O prussiano Arthur Schopenhauer (1788-1860), conhecido como filósofo
do pessimismo, após viajar pelos principais países europeus, redigiu
melancólicas considerações sobre a miséria moral da Humanidade, sugerindo
a contemplação artística, em especial a música, para se conviver com
a infelicidade.
O atavismo social apresenta-nos hoje, passados quase dois séculos, o
mesmo deprimente e desolador quadro de falência moral.
Não há lideres exponenciais no comando das pátrias, a política converteu-
se num jogo mesquinho de interesses pessoais, a corrupção atinge
níveis alarmantes, multiplicam-se doenças, a obsessão campeia e a sociedade
vai se degradando perigosamente, sem esboçar qualquer reação
mais expressiva.
Schopenhauer, exprimindo o pensamento filosófico de sua época, afirmava
que a “felicidade seria apenas interrupção temporária da infelicidade”
e concluía: “viver é sofrer”. Era um homem amargo, mas sincero. Embora
inteligente, deixou-se bater pelo superficialismo dos fatos.