FOLHA EXTRA ED 1033 A

Page 1

10 DE OUTUBRO DE 2013

A1

Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

QUINTA-FEIRA nº 1033, ANO 10 R$ 2,00

Lucas Aleixo - Folha extra

Filhos da Terra O aposentado José Savogin é um desses casos que provam que dom não vem com formação acadêmica ou instrução (embora o artista faça questão de ressaltar a falta que o ensino lhe fez). Um pouco pintor, um pouco desenhista, um pouco artista plástico e um pouco até arquiteto e urbanista. Somando tudo: um artista nato. Dos caminhões construídos ainda na infância até telas premiadas, o autodidata Savogim é um ícone da arte no Norte Pioneiro. PÁGINA A6 - Por Lucas Aleixo

Tela O Lixo é a preferida de Savogin e participou de exposições até em Foz do Iguaçu

José Savogin: a trajetória de um Artista divulgação

IBAITI

Secretaria da Agricultura fecha mais uma etapa do curso de piscicultura A secretaria municipal de Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente e Turismo de Ibaiti, a prefeitura local, através do prefeito Roberto Regazzo, o Betão (PSB), em parceria com o Sistema Faep/Senar e Sindicato Rural Patronal de Ibaiti capacitaram mais turmas de produtores com o Curso de Piscicultura. O curso foi estendido também na Vila Guay, com a capacitação promovida no salão paroquial e a prática na propriedade do senhor Mauro Antônio Santa Rosa. PÁGINA A3

Curso de Direito da UENP é o melhor do Paraná e o 2º do Brasil Professores destacam compromisso e comprometimento como segredo para estar no topo PÁGINA A4

Braz assina convênio para pavimentar estradas rurais

O prefeito de Arapoti, Braz Rizzi (DEM), assinou nesta terça-feira (8), convênio para pavimentação com pedras irregulares de seis quilômetros da estrada rural que dá acesso ao distrito Cerrado das Cinzas. A assinatura foi realizada no gabinete do secretário de Agricultura e Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, em Curitiba. As obras terão um investimento de R$ 900 mil e integram o programa Caminhos das Pedras, que é desenvolvido pela Seab e pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil). PÁGINA A3


Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

A2

OPINIÃO

comida caseira de sabor único

CRÔNICA

No escuro, com Clarice Por INÊS PEDROSA

Cronista

Tenho uma enorme dificuldade em começar o ano: o frenesim festivo angustia-me, não o entendo. Nunca consegui ser feliz por decreto, creio que é por isso que tenho menos queixas da vida do que o comum dos portugueses. Não tenho um temperamento enevoado nem cultivo o cepticismo desamparado que serve de sedutor cenário ao pós-guerra da emancipação das mulheres: detesto gente lamurienta, gosto da festa quotidiana do amor e da alegria – por isso embirro com os rituais de festejo obrigatório: as doze passas (quem tem doze desejos assim tão organizadinhos e independentes?), o pé no ar, os abraços e beijos convencionais, o demônio das resmas de sms de pessoas que durante o resto do ano não querem saber se estou viva ou morta, tudo isso me dá cabo do juízo. E, sobretudo mata-me os bons sentimentos, o que é triste e nem sequer é fado. Não podemos candidatar os bons sentimentos a patrimônio imaterial da humanidade? Sempre serviam para alguma coisa, porque para a literatura parece que deixaram de servir assim que o Cervantes morreu, o que me faz pena. Assim, nesta passagem de ano, fugi para dentro do mundo de Clarice Lispector – um mundo de uma lucidez alucinante, que nos instiga a desbravar o tutano da vida. As frases de Clarice são relâmpagos que iluminam a mais bruta e profunda matéria do humano. Todos os seus livros são prodigiosos, no sentido literal: a cada releitura trazem novas descobertas – e, ao contrário do que tantas vezes se diz, não é necessário ser-se «intelectual» para aceder a Clarice. É necessário, sim, ser-se uma coisa mais difícil: livre, como Clarice profundamente foi. Essa liberdade exige inocência, a capacidade de olhar para o já visto e já nomeado como se não o conhecêssemos. O dom da sua escrita é o de iluminar os objetos e os seres mais simples, interrogando-os para os entender, sem juízos prévios. A força da sua voz advém dessa inocência inexpugnável, valente, ilimitadamente ousada. Releio Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres porque é o mais perfeito e feliz livro que conheço sobre a paixão como conhecimen-

to em crescendo e intensidade física que perdura – contra séculos de literatura que choram a sua tragédia e brevidade. Este romance não começa nem acaba: abre com uma vírgula e uma mulher excessivamente ocupada, termina com dois pontos depois dos quais Ulisses continuaria a dizer a Loreley o que estava a pensar. Deste modo, Clarice diz-nos que a conversa íntima entre dois amantes é infinita e particular – e diz-nos simultaneamente que o que se segue será da nossa responsabilidade, será o nosso livro, o nosso romance. Se todos podemos ser Ulisses e Loreley, cada um o será a seu modo – esta mistura de individualidade e impessoalidade extremas é a pedra de toque da modernidade global e fragmentária em que vivemos, e é também a qualidade suprema da escrita de Clarice: tudo aquilo de que ela fala nos rasga as entranhas, por muito estranho que pareça – e nessa estranheza entranhada a nossa alegria e a nossa dor são também a descoberta do mundo. A vírgula, acumulativa, digressiva, buliçosa, sinaliza a mulher. Os dois pontos, defensivos, reflexivos, narcísicos, sinalizam o homem. O que se passa durante o romance é a aproximação entre estes dois mundos, até à fusão. A relação entre Loreley e Ulisses faz-se de silêncios, esperas, um trajeto de noite e solidão em que tudo o que ambos sabiam antes de se encontrarem se transfigura e prepara para a sabedoria maior do amor. O erotismo cresce, página a página, de um modo sinfônico perfeitamente orquestrado, até esse clímax em que os amantes «se amaram tão profundamente que tiveram medo da própria grandeza deles». O que é raro e belo é que continuam ainda a amar-se, para lá da página e da pontuação. Em 2012, sei que Clarice estará ao meu lado, noite após noite, com o coração selvagem que nunca perdeu– e, afinal, só isso importa.

Comente o artigo http://issuu.com/ folhaextra

CHARGE DA EXTRA

A questão do diagnóstico na vida Por MARINA S. RODRIGUES ALMEIDA Psicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga, Consultora em Educação Inclusiva

T

enho ideias, mas que fazer com elas, partilhar, pensar alto, prosear, como fui inventando meu modo de vida? Parece que o fazer, às vezes é tratado como da ordem do privado. Talvez porque o que se faz traz consigo uma espécie de denúncia da nossa posição no mundo que nunca será igual a do outro, é sempre passível de outra abordagem. É quase um se expor à realidade e correr o risco de frustrar e se decepcionar. Mas isto é o que chamamos de teste de realidade, de ir à cultura, é o que nos faz humanos diferentes e semelhantes, nunca iguais. Só nossa raça humana é igual! Portanto vamos fazer, criar, poetizar, sonhar, compartilhar… Quero partir então do pensar sobre o modo de vida humana e a necessidade última de um diagnóstico para tudo, porém nem tudo tem diagnóstico. Modo de vida é uma maneira de ser no mundo, ou seja, configurações de afetos, de tempo, de lugar, das relações, percepções focais e genéricas que podem tomar um sujeito, um grupo, um coletivo dentro das composições que vão se desenhando as relações humanas, podemos chamar de sociedades e comunidades. Hoje em dia para tudo se tem diagnóstico: se meu carro quebra o mecânico diz: “preciso fazer um diagnóstico do seu veículo, uma checagem”, vai fazer diagnóstico para consertar a torneira porque não sabemos porque não sai a água” e se é com nossa saúde, aí complica! Fiquei perguntando-me qual o valor, necessidade, vontade, expectativas, consequências, desejo de buscar

o diagnóstico como uma verdade ou será apenas um caminho?! Para que serve o diagnóstico? De onde veio isto? Da nossa cultura evoluída, mas compartimentada, que separa, categoriza, observa o fenômeno, experiência, qualifi-

volver nossa capacidade de distingui-lo como ser único, mas social, uma ação recíproca e dialéctica do interno e externo, da mente e corpo, considerando o problema, queixa, em seus aspectos multifacetados. Frente a um ser humano

narcisismo e pela sociedade do espetáculo, temos “um modelo de subjetividade em que se silenciam as possibilidades de reinvenção do sujeito e do mundo”. Na cultura do narcisismo e na sociedade do espetáculo, a fragmentação da

Fiquei perguntando-me qual o valor, necessidade, vontade, expectativas, consequências, desejo de buscar o diagnóstico como uma verdade ou será apenas um caminho?! Para que serve o diagnóstico? De onde veio isto? Da nossa cultura evoluída, mas compartimentada, que separa, categoriza, observa o fenômeno, experiência, qualifica, quantifica e intervém quando é possível. ca, quantifica e intervém quando é possível. A isto chamamos de modelo científico ou ciência. Está ligada a nossa capacidade humana de pensar, refletir, agir e evoluir. Não tem nada de errado nisto, só poderá ser um complicador quando ficamos nesta única posição. Vamos ver o verbete diagnose: conhecimento ou determinação de uma doença; termo da linguagem internacional, discernimento, exame. Vamos então para o verbete diagnóstico: capaz de ser discernível. Portanto definições abertas e fechadas. O diagnóstico na vida atual desafia os profissionais de saúde, do quotidiano, em vários níveis epistemológicos, teóricos, técnico, investigativo. Para uma elaboração adequada e sensível, o diagnóstico que envolve a vida humana precisa ser deveras cuidadoso, pois entra em jogo a vida deste ser, de indivíduos ou grupos, portanto entendo como uma responsabilidade social. No contato com o ser humano precisamos desen-

complexo, não há uma coisa a ser feita, tratada, diagnosticada, medicada, mas muitas… nossa tarefa (profissionais) é mudar a maneira de pensar, falar e agir nestes sofrimentos humanos que aparecem nesta realidade que insere a subjetividade humana. Portanto, é pensar de que maneira aquilo que aprendemos com as experiências anteriores possa ser útil, sensível e eficiente a fim de que possamos intervir no cenário atual. A Psicanálise durante estes cem anos tem contemplado estes estados de sofrimento humano e redimensionou as formas de continência e cuidados. Dizemos em Psicanálise que ela a teoria não está com problemas, seu corpo teórico tem se desenvolvido, que são os analistas que estão com dificuldades de realiza-la na prática do quotidiano. Hoje tenho dúvidas sobre isso. Apesar dos avanços da psicanálise talvez ela precise transgredir ela própria e encontrar novos paradigmas! Na sociedade pós-moderna, caracterizada pela cultura do

subjetividade leva ao paradoxo entre “autocentramento” e exterioridade. Trata-se de uma nova forma de subjetivação, por meio da qual são criadas outras modalidades de subjetivação na atualidade, o que constitui o fundamento da atual psicopatologia e portando diagnósticos. Caímos na hegemonia da aparência, parece que ficou curado, que resolveu os problemas, etc.… Curar na linguagem psicológica, quer dizer “capacidade de cuidar-se de ter cuidado”, portanto muito diferente no que entendemos no cotidiano, na medicina! A única coisa que sabemos é que o homem continua em seu sofrimento, a maneira pela qual aparece sua dor de crescimento ou adoecimento é que precisamos entender neste contexto histórico chamada de sociedade da informação e do espetáculo narcísico.

Comente o artigo http://issuu.com/ folhaextra

Violência, um diagnóstico de difícil terapia Por MANOEL DAMASCENO

A

Escritor do Recanto das Letras

violência em si é abominável, mas ela existe e persiste em todas as sociedades ocupando espaço considerável nas mentes e nas ações das pessoas. Em tempo algum foi feita referência de sua inexistência em qualquer sociedade. O que existe mesmo é apenas a presença de indivíduo ou grupo de pessoas pacatas, passivas, evidenciando aqueles que controlam suas emoções, apesar dos desafios. Ela deve ser continuamente contestada, constantemente prevenida e se necessária, usar da repressão de toda ordem para barrar sua dispersão ainda in-loco. Como não se consegue extingui-la, minimizar em números aceitáveis é sempre cogente, porém, deve ser avaliada judicialmente para que essa violência não se propague pela via da impunidade. Ela acompanha a humanidade continuamente desde as suas rudimentares práticas entre as tribos, em razão da então existência do homem no meio natural, lá nos seus primórdios, razão da luta pela sobrevivência. Mesmo assim, não se pode mais aceitá-la como uma qualidade intrínseca da pessoa humana no atual estágio da civilização, pois as sociedades, nos mais diversos continentes do globo terrestre já superaram inúmeros desafios, minimizando as batalhas, as guerras e as contendas menores, como tal, a nossa violência deve ter seu enfoque trabalhado nas suas mais diferentes diversidades, assim, visando alcançar para que se torne apenas atávica, pois ainda não se alcançou a mutação desse instinto num fator notadamente recessivo. O domínio do DNA, os

transgênicos, a utilização da célulamãe, as células tronco, a clonagem, a medicina de transplante, o conhecimento do código genético, a biotecnologia, a análise do genoma, etc, nada disso ainda não conseguiu alcançar uma mutação no elemento humano em minimizar o fator violência que existe no seu âmago. Apesar do esforço da ciência isso não vem se mostrando reversível, pois os atos de violência vêm se tornando dominantes mesmo entre aqueles indivíduos que conquistaram cultura, gozam de poder econômico e estabeleceram notória projeção social. Há até quem pratique violência contra a vida justificando que foi por amor. Se o seu ato criminoso não fosse por amor, certamente cometeria um genocídio. Mas os métodos e estratégias dos aparelhos policiais, nem o arquétipo político e nem a cegueira da justiça, mesmo tudo isso em conjunto, não estão mostrando eficiência na inversão da tendência da abjeta violência praticada por um indivíduo ou por grupos, na modalidade de ação ou por uma passiva omissão. Enquanto isso, a violência se propaga por todos os campos da existência em todos os segmentos humanos. Hoje a violência difere em muito da violência quase animal que então era praticada pelos nossos ancestrais como forma de sobrevivência. Modernamente a totalidade dos atos violentos obedece a um planejamento, na forma de crime organizado ou planejado. Sendo a violência um fato mutável e em ascensão, observando a sua tendência, consultando a curva das estatísticas e as suas diversas moda-

lidades e tendência é provável que se possa estabelecer uma previsão da elevação do seu índice, da sua evolução e da sua propagação, no tempo e no espaço, logo, também se poderá criar as estratégia de controle e de prevenção, progressivas. Como não se consegue inverter a violência, há de se aproveitar esta defasagem humana para se encontrar uma aplicação para cada tipo identificado e isolado dos índices dessas agressões. Como essa violência poderia ser aproveitada e utilizada para o benefício de todos? Eis uma nova indagação. Após diagnosticar a incidência, seus autores, a finalidade de cada abuso, é provável que no atua estágio da humanidade que se possa prescrever um tratamento com uma medicação tópica ou uma cirurgia invasiva, porém, sempre com uma terapia in-

dividualizada, pois os motivos que levam aos diversos tipos de violência não são sempre os mesmos, como assim são diferenciados os encaminhamentos dos fatos da ferocidade de cada indivíduo ou grupo. Precisamos avaliar e enquadrar as diversidades violentas, conhecêlas profundamente e condensa-las em laboratório e submetê-las às diversas reações até encontrar a equação social que mais se identifique com as motivações.

Comente o artigo http://issuu.com/ folhaextra


Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

A3

VIDA PUBLICA

Braz assina convênio para pavimentar estradas rurais As obras terão um investimento de R$ 900 mil e integram o programa Caminhos das Pedras, que é desenvolvido pela Seab e pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil). DA ASSESSORIA Arapoti

O prefeito de Arapoti, Braz Rizzi (DEM), assinou nesta terça-feira (8), convênio para pavimentação com pedras irregulares de seis quilômetros da estrada rural que dá acesso ao distrito Cerrado das Cinzas. A assinatura foi realizada no gabinete do secretário de Agricultura e Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, em Curitiba. As obras terão um investimento de R$ 900 mil e integram o programa Caminhos das Pedras, que é desenvolvido pela Seab e pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seil). O deputado Plauto Miró (DEM), 1º secretário da Assembleia Legislativa, que reivindicou a obra

DIVULGAÇÃO

junto ao Governo do Estado, destacou a importância do projeto. “A pavimentação com pedras irregulares ajuda a melhorar e conservar as estradas rurais. É uma excelente ação que traz benefícios para todos e melhora a qualidade de vida dos paranaenses”, disse. Rizzi explicou que a obra trará muitos benefícios para a região. “A estrada que leva ao Cerrado das Cinzas começa na PR-092 e tem um tráfego intenso. O calçamento melhorará a vida dos pequenos agricultores que vivem na região e também de estudantes que frequentam as duas escolas da localidade”. Ortigara lembrou que a agricultura paranaense é mantida principalmente por pequenos e médios agricultores e que a pavimentação e manutenção das estradas permitem o transporte de insumos e o escoamento da produção de forma adequada.

Prefeito Rizzi em Curitiba

IBAITI

Secretaria da Agricultura fecha mais uma etapa do curso de piscicultura

divulgação

Capacitação teve aulas teóricas e práticas DA ASSESSORIA Ibaiti

A secretaria municipal de Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente e Turismo de Ibaiti, a prefeitura local, através do prefeito Roberto Regazzo, o Betão (PSB), em parceria com o Sistema Faep/Senar e Sindicato Rural Patronal de Ibaiti capacitaram mais turmas de produtores com o Curso de Piscicul-

tura. Ministrado pela engenheira do SENAR Janete Armstrong, o curso contou com a parte teórica, realizada no Sindicato Patronal e a parte prática realizada em diversas propriedades, entre elas Chigueto, Pesqueiro Lago Azul, entre outros. O curso foi estendido também na Vila Guay, com a capacitação promovida no salão paroquial e a prática na propriedade do senhor Mauro Antônio Santa Rosa. O objetivo da capacitação foi de fornecer aos piscicultores diretrizes para que estejam aptos a participar do Programa de Incen-

tivo a Piscicultura, do Ministério da Pesca e Aquicultura em parceria com a prefeitura de Ibaiti. Foram abordando os aspectos técnicos e comerciais. O conteúdo programático incluiu situação atual da piscicultura; sistemas de criação de peixes, sistemas intensivos e produtivos, princípios de construção de viveiros e represas, espécies de peixes; qualidade de água; controles; e mercado. Na parte prática, foram mostrados aspectos básicos de manejo e medição de qualidade de água. De acordo com o técnico agro-

pecuário Jeferson Roberto Quiqueto. “Estamos aguardando agendamento para marcarmos os próximos cursos de piscicultura”, disse, aproveitando para agradecer a todos os pesqueiros e produtores que cederam toda estrutura de suas propriedades para a realização da parte prática. A equipe da secretaria da Agricultura, juntamente com os produtores agradecem o apoio do prefeito Beto Regazzo, que tem se empenhado em promover uma melhor qualidade de vida aos agricultores familiares.

Barbosa admite prisão de mensaleiros ainda este ano DAS AGÊNCIAS

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, admitiu nesta quarta-feira (9) que pode decretar a prisão dos condenados no julgamento do mensalão assim que o processo transitar em julgado, o que para alguns dos réus deve ocorrer ainda neste mês. A declaração ocorre no mesmo dia em que o Supremo divulgou a ementa do acórdão dos primeiros recursos apresentados. “Um dia vai ocorrer. Quem decide é o colegiado, mas essa é a tradição do tribunal (decretar a prisão após o trânsito em julgado)”, disse Barbosa antes da sessão plenária do STF. Barbosa afirmou que a Corte deve julgar ainda em outubro os segundos embargos de declaração. Como o acórdão deve ser divulgado na

sua íntegra hoje, o prazo para a apresentação de novos recursos se inicia na sexta-feira. A partir de então, as defesas terão cinco dias para apresentar os segundos embargos de declaração e 30 dias para os embargos infringentes. No caso dos embargos de declaração, todos os 25 condenados poderão apresentar novos recursos. Como eles servem apenas para sanar eventuais omissões, contradições ou obscuridades durante o julgamento e não têm poder de alterar as condenações, o Supremo poderá decretar, então, o trânsito em julgado logo após a sua análise. Entram nesse caso réus como os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Para outros 12 condenados, no entanto, a definição sobre o pedido de prisão ainda terá de aguardar o julgamento dos infringentes. É o caso do ex-ministro José Dirceu, dos deputados José Genoino (PTSP) e João Paulo Cunha (PT-SP), além do operador do mensalão, o empresário Marcos Valério. Será um julgamento diferente, ainda sem data para ocorrer, uma vez que o novo relator, o ministro Luiz Fux, ainda terá de analisar o caso. divulgação

Presidente da STF, Joaquim Barbosa


Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

A4

cidades

Curso de Direito da UENP é o melhor do Paraná e o 2º do Brasil Professores destacam compromisso e comprometimento como segredo para estar no topo

divulgação

O curso de Direito do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), campus Jacarezinho, alcançou nota 5 no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). A nota máxima na avaliação comprova a excelência da qualidade do ensino e destaca o curso da UENP como referência nacional. Os dados do Enade de 2012, divulgados na segunda-feira (07), pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), indicam ainda que o curso de Direito da Instituição ficou em 2º lugar na classificação geral do Brasil e 1º lugar do Paraná.

Os conceitos 5 no Enade nas três avaliações das quais participou o curso de Direito da UENP (2006, 2009 e 2012) são antecedidas por oito conceitos “A” consecutivos do provão do MEC. Além disso, o curso possui três selos de excelência de qualidade da OAB Federal e índice sempre superior a 50 % de aprovação na Ordem. O diretor do CCSA, professormestre Allaymer Ronaldo Régis dos Bernardos Bonesso, lembra que a conquista do presente é resultado de um trabalho feito com compromisso por todos. “Parabenizo alunos, professores e funcionários por mais esta conquista de nosso Centro de Estudos que tem se destacado sempre pela excelência no ensino, com reconhecimento nacional. Isso é sempre grande motivo de orgulho para todos nós”. O coordenador do curso, professordoutor Sérgio Vaz, partilha a satisfação ao saber do resultado e destaca que “Isso se deve ao comprometimento dos alunos, dos professores e

de todos que lutam pelo desenvolvimento da Universidade”. O professor ressalta ainda que o nível de excelência tem sido alcançado também pela seleção dos alunos no vestibular da Universidade. “Nossos estudantes apresentam um nível muito bom de aproveitamento e a frequência às aulas, que é maciça, ajuda com que esse desenvolvimento seja eficiente e eficaz”. O reitor em exercício da UENP, professor-doutor Rinaldo Bernardelli Junior, parabeniza mais esta conquista do curso de Direito que se mantém há mais de 40 anos como um curso de excelência no Brasil. “Seriedade, compromisso, comprometimento são, certamente, valores que levaram o curso de Direito da UENP ao lugar que ocupa entre os melhores cursos do Brasil. Parabenizo a todos os envolvidos nesta conquista, pois não se chega ao topo sem grandes esforços e muito trabalho. Esse curso é um orgulho para UENP”, enaltece Rinaldo.

ENADE Participaram do exame, realizado no dia 25 de novembro de 2012, 65 estudantes do último ano do curso de Direito da UENP. A prova foi composta de questões objetivas e discursivas, de formação geral e de componente específico. A nota dos estudantes no Enade influencia no índice que mede a qualidade dos cursos, o CPC (Conceito Preliminar de Curso), sendo ainda calculados para a nota final titulação e regime de trabalho dos professores, organização didático-pedagógica e infraestrutura da instituição. Como no Enade, a gradação do CPC varia entre 1 e 5. O objetivo do ENADE é avaliar o desempenho dos estudantes com relação aos conteúdos programáticos, o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias ao aprofundamento da formação geral e profissional, e o nível de atualização dos estudantes com relação à realidade brasileira e mundial.

Novas fábricas do setor automotivo abrem mais três mil empregos no Paraná divulgação

Programa Paraná Competitivo ajudou na atração de novos investimentos aen

As novas fábricas do setor automobilístico irão criar mais 3.000 empregos diretos no Paraná. Os investimentos anunciados pelas montadoras Audi e Volkswagen, e as unidades da Paccar/DAF e da Sumitomo, que já estão em produção, somam R$ 2,2 bilhões. Os empreendimentos foram beneficiados pelo programa Paraná Competitivo, do governo estadual.

O governador Beto Richa (PSDB) afirma que a criação de empregos é o resultado mais almejado pela política de industrialização adotada pelo governo estadual. “Nosso governo tem como foco as pessoas. O esforço feito para fortalecer a economia e disseminar o desenvolvimento é para melhorar cada vez mais as condições de vida da população”, diz Richa. “É importante ressaltar que os jovens e trabalhadores têm de fazer a sua parte para aproveitar as oportunidades, buscando a qualificação”,

SUSTENTABILIDADE

O que é um projeto sustentável? Hoje os edifícios são os principais responsáveis pelos impactos causados à natureza, pois consomem mais da metade de toda a energia usada nos países desenvolvidos e produzem mais da metade de todos os gases que vem modificando o clima. O projeto de arquitetura sustentável contesta a idéia do edifício como obra de arte e o compreende como parte do habitat vivo, estreitamente ligado ao sítio, à sociedade, ao clima, a região e ao planeta. Se compromete a difundir maneiras de construir com menor impacto ambiental e maiores ganhos sociais, sem contudo, ser inviável economicamente. A elaboração de um projeto de arquitetura na busca por uma maior sustentabilidade deve considerar todo o ciclo de vida da edificação, incluindo seu uso, manutenção e sua reciclagem ou demolição. O caminho para a sustentabilidade não é único e muito menos possui receitas, e sim depende do conhecimento e da criatividade de cada parte envolvida. “É extremamente importante que o profissional tenha em mente que todas as soluções encontradas não são perfeitas, sendo apenas uma tentativa de busca em direção a uma arquitetura mais sustentável. Com o avanço tecnológico sempre surgirão novas soluções mais eficientes.” ( YEANG,1999)

Campus de Direito da UENP fica em Jacarezinho DA ASSESSORIA Jacarezinho

COLUNA DA PÁGINA

afirma o governador. A criação das novas vagas industriais gera um estímulo nas economias locais, aumentando tanto a poupança como o consumo. "Os novos empregos multiplicam o fluxo da renda. Em média, o salário do empregado da indústria é 40% superior ao dos setores de comércio e serviço", afirma presidente Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) Gilmar Mendes Lourenço. "O emprego industrial ativa o cir-

cuito de negócios e aumenta a capacidade de investimentos da região, na medida em que uma boa parte do dos salários vira poupança", acrescenta Lourenço. Estudos técnicos apontam que para cada emprego direto criado no setor automobilístico, outros dez são gerados indiretamente, nas fornecedoras de peças e insumos, e também por meio do efeito renda (consumo privado do salário do trabalhador industrial).

Princípios básicos que devem nortear o projeto: - Avaliação do impacto sobre o meio em toda e qualquer decisão, buscando evitar danos ao meio ambiente, considerando o ar, a água, o solo, a flora, a fauna e o ecossistema; - Implantação e análise do entorno; - Seleção de materiais atóxicos, recicláveis e reutilizáveis; - Minimização e redução de resíduos; - Valorização da inteligência nas edificações para otimizar o uso; - Promoção da eficiência energética com ênfase em fontes alternativas; - Redução do consumo de água; - Promoção da qualidade ambiental interna; - Uso de arquitetura bioclimática. Construção sustentável custa mais caro? A adoção de soluções ambientalmente sustentáveis na construção não acarreta em um aumento de preço, principalmente quando adotadas durante as fases de concepção do projeto. Em alguns casos, podem atéreduzir custos. Ainda que o preço de implementação de alguns sistemas ambientalmente sustentáveis em um edifício verde gere um custo cerca de 5% maior do que um edifício convencional, sua utilização pode representar uma economia de 30% de recursos, durante o uso e ocupação do imóvel. Um sistema de aquecimento solar, por exemplo, se instalado em boas condições de orientação das placas, pode ser pago, pela economia que gera, em apenas um ano de uso. Edifícios que empregam sistema de reuso de água (a água dos chuveiros e lavatórios, após tratamento, volta para abastecer os sanitários e as torneiras das áreas comuns) podem ter uma economia de água da ordem de 35%. Por princípio, a viabilidade econômica é uma das três condições para a sustentabilidade. Cenário da Construção Civil e Conceito de Construção Sustentável As cidades e seu metabolismo são as grandes responsáveis pelo consumo de materiais, água e energia, sendo assim razoável pensar que, em um futuro próximo, continuarão a produzir grandes impactos negativos sobre o meio natural. Muitos destes impactos negativos são gerados pelo setor da construção civil, que responde por 40% do consumo mundial de energia e por 16% da água utilizada no mundo. De acordo com dados do Worldwatch Institute, a construção de edifícios consome 40% das pedras e areia utilizados no mundo por ano, além de ser responsável por 25% da extração de madeira anualmente. É natural que a sustentabilidade assuma, gradualmente, uma posição de cada vez mais importância neste cenário. O conceito de Construção Sustentável baseia-se no desenvolvimento de modelos que permitam à construção civil enfrentar e propor soluções aos principais problemas ambientais de nossa época, sem renunciar à moderna tecnologia e a criação de edificações que atendam as necessidades de seus usuários.


Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

COLUNA DA PÁGINA ocorrências

Polícia Militar apreende Cocaína em Jacarezinho

A5

OCORRÊNCIAS

PM do Paraná tem novo comandante O anúncio oficial foi feito pelo governo do Estado nesta quarta-feira (9). Kogut assume a função em substituição ao coronel Roberson Bondaruk, que pediu afastamento do cargo por razões particulares divulgação

DAS AGÊNCIAS

Policiais Militares realizaram a prisão de um rapaz de 19 anos e apreensão de um menor (14 anos), ambos acusados de tráfico de drogas, na noite desta segunda-feira (07) em Jacarezinho. Em pesquisa sobre o tráfico de drogas, os PMs se depararam com quatro suspeitos saindo de uma residência, que tentaram fugir ao verem a viatura policial, mas dois deles foram detidos. Na casa em que estavam os rapazes, os PMs encontraram 180 buchas de maconha, 79 papelotes de cocaína, 01 balança de precisão, além de documentos e um depósito bancário no valor de R$1.200,00. Os dois indivíduos que fugiram foram identificados e, segundo os detidos, eles residem em Londrina. O maior recebeu voz de prisão e, juntamente com o menor infrator, foi encaminhado à delegacia polícia de Jacarezinho. NP AGORA

O coronel César Vinicius Kogut, atualmente no 2º. Comando Regional da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região Norte do Estado, é o novo comandante da corporação no Paraná. O anúncio oficial foi feito pelo governo do Estado nesta quarta-feira (9). Kogut assume a função em substituição ao coronel Roberson Bondaruk, que pediu afastamento do cargo por razões particulares. O secretário da Segurança Pública, Cid Vasques, afirmou que o coronel Bondaruk cumpriu um importante papel no comando da PM. “O

Coronel César Vinicius Kogut

governo entende que deve haver uma transição no comando da PM depois de dois anos de excelentes serviços prestados pelo coronel Bondaruk - que vive um momento pessoal muito peculiar - e que

essas mudanças fazem parte do cotidiano de toda e qualquer instituição”, afirmou o secretário. Coronel Kogut estava a frente do 2º Comando Regional desde dezembro de 2012. Antes disso, foi

corregedor e diretor de Ensino da PM. Tem 34 anos na corporação e também foi comandante do 8º Batalhão da PM (Paranavaí); 10 º Batalhão da PM (Apucarana) e 5º Batalhão da PM (Londrina).

ESPORTES Coritiba supera Santos e encerra jejum de vitórias no Brasileiro DAS AGÊNCIAS

Sete jogos depois, o Coritiba voltou a sentir o gosto da vitória. Nesta quarta-feira, no Couto Pereira, a equipe alviverde derrotou o Santos por 1 a 0, gol marcado por Júlio César, e se reabilitou no Campeonato Brasileiro. O time paranaense não sabia o que era um triunfo desde que superou o São Paulo por 2 a 0 no mesmo estádio em 8 de setembro. Desde então, viu a contratação do técnico Péricles Chamusca, que saboreia seus primeiros três pontos. A fase complicada fez com que o Coritiba despencasse na tabela. Se no começo do Brasileiro a equipe alviverde brigou para permanecer no G-4, atualmente a zona do rebaixamento era uma realidade mais próxima. Com o triunfo desta quarta, o time de Chamusca chega a 34 pontos e abre vantagem de cinco em relação ao Criciúma, que está em 17º colocado. Enquanto o Coritiba assume a 14ª posição, o Santos fica em oitavo, com 36 pontos, e vê a disputa pelo

G-4 mais distante. O time paulista acumula sua segunda derrota seguida - ambas como visitante, sendo que a anterior foi 3 a 0 contra a Portuguesa - e tenta a recuperação em partida contra a Ponte Preta, no Pacaembu, no próximo sábado, às 21h. Já o Coritiba tem desafio duro na próxima rodada. Também no sábado, às 18h30, o time paranaense visitará o Vitória de Ney Franco no Barradão para tentar firmar sua reabilitação no Brasileiro. O Coritiba foi dono do primeiro tempo, trocando passes em seu campo de ataque e pressionando a defesa santista desde os primeiros minutos. Logo aos 2min, Alex teve chance de abrir o placar em cabeçada, mas Aranha fez a defesa. O meia buscava bastante o jogo e contava com a movimentação de seus companheiros de frente para envolver a marcação adversária. O Santos tentava ameaçar em contra-ataques, mas tinha pouca produtividade. Cícero era o único jogador que criava algum perigo, como aos 26min, em que bateu falta de longe e obrigou o goleiro Vanderlei a espalmar a bola por cima do gol. A resposta do Coritiba saiu aos 34min, quando Júlio César surgiu

COLUNA DA PÁGINA RAPIDINHAS

divulgação

Nadal vence ucraniano Alexandr Dolgopolov foi o primeiro a enfrentar Rafael Nadal de volta à condição oficial de número 1 do mundo, na segunda rodada do Masters 1.000 de Xangai. O 34º do ranking da ATP jogou de igual para igual com o espanhol no começo do jogo desta quarta-feira, mas não foi páreo para a grande superioridade do Touro Miúra. O melhor tenista da temporada obteve três quebras consecutivas, abriu ampla vantagem e se classificou para as oitavas de final com as parciais de 6/3 e 6/2, em 58 minutos. O argentino Carlos Berlocq (#44), que derrotou o americano John Isner (#13) por 6/4 e 7/6(4), será o próximo oponente em solo chinês, nesta quinta.

pela direita e acertou o travessão de Aranha. Depois do intervalo, o time da casa seguiu melhor e apostava nos avanços pelas alas para pressionar o Santos. Vendo que o time não respondia, Claudinei Oliveira sacou o nulo Everton Costa para a entrada do jovem Neílton. O Coritiba, entretanto, não esperou o visitante melhorar e abriu o placar. Aos 17min, Victor Ferraz cruzou pela direita e encontrou Júlio César do

outro lado, que completou para o fundo das redes. Mesmo com a desvantagem no placar, o Santos não foi capaz de assumir o controle do jogo para tentar a reação. O Coritiba ainda era mais contundente, e nem as entradas de Giva e Pedro Castro mudaram o cenário para a equipe visitante. Os paulistas ainda tiveram chance de igualar o placar em cobrança de falta aos 44min, mas a equipe não soube aproveitar.

Brasil vence Egito em mundial Sub-23 Depois de uma noite de tensão, outra de calmaria. Bem diferente do duelo da véspera contra a Argentina, o Brasil não deu margem para o Egito gostar do jogo. Mesmo sem Lucarelli, poupado, a seleção imprimiu um ritmo forte desde o princípio e contou com ótimas atuações de Matheus e Lucas Loh para selar a vitória arrasadora. Em apenas 51 minutos, o time verde-amarelo fechou o placar em 3 sets a 0, com parciais de 21/9, 21/15 e 21/16.


Q U I N T A - F E I R A , 1 0 D E O U T U B R O D E 2 0 1 3 - E D. 1 0 3 3

A6

DESTAQUE

fotos: lucas aleixo - folha extra

Filhos da Terra

O talento e simplicidade de José Savogin Autodidata, o aposentado morador de Wenceslau Braz tem na arte uma companheira da vida toda LUCAS ALEIXO Wenceslau Braz

José Savogin seria mais um cidadão aposentado normal como qualquer outro de Wenceslau Braz se não fosse por um diferencial: a arte. Humilde, pacato, fala serena, pregador de princípios familiares e de honestidade. Tudo

muito próximo a quem que já passou da casa dos 70 anos com bom caráter e boa índole. Mas a arte deste ex-bancário e excomerciante o torna uma figura especial entre os demais. Artista nato, sequer sem ter muito estudo regular, quanto mais uma instrução propriamente da arte. O que sabe, aprendeu sozinho, seja observando, seja tirando de livros ou revistas. O começo da história entre José Savogin e a arte remete à sua infância, parte no município de Andirá, parte no município de Apucarana. De família humilde, não tinha condições de ter

Jogadores de Tomazina postam fotos em redes sociais com as lesões sofridas no jogo

brinquedos comprados e aí a solução foi simples: construir os próprios. Começou com carrinhos, passou para caminhões e até trens Savogin fabricou usando madeiras e as ferramentas do pai – isso no auge dos sete para oito anos de idade. “Como a gente não tinha condição de comprar um brinquedo, eu via as outras crianças com carrinhos e então tentava construir os meus próprios. No começo não ficavam tão bons, mas depois fui aprimorando, inclusive até vendia eles”, relembra, visivelmente emocionado com as lembranças que parecem

Savogin ao lado de sua tela O Lixo e duas obras em madeira tão claras e próximas. “Depois nos mudamos para um lugar bem próximo de uma estação ferroviária, e aí que eu comecei a fazer pequenos trens também”. A primeira grande obra do aposentado, de acordo com sua própria auto avaliação, foi com 11 anos. “Uma vez parou um caminhão perto de casa e eu entrei por baixo para ver como era e poder fazer igual mesmo, e então fiz em detalhes com chassi, carroceria, molas e suspensão, rodas, tudo certinho e realmente igual a um caminhão de verdade”, conta orgulhoso. Infelizmente a primeira obra de arte de Savogin teve um final trágico. “Quando eu fiz 13 anos comecei a ter vergonha de brincar de carrinho, então guardei esse caminhão embaixo do assoalho de casa, mas um dia quando eu fui procurar ele tinha sumido. Infelizmente roubaram, mas de qualquer forma eu não teria a consciência de guardar e com certeza eu não teria ele até hoje”. Os desenhos também já faziam parte do gosto do artista, que sempre tentava reproduzir aquilo que observava a sua volta. “Sempre gostei de desenhar. Certa época eu trabalhava em um açougue do meu avô e quando não tinha movimento meu passatempo era ficar desenhando. Também fazia todos os trabalhos de desenhos da escola dos meus irmãos, primos e amigos. Já desenhava o Santos Dumont e o Dom Pedro de olhos fechados, de tantas vezes que fiz esses desenhos para a escola”, brinca. Aos 16 anos Savogin começou a trabalhar no extinto Banco Comercial e aí teve oportunidade de poder estudar mais a respeito da arte, comprando revistas e livros. Aos 19 anos comprou a primeira tela, tintas e pincel para finalmente pintar um quadro. “Comprei tudo em Ourinhos e peguei carona com um caminhão para Andirá. Naquela época era normal, todo mundo andava de carona. E conversando com o caminhoneiro, distraído, desci na minha cidade e esqueci tudo que eu tinha comprado no caminhão. Perdi tudo”, conta. “Mas não fiquei chateado não. Pouco tempo depois comprei tudo de novo e aí sim comecei a pintar” Nas primeiras telas o artista conta que a dificuldade foi grande,

em virtude de pouquíssimo conhecimento teórico que tinha na época. “Fazia uns borrões, tinha muita dificuldade até para fazer uma paisagem, que é o mais simples. Com o tempo deu para melhorar, aprender algumas técnicas, mas até hoje tenho dificuldade”, afirma com extrema humildade, já que além de ter o talento reconhecido ainda lecionou para dezenas de pessoas durante todos estes anos. Das telas de Savogin duas ganharam projeção: O Lixo e Amor em Chamas, porém a primeira é a preferida do artista. “O Lixo eu fiz em 1977 e foi uma criação minha. Estava cansado de apenas copiar coisas e queria uma criação própria. Então estava andando em Andirá e vi um terreno baldio onde era depositado lixo. Depois fui para o fundo da minha casa e tentei visualizar algo do tipo. E veio a inspiração e eu comecei a pintar”. Esta obra ainda conseguiu, além

Pinto porque gosto, não para ganhar dinheiro ou ser premiado”, destaca o artista. Outro trabalho que Savogin gosta é a pintura de uma cidade imaginária criada por ele, sem copiar nada de ninguém, mesclando um “lado arquiteto e urbanista” do artista. “Eu gostaria de ver esse trabalho exposto para alunos de cursos como engenharia ou coisas do tipo, apenas para ver o que diriam. É algo que eu comecei muito antigamente, e recentemente dei continuidade, e que eu gosto bastante”. Tanto que gosta que algumas das edificações pintadas por ele neste trabalho, como uma biblioteca em forma de livro e prédios com formatos diferentes do trivial, mereceram ser reproduzidos em esculturas de madeira. Atualmente o artista continua pintando, inclusive sob encomenda. “Claro que agora tenho um ritmo mais calmo, mas continuo fazendo minhas telas. Sem-

Como a gente não tinha condição de comprar um brinquedo, eu via as outras crianças com carrinhos e então tentava construir os meus próprios. No começo não ficavam tão bons, mas depois fui aprimorando, inclusive até vendia eles”

do reconhecimento, render uma história cômica para seu criador. “Houve uma exposição em Foz do Iguaçu e eu inscrevi três obras, sendo que duas delas foram selecionadas entre mais de 900 inscritas. E saiu no jornal O Estado do Paraná que essa tela (O Lixo) tinha sido uma das premiadas. Quando eu cheguei lá em Foz descobri que ela não havia sido premiada, mas o jornalista responsável por cobrir o evento ficou tão indignado por ela não ser escolhida que brigou com os organizadores da exposição e colocou no jornal que ela havia sido premiada”, conta entre sorrisos. Já a tela Amor em Chamas acabou premiada (de verdade) em uma exposição em Jaguariaíva, após concorrer com mais de 600 obras. “Eu fico feliz de ter um trabalho premiado, mas nunca me baseei nisso para pintar.

pre recebo encomendas para pintar casas antigas ou pessoas e vou fazendo”. Savogin estima ter pintado entre 160 a 180 telas e mostra alguma frustração – ainda que pequena – por não ter estudado mais, tanto no ensino regular quanto na própria arte. “Talvez se eu estivesse estudado mais tivesse alguma chance como artista. Eu sempre quis ser um artista, mas sabia que para alguém no interior e com pouquíssimas condições financeiras era muito complicado, quase impossível. Mas também não tenho do que reclamar”. Para o futuro o artista ainda projeta uma grande exposição com suas obras. “Fiz uma exposição só com minhas obras em 1998, apesar de ter participado de várias exposições, mas acho que já está na hora de fazer outra até para incentivar quem gosta de arte”.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.