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FOLHA

IOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XVIII | Nº 218 | Agosto de 2014

4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (PASCOM) e do 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores “Vivemos ao mesmo momento uma universalização e uma tribalização, o que faz das tribos, universais. Tribalização porque as redes sociais pedem isso. Formam-se grupos de amizades, de trabalho, de família; e, universalização, porque ao mesmo tempo, tudo está na rede. Uma experiência da catolicidade da Igreja.” Dr. Nelson Faxina

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3º Festival da música Cristã

Pelo terceiro ano seguido, vozes, letras e melodias falaram de Deus e de sua criação. | PÁGINA 5 |

“...o lugar da Transfiguração não é o mais importante, pois Jesus continua se transfigurando diante de nós, o tempo todo.” | PÁGINA 3 |

“Em muitos casos de desistência, recuo ou atraso nos resultados está a falta de foco.” | PÁGINA 6 |

Guanhães: Catequese realiza “3º Arraiá” | PÁGINA 8 |


Calendário Diocesano

Editorial

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DAREDAÇÃO

AGOSTO2014

Evangelizar é comunicar a força do Evangelho que transforma os corações A Igreja enviada a anunciar a Boa Nova sempre tem diante de si desafios novos a serem enfrentados e sempre deve buscar respostas a estes desafios. A Igreja, hoje, é chamada a ser farol, tocha, luz para iluminar os homens no mundo da era da cultura digital, caminhando com eles para que cada um encontre o Cristo Jesus, caminho, verdade e vida. A Diocese de Guanhães, através da PASCOM – Pastoral da Comunicação, busca caminhos novos para evangelizar nos dias de hoje. A Folha Diocesana deste mês relata experiências, vivências e avanços a partir da participação no 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação e 2º encontro de jovens comunicadores, em Aparecida, com a presença de 17 pessoas que voltaram com vontade de trabalhar. Outro serviço da PASCOM foi a realização do 3º Festival da Música Cristã, em Guanhães, que contou com a participação de várias bandas que encantaram com suas belas canções. Canções que falam do amor de Cristo e que evangelizam com suas mensagens. O festival da Musica Cristã é ecumênico através da participação de cantores evangélicos de nossa região. Amigo leitor, obrigado pela atenção em ler nosso jornal, ouvir nossa rádio e acessar nosso site, meios que usamos para chegar até você. Mas muito além dos meios, queremos formar uma rede de comunicadores que partilham a vida, trocam experiências e formam a comunidade dos filhos e filhas de Deus. Boa leitura.

AGOSTO 2 a 3 Mini Semana Catequética em Guanhães 1 e 2 Terceiro Festival da Música Cristã 4 São João Maria Vianney - Missa e confraternização pelo aniversário do bispo e dia dos padres às 10hs. em Peçanha e Almoço após 5 Colégio dos Consultores às 9:30hs. 10 a 17 Semana Nacional da Família 10 Presença Equipe da Causa do Cônego em Dores 11 a 15 Semana Nacional do Estudante 12 PASCOM 17 Assunção de Nossa Senhora 16 Segundo Encontro Vocacional 16 Escola Teol.: Moral Fundam. II (Pe. Eduardo Ribeiro) 24 Ordenação Presbiteral Dic. Ivani em R. Vermelho às 10hs. 25 a 28 Retiro dos padres em Conceição do Mato Dentro 29 a 31 Enc. da P. Carc. Micro Centro II em Conceição 30 Ord. Sac. do Diac. Salomão em Paulistas (16hs.) SETEMBRO 07 Grito dos Excluídos 9 Coordenação de Pastoral (14hs.) 9 Colégio dos Consultores (9hs.) 9 PASCOM 12 a 14 Assembléia eletiva - da Pastoral da Criança 13 a 14 Pastoral da Juventude 13 Escola de Teologia: Mariologia (Pe. Valter) 13-21 Novena e Festa do Servo de Deus Cônego Lafayette em Santa Maria do Suaçuí 13 CRB em Carmésia 18 a 20 Tríduo Servo de Deus Côn. Lafayette em todas as Paróquias da Diocese 23 Reunião dos Padres 29 às 10hs. Missa com todos os padres na festa do padroeiro da Diocese e almoço na Paróquia São Miguel

a m o c a u b i contr A N A S E C O I D A H L O F Dados para depósito bancário: Editora Folha Diocesana de Guanhães Cooperativa: 4103-3 Conta Corrente: 10.643.001-7 SICOOB-CREDICENM

A FOLHA DIOCESANA PRECISA DE VOCÊ

expediente

COMEMORAÇÃO - AGOSTO DE 2014 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, padre Saint-Clair Ferreira Filho, Taisson dos Santos Bicalho Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com

Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 3243-3829 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com www.folhadafloresta.com.br

O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Agosto (Clero) 01 Pe. Eduardo Ribeiro Dom Jeremias Antônio de Jesus 04 07 Pe. Valter Guedes de Oliveira 15 Dom Marcello Romano 19 Dom Jeremias Antônio de Jesus 21 Pe. Derci da Silva 28 Pe. Hermes Firmiano Pedro 29 Pe. Jacy Diniz Rocha

Nascimento Ordenação Episcopal Ordenação Nascimento Posse Canônica Ordenação Nascimento Nascimento

Agosto (Religiosas e consagradas) 03 Ir. Maria do Carmo Ferreira (Naná –Frei Lagonegro – Filha Mª) Maria das Neves de Matos (Morro do Pilar – Coop. Família) 05 15 Arminda de Jesus Batista (Guanhães – Coop. Família) 27 Ir. Maria do Carmo Ferreira (Naná –Frei Lagonegro – Filha Mª)

Profissão Religiosa Nascimento Profissão Religiosa Nascimento


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Fé & Política

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Juliano Nunes Jornalista -nunesjuliano@outlook.com

FOCO a maioria das vezes nas quais nos propomos fazer alguma coisa ou tomamos a decisão de mudar algo em nossa vida acontecem fatos negativos que parecem ser propositais. É como se fosse para nos distrair, evitar nosso avanço dentro do proposto ou desejado, impedir a continuidade da jornada. Em muitos casos de desistência, recuo ou atraso nos resultados está a falta de foco. Sem foco, fotógrafo tira fotos borradas e arqueiro dispara a flecha para qualquer lugar. Os estudantes devem estar focados no aprendizado do conteúdo, no entendimento das informações transmitidas pelo mestre, muito mais do que meramente fazer boas provas; os pais precisam focar na formação

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de uma base sólida, fundamental na jornada de seus filhos tanto pessoal, quanto acadêmica, quanto profissional; o foco dos empresários é no crescimento de suas empresas para possibilitar maior geração de empregos e renda; os colaboradores das empresas têm de estar atentos ao bem estar dos clientes; padres, bispos e o papa, a exemplo de Cristo, devem estar focados no rebanho, em suas necessidades, carências, fortalecimento da fé. Aliado à determinação, da qual já tratamos neste espaço, o foco é praticamente vital para os resultados. Liderança, entre outras características, é o equilíbrio entre ouvir (muito) e ser firme em tomadas de decisões. O foco, obtido depois de muito estudo e análise, é o sustentáculo dessa

ARTIGOS Em muitos casos de desistência, recuo ou atraso nos resultados está a falta de foco.

firmeza. Imaginemos dois grupos perdidos em uma mata. Em apenas um deles há uma pessoa conhecedora de técnicas de sobrevivência. Quem conhece tais técnicas, embora ouça todos, sabe o que precisa ser feito e faz os companheiros darem o máximo de si para andarem o máximo sob a luz do sol. No outro grupo, a falta de conhecimento não traz foco para ações corretas. Qual dos líderes terá resultados mais rápidos? Só consegue estar focado quem sabe o que quer e precisa, tem noção dos procedimentos a serem executados e do quão demorados serão os resultados de cada ação e tem conhecimento de causa. O papa Francisco, há pouco mais de um ano no pontificado, está atento a todas

as necessidades da Igreja Católica Apostólica Romana. Ele não tem varinha mágica, nem voz arrogante de ditador, tampouco o desejo de se firmar como uma pessoa superior. Com vasto conhecimento, estilo simples de ser e se comportar, e exemplo prático de conciliação entre palavras e ações, o Santo Padre lançou várias sementes de mudanças na Igreja. Quanto tempo demorará a aparecem frutos? Depende de cada necessidade, de quantas pessoas envolvidas, dos lugares onde acontecerão tais mudanças. O pontífice tem um foco: tornar a Igreja mais próxima das pessoas, principalmente das mais necessitadas, não apenas de recursos, como também de palavras. Francisco tem feito a parte dele e, a propósito, muito bem feita.

JOVENS FIZERAM RETIRO ESPIRITUAL EM PREPARAÇÃO PARA O SACRAMENTO DA CRISMA EM SANTA MARIA DO SUAÇUÍ o dia 3 de agosto, em Santa Maria do Suaçuí, jovens que serão crismados no dia 10 de agosto, fizeram retiro espiritual em preparação para o sacramento da crisma. Durante o retiro, o seminarista Bruno Ribeiro, que reside na paróquia São Miguel em Guanhães, fez algumas dinâmicas e cantaram músicas para descontração, proporcionando aos jovens momentos de reflexões sobre bíblia, adoração de imagens, confissão e sobre o sacramento da crisma. Também fizeram presença os catequistas que ajudaram na preparação destes jovens e o padre Derci, que ao final foi homenageado pelo dia do padre. O retiro encerrou-se com muita emoção e alegria. Cada um recebeu uma lembrança do retiro que muito contribuiu com a reflexão sobre o sentido e a importância do sacramento da crisma. E foram convidados para participarem do encontro vocacional que acontecerá no dia 16 de agosto em Guanhães.

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DIOCESEEMFOCO

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Transfiguração do Senhor

Dia 6 de agosto celebramos a festa da Transfiguração de Jesus, conforme relato de Mateus (17, 1-9). Diante de duas testemunhas do 1º Testamento – Moisés e Elias – Jesus mostra a três de seus apóstolos – Pedro, Tiago e João – a sua Face Gloriosa. A cena se dá no alto de um monte que Mateus não dá nome, e que pode ser o monte Hermon, próximo a Cesareia de Felipe; como pode ser também o monte Panium, nas proximidades do rio Jordão; como pode ser também o monte Tabor, no qual foi construída a Igreja da Transfiguração, muitíssimo visitada pelos turistas. O lugar físico não é o mais importante no episódio.

A cena da Transfiguração se dá pouco depois de Jesus haver perguntado aos discípulos “quem era Ele” na opinião do povo, ocasião em que Pedro, ao fim de tantas respostas, fez sua belíssima profissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt 16,16). Jesus, então, confirma Pedro como a pedra sobre a qual será construída a Sua Igreja. Além da Transfiguração, testemunhada por Pedro, Tiago e João (2 Pd 1, 16), outros quatro grandes episódios marcam a história de Jesus: o Batismo, a Crucificação, a Ressurreição e a Ascensão. A Transfiguração une os dois Testamentos bíblicos: Moisés e Elias,

representando a Lei e os Profetas, resumem o 1º Testamento; Pedro, Tiago e João – o grande trio dos Evangelhos – representam o 2º Testamento, que tem Jesus como o personagem central. “Uma imagem fala mais que mil palavras”, diz uma afirmativa corrente. Por isso Jesus quis confirmar no íntimo de seus apóstolos uma imagem positiva de Sua glória futura, para que eles fossem testemunhas daquela maravilha e pudessem ser fortalecidos diante das provações pelas quais passariam. Eu disse, acima, que o lugar da Transfiguração não é o mais importante, pois Jesus continua se transfigurando diante de nós, o tempo todo. Dize-

mos nas celebrações: “Ele está no meio de nós”. De fato, Ele está nos irmãos e irmãs necessitados (Mt 25, 31-46); está presente onde “dois ou mais se reúnem em Seu nome” (Mt 18,20). É preciso ter olhos espirituais para ver o Senhor. Pedro, Tiago e João, com olhos espirituais, viram Moisés e Elias, há séculos já falecidos, ao lado de Jesus. É preciso aprender com eles.

Ismar Dias de Matos, sacerdote católico, e professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br

Terceiro Festival da Música Cristã da Diocese de Guanhães Não poderia deixar de manifestar a minha alegria e satisfação com a realização de mais um Festival da Música Cristã da nossa Diocese de Guanhães. Primeiramente gostaria de me dirigir à Comissão Organizadora do festival que, com esmero, faz bonito e com tal organização e realização só eleva o nome da nossa Diocese, além de proporcionar a todos o desenvolvimento cultural e religioso das belíssimas composições e musicalidade com que os nossos artistas trabalham para fazer bonito em nosso Festival. Tive a alegria de estar presente nas duas primeiras edições do Festival e ao lado do grande amigo e brilhante apresentador Fernando, apresentar as duas primeiras edições. Estou na África, mas tenham a certeza da minha presença em oração junto de vocês recebendo e passando aquela energia positiva que num clima de amizade e responsabilidade essa Comissão do Festival trabalha para o bom êxito de cada festival. Aos concorrentes, sei da ansiedade que toma conta de cada um. Sei também da alegria e sa-

tisfação com que cada um se inscreve e vem participar, não apenas com o desejo de ganhar mas colaborar na Evangelização através da Música, o que vocês fazem com muita propriedade. Gostaria de estar aí nesse momento para dizer bem alto a esse público fiel e maravilhoso: “BOA NOITE”! Mas sintam-se cumprimentados por mim na voz do Fernando, que o fará com todas as suas forças: “BOA NOITE”! Não sou músico e muito menos cantor, mas amo a boa música e sei valorizar quem canta, pois cantar eleva a alma. Por fim, quero agradecer imensamente à Comissão Organizadora do 3º Festival por me fazerem a homenagem do Troféu de 2º lugar. Confiei a entrega desse troféu ao segundo colocado o meu querido amigo e conterrâneo, Pe. João Evangelista, uma vez que, devido à distância não poderei estar presente. Desejo sorte aos concorrentes e à Comissão Organizadora do 3º Festival, o meu muito obrigado pelo testemunho cristão que cada um dá ao se empenhar para tão nobre realização.

E para nossa reflexão, algumas frases de Santo Agostinho para alimentar ainda mais a nossa espiritualidade: "TEU ANSEIO É TUA ORAÇÃO. E SE FOR UM ANSEIO CONSTANTE É UMA ORAÇÃO CONSTANTE". “SE O QUISERES. TUDO O QUE FIZERDES, FAZE-O BEM E TERÁS LOUVADO A DEUS" "DEUS ESTÁ MAIS PRÓXIMO DE NÓS DO QUE NÓS DE NÓS MESMOS"

Pe. João Evangelista representou Pe. Dilton na entrega do troféu

"É MAIS IMPORTANTE FALAR COM DEUS DO QUE FALAR DE DEUS" "QUEM CANTA REZA DUAS VEZES” O meu abraço carinhoso a todos e todas e a certeza de minhas orações. Pe. Dilton Maria Pinto – Do Clero de Guanhães em Missão na África.


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COMUNICAÇÃO&MÚSICA

Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital O papa Francisco, profeticamente, insiste em conjugar a “cultura do encontro” e “cultura digital”. Afinal de contas, graças às “maravilhosas invenções da técnica” (Inter Mirifica) as barreiras da distância são vencidas e podem nos ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros, favorecendo a evangelização, ultrapassando as fronteiras geográficas, culturais e digitais. Com tantas transformações surge o “continente digital” o qual precisa ser evangelizado. Atentos a essa proposta, as comissões episcopais para a comunicação e para a juventude da CNBB convocaram comunicadores católicos de todo o Brasil para participarem do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (PASCOM) e do 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores entre os dias 24 a 27 de julho de 2014, em Aparecida/SP. O Santuário Nacional, no Centro de Eventos, acolheu aproximadamente 900 pessoas de variadas regiões do Brasil – entre elas estavam agentes da PASCOM da diocese de Guanhães/MG – interessados em se aprofundarem sobre o tema “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”, assessorado por variados especialistas, entre eles, o consultor do Pontifício Conselho para as Comunicações e diretor da revista Civiltà Cattolica, padre Antônio Spadaro. Na fala de Spadaro, a rede deve ser o espelho real da vida, do contrário seremos esquizofrênicos. Afinal, não existe uma vida “on line” e uma vida “off line”; o que existe é uma vida. É por isso que o ambiente digital é lugar de encontro entre pessoas cujos anseios e desafios não são virtuais, mas reais e com necessidade de uma resposta concreta. O campo digital se torna, assim, ambiente de apostolado tendo em vista que “não se trata de uma rede de fios, mas de pessoas” na qual se comunica vida. É lugar onde podemos fazer uma boa experiência de evangelização tendo em vista que “evangelizar – afirma Spadaro – não é transmissão da fé, mas o testemunho”. Vários bispos referenciais e outros especialistas em comunicação deram sua contribuição. O jornalista e escritor Moíses Sbardelotto, entre outros contributos, apresentou o “Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil”, lançado recentemente pela CNBB – fruto de 13 anos de estudos, debates e práticas de comunicação nas dioceses, paróquias e comunidades brasileiras, envolvendo especialistas e agentes da Pastoral da Comunicação – a fim de dar direcionamento para os que atuam na comunicação da Igreja. O jornalista e professor Dr Nelson Faxina destacou as mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais: “vivemos ao mesmo momento uma universalização e uma tribalização, o que faz das tribos, universais. Tribalização porque as redes so-

ciais pedem isso. Formam-se grupos de amizades, de trabalho, de família; e, universalização, porque ao mesmo tempo, tudo está na rede. Uma experiência da catolicidade da Igreja”. Todos os dias, na parte da tarde, os estudos foram dirigidos através de seminários que abordavam os diversos meios de comunicação (rádios, jornais, revistas, TV, arte, redes sociais e internet). Destaco dois temas dos seminários: “Evangelizar com arte e pela arte” através do teatro, música, festival, entre outros – ministrados pelos membros da Comunidade Recado e a Canção Nova – trabalho esse que em nossa diocese já tem uma caminhada através do “Festival da Música Cristã”, por exemplo, em que fazemos a experiência de evangelizar através da arte num clima ecumênico. Outro tema é “Teoria e Prática no Rádio” – ministrado pela equipe da Signis Brasil e da Rede Católica de Rádio – sobre a comunição através das emissoras católicas de rádio dando destaque ao uso de uma linguagem que as pessoas entendem, sem abrir mão da cultura local; em nossa diocese temos rádios atentas a essa necessidade (a rádio Vida Nova FM 91,5 é exemplo disso). A espiritualidade não foi deixada de lado. A equipe se preocupou em reservar momentos para a celebração da Santa Missa, adoração ao Santíssimo, momento mariano, além da confraternização que acontecia nos intervalos como também no show – com os grupos “Ir ao Povo” e “Chamas”, na sexta à noite – em comemoração ao lançamento do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil e homenagem aos fundadores das TVs Católicas e ao Pe Zezinho. Ao concluir estes dias de estudo e partilha, oração e confraternização, Spadaro propõe três passos: o primeiro é ter a consciência de que a Rede é um “ambiente” de “experiência”; o segundo é que evangelizar é testemunhar e não se deve confundir com transmissão da fé; e o terceiro é que sem conteúdo não há comunicação. Os primeiros cristãos souberam ser bons comunicadores, pois comunicaram pelo testemunho. “Pregue o Evangelho em todo tempo – disse São Francisco – Se necessário, use palavras”. Em Aparecida nos foi lançado o desafio de entender que a autêntica evangelização se dá, em primeiro lugar, através do testemunho. A comunicação na Igreja deve ser norteada pela “cultura do encontro” e o testemunho, a fim de não somente comunicar, mas priorizar a evangelização: “todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas 'por atração'” (Evangelii gaudium n. 14).

3º FESTIVAL DA MÚSICA CRISTÃ Pelo terceiro ano seguido, vozes, letras e melodias falaram de Deus e de sua criação

OS CAMPEÕES

EQUIPE ORGANIZADORA

MELHOR ARRANJO

MELHOR INTERPRETE

Seminário – Teoria e prática na Web No seminário “Teoria e prática na Web – Evangelização e espiritualidade na Web” O padre Antonio Spadaro, SJ, disse que o perfil do comunicador é o de testemunhar. Se antes a comunicação era uma transmissão de conteúdo, broadcast, ou seja, um fala e muitos escutam, hoje, que é o tempo das redes sociais, a comunicação, acontece, a mensagem passa e é partilhada dentro das redes de relações. Assim, o perfil de um comunicador é de uma pessoa que sabe mediar sua mensagem dentro de uma rede ampla de relações. “A Igreja está presente na rede por vocação, ou seja, não porque ela deve ser moderna, atualizada, mas porque a Igreja é chamada a estar presente onde estão os homens e hoje os homens estão também em rede. Assim, a Igreja, por vocação deve desenvolver o seu papel pastoral também na rede. E, fala papa Francisco que a Igreja deve ser

missionária, estar em saída. E a rede é um lugar ideal para esta saída.” Como devemos encarar as redes sociais na evangelização? “As redes sociais não são um meio de evangelização, porque não são um meio, são ambientes de relação, de conhecimento em que somos chamados, todos, não a usar dos meios, mas viver nossa vida cristã.” No entanto, a mídia digital tecnológica é antes de tudo um lugar de encontro entre homens e mulheres cuja as aspirações e desafios não são virtuais, mas reais. E tem a necessidade de uma resposta concreta. A rede pode ser um lugar humano, um lugar de humanidade. “Não é uma rede de fios, mas de pessoas humanas”. José Aparecido de Miranda Seminarista 3º ano teologia

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PRIMEIRO LUGAR

SEGUNDO LUGAR

TERCEIRO LUGAR

Mais uma vez a comunidade cristã se reuniu para prestigiar o Festival da Música Cristã, que teve a terceira edição realizada este ano, nos dias 1º e 2 de agosto. Nem o frio intenso da sexta-feira, dia da abertura do evento, afastou as famílias da Praça JK, onde foi montado o palco para a apresentação das 20 bandas selecionadas para participar do concurso que acontece desde 2012 na cidade de Guanhães. O festival, promovido e organizado pela Pastoral da Comunicação da Diocese de Guanhães, é uma iniciativa cultural que visa valorizar e reconhecer os talentos musicais em nível regional e nacional. Objetiva também contemplar os mais diversos gêneros e estilos musicais, valorizando e potencializando os novos talentos e estimulando a criação e difusão da música cristã. O evento quer integrar as igrejas cristãs na missão de evangelizar através da arte. O bispo diocesano, Dom Jeremias Antonio de Jesus, diante de centenas de cristãos, fez a abertura do festival e, em seguida, começou o espetáculo de músicas em louvor a Jesus. Do pop ao sertanejo, passando pelo rap, a mistura de ritmos contagiou os presentes e mostrou a dedicação dos artistas concorrentes. Apresentaram-se na primeira noite 20 bandas de Guanhães, Montes Claros, Coronel Fabriciano, Senhora do Porto, Pedro Leopoldo, Virginópolis, Ipatinga, Ribeirão das Neves, Inhapim, Sabará e Curitiba. Nem mesmo o frio intenso e alguns problemas de última hora impediram os artistas de darem seu melhor diante do júri, formado por cristãos de diversas religiões, e do público, atento e participativo, como nas duas edições anteriores. Música após música era visível, em cada olhar, a contemplação a tanto talento e capacidade de criação em cima de um tema que, infelizmente, está longe de ser o centro das atenções do grande público, dos grandes shows e da mídia: Jesus Cristo. O talento de cada artista foi se somando e a diversidade de letras, arranjos, melodias e ritmos foi uma demonstração clara de que, como diz a sabedoria popular, quem canta reza duas vezes. Em cada canção havia uma oração interpretada por vozes magníficas de homens e mulheres dedicados a cantar a graça de um único Deus acima de todos nós, católicos, evangélicos, espíritas etc. A cada apresentação uma certeza pairava no ar: definitivamente ninguém do público gostaria de estar no lugar dos membros do júri. Os artistas foram se superando e mostrando belas composições com arranjos impecáveis e o calor das músicas de louvor ajudou a plateia que se posicionou diante da Matriz de São Miguel e Almas a espantar o frio. As várias religiões cristãs, representadas por bandas e cantores solo, transformaram o evento em uma espécie de show ecumênico e mostrou que todos, não interessa qual tipo de ritual façamos ou qual seja o nome do templo que frequentamos, somos filhos de um mesmo Deus e que a música é uma excelente forma de falar sobre Ele e evangelizar. Já era madrugada de sábado quando os últimos concorrentes subiram ao palco; o frio ganhava ainda mais força e, apesar de muitos já terem ido para suas casas, parte do público continuava atenta

às canções apresentadas; afinal, no primeiro dia, as 20 bandas e cantores estavam apenas na semifinal, de onde 10 se classificariam para a final da noite de sábado e ganhariam o direito de mostrar sua arte ao júri e ao público mais uma vez. Encerrada essa etapa, voltariam ao palco as seguintes atrações: Marcos Paracatu, a banda Sacro Santo, Rafael Jesus, Víctor & Otávio, Jota Pereira e banda, pastor Roberto Souza, Lorena Hellen, banda Servos do Senhor, banda Alicerce Espiritual e Jairo Pimenta. Rap campeão e homenagens na premiação aos vencedores A noite de sábado, último dia de apresentações, estava bem menos fria do que a noite anterior. Entre os vencedores prevaleceu a mesma mistura de ritmos que marcou tanto a semifinal quanto a final do 3º Festival da Música Cristã. Antes da premiação para melhor intérprete, melhor arranjo e para os que receberam as melhores notas atribuídas pelo júri, a Pascom – Pastoral da Comunicação – da Diocese de Guanhães prestou uma homenagem à ex-educadora, ex-diretora da Escola Estadual “Padre Café” e ex-secretária municipal de Educação, Maria das Graças Fernandes Guimarães. Dona Graça, a Sinhá Boa, como era popularmente conhecida, faleceu na noite de quinta-feira, 31 de agosto, na cidade de Belo Horizonte, onde estava internada. Também foi homenageada a equipe organizadora do festival com uma salva de palmas e reconhecimento pelo público. Como acontece desde a primeira edição do Festival da Música Cristã, os troféus homenageiam pessoas da sociedade guanhanense ou que viveram na cidade. A cantora Lorena Hellen, de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, melhor intérprete, na opinião dos jurados, recebeu o troféu Marilda Ferreira Bicalho. No palco, Lorena cantou a música “Até o fim” e seu prêmio foi entregue por Dr. José Luiz e por Dorinha da Farmácia. A canção “Sabe aquela paz (?)” levou o curitibano Rafael Jesus ao prêmio de melhor arranjo. Vencedor da segunda edição do festival, realizada ano passado, Jesus, foi agraciado este ano com o troféu Jofre Câmara, entregue pelo empresário Hélio Maciel, e com um cheque de R$ 1.000,00. O pódio começou a ser formado com o prêmio pelo terceiro lugar e as homenageadas foram as Cooperadoras da Família da Diocese de Guanhães Maria Otília, Raquel, Arminda e Gracíula. De Coronel Fabriciano veio a banda Servos do Senhor com a música “Tráfico de Almas”. A banda recebeu também um prêmio de R$ 1.500,00. Em missão na África, o padre Dilton Maria Pinto foi o homenageado na entrega aos vice-campeões. Victor & Otávio, de Senhora do Porto, receberam das mãos de Pe. João Evangelista o troféu e um cheque de R$ 2.000,00, pela música “Madrugada Fria”. Completou o pódio, com a música “Santo lenho a Cruz, a banda Sacro Santo, de Pedro Leopoldo. O rap da região metropolitana de Belo Horizonte recebeu das mãos do Pe. José Adriano o troféu Dom Marcello Romano, bispo de Araçuaí, e um cheque no valor de R$ 2.500,00.


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COMUNICAÇÃO&MÚSICA

Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital O papa Francisco, profeticamente, insiste em conjugar a “cultura do encontro” e “cultura digital”. Afinal de contas, graças às “maravilhosas invenções da técnica” (Inter Mirifica) as barreiras da distância são vencidas e podem nos ajudar a sentir-nos mais próximos uns dos outros, favorecendo a evangelização, ultrapassando as fronteiras geográficas, culturais e digitais. Com tantas transformações surge o “continente digital” o qual precisa ser evangelizado. Atentos a essa proposta, as comissões episcopais para a comunicação e para a juventude da CNBB convocaram comunicadores católicos de todo o Brasil para participarem do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (PASCOM) e do 2º Seminário Nacional de Jovens Comunicadores entre os dias 24 a 27 de julho de 2014, em Aparecida/SP. O Santuário Nacional, no Centro de Eventos, acolheu aproximadamente 900 pessoas de variadas regiões do Brasil – entre elas estavam agentes da PASCOM da diocese de Guanhães/MG – interessados em se aprofundarem sobre o tema “Comunicação, desafios e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital”, assessorado por variados especialistas, entre eles, o consultor do Pontifício Conselho para as Comunicações e diretor da revista Civiltà Cattolica, padre Antônio Spadaro. Na fala de Spadaro, a rede deve ser o espelho real da vida, do contrário seremos esquizofrênicos. Afinal, não existe uma vida “on line” e uma vida “off line”; o que existe é uma vida. É por isso que o ambiente digital é lugar de encontro entre pessoas cujos anseios e desafios não são virtuais, mas reais e com necessidade de uma resposta concreta. O campo digital se torna, assim, ambiente de apostolado tendo em vista que “não se trata de uma rede de fios, mas de pessoas” na qual se comunica vida. É lugar onde podemos fazer uma boa experiência de evangelização tendo em vista que “evangelizar – afirma Spadaro – não é transmissão da fé, mas o testemunho”. Vários bispos referenciais e outros especialistas em comunicação deram sua contribuição. O jornalista e escritor Moíses Sbardelotto, entre outros contributos, apresentou o “Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil”, lançado recentemente pela CNBB – fruto de 13 anos de estudos, debates e práticas de comunicação nas dioceses, paróquias e comunidades brasileiras, envolvendo especialistas e agentes da Pastoral da Comunicação – a fim de dar direcionamento para os que atuam na comunicação da Igreja. O jornalista e professor Dr Nelson Faxina destacou as mudanças socioculturais provocadas pelas tecnologias digitais: “vivemos ao mesmo momento uma universalização e uma tribalização, o que faz das tribos, universais. Tribalização porque as redes so-

ciais pedem isso. Formam-se grupos de amizades, de trabalho, de família; e, universalização, porque ao mesmo tempo, tudo está na rede. Uma experiência da catolicidade da Igreja”. Todos os dias, na parte da tarde, os estudos foram dirigidos através de seminários que abordavam os diversos meios de comunicação (rádios, jornais, revistas, TV, arte, redes sociais e internet). Destaco dois temas dos seminários: “Evangelizar com arte e pela arte” através do teatro, música, festival, entre outros – ministrados pelos membros da Comunidade Recado e a Canção Nova – trabalho esse que em nossa diocese já tem uma caminhada através do “Festival da Música Cristã”, por exemplo, em que fazemos a experiência de evangelizar através da arte num clima ecumênico. Outro tema é “Teoria e Prática no Rádio” – ministrado pela equipe da Signis Brasil e da Rede Católica de Rádio – sobre a comunição através das emissoras católicas de rádio dando destaque ao uso de uma linguagem que as pessoas entendem, sem abrir mão da cultura local; em nossa diocese temos rádios atentas a essa necessidade (a rádio Vida Nova FM 91,5 é exemplo disso). A espiritualidade não foi deixada de lado. A equipe se preocupou em reservar momentos para a celebração da Santa Missa, adoração ao Santíssimo, momento mariano, além da confraternização que acontecia nos intervalos como também no show – com os grupos “Ir ao Povo” e “Chamas”, na sexta à noite – em comemoração ao lançamento do Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil e homenagem aos fundadores das TVs Católicas e ao Pe Zezinho. Ao concluir estes dias de estudo e partilha, oração e confraternização, Spadaro propõe três passos: o primeiro é ter a consciência de que a Rede é um “ambiente” de “experiência”; o segundo é que evangelizar é testemunhar e não se deve confundir com transmissão da fé; e o terceiro é que sem conteúdo não há comunicação. Os primeiros cristãos souberam ser bons comunicadores, pois comunicaram pelo testemunho. “Pregue o Evangelho em todo tempo – disse São Francisco – Se necessário, use palavras”. Em Aparecida nos foi lançado o desafio de entender que a autêntica evangelização se dá, em primeiro lugar, através do testemunho. A comunicação na Igreja deve ser norteada pela “cultura do encontro” e o testemunho, a fim de não somente comunicar, mas priorizar a evangelização: “todos têm o direito de receber o Evangelho. Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas 'por atração'” (Evangelii gaudium n. 14).

3º FESTIVAL DA MÚSICA CRISTÃ Pelo terceiro ano seguido, vozes, letras e melodias falaram de Deus e de sua criação

OS CAMPEÕES

EQUIPE ORGANIZADORA

MELHOR ARRANJO

MELHOR INTERPRETE

Seminário – Teoria e prática na Web No seminário “Teoria e prática na Web – Evangelização e espiritualidade na Web” O padre Antonio Spadaro, SJ, disse que o perfil do comunicador é o de testemunhar. Se antes a comunicação era uma transmissão de conteúdo, broadcast, ou seja, um fala e muitos escutam, hoje, que é o tempo das redes sociais, a comunicação, acontece, a mensagem passa e é partilhada dentro das redes de relações. Assim, o perfil de um comunicador é de uma pessoa que sabe mediar sua mensagem dentro de uma rede ampla de relações. “A Igreja está presente na rede por vocação, ou seja, não porque ela deve ser moderna, atualizada, mas porque a Igreja é chamada a estar presente onde estão os homens e hoje os homens estão também em rede. Assim, a Igreja, por vocação deve desenvolver o seu papel pastoral também na rede. E, fala papa Francisco que a Igreja deve ser

missionária, estar em saída. E a rede é um lugar ideal para esta saída.” Como devemos encarar as redes sociais na evangelização? “As redes sociais não são um meio de evangelização, porque não são um meio, são ambientes de relação, de conhecimento em que somos chamados, todos, não a usar dos meios, mas viver nossa vida cristã.” No entanto, a mídia digital tecnológica é antes de tudo um lugar de encontro entre homens e mulheres cuja as aspirações e desafios não são virtuais, mas reais. E tem a necessidade de uma resposta concreta. A rede pode ser um lugar humano, um lugar de humanidade. “Não é uma rede de fios, mas de pessoas humanas”. José Aparecido de Miranda Seminarista 3º ano teologia

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PRIMEIRO LUGAR

SEGUNDO LUGAR

TERCEIRO LUGAR

Mais uma vez a comunidade cristã se reuniu para prestigiar o Festival da Música Cristã, que teve a terceira edição realizada este ano, nos dias 1º e 2 de agosto. Nem o frio intenso da sexta-feira, dia da abertura do evento, afastou as famílias da Praça JK, onde foi montado o palco para a apresentação das 20 bandas selecionadas para participar do concurso que acontece desde 2012 na cidade de Guanhães. O festival, promovido e organizado pela Pastoral da Comunicação da Diocese de Guanhães, é uma iniciativa cultural que visa valorizar e reconhecer os talentos musicais em nível regional e nacional. Objetiva também contemplar os mais diversos gêneros e estilos musicais, valorizando e potencializando os novos talentos e estimulando a criação e difusão da música cristã. O evento quer integrar as igrejas cristãs na missão de evangelizar através da arte. O bispo diocesano, Dom Jeremias Antonio de Jesus, diante de centenas de cristãos, fez a abertura do festival e, em seguida, começou o espetáculo de músicas em louvor a Jesus. Do pop ao sertanejo, passando pelo rap, a mistura de ritmos contagiou os presentes e mostrou a dedicação dos artistas concorrentes. Apresentaram-se na primeira noite 20 bandas de Guanhães, Montes Claros, Coronel Fabriciano, Senhora do Porto, Pedro Leopoldo, Virginópolis, Ipatinga, Ribeirão das Neves, Inhapim, Sabará e Curitiba. Nem mesmo o frio intenso e alguns problemas de última hora impediram os artistas de darem seu melhor diante do júri, formado por cristãos de diversas religiões, e do público, atento e participativo, como nas duas edições anteriores. Música após música era visível, em cada olhar, a contemplação a tanto talento e capacidade de criação em cima de um tema que, infelizmente, está longe de ser o centro das atenções do grande público, dos grandes shows e da mídia: Jesus Cristo. O talento de cada artista foi se somando e a diversidade de letras, arranjos, melodias e ritmos foi uma demonstração clara de que, como diz a sabedoria popular, quem canta reza duas vezes. Em cada canção havia uma oração interpretada por vozes magníficas de homens e mulheres dedicados a cantar a graça de um único Deus acima de todos nós, católicos, evangélicos, espíritas etc. A cada apresentação uma certeza pairava no ar: definitivamente ninguém do público gostaria de estar no lugar dos membros do júri. Os artistas foram se superando e mostrando belas composições com arranjos impecáveis e o calor das músicas de louvor ajudou a plateia que se posicionou diante da Matriz de São Miguel e Almas a espantar o frio. As várias religiões cristãs, representadas por bandas e cantores solo, transformaram o evento em uma espécie de show ecumênico e mostrou que todos, não interessa qual tipo de ritual façamos ou qual seja o nome do templo que frequentamos, somos filhos de um mesmo Deus e que a música é uma excelente forma de falar sobre Ele e evangelizar. Já era madrugada de sábado quando os últimos concorrentes subiram ao palco; o frio ganhava ainda mais força e, apesar de muitos já terem ido para suas casas, parte do público continuava atenta

às canções apresentadas; afinal, no primeiro dia, as 20 bandas e cantores estavam apenas na semifinal, de onde 10 se classificariam para a final da noite de sábado e ganhariam o direito de mostrar sua arte ao júri e ao público mais uma vez. Encerrada essa etapa, voltariam ao palco as seguintes atrações: Marcos Paracatu, a banda Sacro Santo, Rafael Jesus, Víctor & Otávio, Jota Pereira e banda, pastor Roberto Souza, Lorena Hellen, banda Servos do Senhor, banda Alicerce Espiritual e Jairo Pimenta. Rap campeão e homenagens na premiação aos vencedores A noite de sábado, último dia de apresentações, estava bem menos fria do que a noite anterior. Entre os vencedores prevaleceu a mesma mistura de ritmos que marcou tanto a semifinal quanto a final do 3º Festival da Música Cristã. Antes da premiação para melhor intérprete, melhor arranjo e para os que receberam as melhores notas atribuídas pelo júri, a Pascom – Pastoral da Comunicação – da Diocese de Guanhães prestou uma homenagem à ex-educadora, ex-diretora da Escola Estadual “Padre Café” e ex-secretária municipal de Educação, Maria das Graças Fernandes Guimarães. Dona Graça, a Sinhá Boa, como era popularmente conhecida, faleceu na noite de quinta-feira, 31 de agosto, na cidade de Belo Horizonte, onde estava internada. Também foi homenageada a equipe organizadora do festival com uma salva de palmas e reconhecimento pelo público. Como acontece desde a primeira edição do Festival da Música Cristã, os troféus homenageiam pessoas da sociedade guanhanense ou que viveram na cidade. A cantora Lorena Hellen, de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, melhor intérprete, na opinião dos jurados, recebeu o troféu Marilda Ferreira Bicalho. No palco, Lorena cantou a música “Até o fim” e seu prêmio foi entregue por Dr. José Luiz e por Dorinha da Farmácia. A canção “Sabe aquela paz (?)” levou o curitibano Rafael Jesus ao prêmio de melhor arranjo. Vencedor da segunda edição do festival, realizada ano passado, Jesus, foi agraciado este ano com o troféu Jofre Câmara, entregue pelo empresário Hélio Maciel, e com um cheque de R$ 1.000,00. O pódio começou a ser formado com o prêmio pelo terceiro lugar e as homenageadas foram as Cooperadoras da Família da Diocese de Guanhães Maria Otília, Raquel, Arminda e Gracíula. De Coronel Fabriciano veio a banda Servos do Senhor com a música “Tráfico de Almas”. A banda recebeu também um prêmio de R$ 1.500,00. Em missão na África, o padre Dilton Maria Pinto foi o homenageado na entrega aos vice-campeões. Victor & Otávio, de Senhora do Porto, receberam das mãos de Pe. João Evangelista o troféu e um cheque de R$ 2.000,00, pela música “Madrugada Fria”. Completou o pódio, com a música “Santo lenho a Cruz, a banda Sacro Santo, de Pedro Leopoldo. O rap da região metropolitana de Belo Horizonte recebeu das mãos do Pe. José Adriano o troféu Dom Marcello Romano, bispo de Araçuaí, e um cheque no valor de R$ 2.500,00.


Fé & Política

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Juliano Nunes Jornalista -nunesjuliano@outlook.com

FOCO a maioria das vezes nas quais nos propomos fazer alguma coisa ou tomamos a decisão de mudar algo em nossa vida acontecem fatos negativos que parecem ser propositais. É como se fosse para nos distrair, evitar nosso avanço dentro do proposto ou desejado, impedir a continuidade da jornada. Em muitos casos de desistência, recuo ou atraso nos resultados está a falta de foco. Sem foco, fotógrafo tira fotos borradas e arqueiro dispara a flecha para qualquer lugar. Os estudantes devem estar focados no aprendizado do conteúdo, no entendimento das informações transmitidas pelo mestre, muito mais do que meramente fazer boas provas; os pais precisam focar na formação

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de uma base sólida, fundamental na jornada de seus filhos tanto pessoal, quanto acadêmica, quanto profissional; o foco dos empresários é no crescimento de suas empresas para possibilitar maior geração de empregos e renda; os colaboradores das empresas têm de estar atentos ao bem estar dos clientes; padres, bispos e o papa, a exemplo de Cristo, devem estar focados no rebanho, em suas necessidades, carências, fortalecimento da fé. Aliado à determinação, da qual já tratamos neste espaço, o foco é praticamente vital para os resultados. Liderança, entre outras características, é o equilíbrio entre ouvir (muito) e ser firme em tomadas de decisões. O foco, obtido depois de muito estudo e análise, é o sustentáculo dessa

ARTIGOS Em muitos casos de desistência, recuo ou atraso nos resultados está a falta de foco.

firmeza. Imaginemos dois grupos perdidos em uma mata. Em apenas um deles há uma pessoa conhecedora de técnicas de sobrevivência. Quem conhece tais técnicas, embora ouça todos, sabe o que precisa ser feito e faz os companheiros darem o máximo de si para andarem o máximo sob a luz do sol. No outro grupo, a falta de conhecimento não traz foco para ações corretas. Qual dos líderes terá resultados mais rápidos? Só consegue estar focado quem sabe o que quer e precisa, tem noção dos procedimentos a serem executados e do quão demorados serão os resultados de cada ação e tem conhecimento de causa. O papa Francisco, há pouco mais de um ano no pontificado, está atento a todas

as necessidades da Igreja Católica Apostólica Romana. Ele não tem varinha mágica, nem voz arrogante de ditador, tampouco o desejo de se firmar como uma pessoa superior. Com vasto conhecimento, estilo simples de ser e se comportar, e exemplo prático de conciliação entre palavras e ações, o Santo Padre lançou várias sementes de mudanças na Igreja. Quanto tempo demorará a aparecem frutos? Depende de cada necessidade, de quantas pessoas envolvidas, dos lugares onde acontecerão tais mudanças. O pontífice tem um foco: tornar a Igreja mais próxima das pessoas, principalmente das mais necessitadas, não apenas de recursos, como também de palavras. Francisco tem feito a parte dele e, a propósito, muito bem feita.

JOVENS FIZERAM RETIRO ESPIRITUAL EM PREPARAÇÃO PARA O SACRAMENTO DA CRISMA EM SANTA MARIA DO SUAÇUÍ o dia 3 de agosto, em Santa Maria do Suaçuí, jovens que serão crismados no dia 10 de agosto, fizeram retiro espiritual em preparação para o sacramento da crisma. Durante o retiro, o seminarista Bruno Ribeiro, que reside na paróquia São Miguel em Guanhães, fez algumas dinâmicas e cantaram músicas para descontração, proporcionando aos jovens momentos de reflexões sobre bíblia, adoração de imagens, confissão e sobre o sacramento da crisma. Também fizeram presença os catequistas que ajudaram na preparação destes jovens e o padre Derci, que ao final foi homenageado pelo dia do padre. O retiro encerrou-se com muita emoção e alegria. Cada um recebeu uma lembrança do retiro que muito contribuiu com a reflexão sobre o sentido e a importância do sacramento da crisma. E foram convidados para participarem do encontro vocacional que acontecerá no dia 16 de agosto em Guanhães.

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DIOCESEEMFOCO

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Renato Alfenas Coelho - Contador CRCMG 091.489 Diretora Presidente


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Carmésia celebra a 107ª Festa de Nossa Senhora do Carmo

DIOCESEEMFOCO Diocese comemora dois anos de Ordenação Episcopal de Dom Jeremias Na segunda-feira, 04 de agosto, a diocese de Guanhães comemorou dois anos de Ordenação Episcopal de dom Jeremias Antônio de Jesus. Para marcar a data, padres e religiosos participaram de uma celebração eucarística, presidida pelo bispo diocesano, na igreja matriz Santo Antônio, em Peçanha. Ordenado no dia 4 de agosto de 2012, em Atibaia (SP), dom Jeremias tomou posse como bispo diocesano no dia 19 de agosto, na catedral da diocese de Guanhães. Informações e foto: Rádio Vida nova FM

Guanhães: Catequese realiza “3º Arraiá” Aconteceu em Carmésia, de 07 a 16 de julho de 2014, a novena e a Festa da Padroeira Nossa Senhora do Carmo. Durante o período fomos agraciados com a presença do Bispo Dom Jeremias e os padres da diocese de Guanhães: Pe. Amarildo, Pe. Adão, Pe. Derci , Pe. João Evangelista e o Padre José Alves de Deus (Zezinho) de Belo Horizonte. Foram momentos inesquecíveis, quando tivemos a oportunidade de participar da Santa Missa diariamente. Nossa Senhora do Carmo foi homenageada pelos seus filhos com coroações, músicas, procissões, levantamento da bandeira e orações brotadas do coração dos devotos. Vários grupos prestaram homenagens: Crianças, cavaleiros, motoristas, Terço dos homens e das mulheres, Banda Lira Nossa Senhora do Carmo, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, Catequistas, comunidades rurais, comunidades de Dores de Guanhães, Vila Esperança e também paroquianos de Timóteo. Igreja repleta de fiéis do local e visitantes, barraquinhas, sinos a tocar, tra-

dicionais bandeirolas cobrindo a praça, apresentação da Banda Lira Nossa Senhora do Carmo e show pirotécnico compuseram o cenário da cidade representando a alegria do povo de Deus. O tema da novena: “MARIA, MÃE MISSIONÁRIA EM DEFESA DA VIDA” foi refletido e enriquecido pelas sábias palavras dos padres e do Bispo durante as Missas. Apresentamos nossa gratidão a Deus e a todos que colaboraram para que Maria fosse dignamente venerada e seu filho Jesus exaltado e glorificado. Agradecemos também ao nosso pároco Padre Osmar Batista Siqueira que, como vela a se consumir de amor, deu o máximo de si durante toda a organização e, mesmo se dividindo entre Carmésia e Dores de Guanhães esteve presente todos os dias da novena com toda animação e sabedoria. Deus seja louvado.

Mais uma vez, o “arraiá” da Catequese levou crianças, adolescentes, jovens e famílias inteiras ao pátio da Catedral de São Miguel. Na última sextafeira, 18, a noite guanhanense teve alegria, quadrilha, casamento na roça, caldo de mandioca, feijão tropeiro, banana frita, canjica e quentão. Durante uma semana, o ritmo de ensaios e montagem da estrutura foi intenso, tudo isso para garantir uma festa agradável para os convidados. Catequistas, catequizandos e voluntários se uniram na preparação de receitas, colocação de enfeites e preparação das tendas de atrações. Ninguém parecia se cansar, apesar dos muitos

trabalhos a serem feitos e do desejo de fazer bem feito. Mérito também dos doadores de alimentos; a boa vontade dessas pessoas foi fundamental para a festa acontecer. É o autêntico milagre da multiplicação e prova concreta da participação da comunidade na vida da Igreja. A Catequese da Paróquia São Miguel e Almas agradece aos voluntários, doadores, colaboradores e visitantes do Arraiá da Catequese 2014 e pede a bênção de Deus a todos. Esperamos estar juntos na festa de 2015. Por Juliano Nunes

Maria Dalmira Fonseca Soares Comunidade Nossa Senhora do Carmo Carmésia/MG

O novo site da Diocese de Guanhães já está na net www.diocesedeguanhaes.com.br Faça-nos uma visita! Divulguem!


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