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PLENITUDE ANGOLA: Em termos de tecnologias disponíveis e quadros formados, qual é a realidade das telecomunicações em Angola? DUANO SILVA: Para responder à esta questão feita de forma tão abrangente, podemos subdividir em partes: tecnologias associadas às redes moveis e às redes fixas, quer sejam de voz e/ ou Internet; e às redes de transporte que suportam ambas. P.A: No que a rede de voz e Internet diz respeito, temos nas redes móveis duas tecnologias. A MOVICEL utiliza tecnologias CDMA e a UNITEL utiliza GSM, tecnologias cerca de USD 10 milhões para o camD.S: O país ainda está a viver a era de 2ª geração. peonato africano de futebol, realiza- da grande procura onde as telecomuD.S: Todas estas redes de acesso ao do no nosso país. Onde exactamente nicações são ainda uma raridade, com cliente são em geral suportadas por ou- foi investido esse montante e que be- outras entidades a oferecerem o mesmo tras que transportam os sinais dentro nefícios o investimento trouxe? serviço e aonde os utilizadores não prodas cidades e entre as cidacuram ainda a qualidade nos des. Nisto, existem redes de serviços que recebem. O país ainda está a viver a era da grande fibra óptica, de micro-ondas Este facto contribui para procura onde as telecomunicações são e redes satélite. que os preços da telefonia ainda uma raridade, com outras entidades e da Internet ainda estejam P.A: No que refere ao altos. Mas essa realidade a oferecerem o mesmo serviço e aonde os começa a mudar com a enponto de vista de quadros formados, ainda tem sido o trada de investimentos priutilizadores não procuram ainda a maior problema da nossa vados em pequenas redes qualidade nos serviços que recebem. realidade. O país conta com essencialmente de acesso à muitos poucos quadros Internet. formados, obrigando-nos frequenteD.S: O maior ganho da realização mente a recorrer ao mercado externo do CAN Angola 2010 ficou marcada P.A: Já há maior fiabilidade no para nos apoiar na implementação e com as facilidades de telecomunica- serviço da Internet no país? gestão das tecnologias. ções, quer dentro das 4 cidades aonde D.S: A fiabilidade em serviços como No ano passado Angola e Rússia correu o CAN como na ligação entre a Internet é relativa, visto que fiabiliassinaram um contrato de constru- as cidades. dade está associada à credibilidade. Ou ção do satélite AngoSat. Em que pé O Estado já havia iniciado os inves- seja, por natureza a Internet não é uma se encontra o projecto e que ganhos timentos em projectos com a constru- rede para ser fiável, é antes uma rede trará para o nosso país? ção das “auto-estradas de informação” para ter tudo que cada um entender. D.S: O satélite nacional está no bom mesmo antes do CAN. Contudo, a reA Internet tem que ser uma rede discaminho com, os contratos negociados alização desse campeonato contribuiu ponível, e esta disponibilidade deverá e assinados ao nível do Estado, desde para acelerar a implementação destes obrigatoriamente estar associada à raos meados do ano passado. Quanto projectos. pidez que somos capazes de ir buscar aos ganhos, são muitos se tivermos em Hoje temos muitas províncias do país os conteúdos. Neste contexto, o país conta a extensão do território nacional (não apenas aquelas que acolheram o está melhor. e a própria distribuição demográfica do CAN) com redes de telefone e de InterMas é de realçar que esta melhoria país. Os angolanos estarão mais bem net mais modernas, aonde não se sente deve ser complementada com a exisservidos depois da entrada em opera- quase a diferença da prestação destes tência de conteúdos nacionais. Neste ção do AngoSAT com repercussões es- serviços em nenhuma delas. capítulo ainda estamos longe de muitos sencialmente sobre os preços dos servipaíses cuja realidade pode ser compaços de telefonia, Internet e TV. P.A: Nota-se que no nosso país os rada à nossa. serviços quer de internet quer de teleP.A: A Angola Telecom investiu fonia ainda são muito caros. Por quê? P.A: No que concerne a esses mesMARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA . 21


ENTREVISTA

)) Angola Telecom

mos serviços, quais os produtos e pacotes que a Angola Telecom tem disponíveis para os seus clientes? D.S: A Angola Telecom (AT) tem vários produtos que facilitam o acesso à Internet. É obvio que estes acessos estão associados às tecnologias. Contudo vale mais falar das vantagens de cada produto e não nas tecnologias em si. Sendo assim, temos acessos sem fio aonde a localização dos clientes não é relevante (serviço Toque mais Net, WiFi Supernet e mais recentemente WiMAX) e aqueles acessos com fio que obrigam os clientes a ficar em lugares específicos e em função da nossa própria presença (serviços Acesso Discado e ADSL). Estes serviços estão ordenados em função da sua velocidade. P.A: Fale-nos um pouco mais sobre a tecnologia Wi-Fi que está a ser usada desde o CAN? D.S: Wi-Fi é um projecto que surgiu da necessidade de se oferecer Internet de qualidade e velocidade aos visitantes por ocasião do CAN e deste deu origem à rede “Wi-Fi Supernet” da Angola Telecom. Para se garantir esta qualidade, foi fundamental criar uma rede que tivesse controlo de acesso e que os utilizadores não precisassem de comprar equipamentos para aceder à esta rede, tirando partido dos dispositivos dos seus próprios equipamentos (computadores, telefones moveis, etc.). A rede que foi desenvolvida está essencialmente em ambientes fechados como são os aeroportos, estádios de futebol, hotéis, centros de conferências e de convenções e centros comerciais. Todos estes lugares nas províncias que acolheram o CAN. Num segundo momento esta rede deverá se expandir para outras províncias e outros locais com o mesmo conceito e qualidade. Verdade se diga, a rede WiFi Supernet da Angola Telecom tem a melhor qualidade de Internet e é a rede de Internet mais rápida do país. P.A: Aventa-se a possível entrada da Angola Telecom no capital do Portugal Telecom, o que se pretende? D.S: É natural que as empresas co22. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011

meçam a invadir novos mercados para garantir o seu crescimento tendo em conta a sua estratégia de rentabilidade. A Angola Telecom não foge à regra. P.A:. Até que ponto são verdadeiros os rumores da possível privatização da empresa? D.S: Não existe nada de concreto. P.A: A Angola Telecom é, no momento, a única operadora de telefonia fixa em Angola. Por quê? D.S: O mercado das telecomunica-

ções em Angola já foi liberalizado há mais de 15 anos e desde esta altura, a AT deixou de ter o monopólio da telefonia fixa. Existem pelo menos mais dois operadores de telefonia fixa. Contudo, e por motivos históricos, a AT é a maior operadora de telefonia fixa. P.A: É verdade que todas restantes operadoras de telefonia móvel e de internet são dependentes da Angola Telecom? Pensa-se na descentralização desses serviços?


do, como são os aeroportos, hospitais e centros comerciais. P.A: Num passado muito recente a Angola Telecom recrutava os melhores alunos do único instituto de telecomunicações para fazer deles quadros da empresa. Porque deixouse essa prática? D.S: É o principal patrocinador do Instituto de telecomunicações quer do ponto de vista financeiro quer na disponibilidade dos seus colaboradores para leccionar naquele instituto. A estratégia é formar quadros de referência cujos melhores são aproveitados pela empresa. Como deve imaginar o mercado de hoje é livre e competitivo aonde a AT mesmo sendo patrocinador do instituto, não tem exclusividade sobre os talentos que o instituto forma. P.A: Que competência são exigidas para se tornar quadro da Angola Telecom? D.S: Como em qualquer empresa, a AT quer sempre os melhores quadros. A competência, a proactividade e o espírito de conquista são os maiores requisitos para ingressar nos quadros da empresa.

D.S: Não. Existem muitos operadores que utilizam os serviços da AT para servir os clientes finais. Contudo, não é tácito que dependem da AT para desenvolver os seus próprios negócios. Deve-se realçar que a expansão das redes dos operadores móveis depende directamente das suas próprias estratégias e não da AT. P.A: As cabines telefónicas públicas foram completamente extintas das ruas. A que se deve tal facto? D.S: Houve um período em que

as cabines telefónicas públicas eram alvo de grande vandalismo na procura de utilização dos serviços de forma gratuita. Hoje, o desenvolvimento das redes móveis e o rápido crescimento que tiveram, contribuiu para redução dos investimentos neste produto. Contudo a AT tem um projecto que está a implementar para instalação de cabines telefónicas públicas em ambientes seguros e com utilidade reconhecidamente fulcral e aonde o impacto do vandalismo sobre estas seja reduzi-

P.A: Gostaria que o senhor se sentisse a vontade para fazer alguma observação que eventualmente nos escapou. D.S: O estado está a investir em todas as esferas do país e este investimento deve ser acompanhado com a formação de Homens. Devemos entender que a maior valia do país está associada à competência dos seus quadros. A juventude tem esta responsabilidade, de segurar como troféu as facilidades que estão a ser criadas pelo Estado. Há cada dia maior necessidade de criarmos a sociedade da informação. Não podemos esperar que seja o Estado a investir nisto. Ele, o Estado, está a fazer a sua parte no investimento, as empresas estão a cumprir o seu papel na organização interna. Cabe às angolanas e aos angolanos iniciarem a formação do Homem para garantir o desenvolvimento do país. MARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA .23


)) saúde

SIDA Em Angola POR

BELA LEMOS


Mata...Mas muitos sobrevivem

A

Sida continua a multiplicar-se em Angola, e a vitimar mortalmente pelo menos 20 pessoas diariamente. Apesar dos esforços do Executivo e da sociedade civil cerca de duas dezenas de novos casos são registados pelas autoridades sanitárias... As crianças e as mulheres são as mais prejudicadas. Apesar destes números preocupantes há exemplos de pessoas infectadas com o vírus HIV, no país que levam uma vida saudável... Para que isso se verifique são necessários determinados cuidados. Os referidos dados foram revelados pela ANASO, Rede Angolana das Organizações de Serviço de Sida, no final do ano de 2010. Preocupado com a situação, António Coelho Director Executivo da ANASO, disse a imprensa que o país ainda tem dificuldades de controlar a situação da doença, e isto obriga a uma reflexão sobre as políticas e formas de combate-la A ANASO, apresentou dados estatísticos, segundo os quais, Angola tem uma taxa de sero prevalência na ordem dos dois ponto um porcento, para um universo de cerca de

17 milhões de habitantes. Isto significa que meio milhão de angolanos está infectado com VIH. Desses números, apenas 57 mil são acompanhados pelas instituições governamentais e da sociedade civil e admite-se trinta mil não faz tratamento médico com anti-retrovirais. A falta de tratamento é na maior parte dos casos, causa de morte dos doentes com sida. Há pessoas infectadas com HIV, quer em no país quer no exterior que se mantêm saudáveis por muitos anos.

Hospital “Esperança” MARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA .25


SAÚDE

)) SIDA EM ANGOLA

Retrato de Madalena de Jesus

Tinha acabado de dar a luz a uma menina que felizmente nasceu saudável, estava muito debilitada e sob internamento, de repente notei que muitos médicos e enfermeiros vinham observar-me, achei aquilo esquisito, e, comecei a ficar assustada

Retratamos nesse espaço um caso concreto, ela de livre e espontânea vontade decidiu dar a cara, trata-se de Madalena de Jesus. Segundo ela, descobriu que é sero positiva em 2005 e disse-nos: “Hoje existe progresso nos medicamentos que nos são fornecidos... Se seguirmos bem o tratamento, adicionada a uma boa alimentação e hábitos saudáveis de vida, podemos viver tão bem como uma pessoa sem HIV, tal como acontece comigo”. Referiu não ser fácil continuar viva, lutar contra a doença e o preconceito. “Tinha acabado de dar a luz a uma menina que felizmente nasceu saudável, estava muito debilitada e sob internamento, de repente notei que muitos médicos e enfermeiros vinham observar-me, achei aquilo 26. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011

esquisito, e, comecei a ficar assustada, até que a médica que me estava a assistir, deu-me um envelope e disse: tens alta. Podes retornar à casa, você está com SIDA, precisa de tratamento de outros especialistas”. Assustada, a nossa interlocutora, escondeu a doença de toda a família e procurou ajuda no hospital Sagrada Esperança. “Graças a Deus encontrei uma boa médica, tratou-me com amizade e dignidade. Aconselhou-me a contar o sucedido ao meu esposo, medicoume e deu-me dicas de como me alimentar correctamente bem como


“ Raramente consumo álcool e se beber é um copo de vinho a refeição. Como muita fruta, legumes e verduras, durmo, no mínimo, oito horas por dia, bebo muitos líquidos, principalmente sumos naturais e cumpro a risca a medicação

outros cuidados suplementares”. Sobre o impacto da informação relativa ao seu estado de saúde, Madalena, adiou por vários dias ter uma conversa franca e aberta com o marido. Nesse compasso de espera, o esposo viu nos seus aposentos uma caixa contendo retrovirais. Ela na conta: “Ele após aperceber-se dos referidos medicamentos em casa, ficou indignado e perguntou-me, porquê tomava tais medicamentos. Expliquei-lhe. Ele ficou sem falar comigo algum tempo, tempos depois dialogamos e ele decidiu fazer o teste, felizmente deu negativo. De seis, em seis meses,

ele repete o teste do HIV, e sempre dá negativo. Na nossa coabitação íntima ele usa a camisinha e nos mantemos unidos”. Madalena de Jesus falou-nos dos principais cuidados para se manter saudável. “Raramente consumo álcool e se beber é um copo de vinho a refeição. Como muita fruta, legumes e verduras, durmo, no mínimo, oito horas por dia, bebo muitos líquidos, principalmente sumos naturais e cumpro a risca a medicação. Recebo gratuitamente no Hospital Sagrada Esperança, um estojo completo de medicamentos, de seis em seis meses”.

Para enfrentar a descriminação e o estigma, Madalena procura ajuda na Igreja Universal do Reino de Deus, onde recebe suporte pastoral, e lhe é despertada a fé e o ânimo para manterse optimista na cura, pois conforme as Escrituras Sagradas: “Para Deus nada é impossível”, Marcos 9:23. Busca elevar a sua auto-estima, informando-se sobre pessoas famosas que, igualmente, contraíram a doença. “Recebo muito apoio de pessoas “de bem”. Há instituições das quais recebo muito apoio, cito a ANASO, dos Jovens Proveniente da Zâmbia (Ajapraz) e outras”. MARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA .27


)) BEM ESTAR

DUBAI: O PAíS DO IMAGINÁRIO

28. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011


D

ubai é a terra do exótico, estruturas que parece ser a imaginação fértil de uma criança se materializa em Dubai. Dubai está emergin-

do rapidamente como uma cidade internacional e um pólo turístico. Ela se orgulha de hotéis de luxo e opulência inigualável. ela serve tanto para turistas e executivos. surpreende as pes-

soas que planejam visita-la, para suas férias, ao longo dos destinos turísticos mais tradicionais. Dubai tem sucesso vendeu-se como a terra de estruturas exóticas e grandiosas.

MARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA .29


BEM ESTAR )) PEFUMES

perfumes

VOCÊ E SUAS PREFERÊNCIAS

Eis algumas amostras para ajudá-lo a fazer algumas escolhas inteligentes


PAÍS ))

Governo potencia as administrações com vista ao combate a pobreza POR CONSTANTINO EDUARDO

U

m seminário sobre a implementação dos programas municipais integrados de desenvolvimento rural de combate a pobreza, sob o lema “combate à pobreza um compromisso do Governo angolano”, teve lugar, recentemente no salão nobre da administração municipal de Benguela. A acção formativa que decorreu no espaço de dois dias (1 e 2 de Fevereiro), congregou administradores municipais e os seus respectivos adjuntos, chefes de repartição, membros de Fórum de Auscultação Social, entidades religiosa, tradicionais e convidados. O encontro promovido pelo Governo Provincial de Benguela, é uma sequência do seminário nacional realizado entre os dias 18 a 21, com o objectivo de reiterar o compromisso do Governo angolano no combate a pobreza no seio da população e definir estratégia de poderes às administrações municipais no regime de financiamentos locais. Dentre vários temas abordados, o destaque recaí para os de organização da produção local alimentar, a estratégia nacional de segurança nutricional e a sua articulação com os programas municipais integrados de desenvolvimento rural e combate à pobreza. Igualmente, regras de execução do orçamento geral do Estado 2011, integração dos programas municipais integrados no Orçamento Geral do Estado e os instrumentos para a sua gestão no regime financiamento local, os programas municipais integrados, o programa água para todos, as estratégia para segurança alimentar e nutricional e a municipalização dos serviços de saúde. No seu discurso de abertura, o governador provincial de Benguela, Armando da Cruz Neto, aplaudiu a implemen-

tação do processo de desconcentração e descentralização administrativa que o Executivo angolano leva a cabo “de forma muito empenhada”, permitindo maior mobilização das forças vivas locais, bem como um maior acesso e participação dos cidadãos. Segundo ele, o Governo central aumentou “substancialmente” as alocações financeiras das administrações municipais, de forma a facilitar a materialização

dos projectos de âmbito locais que satisfaçam as necessidades dos cidadãos, que no seu entender, passa pela melhoria e ampliação da assistência médica e medicamentosa, a extensão da rede escolar, a eliminação das assimetrias, e a promoção do crescimento desenvolvimento sustentado em toda a extensão da província. Na mesma esteira se pronunciou o ViceMinistro da Saúde, Carlos Masseca, para quem a implementação desses programas criados corresponde a dois grandes imperativos do Estado angolano, que é o aprofundamento do processo democrático. Referiu ainda que a medida que se implementarem os programas nas municipalidade , se firmará um pacto social entre o Executivo e as comunidades, “só assim se poderá alcançar as metas que se prende com o desenvolvimento económico e social. Por seu turno, os administradores municipais – bastante regozijados com o seminário - disseram a nossa equipa de reportagem “que agora estão criadas as bases do ponto de vista de políticas, bem como orçamentais para a execução dos programas nas suas municipalidades”.


visite o site do

bispo macedo

www.bispomacedo.com.br


CRÓNICA ))

O Pesadelo BISPO EDIR MACEDO www.bispomacedo.com.br

C

ont a-se que u ma mulher sonhou com o lugar perfeito para viver a eternidade. Seus olhos contemplaram uma cidade inigualável, perfeita em todos os sentidos. Sua luz intensa ofuscava qualquer aproximação do mal. A perfeita paz fazia seus habitantes muito felizes. Um anjo aproximou-se e ela lhe perguntou o nome da cidade e o que fazer para chegar lá. A cidade é a Nova Jerusalém. Para chegar lá era preciso levar a cruz que o anjo tinha em mãos e seguir sempre na mesma direcção, sem qualquer desvio para a direita ou a esquerda. Apesar de seu peso, a cruz não era nada insuportável. Além disso, qualquer sacrifício para chegar àquele lugar, valia a pena. A sonhadora tomou a cruz e iniciou sua peregrinação. O peso da cruz a obrigava a transferi-la para o outro ombro. Vendo sua dificuldade em carregar a cruz, o diabo, travestido de anjo de luz, logo se aproximou e sugeriu uma forma mais fácil de carregá-la: diminuir o seu tamanho. “A ideia é excelente”, disse ela. Afi-

nal de contas, os ombros já estavam muito feridos. “Mas, onde conseguir um serrote nesse deserto para encurtar a cruz?”, perguntou ao suposto anjo de luz. Imediatamente, ele fez surgir um serrote. Cortada a cruz, ela a colocou debaixo do braço e seguiu em frente, animada. Passado algum tempo, ao se aproximar da cidade, viu um grande precipício que a separava do resto do mundo. Olhando para ambos os lados, reparou que não havia uma única ponte. O anjo que lhe havia dado a cruz apareceu e perguntou: “Onde está a cruz que lhe dei?” Ela disse: “Eu a encurtei a fim de facilitar minha viagem.” “O objectivo daquela cruz era servir de ponte para você atravessar esse abismo”, disse-lhe o anjo. “Além disso, só existe uma cruz para cada um. A destruição da sua cruz significa também a sua. Nada mais se pode fazer por você”. Então, disse Jesus a Seus discípulos: Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e sigame. Mateus 16:24

Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Mateus 16:24

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)) ABC

“A Responsabilidade Social é um Dever de todo Cristão”

Bispo João Bartolomeu, Presidente do Concelho de Direcção da Igreja Universal do Reino de Deus POR

BELA LEMOS

Q

uem afirma é o Bispo João Bartolomeu, Presidente do Concelho de Direcção da Igreja Universal do Reino Deus (IURD) em Angola. Natural de Luanda é formado em teologia e estudante do curso de direito na Universidade Lusíada de Angola… Tem 40 anos e é um líder, que dispensa apresentações para os membros da IURD, pois encontra-se no ministério há 17 anos. João Bartolomeu foi Presidente da mesa de Assembleia-geral, Presidente 34. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011

da ABC e representante da IURD em várias províncias do país. Para o Bispo, a responsabilidade social da Igreja esta pautado no mandamento de Cristo que ordena: “Amar o próximo como a nós mesmos”. A responsabilidade social é um conceito, que surge no inicio dos anos 90 em vários países da Europa, o mesmo visa através de projectos ou acções solidárias e voluntárias construir sociedades mais justas e atingir um desenvolvimento sustentável... Entretanto este princípio é acrescido para os cristãos, visto que a maioria das

Igrejas baseiam os seus ensinamentos na Bíblia e incentivam os fiéis a amarem o próximo e a fazerem o bem... Conforme nos explica o Bispo João Bartolomeu: “A responsabilidad social do cristão começa a partir do momento que o Senhor Jesus Cristo ordenou, que deveríamos amar o próximo como a nós mesmos... Dentro desta doutrina todas a igrejas em redor do mundo devem ter nos seus estatutos, dois objectivos, o de pregar a palavra de Deus e o de prestar assistência social de todo o tipo aos necessitados”... Em quase todo mundo inúmeras ca-


tástrofes naturais como: chuvas, cheias, terramotos, tremores de terra, terramotos, furacões e tantos outros desastres, ocorrem quando menos se espera. O Bispo João Bartolomeu disse que este é um momento que todos os cristão devem demonstrar a sua solidariedade e amor ao próximo: “Não podemos ficar satisfeitos e muito menos parados, quando o nosso irmão passa por uma dificuldade... Toda a vitima de um acidente natural perde muita coisa e aí, mais uma vez os crentes são chamados a intervir, toda ajuda que poderem levar aos sinistrados será sempre bem vinda”. Citando um filosofo alemão, o Bispo João Bartolomeu sublinhou: “O homem não devia sossegar, enquanto não visse a felicidade do seu próximo”... A falta de solidariedade e de amor ao próximo é um dos principais factores para a desigualdade social; um fenómeno que causa violência e revoltas, em quase todo mundo. “Acredito que nenhum cristão se sente bem ao ver as pessoas em sua volta a padecerem. Independentemente dos credos religiosos, opções politicas ou ideológica, diferentes, partilhar com outros o que temos é um meio de mostrarmos a nossa sensibilidade... Nestas ocasiões devemos meter a nossa consciência a funcionar e pôr em prática a responsabilidade social cristã; ao estendermos a mão aos mais necessitados, estamos também a contribuir para a diminuição de muitas dificuldades destas pessoas, e a evitar que muitos, enveredem para caminhos criminosos bem como a garantir a nossa própria segurança”, salientou o Bispo João Bartolomeu. O nosso entrevistado frisou ainda que a missão evangelizadora, visa transformar o homem e é uma forma de responsabilidade social. “Quando pregamos o evangelho e modificamos a natureza de homens que praticavam actos criminosos e outros, que prejudicavam toda uma comunidade, estamos também a exercer a responsablidade social cristã... Porque estes indivíduos que se converteram e deixam de praticar o que é mau, são devolvidos a sociedade, com um comportamento positivo, o que melhora o bem estar de todos”...


)) IURD ANGOLA

“Dê primazia a sua salvação”, exorta bispo Augusto Dias

POR

DINIS BUNDO

“Q

uais têm sido as maiores preocupações de algumas pessoas que se dizem cristãs? Em praticar os ensinamentos ministrados pelos bispos, pastores e auxiliares, ou os seus focos estão mais nas suas necessidades físicas e materiais, afastando-se do que é real, certo e absoluto? No caso a salvação de suas almas” fez tal colocação, de forma peremptória, o bispo Augusto Dias, recentemente, durante um culto realizado às 9 horas e 30 minutos na Catedral da Fé, sito no Bairro Alvalade, Luanda. Para maior compreensão do citado questionamento, ele fundamentou a sua pregação no evangelho de Lucas capítulo 16 versos 19 a 21, relato da história de dois homens que tinham naturezas 36. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011

diferentes no tocante a crenças em Deus “o homem rico e o pobre Lázaro”. De acordo com o bispo, quer Lázaro quer o homem rico, conduziram as suas vidas na direcção que melhor lhes conveio. Enquanto o rico investia nos bens materiais, vestindo-se de púrpura, de linho finíssimo e todo o dia se regalava esplendidamente, o pobre Lázaro dada sua condição social, desejava apenas alimentar-se das migalhas que caiam da mesa do rico. Os cães lambiam-lhe as chagas, este, apesar de sua mísera condição, investia na sua fé em Deus. O servo de Deus exortou os presentes a reunião, enquanto viverem neste mundo, a darem primazia a sua salvação, aceitando Jesus Cristo como Senhor de suas vidas e Salvador. Estabeleceu a seguinte analogia “quem planta milho jamais colhe mandioca”. “O homem rico, após a morte, foi recolhido pelos demónios ao serviço de

Satanás, pois foi a ele a quem serviu enquanto vivo. O pobre Lázaro foi recolhido pelos anjos de Deus para o seio de Abraão. Isto porque o último, apesar de sua condição social não se corrompeu com bens deste mundo, antes, porém conservou sua fé em Deus”. O bispo abriu um parêntese para clarificar aos presentes que, não foram as riquezas que levaram o homem rico ao inferno e nem tão pouco foi a pobreza que levou Lázaro ao seio do Abraão. “Por causa da riqueza ninguém vai ao inferno, nem a pobreza determina a salvação, porque o inferno esta cheio de ricos e pobres, o inverso também é verdade, ou seja, o céu tem pobres e ricos. O que determina a salvação é a conservação da fé em Deus e aceitar Jesus Cristo como Senhor e seu Salvador”. “O homem não pode permitir que o dinheiro seja seu senhor, ele é que tem de ser o senhor do seu dinheiro”, precisou.


O Homem não pode permitir que o dinheiro seja seu senhor, ele é que tem de ser o senhor do seu dinheiro

Reunião do Encontro com Deus, domingo às 9:30, na Catedral da Fé, no bairro do Alvalade


)) FÉ EM MOVIMENTO

Pastor Elias:

consagra servos para obra de Deus

O

s cristãos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) do bairro HojiYa -He nd a p a s s a r a m por uma experiência digna de contarem aos seus familiares e amigos bem

como fica gravada nas sua memórias para o resto da vida. Recentemente, o pastor Elias Eduardo, de forma similar ao passado, consagrou os obreiros, candidatos, evangelistas e voluntários da ABC (Associação Beneficente Cris-

Pastor Elias e os presentes pedem a Deus para colocar a Sua unção no azeite 38. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2011

tã) dessa região, derramando sobre eles o azeite da unção, a fim de Deus capacitá-los a servirem cada vez melhor na Sua obra. A exemplo da consagração de David, descrita em I Samuel 16-13, quando foi


Grupo coral ungido a rei, diante de seus irmãos. Em vista das pessoas evangelizadas, o pastor fez um clamor a favor dos doentes, viciados, famílias e os aconselhou a confiarem suas vidas à Deus.

No dia do acontecimento, a rua conheceu uma movimentação nunca vista, mais de mil e quinhentas pessoas estiveram presentes no local. A Igreja está situado na rua dos Ma-

recos, ao lado da mesquita, no bairro Hoji-Ya-Henda. As reuniões diárias acontecem às 06, 12, 15 e às 19:00 horas na Rua São Pedro, junto à escola dos Marecos.

A entrada principal da Igreja do Hoji - ya - Henda MARÇO 2011 PLENITUDE ANGOLA .39


)) FÉ + CONHECIMENTO

LÍDER QUE TODOS QUEREM TER Um líder efetivo é um contribuinte generoso

POR

DINIS BUNDO

S

er um líder significa trabalhar ou estar no comando de pessoas, e isso nem sempre é uma tarefa fácil! Relacionamento interpessoal pode fazer líder ou destruir líder – seja na empresa, na Igreja, no lar ou em qualquer outro lugar, por isso é tão importante você ser “um líder do tipo que todos querem ter”, e desenvolver suas habilidades em lidar com aquele que é o mais precioso de todos os recursos – o homem. Disse um grande sábio - A medida de um líder não é o numero das pessoas que o servem, mas o numero das pessoas ás quais ele serve. A necessidade de saber mais e mais 40. PLENITUDE ANGOLA MARÇO 2010

leva o homem a um campo de investigação e nela encontrei um trecho que chamou-me atenção: O escritor e orador Anthony De Mello viu uma criança faminta tremendo no f r io, f u r iosamente ele ergueu os olhos aos céus e disse: “Deus, como o Senhor pode permitir tal sofrimento? Por que o Senhor não faz algo?”. “Houve um longo silencio e então De Mello, ficou assustado quando ele ouviu a voz de Deus respondendo para ele: Certamente eu fiz alguma coisa – Eu fiz você”. - O verdadeiro líder tem sempre algo para dar e ele á dá de espontânea vontade. - Se você for sábio esquecer-se-á de si próprio, em grandeza:

- Esquecerá os seus direitos, mas lembrarás das suas responsabilidades; - Esquecerá o seu desconfor to, mas lembrarás das bênçãos que tem recebido; - Esquecerá as próprias realizações, mas lembrar-se-á das dividas com os outros; - Esquecerá dos seus privilégios, mas lembrar-se-á das suas obrigações. Muito me lembro das palavras do General Douglas Mac Arthur: a pessoa deve logo se esquecer para ser lembrada por muito tempo. Ela deve se esvaziar para descobrir um ego repleto, Ela tem que se perder, para ser achado. Esqueça de si mesmo em grandeza, Esvazia-se em aventura. Soa igual a Jesus: grandes líderes são grandes doadores.


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