Pode parecer que o coral possa tirar a oportunidade de o povo cantar, mas espero que a atuação do coral leve a comunidade toda a participar. Nas missas das 19h00 se formará o grande coral com regência do maestro. FOLHA DIOCESANA: obrigado pela atenção.

JUBILEU DO SENHOR BOM JESUS O Jubileu do Senhor Bom Jesus está chegando. “Subiremos montanhas sagradas, colinas suaves, do amor cristão. Lá do alto Jesus nos acena, mostrando o caminho da Salvação.” Vamos todos ao encontro do Senhor das Misericórdias. Para nós, romeiros e romeiras, o Jubileu é tempo de sentir a presença de Deus mais próxima, mais forte, fazendo já, aqui na terra, experiência do Céu. Que bênção! Que alegria! Estou muito feliz em poder participar mais uma vez do Santo Jubileu. Espero poder oferecer de coração

alegre e generoso a minha modesta colaboração. Não serei “pregador”! Faltam-me a experiência de vida, a eloquência e sabedoria necessárias. Quero ser apenas um humilde servidor da Palavra, para que ela encontre abrigo nos corações, cure as feridas da alma e transforme as nossas vidas. Espero fazê-lo com simplicidade, obediência ao Espírito e muito amor! Conto com as orações de todos! Abraço fraterno! +Marcello, bispo de Araçuaí

Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento no Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho em Conceição do Mato Dentro – Minas Gerais Todos os anos, no período de 13 a 24 de Junho, a cidade de Conceição do Mato Dentro tem o privilégio de celebrar o Santo Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho,que desde o ano 1745 se implantou, dada a devoção ao Senhor Bom Jesus Crucificado, iniciada com os Frades Franciscanos Capuchinhos que vieram de Siracusa – Itália – e ao longo dos anos foi dando continuidade com os párocos até os nossos dias.Hoje,um grupo grande de pessoas da comunidade e amigos se envolve na preparação do Santo Jubileu e acolhida dos romeiros e romeiras, vindos de cidades da Diocese e de vários partes do país. O Jubileu é realizado com a participação de devotos da cidade e região, que se dedicam na organização das várias atividades. As Irmãs Clarissas, desde sempre, se dedicaram à preparação: dos textos das Celebrações, dos Ministros da Eucaristia (Irmãs: Lúcia Soares, Irmã Hélia, Irmã Nívea);Tenda da Palavra, dando continuidade às reflexões bíblicas iniciadas pela Irmã Fátima Pimenta e comunidade local; Preparação para confissões(várias Irmãs contribuíram ao longo dos anos). Nas visitas às barracas dos romeiros, recordamos Irmã Armanda Pessoa que não media esforços para visitá-los, não esquecendo em seguida, da visita aos

presos da cadeia local. Na sala dos milagres lembramos Irmã Andrea, Irmã Tomázia e Irmã Clarinda. Toda a atenção é dada à preparação do Convento, do material da novena, livros de cantos para celebrações, com a contribuição da comunidade das Irmãs de ontem e de hoje. A história da presença das Clarissas no Jubileu conta a feliz iniciativa de Irmã Benigna de Figueiredo, que desde a década de 40, começou a preparar os romeiros para fazerem bem a confissão de seus pecados; além da visita ao Santíssimo Sacramento para receberem a Indulgência Plenária. Até hoje é forte esta atividade, que conta com a atuação de pessoas devotas da comunidade, sempre prontas a servir e rezar nestes dias, no serviço de Evangelização do Senhor Bom Jesus. O Pároco do Santuário sempre recebeu a contribuição das Irmãs residentes; e hoje estão na comunidade as Irmãs Joanangélica, Regina Vieira, Juvência, Nívea, Maria Inês e a Júlia -jovem formanda- e

outras que assumem o Jubileu como um tempo de Missão, oração e experiência de encontro pessoal com o Senhor, dedicando totalmente ao serviço do Jubileu. A Casa das Irmãs nestes dias se torna casa de acolhida de diversos missionários e missionárias, romeiros vindos de várias cidades para dedicarem ao serviço do Jubileu. As Irmãs ficam atentas à vida da paróquia, a começar com o preparo físico do Santuário e dependências, ajudadas por Irmãs da própria Província e pelas da Diocese, que vêm especialmente para este serviço. É um tempo, em toda parte, de oração, de contemplação de multidões de fiéis que ali peregrinam. Nós, Irmãs Clarissas, sabemos que o Santo Jubileu nos ajuda a viver o Lema de nossa Fundadora Madre Serafina “IDE, FILHAS! ACENDEI! LEVAI A TODOS O AMOR JESUS- EUCARISTIA”. Irmã Maria Inês Irmã Nívea Gonçalves

ORIGEM E SIGNIFICADO DAS PEREGRINAÇÕES E ROMARIAS CATÓLICAS A tradição das peregrinações a lugares santos, ou romarias, é bem anterior ao cristianismo. Comecemos a partir da herança que nós cristãos recebemos do antigo Israel, o povo hebreu. Uma multidão de fiéis acorria de todas as regiões de Israel e até de outros países (At 2,1-11) para Jerusalém, no período das festividades judaicas, afim de celebrar a Providência Divina na História de seu povo. Mais do que um momento de comemoração, tais datas serviam para perpetuar a memória e as tradições do povo. Três festas eram consideradas mais importantes (Ex 23,14ss): a Páscoa (Ex 12); a Festa da Ceifa (chamada de festa das Semanas em Ex 34,22; Dt 16,9; Nm 28,26 e Festa de Pentecostes em

Tb 2,1; 2Mc 12,32); e a Festa das Tendas (Dt 16,13-15; Lv 23,33-43). As duas primeiras constam em nosso calendário litúrgico. No entanto, saliento Sukkot que é a festa das Tendas ou Tabernáculos. Tal festa tem grande referência espiritual e é através da qual que o povo de Israel relembra o tempo em que viveu em tendas no deserto. No tempo de Jesus esta festa era feita em Jerusalém: faziam barracas ao redor do templo. A ideia é demonstrar que, quando Israel vivia sem segurança no deserto, sua única confiança e refúgio era Javé. Em nossa diocese há mais de 200 anos – desde que foi encontrada a primeira imagem do Bom Jesus e a ela atribuída os primeiros milagres – é rea-

lizado o Jubileu do Bom Jesus, em Conceição do Mato Dentro/MG. Começa com o dia de Santo Antônio (13/06) até o dia de São João (24/06). É um lugar onde encontramos tendas de fiéis cristãos, vindos de diferentes paróquias, ao redor da Igreja – como as tendas do povo hebreu ao redor do templo na festa de Sukkot – e onde, nos dias de hoje, temos a oportunidade de fazer peregrinação, seja para pagar promessas, agradecer a Providência Divina em nossas vidas, pedir alguma graça, ou simplesmente por devoção. E receber, ali, indulgências conforme o Enchiridion indulgentiarum. Bruno Costa Ribeiro Guanhães


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227º Jubileu do Bom Jesus de Matosinho “Todo o santuário do Bom Jesus de Matosinho tem a vocação de sensibilizar o fiel peregrino a deixar-se envolver pela beleza que Deus revela em seu filho Jesus. É preciso olhar de maneira diferente, ter um novo olhar, para além, para perceber o mistério de Deus que se revela a todo o momento.” Jubileu do Bom Jesus de Matosinho completa duzentos e vinte sete anos, e neste ano tem como tema “Jesus nossa Alegria”, inspirado na Exortação Apostólica Evangeli Gaudium “Alegria do Evangelho”, do Papa Francisco. Jubileu é tempo de graça, de perdão, de reconciliação, de encontro, de reencontro, de alegria; mas a nossa alegria maior é o Bom Jesus, pois “a alegria do evangelho enche o coração e a vida da-

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queles que se encontram com Jesus.” (Exort.Ap.Evang.Galdium). “A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria (Lc 10, 17). Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo e louva o Pai, porque sua revelação chega aos pobres e aos pequeninos (Lc 10, 21). Sentem-na, cheios de admiração, os primeiros que se convertem no Pentecos-

tes, ao ouvir “cada um na sua própria língua” (At 2, 6) a pregação dos Apóstolos. Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contém sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além. O Senhor diz: “Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim” Ele, depois de lançar a semente num lugar, não se demora lá a explicar melhor ou a cumprir

novos sinais, mas o Espírito leva-o a partir para outras aldeias.” (Exort. Ap. Evang. Galdium). Sejamos então, todos nós, romeiros e romeiras do Bom Jesus, missionários nos dias de hoje, os anunciadores da alegria do Evangelho, onde quer que estejamos: nas nossas comunidades, na família, escola, no trabalho, porque “esta alegria é para todo o povo, não se pode excluir ninguém”. (Exort.Ap.Evang.Galdium). Helena Matilde e Ir. Maria Inês -CFMSS

HISTÓRICO DO JUBILEU DO SENHOR BOM JESUS DE MATOSINHO Certo dia do ano de 1734, o negro escravo Antonio Angola, pertencente ao senhor Manuel Santiago, embrenhou-se por um capão adentro a procura de lenha para os serviços da senzala, mas o que encontrou foi uma imagem de madeira de Jesus Crucificado. A notícia correu rápida por toda a redondeza. O vigário Pe. Manuel de Amorim Coelho, benzeu a imagem e a colocou na matriz provisoriamente. O português José Corrêa Porto, vítima de uma doença chamada “zamparina”, prometeu construir no alto do morro, no meio do capão, uma capela para abrigar a imagem do crucificado encontrada pelo escravo Antonio Angola. Atendido em sua prece, começou logo a construção da primitiva igreja. Certa vez assolou a região uma terrível seca, verdadeiro fla-

gelo, transformando tudo num deserto de misérias. Foi quando se lembraram da imagem do Bom Jesus. Trouxeram-na morro abaixo, em procissão, em meio a súplicas e orações. Quando estavam subido a rua Direita, em direção à matriz, uma forte chuva que durou 15 dias começou a cair, o povo se atirava na chuva agradecendo com alegria o milagre acontecido. A partir desta intervenção milagrosa do Senhor Bom Jesus, todos acorriam à capela no ato da colina buscando solução para os seus mais variados problemas. Em 16 de junho de 1743, o bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz, quando da sua visita pastoral a Conceição, recomendou ao vigário da freguesia, Pe. Miguel de Carvalho Almeida Matos, que construísse uma capela decente para tão milagrosa

imagem. A 25 de maio de 1750, o bispo de Mariana, dom Manuel da Cruz, em sua visita pastoral a Conceição, lançou a pedra fundamental da segunda igreja para abrigar a imagem do Senhor Bom Jesus. Em 1750 foi fundada a irmandade do Bom Jesus. Em 1773 o Pe. Luiz Alves Gondim mandou vir de Lisboa, Portugal, a atual imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinho que se encontra no santuário. A primitiva imagem se encontra guardada na capela interna do convento ao lado do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinho. Em 7 de março de 1787, o papa Pio VI concedeu indulgência plenária a todos os devotos que participassem piedosamente do Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho. A contar desta data são mais de 200 anos de celebração do Santo Jubileu.

TEMA: JESUS NOSSA ALEGRIA Fundamentado na Exortação Apostólica Evangelli Gaudium, “A alegria do Evangelho”, do Papa Francisco, nasce o tema do 227º Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho. Se a Palavra de Deus se fez carne e habitou entre nós, Jesus é esta Palavra, é o Evangelho vivo, então é Ele a nossa alegria. Em sua Exorta-

ção Apostólica, a Papa Francisco fala que: “A ALEGRIA DO EVANGELHO” enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele e são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento! Com Jesus a alegria renasce sem cessar”. Com a celebração

deste Jubileu entramos em comunhão com toda Igreja que anseia por aproximar-se sempre e cada vez mais de Jesus, alegrando-se pelos frutos que esta aproximação produz. Sabemos que Jubileu é júbilo, é alegria, e temos a certeza de que em Jesus a nossa alegria será plena e verdadeira.

ENTREVISTA COM PE.EDUARDO O jornal FOLHA DIOCESANA, nesta edição em que destaca o jubileu de Bom Jesus de Matosinho, fez uma entrevista com Pe. Eduardo Ribeiro, reitor do Santuário, que falou de suas expectativas, desafios e encantamento ao coordenar este jubileu. FOLHA DIOCESANA: Quais são os desafios para a realização do jubileu? Pe. Eduardo: Manter a tradição, tendo em vista a atualidade. É atualizar o Jubileu para os dias de hoje. Estamos vivendo novos tempos, temos novas necessidades. O romeiro não vem mais de caminhão, a cavalo. Vem de carro, ônibus. Ainda não temos estrutura adequada para atender as novas demandas. O romeiro, hoje, é mais exigente. Quer mais segurança, conforto, espaço mais adequado e opções de lazer. Para atender a estes novos desafios precisamos trabalhar muito, unindo forças, a igreja –paróquia e diocese – e outras forças sociais para se chegar a esta estrutura eficiente. Outro desafio é que o mundo está mais secularizado. Como atender aos anseios dos romeiros de hoje? Outro ainda é a falta de recursos humanos – muitas pessoas se colocam à disposição do jubileu, trabalham com dedicação e amor. São nossos voluntários. Mas só não bastam. Tem certos serviços que precisam de pessoas especializadas e treinadas, para se oferecer um serviço de qualidade ao romeiro que visita o nosso santuário. FOLHA DIOCEANA: Como preparar o jubileu para que ele atinja o coração do romeiro? Pe. Eduardo Ribeiro: Em primeiro lugar é preciso preparar o espaço do santuário. Limpar, arrumar, organizar toda a estrutura para acolher o romeiro. Segundo momento: preparação das celebrações. Temos o apoio total da comunidade para os momentos celebrativos. As pessoas acolhem as tarefas e cumprem com zelo, se preparam. São pessoas interessadas, confiáveis, realizando as tarefas com amor. As celebrações do jubileu levam em conta a devoção ao Bom Jesus, sem perder o seu caráter litúrgico. É preciso haver entrelaçamento entro o litúrgico e o devocional, procurando fazer com que o mistério seja celebrado com gosto e beleza. Às vezes, ofuscamos o mistério por causa da devoção, fazendo celebrações barulhentas, empobrecidas. É preciso chegar a um equilíbrio entre os aspectos devocionais e litúrgicos. O romeiro que chega ao santuário traz algo especial, algo indizível. Coisa que só se pode ver pela fé. A fé é que move cada um a se colocar a caminho e estar diante do Bom Jesus com o coração feliz por receber suas graças. Este é um momento de agradecimento, de louvor por tudo que o Senhor fez por ele. Veja a sala dos milagres, quanta fé e devoção estão expressas ali! Cada objeto demonstra agradecimento, fé e devoção. FOLHA DIOCESANA: O que mais o encanta ao viver o jubileu como responsável por sua organização? Pe. Eduardo: O que mais me encanta é que este santuário tem algo de transcendental. Tudo aqui é manifestação de Deus. É coisa divina. Deus se faz presente, de fato, neste santuário. O bom Jesus está aqui. Isto aqui nunca vai acabar. Encanta-me perceber que o mesmo olhar do Bom Jesus que encantou o escravo Antônio angola quando ele encontrou a imagem, continua encantando a todos os que se colocam a caminho em direção ao Bom Jesus. Esta é a impressão que tenho diante do santuário. FOLHA DIOCESANA: E a formação do CORAL para o jubileu, como foi? Pe. Eduardo: o coral foi formado para o tempo do jubileu. A música na liturgia é vital, fundamental. Tivemos esta iniciativa, com apoio de Dom Jeremias, formar este coral e ao mesmo tempo formar leigos para o dia a dia. Para reger este coral trouxemos o maestro Carlos Nazareno. O pessoal aceitou com muito bom grado a formação deste grande coral. Pode parecer que o coral possa tirar a oportunidade de o povo cantar, mas espero que a atuação do coral leve a comunidade toda a participar. Nas missas das 19h00 se formará o grande coral com regência do maestro. FOLHA DIOCESANA: obrigado pela atenção.

JUBILEU DO SENHOR BOM JESUS O Jubileu do Senhor Bom Jesus está chegando. “Subiremos montanhas sagradas, colinas suaves, do amor cristão. Lá do alto Jesus nos acena, mostrando o caminho da Salvação.” Vamos todos ao encontro do Senhor das Misericórdias. Para nós, romeiros e romeiras, o Jubileu é tempo de sentir a presença de Deus mais próxima, mais forte, fazendo já, aqui na terra, experiência do Céu. Que bênção! Que alegria! Estou muito feliz em poder participar mais uma vez do Santo Jubileu. Espero poder oferecer de coração

alegre e generoso a minha modesta colaboração. Não serei “pregador”! Faltam-me a experiência de vida, a eloquência e sabedoria necessárias. Quero ser apenas um humilde servidor da Palavra, para que ela encontre abrigo nos corações, cure as feridas da alma e transforme as nossas vidas. Espero fazê-lo com simplicidade, obediência ao Espírito e muito amor! Conto com as orações de todos! Abraço fraterno! +Marcello, bispo de Araçuaí

Clarissas Franciscanas Missionárias do Santíssimo Sacramento no Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho em Conceição do Mato Dentro – Minas Gerais Todos os anos, no período de 13 a 24 de Junho, a cidade de Conceição do Mato Dentro tem o privilégio de celebrar o Santo Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinho,que desde o ano 1745 se implantou, dada a devoção ao Senhor Bom Jesus Crucificado, iniciada com os Frades Franciscanos Capuchinhos que vieram de Siracusa – Itália – e ao longo dos anos foi dando continuidade com os párocos até os nossos dias.Hoje,um grupo grande de pessoas da comunidade e amigos se envolve na preparação do Santo Jubileu e acolhida dos romeiros e romeiras, vindos de cidades da Diocese e de vários partes do país. O Jubileu é realizado com a participação de devotos da cidade e região, que se dedicam na organização das várias atividades. As Irmãs Clarissas, desde sempre, se dedicaram à preparação: dos textos das Celebrações, dos Ministros da Eucaristia (Irmãs: Lúcia Soares, Irmã Hélia, Irmã Nívea);Tenda da Palavra, dando continuidade às reflexões bíblicas iniciadas pela Irmã Fátima Pimenta e comunidade local; Preparação para confissões(várias Irmãs contribuíram ao longo dos anos). Nas visitas às barracas dos romeiros, recordamos Irmã Armanda Pessoa que não media esforços para visitá-los, não esquecendo em seguida, da visita aos

presos da cadeia local. Na sala dos milagres lembramos Irmã Andrea, Irmã Tomázia e Irmã Clarinda. Toda a atenção é dada à preparação do Convento, do material da novena, livros de cantos para celebrações, com a contribuição da comunidade das Irmãs de ontem e de hoje. A história da presença das Clarissas no Jubileu conta a feliz iniciativa de Irmã Benigna de Figueiredo, que desde a década de 40, começou a preparar os romeiros para fazerem bem a confissão de seus pecados; além da visita ao Santíssimo Sacramento para receberem a Indulgência Plenária. Até hoje é forte esta atividade, que conta com a atuação de pessoas devotas da comunidade, sempre prontas a servir e rezar nestes dias, no serviço de Evangelização do Senhor Bom Jesus. O Pároco do Santuário sempre recebeu a contribuição das Irmãs residentes; e hoje estão na comunidade as Irmãs Joanangélica, Regina Vieira, Juvência, Nívea, Maria Inês e a Júlia -jovem formanda- e

outras que assumem o Jubileu como um tempo de Missão, oração e experiência de encontro pessoal com o Senhor, dedicando totalmente ao serviço do Jubileu. A Casa das Irmãs nestes dias se torna casa de acolhida de diversos missionários e missionárias, romeiros vindos de várias cidades para dedicarem ao serviço do Jubileu. As Irmãs ficam atentas à vida da paróquia, a começar com o preparo físico do Santuário e dependências, ajudadas por Irmãs da própria Província e pelas da Diocese, que vêm especialmente para este serviço. É um tempo, em toda parte, de oração, de contemplação de multidões de fiéis que ali peregrinam. Nós, Irmãs Clarissas, sabemos que o Santo Jubileu nos ajuda a viver o Lema de nossa Fundadora Madre Serafina “IDE, FILHAS! ACENDEI! LEVAI A TODOS O AMOR JESUS- EUCARISTIA”. Irmã Maria Inês Irmã Nívea Gonçalves

ORIGEM E SIGNIFICADO DAS PEREGRINAÇÕES E ROMARIAS CATÓLICAS A tradição das peregrinações a lugares santos, ou romarias, é bem anterior ao cristianismo. Comecemos a partir da herança que nós cristãos recebemos do antigo Israel, o povo hebreu. Uma multidão de fiéis acorria de todas as regiões de Israel e até de outros países (At 2,1-11) para Jerusalém, no período das festividades judaicas, afim de celebrar a Providência Divina na História de seu povo. Mais do que um momento de comemoração, tais datas serviam para perpetuar a memória e as tradições do povo. Três festas eram consideradas mais importantes (Ex 23,14ss): a Páscoa (Ex 12); a Festa da Ceifa (chamada de festa das Semanas em Ex 34,22; Dt 16,9; Nm 28,26 e Festa de Pentecostes em

Tb 2,1; 2Mc 12,32); e a Festa das Tendas (Dt 16,13-15; Lv 23,33-43). As duas primeiras constam em nosso calendário litúrgico. No entanto, saliento Sukkot que é a festa das Tendas ou Tabernáculos. Tal festa tem grande referência espiritual e é através da qual que o povo de Israel relembra o tempo em que viveu em tendas no deserto. No tempo de Jesus esta festa era feita em Jerusalém: faziam barracas ao redor do templo. A ideia é demonstrar que, quando Israel vivia sem segurança no deserto, sua única confiança e refúgio era Javé. Em nossa diocese há mais de 200 anos – desde que foi encontrada a primeira imagem do Bom Jesus e a ela atribuída os primeiros milagres – é rea-

lizado o Jubileu do Bom Jesus, em Conceição do Mato Dentro/MG. Começa com o dia de Santo Antônio (13/06) até o dia de São João (24/06). É um lugar onde encontramos tendas de fiéis cristãos, vindos de diferentes paróquias, ao redor da Igreja – como as tendas do povo hebreu ao redor do templo na festa de Sukkot – e onde, nos dias de hoje, temos a oportunidade de fazer peregrinação, seja para pagar promessas, agradecer a Providência Divina em nossas vidas, pedir alguma graça, ou simplesmente por devoção. E receber, ali, indulgências conforme o Enchiridion indulgentiarum. Bruno Costa Ribeiro Guanhães


Fé & Política

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“Que Alegria quando ouvi que me disseram: ‘vamos à Casa do Senhor’ “ Pe. Ismar Dias de Matos p.ismar@pucminas.br

A TRADIÇÃO DE NOSSAS FESTAS JUNINAS O nosso costume folclórico de festejar Santo Antônio, São João Batista e São Pedro foi herdado dos colonizadores portugueses, com alguns ingredientes de outros povos: dos franceses herdamos as danças (as quadrilhas têm muitas expressões em francês); dos chineses, inventores da pólvora, veio o espetáculo dos fogos de artifício; as danças das fitas são heranças portuguesa e espanhola. Tudo isso, é claro, ganhou características próprias no Brasil, com a ajuda das culturas indígena e africana. As fogueiras são as provas deixadas por essas duas matrizes culturais. No dia 29 de junho celebra-se o dia de São Pedro, que a Igreja Católica considera como Solenidade dupla –

Fé & Política

ARTIGOS

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de São Pedro e São Paulo – Dia do Papa! Mas pouca gente, nesse dia, se lembra de São Paulo; São Pedro ganha com longa margem de seu colega de apostolado e de martírio. Além das celebrações propriamente litúrgicas, nos estados do nordeste brasileiro as festas juninas têm um brilho sem igual. São João Batista é o mais homenageado, inclusive com os tradicionais e perigosos balões, e é seguido por São Pedro e Santo Antônio. São feitas também as quermesses, quadrilhas, novenas, barraquinhas, folias; grupos festeiros, com seus violões, violas, pandeiros vão passando de casa em casa convidando a todos para as festividades comunitárias. Os turistas, que nessa época são em grande número, se encantam e deixam a alma brasileira se impregnar de riquezas. Há, em cada estado nordestino, danças próprias, culinária típica e, como é época da colheita do milho - essa “planta primária da lavoura”, a

Juliano Nunes Jornalista -nesjuliano@outlook.com Uma pessoa vive pelos cantos, não se esforça para atuar, tem postura reclusa e é reconhecida como humilde. Uma pessoa é proativa, está sempre disponível para colocar as mãos na massa, tem postura altiva e muitos a consideram arrogante, “nariz em pé”. Não se assustem pelos modos com os quais comecei este artigo. Alerto para um equívoco gravíssimo cometido por todos nós: interpretar de maneira errada as posturas de nosso irmão em Cristo. Evidente que as situações descritas acima não são regra nem exceção, entretanto nos colocam em armadilhas sutis de consequências danosas. A primeira pessoa descrita pode até ser humilde sim, mas pode, simplesmente, ter uma postura de coitadismo, autopieda-

quem “não pertence à hierarquia tradicional do trigo”, no dizer da poetisa Cora Coralina – ele proporciona grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades: além do milho cozido, “in natura”, há os produtos derivados, como a pamonha, o pastel de angu, a broa, o curau, a canjica grossa, o cuscuz, a pipoca, o bolo de milho, etc. A criatividade com esse grão que causa a fartura generosa e despreocupada dos paióis é sem limites. As festas juninas são nossa riqueza, nosso folclore. É preciso reviver essas tradições culturais, as raízes que mantêm viva nossa identidade social e religiosa. O povo judeu, por exemplo, só se mantém vivo, após incontáveis perseguições e tentativas de extermínio, porque nunca deixou de celebrar suas tradições. Os que vivem nas grandes cidades vão, aos poucos, perdendo essas tradições. Os que podem se deslocar para os lugares de origem o fazem, e fazem muito bem a si mesmos, e à Pátria. Viva São João! Viva Santo Antônio, e viva São Pedro!

Frenquetemente nesse mês de junho ouve-se muita propaganda de Romarias para vários Santuários do nosso País. Comecei a refletir sobre essas Romarias… uns vão ao Bom Jesus da Lapa, na Bahia, outros ao Divino Pai Eterno, em Trindade, Goiás, outros ao Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinho, em Conceição do Mato Dentro – MG e outros ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida em São Paulo e em tantos outros. Gestos bonitos de manifestação de Fé de cada Romeiro. Uns vão a cavalo, outros em carros particulares, outros a pé, e em sua grande maioria fretam ônibus para as respectivas viagens. O que levam em suas bagagens para esses santuários? Agradecimentos, pedidos, esmolas… Aí está o ponto que quero abordar. As vezes falta colocar na bagagem reconciliação que faltou fazer com o seu irmão, pedir e dar o perdão, faltou colocar na bagagem o respeito, a obediência, o carinho que deveria ter para com o Pai e Mãe, faltou colocar na bagagem, a fidelidade a sua esposa/esposo, namorada/namorado, faltou colocar na bagagem a mansidão, diálogo franco e sincero com os filhos… E pra lá vamos nós. Cantando, rezando, descontraindo contando causos e todos muito felizes pois estão todos indo à casa do Senhor! Depois de “abastecerem” espiritualmente voltam-se para as suas casas. Ao chegarem recebem a notícia que o vizinho/vizinha que se encontrava doente faleceu. E daí? Então, é que esse vizinho/vizinha esteve doente há meses e

até anos e você estava alí do lado e não reconheceu “aquele santuário” pra fazer uma visita, nesse mesmo período em que você foi aos Santuários distantes, os internos dos abrigos da sua cidade ou até mesmo da sua rua também desejaram uma visita sua, mas você estava pra Romaria… a pastoral carcerária desejava que você estivesse junto na visita que fizeram ao presídio pois um jovem de apenas 18 anos foi preso por tráfico de drogas deixando os pais desolados, mas também não foi possível pois você estava em romaria. Durante todo o ano você foi ausente na sua Igreja, na sua comunidade, não participou de nehuma missa, de nenhum grupo de reflexão, muito menos do terço dos homens, mas preparou o seu cavalo, mula ou burro e cavalgou 100, 200 ou mais Km para ir ao Santuário. Faz toda uma economia e leva pra depositar aos pés dos santos nos santuários, mas não é fiel a Dízimo na sua paróquia. Assim, quando ouvi que me disseram: “Vamos à Casa do Senhor”, pensei que primeiro pudéssemos descobrir onde moramos essa “Casa do Senhor” para que tivéssemos bem mais coisas em nossas bagagens pra levarmos aos Santuários, quando das nossas Romarias e ao retornarmos não termos que ficar se lamentando por não ter feito o que deveria ter sido feito antes. Pe. Dilton Maria Pinto Missionário em Moçambique África Do Clero de Guanhães - MG

HUMILDADE

de ou mesmo súplica pela piedade alheia. A segunda pessoa, à primeira vista arrogante por estar sempre disponível para ajudar, pode não ser tão arrogante assim como se imagina. A confusão não é nossa culpa; ela vem de anos, passa de geração para geração, mas tudo é mais simples do que pensamos. Para reconhecermos uma pessoa humilde basta conhecermos o significado da palavra humildade. Do latim humus, terra em bom português, uma pessoa humilde tem os pés no chão e,

Uma pessoa humilde tem os pés no chão e, mesmo que aviste longe, muito longe, ela reconhece que precisa do outro para avançar, alcançar resultados, produzir. mesmo que aviste longe, muito longe, ela reconhece que precisa do outro pa-

ra avançar, alcançar resultados, produzir. Entre as três principais características de um líder – humildade, determinação e foco – está a humildade. Dela vêm educação, atenção, reconhecimento. O líder pai não constrói sua família sozinho e, com tanta informação disponível, é extremamente importante que ele ouça seus filhos e, se a esposa divide com ele o papel de prover o lar, cabe ao pai acolher também as tarefas do lar. O líder empresarial não alcança bons resultados sem contar com uma equipe de excelência; é fundamental que ele perceba isso e apoie seu time, reconhecendo os talentos individuais, elogiando-os quando for o caso. O líder pastor, bispo e padre não celebram sozinhos, não constroem sozinhos uma comunidade; uma equipe grandiosa de canto, leitura, acolhida, apoio, manutenção é neces-

sária aos trabalhos sacerdotais diariamente. Muitos se perdem na jornada por não firmar os pés no chão, não reconhecer sua incapacidade em certos momentos, não buscar ser melhor naquilo que faz. Líderes sabem que erram, assumem quando isso acontece e aprendem com os erros. Isso também é humildade. E se o líder dos líderes, filho de Deus, nasceu em um curral, foi colocado por Maria em um cocho, recebeu a visita de pastores de ovelhas dando-nos sinais de que os grandes – de verdade – se fizeram pequenos, porque nós, em nossa pequenez, não exercitamos a humildade? Podemos e devemos seguir o exemplo de Cristo para nosso bem, de nossa família, de nossa comunidade.


DIOCESEEMFOCO

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CATEQUESE, REDES SOCIAIS E O NOSSO CATECOM “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura” (Mc 16,15) Vamos juntos, anunciar a todo o mundo as maravilhas do evangelho. Mas como? Como ir pelo mundo inteiro, com que condição? Ir ao mundo tomou um novo sentido com o advento do mundo digital, das redes sociais que estão a nosso dispor tornando possível a comunicação em tempo real. Nosso agora Papa emérito Bento XVI, em 24 de janeiro de 2013, quando lançou a mensagem para o 47º Dia Mundial das Comunicações Sociais, afirmou: “O desenvolvimento das redes sociais digitais está contribuindo para que surja uma praça pública e aberta, na qual as pessoas compartilham ideias, informações, opiniões e onde, além disso, nascem novas relações e novas formas de comunidade”. Pastoralmente, a catequese em nossa diocese de Guanhães está descobrindo pouco a pouco como fazer uso desses meios. Sabemos que nossos catequizandos, crianças e jovens e nossos catequistas estão conectados a este novo meio de anunciar o evangelho. Sabemos também que nesse meio há o bem e o mal, o joio e o trigo e cabe a nós, catequistas, orientá-los sempre; e cabem a nós também, mantenedores do nosso blog CATECOM, fazer essa

orientação. Vejamos. Em 1974, Roberto Carlos fez uma música que todos nós gostamos muito, com certeza: “Eu quero ter um milhão de amigos e bem mais forte poder cantar...” Com isso ele tinha a vontade de dizer que não queria viver sozinho. Hoje, nas nossas redes sociais, temos muitos amigos que curtem tudo que compartilhamos, que nos dá “Bom dia, boa tarde, boa noite”, que nos dá felicitações quando fazemos aniversário, que são chamados de nossos seguidores. Mas atenção, essas curtidas

não significam ser solidário e ser amigo, não significa amar uns aos outros como Jesus amou. Mas não significa também que esse mundo virtual seja irreal. Ele existe e faz parte da vida de quem já nasceu nesse tempo da internet e é uma extensão da vida deles. E sabe o que é grave nisso tudo? Nossos jovens e adolescentes usam a rede da internet para tudo e fazem isso, normalmente, sem a orientação de um adulto, já que em sua maioria têm dificuldade em interagir nas redes sociais. É bom receber mensagens de felicitações, cumprimentos, curtidas e com-

partilhamentos, mas nada substitui o encontro pessoal, face a face e ser solidário com nossos amigos. Por isso tudo, convido a todos os nossos catequistas, catequizandos, coordenadores, padres e enfim todos os cristãos para que assumamos o compromisso de anunciar o evangelho nessas redes, não precisa ser necessariamente uma mensagem bíblica, mas um testemunho coerente de postar, curtir, e compartilhar conteúdos que estejam sintonizados com a mensagem do evangelho. Aos coordenadores paroquiais: reúnam os catequistas que têm acesso às redes sociais. Os que não têm acesso, apresente a eles. Vamos compartilhar nossos trabalhos na catequese enviando para o blog CATECOM para que nosso testemunho anuncie o evangelho a todas as criaturas. Roberto Magno Equipe de comunicação da catequese da Diocese de Guanhães

ACESSE O CATECOM: http://catecom.blogspot.com.br/ Anuncie também no site diocesano e na Folha Diocesana enviando seus textos para o email: folhadiocesana@gmail.com

ANO LITÚRGICO: O MISTÉRIO DE CRISTO II Como vimos no artigo anterior, aos poucos, dentre todos os domingos do ano, um foi merecendo especial atenção das comunidades cristãs, aquele que coincidia com o aniversário do próprio dia em que os discípulos tiveram a alegre experiência do seu primeiro encontro com o Ressuscitado. Já no segundo século da era cristã, começa a celebra, na noite do sábado para o domingo, a Vigília Pascal como comemoração anual do Domingo em que Cristo ressuscitou. Até o final do século III, a Páscoa era a única festa anual da Igreja, celebrada com solene vigília, preparada por um tempo de jejuns e prolongada por 50 dias. Esta Vigília, muito cedo, foi transformada em vigília batismal. Nela eram batizados os adultos que se haviam preparados no decurso do tempo do catecumenato. Assim, os cristãos foram tomando consciência de que a Vigília pascal, ou a páscoa anual, não era apenas a comemoração da Páscoa de Cristo Jesus, mas também da páscoa dos cristãos. É a páscoa dos cristãos. É a páscoa Cristo-Cabeça e dos cristãos, os seus membros. A Páscoa anual foi adquirindo no decorrer do ano a preeminência, e foi a primeira festa que gerou em torno de si um “tempo” celebrativo na história. Tratase do tríduo sagrado da morte, sepultamento e ressurreição de Cristo, celebrado respectivamente na Sexta-feira Santa, Sábado Santo e Domingo de Páscoa, com a grande Vigília. De acordo com os primeiros testemunhos históricos relatam um jejum de dois ou três dias que culminava em uma vigília noturna. Portanto, a Páscoa se prolongava pelos cinquenta dias de Pentecostes. A celebração anual da morte e ressurreição de Jesus Cristo foi–se consolidando como a principal festa do ano litúrgico. A vigília pascal é “a mãe de todas as santas vigílias”, como a chamou Santo Agostinho no século V. A evolução subsequente estendeu o tríduo a toda a Semana Santa; a Vigília, à Oitava da Páscoa e ao Tempo Pascal ou Tempo de Pentecostes; e a preparação a todo o ciclo, ao longo tempo da Quaresma. A Semana Santa, com um ciclo que recorda cada um dos momentos históricos da paixão, morte e res-

surreição de Cristo, foi testificada pela primeira vez pela peregrina Egéria para a cidade de Jerusalém, em fins do século IV. Egéria, junto com são Jerônimo, é também testemunha da quaresma, que é conhecida com esse nome (quadragésima) desde o século IV, fazendo referência ao número quarenta, de fortes reminiscências bíblicas. O jejum original de dois ou três dias com que se preparava a Páscoa anual foi-se estendendo pouco a pouco até chegar aos quarenta dias. A celebração do batismo na vigília pascal e a reconciliação dos penitentes influenciaram na ampliação da Páscoa. Após a Páscoa desenvolveu-se também, desde o início, o tempo pascal que culminava na festa da irrupção do Espírito Santo. A liturgia israelita oferecia o antecedente da festa de Pentecostes ou das Semanas, que era celebrada cinquenta dias depois da Páscoa judaica. (Páscoa judaica?) Esse antecedente judaico e os relatos neotestamentários da Ascensão e da vinda do Espírito constituíram a base sobre a qual se assentou o tempo de cinquenta dias que passou a ser conhecido como tempo pascal ou tempo de Pentecostes. No século IV, apareceram em Roma a festa de Natal e a da Epifania; a primeira, festa tipicamente romana, fixou-se no dia 25 de dezembro, provavelmente para contrapor, com a festa do nascimento de Cristo – “sol que nasce do alto” – (Lc 1, 78), a festa pagã do Natalissolisinvisti, que era celebrada no dia do solstício de inverno, no hemisfério norte. No século VI, conforme a festa foi ganhando importância, apareceu uma vigília de Natal. E foi ocupando paulatinamente o segundo lugar entre as celebrações cristãs do ano litúrgico, depois da Páscoa. O Advento, tempo de preparação para a festa de Natal, é próprio da liturgia ocidental. Houve diversas durações (entre quatro e seis semanas) até o número de quatro domingos que hoje temos fixado a partir dos séculos VIII-IX. No entanto, as liturgias orientais não possuem um tempo especial de preparação para a Epifania. Ao longo da história, o tempo que fica de fora dos dois grandes ciclos da Páscoa e do Natal recebeu vá-

rios nomes: cotidiano, tempo depois da Epifania, tempo depois de Pentecostes, e, com a reforma do Vaticano II, tempo comum ou “durante o ano”. Trata-se do tempo mais primitivo do ano litúrgico, uma vez que durante seu curso os domingos são as festas principais. Sendo anterior à diversificação dos tempos e festas, é este tempo que constitui a matriz do ano litúrgico, e não o de Páscoa e o de Natal, que na realidade foram-se formando depois e ganhando espaço paulatinamente no território deste tempo. De início, o tempo comum era indeterminado e aberto em sua temática teológico-litúrgica. No século VI, o tempo comum já possuía uma estrutura clara e unitária, dividida, desde então, em duas partes: uma entre o fim do ciclo natalino e o início da quaresma; e outra, mais longa, entre a festa de Pentecostes e o início do Advento. Não pretendo concluir o assunto, mas propiciar condições de uma melhor compreensão dele. Essa análise preliminar será completada posteriormente com os outros artigos a serem escrito. O ano litúrgico é um itinerário a ser vivido por todos nós. Jaciel Dias de Andrade Seminarista do 1° ano de Teologia Membro da Equipe Diocesana de Liturgia da Diocese de Guanhães - MG Bibliografia Básica BECKHAUSER, Alberto. Viver o ano litúrgico: reflexões para os domingos e solenidades. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003. Manual de Liturgia, CELAM, vol I: A celebração do mistério pascal – Introdução à celebração litúrgica. Trad.: Maria Stela Gonçalves. SP: Paulus 2004. Manual de Liturgia, CELAM, vol. IV: a celebração do mistério pascal: outras expressões celebrativas do mistério Pascal e a liturgia na vida da Igreja. Trad. Herman HebertWatzlawich. SP: Paulus, 2007.


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O Amor Humano na Tradição Cristã

DIOCESEEMFOCO O AFORTUNADO MÊS DE MARIA FOI VIVIDO INTENSAMENTE EM PAULISTAS Queremos aqui, tecer algumas das bênçãos, que no mês de Maria, descendeu em nossa paróquia, qual chuva mansa e fina sobre a terra dos corações de todos nós, tornando-a terra fecunda para conhecer a mensagem de Jesus e comprometer-nos cada dia mais com o seu projeto evangelizador.

Em Junho, além de celebrar as festividades juninas com as mais diferentes manifestações culturais em diversas regiões, celebra-se também o dia dos namorados (dia 12), recordando o significado dessa etapa de preparação para o matrimônio. Neste sentido, é válido fazer uma reflexão sobre o amor que une um homem e uma mulher. Historicamente, o amor conjugal configurou-se de duas formas distintas: a primeira na cultura patriarcal exaltando a figura masculina no dado da paternidade ao se unir com a mulher. Esta união se dava geralmente tendo em vista a geração de filhos. A segunda, sobretudo, a partir da metade do século XX trouxe uma nova perspectiva, resgatando o dom de amar e construir relação de encontro e comunhão entre o homem e a mulher. Com o Vaticano II nasceu uma nova reflexão teológica que resgatou o significado do amor humano na sua particularidade de amor conjugal. Para tal, construiu-se novo caminho com uma iluminação bíblica oferecida pela Revelação Cristã, no gesto amoroso de Deus ao criar o homem e a mulher, um para o outro, na relação que eles são chamados a fazer com esse mesmo Deus - Pai, Filho e Espírito Santo - por isso comunhão de pessoas. Deus, que é plena comunhão, quis criar o homem e a mulher livres e capazes de amar, constituindo uma só carne. O que mais explicita essa relação do amor conjugal é a imagem simbólica do amor de Deus pela humanidade, e o amor com que Cristo amou e se entregou por sua Igreja (Teologia de Paulo, na Carta aos Efésios 5,25).

O então Papa João Paulo II, motivado pelas reflexões do Concílio, na Exortação Familiaris Consortio apresentou uma consideração pertinente sobre o amor conjugal como dom do Criador: “Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criandoa à sua imagem e conservandoa continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano” (FC n°11). Com base nessa compreensão bíblico-teológica, considerase a união do casal como “primeiro sacramento da história da salvação”, embora por razões histórico-culturais tenha ficado oculto seu verdadeiro significado ao longo de muitos séculos da tradição cristã. Essa ideia de sacramentalidade do amor conjugal se fundamenta principalmente na relação do primeiro casal do Gênesis, em sua condição humana, chamados para o amor recíproco, na fidelidade ao projeto amoroso de DeusCriador. Por fim, a união conjugal caracterizada pela relação de afeto entre o casal e os filhos é compreendida como um lugar teológico e privilegiado para se fazer uma experiência com os valores trazidos pela Revelação Cristã: o amor incondicional, a fidelidade, o perdão, o diálogo, entre outros. Proporcionando, assim, uma vivência familiar profunda que possibilite a realização humana no cotidiano da história. André Luiz Eleotério da Lomba Seminarista – 3° Ano de Teologia Diocese de Guanhães - MG

FORMAÇÃO DO PROIDE Já fazem sete anos que a os Coordenadores do Proide visitam os setores das nossas 27 comunidades, dividida em 5 setores para a formação do Proide e, é tão bonito ver o progresso que aquelas pessoas mais humildes tem tido dentro da proposta do Proide que nosso Pároco o Frei Geraldo Monteiro trouxe à nós, diferenciando do modelo anterior e conscientizando às pessoas do que é o dizimo. Tivemos também a formação liturgia, em continuidade do repasse do Encontro com a irmã Miria Kolling , a formação com os monitores do batismo e da catequese, todos com a mesma alegria. PREPARAÇÃO PARA ACOLHER OS JOVENS QUE DESEJAM RECEBER O SACRAMENTO DA CRISMA Em continuação da semana penitencial, onde aconteceu às 5:30 horas da manhã, uma meditação todos os dias em preparação para a semana santa, a equipe que se prepara para acolher os jovens que desejam o Sacramento da Crisma, fez um admirável esforço de continuar os encontros com o Frei Geraldo, para estudar sobre o sacramento, refletir sobre os costumes do jovem nos dias atuais tão ligados aos avanços tecnológicos , sobre os costumes deles dentro da nossa realidade paroquial, planejando assim, os Encontros de Preparação para a Crisma onde o objetivo é que o jovem conheça ao jovem Jesus Cristo através das pastorais: Pastoral da acolhida,missão de casa em casa com o PROIDE, Catequese, Vicentinos (Conferencia e Lar São Vicente), Pastoral do batismo, Liturgia, Cantoria, acolitato, apostolado da Oração e outras

do geral. No dia 25/05 após a celebração da Missa, eles contaram aos fieis o que aconteceu no encontro. Agora vamos trabalhar e orar.

atividades pastorais , cuja meta é que o jovem entenda a beleza da convivência alegre de ser cristão, preparando-se desta forma, para confirmar sua missão cristã de evangelizar, de “batizar” por onde forem em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, com suas palavras, gestos atitudes de justiça e paz.. RECEBEMOS A VISITA DA COMISSÃO DA CAUSA DO SERVO DE DEUS CONEGO LAFAYETTE DA COSTA COELHO No 2º domingo (dia 11/05) recebemos a benção da visita da comissão da causa do Cônego Lafayette de Santa Maia do Suaçui (Martha, Salete, Tobias, Junio, Geralda, Pedro e Cleonice) que junto ao Pe. Eduardo de Conceição do Mato Dentro quem trocou neste dia, as celebrações com o nosso pároco, o Frei Geraldo e veio anunciar-nos sobre a vida do servo de Deus, deixando uma doce energia Divina entre nós. Expressamos a nossa gratidão a cada uma dessas pessoas bendita e escassas que vieram até nós. CINCO CASAIS FORAM A SÃO JOSÉ DO JACURI Os cinco casais de Paulistas, foram à São José do Jacuri para a o Encontro da Pastoral Familiar auxiliados pelo Pe. José Aparecido Silva ( Peçanha) no dia 18/05 , trazendo a nós um ingrediente muito importante: o entusiasmo para reavivar e fortalecer a pastoral familiar tão importante para a Igreja de mo-

REUNIÃO DA ÀREA DE SÃO JOÃO EVANGELISTA AQUI EM PAULISTAS No 4 º sábado, (dia 24) afortunadamente a reunião da área aconteceu aqui, com a presença dos Padres; Saint-Clair, Frei Geraldo Monteiro, Pe. Pedro Daalhuizen, João Evangelista, as Irmãs: Ana Maria, Maria do Carmo e Maia Aparecida e vários agentes de pastorais, cada um iluminando com a sua luz. A reunião foi produtiva, começando com uma oração preciosa, inspirada na exortação apostólica do Papa Francisco: Evangelii Gaudium. A irmã Ana Maria fez uma excelente exposição sobre a EVP (Encontro Pastoral Vocacional) e o tema juventude foi amplamente tocado. Fechou-se com o compromisso de cada paróquia da área levar para a próxima reunião um retrato de suas atividades e trabalhos pastorais para partilhar. Pensou-se no encontrão dos jovens da área será aqui em Paulistas por ocasião da ordenação do diácono Salomão e a irmã Ana, juntamente com a equipe virá também a Paulistas a convite do Frei Geraldo para implantação da Pastoral Vocacional. TERÇO MARIANO TODOS OS DIAS DO MÊS DE MAIO ÀS 18:30h NA IGREJA MATRIZ As mulheres se reuniram todos os dias às 18:30h e nas segundasfeiras juntamente com o terço dos Homens para a oração do terço Mariano. Todos os dias com uma intenção distinta, houve a participação de vários fieis. Aos sábados e domingos, coroações com participação das pastorais e da Escola estadual Pe. João Clarimundo. Encerramos o Mês com o 2º dia da novena ao Espírito Santo; missa, coroação e procissão louvando a Maria. Agradecidos à todos os que contribuíram com os trabalhos neste mês, seguimos com a missão, cheios de esperanças de que possamos formar uma equipe unida e forte para fazer novos. Equipe de comunicação de Paulistas


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