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SETEMBRO/OUTUBRO DE 2019 | ANO 03 - NÚMERO 24

É MISSÃO DAS PARÓQUIAS RESPLANDECER A LUZ DIVINA “Eles eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42)

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m sintonia com as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora do Brasil (DGAE 2019-2023), documento 109 da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -, apresento algumas motivações que me parecem indispensáveis para nossas paróquias, de modo especial às duas presentes em nossa cidade: São Miguel e Almas e Nossa Senhora Aparecida. Seguindo o exemplo das primeiras comunidades, que “eram perseverantes no ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, na fração do pão e nas orações” (At 2,42), como discípulos missionários do Senhor, devem cuidar, com todo o carinho e empenho, com o máximo de todos os recursos possíveis, da formação dos agentes de pastoral, tendo como conteúdo fundamental a Palavra de Deus, os Ensinamentos da Tradição da Igreja, e a Doutrina Social da Igreja (DSI). Quanto à comunhão fraterna, formar comunidades que criem e fortaleçam os vínculos dos relacionamentos, vivendo de modo profundo e intenso a caridade, que confere à comunidade a verdadeira identidade como seguidores de Jesus Cristo, como eram reconhecidas as primeiras comunidades, na expressão de Tertuliano (séc. II): – “Vede como eles se amam”. Deste modo, precisam ter todo o cuidado com a Sagrada Liturgia e a celebração dos Sacramentos, a fim de que expressem a beleza e o esplendor do Mistério celebrado, de acordo com as sábias orientações da Igreja. Finalmente, devem ser espaços de aprofundamento de uma Catequese Permanente, em que não faltem momentos fecundos e enriquecedores de uma espiritualidade verdadeiramente comprometida com a dignidade e a vida, sobretudo dos empobrecidos, nos quais reconhecemos a pessoa de Jesus Cristo. Tendo estes quatro pilares bem cuidados, muito contribuirão as Paróquias para a Pastoral de Conjunto de toda a Diocese, e todos devemos dar o melhor de nós. Com Maria, mãe da Igreja, sigamos em frente, firmando nossos passos nesta caminhada evangelizadora, contando com a ação e presença do protagonista da Evangelização, que anima, ilumina, fortalece e conduz a Igreja: o Espírito Santo de Deus. Dom Otacilio F. Lacerda Bispo de Guanhães


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Escreveu. Fez das provações uma escola. Das provocações, uma pedagogia. Da vida, missão. A jovem Teresa faz lembrar aquilo que o querido Papa Francisco nos pede: “Ser uma Igreja em saída”: sair! Sair para tudo que é lugar, mesmo dentro da própria casa. Sair, experimentar, desejar, provar; o louco desejo missionário que mora no nosso coração. Enquanto existir ardor missionário, o Amor de Teresa continuará vivo, sobrevivente, esplêndido.

SANTA TERESINHA A SANTA PADROEIRA DAS MISSÕES, A SANTA DAS COISAS DO AMOR!

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o dia 01 de outubro, mês Missionário, celebra-se Santa Terezinha do Menino Jesus, a santa carmelita, mesmo com sua vida contemplativa, tornou-se a Padroeira das Missões. Teresa viveu 24 anos. Pouco! Muito! Aliás, muitíssimo! Talvez uma das maiores

histórias de intimidade com Deus. Sua fé cresceu à medida que descobriu o Amor. Minutos antes de morrer, dia 30 de setembro de 1897, Teresinha disse: "Meu Deus, eu vos amo". Foi o Amor que a recebeu na eternidade. Sem amor não existe missão. Teresinha é referência missionária. Não andou muito. Não foi pra lá e pra cá.

Quase nada, mas saiu. Saiu dela. Amou. O amor é sempre missionário porque não é egoísta. O amor rompe muros, barreiras, discursos violentos. O amor invejoso não é amor. O amor individualista não é amor. É mentira. É farsa. É máscara. O amor só é amor quando olha para fora. Teresinha foi buscando uma fé madura. Um seguimento verdadeiro a Jesus.

Pe. Hermes F. Pedro

"SAL, LUZ E FERMENTO". A TAREFA DOS LEIGOS NA MISSÃO DA IGREJA

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DÍZIMO

uando se fala da missão da Igreja, corre-se o risco de pensar que se trata dos que falam do altar. Muitos de nós conhecemos a palavra missão, associando-a a uma pessoa (muitas vezes um padre de batina) que vinha às nossas comunidades para pregar sermões. Será mesmo essa a tare-

fa deixada por Cristo aos seus discípulos? Ao longo dos anos nossa Mãe Igreja vem nos educando na fé e fazendo-nos descobrir que essa tarefa ou missão tem de ser realizada por todos os que constituem a Igreja, comunidade eclesial. Aos leigos, corresponde uma parcela concreta dessa missão. O Concílio Vaticano II já nos deu algumas orientações

GRATIDÃO, DEVOLUÇÃO, PARTILHA E SERVIÇO

precisas. Os fiéis correntes – lê-se na Constituição Lumen Gentium - “são chamados por Deus para contribuir, como fermento, para a santificação do mundo, no exercício das suas tarefas, guiados pelo espírito evangélico, e assim manifestam Cristo aos que com eles convivem, principalmente com o testemunho de sua vida e com o fulgor de sua fé, esperança e caridade”. E mais adiante: “Os leigos estão particularmente chamados a tornar presente e operante a Igreja nos lugares e condições onde ela não pode ser sal da terra senão através deles”. Quer dizer que, em um hospital, a Igreja não está presente só pelo capelão: também atua por meio dos fiéis que, como médicos e enfermeiros, procuram prestar bom serviço profissional e esmerada atenção humana aos doentes. Em um bairro, a igreja será sempre um ponto de referência indispensável, mas o único modo de chegar aos que não a frequentam, será por meio de outras famílias. É lá, em todos os setores da sociedade, que nós, cristãos leigos e leigas, somos chamados a ser esta presença que

toca nos corações, que leva algo novo e provoca mudança e que transforma. É a missão de todos os cristãos leigos e leigas ser sal, agindo em pequenas quantidades, mas dando o sabor necessário; luz que traz a esperança de um novo caminho possível e fermento que penetra e provoca a abertura ao novo, que se deixa ser transformado. A missão, portanto, não é uma atividade a mais da Igreja, constitui a própria essência da Igreja, de todos os batizados vivenciando a ordem do Mestre: “Ide por todo o mundo e levai a Boa Nova a toda criatura”. Portanto, nossa missão é levar a mensagem de Cristo a todas as realidades terrenas – família, trabalho, atividades sociais - e, com a ajuda da graça divina, convertê-las em oportunidade de encontro com Deus e com os Homens. Sejamos esses elementos fundamentais, levando sabor, esperança e transformação. Madalena Santos Pires (Da Equipe de Articulação do CNLB/ CDL - Guanhães)

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EXPEDIENTE

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INFORMATIVO DA PARÓQUIA SÃO MIGUEL E ALMAS - PRAÇA JK, 12 – CENTRO – GUANHÃES - MG Fone: (33) 3421-1651 - E-mail: jornalpartilhando@gmail.com - Página:@paroquiasaomiguel Pároco: Pe. Hermes Firmiano Pedro Responsáveis: Pe. Hermes Firmiano Pedro e Pe. Wanderlei

Rodrigues dos Santos Colaboradores: Eliana Alvarenga, Geraldo Júnior, Luís Carlos Pinto, Mariza Pimenta, Mariza Silva, Poliana de Jesus, Simone Mendanha, Vera Pimenta e lideranças das

comunidades rurais e urbanas Diagramação: Vander Cardoso (31) 99305-1127 – geracaobhz@gmail.com Revisão: Eliana Alvarenga, Mariza Pimenta e Vera Pimenta


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CONTECEU

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Alunos e fucionários da APAE Guanhães, no Primeiro Dia da Novena São Miguel.

Equipe de Ornamentação do pátio da catedral para a Festa de São Miguel.

Apresentação das crianças à comunidade.

Início do Ministério Episcopal de Dom Otacilio.

Novena e Festa de São Miguel.

Novena e Festa São Miguel.

Posse de Dom Otacilio.

Responsáveis pelas equipes de trabalhos para a Posse de Dom Otacilio

Programa Hora da Família.

Programa Hora da Família.

Mutirão de limpeza da igreja matriz após a reforma.

Primeira Missa na igreja matriz após a reforma.

Semana Bíblica - Setores Matriz e Catedral

Semana Nacional da Família na Vila Vicentina.

Preparativos para o almoço da Cavalgada São Miguel. Colaboração do Tiro de Guerra.

Missa com a participação da Mãe Rainha - presidida por Dom Otacilio.

Celebração e confraternização do Dia do Catequista.

Celebração: Dia do Catequista.

Arraial da Catequese - casamento da roça. Participação do EAC

Arraial da catequese. Trabalho nas barracas

Arraial da catequese.

Arraial da catequese. Cozinha.


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LAVRAS DO PAPA FRANCISCO

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REZAR PELOS GOVERNANTES

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a celebração de 16 de setembro, a mensagem do Papa centralizou-se na Primeira Carta de São Paulo a Timóteo, encorajandonos a rezar a Deus também pelos governantes para que “possam levar adiante com dignidade sua vocação”. Ele exorta a “todo o povo de Deus” a rezar “pelos reis e por todos que estão

no poder” para que tenham “uma vida calma e tranquila, digna e tranquila dedicada a Deus”. O Pontífice ressaltou a importância da oração, como evidencia Paulo em sua carta a Timóteo; que rezemos pelos governantes, pelos políticos, pelas pessoas envolvidas na política. Papa Francisco reforçou a necessidade de se rezar também por aqueles que têm opinião diferente da nossa,

CONVERSANDO SOBRE LITURGIA ARTIGO I

O QUE É O ANO LITÚRGICO, E O ANO CIVIL

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Ano Civil nos traz uma ideia de círculo, ou podemos até dizer, que ele é circular e cíclico, ou seja, repete-se constantemente em suas datas. Vai marcando a história da humanidade, sua evolução e progresso; lutas, fracassos e conquistas. E dentro dessa história circular, o ser humano vai se preenchendo, e se desgastando, geração após geração. Querendo ou não, o tempo civil é inexorável, faz avançar a história à custa do envelhecimento e do desgaste, e encomenda o fim dos seres humanos, cuja maioria passa por ele no anonimato. O Ano Litúrgico não se identifica com o Ano Civil nem a ele se submete. Corre paralelamente a ele ao determinar todas as celebrações litúrgicas, mas não coincide com suas datas. Tem um sentido diverso e um ritmo próprio, como se o Ano Civil servisse apenas de pista para o Ano Litúrgico. De fato, o Ano Litúrgico é uma intervenção de Deus dentro da história humana. Relembra tudo o que Deus já realizou por nós, pela salvação, e atualiza essas ações de Deus em favor de cada geração. Mais do que construir uma história própria, o Ano Litúrgico marca o tempo próprio de Deus dentro da história da humanidade, sempre em busca do ser humano para salvá-lo da destruição inevitável que o tempo civil lhe causa. Por isso, a melhor imagem para entender o Ano Litúrgico não é o círculo repetitivo, mas a espiral ascendente que jamais repete

o mesmo círculo. Uma espiral salvífica que parte do Alfa da criação e vai girando para o alto em direção ao Ômega da nova criação em Cristo Ressuscitado. Assim, Deus nos salva dentro de nossa história e nos salva da nossa história, daquilo que ela traz de degeneração e morte. O Ano Litúrgico é essa espiral ascendente de salvação que liberta o ser humano de seu destino fatídico e o leva em direção à comunhão com a vida divina e eterna. Por isso, cada Ano Litúrgico, mesmo celebrando as mesmas datas, atualiza uma nova intervenção da graça redentora da Santíssima Trindade em favor do seu povo caminhante. O início do Ano Litúrgico não é o 1º de janeiro, mas no 1º Domingo do Advento, que nunca cai na mesma data do Ano Civil. O Ano Litúrgico se encerra na Festa de Cristo Rei, 34º Domingo do Tempo Comum, anterior ao Primeiro Domingo do Advento. Nas próximas edições: estrutura do Ano Litúrgico e como é desenvolvido em seu percurso.

Michel Hoguinele hoguinelle@ hotmail.com

mesmo que não mereçam. Ele recordou a “crise de governo” pela qual os italianos passaram e questionou: “Quem de nós rezou pelos governantes? Quem de nós rezou pelos parlamentares? Para que possam ir de acordo e levar adiante a pátria? Parece que o espírito patriótico não chega à oração; mas sim às desqualificações, ao ódio, às brigas, e termina assim. Portan-

to, quero que em todos os lugares as pessoas rezem, levantando as mãos puras para o céu, sem raiva e sem polêmicas”. Francisco “não pede para ‘discutir sobre política’, mas para rezar”, pois, segundo Paulo VI, a política é “a mais alta forma de caridade”. Disse que “pode ser suja assim como qualquer outra profissão, qualquer uma... Somos nós que sujamos uma coisa, mas não é a coisa em si que é suja. Acredito que devemos nos converter e rezar pelos políticos de todas as cores, todos eles! Rezar pelos governantes. É isso que Paulo nos pede”. Ele concluiu: “É bom pensar que, se o povo reza pelos governantes, os governantes também serão capazes de rezar pelo povo, como esse centurião que reza pelo seu servo”. Por Mariza Pimenta. Leia mais em: www.vaticannews.va.

“É SETEMBRO, É AMARELO!” CONVERSANDO SOBRE DEPRESSÃO O que é “Muita gente uma vez ou outra na vida se sente deprimida ou triste. É uma reação natural à perda, aos desafios da vida e à baixa autoestima. Mas, às vezes, o sentimento de tristeza se torna intenso, dura longos períodos e retira a pessoa da vida normal. É o mais comum dos transtornos mentais, mas é uma doença tratável. “ O texto a seguir é uma entrevista com uma jovem acometida pela doença. Depressão significa falta de fé em Deus? - Não. Depressão é um distúrbio mental e que pode ocorrer mesmo em pessoas de muita fé. A depressão nos deixa desesperançosos e sem ânimo; e a fé é movimento. - Você já teve depressão? - Sim. Estou em tratamento atualmente. A depressão pode ser média, leve ou grave. Já estive em estado grave. Hoje me mantenho em tratamento para não chegar a esse ponto novamente. - Só o tratamento ajuda? - O tratamento tem de ser completo. Físico, mental, emocional e espiritual. - O que você tem feito para conviver com essa doença? - Respeito meus limites, tento fazer atividades mesmo sem vontade, falo a respeito com outras pessoas, encorajando-as a partir da minha experiência e tento brincar com a situação. - A depressão tem um motivo ou uma causa? - Pode ter ou não. Há pessoas que se deprimem por um fator externo; outras, pela forma como elas têm de pensar e ver a vida, mas pode acontecer com qualquer pessoa. - Quando a pessoa descobre que está com depressão? - Algumas pessoas nem descobrem. Acham que estão numa fase chata ou ruim e que vai passar. Geralmente pessoas próximas é que conseguem perceber. Eu descobri com ajuda de profissionais. Não

tinha consciência da doença. - A pessoa, sem ajuda profissional, consegue se curar? Não acho. A depressão é um distúrbio. A pessoa pode se esforçar e ficar bem por um tempo, mas curar-se, não acho. - E o que a família pode fazer nesse caso? Apoiar, falar palavras de ânimo, fazerse presente mesmo que em silêncio, ajudar a pessoa doente a se sentir amada. - No Brasil, a depressão atinge 11,5 milhões de pessoas. Há alguma forma de ajudar as pessoas vítimas da doença? - Sim. Enxergando depressão como um distúrbio da mente, encorajando as pessoas a procurar ajuda profissional; não descrever psicólogo e psiquiatra como médicos de doido. - A pergunta “Como vai você” pode ajudar uma pessoa a falar sobre a depressão? - Depende da forma como for realizada e se a pessoa aguarda a resposta. No automático, não rola (risos). “Como vai você?” somente como uma forma de cumprimentar, não. Mas como aproximação e interesse verdadeiro de ajudar, sim. - Do que a pessoa com depressão não precisa? Ouvir que é falta de Deus, que a vida dela é linda, que vai passar, pra ela não dar importância. Obs.: A pessoa com quem conversei sobre esse tema enche minha vida de graça, beleza, delicadeza e esperança.

Luís Carlos Pinto Professor de Educação Básica


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