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INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG
DIOCESANA ANO XX | Nº 249 | Julho de 2017
230º Jubileu: Deus armou sua tenda entre nós PÁGINAS 4 e 5
APAC. O que é? PÁGINA
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A experiência como parte do processo formativo PÁGINA
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Família, luz para vida em sociedade” - Hora da Família 2017 PÁGINA
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DAREDAÇÃO
Calendário Diocesano
Editorial
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2 DIOCESANA julho2017 Na edição deste mês partilhamos com você, caro leitor, o “Jubileu do Senhor Bom Jesus de Matosinhos”: a maior manifestação religiosa e cultural da diocese de Guanhães, realizada desde o ano de 1787, sempre no período de 13 a 24 de junho. Ocasião em que a cidade de Conceição do Mato Dentro se transforma com a vinda e o grande afluxo de romeiros e comerciantes que se instalam na colina onde se ergue o imponente santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, para agradecer ou pedir graças. Dr. Leonardo Guimarães Moreira – Juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Guanhães - nos explica o que é a APAC. Dona Mariza Pimenta e Kênia Maria Machado Elias Pinto - Guanhães - nos ajudam a celebrar o dia dos avós, inspirados nos avós de Je-
sus e nas palavras do papa Francisco. Somos convocados para celebrar a Semana da Família no mês de agosto e, para isso, nos é apresentado o subsídio “Hora da Família”, que neste ano tem a temática “Família,
luz para vida em sociedade”. Procure no escritório paroquial de sua cidade e participe! Todos os meses, trazemos uma palavra do papa Francisco, nosso pastor. Nesta edição, apresentamos um trecho de sua homilia por ocasião da abertura do Congresso Diocesano na Basílica de S. João de Latrão, quando disse que a “Adolescência é fase difícil, mas não é uma doença”. Temos ainda a partilha do seminarista Gabriel “A experiência como parte do processo formativo” e a inauguração do “Tabernáculo na paróquia de Dom Joaquim”, por ocasião de Corpus Christi. Aproveite a leitura e permaneçamos unidos em oração ao Monsenhor Jacy, na expectativa de sua consagração episcopal para a Igreja de Cáceres.
MENSAGEM DE PARABÉNS Que a vocação assumida lhes proporcione muita alegria! Parabéns aos sacerdotes de nossa Diocese, pelo aniversário de ordenação sacerdotal! A todos, nossas orações e nosso carinho! Pascom Diocesana. Padre Itamar José Pereira e padre Ismar Dias de Matos (06); Padre Mário Gomes da Silva (10); Padre José Adriano Barbosa dos Santos (13) e Padre Saint-Clair Ferreira Filho (15)
JULHO 01 - Pastoral Vocacional, Reunião Catedral, 09 horas 01 e 02 - São Pedro e São Paulo (Óbolo de São Pedro) 02 - Investidura dos Ministros na Área de Guanhães 08 - Ordenação Episcopal de Jacy Diniz Rocha, às 17 horas 15 - Posse de Jacy Diniz Rocha em Cáceres/MT 18 e 19 - Formação do Clero, Moral e Amoris Laetitia (Pe. Tatagiba) 20 a 22 - Mini Semana Catequética 23 - Investidura dos Ministros em Área de Braúnas 28 e 29 - VI FESTIVAL DA MÚSICA CRISTÃ 30 - Investidura dos Ministros na Área de Santa Maria do Suaçuí
AGOSTO 06-13 - Semana N. Estudante e de 13 a 20 - Semana N. da Família 4 - São João Maria Vianney – Dia do padre e Aniversário de Ord. Episcopal de D. Jeremias 05-06 - PJ, 3º encontro diocesano de formação para líderes jovens, Guanhães 05 - Pastoral Vocacional. Encontro Vocacional, Catedral, 09 horas 08 - Reunião do Colégio de Consultores, 09 horas 14-16 - Assembleia dos Representantes dos Presbíteros Leste 2 19 - Escola de Teologia: Escatologia – Seminarista Daniel 20 - RCC, Karisma Show, Sapucaia de Guanhães 25-27 - Past. Carcerária, Micro centro 2 (Província de Mariana e Guanhães), Itabira. 29 e 30 - Encontro Leste 2 sobre acordo Santa Sé e Brasil (BH, Casa de Retiro São José) 28-31 - Retiro do clero D. Edson Oriolo, de BH. Local: Diamantina 31 - Reunião da Comissão para o Ecumenismo na Sede do Regional em BH
expediente
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Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, Padre Saint-Clair Ferreira Filho, Padre Bruno Costa Ribeiro Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Luiz Eduardo Braga - SJPMG 3883 Tiragem: 5.000 exemplares Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro Guanhães-MG - CEP: 39740-000
Fone:(33) 3421-3331 folhadiocesana@gmail.com Editora Folha Diocesana de Guanhães Ltda CNPJ: 11.364.024/0001-46 www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 3243-3829 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com
O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.
Convite - Estamos a poucos dias do Maior Evento Cultural Religioso da nossa região. Inspirado no Festival da Música Católica, promovido por Pe. Leonardo Miranda Pereira na década de 80, onde vivi momentos de extrema emoção junto aos Grupos de Jovens daquela época, este encontro tem por objetivo promover a Cultura, a
Fé e o Ecumenismo. O tempo passou... e das conversas com o Pe. Saint-Clair uma nova ideia surgiu! Nasceu a proposta de ampliarmos para Festival da Música Cristã, na praça da cidade, abrindo espaço para demais Congregações. Estamos na 6ª Edição do Festival com a participação significativa dos nossos irmãos evangé-
licos, no palco e na plateia! Deixo aqui o meu apelo a todas as famílias cristãs, sobretudo àquelas que estão no papel de anfitriãs desta grande festa! Prestigiem o NOSSO FESTIVAL! Vamos encher aquela noite de alegria, harmonia e fé! Robertinho Zier – Musicista
COMEMORAÇÃO - JULHO e AGOSTO de 2017 Padres, religiosas, consagradas e seminaristas da diocese de Guanhães JULHO 06 Pe. Itamar José Pereira 06 Pe. Ismar Dias de Matos 06 Carmen Helena P. de Oliveira (Coop. F Guanhães) 09 Anderson Alves Rocha 10 Pe. Mário Gomes da Silva 13 Pe. José Adriano Barbosa dos Santos 15 Pe. Saint-Clair Ferreira Filho 23 Pe. José Adriano Barbosa dos Santos
Ordenação Ordenação (1989) Nascimento Nascimento Ordenação Ordenação Ordenação Nascimento
AGOSTO 03 Ir. Maria do Carmo Ferreira – Naná (RV) 04 Dom Jeremias 05 Maria das Neves de Matos (MP) 07 Pe. Valter Guedes de Oliveira 15 Dom Marcello Romano 15 Arminda de Jesus Batista 19 Gabriel Ferreira de Oliveira (seminarista) 21 Pe. Derci da Silva 27 Ir. Maria do Carmo Ferreira(RV) 28 Pe. Hermes Firmiano Pedro 29 Mons. Jacy Diniz Rocha
Prof. Religiosa Ordenação Nascimento Ordenação Nascimento Profissão Religiosa Nascimento Ordenação Nascimento Nascimento Nascimento
RECUPERAÇÃO
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APAC. O que é? “Matar o criminoso e salvar o homem”. Com essa filosofia, a APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – idealizada em 1972, pelo advogado paulista Mário Otoboni, no interior de São Paulo, teve o lançamento da Pedra Fundamental no dia 3 de junho, em Guanhães. A APAC oferece a oportunidade aos condenados de cumprirem a pena privativa de liberdade sob outro enfoque: o da humanização, do respeito e do amor. A APAC cumpre uma determinação da Lei de Execução Penal, que logo em seu início, no art. 4º, obriga o Estado a se socorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução de pena. E não poderia ser diferente, pois o crime é um fenômeno social e o aumento da criminalidade é o sinal de que o sistema social não vem funcionando corretamente. Temos aqui uma reflexão: no Brasil não existe prisão perpétua ou pena de morte. No sistema atual, quando uma pessoa é condenada a cumprir uma pena porque cometeu um crime, ela é encaminhada ao presídio superlotado, em condições insalubres, onde imperam o ócio, a violência e, não com rara frequência, ocorrem rebeliões que resultam em mortes violentas. Temos uma série de direitos dessas pessoas negligenciados pelo Estado e pela sociedade, que permite e aceita esse tipo de barbaridade e desrespeito. O resultado desse sistema é sabido: essas pessoas acabam se tornando mais rebeldes, mais revoltadas e o convívio com outros condenados faz com
que elas se transformem em verdadeiros bandidos. Passado o tempo de cumprimento da pena, o que assistimos é que elas voltam para o nosso meio como pessoas piores, mais marginalizadas, colocando nossas vidas em risco. Na APAC, ao contrário, o preso, chamado de recuperando, se responsabiliza pelo seu sustento e com o funcionamento da unidade, em um local onde não tem vigilância da polícia ou de agentes penitenciários, nem se usam armas de fogo. Ele tem a oportunidade de sair da cela durante o dia para trabalhar e ocupar seu tempo com estudos e cursos profissionalizantes. Com a ajuda de voluntários e com o apoio da família e da comunidade, ele irá refletir sobre seu erro, repensar seus conceitos e receber orientações espirituais e religiosas para a mudança. Nesse lugar, essas pessoas são confrontadas com o amor, e “do amor ninguém foge”. Com isso, depois dessa pessoa ter passado pela APAC e cumprida a pena, ela volta ao convívio conosco, com a sociedade, para o lugar de onde ela saiu, só que regenerada, recuperada, mais instruída, mais consciente e melhor em todos os sentidos. A APAC rompe o ciclo vicioso da criminalidade e da marginalização, porque o método trabalha com os valores mais intensos do
ser humano, que é acreditar na nossa capacidade, na capacidade de cada um de nós, de evoluir, de aprender, de recomeçar, de se redimir e de sermos maiores e melhores a cada dia. É levada a cada um dos recuperandos a mensagem de que “Deus nos criou e nos fez muito maiores do que nossos próprios erros”. O amor incondicional, a confiança e a fé em Deus são os pilares e o suporte da metodologia. Esses aspectos se manifestam o tempo todo por meio de gestos concretos de acolhida, de perdão e de diálogo por parte dos voluntários e parceiros no relacionamento diário com os recuperandos. A espiritualidade é fundamental nesse trabalho de recuperação e o método APAC proclama a necessidade imperiosa de o recuperando sentir a experiência em Deus, da necessidade de se ter uma religião, de sedimentar a fé, de amar e ser amado, não importando o seu credo. Os métodos da APAC, que foram estudados ao longo de muitos anos, são aplicados fielmente no tratamento diário com os recuperandos e sob os olhares atentos da Fraternidade Brasileira de
Assistência aos Condenados – FBAC – associação civil de direito privado sem fins lucrativos que tem a missão de congregar e manter a unidade de propósitos das suas filiadas. A FBAC mantém a tarefa de orientar, zelar e fiscalizar a correta aplicação da metodologia e ministrar cursos e treinamentos para funcionários, voluntários, recuperandos e autoridades de modo a consolidar as APACs existentes e contribuindo para a expansão e multiplicação de novas unidades. Conforme muito bem nos ensinou a defensora pública-Geral, Dra. Christiane Procópio Malard, o lançamento da pedra fundamental da APAC de Guanhães representa o marco inicial destinado a ajudar a se levantar aqueles que caíram. E como cristãos, devemos fazer a nossa parte para que nosso semelhante, que um dia cometeu um erro, possa se reerguer e voltar a ter uma vida digna e feliz.
Dr. Leonardo Guimarães Moreira, juiz da 1ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Guanhães
A graça de ser avô: Papa festeja 25 anos de ordenação episcopal O Papa Francisco celebrou seus 25 anos de ordenação episcopal com uma missa concelebrada com os Cardeais na Capela Paulina, no Vaticano (27/06). Em sua homilia, comentando a primeira leitura (Gn 13,2.5-18), o Pontífice falou de três imperativos inseridos no diálogo entre Deus e Abraão. E rezou: “Peço ao Senhor que dê a todos a graça de ser avôs, a graça de sonhar e dar esse sonho aos nossos jovens, eles precisam disso.” Fonte: br.radiovaticana.va
Ser avó Filhos são presentes que Deus nos concede, por algum tempo, para encher de alegria o seu Reino; neto é a continuação desse amor. Quando meus filhos eram pequenos eu precisava trabalhar fora, como maior parte das mães, e pouco tempo eu ficava com eles, o que não impediu o acompanhamento de seu desenvolvimento, seja na educação ou no lazer. Aposentada há algum tempo, a situação está inversa: tenho todo o meu tempo para dedicar-lhes, mas eles não têm tempo (é um ciclo). Há três anos nasceu o meu único neto,
Rafael. Criança que chegou como mais um presente de Deus. Trouxe alegria, renovou o amor, a esperança. É uma convivência tão linda que só sabe expressar quem já experimentou. Lembro-me com muita alegria e gratidão a convivência com meus avós - aprendizado para o resto da vida -, assim como a relação de amor entre os meus filhos e seus avós (Dona Edith, papai e mamãe – já falecidos). O que aprendemos com nossos avós,
universidade alguma ensina! Desejo que todos os netos tenham oportunidade de serem amados pelos avós e que estes se sintam amados pelos netos. Mariza Pimenta - Guanhães
São Joaquim e Sant’Ana, os avós de Jesus Alguns escritos apócrifos narram a respeito da vida destes dois que foram os primeiros educadores da Virgem Santíssima. Também os santos Padres e a Tradição testemunham que São Joaquim e Sant’Ana correspondem aos pais de Nossa Senhora. Ambos eram estéreis. Já eram de idade avançada quando foram abençoados pelo
Senhor com o nascimento da Virgem Maria, isto depois de muitas súplicas e promessas. Recebendo, pois, do Rei dos Reis, a Rainha do Céu e da terra, São Joaquim e Sant’Ana souberam devolver ao Senhor o dom precioso com que foram agraciados, consagrando a Deus a filha. Maria fora criada dentro do Templo até os doze anos. Esse Santo casal deu-nos a Porta por que viria o mundo nosso Redentor. Pela Santidade do fruto, Maria, deduzimos a Santidade dos pais, Ana e Joaquim, que são comemorados em nosso calendário litúrgico no dia 26 de julho. Kênia Maria Machado Elias Pinto – Guanhães
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COMEMORAÇÃO
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Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos O
Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos é a maior manifestação religiosa e cultual de nossa diocese de Guanhães, realizada desde o ano de 1787, no período de 13 a 24 de junho. Nessa época, a cidade de Conceição do Mato Dentro se transforma com a vinda e o grande afluxo de milhares de romeiros e comerciantes que se instalam na colina onde se ergue o imponente santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, para agradecer ou pedir graças.
A festa, embora tenha também conotação social e comercial decorrente do fluxo de romeiros e visitantes, conserva seu caráter religioso. Há missas, novenas e exposição do Santíssimo Sacramento durante 11 dias, sendo que no último a imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, representado pela imagem de vulto do Cristo crucificado, sai em procissão da histórica Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, sede da paróquia, e percorre as ruas da cidade em direção ao santuário. O número de fiéis é tão
grande que, no ano de 1844, o padre Bento Godim pediu ao Bispo de Mariana autorização para que todo sacerdote que ali comparecesse, por ocasião do Jubileu, pudesse receber confissões e pregar. Ficaram assim asseguradas, aos milhares de visitantes, condições para que exercessem sua fé e devoção. Neste ano, dentro das comemorações dos 300 anos do achado da milagrosa imagem de Aparecida e a promulgação do Ano Mariano cujo tema é “Com a virgem da Conceição sigamos o Bom Jesus”, houve
também, dentro das festividades, a investidura de MESCE (Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística). No domingo, 18 de junho, foram instituídos, durante a Celebração Eucarística presidida por Dom Jeremias, nosso bispo diocesano, leigos das paróquias de Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar, Córregos, Tapera, Dom Joaquim, Santo Antônio do Rio Abaixo, Dores de Guanhães e da quase paróquia de Carmésia, para o Ministério Extraordinário da Palavra e da Comunhão Eucarística. Em sua homilia, Dom
Jeremias destacou a importância deste serviço em prol da comunidade paroquial, que a missão do ministro extraordinário da comunhão eucarística é prestar serviço à sua comunidade, com comprometimento ao anúncio do reino de Deus através do seu testemunho e de seu apostolado, dentre eles, o mais importante: a visita aos nossos irmãos enfermos.
Ainda no dia 18, tivemos o jubileu da juventude com as lideranças jovens das paróquias da diocese e também jovens visitantes, em um momento especial voltado para a evangelização da juventude com músicas, oração e louvor, marcando de forma muito significativa o santo jubileu. No dia 23, véspera do encerramento do jubileu, por ocasião da solenidade do Sa-
grado Coração de Jesus e dia mundial de oração e santificação do clero, Dom Jeremias Antônio de Jesus acolheu a profissão de fé e o juramento público do monsenhor Jacy Diniz Rocha, eleito bispo de Cáceres, MT. Este rito de profissão de Fé e o Juramento é o momento em que o bispo nomeado renova sua pertença à Igreja e fidelidade ao pontífice, o papa Francisco;
esta bonita celebração foi concelebrada por Dom Marcello Romano (Bispo da Diocese de Araçuaí), filho de nossa diocese, e por padres da Diocese de Guanhães e de outras dioceses que nos visitaram por ocasião do santo jubileu. Daniel Bueno Borges, Seminarista
Entrevista com Pe. Carlos Loredo — Pregador oficial do 230º Jubileu do Bom Jesus FOLHA DIOCESANA: O que você viu no jubileu de Bom Jesus de Matosinhos no aspecto devocional, piedade popular e religiosidade popular? E um olhar na vivência da fé sob um cunho teológico? PE. CARLOS LOREDO: Vi muito fervor por parte dos romeiros que vêm de tantos lugares e realidades diferentes. Como normalmente ocorre nos Santuários e grandes peregrinações, o apelo pelas procissões, bênçãos para os objetos e práticas devocionais é muito grande no Jubileu do Bom Jesus, em Conceição. Embora o aspecto devocional seja o mais visível, isto não significa, de modo algum, pouca teologia. O povo de Deus, como nos lembra tanto o Concílio Vaticano II, guarda o senso, o sentido da fé da Igreja. Com sua linguagem e do seu jeito próprio, o povo conhece e guarda as verdades da fé. A grande afluência das pessoas ao sacramento da Reconciliação durante os dias do jubileu, a participação massiva, ativa e piedosa nas missas, as manifestações de carinho e devoção à Virgem Santíssima e as partilhas que tivemos com as pessoas ao longo destes dias, nos reafirmaram esta certeza. Para mais detalhes sobre o que vi do Jubileu, recomendo a leitura do texto da minha pregação do dia 23/07, dia do Sagrado Coração de Jesus, publicado no web site do Santuário (santuariodobomjesus.com.br). Trata-se do meu testemunho pessoal em forma de oração. FOLHA DIOCESANA: Quais vivências evangélicas deviam nortear o povo nestes dias de jubileu? PE. CARLOS LOREDO: Creio que, em primeiro lugar, as pessoas são trazidas ao Jubileu pela esperança em dias melhores, em caminhos de transformação pessoal, comunitária e social, que só a fé é capaz de dar. É esta esperança que deve nos animar e engajar no testemunho da nossa fé, ao voltarmos para os nossos lugares de vida. Os valores da partilha, da solidariedade e da concórdia, que irmanaram a todos nestes dias, foram para mim grandes marcas desse jubileu e sinal claro da presença do reinado de Deus. A generosidade imensa e a alegria em servir, apesar de todo o cansaço, das inúmeras pessoas, nas mais diversas equipes que trabalharam incansavelmente pela realização deste 230º Jubileu, nos impressionaram muito. Estou certo de que foram também outro bonito sinal do Evangelho para todos que foram recebidos de braços abertos, em Conceição do Mato Dentro, para esta grande festa da fé. FOLHA DIOCESANA: O que você
espera que os romeiros levem para casa a partir de sua pregação do jubileu? O que devem guardar no coração? PE. CARLOS LOREDO: A proposta que fiz para este Jubileu foi, à luz do tema geral (Com a Virgem da Conceição, sigamos os passos do Bom Jesus e defendamos a vida) e a partir das celebrações eucarísticas e respectivas pregações, promover um grande retiro espiritual com o intuito de favorecer a meditação e o aprofundamento da fé cristã, contemplando o sentido dos Mistérios do Santo Rosário. Deixei, ao final de cada pregação, uma pequena frase que resumia toda a partilha feita, para que as pessoas pudessem, a partir dela, ir recuperando na memória a palavra que foi meditada. Assim, esperamos que as pessoas tenham levado, ao voltar para casa, um pouco mais de inspiração, de luz da fé para nortear todos os momentos da sua vida diária, sejam eles os momentos gozosos, luminosos, dolorosos ou os momentos gloriosos que todos vivemos e que refletem a experiência mesma de Jesus, de Nossa Senhora e dos discípulos e missionários, peregrinos do Reino. Espero que, ao ter meditado comigo, à luz da Palavra de Deus, os Mistérios do Rosário, as pessoas tenham compreendido melhor que estes Mistérios NÃO são algo distante, algo que não tem muito a ver com nosso agora, mas, muito pelo contrário, que todos tenham percebido melhor e possam se lembrar sempre, em todas as horas da vida, que os Mistérios de Jesus e Maria são também os Mistério da vida de cada um de nós, quando nos dispomos, como Jesus e Maria, a nos deixar conduzir sempre por Deus! FOLHA DIOCESANA: O que dizer das barracas/tendas no entorno do santuário? Pessoas vivendo este tempo de parada, provisório e precário? PE. CARLOS LOREDO: Como diz Santo Agostinho, no seu monumental livro A Cidade de Deus, “não temos aqui, neste mundo, a cidade permanente”, ou seja, a nossa pátria definitiva é o próprio Deus! Somos chamados, assumindo com afinco o agora da história e das lutas do presente, a ter, ao mesmo tempo, a consciência de que todas as nossas construções físicas, culturais, sociais e políticas são provisórias e devem ser barracas e tendas, à espera da plenitude do Reino; à espera do Cristo que vem novamente para julgar o mundo e glorificar os filhos de Deus e, com eles, toda a criação. Assumindo esta provisoriedade do tempo, somos chamados, então, a morar em Deus, trabalhar Nele, sonhar e construir, conduzindo nossa vida neste
mundo a partir Dele, para podermos enfim, ao término de nossa caminhada temporal, descansar Nele para sempre. Por isso, para mim, foi tão belo e forte ver o testemunho silencioso, mas firme, de desapego, simplicidade e disponibilidade para Deus que os inúmeros romeiros acampados no Santuário deram durante o jubileu. Este é o sentido fundamental da romaria: Igreja peregrina, semeando o Reinado de Deus no mundo, enquanto caminha rumo ao Céu. FOLHA DIOCESANA: São diferentes grupos de várias dioceses que vêm ao santuário. Como falar a este povo tão diverso? Que mensagem deixar a todos? PE. CARLOS LOREDO: Por mais diversas que sejam as experiências, o tipo de cultura e modos de vida, os desejos fundamentais do ser humano são sempre os mesmo: amor, verdade, beleza, bondade. O Evangelho, a boa notícia que é o próprio Jesus, sua vida em nosso meio, são a resposta mais autêntica a estes e a todos os desejos verdadeiros do coração humano. Por isto, pregar com simplicidade, sinceridade e alegria a Jesus Cristo, sua Pessoa humano-divina, seus encontros com as outras pessoas, o sentido dos seus gestos libertadores, a grandeza do seu Mistério Pascal que revela a imensidade do amor escandaloso de Deus por nós; eis aí o conteúdo da mensagem que pode ser compreendido, guardado e vivido por qualquer homem ou mulher que tenha o coração aberto para acolher a Palavra! Como diz o apóstolo São Paulo em 1Cor 2, 1 – 2: “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado!” FOLHA DIOCESANA: Como captou a visão eclesial e a percepção de Deus por parte dos romeiros que se fazem presentes ao jubileu do Senhor Bom Jesus? PE. CARLOS LOREDO: Em primeiro lugar o que é mais importante: percebemos em todas as pessoas a firme convicção de fé na bondade e na misericórdia de Deus: “Deus é Pai Bondoso e cuida de nós, nos ouve e nos atende pelo Bom Jesus”! Se não houvesse esta certeza no coração dos romeiros, eles não cobririam as imensas distâncias que cobrem a pé, a cavalo e de tantos outros modos para chegar até o Santuário, não se privariam do conforto de suas casas, nem do seu tempo de trabalho e de descan-
so, não enfrentariam o frio, o sol e, por vezes, a chuva, para estar aos pés do Bom Jesus. No que diz respeito à visão eclesial dos romeiros, não se pode dar uma resposta única, dada a pluralidade e, sobretudo, a heterogeneidade de pessoas e de grupos que participam do jubileu e dos seus diferentes níveis de engajamento na vida das comunidades. Passa pelo jubileu muita gente mais engajada, como catequistas, ministros da comunhão e outros agentes de pastorais nas suas respectivas localidades de origem. Mas há também aqueles romeiros que só frequentam as missas e outras celebrações, ou ainda, aqueles que não participam da vida da igreja, mas vêm atraídos exclusivamente pela necessidade de uma graça específica, o pagamento de uma promessa, etc. O tipo de visão de igreja de cada um depende do tipo de vivência eclesial que ele tem. Evidente que há, entre alguns, confusões doutrinárias quanto à identidade do Bom Jesus, como se Ele fosse apenas um santo entre outros. Mas isto não invalida, de modo algum, a fé dos romeiros. As catequeses, pregações, partilhas da palavra, ritos de benção, bem como os próprios sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, que são realizados e celebrados em todos os dias do Jubileu, são as ocasiões favoráveis para evangelizar o povo, ajudálo a viver melhor, com mais clareza, a sua fé. Apesar destas dificuldades de compreensão, a grande piedade dos fiéis, seu respeito e sua sede por Deus e pelas coisas de Deus, a convivência harmoniosa de todos no Jubileu, mesmo sendo uma multidão tão numerosa todos os dias, mostram que o mais essencial de Deus é captado e vivido no coração e na vida do povo: Deus é amor e nele somos todos irmãos!
Caminhada da Juventude no Jubileu em Conceição
No dia 18 de junho, Grupos de jovens e Crismandos de quatro paróquias da Diocese participaram da caminhada e da Missa às 8horas, em Conceição. O padre administrador paroquial e catequistas da Paróquia Nossa Senhora da Pena do Rio Vermelho conseguiram levar a Conceição um bom número de jovens. Informações de Maria Geralda.
A caminhada da Juventude no do 230º jubileu do Senhor Bom Jesus de
Matosinhos contou com a participação de jovens de Rio Vermelho, Jabuticatubas, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro e outros. Às 8h, padre Salomão, tendo como concelebrante Padre João Carlos, presidiu a Celebração Eucarística. Às 14h, o momento de louvor com todos os jovens, ministrado pelo grupo de Governador Valadares. Domingo de muita alegria, espiritualidade, integração, união e respeito. E que o Bom Jesus continue nos abençoando. Informações de Flor
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Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos O
Jubileu do Senhor Bom Jesus do Matosinhos é a maior manifestação religiosa e cultual de nossa diocese de Guanhães, realizada desde o ano de 1787, no período de 13 a 24 de junho. Nessa época, a cidade de Conceição do Mato Dentro se transforma com a vinda e o grande afluxo de milhares de romeiros e comerciantes que se instalam na colina onde se ergue o imponente santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, para agradecer ou pedir graças.
A festa, embora tenha também conotação social e comercial decorrente do fluxo de romeiros e visitantes, conserva seu caráter religioso. Há missas, novenas e exposição do Santíssimo Sacramento durante 11 dias, sendo que no último a imagem do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, representado pela imagem de vulto do Cristo crucificado, sai em procissão da histórica Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, sede da paróquia, e percorre as ruas da cidade em direção ao santuário. O número de fiéis é tão
grande que, no ano de 1844, o padre Bento Godim pediu ao Bispo de Mariana autorização para que todo sacerdote que ali comparecesse, por ocasião do Jubileu, pudesse receber confissões e pregar. Ficaram assim asseguradas, aos milhares de visitantes, condições para que exercessem sua fé e devoção. Neste ano, dentro das comemorações dos 300 anos do achado da milagrosa imagem de Aparecida e a promulgação do Ano Mariano cujo tema é “Com a virgem da Conceição sigamos o Bom Jesus”, houve
também, dentro das festividades, a investidura de MESCE (Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística). No domingo, 18 de junho, foram instituídos, durante a Celebração Eucarística presidida por Dom Jeremias, nosso bispo diocesano, leigos das paróquias de Conceição do Mato Dentro, Morro do Pilar, Córregos, Tapera, Dom Joaquim, Santo Antônio do Rio Abaixo, Dores de Guanhães e da quase paróquia de Carmésia, para o Ministério Extraordinário da Palavra e da Comunhão Eucarística. Em sua homilia, Dom
Jeremias destacou a importância deste serviço em prol da comunidade paroquial, que a missão do ministro extraordinário da comunhão eucarística é prestar serviço à sua comunidade, com comprometimento ao anúncio do reino de Deus através do seu testemunho e de seu apostolado, dentre eles, o mais importante: a visita aos nossos irmãos enfermos.
Ainda no dia 18, tivemos o jubileu da juventude com as lideranças jovens das paróquias da diocese e também jovens visitantes, em um momento especial voltado para a evangelização da juventude com músicas, oração e louvor, marcando de forma muito significativa o santo jubileu. No dia 23, véspera do encerramento do jubileu, por ocasião da solenidade do Sa-
grado Coração de Jesus e dia mundial de oração e santificação do clero, Dom Jeremias Antônio de Jesus acolheu a profissão de fé e o juramento público do monsenhor Jacy Diniz Rocha, eleito bispo de Cáceres, MT. Este rito de profissão de Fé e o Juramento é o momento em que o bispo nomeado renova sua pertença à Igreja e fidelidade ao pontífice, o papa Francisco;
esta bonita celebração foi concelebrada por Dom Marcello Romano (Bispo da Diocese de Araçuaí), filho de nossa diocese, e por padres da Diocese de Guanhães e de outras dioceses que nos visitaram por ocasião do santo jubileu. Daniel Bueno Borges, Seminarista
Entrevista com Pe. Carlos Loredo — Pregador oficial do 230º Jubileu do Bom Jesus FOLHA DIOCESANA: O que você viu no jubileu de Bom Jesus de Matosinhos no aspecto devocional, piedade popular e religiosidade popular? E um olhar na vivência da fé sob um cunho teológico? PE. CARLOS LOREDO: Vi muito fervor por parte dos romeiros que vêm de tantos lugares e realidades diferentes. Como normalmente ocorre nos Santuários e grandes peregrinações, o apelo pelas procissões, bênçãos para os objetos e práticas devocionais é muito grande no Jubileu do Bom Jesus, em Conceição. Embora o aspecto devocional seja o mais visível, isto não significa, de modo algum, pouca teologia. O povo de Deus, como nos lembra tanto o Concílio Vaticano II, guarda o senso, o sentido da fé da Igreja. Com sua linguagem e do seu jeito próprio, o povo conhece e guarda as verdades da fé. A grande afluência das pessoas ao sacramento da Reconciliação durante os dias do jubileu, a participação massiva, ativa e piedosa nas missas, as manifestações de carinho e devoção à Virgem Santíssima e as partilhas que tivemos com as pessoas ao longo destes dias, nos reafirmaram esta certeza. Para mais detalhes sobre o que vi do Jubileu, recomendo a leitura do texto da minha pregação do dia 23/07, dia do Sagrado Coração de Jesus, publicado no web site do Santuário (santuariodobomjesus.com.br). Trata-se do meu testemunho pessoal em forma de oração. FOLHA DIOCESANA: Quais vivências evangélicas deviam nortear o povo nestes dias de jubileu? PE. CARLOS LOREDO: Creio que, em primeiro lugar, as pessoas são trazidas ao Jubileu pela esperança em dias melhores, em caminhos de transformação pessoal, comunitária e social, que só a fé é capaz de dar. É esta esperança que deve nos animar e engajar no testemunho da nossa fé, ao voltarmos para os nossos lugares de vida. Os valores da partilha, da solidariedade e da concórdia, que irmanaram a todos nestes dias, foram para mim grandes marcas desse jubileu e sinal claro da presença do reinado de Deus. A generosidade imensa e a alegria em servir, apesar de todo o cansaço, das inúmeras pessoas, nas mais diversas equipes que trabalharam incansavelmente pela realização deste 230º Jubileu, nos impressionaram muito. Estou certo de que foram também outro bonito sinal do Evangelho para todos que foram recebidos de braços abertos, em Conceição do Mato Dentro, para esta grande festa da fé. FOLHA DIOCESANA: O que você
espera que os romeiros levem para casa a partir de sua pregação do jubileu? O que devem guardar no coração? PE. CARLOS LOREDO: A proposta que fiz para este Jubileu foi, à luz do tema geral (Com a Virgem da Conceição, sigamos os passos do Bom Jesus e defendamos a vida) e a partir das celebrações eucarísticas e respectivas pregações, promover um grande retiro espiritual com o intuito de favorecer a meditação e o aprofundamento da fé cristã, contemplando o sentido dos Mistérios do Santo Rosário. Deixei, ao final de cada pregação, uma pequena frase que resumia toda a partilha feita, para que as pessoas pudessem, a partir dela, ir recuperando na memória a palavra que foi meditada. Assim, esperamos que as pessoas tenham levado, ao voltar para casa, um pouco mais de inspiração, de luz da fé para nortear todos os momentos da sua vida diária, sejam eles os momentos gozosos, luminosos, dolorosos ou os momentos gloriosos que todos vivemos e que refletem a experiência mesma de Jesus, de Nossa Senhora e dos discípulos e missionários, peregrinos do Reino. Espero que, ao ter meditado comigo, à luz da Palavra de Deus, os Mistérios do Rosário, as pessoas tenham compreendido melhor que estes Mistérios NÃO são algo distante, algo que não tem muito a ver com nosso agora, mas, muito pelo contrário, que todos tenham percebido melhor e possam se lembrar sempre, em todas as horas da vida, que os Mistérios de Jesus e Maria são também os Mistério da vida de cada um de nós, quando nos dispomos, como Jesus e Maria, a nos deixar conduzir sempre por Deus! FOLHA DIOCESANA: O que dizer das barracas/tendas no entorno do santuário? Pessoas vivendo este tempo de parada, provisório e precário? PE. CARLOS LOREDO: Como diz Santo Agostinho, no seu monumental livro A Cidade de Deus, “não temos aqui, neste mundo, a cidade permanente”, ou seja, a nossa pátria definitiva é o próprio Deus! Somos chamados, assumindo com afinco o agora da história e das lutas do presente, a ter, ao mesmo tempo, a consciência de que todas as nossas construções físicas, culturais, sociais e políticas são provisórias e devem ser barracas e tendas, à espera da plenitude do Reino; à espera do Cristo que vem novamente para julgar o mundo e glorificar os filhos de Deus e, com eles, toda a criação. Assumindo esta provisoriedade do tempo, somos chamados, então, a morar em Deus, trabalhar Nele, sonhar e construir, conduzindo nossa vida neste
mundo a partir Dele, para podermos enfim, ao término de nossa caminhada temporal, descansar Nele para sempre. Por isso, para mim, foi tão belo e forte ver o testemunho silencioso, mas firme, de desapego, simplicidade e disponibilidade para Deus que os inúmeros romeiros acampados no Santuário deram durante o jubileu. Este é o sentido fundamental da romaria: Igreja peregrina, semeando o Reinado de Deus no mundo, enquanto caminha rumo ao Céu. FOLHA DIOCESANA: São diferentes grupos de várias dioceses que vêm ao santuário. Como falar a este povo tão diverso? Que mensagem deixar a todos? PE. CARLOS LOREDO: Por mais diversas que sejam as experiências, o tipo de cultura e modos de vida, os desejos fundamentais do ser humano são sempre os mesmo: amor, verdade, beleza, bondade. O Evangelho, a boa notícia que é o próprio Jesus, sua vida em nosso meio, são a resposta mais autêntica a estes e a todos os desejos verdadeiros do coração humano. Por isto, pregar com simplicidade, sinceridade e alegria a Jesus Cristo, sua Pessoa humano-divina, seus encontros com as outras pessoas, o sentido dos seus gestos libertadores, a grandeza do seu Mistério Pascal que revela a imensidade do amor escandaloso de Deus por nós; eis aí o conteúdo da mensagem que pode ser compreendido, guardado e vivido por qualquer homem ou mulher que tenha o coração aberto para acolher a Palavra! Como diz o apóstolo São Paulo em 1Cor 2, 1 – 2: “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente, nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado!” FOLHA DIOCESANA: Como captou a visão eclesial e a percepção de Deus por parte dos romeiros que se fazem presentes ao jubileu do Senhor Bom Jesus? PE. CARLOS LOREDO: Em primeiro lugar o que é mais importante: percebemos em todas as pessoas a firme convicção de fé na bondade e na misericórdia de Deus: “Deus é Pai Bondoso e cuida de nós, nos ouve e nos atende pelo Bom Jesus”! Se não houvesse esta certeza no coração dos romeiros, eles não cobririam as imensas distâncias que cobrem a pé, a cavalo e de tantos outros modos para chegar até o Santuário, não se privariam do conforto de suas casas, nem do seu tempo de trabalho e de descan-
so, não enfrentariam o frio, o sol e, por vezes, a chuva, para estar aos pés do Bom Jesus. No que diz respeito à visão eclesial dos romeiros, não se pode dar uma resposta única, dada a pluralidade e, sobretudo, a heterogeneidade de pessoas e de grupos que participam do jubileu e dos seus diferentes níveis de engajamento na vida das comunidades. Passa pelo jubileu muita gente mais engajada, como catequistas, ministros da comunhão e outros agentes de pastorais nas suas respectivas localidades de origem. Mas há também aqueles romeiros que só frequentam as missas e outras celebrações, ou ainda, aqueles que não participam da vida da igreja, mas vêm atraídos exclusivamente pela necessidade de uma graça específica, o pagamento de uma promessa, etc. O tipo de visão de igreja de cada um depende do tipo de vivência eclesial que ele tem. Evidente que há, entre alguns, confusões doutrinárias quanto à identidade do Bom Jesus, como se Ele fosse apenas um santo entre outros. Mas isto não invalida, de modo algum, a fé dos romeiros. As catequeses, pregações, partilhas da palavra, ritos de benção, bem como os próprios sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia, que são realizados e celebrados em todos os dias do Jubileu, são as ocasiões favoráveis para evangelizar o povo, ajudálo a viver melhor, com mais clareza, a sua fé. Apesar destas dificuldades de compreensão, a grande piedade dos fiéis, seu respeito e sua sede por Deus e pelas coisas de Deus, a convivência harmoniosa de todos no Jubileu, mesmo sendo uma multidão tão numerosa todos os dias, mostram que o mais essencial de Deus é captado e vivido no coração e na vida do povo: Deus é amor e nele somos todos irmãos!
Caminhada da Juventude no Jubileu em Conceição
No dia 18 de junho, Grupos de jovens e Crismandos de quatro paróquias da Diocese participaram da caminhada e da Missa às 8horas, em Conceição. O padre administrador paroquial e catequistas da Paróquia Nossa Senhora da Pena do Rio Vermelho conseguiram levar a Conceição um bom número de jovens. Informações de Maria Geralda.
A caminhada da Juventude no do 230º jubileu do Senhor Bom Jesus de
Matosinhos contou com a participação de jovens de Rio Vermelho, Jabuticatubas, Dom Joaquim, Conceição do Mato Dentro e outros. Às 8h, padre Salomão, tendo como concelebrante Padre João Carlos, presidiu a Celebração Eucarística. Às 14h, o momento de louvor com todos os jovens, ministrado pelo grupo de Governador Valadares. Domingo de muita alegria, espiritualidade, integração, união e respeito. E que o Bom Jesus continue nos abençoando. Informações de Flor
ARTIGOS
FOLHA
6 DIOCESANA julho2017
PALAVRA DO PAPA FRANCISCO
Papa: "Adolescência é fase difícil, mas não é uma doença!" a abertura do Congresso diocesano de Roma, na Basílica de S. João de Latrão, na noite de segundafeira (19/06) o papa Francisco disse: “Uma cultura sem raízes, uma família sem raízes é uma família sem história, sem memória”. E convidou a estar ao lado dos adolescentes, recordando que esta fase da vida é ‘difícil’, mas não é uma ‘patologia. A adolescência, fase de crescimento para os jovens Para o Papa, a adolescência “é um tempo precioso na vida dos filhos; um tempo difícil, de mudanças e instabilidade... uma fase que traz riscos e dúvidas, mas crescimento para eles e para toda a família”. Francisco disse também que lhe preocupa a tendência atual dos pais de ‘medicar’ precocemente os jovens. “Parece que tudo se resolve medicando ou
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controlando tudo com o slogan ‘desfrutar o tempo ao máximo’ e assim, a agenda dos jovens fica pior do que a de um executivo”. Portanto, “a adolescência não é uma patologia que precisamos combater; faz parte do crescimento natural”.
“Eles querem se sentir – logicamente – protagonistas”, “procuram muitas vezes sentir aquela ‘vertigem’ que os faça sentir vivos”. “Assim, temos que encorajá-los a transformar seus sonhos em projetos! Proponhamos grandes objetivos e ajudemo-los a realizá-los!”.
Atenção à juventude eterna e ao consumismo “Hoje há uma espécie de competição entre pais e filhos: o paradigma e modelo de sucesso é ‘a eterna juventude’. Ao que parece, crescer e envelhecer é ‘um mal’, é sinônimo de frustração e de uma vida acabada. Tudo deve ser mascarado e dissimulado”. “Como é triste que as pessoas façam ‘lifting’ no coração! É doloroso que se queira cancelar as rugas dos encontros, das alegrias e tristezas!”. O outro perigo é o consumismo “Educar à austeridade é uma riqueza incomparável. Desperta a criatividade, gera possibilidades e especialmente, abre ao trabalho em grupo, à solidariedade; abre aos outros”. Fonte: br.radiovaticana.va
A experiência como parte do processo formativo o dia 05 de maio de 2017 estivemos, o 2° e 1°ano de filosofia, em IpatingaMG e em Coronel Fabriciano-MG. Dois municípios que, embora próximos, apresentam dados geográficos e históricos bem diferentes. Nas respectivas cidades visitamos a Casa da Esperança e o Mosteiro Elizabeth da Trindade(Carmelo). Dois espaços que, à primeira vista, se revelam também, bem diferentes - parte de nossa breve existência. Lidamos com o diferente a todo tempo. E o que é a diferença, senão a parte de uma contradição que carrega entre si algo de semelhante? Afinal, o diferente depende do outro diferente a ele, senão é igual. Assim, julgamos o diferente não pelo todo, mas pela parte. Estes dois lugares visitados, embora “diferentes”, possuem semelhança entre si. Duas realidades distintas, porém, perpassadas por um único objetivo: a promoção da vida física e espiritual. Na Casa da Esperança fomos acolhidos pela fundadora da casa, dona Lúcia, que apresentou-nos um pouco a sua história de vida e de como surgiu a “casa”. Das palavras de amor, esperança, seriedade e alegria por ela proferidas, recolhi algumas que abarcam todos estes sentimentos: “acho bonito o trabalho de vocês… ser padre! Cuidar da alma… O corpo talvez
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fique mais fácil, pois sabemos onde está a doença. A alma é difícil”. São fortíssimas palavras que demostram que no sofrimento as dimensões físico/espiritual estabelecem entre si uma relação de causalidade. Após ouvir estas e outras belas palavras, meditamo-las enquanto caminhávamos pelos corredores. Estes atraíram nossa atenção numa dualidade entre o que víamos à nossa frente e o que líamos nas paredes destes; eram frases que nos advertiam quanto aos verdadeiros valores os quais devemos cultivar. O silêncio meditativo foi uma antecipação do nosso próximo trajeto. No mosteiro, as carmelitas nos acolheram carinhosamente e descre-
veram a rotina da casa, responderam as nossas dúvidas e contaram suas histórias vocacionais. Assim, diante destes locais visitados, podemos inferir que ambas as organizações buscam o contato com Deus. Seja este, através do silêncio contemplativo, da oração, ou através do próximo; que nos mostra que a maior doença está na alma das pessoas e não no corpo. E ambos os canais de encontro com Deus nos advertem que um corpo ferido é consequência de alguma alma doente. Uma pessoa que não recebe auxílios para o corpo é vítima de outra que não recebeu remédio para a sua alma, pois uma alma sã jamais deixaria um corpo ferido. Entendamos que não
são as mazelas da alma consequências do sofrimento do mundo; muito pelo contrário, o sofrimento do mundo é em decorrência de almas feridas. A educação é, pois, uma tarefa essencial que, mais que ensinar, deve promover encontros sagazes que tornem o educando mais perspicaz para com a realidade que vive. Este é um dos seus papéis: mostrar que o mundo é bem mais que as quatro paredes, que limitamos a enxergar. Ou ainda, o é mais que o brilho de um visor que manuseamos diariamente. A educação, inclusive quando nos apresenta a história, deve, portanto, apresentar equilíbrio; não nos estagnar como se tudo estivesse apontado por uma linha errada; nem nos tornar rebeldes, como se tudo, até então, fosse errado. Devemos pensar o hoje como fruto em si mesmo, o amor, de forma a não nos ausentar do presente e ao mesmo tempo não nos perdermos nele. A oração é vacina da alma; e a caridade, que não deixa de ser uma oração, é remédio para aquela. Não que, sendo remédio, deva ser usado só quando parecer estar doente, mas sempre. Afinal, a alma, desde quando saiu da presença do criador, ficou enferma. Portanto, é pela oração que nos aproximamos de Deus. Gabriel Ferreira Oliveira, Seminarista do 1º ano de Filosofia
EVANGELIZAÇÃO
FOLHA
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Tabernáculo inaugurado na paróquia de Dom Joaquim No dia 15 de Junho de 2017, Solenidade de Corpus Christi, em missa presidida por Dom Jeremias Antônio de Jesus, a paróquia São Domingos de Gusmão inaugurou a nova Capela do Santíssimo Sacramento na presença de muito povo, como também foi inaugurado o Coral paroquial, com a bênção da nova Capela. A Instrução Redemptionis Sacramentum da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos sobre algumas coisas que se devem observar e evitar acerca da Santíssima Eucaristia nos diz: ‘’De acordo com a estrutura de cada igreja e os legítimos costumes de cada lugar, o Santíssimo Sacramento será guardado em um sacrário, na parte mais nobre da igreja, mais insigne, mais destacada, mais convenientemente adornada” e também, pela tranquilidade do lugar, “apropriado para a oração”, com espaço diante do sacrário, assim com suficientes bancos ou assentos e genuflexórios. Atenda-se diligentemente, além disso, a todas as prescrições dos livros litúrgicos e às normas do direito, especialmente para evitar o perigo de profanação.” (Redemptionis Sacramentum . n. 130) O Sacrário deve ser destacado no conjunto arquitetônico da Igreja conforme explica a Instrução Redemptionis Sacra-
mentum (n. 129): favorecer a adoração e o culto de latria ao Cristo Eucarístico em todos os momentos, mesmo fora da Santa Missa, além da finalidade prática de custodiar as Hóstias destinadas à comunhão dos enfermos e outros incapacitados de participarem da celebração da Santa Missa. Com informações de Pascom/Paróquia S Domingos de Dom Joaquim/MG
“Família, luz para vida em sociedade” - Hora da Família 2017 “Família, uma luz para a vida em sociedade” é o tema do subsídio Hora da Família 2017. Neste ano, a reflexão está em sintonia com o impulso da Igreja no Brasil para que seja percebida a importância das ações dos cristãos leigos e leigas na sociedade. O material, preparado pela Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, por meio da Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF), propõe os sete encontros da Semana Nacional da Família, Leitura Orante da Palavra e celebrações em família. “Desejamos que, ao refletir sobre os sete temas propostos, nossas famílias cresçam na harmonia e na disposição de Servir melhor a Deus sendo realmente uma luz para a sociedade”, espera o assessor nacional da Comissão para a Vida e Família da CNBB e secretário executivo da CNPF, padre Jorge Alves Filho. Os encontros para a Semana Nacional da Fa-
'o melhor instrumento para evangelizar o jovem é outro jovem' (Papa Francisco)
#Programa Nova Geração Um canal de comunicação com a juventude.
mília, que neste ano será de 13 a 19 de agosto, são compostos de orações, cantos, momentos de escuta da Palavra de Deus e de partilha. Em cada um destes, a reflexão da temática é direcionada a partir de textos bíblicos, de trechos de documentos do Magistério da Igreja e de pequenas histórias. Entre os documentos da Igreja dos quais os trechos foram extraídos, estão as exortações apostólicas Amoris Laetitia – sobre o amor na família, do papa Francisco, e Familiaris Consortio, de São João Paulo II; o Documento de Aparecida; o Catecismo; e o Documento 105 da CNBB “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – sal da terra e luz do mundo”. A intenção, de acordo com padre Jorge, é que as famílias se tornem promotoras da transformação da sociedade em lugar de justiça, fraternidade e paz.
Este ano, como compromisso de fé, amor e missão, as famílias poderão consagrar sua casa à Sagrada Família de Nazaré. Novidades Neste ano, além dos tradicionais encontros celebrativos para o Dia das Mães e o Dia dos Pais, o subsídio Hora da Família apresenta uma sugestão de Leitura Orante com o tema “Valor e virtude do amor”, a partir do texto bíblico contido em I Coríntios, capítulo 13. Outra novidade é a Consagração à Sagrada Família, ao final da celebração da Sagrada Família, que deve ser feita no dia 31 de dezembro. Para este momento, as famílias poderão utilizar o encarte com a imagem da Sagrada Família para consagração da casa como compromisso de fé, amor e missão.
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