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DIOCESANA INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XXII | Nº 269 | Setembro/Outubro de 2019
COM GRANDE FESTA, DOM OTACILIO INICIA SEU MINISTÉRIO COMO 4º BISPO DE GUANHÃES PÁGINAS 4 e 5
BÍBLIA: A PALAVRA DE DEUS “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” (JO 14 ,6) PÁGINA
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MENOS INSULTO E MAIS ORAÇÃO PELOS GOVERNANTES, PEDE PAPA PÁGINA
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“FESTAS DE AGOSTO” EM DOM JOAQUIM E MORRO DO PILAR PÁGINA
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DIOCESANA
REDAÇÃO
Setembro/Outubro de 2019
EDITORIAL
TEMOS UM BISPO!
T
emos bispo! Quase três meses após ser nomeado pelo Papa Francisco, finalmente (desculpe a informalidade) tomou posse como novo bispo de nossa diocese, abraçada pelas terras de São Miguel e Almas, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda. A solene celebração foi testemunhada por milhares de fiéis católicos das 27 paróquias, além do arcebispo da Arquidiocese de Diamantina, até então administrador apostólico da Diocese de Guanhães, Dom Darci José Nicioli, e pelo arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Walmor Olivei-
ra de Azevedo. No rosto de cada diocesano de Guanhães era visível a alegria; cada gesto, olhar e palavra mostrava o estado de graça pela chegada do novo pastor. E que pastor! Dom Otacilio é um homem de fé e comunicação e isso ficou evidente em cada instante da santa missa. Com diálogo leve, fluido e natural, conquistou a todos. Em entrevista coletiva após a celebração, falou em sentir cheiro de ovelhas, não obstante a necessidade de a Igreja ocupar os meios de comunicação e seu aparato tecnológico. Demos graças a Deus! Diocese sem
bispo é um rebanho sem pastor. Dom Otacilio, investido da plenitude do sacramento da ordem, em comunhão e sob a autoridade do Santo Padre, o Papa, é o sucessor dos apóstolos no governo da Diocese de Guanhães. Sua missão é ensinar, santificar e apascentar o povo de Deus na Diocese de São Miguel; servir na gran-
de messe do Senhor, sem medir esforços para garantir a comunhão e a unidade no seu rebanho. Como nosso bispo, é um guardião da fé que, assistido pelos seus irmãos presbíteros, torna presente no meio dos fiéis o Senhor Jesus Cristo. Juliano de Oliveira Nunes, jornalista responsável
CALENDÁRIO DIOCESANO
COMEMORAÇÃO OUTUBRO E NOVEMBRO DE 2019
OUTUBRO
PADRES, RELIGIOSAS, CONSAGRADAS E SEMINARISTAS DA DIOCESE DE GUANHÃES
01 - Confraternização dos servidores paroquiais e diocesanos 01-07 - Semana Nacional da Vida 02 - Reunião preparatória 6ª Assembleia Diocesana de Pastoral 03 - 12 - FESTA NOSSA SENHORA APARECIDA 05 - Encontro Diocesano de coordenadores paroquiais de catequese em Guanhães. Avaliação e Planejamento para 2020 05 - Formação para os Missionários da Pastoral do Dízimo da Área São Miguel – 8h 08 - Dia Nacional do Nascituro 08 - PASCOM. Reunião da coordenação 15 - Encontro do Padre assessor da catequese com a equipe de comissão da catequese 18,19 e 20 - MUTICOM BH 19 - ESCOLA DE TEOLOGIA. – Cristologia I Pe. José Aparecido dos Santos 19 - Formação para os Missionários da Pastoral do Dízimo da Área Virginópolis – 8h 19 e 20 - RCC, Assembleia Estadual em Belo Horizonte 21 - Dia Nacional da Valorização da Família 26 - RCC, Escola de Pregadores no Salão da Catedral
OUTUBRO 02 Pe. José Geraldo da Silva 16 Alisson Sandro Anacleto da Silva, seminarista 20 Pe. João Gomes Ferreira 26 Pe. Eduardo Dornelas da Cruz 27 Pe. Dilton Maria Pinto
Nascimento Nascimento Nascimento Ordenação Nascimento
NOVEMBRO 03 Thiago Dione Vileforte, seminarista 04 Pe. Valter Guedes de Oliveira 05 Maria das Neves de Matos, Coop da F - MP 10 Dyulio Araújo de Vasconcelos, seminarista 17 Dom Otacilio Ferreira de Lacerda 20 Pe. José Aparecido de Pinho 22 Pe. Mário Gomes dos Santos 25 Pe. Elair Sales Diniz 27 Pe. José Aparecido dos Santos
Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Nascimento Ordenação Nascimento
27 - DNJ em Senhora do Porto NOVEMBRO 05 a 08 - CNBB, Congresso Vocacional do Brasil, Aparecida SP 08 a 10 - Encontro Nacional da Pastoral Familiar – Leste II – a definir 09 e 10 - 4º Encontro Diocesano de Formação para líderes jovens, em Guanhães 09 - Encontro do Padre assessor da catequese com a equipe da comissão de catequese e turma do IRPAC 12 - PASCOM. Reunião da coordenação 12 a 14 - CNBB LESTE 2, Assembleia Regional de Pastoral, Casa de Retiros São José, BH 16 - ESCOLA DE TEOLOGIA. - Cristologia II –Pe. José Aparecido dos Santos 19 - Reunião do clero 23 - PASCOM – Espiritualidade com Dom Otacílio 23 - RCC, Escola de Pregadores no Salão da Catedral
EXPEDIENTE
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30 - Avaliação e Agenda de 2020 com a Equipe Diocesana da Pastoral do Dízimo – 9h
DIOCESANA
Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, Padre Bruno Costa Ribeiro Padre Wanderlei Rodrigues dos Santos Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Juliano de Oliveira Nunes - 15.526/MG Tiragem: 5.000 exemplares
Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-1586 folhadiocesana@gmail.com www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 99305-1127 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com
Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.
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CANTINHO DO DÍZIMO E PARTILHA 15 RAZÕES POR QUE SOU DIZIMISTA dos dízimos e nas ofertas. Fostes atingidos pela maldição, e vós, nação inteira, procurais enganarme.” (Mal 3,8-9). 9. Sou dizimista porque amo a obra de Deus. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura…” (Mc 16,15). 10. Sou dizimista porque quero ser abençoado “… dai, e dar-se-vosá. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também.” (Lc 6,38). 11. Sou dizimista porque Jesus ensinou sobre o valor do dízimo. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fidelidade. Eis o que era preciso praticar em primeiro lugar, sem contudo deixar o restante.” (Mt 23,23). 12. Sou dizimista porque não sou avarento. “Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições.”(ITm 6,10). 13. Sou dizimista porque meu tesouro está nos céus “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, lá também está teu coração.” (Mt 6,19-21). 14. Sou dizimista porque minha descendência não irá mendigar pão. “Fui jovem e já sou velho, mas jamais vi o junto abandonado, nem seus filhos a mendigar o pão.” (Sl 36,25). 15. Sou dizimista porque terei que prestar contas dos bens de Deus colocados em minhas mãos. “Ele chamou o administrador e lhe disse: que é que ouço dizer de ti? Presta conta da tua administração, pois já não poderás administrar meus bens.” (Lc 16,2).
SEJA FIEL NO ATO DE DAR! A FIDELIDADE É O TERMÔMETRO DO GRAU DE MATURIDADE DA VIDA ESPIRITUAL. E por quê? Ela é um reflexo da própria fidelidade de Deus. O ponto fundamental da fidelidade divina é o Seu amor infinito por cada um dos Seus filhos, entre eles você. Tudo quanto Ele declarou ser sua intenção fazer, jamais deixou de se cumprir. “Vossa verdade dura de geração em geração, tão estável como a terra que criastes” (Sl 119,90). Mesmo diante das infidelidades do Seu povo, manteve firme a Aliança selada primeiro no Sinai e depois, confirmada no Calvário no Sangue precioso de Jesus Cristo. Uma das áreas mais difíceis de praticar a fidelidade é a financeira. Não basta compreender o valor do dízimo e das ofertas, também é necessário exercitá-lo e ser fiel por toda a vida, em todas as circunstâncias. Os bens colocados em suas mãos pertencem a Deus, daí: “o que se exige dos administradores é que sejam fiéis.” (1Cor 4,2). ideeanunciai.wordpress.com, enviado por Diácono Edmilson Candido
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BÍBLIA
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A PALAVRA DE DEUS
Foto: Gilmar Tito Ribeiro
1. Sou dizimista porque o dízimo é uma lei do Senhor. “Porás à parte o dízimo de todo fruto de tuas semeaduras, de tudo o que o teu campo produzir cada ano.” (Deut 14,22). 2. Sou dizimista porque o dízimo é santo e pertence a Deus. “Todos os dízimos da terra, tomados das sementes do solo ou dos frutos das árvores, são propriedade do Senhor: é uma coisa consagrada ao Senhor. Se alguém quiser resgatar alguma coisa de seus dízimos, ajuntará uma quinta parte.” (Lev 27,30-32). 3. Sou dizimista porque tudo vem das mãos de Deus “Quem sou eu, e quem é meu povo, para que possamos fazer-vos voluntariamente estas oferendas? Tudo vem de vós e não oferecemos senão o que temos recebido de vossa mão.” (I Cron 29,14). 4. Sou dizimista porque tudo pertence a Deus. “A prata e ouro me pertencem – oráculo do Senhor dos exércitos.” (Ag 2,8). 5. Sou dizimista porque o dízimo é o segredo para estar em paz com Deus. “Honra ao Senhor com teus haveres, e com as primícias de todas as tuas colheitas: então, teus celeiros se abarrotarão de trigo, e teus lagares transbordarão de vinho.” (Prov 3,9-10). 6. Sou dizimista porque dízimo nos torna participantes da casa de Deus. “neste lugar é que comerá o dízimo de teu trigo, de teu vinho e de teu óleo, bem como os primogênitos de teu rebanho grande e miúdo, para que aprendas a temer o Senhor, teu Deus, para sempre.” (Deut 14,23). 7. Sou dizimista porque meu salário não será pago em bolsa furada. “Semeais muito e recolheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não chegais a apagar a vossa sede; vestis, mas não vos aqueceis; e o operário guarda o seu salário em saco roto!” (Ag 1,6). 8. Sou dizimista porque é errado não entregar o dízimo. “Pode o homem enganar o seu Deus? Por que procurais enganar-me? E ainda perguntais: Em que vos temos enganado? No pagamento
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ARTIGOS
“EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA” (JO 14 ,6)
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Mês de Setembro é dedicado na Igreja do Brasil à Bíblia. No seu todo, os Livros Sagrados compõem o Antigo e o Novo Testamento. Estes querem ser o mapa para o viajador, o cajado para o peregrino, a bússola para o piloto, a espada para o soldado, e, sobretudo, o caminho certo para o cristão. Sua leitura é estudo, consulta, oração, recolhimento, silêncio, meditação, encontrando, assim, o alimento que nos conforta (Mt 15,11). Sua arte de dirigir o espírito na investigação da verdade quer dar alento, com a sólida parábola da casa na rocha (Mt 7, 24-27; Lc 6, 47-49), o significado do fermento na massa (Mt 13, 33), a profundidade do grão de mostarda (Mt 13, 31-32; Mc 4, 30; Lc 13, 18), a esperança da ovelha perdida (Mt 18, 12-13), o valor de ser sal e luz do mundo (Mt 5, 13; Mc 9, 49-50), a grande recompensa de sermos trabalhadores da Vinha do Senhor (Mt 21, 1-16), a qualidade e o caráter do vinho novo (Mt 9, 17; Mc 2, 22; Lc 5, 37-39) e o quanto vale a pena conhecer a grande vitória da ressurreição (Mt 28, 2; Jo 11, 1- 46). Podemos dizer, com alegria, que a Sagrada Escritura é o best-seller de todos os tempos. Este grande livro impulsiona-nos a ver Jesus entrando no coração de tanta gente, curando com encanto, favorecendo o perdão dos pecados (Lc 7, 36-50; 8, 2-3), a paciência de restabelecer (Lc 21, 19; Rom 5, 3-4; Cor 6, 3-4; Gál 5, 22), quebrando o orgulho (Mt 23, 12; Lc 1, 51; Tg 4, 6. 16), ensinando com parábolas que é possível se santificar, por muito grande ou pequena a chaga (Lc 16, 1-9; Mt 18, 12-13; Lc 15, 11-32; Lc 17, 11-19), oferecendo condições de que, para Deus, tudo é possível. São Gregório Magno diz: “As palavras divinas crescem com quem as lê”. A pessoa de fé quer, naturalmente, saber o que é mesmo o
que acredita. O que implica em sua vida concreta e em seu destino. O ser humano quando envolvido de fé tem dentro de si uma curiosidade. Santo Anselmo diz: “A fé é desejosa de saber”. Santo Agostinho atesta: “Desejei ver com a inteligência o que acreditei”. No dizer de Clodovis Boff: “Há na fé uma vontade de verdade”. Nisto consiste a verdade Daquele que se encarnou (Jo 1, 14 ss). Nossa fé efetiva mostra com clareza a entrada de Deus na história real. Jesus se torna a verdadeira Tora, no dizer do então Cardeal Joseph Ratzinger, hoje Papa Emérito Bento XVI, no seu livro Jesus de Nazaré. Por isso, no mês de Setembro, e consequentemente, todo o ano, queremos viver, recordar, celebrar e anunciar, com fé, o que a Sagrada Escritura nos quer dizer. Estas Sagradas Letras são a grande faculdade de conhecer, o maior acontecimento de Deus. Nesta grande Carta, o Criador informa a toda a humanidade qual é seu desejo e vontade. O Papa Francisco, em sua Carta Encíclica Lúmen Fidei, nos diz: A transmissão da fé, que brilha para as pessoas de todos os lugares, passa pelo eixo dos tempos, a sua palavra (n.º 38). A Bíblia nos convida a vivenciarmos o dinamismo da vida cristã rumo à plena comunhão com Deus (n.º 7). Todas as verdades que cremos afirmam o mistério da vida nova da fé como caminho de comunhão com o Deus Vivo (n.º 45). É por isso que a Bíblia é o grande livro da humanidade. Seja um (a) apaixonado (a) da palavra de Deus, a Bíblia. Pense nisso! Côn. Dr. Manuel Quitério de Azevedo Prof.º do Seminário de Diamantina e da PUC-MG Membro da Academia de Letras e Artes de Diamantina - (ALAD). Membro da Academia Marial-SP
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pós quase três anos de ministério como bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo da Diocese de Guanhães, pertencente ao Regional Leste II da CNBB, na Província Eclesiástica de Diamantina, e assumiu o cargo na manhã do dia 14 de setembro, em uma solene cerimônia na Catedral de São Miguel Arcanjo. “Bendito e louvado seja Deus, o Pai de Jesus Cristo, Senhor nosso, que do alto céu nos abençoou em Jesus Cristo com bênção espiritual de toda sorte” (Ef 1, 3). Somente pela graça de Deus é que somos possibilitados a escrever hoje mais uma página na história de nossa tão amada Diocese de Guanhães.
Milhares de fiéis das 27 paróquias da diocese de Guanhães, dioceses vizinhas, da diocese de Guarulhos/SP, da arquidiocese de Belo Horizonte, além de inúmeros bispos, arcebispos, padres, diáconos e seminaristas, participaram fervorosamente da solene celebração na Catedral São Miguel, onde se realizou a Posse Canônica e a Missa Estacional segundo o Rito. Uma grande ação de graças ao Senhor da História por nossa história, que com a presença de Dom Otacilio escreve mais um capítulo. Acreditamos firmemente que Deus sempre esteve presente conosco ao longo desses anos e conosco estará a cada momento do futuro, indicando-nos o caminho a seguir e fortalecendo-nos a cada passo. Ele é quem nos assegura: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mt 28,20b).
Fotos: Lucas Medeiros e Thaís Milani
POSSE CANÔNICA DE DOM OTACILIO FERREIRA DE LACERDA - 4º BISPO DE GUANHÃES (MG) “PARA MIM O VIVER É CRISTO” – “MIHI VIVERE CHRISTUS EST” (FL 1,21)
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Brasão episcopal do quarto bispo da diocese de Guanhães é composto de um escudo dividido em quatro partes, uma cruz dourada em fundo chapado azul, que representa a devoção de nosso bispo a Nossa Senhora do Bom Sucesso, fonte inspiradora para aceitar o chamado ao ministério episcopal. O “SIM” de Maria iluminou o “SIM” de dom Otacilio. A Cruz dourada significa AUTORIDADE AMOROSA, como deve ser marcada a vida de um bispo. Na parte superior do Escudo, à direita, está uma Bíblia aberta, prateada, com contorno dourado, tendo no centro uma lança ladeada das letras gregas ALFA E ÔMEGA: Cristo, o princípio e o fim da dedicação episcopal de dom Otacilio. À esquerda da parte superior do brasão está uma Âncora prateada que significa o Cristo que ancora a perseverança fiel de seu ministério, mesmo nos momentos de dificuldades e, ao mesmo tempo, a renovação da esperança nas promessas de Cristo, onde ancora seu coração. Abaixo, à direita do brasão, a imagem do Cordeiro, que devido à sua candura e tolerância é símbolo de mansidão e pureza de coração, qualidades necessárias para os que estão a serviço do acolhimento dos fiéis que procuram a pessoa do Bispo, como pastor da Igreja onde ele está. Abaixo, à esquerda, está uma Estrela, que significa “Maria, a Estrela da Nova Evangelização”, propósito claro na opção de Dom Otacilio no seu ministério episcopal. Atrás do brasão, a Cruz em ouro simboliza o cajado do pastor, que deve continuar a Missão de Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado, sustento e modelo do serviço pastoral que o novo Bispo deseja exercer. Na ponta da cruz-cajado, o listel com o lema de Dom Otacilio: “PARA MIM O VIVER É CRISTO” – “MIHI VIVERE CHRISTUS EST” (Fl 1,21). Em cima do brasão está o chapéu prelatício verde, com seis borlas de cada lado, símbolo do Episcopado. Dom Otacilio deseja transparecer em seu ministério a vida de Cristo, por meio da Palavra proclamada, da tradição dos Santos Padres trazida para a experiência da vida. A espiritualidade Paulina, que inspirou seu lema, e a devoção e espiritualidade Mariana estão presentes em seu ministério e no serviço de uma Igreja missionária. Na Eucaristia, encontra o sustento e força da presença de Cristo, experiência profunda de comunhão.
DISCURSO DE DOM DARCI:
D
urante meses a lgreja particular de Guanhães, esperançosa, rezou fervorosamente: "Ó Deus, Pastor Eterno, que governais o vosso Povo com solicitude constante, no vosso amor de Pai, concedei à Diocese de Guanhães um Bispo que vos agrade pela virtude e que vele solícito por nós". E prometeu: "Fazei que, neste tempo de espera do nosso novo Pastor, continuemos unidos na Fé e na oração, na comunhão fraterna e na participação ativa, em todas as paróquias e comunidades.” E Deus ouviu o clamor do seu Povo! O escolhido, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, é mineiro de Itapiruçu, distrito da cidade de Palmas, na Diocese de Leopoldina. Filho de João Ferreira de Lacerda e Nerília, já falecidos. São seus irmãos: Walter, Carmem, Selma, Célia e Cleonice. Logo criança fez-se migrante com a família na busca de melhores dias e foi para a grande São Paulo, precisamente para a cidade de Guarulhos. Levou consigo a religiosidade mineira e integrou-se na vida
paroquial: foi catequista, Ministro da Eucaristia e Coordenador da Capela de Santa Luzia, hoje paróquia do Jardim Alvorada. Participando ativamente da comunidade descobriu a vocação sacerdotal e há 31 anos é padre. Procurou qualificar-se para melhor servir... Além dos estudos preliminares e das faculdades de Filosofia e Teologia, formou-se em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de SP, de onde sua especial atenção para os desafios sociais, segundo a Doutrina Social da Igreja. Como diácono e sacerdote teve larga experiência de paroquiato, tanto na Diocese de Guarulhos (SP) e no Norte do Brasil, quando missionou enviado pela Igreja no Estado de Rondônia, na diocese de Ji-Paraná. Em seu trabalho ministerial, já como jovem sacerdote, salta aos olhos a sua índole missionária. Dom Otacilio é homem simples, gente boa! Destaca-se por ser um trabalhador incansável e por uma característica que Ihe é muito peculiar: a proximidade. É gente que entra pe-
la porta da cozinha e se aconchega no coração das pessoas! Foi feito bispo pelo Papa Francisco no ano de 2016 e enviado para a Arquidiocese de Belo Horizonte. Como bispo auxiliar, presidiu a região Episcopal N. Sra. Aparecida, que abrange as paróquias e comunidades presentes em 14 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Articulando a pastoral de conjunto, dedicou-se com especial atenção às Pastorais Sociais, aos projetos de ação no mundo do trabalho e habitação. Recentemente foi reeleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora do Regional Leste II, da CNBB. Inspirou-se na espiritualidade de São Paulo, o grande apóstolo dos gentios, de onde tirou o lema episcopal que orienta a sua vida: "Para mim o viver é Cristo" e, também, na espiritualidade mariana, para estar à disposição de uma Igreja servidora e missionária. Deus ouviu a oração do seu Povo e o Papa Francisco nomeou, no dia 19 junho passado, a Dom Otacilio como o 4º Bispo diocesano de Guanhães. A lgreja diocesana de Guanhães, esta jovem esposa de apenas 33 anos, presente em 30 municípios e 27 paróquias, com os seus 28 sacerdotes e 3 diáconos, seminaristas e centenas de lideranças leigas, ganha um Bispo bom, um servidor do Povo, um Pastor segundo o Coração de Jesus. O Povo de Deus presente em toda a Província Eclesiásti-
ca formada pelas dioceses de Almenara (D. Cabral), Araçuaí (D. Marcello), Teófilo Ottoni (D. Messias) e por mim em Diamantina, Ihe dizemos, Dom Otacilio: Bem-vindo à terras do centro norte de Minas Gerais, aos vales do Mucuri, Jequitinhonha e Rio Doce. Juncti Valemus! D. Darci José Nicioli, CSSR Arcebispo Metropolitano do Diamantina
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pós quase três anos de ministério como bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda foi nomeado pelo Papa Francisco como bispo da Diocese de Guanhães, pertencente ao Regional Leste II da CNBB, na Província Eclesiástica de Diamantina, e assumiu o cargo na manhã do dia 14 de setembro, em uma solene cerimônia na Catedral de São Miguel Arcanjo. “Bendito e louvado seja Deus, o Pai de Jesus Cristo, Senhor nosso, que do alto céu nos abençoou em Jesus Cristo com bênção espiritual de toda sorte” (Ef 1, 3). Somente pela graça de Deus é que somos possibilitados a escrever hoje mais uma página na história de nossa tão amada Diocese de Guanhães.
Milhares de fiéis das 27 paróquias da diocese de Guanhães, dioceses vizinhas, da diocese de Guarulhos/SP, da arquidiocese de Belo Horizonte, além de inúmeros bispos, arcebispos, padres, diáconos e seminaristas, participaram fervorosamente da solene celebração na Catedral São Miguel, onde se realizou a Posse Canônica e a Missa Estacional segundo o Rito. Uma grande ação de graças ao Senhor da História por nossa história, que com a presença de Dom Otacilio escreve mais um capítulo. Acreditamos firmemente que Deus sempre esteve presente conosco ao longo desses anos e conosco estará a cada momento do futuro, indicando-nos o caminho a seguir e fortalecendo-nos a cada passo. Ele é quem nos assegura: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mt 28,20b).
Fotos: Lucas Medeiros e Thaís Milani
POSSE CANÔNICA DE DOM OTACILIO FERREIRA DE LACERDA - 4º BISPO DE GUANHÃES (MG) “PARA MIM O VIVER É CRISTO” – “MIHI VIVERE CHRISTUS EST” (FL 1,21)
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Brasão episcopal do quarto bispo da diocese de Guanhães é composto de um escudo dividido em quatro partes, uma cruz dourada em fundo chapado azul, que representa a devoção de nosso bispo a Nossa Senhora do Bom Sucesso, fonte inspiradora para aceitar o chamado ao ministério episcopal. O “SIM” de Maria iluminou o “SIM” de dom Otacilio. A Cruz dourada significa AUTORIDADE AMOROSA, como deve ser marcada a vida de um bispo. Na parte superior do Escudo, à direita, está uma Bíblia aberta, prateada, com contorno dourado, tendo no centro uma lança ladeada das letras gregas ALFA E ÔMEGA: Cristo, o princípio e o fim da dedicação episcopal de dom Otacilio. À esquerda da parte superior do brasão está uma Âncora prateada que significa o Cristo que ancora a perseverança fiel de seu ministério, mesmo nos momentos de dificuldades e, ao mesmo tempo, a renovação da esperança nas promessas de Cristo, onde ancora seu coração. Abaixo, à direita do brasão, a imagem do Cordeiro, que devido à sua candura e tolerância é símbolo de mansidão e pureza de coração, qualidades necessárias para os que estão a serviço do acolhimento dos fiéis que procuram a pessoa do Bispo, como pastor da Igreja onde ele está. Abaixo, à esquerda, está uma Estrela, que significa “Maria, a Estrela da Nova Evangelização”, propósito claro na opção de Dom Otacilio no seu ministério episcopal. Atrás do brasão, a Cruz em ouro simboliza o cajado do pastor, que deve continuar a Missão de Jesus Cristo, Morto e Ressuscitado, sustento e modelo do serviço pastoral que o novo Bispo deseja exercer. Na ponta da cruz-cajado, o listel com o lema de Dom Otacilio: “PARA MIM O VIVER É CRISTO” – “MIHI VIVERE CHRISTUS EST” (Fl 1,21). Em cima do brasão está o chapéu prelatício verde, com seis borlas de cada lado, símbolo do Episcopado. Dom Otacilio deseja transparecer em seu ministério a vida de Cristo, por meio da Palavra proclamada, da tradição dos Santos Padres trazida para a experiência da vida. A espiritualidade Paulina, que inspirou seu lema, e a devoção e espiritualidade Mariana estão presentes em seu ministério e no serviço de uma Igreja missionária. Na Eucaristia, encontra o sustento e força da presença de Cristo, experiência profunda de comunhão.
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urante meses a lgreja particular de Guanhães, esperançosa, rezou fervorosamente: "Ó Deus, Pastor Eterno, que governais o vosso Povo com solicitude constante, no vosso amor de Pai, concedei à Diocese de Guanhães um Bispo que vos agrade pela virtude e que vele solícito por nós". E prometeu: "Fazei que, neste tempo de espera do nosso novo Pastor, continuemos unidos na Fé e na oração, na comunhão fraterna e na participação ativa, em todas as paróquias e comunidades.” E Deus ouviu o clamor do seu Povo! O escolhido, Dom Otacilio Ferreira de Lacerda, é mineiro de Itapiruçu, distrito da cidade de Palmas, na Diocese de Leopoldina. Filho de João Ferreira de Lacerda e Nerília, já falecidos. São seus irmãos: Walter, Carmem, Selma, Célia e Cleonice. Logo criança fez-se migrante com a família na busca de melhores dias e foi para a grande São Paulo, precisamente para a cidade de Guarulhos. Levou consigo a religiosidade mineira e integrou-se na vida
paroquial: foi catequista, Ministro da Eucaristia e Coordenador da Capela de Santa Luzia, hoje paróquia do Jardim Alvorada. Participando ativamente da comunidade descobriu a vocação sacerdotal e há 31 anos é padre. Procurou qualificar-se para melhor servir... Além dos estudos preliminares e das faculdades de Filosofia e Teologia, formou-se em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de SP, de onde sua especial atenção para os desafios sociais, segundo a Doutrina Social da Igreja. Como diácono e sacerdote teve larga experiência de paroquiato, tanto na Diocese de Guarulhos (SP) e no Norte do Brasil, quando missionou enviado pela Igreja no Estado de Rondônia, na diocese de Ji-Paraná. Em seu trabalho ministerial, já como jovem sacerdote, salta aos olhos a sua índole missionária. Dom Otacilio é homem simples, gente boa! Destaca-se por ser um trabalhador incansável e por uma característica que Ihe é muito peculiar: a proximidade. É gente que entra pe-
la porta da cozinha e se aconchega no coração das pessoas! Foi feito bispo pelo Papa Francisco no ano de 2016 e enviado para a Arquidiocese de Belo Horizonte. Como bispo auxiliar, presidiu a região Episcopal N. Sra. Aparecida, que abrange as paróquias e comunidades presentes em 14 municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Articulando a pastoral de conjunto, dedicou-se com especial atenção às Pastorais Sociais, aos projetos de ação no mundo do trabalho e habitação. Recentemente foi reeleito presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora do Regional Leste II, da CNBB. Inspirou-se na espiritualidade de São Paulo, o grande apóstolo dos gentios, de onde tirou o lema episcopal que orienta a sua vida: "Para mim o viver é Cristo" e, também, na espiritualidade mariana, para estar à disposição de uma Igreja servidora e missionária. Deus ouviu a oração do seu Povo e o Papa Francisco nomeou, no dia 19 junho passado, a Dom Otacilio como o 4º Bispo diocesano de Guanhães. A lgreja diocesana de Guanhães, esta jovem esposa de apenas 33 anos, presente em 30 municípios e 27 paróquias, com os seus 28 sacerdotes e 3 diáconos, seminaristas e centenas de lideranças leigas, ganha um Bispo bom, um servidor do Povo, um Pastor segundo o Coração de Jesus. O Povo de Deus presente em toda a Província Eclesiásti-
ca formada pelas dioceses de Almenara (D. Cabral), Araçuaí (D. Marcello), Teófilo Ottoni (D. Messias) e por mim em Diamantina, Ihe dizemos, Dom Otacilio: Bem-vindo à terras do centro norte de Minas Gerais, aos vales do Mucuri, Jequitinhonha e Rio Doce. Juncti Valemus! D. Darci José Nicioli, CSSR Arcebispo Metropolitano do Diamantina
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HISTÓRICO DA FESTA DE NOSSA SENHORA DAS DORES
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devoção a Nossa Senhora das Dores, em Dores de Guanhães, surgiu há mais de dois séculos. Dom João VI, decretando a Sesmaria, doou as terras aos primeiros colonos, solicitando que fosse erigida uma igrejinha em honra a Nossa Senhora das Dores. Daí, esses primeiros dorenses começam a relembrar o sofrimento da Mãe de Jesus que, carinhosamente, é celebrada na Festa de Nossa Senhora das Dores, ou simplesmente Festa de Setembro. As festividades a Nossa Senhora das Dores são realizadas desde a fundação da antiga Capelinha das Dores de Guanhães, antigo nome de Dores, e se foi moldando até os dias atuais. Há citação dela no século XIX, em 1880, no jornal mineiro “A Província Mineira”, no qual padre Cesário fora convidado para celebrar na Festa de Setembro: “visto estar muito comprometido com o Revendo Candido Antônio Vieira para assistir e pregar em sua festa nas Dores”. A presença de padres convidados se tornou uma prática que se mantém atualmente. A festa foi se firmado melhor a partir da inauguração da Igreja Matriz, nos idos de 1860, e da Paróquia, em 1871. Já foi celebrada inclusive mais de uma vez no século XX, como em 1917, em que Joaquim Belisário é autorizado a celebrá-la novamente em outubro, um mês após a festa oficial. O meio utilizado para homenagear a padroeira é a novena, forma mais utiliza-
da no século XIX. O 15 de setembro é o dia dedicado a Nossa Senhora das Dores, sendo a novena margeada por essa data. Desde o século XX, a celebração maior se concentra nos três últimos dias, sexta, sábado e domingo. Ao momento religioso foram incluídos, a partir da década de 60, eventos sociais, como corrida rústica e torneio de futebol. O sábado ficou definido como dia do levantamento da bandeira e o domingo para procissão da imagem da Padroeira pelas ruas da cidade. Durante o levantamento da bandeira,
a presença da Marujada de Nossa Senhora do Rosário é confirmada por muitos anos. Eles realizam suas evoluções no trajeto do mastro; quando a bandeira atinge o topo, as danças e tambores tomam um ritmo mais acelerado. Uma linda tradição, muito peculiar e dorense. Ao final do levantamento, é realizado show pirotécnico. O céu brilha com fogos de artifícios com cores e sons diversos. A banda de música de cidades vizinhas, a partir da década de 60, passa a acompanhar o levantamento. O domingo é despertado pelo segundo ato da banda, a alvorada. Durante o dia é a vez dos leilões de diversos bezerros doados pela comunidade. À noite, encerrando os festejos, é realizada a procissão, sendo a imagem carregada pelo povo e animada pela banda de música. Até a década de 70, houve a presença dos festeiros e dos mordomos da bandeira, desaparecendo na década seguinte. Aos primeiros cabiam programar para que não faltasse nada nas festividades, como barraquinhas e leilões de bezerros. Os mordomos ficavam responsáveis por ornamentar a bandeira e enfeitar o mastro. Os festeiros são substituídos posteriormente pelas comunidades dorenses que, a cada dia da festa, animam e trazem alegria pelos seus instrumentos e vozes. A bandeira atualmente sai de uma determinada casa e é levada no sábado para seu hasteamento.
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Antigamente as casas eram enfeitadas com balões luminosos nas janelas, confeccionados de papel de seda, proporcionando um belo espetáculo à noite. A festa era o acontecimento do ano. Várias pessoas alugavam casas na cidade para poder participar. Eram produzidos muitos doces e comidas típicas para as barraquinhas, como o tradicional arroz com galinha. Na década de 80, a musicalidade acalentava os corações dos dorenses e visitantes durante a festa: caixas de som eram fixadas nos postes e animavam a população. Os frutos que surgem nesses dias ultrapassam o limiar do religioso, embora seja esse o elo de todos outros ângulos, como o encontro familiar, em que dorenses dispersos em muitas localidades retornam entre os seus, momento de encontro e de encanto. Diversas lembranças no passado seguiam viagem junto a esses, como as diversas canecas que eram confeccionadas, mantendo-se presente durante todo ano, até que viesse a próxima festa. Dessa forma, a Festa de Nossa Senhora das Dores foi se incorporando na comunidade, tornando-se patrimônio imaterial e bem registrado em 2015, porque representa a memória, a identidade e a cultura do povo dorense. Celebrar a Mãe das Dores também é a concretização da profecia: “todas as gerações me chamarão de Bem-Aventurada”. Gilson Mateus Soares, pesquisador dorense.
MENOS INSULTO E MAIS ORAÇÃO PELOS GOVERNANTES, PEDE PAPA
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Papa Francisco pediu na manhã de segunda-feira 16/09 - durante missa celebrada na capela da Casa Santa Marta, que os fiéis rezem pelos governantes e pelos políticos, para que levem adiante com dignidade suas vocações. A celebração eucarística foi a primeira no local depois da pausa de verão. Refletindo sobre a Primeira Carta de São Paulo apóstolo a Timóteo, o Pontífice observou a necessidade de todo o povo rezar por um “pedido universal”. Sobre as orações, o Santo Padre pediu que fossem feitas “sem cólera e sem polêmi-
cas”. “Pedidos, súplicas, orações e agradecimentos para todos os homens e ao mesmo tempo pelos reis e por todos os que estão no poder”, completou. Segundo Francisco, Paulo evidencia que o ambiente de uma pessoa que crê é a oração, a oração de intercessão. “Que todos rezemos por todos, para que possamos levar uma vida calma e tranquila, digna e dedicada a Deus”, rogou. Para o Papa, é necessária a oração para que isso seja possível. O Pontífice explicou tratar-se da oração pelos governantes, pelos políticos, pelas pessoas que são responsáveis de levar adiante uma instituição política, um país, uma província. Os políticos, afirmou o Santo Padre, recebem “adulações por parte de seus favoritos ou insultos”. De acordo com Francisco há políticos, mas também padres e bispos que são insultados. Para o Pontífice, “alguns merecem”, mas a prática se tornou “um hábito” de “acúmulo de insultos e de palavrões, de de-
preciações”. Ainda assim, o Papa frisou que quem está no governo “tem a responsabilidade de conduzir o país”. Sobre o povo, questionou: “E nós, os deixamos sós, sem pedir a Deus que os abençoe?”. Respondeu: “Tenho certeza que não se reza pelos governantes, ao contrário: poderia parecer que a oração aos governantes seja ‘insultar-lhes'”. Por fim, o Santo Padre recordou como os italianos passaram recentemente por uma “crise de governo”. “Quem de nós rezou pelos governantes? Quem de nós rezou pelos parlamentares? Para que possam ir de acordo e levar adiante a pátria? Parece que o espírito patriótico não chega à oração; mas sim às desqualificações, ao ódio, às brigas, e termina assim. Portanto, quero que em todos os lugares as pessoas rezem, levantando as mãos puras para o céu, sem raiva e sem polêmicas. É preciso discutir e esta é a função de um parlamento. Discutir, mas não destruir o outro. Aliás, é preciso rezar pelo outro, por aquele
que tem uma opinião diferente da minha”, exortou. Diante dos que pensam que aquele político é “muito comunista” ou “corrupto”, o Papa, citou a passagem do Evangelho de Lucas na qual o apóstolo não pede para que a política seja discutida, mas pede orações. Aos que dizem que “a política é suja”, o Pontífice afirmou que Paulo VI a considerava “a mais alta forma de caridade”: “Pode ser suja assim como qualquer outra profissão, qualquer uma… Somos nós que sujamos uma coisa, mas não é a coisa em si que é suja. Acredito que devemos nos converter e rezar pelos políticos de todas as cores, todos eles! Rezar pelos governantes. É isso que Paulo nos pede. (…) Os governantes são responsáveis pela vida de um país. É bom pensar que, se o povo reza pelos governantes, os governantes também serão capazes de rezar pelo povo, como o centurião que reza pelo seu servo”, concluiu. Da redação, com vaticannews.va
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“FESTAS DE AGOSTO” EM DOM JOAQUIM E MORRO DO PILAR
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orro do Gaspar, como assim era chamada em meados do século XVIII, Morro do Pilar, além da importância histórica, como berço da siderurgia nacional, é cenário de muitas tradições que manifestam o frescor da fé guardada já desde seus primeiros habitantes. Um misto de história, de religiosidade e de fé, a simbiose do Império do Divino com a Monarquia deixaram resquícios nas festividades culturais da pitoresca cidade. Devotados de Nossa Senhora do Rosário e de São Benedito, os negros encontraram na religiosidade popular não apenas meio de expressão da fé, mas também de reconhecimento social. Nesse cenário, é perceptível a diMORRO DO PILAR: FÉ, HISTÓRIA E CULTURA versidade cultural “[...] Apesar do sol e tudo mais... as pessoas vão para que une maneiras diversas de expresver seus filhos, para ver seus netos e acabam indo sar a fé num mespara participar da Igreja” – Filipe Oliveira. mo louvor; Congada, marujada e catopé. Missa das 14h, na qual se honra o santo e O hasteamento da bandeira, com fogos transfere a coroa para os festeiros do ano de artifício, é sinal do desejo humano de re- seguinte. Após a Missa, terminam-se as fesligar a Deus e da abertura da conhecida po- tividades com a distribuição de medalhipularmente “festa de Agosto”. Com início nhas e do tradicional doce de leite, de batanuma quinta-feira, próximo ao dia 15 de ta e de mamão. Assim ocorre nos quatro Agosto, após a Celebração Eucarística das dias em que são homenageados respectiva19h, os fiéis dirigem-se para o adro da igre- mente: São Benedito, Divino Espírito Santo ja onde é preparado o local para o mastro e e Nossa Senhora do Rosário. para a queima de fogos. Na madrugada do A piedade popular Mariana e Pneumadia seguinte, sexta-feira, é servido, às 4h da tológica é uma das caraterísticas da religiomanhã, um delicioso tutu com arroz, o “tu- sidade brasileira que encontrou no municítu da madrugada”. Na tarde do mesmo dia, pio mineiro diversas maneiras de expressão. forma-se um cortejo processional para a Com 201 anos de criação, a paróquia Nos-
sa Senhora do Pilar celebra a festa de sua padroeira, já não mais no mês de agosto mudança feita pelo memorável Monsenhor Nogueira – mas, atualmente, no mês de maio. São comemorações dos fiéis que reúnem familiares e visitantes para, numa só fé, elevar louvores à Trindade por meio da comunhão dos santos. Considerada uma das celebrações religiosas mais esperadas, a festa envolve toda a comunidade que auxilia direta ou indiretamente na realização do evento. A convite dos festeiros, aqueles que irão participar do cortejo alugam as vestes que retratam ele-
mentos da religiosidade associado ao que se é celebrado. Uma alegria satisfatória é participar da festa de Agosto – confessou um jovem: “é com muita satisfação que eu participo, pelo fato de que eu estou ali representando a festa de São Benedito, estou representando a festa do Divino, estou representando a festa do Rosário [...] O que mais me chama atenção são as crianças participando, levando as bandeiras, [...] Então, é uma coisa que desde pequenas as crianças já ficam empolgadas ou até mesmo as crianças falam: ‘papai, mamãe eu quero participar’ porque é uma coisa bacana apesar do sol e tudo mais [...] as pessoas vão para ver seus filhos, para ver seus netos e acabam indo para participar da Igreja”. Como visto, o cortejo não se trata de um desfile religioso. Representa, acima de tudo, uma responsabilidade na evangelização, uma vez que cada participante é expressão visível das realidades invisíveis de nossa fé. Além disso, o envolvimento dos jovens e das crianças é momento oportuno de estreitar os laços familiares e de envolver os fiéis nas pastorais e movimentos da Igreja. Desse modo, o Morro do Gaspar do século XVIII continua a ser uma fonte transbordante de fé, de história e de cultura a cada geração que experimenta, por meio da piedade popular, o infinito Amor de Deus. Gabriel Ferreira Oliveira, 3º ano do discipulado (seminarista do 3º ano de filosofia) Fotos: Maria do Socorro Damasceno
FESTA DE SÃO DOMINGOS DE GUSMÃO EM DOM JOAQUIM (MG) 150 ANOS DE FÉ, DEVOÇÃO E CULTURA
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udo começou com o empenho e dinamismo do nosso Administrador Paroquial “Pe. José Geraldo da Silva” que sonhou, colocou no papel, expôs suas ideias, e a partir daí, junto com o CPP, o sonho se realizou! Cinco Aquecimentos Espirituais foram propostos: Fevereiro, Março, Abril, Maio, Junho com dinâmicas diferentes a cada mês. Ministérios de Louvor das cidades vizinhas de Guanhães, São João Evangelista e Peçanha se fizeram presentes e abrilhantaram grandemente os nossos aquecimentos. As festividades aconteciam sempre na Praça da Matriz, após a Santa Missa que era bem celebrada e participada pelos Setores Urbanos e Rurais da nossa Paróquia. Tudo regado de música boa, comes e bebes, danças, teatros, poemas, bingos, leilões e aquela alegria que é característica do povo dom-joaquinense. Antecipadamente, o CPP contatou com os Dominicanos de BH para que eles programassem uma Semana Missionária Dominicana em nossa Paróquia. O convite foi aceito e, praticamente duas semanas antes da Novena, foram eles acolhidos carinhosamente nas casas de família da nossa Dom Joaquim. Realizaram com zelo a Missão Dominicana com visitas de casa em casa; à noite celebravam Momentos Especiais na Matriz com participação significativa de um grande número de fiéis. Tudo isso em preparação para o GRANDE DIA. Como a Festa é tombada, contamos com a parceria da Secretaria de Cultura da Prefeitura Municipal que marcava presença nas reuniões para que organizássemos de forma harmônica toda a nossa PROGRAMAÇÃO. Pela primeira vez em 150 ANOS, Dom Joaquim pôde ver e sentir de perto uma FESTA de tão alto nível, onde a espiritualidade, a fé e a devoção foram as tônicas máximas em todos os momentos. Quando chegou a Novena e Festa propriamente dita, de 30/07 a 08/08/2019, a comunidade já estava totalmente mobilizada à participação. Foram dez dias bem vividos e celebrados. A cada dia, pa-
dres da nossa Diocese chegavam e presidiam a Santa Missa na Matriz com homilias cativantes e evangelizadoras. Filhos da terra, Ministérios de Música da nossa Paróquia, bandas de músicas religiosas: “Vida Reluz” e “Naldo José – Forró in Deus”, de Fortaleza foram os protagonistas dos shows. Destacamos, aqui, o Ministério Pentecostes que deu o melhor de si, numa calorosa apresentação musical e também a quadrilha “Agostina”. No dia da Missa da Festa, a banda de música Oficial do Serro abriu caminhos para a entrada da imagem do Santo Padroeiro que foi entronizada num belíssimo andor, todo ornado de flores brancas. Quando a imagem surgiu pela nave central da igreja, sob os olhares emocionados dos devotos fiéis, puderam-se ouvir soluços e ver lágrimas rolando pelas faces dos devotos de São Domingos. A igreja superlotada. A emoção pairava no ar. Todos nós parecíamos flutuar tamanha era a nossa comoção. Foi fantástico! Tudo conspirava em nosso favor. Por providência divina, presidiu a nossa Santa Missa do dia, 08/08/2019, Dom Geraldo Gusmão, Bispo Emérito de Porto Nacional, em Tocantins, que segundo ele, e de acordo com
registros no Livro do Tombo, assumiu a nossa Paróquia como Padre por 40 (quarenta) dias no ano de 1965. Dom Geraldo Gusmão, no decorrer de toda a celebração e especialmente na homilia, deixou em todos os presentes as marcas suaves do comprometimento a assumir: reza do Terço em Família e seguimento a Jesus Cristo – caminho, verdade e vida – sem olhar pra trás... Louvores, muitos louvores e glórias a Ti, meu Senhor e meu Rei! O que falar da Procissão com a imagem do Santo Padroeiro pelas ruas da cidade? – Deslumbrante! As pessoas em êxtase! A cada passo, a cada toque da Banda de Música Oficial, a cada Ave Maria que rezávamos... A certeza de que estávamos todos caminhando rumo ao céu! Foi realmente uma festa memorável, digna de registro nos anais da nossa história. Por todos os cantos e recantos só se respirava espiritualidade e paz... Parecíamos todos flutuar nas calmarias reinantes em nosso redor. Há quem diga que quando a imagem de São Domingos adentrou na igreja, parecia vê-lo vivo, em carne e osso, caminhando... Outros relatam ter visto a igreja totalmente iluminada, onde fachos de luz iam e vinham de
todos os lados, em todas as direções, trazendo muita paz aos corações, num ambiente leve e flutuante. Se fôssemos continuar falando das maravilhas presenciadas, vividas e sentidas, não chegaríamos ao fim. Uma Festa “NUNCA VISTA”, como muitos disseram... TOTALMENTE RELIGIOSA! Com esta festa, nossa história foi resgatada... Um museu foi levantado: “Museu São Domingos”. Todos que o visitaram, voltaram atrás no tempo e recordaram momentos idos e vividos... O Boi Caracu e a Zabelê, figuras lendárias daquelas épocas remotas, também fizeram parte do cenário... Fogos de artifício, palmas e vivas ecoavam pelos ares! Certamente todos os que tiveram a oportunidade de experimentar um pouco do muito que vivemos, guardarão eternamente na lembrança e no coração todas as maravilhas sentidas e poderão com euforia anunciar para este mundo calculista, frio, indiferente: VALE A PENA SER DE DEUS! É mais uma página que se abre para escrevermos em letras de ouro, e entoarmos em uníssono: Parabéns, devotos de São Domingos de Gusmão, pelos 150 ANOS de tão brilhante Festa! Parabéns, Padre José Geraldo da Silva, por esta Festa GIGANTESCA que, a partir de agora, entrará pra nossa história. Sem o seu empenho, sem o seu dinamismo, nada aconteceria... Nossa Festa não teria o brilho que teve! Dom Joaquim agradece! Verdadeiramente, podemos nos orgulhar e dizer: “Tudo para honra e glória do nosso Deus” FESTA DE SÃO DOMINGOS / 2019 150 ANOS DE FÉ, DEVOÇÃO E CULTURA Dirlene do Porto Ribeiro Teixeira Membro do CPP/Dom Joaquim Foto: Lara
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CÔNEGO LAFAYETTE É HOMENAGEADO COM MONUMENTO EM SÃO SEBASTIÃO DO MARANHÃO
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m monumento, conforme sabemos, é de grande importância para nos fazer lembrar e refletir sobre um fato ocorrido ou o que aquilo representa; serve para marcar uma época ou um acontecimento cultural, social, político entre outros. Para o povo de São Sebastião do Maranhão, o monumento em honra ao Cônego Lafayette trará alegres recordações e possibilitará tornar ainda mais conhecido, pelas próximas gerações, a dedicação pastoral do homenageado que percorria longas distâncias montado num animal para atender o povo de Deus nesta cidade, vindo de Santa Maria do Suaçuí. A inauguração e bênção
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do monumento realizaram-se na “festa do Cônego” – 58° aniversário de falecimento do Servo de Deus Cônego Lafayette da Costa Coelho – em 21 de setembro de 2019, após a missa das 15 horas, e é fruto da parceria feita entre a Paróquia com sua equipe e a Prefeitura. O monumento é uma escultura feita pelo artista plástico Arcanjo Rany, natural de Ponte Nova (MG) e morador da Serra do Cipó, e tem esculturas como o Juquinha da Serra do Cipó, Onça pintada na Praça de Angra dos Reis, outra obra na Praça da OAB em BH, Nossa Senhora do Patrocínio em Virginópolis, Mula da Serra da Bocaina em SP, Cônego Lafayette em São José da Safira, busto de Cônego
Bento Ribeiro Costa em Dom Joaquim entre outras obras. Arcanjo é autodidata, desde os 12 anos, talento herdado de seus avós. Em janeiro, na festa do padroeiro, será inaugurada outra escultura, dessa vez em honra a São Sebastião. Terá um total de 15 metros de altura no alto do morro e poderá ser vista de vários pontos da cidade. Será um Mirante. Tal iniciativa faz parte das comemorações do 75º ano de criação da paróquia na cidade de São Sebastião do Maranhão, 70º ano de emancipação municipal. PASCOM de São Sebastião do Maranhão (MG)
CERCO DE JERICÓ EM SÃO JOÃO EVANGELISTA
e 18 a 25 de agosto de 2019, realizou-se na Paróquia São João Evangelista o 19º Cerco de Jericó, que este Ano teve como Tema: Recebereis o Espírito Santo e Sereis minhas Testemunhas e Lema: Para Deus nada é Impossível. Foram sete dias e sete noites de intensa oração, meditação da Palavra de Deus, mo-
mentos de louvor, agradecimento, vários pedidos, várias graças alcançadas. Viam-se olhos admirados, lágrimas e súplicas a Jesus Eucarístico; pessoas vieram de várias comunidades para fazerem seu momento de adoração. Durante toda a semana houve missas às 5h30 e às 19h; agradecemos imensamente a pessoa do Padre João Carlos que não mediu esforços para a celebração dessa semana linda.
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Tivemos presença de Pe. Wanderlei, Pe. Bruno, Pe. Edivan - de Gonzaga - e Pe. Hermes; todas as celebrações lindas e bem preparadas. Agradecemos a cada um que contribuiu para que essa semana acontecesse: o pessoal da Liturgia, Ministros, Acólitos, enfim a todos... Foi um lindo momento de fé. Desejamos que essa semana produza bons frutos para nossa Comunidade Paroquial e que as graças conti-
nuem sendo alcançadas, que não percamos o calor e o ardor do Espírito Santo que vivenciamos durante esses dias. Que não cruzemos os nossos braços diante das injustiças que acontecem diante de nossos olhos. Que o Espírito Santo de Deus esteja sempre entre nós. Fotos e texto: Margareth Albuquerque