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MARÇO/ABRIL DE 2019 | ANO 03 - NÚMERO 21

RECORDANDO A HISTÓRIA DA IGREJA MATRIZ DA PARÓQUIA SÃO MIGUEL E ALMAS

guilhermesoareslage@hotmail.com

Guilherme Soares Lage

Michel Hoguinele

hoguinelle@hotmail.com

F. Araújo

Trata-se de uma das igrejas primárias da diocese de Guanhães e está entre os monumentos mais antigos de Guanhães. Há, na entrada da Casa Paroquial, uma foto da Velha Matriz que tem a data certamente de uma época anterior a 1910. O pesquisador, Raimundo Zeferino de Pinho Carvalho (Tini), em texto escrito para o site da diocese de Guanhães, e não citada a fonte, relata que a história da Paróquia de São Miguel de Guanhães começa nos marcos fincados por Bandeirantes Paulistas e Baianos que cruzaram a nossa região e legaram nomes aos nossos Rios e às nossas primeiras povoações. O nome da paróquia São Miguel e Almas vem da origem da primeira capela erguida pelos bandeirantes que para aqui vieram. Entretanto o Guarda-Mor Antonio Feliciano dispunha em mãos de um Alvará Régio datado de 26 de janeiro de 1811, por mãos de Dom João VI autorizando a edificação da Capela de São Miguel Y Almas. O nome seria influência da Paróquia de São Miguel de Piracicaba (hoje Rio Piracicaba região Metalúrgica). Por isso a tradição de São Miguel e Almas, mas só tradição mesmo, sem efeito canônico. A escolha de São Miguel como padroeiro foi porque o proprietário da Fazenda Guanhães, o Guarda-Mor Antônio Feliciano, vendeu uma grande parcela de suas terras para o senhor José Coelho da Rocha, fiel devoto de São Miguel, que erigiu no alto do Bairro do Rosário a primeira Ermida de Guanhães que ficou pronta no ano de 1821. Até o ano de 1964 era possível observar na região do Alto do Rosário, em Guanhães, pedaços de adobes e outros utensílios daquele templo que virou ruínas. Por influência do Cônego Bento de Araújo Abreu, que veio se instalar na localidade, hoje conhecida por Sabinópolis, a localidade de Guanhães ganhou o nome de Capela de São Miguel dos Correntes. Muitos foram os benfeitores da paróquia: leigos engajados, padres, também bispos, uma vez que a paróquia canonicamente falando, pertenceu à Arquidiocese de Diamantina. Todos, de uma forma ou outra, participaram da construção e evolução da caminhada eclesial da paróquia São Miguel. Monsenhor Pinheiro é mencionado como alguém que muito marcou a vida da paróquia e que muito contribuiu com sua caminhada. No Livro de Tombo, página 2v e 3, Monsenhor Pinheiro registrou a reforma que ele mandou fazer na Velha Matriz: retirar as duas torres laterais, avançar o corpo da Igreja uns 6 metros à frente; deu-lhe uma feição de suave estilo barroco e, em lugar das sacristias laterais, ergueu paredes e fez dois salões superiores, dando à planta baixa a forma de cruz. A reforma da Velha Matriz iniciada em 1/07/1910 foi concluída em 21/05/1911. Portanto, a referida foto é anterior à Reforma realizada em 1910. Depois disso, os demais padres cuidaram de zelar pela conservação do Templo: pintura interna e externa. Em 1984, o pároco da época mandou executar uma reforma geral do telhado: com um arame fino de aço as telhas foram amarradas umas às outras, de alto a baixo em suas respectivas carreiras e reparos nas paredes. Houve alterações, por exemplo, de retirada do assoalho e colocação de ardósia. Depois, percebeu-se a necessidade de voltar com o piso de assoalho. Também houve mudanças no presbitério e no altar. Grande foi a dedicação de cada padre que por aqui passou durante esses longos anos, como também está sendo a dedicação e zelo do atual pároco padre Hermes Firmiano Pedro. Fontes: Livros de Tombo da Paróquia São Miguel Entrevista com Róger Rocha (Roginho)


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