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MÚSICA Eu confesso já estou cansado de ser enganado com tanto cinismo Não sou parte integrante do crime e o próprio regime nos leva ao abismo. Se alcançamos as margens do incerto foram os decretos da incompetência Falam tanto sem nada de novo e levam o povo a grande falência! Não aborte os seus ideais No ventre da covardia Vá a luta empunhando a verdade, Que a liberdade não é utopia! TRECHO DA MÚSICA “MASSA FALIDA”, DE DUDUCA E DALVAN
HORÁRIO DE VERÃO POLÍTICO
POR LUCAS ALEIXO
A MELHOR PROPAGANDA É O TRABALHO
CHARGE
Viva a poluição sonora, que arrebenta nossos timpanos e, pior, polui nossos cérebros!
B1
EDITAIS VARIEDADES VARIEDADES
“Aqui é trabalho, meu filho”. A frase do técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, deveria ser um lema de todas as classes, em especial a política. É notório que a propaganda é a alma do negócio, mas juntando este bordão com o título do texto se chega a conclusão que então o trabalho é a alma do negócio, porque se você não trabalha não tem o que mostrar na propaganda, e aí vira propaganda enganosa. Não é perseguição com a classe política, mas esses aí têm o dom de querer aparecer sem ter feito nada. Diferente da lenda, jornais gostam sim de noticiar coisas boas, o problema é que muitas vezes não há nada de bom para se falar. E saiba, colega, que se você precisa pedir para aparecer em um meio de comunicação, das duas, uma: ou seu trabalho é meia boca ou seu trabalho sequer existe. A mídia reconhece aquilo que é bom, e não se apega a noticiar o que é trivial. Um lixeiro não é aclamado por recolher o lixo todo dia, afinal de contas ele é pago pra isso. Claro que existe o reconhecimento, mas fazer o trabalho bem feito não é mérito, e sim obrigação – ainda mais no caso da classe política, que são empregados do povo e (muito bem) pagos com o dinheiro do povo. Desta forma, fazer o trabalho rotineiro é obrigação, já que os senhores se elegeram e são remunerados para tal. E resumindo o raciocínio: não há mérito algum em cumprir com obrigações. Portanto, antes de querer aparecer que tal honrar o salário com propostas inovadoras que culminem com melhorias nas questões de saúde, educação e geração de emprego e renda? Aí você escreve uma parada dessa, a pessoa se ofende e vai querer falar com seu superior, cobrando satisfação, ao invés de reconhecer que está errado e tentar melhorar. Aliás, essa prática no Brasil é muito freqüente: falar com o chefe. Toda vez que a pessoa se sente lesada quer falar com o superior daquele que o supostamente a prejudicou. Coisa medíocre. Claro que existem os casos onde seja necessária uma intervenção de alguém de fora e tal, mas é incrível como “se chama o chefe” em terras brasileiras. Talvez isso seja algo cultural, onde alguém com um certo poder (no caso o reclamador, geralmente um comprador ou cliente ou qualquer coisa do tipo) se “une” ao chefe (seja patrão ou ocupante de um cargo superior) para execrar o funcionário que aos olhos destes não fez o que deveria. E eu vou parar com esse raciocínio porque neste último parágrafo ele acabou ficando muito comunista, e eu não gosto de comunistas. Só espero que quem leu tenha entendido, e a todos que se sentiram ofendidos fica um recado: bem feito.
Dizem que a função do horário de verão é a economia, então eu tenho uma ideia: horário de verão político. Seria muito simples e com certeza renderia milhões e milhões de reais em economia para os judiados cofres públicos. Basta reverter para a saúde e educação 1/3 do salário de TODOS os políticos do Brasil por apenas um mês. Pronto, grande economia, muito melhor que adiantar ou atrasar o relógio. Ah, e para economizar um pouco de energia elétrica podia obrigar essa classe a tomar banhos gelados três vezes por semana também.
FALANDO NISSO Incrível como as pessoas se afetam com horário de verão, incrível! É quase como lobisomens na lua cheia. Como se o sol se por um pouco antes ou um pouco depois fosse mudar de fato a vida de alguém. Me diga, faz diferença na sua vida às 19h ter sol, lua, chuva, eclipse solar, eclipse lunar, aurora boreal ou qualquer outra coisa do tipo? Não, né?
GAIVOTAS FIÉIS
E essa história de Gaivotas Fiéis, a torcida gay do Corinthians? Não é preconceito, homofobia nem nada do tipo, mas não tem como não tirar sarro, simplesmente não tem como! Claro que depois do selinho do Emerson Sheik ou do caso do Ronaldo Fenômeno com os travestis isso não é nada inesperado ou surpreendente, mas os rivais não perdoam e nas redes sociais brotam piadas com o assunto.
AMEAÇAS
Agora os pr linha a e óprios corinthia no st cida hom ão ameaçando o s perderam a cr ossexual, nome é e Felipeh C iador da torxa a vida inte tamente esse). P mpos (sim, o essoal, a ira vocês í não, a foram vít futebolís tic im cida gay o, agora por cau a de bullyng vã sa projeto? o querer bater no de uma torDeixa o idealizad cidadão or do de fama ter os 5 dele. minutos
MOTIVO Até porque provavelmente o que se quer quando faz uma coisa dessas é chamar a atenção, e o tal do Felipeh conseguiu. Desde quando sexualidade se mistura com futebol? Daqui um tempo ninguém mais lembra disso – claro que até lá o sarro vai rolar solto.
EXCESSO DE ARCO-ÍRIS
CHARGE - LUIZ CARLOS FERREIRA - FOLHA EXTRA
Agora, voltando a questão da sexualidade e futebol. Que coisa mais tosca viu. O futebol, assim como qualquer esporte e a grande maioria das questões da vida, não tem absolutamente nada a ver com a opção sexual de cada um. Cada um faz o que quer da sua vida, e isso não diz respeito aos outros seres humanos, mas ninguém precisa esfregar na cara de ninguém se sai de casa com o objetivo de pegar homens, mulheres, híbridos, cachorros ou todos de uma vez. Claro que isso misturado com futebol vai gerar sarro, assim como tudo envolvido ao principal esporte no Brasil, mas é muita opção sexual demonstrada para o meu gosto contrastando com pouca vontade de fazer o bom ao próximo ou espalhar cultura, que são coisas que deveriam ser mais importantes.