Folha Diocesana

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DIOCESANA

PÁGINAS 4 e 5

INFORMATIVO DA DIOCESE DE GUANHÃES | MG | ANO XXII | Nº 272 | Janeiro/Fevereiro de 2020

GESTAÇÃO SACERDOTAL PÁGINA

FESTA DO MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO NA DIOCESE DE GUANHÃES

O QUE ESTÁ OCORRENDO NA AMÉRICA LATINA? 3

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DIOCESANA

REDAÇÃO

Janeiro/Fevereiro de 2020

EDITORIAL

“VIU, SENTIU COMPAIXÃO E CUIDOU DELE”

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este ano, a Campanha da Fraternidade convida-nos “a refletir sobre o significado mais profundo da vida em suas diversas dimensões: pessoal, comunitária, social e ecológica”. Sua principal inspiração foi a Santa Dulce dos Pobres, trazendo como apelo o cuidado e a valorização da vida, “que deve ser preservada desde a concepção até o seu fim natural”, colocando, ainda, “a atenção nas mais variadas formas de degradação da vida em nosso país, passando pelos migrantes, indígenas, presos, dependentes químicos, desempregados e também os que possuem alguma doença mental, causadora de sofrimentos diversos, como o suicídio. Discutido recentemente no Sínodo dos Bispos para a Amazônia, a Casa Comum, como o Papa Francisco chama a natureza e seus recursos, também está no centro da motivação da Campanha da Fraternidade”. Isso inspirado no tema: “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). O lema é um trecho do evangelho de Lucas (parábola do Bom Samaritano) e retrata a compaixão de Jesus. A expressão

“sentir compaixão” também aparece como “tomado de compaixão” em algumas traduções; no entanto, os textos bíblicos raramente dizem “sentir compaixão”; o que mais destacam é “mover-se de compaixão” (cf. Êx 3,7-8; Os 11,8; Lc 10,33; Lc 15,20; Mc 6,34) e equivale ao hebraico rahamin: comoção visceral (cf. Os 11,8). É um afeto profundo que brota das vísceras (ou útero), num sentido literal (At 1, 18)e num sentido figurado: sede das emoções, em nosso uso, coração (Lc 1, 78; 2 Cor 6, 12; 7, 15; Fp 2, 1; Cl 3, 12; Fm 7, 20; 1 Jo 3, 17). Amor, afeição (Fl 1, 8); objeto de afeição, amado (Fm 12) – e transborda nos gestos. Isso pode ser entendido a partir da antropologia bíblica: “as entranhas” são a sede das emoções e dos sentimentos. A compaixão pode ser entendida como um “sentir com o outro”. Mas, o que a caracteriza não é só sentimento, mas o movimento (agir). Pois se trata de um “sentir com” que constrange. É diferente do sentir dó, pois é um sentimento que move e faz sair do afetivo e ir para o efetivo. Jesus conclui a parábola ordenando aos seus seguidores: “Vai, e também tu, faze o mesmo” (v. 37). A compaixão e as obras

(LC 10, 33-34)

dela se tornam parte da missão para os discípulos do Senhor; é a prática do evangelho, expressão da minha interioridade e é expressão do amor misericordioso e providente de Deus; um bálsamo que alivia de forma eficaz a pobreza, a fome e a violência. Tais pessoas são promotoras da solidariedade, da justiça e da paz. Oremos: “Deus, nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem viver, criastes o ser humano e lhe confiastes o mundo como um jardim a ser cultivado com amor. Dai-nos um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso. Abri nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados. Ensinai-nos a sentir a verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, pró-

prio de quem reconhece no próximo o rosto do vosso Filho. Inspirai-nos palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade, reconciliada no amor. Dai-nos a graça de vivermos em comunidades eclesiais missionárias, que, compadecidas, vejam, se aproximem e cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de Maria, a Senhora da Conceição Aparecida, e de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil. Por Jesus, o Filho amado, no Espírito, Senhor que dá a vida. Amém!” (Oração da Campanha da Fraternidade 2020) Padre Bruno Costa Ribeiro, editor

CALENDÁRIO DIOCESANO

COMEMORAÇÃO JANEIRO E FEVEREIRO DE 2020

FEVEREIRO

PADRES, RELIGIOSAS, CONSAGRADAS E SEMINARISTAS DA DIOCESE DE GUANHÃES

01 – Primeiro encontro Diocesano catequético 01 e 02 – Formação RCC 04 – Abertura oficial do Ano Pastoral na Diocese de Guanhães – na Catedral, 19h 04 e 05 – Formação com o Pe Patrick sobre as Diretrizes e Ação Pastoral 08 – 1º Encontro Diocesano de Formação para Líderes Jovens em Guanhães (CF/2020) 08 – Formação para as Equipes de Dirigentes do ECC em Guanhães 11 – Reunião da Comissão Catequética Diocesana em Guanhães 12 – Reunião do Conselho de Pastoral 15 – Formação com coordenadores paroquiais da Pastoral do Dízimo em Guanhães 15 – Escola Diocesana de Teologia – Liturgia I – Fundamentos da Liturgia – Pe. João Evangelista 18 – Reunião do Clero 21 – Reunião do Colégio de Consultores em Guanhães 27 a 28 – Formação com o Pe Patrick sobre as Diretrizes e Ação Pastoral 29 – Escola Permanente de Formação para Pregadores - RCC - Catedral

EXPEDIENTE

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MARÇO 07, 14, 21 e 28 – Formação Catequética nas Áreas Pastorais – (Primeira Etapa) 10 – Reunião da Comissão Catequética em Guanhães (Catequese) 14 – Formação para todos os Missionários da Pastoral do Dízimo da Área São Miguel 17 – Formação para os Servidores Diocesanos em Guanhães 18 – Aniversário de Ordenação Episcopal de Dom Otacilio 21 – Escola Diocesana de Teologia – Liturgia II – Celebração Eucarística – Pe. João Evangelista 28 – Encontro Diocesano do CNL – Conselho Leigos e Leigas 28 e 29 – Escola Permanente de Formação para Pregadores RCC

DIOCESANA

Conselho Editorial: Padre Adão Soares de Souza, Padre Bruno Costa Ribeiro Padre Wanderlei Rodrigues dos Santos Revisão: Mariza da Consolação Pimenta Dupim Jornalista Responsável: Juliano de Oliveira Nunes - 15.526/MG Tiragem: 5.000 exemplares

Guanhães-MG - CEP: 39740-000 Fone:(33) 3421-1586 folhadiocesana@gmail.com www.diocesedeguanhaes.com.br Produção Gráfica: Geração BHZ - 31 99305-1127 Av. Francisco Sales, 40/906 Floresta - Belo Horizonte - MG E-mail: geracaobhz@gmail.com

Endereço para correspondência: Rua Amável Nunes, 55 - Centro O jornal Folha Diocesana reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração.Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal, sendo de total responsabilidade de seus autores.

JANEIRO 06 Maria das Neves de Matos (Morro do Pilar – Coop. Família) 10 Carmen Helena P. de Oliveira (Guanhães – Coop. Família) 10 M. Célia Ap. Andrade (Sta Mª Suaçuí) – Coop. Família 13 Pe. Eduardo Dornelas da Cruz 14 Pe. Adão Soares de Souza 14 Pe. Salomão Rafael G. Neto 28 Pe. Hermes Firmiano Pedro 29 Pe. Adão Soares de Souza 30 Ir. Joanagélica de Mattos (Conc. Mato Dentro – Clarissa Francisc) 31 Pe. Osmar Batista Siqueira

Consagração Consagração Nascimento Nascimento Ordenação Nascimento Ordenação Nascimento Nascimento Nascimento

FEVEREIRO 04 Dom Emanuel Messias de Oliveira Pe. Derci da Silva 04 07 Pe. Bruno Costa Ribeiro 24 Pe. Luiz Maurício Silva

Ordenação Presbiteral Nascimento Nascimento Nascimento

a n o ç i v r e s u o o t u d o r p u Divulgue se

A N A S E C O I D A H L O F contato:

Fone:(33) 3421-1586 folhadiocesana@gmail.com


PALAVRA DO PASTOR + Dom Otacilio Ferreira de Lacerda Bispo Diocesano

FORTALEÇAMOS O PILAR DA PALAVRA DE DEUS

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s novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil (20192023), Documento nº. 107 da Conferência Nacional do Brasil (CNBB), nos apresentam como Objetivo Geral: “EVANGELIZAR no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude”. Utiliza-se a imagem da Casa para falar da Igreja e de sua missão “A Casa é a imagem do que as Diretrizes chamam de comunidades eclesiais missionárias” -, pois na casa de entra e sai, e é por excelência lugar do acolhimento e do envio, de modo que “Comunidades que não geram missionários são tristes expressões da esterilidade de quem perdeu seu rumo na vivência do Evangelho”. Tem, portanto, dois eixos inspiradores: comunidade e missão, e esta casa tem quatro pilares: – Palavra – Pão – Caridade – Ação Missionária. Aprofundemos sobre o primeiro pilar: a Palavra de Deus, pois é sempre oportuno refletir sua importância e centralidade em nosso viver, pensar e agir. A Palavra de Deus, por excelência, possui a força e a eficácia de Deus, pois, permanentemente, nos interpela, provoca, consola, cria comunhão e salva das mais diversas maneiras, e em todos os momentos. Como discípulos missionários do Senhor, assistidos pelo Seu Espírito, temos uma missão libertadora, inauguradora de um novo tempo, de uma nova realidade: o Tempo da Graça, o Ano da Graça instaurado sempre e para sempre! A missão de Jesus é também a missão da Igreja que somos. Ungida pelo Espírito Santo, ela se alimenta da Palavra e da Eucaristia, encarnando a Palavra no mundo. Jesus age atualizando a Palavra de Deus, que fora anunciada desde o tempo dos profetas. Ele é a Palavra que estava e está junto de Deus (Jo 1,1). Como Igreja-comunidade, cor-

po formado por diversos membros, dons e carismas, diferentes ministérios, estamos empenhados em prol da vida, a serviço do Reino. Somos mais que ouvintes e proclamadores da Palavra de Deus, somos testemunhas. E neste sentido, afirmou o Bispo Santo Inácio (séc. I): “Melhor é calar-se e ser do que falar e não ser. Coisa boa é ensinar, se quem diz o pratica. Pois, só um é o Mestre que disse e tudo foi feito; mas também, tudo quanto Ele fez em silêncio é digno do Pai. Quem possui a Palavra de Jesus pode, em verdade, ouvir o Seu silêncio a fim de ser perfeito, agir como fala e ser conhecido quando silencia. Ao Senhor nada se esconde, até nossos segredos mais íntimos que lhe estão próximos. Façamos, então, todas as coisas, em Sua presença, visto que somos os Seus templos… ”. Urge que nos questionemos quanto à forma com que acolhemos a Palavra de Deus, e o que ela provoca em nós, de modo que não esvaziemos sua eficácia, apenas ouvindo e não a colocando em prática. Urge que, como Igreja missionária, uma Igreja em saída, levemos a Boa-Nova da Palavra de Deus a quem precisa, pois há inúmeras realidades que precisam ser restauradas e iluminadas neste mundo, que muitas vezes mergulha em trevas. Renovemos a coragem na busca de respostas mais ousadas e criativas, para amadurecermos na fidelidade à Palavra que é o próprio Jesus. Pois, quanto maior nossa união, maior a eficácia e verdade de nossa evangelização! Convocados insistentemente pela Palavra Divina, preparemonos para sua acolhida, escuta e vivência; de modo que, mais do que aclamar com palmas, acompanhemos com pequenos grandiosos gestos de amor, em permanente atitude de conversão e amadurecimento espiritual. Fortalecendo o pilar da Palavra divina, supliquemos a Deus para que Sua Palavra faça em nós um frutuoso itinerário: vinda de Deus, acolhida no coração, vivida nas vicissitudes quotidianas, nos capacite para a entrada nos céus, quando contemplaremos a face de Deus, o convívio com o Verbo, na comunhão e no amor do Espírito.

http://peotacilio.blogspot.com/2020/01/fortalecamos-o-pilar-da-palavra-de-deus.html?m=0

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DIOCESANA GESTAÇÃO SACERDOTAL FO LH A

ARTIGOS

Janeiro/Fevereiro de 2020

“TEMPO DE AMADURECIMENTO, DE ESCUTA E APROFUNDAMENTO DE NOSSO CHAMADO VOCACIONAL QUE NÃO FOI ISENTO DE ALGUMAS DIFICULDADES”

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m fase conclusiva da etapa de formação sacerdotal, qual seja, o discipulado, ainda resta-nos muitas inquietações e, não raras vezes, emergem do próprio nome do curso: o que é filosofia? O seminário é o ventre da Igreja cuja missão é gerar sacerdotes segundo o coração de Deus. Assim como uma mãe aguarda nove meses para gerar um filho, a Igreja também é uma gestante de vocações. Nesse sentido, Alisson Sandro Anacleto e eu, nos colocamos em estado permanente de oração durante esses quatro anos de gestação sacerdotal. Principiamos nossa caminhada a partir dos encontros vocacionais promovidos pela Diocese de Guanhães e, em seguida, ingressamos no Seminário Propedêutico São José, em Ubaporanga (MG), mais precisamente, aos 31 de Janeiro de 2016. Terminada a etapa querigmática, iniciamos, no ano seguinte, o discipulado – período que compreende o estudo de filosofia – no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário, em Caratinga (MG), dando continuidade, até então, no Seminário Provincial Sagrado Coração de Jesus, em Diamantina (MG). Tempo de amadurecimento, de escuta e aprofundamento de nosso chamado vocacional que não foi isento de algumas dificuldades; sejam a saudade da família, as muitas incompreensões do cenário da Igreja, os relacionamentos conflitivos, o anseio de uma verdadeira mudança interior,

as cobranças e provas, enfim, tudo contemplado e assimilado aos olhos da fé, como Maria que “guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração” (Lc 2, 19). Não tenho dúvidas de que as orações feitas e as recebidas dos fiéis foram e são o sustento que nos apoia mediante os desafios oriundos da própria caminhada vocacional. Por outro lado, houve momentos marcantes vividos com intensidade: as confraternizações, as ordenações sacerdotais, as conquistas individuais, as amizades feitas, o aprendizado adquirido e tantas outras experiências que de muito servem para nutrir esta centelha do amor de Deus. Além disso, a capacidade reflexiva adquirida pela dimensão intelectual, no tocante à filosofia, foi de suma importância para a compreensão de si e a do mundo que nos circunda. A tecla mais usada durante esse período é a que corresponde ao sinal de interrogação (?); expressa bem o que é filosofia. Etimologicamente o termo traduz-se por amor à sabedoria. O Filósofo Aristóteles já dizia que por natureza tendemos ao saber. E, um pouco antes, Sócrates afirmava veementemente que uma vida irrefletida não merece ser vivida. Santo Agostinho afirmava que o intento de sua pesquisa filosófico-teológica era conhecer a si e a Deus. Thomas Hobbes e Rousseau divergiam

no tocante à natureza humana; objetivavam saber quem somos e a influência, para bem ou para mal, dos aparatos sociais criados. Immanuel Kant refletia acerca de perguntas básicas: o que posso saber? O que devo fazer? E o que me é permitido esperar? Toda filosofia se baseia numa certa inquietação existencial humana e na busca de uma resposta para aquietar o espírito. Disso compreendemos que o crucial não seja tanto saber o que foi pensado por muitos filósofos; isso é indispensável! Mas pensar filosoficamente acerca das principais questões a que é submetida a sociedade contemporânea. Não ter medo de fazer e se fazer perguntas é um bom começo do filosofar. É nesse sentido que podemos afirmar que o próprio conteúdo do curso é de suma importância para também contribuir na formação sacerdotal. Concomitantemente, é uma bagagem teórica fundamental para tratar de temáticas tão abstratas com as quais lida a teologia. Resta-nos diante desse processo formativo, permitirmo-nos ser gestados para assim sermos filhos sacerdotais cuja maneira de ser seja expressão de nosso parentesco a Deus Pai em cujo Filho nos configuramos no horizonte da cruz para com a força do Espírito exercer com fidelidade a missão para qual nos preparamos. Gabriel Ferreira Oliveira.

DÍZIMO: MÃOS QUE SE ABREM PARA A PARTILHA E QUE GERAM UMA NOVA COMUNIDADE

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dízimo é sinal de fé, participação e compromisso com a comunidade. Ser dizimista é assumir para valer a fé e testemunhá-la todo dia. A Igreja sempre se esforça para que todos os cristãos vivam de verdade a fé e, para isto, quer se empenhar e conscientizar a todos para a participação na comunidade. O dízimo na comunidade desperta todos os cristãos para um trabalho consciente de evangelização que passa por todas as pastorais e movimentos. Cada pastoral deve desempenhar seus trabalhos com ardor missionário, coragem para superar os desafios que aparecem e com novas esperanças para o futuro da comunidade. A vida cristã só tem um verdadeiro sentido se for vivenciada em comunidade! Nosso Senhor Jesus Cristo, ao fundamentar os alicerces da Igreja, desejou que vivêssemos a experiência comunitária. (Mt 16,18). Ser Igreja é ser comunidade viva e atuante! So-

mos todos membros de um corpo, cada qual com seus dons e qualidades, porém com uma mesma missão: anunciar o amor e a esperança de Cristo. Isso só é possível por meio do trabalho e da partilha consciente de cada fiel pelo Dízimo que, se oferecido com alegria e singeleza de coração (2Cor 9,7), tem o poder de abrir os reservatórios do céu! (Ml 3,10). O dízimo é, acima de tudo, uma partilha completamente espontânea, livre, responsável e consciente, que deve dirigir-nos ao louvor, à ação de graças, ao reconhecimento de que tudo recebemos de Deus, o qual não é mesquinho, nos dá todo o necessário para uma vida digna, saudável e feliz! Então necessário se faz que cada um procure, com total liberdade de opção, colaborar participando das numerosas realidades comunitárias, partilhando o dízimo que é bíblico. Elvira de Fátima Soares. Peçanha – MG


DIOCESANA

CF 2020

Janeiro/Fevereiro de 2020

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Janeiro/Fevereiro de 2020

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

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ealizou-se no dia 30 de novembro, o encontro diocesano sobre a campanha da Fraternidade 2020, assessorado por Pe José Antônio de Oliveira, de Barão de Cocais, autor do hino desta campanha, com a presença de nosso bispo, de padres e de leigos das paróquias. Todo o encontro foi regado de fragmentos poéticos e músicas que provocam à reflexão sobre um olhar mais atento para os nossos irmãos e irmãs que sofrem e para o cuidado do nosso planeta, a nossa casa comum. O tema é Fraternidade e vida: Dom e compromisso. O seu lema é “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

O cartaz se inspira em Irmã Dulce que acolhe e se compadece com o outro, com o mais pobre. O lema inspirado no bom samaritano, no ver, julgar e agir. É preciso educar o nosso olhar para o outro. A classe mais pobre cada vez mais perdendo o seu poder aquisitivo e a elite ganhando mais poder A Campanha da Fraternidade de 2019, que tratou das políticas públicas deparou-se com a insuficiência de inúmeras ações efetivas para a superação dos problemas da nossa sociedade. O papa nos convocou a vencer a globalização da indiferença. Se já não somos mais capazes de perceber a desumana dor do outro ao nosso lado, também nós nos tornamos desumanizados e

Entrevista

FRATERNIDADE E VIDA: DOM E COMPROMISSO

Padre Bruno Costa Ribeiro

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nos convida a todo instante a abrir-nos mais para o outro. Há um clamor à nossa humanidade em meio a tantos que estão sofrendo. O objetivo geral desta campanha é conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como Dom e Compromisso que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, na nossa casa comum. E nós? O que temos feito? O que aconteceu conosco? O que vem ocorrendo com a hu-

manidade que, embora percebendo o aumento dos números de sofrimentos, parece não mais sensibilizar-se com eles? Encerrou-se o encontro após inúmeras provocações e reflexões com trabalho em grupo para levantamento e encaminhamento de ações concretas durante o ano vindouro para que se possa pelo menos amenizar um pouco as muitas urgências em nossa humanidade e comunidades locais. Que possamos colocar em prática o jar-

gão: “Pensar globalmente e agir localmente”, olhando para nós mesmos, para o outro e para Deus. Dom Otacilio fez o encerramento, após a bênção irlandesa, dizendo que fomos privilegiados naquela manhã com a presença ilustre, poética e profética do Pe. Antônio. Que tenhamos, também, olhares poéticos e proféticos para a nossa comunidade. Vera Pimenta Comissão Diocesana de Catequese

odos os anos, a CNBB apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Padre Bruno, assessor da PASCOM Diocesana, falou em uma entrevista à Folha Diocesana e trata sobre o sentido das Campanhas realizadas no Brasil. FOLHA DIOCESANA: Sabemos que todos os anos a CNBB apresenta a Campanha da Fraternidade. Mas qual a relação entre “Campanhas da Fraternidade” e o tempo quaresmal? PADRE BRUNO: Há quem pergunte “o que tem a ver “quaresma” com “campanha da fraternidade”. Sendo a quaresma um tempo forte de convite à oração, caridade (esmola) e penitência (jejum), como caminho de conversão, que nos levam a melhor viver a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, também urge nesse período a necessidade de uma espiritualidade que gere transformação e compromisso com o bem comum. Assim, a Igreja no Brasil, há mais de 50 anos, promove no tempo quaresmal a Campanha da Fraternidade, para que a quaresma não se restrinja a exortações, mas que venha de fato levar à conversão pessoal, comunitária e social. Desse modo, todo ano é definido um tema a ser refletido, em consonância com uma realidade social, que atinge os nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis. FOLHA DIOCESANA: A abertura da Campanha da Fraternidade coincide com a quarta-feira de cinzas, é o início do tempo quaresmal. Qual temática a CF 2020 abordará? PADRE BRUNO: Neste ano de 2020, a Campanha da Fraternidade convida as comunidades cristãs a refletirem e se comprometerem com o dom da vida, ou seja, na busca em resguardar a dignidade da pessoa humana, onde quer que ela esteja sendo violada. O tema é: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Diante deste abrangente tema, sendo a fraternida-

de a essência do Evangelho, a Igreja conclama a todos os cristãos e aos homens e mulheres de boa vontade, a exemplo do “bom samaritano” a lutarem contra tudo aquilo que aflige a vida, bem como a banalização do mal e a perda do sentido do viver. Para a divulgação desta campanha, a Igreja vale-se de diversos subsídios, um dos mais propagados são os cartazes e banners, que trazem em destaque a imagem da Santa Dulce dos Pobres, como grande “símbolo” de compromisso, empatia e personificação da caridade cristã de nosso País. Assim, somos convocados, como afirma o Papa Francisco, “a transpor a realidade da indiferença”, a exemplo da Santa Dulce dos Pobres e ir ao encontro das realidades que ferem a dignidade do ser humano. Tais como: as diversas vulnerabilidades sociais; a cultura de morte que permeia a nossa sociedade, de modo a lutar na defesa pela vida desde a sua concepção até a morte; as desigualdades nas propriedades e posses de terra, especialmente no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, que têm seus direitos ameaçados; bem como ir ao encontro dos migrantes que carecem de acolhida e amparo; ser solícitos aos idosos desamparados e fragilizados na promoção de suas dignidades e ainda, dentre tantas ações que permeiam a dignidade humana, zelar pela casa comum, promovendo uma natureza sustentável e uma ecologia integral. FOLHA DIOCESANA: É uma temática pertinente. Houve alguma preparação na diocese para entender sentido da CF 2020? PADRE BRUNO: A nossa diocese Guanhães, em comunhão com toda Igreja do Brasil, com anseio em responder a esta convocação, no dia 30 de Novembro de 2019, promoveu um dia de Formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2020, que ocorreu no salão de formação da Catedral, e foi dirigida pelo Pe. José Antônio de Oliveira, pároco da Paróquia São João Batista em Barão de Cocais e autor do hino da CF 2020. Para esta formação foi solicitado que cada paróquia enviasse ao menos 4 leigos. Ainda sobre o sentido da CF 2020, o Secretário Executivo para as Campanhas da CNBB, Padre Patriky, da diocese de Luz (MG), em uma entrevista ao Vatican News explicou o seguinte: “Olhando o nosso cenário

atual, não somente no nosso país, mas no mundo como num todo, nós percebemos diversas realidades onde a vida tem sido descuidada. O tema vai desde a questão do aborto, dos pobres e da questão ecológica, olhando sobretudo as periferias existenciais. Talvez essa deva ser uma das primeiras campanhas, que toca diretamente nas periferias existenciais como Papa Francisco nos fala. Situações como depressão, automutilação, também o número de pessoas desaparecidas, que no Brasil chega a 800 mil pessoas, segundo os dados que temos atualmente. Então, o desejo da Campanha da Fraternidade para 2020 é conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, esse dom e compromisso que se traduza em relação de mútuo cuidado dentre as pessoas, na família, na comunidade e também na sociedade. A vida é um intercâmbio de cuidados e nós, que cremos que Jesus é a vida, a Campanha da Fraternidade vai nos ajudar a refletir isto: quando nós nos dispomos a cuidarmos uns dos outros, a vida recobre um novo sentido”. FOLHA DIOCESANA: Por que a imagem escolhida para ilustrar a CF de 2020 foi de Santa Dulce dos Pobres, cercada de pessoas no Pelourinho em Salvador? PADRE BRUNO: Ela é a imagem que caracteriza o bom samaritano para os dias atuais em nosso país. Lembramos de diversas mulheres, religiosas, leigas, e dentre tantas possibilidades, nós olhamos Santa Dulce, vida doada e vida santificada. Ela que fez de um galinheiro uma obra de cuidados extraordinários, não somente a obra em si, mas ela mesma foi sinal da obra de Deus, no cuidado, se aproximando e cuidando. Daí então a escolha de Santa Dulce como este ícone do Bom Samaritano para os dias de hoje, que estimula também a caminhada missionária da Igreja. Vida doada e vida santificada! FOLHA DIOCESANA: Alguma consideração final? PADRE BRUNO: Rogamos a Deus que nos encoraje a nos valer deste período quaresmal como oportunidade, de irmos como comunidades fraternas ao encontro de nossos irmãos sofredores e unidos a eles, lutarmos para que o dom mais precioso, que é a vida, seja salvaguardada e junto dela, seus direitos invioláveis.


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CF 2020

Janeiro/Fevereiro de 2020

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Janeiro/Fevereiro de 2020

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2020

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ealizou-se no dia 30 de novembro, o encontro diocesano sobre a campanha da Fraternidade 2020, assessorado por Pe José Antônio de Oliveira, de Barão de Cocais, autor do hino desta campanha, com a presença de nosso bispo, de padres e de leigos das paróquias. Todo o encontro foi regado de fragmentos poéticos e músicas que provocam à reflexão sobre um olhar mais atento para os nossos irmãos e irmãs que sofrem e para o cuidado do nosso planeta, a nossa casa comum. O tema é Fraternidade e vida: Dom e compromisso. O seu lema é “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”.

O cartaz se inspira em Irmã Dulce que acolhe e se compadece com o outro, com o mais pobre. O lema inspirado no bom samaritano, no ver, julgar e agir. É preciso educar o nosso olhar para o outro. A classe mais pobre cada vez mais perdendo o seu poder aquisitivo e a elite ganhando mais poder A Campanha da Fraternidade de 2019, que tratou das políticas públicas deparou-se com a insuficiência de inúmeras ações efetivas para a superação dos problemas da nossa sociedade. O papa nos convocou a vencer a globalização da indiferença. Se já não somos mais capazes de perceber a desumana dor do outro ao nosso lado, também nós nos tornamos desumanizados e

Entrevista

FRATERNIDADE E VIDA: DOM E COMPROMISSO

Padre Bruno Costa Ribeiro

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nos convida a todo instante a abrir-nos mais para o outro. Há um clamor à nossa humanidade em meio a tantos que estão sofrendo. O objetivo geral desta campanha é conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como Dom e Compromisso que se traduz em relações de mútuo cuidado entre as pessoas, na família, na comunidade, na sociedade e no planeta, na nossa casa comum. E nós? O que temos feito? O que aconteceu conosco? O que vem ocorrendo com a hu-

manidade que, embora percebendo o aumento dos números de sofrimentos, parece não mais sensibilizar-se com eles? Encerrou-se o encontro após inúmeras provocações e reflexões com trabalho em grupo para levantamento e encaminhamento de ações concretas durante o ano vindouro para que se possa pelo menos amenizar um pouco as muitas urgências em nossa humanidade e comunidades locais. Que possamos colocar em prática o jar-

gão: “Pensar globalmente e agir localmente”, olhando para nós mesmos, para o outro e para Deus. Dom Otacilio fez o encerramento, após a bênção irlandesa, dizendo que fomos privilegiados naquela manhã com a presença ilustre, poética e profética do Pe. Antônio. Que tenhamos, também, olhares poéticos e proféticos para a nossa comunidade. Vera Pimenta Comissão Diocesana de Catequese

odos os anos, a CNBB apresenta a Campanha da Fraternidade como caminho de conversão quaresmal. É uma atividade ampla de evangelização que pretende ajudar os cristãos e pessoas de boa vontade a vivenciarem a fraternidade em compromissos concretos, provocando, ao mesmo tempo, a renovação da vida da Igreja e a transformação da sociedade, a partir de temas específicos. Padre Bruno, assessor da PASCOM Diocesana, falou em uma entrevista à Folha Diocesana e trata sobre o sentido das Campanhas realizadas no Brasil. FOLHA DIOCESANA: Sabemos que todos os anos a CNBB apresenta a Campanha da Fraternidade. Mas qual a relação entre “Campanhas da Fraternidade” e o tempo quaresmal? PADRE BRUNO: Há quem pergunte “o que tem a ver “quaresma” com “campanha da fraternidade”. Sendo a quaresma um tempo forte de convite à oração, caridade (esmola) e penitência (jejum), como caminho de conversão, que nos levam a melhor viver a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, também urge nesse período a necessidade de uma espiritualidade que gere transformação e compromisso com o bem comum. Assim, a Igreja no Brasil, há mais de 50 anos, promove no tempo quaresmal a Campanha da Fraternidade, para que a quaresma não se restrinja a exortações, mas que venha de fato levar à conversão pessoal, comunitária e social. Desse modo, todo ano é definido um tema a ser refletido, em consonância com uma realidade social, que atinge os nossos irmãos e irmãs mais vulneráveis. FOLHA DIOCESANA: A abertura da Campanha da Fraternidade coincide com a quarta-feira de cinzas, é o início do tempo quaresmal. Qual temática a CF 2020 abordará? PADRE BRUNO: Neste ano de 2020, a Campanha da Fraternidade convida as comunidades cristãs a refletirem e se comprometerem com o dom da vida, ou seja, na busca em resguardar a dignidade da pessoa humana, onde quer que ela esteja sendo violada. O tema é: “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e o lema: “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34). Diante deste abrangente tema, sendo a fraternida-

de a essência do Evangelho, a Igreja conclama a todos os cristãos e aos homens e mulheres de boa vontade, a exemplo do “bom samaritano” a lutarem contra tudo aquilo que aflige a vida, bem como a banalização do mal e a perda do sentido do viver. Para a divulgação desta campanha, a Igreja vale-se de diversos subsídios, um dos mais propagados são os cartazes e banners, que trazem em destaque a imagem da Santa Dulce dos Pobres, como grande “símbolo” de compromisso, empatia e personificação da caridade cristã de nosso País. Assim, somos convocados, como afirma o Papa Francisco, “a transpor a realidade da indiferença”, a exemplo da Santa Dulce dos Pobres e ir ao encontro das realidades que ferem a dignidade do ser humano. Tais como: as diversas vulnerabilidades sociais; a cultura de morte que permeia a nossa sociedade, de modo a lutar na defesa pela vida desde a sua concepção até a morte; as desigualdades nas propriedades e posses de terra, especialmente no que diz respeito aos povos indígenas e quilombolas, que têm seus direitos ameaçados; bem como ir ao encontro dos migrantes que carecem de acolhida e amparo; ser solícitos aos idosos desamparados e fragilizados na promoção de suas dignidades e ainda, dentre tantas ações que permeiam a dignidade humana, zelar pela casa comum, promovendo uma natureza sustentável e uma ecologia integral. FOLHA DIOCESANA: É uma temática pertinente. Houve alguma preparação na diocese para entender sentido da CF 2020? PADRE BRUNO: A nossa diocese Guanhães, em comunhão com toda Igreja do Brasil, com anseio em responder a esta convocação, no dia 30 de Novembro de 2019, promoveu um dia de Formação sobre a Campanha da Fraternidade de 2020, que ocorreu no salão de formação da Catedral, e foi dirigida pelo Pe. José Antônio de Oliveira, pároco da Paróquia São João Batista em Barão de Cocais e autor do hino da CF 2020. Para esta formação foi solicitado que cada paróquia enviasse ao menos 4 leigos. Ainda sobre o sentido da CF 2020, o Secretário Executivo para as Campanhas da CNBB, Padre Patriky, da diocese de Luz (MG), em uma entrevista ao Vatican News explicou o seguinte: “Olhando o nosso cenário

atual, não somente no nosso país, mas no mundo como num todo, nós percebemos diversas realidades onde a vida tem sido descuidada. O tema vai desde a questão do aborto, dos pobres e da questão ecológica, olhando sobretudo as periferias existenciais. Talvez essa deva ser uma das primeiras campanhas, que toca diretamente nas periferias existenciais como Papa Francisco nos fala. Situações como depressão, automutilação, também o número de pessoas desaparecidas, que no Brasil chega a 800 mil pessoas, segundo os dados que temos atualmente. Então, o desejo da Campanha da Fraternidade para 2020 é conscientizar, à luz da Palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso, esse dom e compromisso que se traduza em relação de mútuo cuidado dentre as pessoas, na família, na comunidade e também na sociedade. A vida é um intercâmbio de cuidados e nós, que cremos que Jesus é a vida, a Campanha da Fraternidade vai nos ajudar a refletir isto: quando nós nos dispomos a cuidarmos uns dos outros, a vida recobre um novo sentido”. FOLHA DIOCESANA: Por que a imagem escolhida para ilustrar a CF de 2020 foi de Santa Dulce dos Pobres, cercada de pessoas no Pelourinho em Salvador? PADRE BRUNO: Ela é a imagem que caracteriza o bom samaritano para os dias atuais em nosso país. Lembramos de diversas mulheres, religiosas, leigas, e dentre tantas possibilidades, nós olhamos Santa Dulce, vida doada e vida santificada. Ela que fez de um galinheiro uma obra de cuidados extraordinários, não somente a obra em si, mas ela mesma foi sinal da obra de Deus, no cuidado, se aproximando e cuidando. Daí então a escolha de Santa Dulce como este ícone do Bom Samaritano para os dias de hoje, que estimula também a caminhada missionária da Igreja. Vida doada e vida santificada! FOLHA DIOCESANA: Alguma consideração final? PADRE BRUNO: Rogamos a Deus que nos encoraje a nos valer deste período quaresmal como oportunidade, de irmos como comunidades fraternas ao encontro de nossos irmãos sofredores e unidos a eles, lutarmos para que o dom mais precioso, que é a vida, seja salvaguardada e junto dela, seus direitos invioláveis.


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DIOCESANA

GERAL

Janeiro/Fevereiro de 2020

REGIONAL LESTE II PROMOVE CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO EM CATEQUÉTICA

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Comissão para Animação Bíblico-Catequética do Regional Leste II da CNBB, que compreende os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, em parceria com a PUC Minas e o Instituto Regional de Pastoral Catequética (IRPAC), promoveu entre os dias 04 a 17 de janeiro uma especialização em Catequética. Neste ano, no curso de pós-graduação, abriram-se va-

gas com adesão de novos alunos. Da Diocese de Guanhães participaram: seminarista Anderson Alves - Paróquia Nossa Senhora da Glória - Divinolândia; Ivone Alves Paróquia Santa Maria Eterna - Santa Maria do Suaçuí e Célia Vieira - Paróquia Santo Antônio - Peçanha. Momentos de aprendizagem em que deixamos as nossas mazelas de lado para abrirmos o coração ao novo. De fato, começamos a trilhar um itinerá-

rio catequético, favorecido pelos grandes professores que compõem a equipe formativa da especialização. Parafraseando as palavras do Papa Francisco, digo que Deus quis presentear o Regional Leste II com essa grande iniciativa, que nos ajudou e ajuda a sentirmos procurados pela sede de Jesus Cristo, que não é meramente uma sede de água, é maior: é sede de alcançar as nossas sedes, de entrar em contato com nossas fe-

ridas de Igreja particular e doméstica. Por isso, saímos dessa formação com sentimento de satisfação, como também desafiados e instigados em apresentar a catequese de Jesus Cristo, que é o Bom Mestre de Nazaré, e que nos convida a romper com a previsibilidade sonâmbula dos nossos trajetos, das nossas idas e vindas na estrada da vida. Anderson Alves, 2º Ano de Teologia.

“O QUE ESTÁ OCORRENDO NA AMÉRICA LATINA?” O secretário da Pontifícia Comissão para a América Latina, professor Guzmán Carriquiry, deu uma palestra – em 18 de janeiro deste ano – para um grande grupo de alunos da Academia Latino-Americana de Líderes Católicos. Ele começou sua apresentação perguntando: “O que está ocorrendo na América Latina? Esta é uma pergunta urgente que aqueles que querem o bem do nosso povo não podem deixar de fazê-la. Em sua palestra – publicada no site da Pontifícia Comissão para a América Latina –, o professor Carriquiry afirma que “O que se impõe à primeira vista é que a América Latina está entrando em uma fase de forte efervescência social, como uma explosão social, com protestos populares espontâneos ocupando as ruas como no Haiti, Porto Rico, Nicarágua, Colômbia, Equador, Venezuela, Bolívia e Chile, em um clima que é, às vezes, de violência desencadeada. A América Latina é um viveiro de protestos”. Ele afirma que as elites financeiras, políticas e intelectuais “não têm sido capazes de entender e monitorar o que estava ocorrendo". Ele também convida a Igreja a escutar a realidade e a discernir “os sinais dos tempos”. Na conferência, Carriquiry diz que, de 2007 a 2014, a América Latina viveu um período de “vacas gordas” porque “nossos produtos energéticos, minerais, agrícolas e pecuários” conseguiram bons preços no mercado mundial. No entanto, os países não promoveram reformas estruturais que reduzissem as desigualdades sociais, aumentasse a capacidade dos serviços públicos de qualidade acessíveis a todos. A partir de 2015, o preço das com-

modities no mercado mundial caiu e “hoje a região está mais dependente das exportações de matérias-primas do que no final do século XX”. A pobreza e a extrema pobreza têm aumentado desde então. Carriquiry acrescenta: “Devemos ter em conta como causas fundamentais dos atuais surtos populares não só as condições de pobreza que subsistem em toda a parte, mas também as desigualdades sociais iníquas que existem na América Latina”. Carriquiry afirma que “a América Latina continua sendo a região com as maiores desigualdades do mundo, onde enormes concentrações de riqueza são mantidas por oligarquias, que ostentam um estilo de vida opulento e tendem a protegê-lo em áreas cada vez mais protegidas por todos os meios, vivendo lado a lado com as ´vilas miseráveis´ (“favelas”, etc.) e as grandes maiorias humanas que lutam diariamente para manter suas condições de vida e de trabalho.” O professor conceitua o termo falência institucional, referindo-se “aos grandes bolsões de pobreza e ao profundo abismo social – que é como um abismo – acrescenta-se, além disso, a falência institucional”. “Com isto quero dizer que as grandes instituições públicas dos países latino-americanos têm perdido credibilidade” e ele insiste: “Quando falo de falência institucional não me refiro apenas à credibilidade das autoridades governamentais, mas também das elites tecnocráticas, das Forças Armadas e das Empresas”. Referindo-se aos partidos políticos, Carriquiry afirma: “O mais notório fracasso institucional é sofrido em democracias cada vez mais menos representativas. A estrutura tradicional dos partidos políticos na América Latina tem

se desmembrado”, e insiste: “Os partidos políticos conservadores e liberais continuam apostando em políticas econômicas neoliberais, sem ter aprendido com as profundas crises econômicas, financeiras e sociais”. O professor acrescenta ainda que há uma crise de exaustão nos partidos de esquerda, da qual diz: “a esquerda tradicional não foi capaz de imaginar novos caminhos, utopias e místicas para esta transformação nas condições econômicas, tecnológicas e sociais do nosso tempo” (...) “É grave que a esquerda tenha se mostrado bastante incapaz de olhar a realidade através dos olhos dos excluídos, “descartados e excedentários” e, ao mesmo tempo, de propor um projeto nacional para o bem comum de todos”. Carriquiry enfatiza: “As pessoas estão cansadas e muito zangadas com o espetáculo de corporações autorreferenciais de políticos profissionais que estão absorvidas em suas propostas de poder, com desqualificações e insultos, mais interessadas em seus interesses do que no bem comum, sem paixão por seu próprio povo e menos pelos humildes e indefesos, sem grandes projetos nacionais e populares, incapazes de levantar esperanças bem fundamentadas. Ele encerra sua apresentação afirmando: “É muito importante educar, mover e mobilizar a juventude latinoamericana com a ideia de construir sua “Pátria Grande”. Enquanto isso, esperamos por líderes e vontade política mais inteligentes, determinados e apaixonados para dar um novo impulso regional, novas realizações concretas e novos horizontes à integração e unidade latino-americanas”. Fonte: vaticannews

CNLB: UM OLHAR

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este ano de 2020 vamos nos valer desse espaço para falar um pouco do que é e qual a missão do CNLB na Igreja, reforçar o que já fora publicado em outras edições da Folha Diocesana a partir de 2015. O que é o Conselho de Leigos e Leigas na diocese? ‘’O Conselho diocesano de Leigos e Leigas, CNLB Diocesano, é um organismo de articulação, Organização, representação dos cristãos leigos e leigas em nível diocesano. É um lugar de encontro, diálogo, serviço’’.(Agenda Formativa 2019 do CNLB, página 14). “É parte integrante das representações Regionais do Conselho Nacional do Laicato do Brasil - CNLB. Participar de um CNLB significa buscar articular e organizar a ação do laicato no cumprimento de sua vocação e missão na Igreja, mas, sobretudo, na sua ação evangelizadora na sociedade.” O texto ainda nos ajuda esclarecendo que “assim como a CNBB é o organismo que articula os senhores Bispos em sua ação pastoral em vista da sua vocação, assim também a Conferência dos Religiosos do Brasil, a Comissão dos Presbíteros e a dos diáconos, os CNIS, DOS Institutos Seculares, também existem para pensar suas ações específicas. Como estes, assim também o Conselho de Leigos e Leigas quer saber como pensam os cristãos leigos e leigas e formular, formular sua formação e conscientizar sua espiritualidade em vista da parte que lhes compete na missão da Igreja”. Eis, portanto, um pouco da nossa missão de cristãos leigos e leigas. No próximo mês continuaremos. Maria Madalena dos Santos Pires, Equipe de Articulação do CNLB - Guanhães


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DIOCESANA

Janeiro/Fevereiro de 2020

FESTA DO MÁRTIR SÃO SEBASTIÃO NA DIOCESE DE GUANHÃES

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a maioria das paróquias de nossa diocese o mês de janeiro prolonga as festividades. É a festa do mártir São Sebastião. Celebrado onde é o padroeiro titular ou em lugares onde a devoção forte alimenta a esperança do povo de Deus que percebe no mártir um intercessor contra a peste, a fome, a guerra e todo mal contagioso.

Coluna

Dom Joaquim

Guanhães

Conceição do Mato Dentro

Joanésia

Materlândia

Morro do Pilar

Peçanha

Rio Vermelho

Santa Maria do Suaçuí

São Pedro do Suaçuí

São Sebastião do Maranhão

Senhora do Porto

Virginópolis


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DIOCESANA

Janeiro/Fevereiro de 2020

COMEMORAÇÃO

JÚBILO PRESBITERAL

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Dom Leonardo

Dom Marcello

Dom Marcello

Padre Hermes

Padre Adão

(33)

3421-4590 .br

m.com f a v o n vida

e dezembro de 2019 a Janeiro de 2020 nossa diocese participou do jubileu sacerdotal de 2 bispos e 2 padres: Dom Leonardo completou 60 anos no dia 08/12 e celebrou na catedral de Diamantina; antes porém celebrou nas paróquias da Diocese de Guanhães onde trabalhou: Sabinópolis, São Sebastião do Maranhão e Guanhães. Dom Marcelo completou 25 anos de ministério presbiteral no dia 17/12 celebrado em São Sebastião do Maranhão (MG) e nos dias que antecederam tal data celebrou nas paróquias de Peçanha, Joanésia, Braúnas, Carmésia, Santo Antônio do Rio Baixo, Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro, Guanhães. Padre Adão (14/01/) e Padre Hermes (28/01) são colegas de Dom Marcello e também celebraram jubileu de prata.


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