Revista espirita 128

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EDITORIAL

Eduque hoje, para não chorar amanhã A concepção espírita de educação vai além dos limites da presente encarnação, é bem mais complexa que as versões mundanas, por revelar nossa macropersonalidade, resultante da soma de incontáveis existências na matéria ao longo de muitos milênios. Os hábitos, as tendências, as vocações, as índoles, os desejos e os comportamentos, bem diferentes em cada um de nós, são testemunhos eloquentes dessa realidade. Em cada encarnação, adquirimos experiências e valores que vão moldando o caráter que hoje temos. Comprovadas as diferenças, os métodos educativos não podem ser iguais. Por essa razão, a Doutrina Espírita aconselha detida observação, desde o nascimento, a fim de que se possa melhor sentir os níveis de inquietação, de insegurança ou de reações positivas de cada filho. O senso de observação dos pais deve conduzir o programa educacional de forma propositiva, diferentemente da imposição que, quase sempre, é desastrosa, por colidir com as legítimas necessidades do espírito reencarnante. Entendamos: se um filho traz a vocação para a filosofia de maneira acentuada, exigir que ele seja médico vai redundar em fracasso, que pode levar aos perigosos quadros de depressão que assustam os estudiosos da questão. Mil vezes um professor de filosofia feliz do que um médico frustrado. Não devemos impor nossas vontades, apenas direcioná-las de forma aceitável, para produzir as desejadas alterações mentais, sem os choques que afastam os filhos do convívio familiar. Quando os pais, por inabilidade, perdem influência, a importância das ruas cresce no campo dos desejos, na busca de autoafirmação. O amigo da escola, a namorada, o companheiro do shopping, quase sempre desorientados, passam a ser os verdadeiros formadores de opinião, com danos para a sua micropersonalidade, que é a vida atual. Os valores negativos despertam Continua no verso... Jan/abril - 2009


com incontrolável intensidade, as experiências e os compromissos sadios que trazemos caem no esquecimento, por falta dos estímulos necessários. Observar e propor corretamente, sufocando as más tendências e despertando o bem que está em todos nós, devem obedecer a alguns critérios sancionados pela lógica doutrinária que, em princípio, podem ser definidos em três passos distintos. O primeiro passo é a conversação, que permite avaliar os graus de acerto das medidas tomadas, reforçando as mais eficientes; o segundo, quando o diálogo não apresenta os resultados desejados, é a advertência, que mostra a presença da autoridade doméstica, inibe a agressividade e reconduz à disciplina indispensável; o terceiro, e último, é o castigo, dado com equilíbrio e com as explicações que o motivou, passando pela retirada dos brinquedos, dos programas de TV, dos passeios, das festas, das mesadas etc., compreendendo que, muitas vezes, como afirma Humberto de Campos em “Boa Nova”, psicografia de Chico Xavier, “o amor para educar não prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento”. Pelo mesmo médium, Emmanuel, na questão 113 de “O Consolador”, é contundente: “...o menino livre é a semente do celerado”, tanto quanto o espírito Casimiro Cunha na sua poesia “Carta às Mães”, também psicografia de Chico, coloca nessas trovas: “Ouve ainda. Tem cuidado com o teu próprio coração. Não deixes que se transforme o teu amor em paixão. ...Castiga amando o teu filho em teu carinho profundo. Prefere o teu próprio ensino às tristes lições do mundo”. Não há nenhuma razão para peso de consciência, quando o castigo, mesmo duro, serve para tirar o filho da beira do precipício moral. Nos dias que correm, jovens apanham nas ruas, da polícia, nas prisões, nas escolas, porque não foram educados da maneira desejável. O que é pior? Uma rápida reflexão nos dirá. Os passos apresentados, para atingirem seus objetivos, precisam estar acompanhados da exemplificação. Como pedir aos filhos que façam o que não fazemos? Uma ação no bem vale mais que muitos floreados conselhos. A evangelização na sociedade espírita é fundamental. A criança se socializa, submete-se às influências positivas dos amiguinhos, tem a vigilância dos evangelizadores, recebe as energias positivas da casa e é estimulada, em grupo, para o melhor, o que reforça o lado generoso da personalidade, cortando, pouco a pouco, as garras do egoísmo, chaga da Humanidade. Pais, lembrem-se, vocês serão os filhos de amanhã e receberão de acordo com os seus merecimentos.

Jan/abril - 2009


Final dos tempos

A temática do fim do mundo, prevista nas escrituras, está sempre em voga. A literatura espírita, recheada de preciosas informações a este respeito, não priva de respostas aqueles que as buscam. Os textos doutrinários esclarecem que não ocorrerá um grande e isolado cataclismo, como acreditam muitos fanáticos e religiosos, que aniquilará o globo no referente à sua constituição física. Contudo, eventos catastróficos, como terremotos, furacões, tsunamis, enchentes etc., continuarão a fazer parte deste quadro de emissões constantes de fluidos mentais venenosos, oriundos da nossa iniquidade que corrompe a psicosfera terrestre promovendo graves repercussões na natureza. A morte definitiva do mundo se dará nas suas expressões morais, sociais e políticas, como afirma Humberto de Campos no cap. XXII de “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”. Este processo de mudança vai elevar a Terra para um estágio mais ditoso, onde a civilização do futuro, ancorada na Verdade refletida pelo Espiritismo, assentará as suas bases na fraternidade e na justiça. Dentro deste contexto de transição, lembramos que, em “A Caminho da Luz”, cap. III, Emmanuel mostra que, há muitos milênios, um dos orbes do distante sistema da estrela Capela, na constelação do Cocheiro, o qual guarda semelhanças com a Terra, atingira os píncaros de um dos ciclos evolutivos, e alguns milhões de espíritos rebeldes destoavam da evolução geral, obscurecendo a consolidação de tão esperada transformação. Por isso, fazia-se necessária uma ação de saneamento que os excluiria, temporariamente, daquela atmosfera empenhada no progresso. Emmanuel registra ainda: “Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal, seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes”. Essa turba de espíritos recebeu a designação de raças adâmicas e, com o transcurso dos anos, formou o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia. O cenário descrito alerta para um processo similar que já começou há algumas décadas na Terra e, em linhas gerais, vem definindo o futuro de boa parte da sociedade humana, distante dos compromissos de melhoria íntima e coletiva. Em “Obras Póstumas”, no texto Regeneração da Humanidade, o mestre Kardec identifica esses espíritos moralmente atrasados e que serão expurgados da Terra para mundos inferiores, afirmando que eles se caracterizam primeiramente pela revolta contra Deus e depois pela propensão instintiva às paixões que degradam, ao orgulho, ao ódio, ao apego a tudo o que é material. Extremos sofrimentos serão vivenciados por esses irmãos, os degredados, até que mudem a sua condição moral e possam retornar ao nosso planeta e caminhar em consonância com a nova ordem. Reflitamos nos ensinamentos espíritas e busquemos forças interiores para enfrentar a degradação moral que aflige a Humanidade, acima de tudo, fazendo a nossa parte, a fim de estarmos sólidos na fé racional frente às pesadas e escuras tempestades de lágrimas e dores, que já começam a permear a realidade global. Jan/abril - 2009


Bezerra de Menezes Pensamentos Doutrinários XI Da série publicada no jornal O PAIZ, no Rio de Janeiro, a partir de 1886.

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alma virtuosa recebe ser feita nas mesmas condições sua recompensa no em que se deu a culpa, donde a desenvolvimento de seu amor, de necessidade da reencarnação, sua inteligência e de sua atividade isto é, de volver o espírito à vida na penetração das leis e vontades corpórea, em que delinquiu, para divinas. reparar seus delitos. Compreende-se que um Nas vidas concedidas aos espírito, cujo adiantamento já ul- culpados, para se reabilitarem, trapassa os limites das condições Deus lhes manda os meios de da Terra, não pode purificação, sem, mais ser habitancontudo, influir em te deste planeta sua liberdade para atrasado ou de que façam o mérito. outro de sua ordem, Vêm daí esses mas sim precisa sofrimentos e inde uma habitação felicidades, que não mais conforme com se compadecem suas condições de com a vida virtuosa Bezerra de Menezes progresso. que levam certos Assim, pois, a pluralidade indivíduos na Terra, que é mundo de existências, faz-se mister a de expiação. pluralidade de mundos. Esses que praticam aqui a virtude, para que vieram, e sofrem A reparação, para poder ter suas privações, contrariedades, verdadeiro mérito, é preciso e atribulações, são os antigos

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criminosos, que perseveram no propósito de se corrigirem, sofrendo os rigores da vida, que para isto lhes foi dada. Outros infelizes vêm para aquele fim, porém, fraqueiam outra vez, e se embebem nos bens da vida, que lhes deviam ser de sofrimento para a purificação. Terão de voltar outra e mais vezes, depois de terem sofrido a pena da reincidência, até vencerem, até cumprirem sua expiação, como os primeiros. Vencer a morte quer dizer: não mais voltar para a vida corpórea, ou ter adquirido um grau de perfeição intelectual e moral, que dispensa as provas materiais nos mundos atrasados,

onde elas são um meio de progresso. O espírito que chega a esse grau de progresso, não tem concluída sua evolução, mas sim a parte mais difícil e mais penosa dessa evolução. O maior santo começou por homem brutal, e os homens brutais chegarão a ser santos. Ninguém foge ao altíssimo destino marcado pelo Pai à Humanidade. A questão é somente de tempo. O que melhor uso fizer de sua liberdade, mais depressa ascenderá. O que fizer mau uso, mais sofrerá, porque mais tempo será dos mundos de expiação.

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SEDUTORES DA INOCÊNCIA Mateus, 18:6-9 / Marcos, 9:42-48 / Lucas, 17:1-2

Enquanto o Mestre Jesus Dava esta sábia instrução Aos pescadores da Galiléia, Trazia, junto ao coração, O pequeno modelo vivo Que lhe servira na ocasião Para deixar imortalizada Esta inesquecível lição.

Mas ai do homem Pelo qual o escândalo chegar. Portanto, se a tua mão Ou o teu pé te faz tropeçar,

Os olhos de Jesus Cristo Vislumbravam naquele momento Que no futuro ocorreriam Trágicos acontecimentos.

Corta-o, e lança-o fora de ti; Melhor é entrares, manco ou aleijado, Na vida, do que, tendo os membros sãos, No fogo eterno seres lançado.

E romperam de seus lábios Outras palavras tão veementes, Que repercutiram como um trovão Em meio a todos os presentes:

Se um dos teus olhos te faz tropeçar, Arranca-o e lança-o fora de ti, então; Melhor é entrares na vida Com apenas um olho são,

Qualquer um que fizer tropeçar A um destes pequeninos Que creem em mim, Melhor lhe fora acontecer assim

Do que, possuindo dois, E no fogo do inferno seres jogado. Este ensinamento que Jesus Deixou há 2000 anos registrado

Que ao seu pescoço Se lhe fizesse pendurar Uma grande pedra de moinho E o afundasse nas profundezas do mar.

Serve para que a Humanidade Tome muito mais cuidado Protegendo as criancinhas, Neste mundo atormentado,

Ai do mundo, Por causa dos escândalos; Porque é inevitável Que venham escândalos,

Dos que exploram a inocência Desses seres abençoados No vil comércio do sexo Existente por todos os lados.

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A flor e o fruto

Existem inúmeras criaturas que passam pelo mundo como flores, Rogério Coelho – MG tão somente destinadas a enfeitar os locais por onde circulam. Superficiais “Mestre, a figueira que amaldiçoaste, por excelência, demandam largas secou até à raiz” – Pedro (Mc., 11:21) porções de precioso tempo em exibições de altas dosagens de insano personalismo, sem nada produzirem em termos de frutificação que possa auxiliar os que estão à sua volta. Na parábola da figueira que secou, Jesus traça o perfil de tais criaturas e seu destino. Atentemos na explicação de Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XIX, itens 9 e 10): “A figueira que secou é o símbolo dos que apenas aparentam propensão para o bem, mas que, em realidade, nada de bom produzem; ... Simboliza também todos aqueles que, tendo meios de ser úteis, não o são; todas as utopias, todos os sistemas ocos, todas as doutrinas carentes de base sólida. Os médiuns são intérpretes dos espíritos; ...Nos tempos atuais, de renovação social, cabelhes uma missão especialíssima; são árvores destinadas a fornecer alimento espiritual a seus irmãos; ...Se, porém, eles desviam do objetivo providencial a preciosa faculdade que lhes foi concedida, se a empregam em coisas fúteis ou prejudiciais, se a põem a serviço dos interesses mundanos, se em vez de frutos sazonados dão maus frutos, se se recusam a utilizá-la em benefício dos outros, se nenhum proveito tiram dela para si mesmos, melhorando-se, são quais a figueira estéril. Deus lhes retirará o dom que se tornou inútil neles: a semente que Imagem de uma figueira seca não sabem fazer que frutifique, e consentirá à beira da estrada que se tornem presas dos espíritos maus.” Todas as flores que se recusarem deliberadamente ao mister da frutificação, estéreis por opção, serão tratadas como a figueira que secou. No Reino dos Céus não existe lugar para flores ociosas, destinadas a eternos desfiles na superfície estéril das pompas exteriores com requintes de personalismo tão egoísta quanto vão. Isto significa que todos os sistemas e doutrinas semelhantes a flores que se recusam a transformar-se em frutos cairão reduzidas a nada, e por inúteis que são, secar-se-ão até a raiz... Jan/abril - 2009


COMO CRIAR

UM D EL IN QU EN TE

1 - Comece na infância a dar ao seu filho tudo o que ele quiser, assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que desejar. 2 - Quando ele disser nomes feios, ache graça, isso o fará sentir-se impor tante. 3 - Nunca lhe dê qualquer orientação religiosa, espere até que ele chegue aos 21 anos e decida por si mesmo. 4 - Apanhe tudo o que ele deixar jogado (livros, sapatos, roupas etc.), faça tudo para que ele aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade. 5 - Discuta com frequência na presença dele, assim ele não ficará chocado quando o seu lar se desfizer mais tarde. 6 - Dê-lhe todo o dinheiro que quiser, nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Desta forma você o poupa de passar pelas mesmas dificuldades que você passou. 7 - Satisfaça todos as seus desejos de comida, bebida e confor to. Negar pode acarretar “frustrações”. 8 - Tome o partido dele contra vizinhos, professores, policiais. Afinal, todos têm má vontade para com seu filho. 9 - Não o oriente quanto às amizades, e quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê a desculpa que nunca conseguiu dominá-lo.. 10- Quando estiver em profundo desgosto com a vida, consolese, diga que é o seu destino e o dele, que Deus quis assim... P Reprodução de um panfleto da “União Sociedades Espíritas” - Rio Claro/S

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Vianna de Carvalho responde ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA Médium: Divaldo Pereira Franco Pergunta: As características imunológicas de cada ser refletem, no corpo material, as particularidades dos espíritos? Resposta: A vida, sem dúvida, é resultado da Mente Divina, que tudo gerou. Da mesma forma, o espírito é o agente causador de todas as ocorrências em torno de si mesmo. A cada ação praticada correspondelhe uma reação equivalente. Cultivando idéias enobrecedoras, sintoniza com o princípio vital e robustece-se, ampliando a sua capacidade de qualificação, de aprimoramento, de desenvolvimento dos valores que guarda, latentes. Quando, porém, se deixa enlear nos tormentosos pensamentos, labora forças destrutivas que lhe perturbam a harmonia, levando-o a estados enfermiços, degenerativos. A psiconeuroimunologia demonstra que, por meio das fixações positivas, otimistas, joviais, o organismo elabora substâncias defensivas, que provêm das fontes vitais do pensamento, produzindo imunoglobulina salivar A (IgA), com possibilidade de prevenir várias infecções, pela capacidade que possuem essas concentrações protetoras de defenderem o organismo. Quanto mais elevados os sentimentos e as aspirações do indivíduo que cultiva a alegria de viver e o bem, mais expressivos se apresentam os níveis dessa referida enzima. Quanto seja possível ao ser humano desenvolver esse mecanismo de forma consciente, trabalhando-se interiormente, é óbvio que mais se equipará para o enfrentamento com os agentes destrutivos e perturbadores da existência corpórea. Desse modo, não resta qualquer dúvida quanto às características imunológicas de cada ser, que refletem as condições evolutivas do espírito que é. Jan/abril - 2009


Deus e a Terceira Revelação Jorge Hessen - DF

O que caracteriza o homem, habitante da Terra há milhares de anos, é a inteligência de que é dotado. Essa inteligência complementa-se com a vontade e com a liberdade para pensar e agir. Mas o ser humano, com sua inteligência e atributos, tem uma causa, uma gênese. Essa causa primeira, a Inteligência Suprema, nos ensinos da espiritualidade superior, é o Criador, não somente do homem, mas de tudo que existe no Universo. Esses ensinos sintéticos, que se encontram nas obras básicas do Espiritismo, foram complementados por outros para que o homem pudesse formar a idéia de si mesmo, de sua origem e do seu destino, do mundo em que vive e do Universo infinito. As noções que a Doutrina oferece do Criador e da criação - Deus, espírito e matéria - facilitam a compreensão de tudo o que existe. Pelas leis naturais, ou divinas, pode a Humanidade hoje perceber que a Inteligência Suprema não só criou os dois elementos - espírito e matéria mas regulou os mecanismos de toda a criação dentro de uma harmonia plena. Matéria e espírito estão ligados de tal forma que, regidos por leis perfeitas e imutáveis, podemos perceber o sentido da vida na Terra e em outros mundos, numa realidade que se contrapõe ao que as religiões e as escolas filosóficas do passado e do presente têm ensinado. A Nova Revelação desvenda, assim, os grandes mistérios do passado, com os quais se depararam tanto o homem primitivo quanto os sistemas filosóficos e religiosos de todas as épocas. Deus é a causa primária, mas é também o Legislador que estabeleceu as leis eternas para o funcionamento de toda a Sua criação. Os espíritos sábios contiveram a definição de Deus, para evitar erros 10 Jan/abril - 2009

e limitações ao Ser perfeito e eterno. A linguagem e a inteligência humanas têm dificuldades em compreender o que é eterno e imaterial. São muito importantes para a Humanidade as revelações da espiritualidade superior, formuladas na Codificação, sob todos os seus aspectos. Mas, no que concerne às noções sobre Deus e o Universo, elas assumem excepcional relevância, pela diversidade de concepções reinantes nas religiões, nas filosofias e nas ciências, mostrando que o Criador não pode ser confundido com sua criação, como no panteísmo oriental; nem é antropomorfo, como nas concepções religiosas do ocidente; ou não existe, para o materialismo multifário e o ateísmo dominantes em determinadas ciências e filosofias. As condições de vida no globo foram elaboradas de forma tal, que o homem, dispondo do livre-arbítrio, chegou às mais variadas conclusões a respeito de si mesmo e de Deus no decorrer dos milênios. Foi assim que, em determinado momento da vida planetária, quando a sociedade humana conseguiu atingir considerável progresso em conhecimentos científicos sobre a matéria e modificar muitos aspectos da organização social, essa evolução alcançada contrastava com suas concepções sobre seu Criador e Suas leis. Então, nessa ocasião histórica, em pleno século XIX da era cristã, a sabedoria e a misericórdia Divina, representada pelo Governador Espiritual do orbe terrestre, Jesus Cristo, se apresenta sob a forma da Terceira Revelação, o Espiritismo, fincando as bases da Verdade e das luzes para o futuro. A Revelação Espírita veio em socorro dos que já se encontram em condições de entender o poder, a bondade infinita de Deus e suas múltiplas formas de manifestação.


Tensão emocional Presença de Emmanuel/Chico Xavier

Não raro, encontramos, aqui e ali, os irmãos doentes por desajustes emocionais. Quase sempre, não caminham. Arrastam-se. Não dialogam. Cultuam a queixa e a lamentação. E provado está que, na Terra, a tensão emocional da criatura encarnada se dilata com o tempo. Insegurança, conflito íntimo, frustração, tristeza, desânimo, cólera, inconformidade e apreensão, com Emmanuel outros estados negativos da alma, espancam sutilmente o corpo físico, abrindo campo a moléstias de etiologia obscura, à força de se repetirem constantemente, dilapidando o cosmo orgânico. Se consegues aceitar a existência de Deus e a prática salutar dessa ou daquela religião em que mais te reconfortes, preserva-te contra semelhante desequilíbrio. Começa, aceitando a própria vida, tal qual é, procurando melhorá-la com paciência. Aprende a estimar os outros, como se te apresentem, sem exigir-lhes mudanças imediatas. Dedica-te ao trabalho em que te sustentes, sem desprezar a pausa de repouso ou o entretimento em que se te restaurem as energias. Serve ao próximo, tanto quanto puderes. Detém-te ao lado melhor das situações e das pessoas, esquecendo o que te pareça inconveniente ou desagradável. Não carregues ressentimentos. Cultiva a simplicidade, evitando a carga de complicações e de assuntos improdutivos que te furtem a paz. Admite o fracasso por lição proveitosa, quando o fracasso possa surgir. Tempera a conversação com o fermento da esperança e da alegria. Tanto quanto possível, não te faças problema para ninguém, empenhando-te a zelar por ti mesmo. Se amigos te abandonam, busca outros que te consigam compreender com mais segurança. Quando a lembrança do passado não contenha valores reais, olvida o que já se foi, usando o presente na edificação do futuro melhor. Se o inevitável acontece, aceita corajosamente as provas em vista, na certeza de que todas as criaturas atravessam ocasiões de amarguras e lágrimas. Oferece um sorriso de simpatia e bondade, seja a quem for. Quanto a morte do corpo, não penses nisso, guardando a convicção de que ninguém existiu no mundo sem a necessidade de enfrentá-la. E, trabalhando e servindo sempre, sem esperar outra recompensa que não seja a benção da paz na consciência própria, nenhuma tensão emocional te criará desencanto ou doença, de vez que se cumpres o teu dever com sinceridade, quando te falte força, Deus te sustentará e onde não possas fazer todo o bem que desejas realizar Deus fará sempre a parte mais importante. Jan/abril - 2009 11


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Verificação

de Conhecimentos

Doutrinários

Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confira o resultado na página 22: 1. Qual é a segunda obra da chamada “série André Luiz” ditada ao médium Chico Xavier?

“Os Mensageiros” “Ação e Reação”

“Missionários da Luz” “Nosso Lar”

2. “O Problema do Ser, do Destino e da Dor” é um importante livro espírita que aborda de forma lógica e científica a psicologia do ser, a filosofia existencial dos destinos dos homens e as potências das almas. Qual o nome do seu autor?

Cesare Lombroso Gabriel Delanne Léon Denis William Crookes

3. Qual foi o mais velho dos doze apóstolos do Cristo? André

Pedro

Tiago

Judas

4. “O Livro dos Médiuns” trata da prática mediúnica. Classifica os tipos de mediunidade, as causas, os meios e os efeitos dos fenômenos. Em que data esta obra da Codificação Espírita foi editada pela primeira vez?

Em 15 de janeiro de 1861 Em 15 de janeiro de 1864

12 Jan/abril - 2009

Em 18 de abril de 1857 Em 23 de outubro de 1861


5. O médium e conferencista Divaldo Franco é um dos principais divulgadores do Espiritismo. Autor de mais de 200 livros, cuida, na Mansão do Caminho em Salvador, de quase 3 mil crianças, e tem uma obra social modelo para o país. A história de sua vida é interessantíssima, cheia de casos curiosos e emocionantes, oriundos de sua mediunidade poderosa. Essa figura ímpar, em sua parceria com o espírito de Joanna de Ângelis, publica uma das obras abaixo. Qual?

“Nas Fronteiras da Loucura” “Amor, Imbatível Amor” “Ícaro Redimido” “Jesus Perante a Cristandade”

6. O livro “No Mundo Maior” possui um capítulo que trata de uma enfermidade mental e descreve, com imensa propriedade, as causas e os efeitos dessa complexa doença. Qual é a referida enfermidade?

Esquizofrenia Neurose

Autismo Depressão

7. Em 1848, na casa de uma família metodista cristã chamada Fox, no vilarejo de Hydesville (EUA), dispararam-se fenômenos, em larga escala, que chamaram a atenção do mundo para os fatos espíritas. Após os fenômenos de Hydesville a mediunidade eclodiu com admirável intensidade em várias partes do mundo. As irmãs Fox, médiuns da citada família, atendiam pelos nomes de:

Katherine e Margareth. Ângela e Sofia. Amelie e Kate. Sofia e Katie.

8. A coleção A Vida no Mundo Espiritual, composta de treze livros de autoria do espírito André Luiz, tem em “Nosso Lar” a primeira obra que foi editada pela FEB no ano de:

1953. 1973.

1944. 1964.

Reprodução de uma pintura das irmãs norte-americanas

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Meu cajueiro Humberto de Campos, o Irmão X, autor de várias obras psicografadas por Chico Xavier, sendo a mais conhecida “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, enquanto encarnado deixou um legado literário de inegável valor na forma de contos e crônicas, tendo seu reconhecimento pela Academia Brasileira de Letras. No livro “Memórias”, testemunhamos sua doação de sensibilidade a um amigo, e mesmo filho, cajueiro que plantou no quintal de sua recente casa em Parnaíba (PI) aos 10 anos de idade. Ele nos conta que: “No dia seguinte ao da mudança para a nossa pequena casa dos Campos, em Parnaíba, em l896, toda cheirando ainda a cal, a tinta e a barro fresco, ofereceu-me a natureza, ali, um amigo. Entrava eu no banheiro tosco, próximo ao poço, quando os meus olhos descobriram no chão, no interstício das pedras grosseiras que o calçavam, uma castanha de caju que acabava de rebentar, inchada, no desejo vegetal de ser árvore. Dobrado sobre si mesmo, o caule parecia mais um verme, um caramujo a carregar a sua casca, do que uma planta em eclosão. A castanha guardava, ainda, as duas primeiras folhas úmidas e avermelhadas, as quais eram como duas jóias flexíveis que tentassem fugir do seu cofre”. Com a autorização de sua mãe, planta a castanha: “A trinta ou quarenta metros da casa, estaco. Faço com as mãos uma pequena cova, enterro aí o projeto de árvore, cercoo de pedaços de tijolo e telha. Rego-o. Protejo-o contra a fome dos pintos e a irreverência das galinhas. Todas as manhãs, ao lavar o rosto, é sobre ele que tomba a água dessa ablução alegre. Acompanho com afeto a multiplicação das suas folhas tenras”. Aos 13 anos de idade, Humberto de Campos separa-se de seu amigo pela primeira vez. Vai residir em São Luís, anos depois no Rio de Janeiro, mas volta algumas vezes a Parnaíba. Próximo de seu regresso ao mundo espiritual, retorna para uma última visita ao amigo: “E eu, quase morto, regresso a Parnaíba, volto a ver minha casa, e a rever o meu amigo: — Meu cajueiro, aqui estou! Mas ele não me conhece mais. Eu estou homem; ele está velho. A enfermidade cava-me o rosto, altera-me a fisionomia, modifica-me o tom da voz. Ele está imenso e escuro.... Quero abraçá-lo, e já não posso... — Adeus, meu cajueiro! E lá me vou outra vez e para sempre, pelo mundo largo, onde hoje vivo, como ele, com os pés na lama, dando, às vezes, sombra aos porcos mas, também, às vezes, doirado de sol lá em cima, oferecendo frutos aos pássaros e pólen ao vento, e, no milagre divino do meu sonho, sangrando resina cheirosa, com o espírito enfeitado de flores que o vento leva, e o coração, aqui dentro, cheio de mel, e todo ressoante de abelhas...”. O amigo fiel, centenário agora, considerado velho naquele início da década de 1930, ainda hoje, exprime exuberância no seu verde vivo, oferecendo os mesmos frutos doces de outrora, como podemos ver na fotografia. O amor se estende e prospera em todos os reinos da natureza. Parte dessa vibração ainda reverbera no velho amigo de galhos retorcidos pelo tempo. Humberto de Campos prosseguiu na espiritualidade produzindo contos e crônicas, pintando com as palavras de forma primorosa ensinamentos de vida e iluminação, oferecendo-nos precioso acervo pela incomparável mediunidade de Chico Xavier. Ainda hoje, muito temos a aprender com os quadros literários do Irmão X! 14 Jan/abril - 2009


Filhos

José Venício de Azevedo - RJ

Na visão espírita, os filhos são: - compromissos que assumidos no mundo espiritual; - viageiros de vidas passadas que regressaram à Terra, retornando ao nosso convívio, necessitando eles, em sua grande maioria, de reajuste e resgate, corrigenda e renovação, reconciliação e reeducação, compreensão e encaminhamento; - companheiros espirituais de lutas pretéritas, a quem pagamos débitos sagrados ou de quem recebemos alegrias puras, por créditos de outros tempos; - obras preciosas que o Senhor nos confia, como pais que somos, solicitando-nos cooperação responsável, amorosa e eficiente; - associados de experiência e destino, credores ou devedores, amigos ou adversários de encarnações do passado próximo ou distante, com os quais nos reencontraremos na Vida Maior, na condição de irmãos uns dos outros, ante a paternidade de Deus, nos convívios afins da espiritualidade. Assim, procuremos ensiná-los a respeitar e amar o próximo. Procuremos dar a eles conforto e amor, mas não nos esqueçamos da responsabilidade de educá-los para o mundo, para o trabalho digno, para a convivência fraterna em sociedade. Procuremos, se realmente amamos nossos filhos, corrigi-los e educálos com responsabilidade, autoridade e respeito, sem nos esquecermos de que a melhor educação é o exemplo que vivenciamos à frente deles.

Conduta Espírita - Cap. 21: Perante a Criança - André Luiz/Waldo Vieira “Os pais espíritas podem e devem matricular os filhos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam iniciar com segurança a nova experiência terrena. Os pais respondem espiritualmente como cicerones dos que ressurgem no educandário da carne.

Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna. O livro edificante vacina a mente infantil contra o mal.” Jan/abril - 2009 15


Frases que merecem

meditação

Extraídas da obra “Sexo e Destino”, autoria de André Luiz e psicografia de Chico Xavier/Waldo Vieira. “A edificação espiritual, em muitas circunstâncias, inclui explosões do sentimento, com trovões de revolta e aguaceiros de pranto, que acabam descongestionando as vias da emoção.” “No corpo físico ou agindo fora do corpo físico, o espírito é senhor da constituição de seus atributos. Responsabilidade não é título variável. Tanto vale numa esfera, quanto em outras.” “Tempo é comparável a crédito que um estabelecimento bancário empresta ou retira, segundo as atitudes e diretrizes do devedor.” “Quanto mais se eleva a criatura, mais se capacita de que o uso do sexo demanda discernimento pelas responsabilidades que acarreta.” “Qualquer ligação sexual, instalada no campo emotivo, engendra sistemas de compensação vibratória, e o parceiro que lesa o outro, até o ponto em que suscitou os desastres morais consequentes, passa a responder por dívida justa.” “Todo desmando sexual danificando consciências reclama corrigenda, tanto quanto qualquer abuso do raciocínio.” “Homem que abandone a companheira sem razão ou mulher que assim proceda, gerando desregramentos passionais na vítima, cria certo ônus cármico no próprio caminho, pois ninguém causa prejuízo a outrem sem embaraçar a si mesmo.” “Uma pessoa com grandes cabedais de autoridade pode elevar extensas comunidades às culminâncias do progresso e do aprimoramento ou afundá-las em estagnação e decadência.” “Pais e mães, esposos e esposas, filhos e irmãos, amigos e companheiros, que supondes perdidos para sempre, em muitas ocasiões vos acompanham de perto, acrescentando-vos a alegria ou partilhando-vos a dor!” 16 Jan/abril - 2009


Tribuna Livre Pergunta: Por que tantos brasileiros cultuam o Hinduísmo em nosso país, se o Espiritismo responde convincentemente a todas as questões? Resposta: O Hinduísmo tem ramificações em quase todos os países do mundo. Diariamente chegam enormes caravanas do chamado “turismo místico” para as principais cidades da Índia, nação oriental que hoje possui mais de 1 bilhão de habitantes. O seu desenvolvimento socioeconômico é lento como consequência do analfabetismo, do desemprego e da fome que grassam em parte expressiva do seu território, hoje, mais frontalmente atacado por seus dirigentes. O Hinduísmo, apesar de sua milenária existência, tem fracassado na sua missão de conduzir corretamente seus adeptos. Como assevera Emmanuel em “A Caminho da Luz”, cap. V. Seus princípios, há muitos séculos, são os mesmos e se expressam por meio de dogmas extremamente irracionais, inaceitáveis para os nossos dias. Existem o Hinduísmo védico, o Hinduísmo panixádico e o Hinduísmo devocional.

O ESPÍRITA responde Seus deuses maiores são Brahma, Vishnu e Shiva, a santíssima trindade como acreditam os hindus. Há outros deuses como Ganesh, que possui tromba, quatro braços, com imensa barriga e sempre se acompanha de um ratinho (?). Inegavelmente, há ensinamentos preciosos no Hinduísmo, mas que se perdem nos cultos e nos rituais inacessíveis à razão, como reflexo da imensa incultura do povo e da extrema miséria material que o cerca. Há pontos de contato do Hinduísmo com o Espiritismo, como o carma e a reencarnação, mas o entendimento é muito diferente. A Doutrina Espírita não aceita dogmas irracionais, rituais, paramentos, sacramentos, liturgias e outras posições não explicáveis. O Espiritismo combate a fé cega, o proselitismo, a cerimônia, o exibicionismo, o personalismo, as imagens e tudo o mais que violente o bom senso. O culto a certos aspectos do Hinduísmo, em todo o planeta, que possui mais de 800 milhões de adeptos, deve-se à pobreza espiritual da Humanidade e ao misticismo fanatizante que nada indaga, apenas cultua, como em tantas linhas religiosas ditas cristãs, que pautam suas atividades em grosseiro elenco de interesses quase sempre materiais. Jan/abril - 2009 17


Suicídio

Que espécie de sofrimentos tidos por irremediáveis são capazes de transtornar a mente da criatura e induzi-la ao autoaniquilamento? Na questão 944 de “O Livro dos Espíritos” temos: “Tem o homem o direito de dispor da sua vida? Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão desta lei”. Pesquisas evidenciam que a busca da morte está presente em todas as camadas da sociedade, sem que a formação intelectual ou a condição material possam estagnar ou reduzir o número apocalíptico de vítimas. Os índices de suicídio são maiores em nações ricas e cultas como Estados Unidos e Japão. O capítulo 24 da monumental obra “Boa Nova”, autoria de Humberto de Campos, registra com tristeza o fracasso de Judas Iscariotes, que se dependurou numa figueira, despedindo-se deste plano perturbado pelo insucesso de suas maquinações políticas e pela traição a Jesus. Camilo Castelo Branco, um dos mais notáveis gênios da literatura portuguesa, após longo estágio nos sítios do horror em esferas espirituais atormentadas, a convite de benfeitores, narrou, no livro “Memórias de um Suicida”, de Yvonne A. Pereira, sua sofrida odisséia depois de arrebatar, sob a pressão de obsessores e da doença, a própria existência com um tiro no ouvido. Podem-se citar três tipos de decepção que se abatem sobre o suicida, de acordo com depoimentos prestados por via mediúnica: 1 - Constata que não morreu espiritualmente, por ser imortal. Desfazse apenas do corpo físico, ao qual mantém-se ligado por uma rede de energia magnética, sofrendo as dolorosas repercussões dos fenômenos do apodrecimento de suas carnes e da ação devoradora dos vermes. 2 - Mudança integral no sistema de vida, com o aprisionamento nas infernais paragens espirituais, onde tudo é fome, sede, frio, imoralidade, abandono, permanente escuridão e sofrimento atroz. 3 - Perspectiva de reencarnação, após reciclagem em escolas especializadas do mundo espiritual, em corpo dilacerado pelas deformidades perispirituais provocadas pela violência do suicídio, que lesiona órgãos do corpo astral, abala o sistema nervoso central e provoca disfunções no psiquismo, irreversíveis a curto prazo. A temática é ampla, sendo impraticável seu adequado detalhamento em poucas palavras, mas cabe aqui a ênfase de que diante de qualquer angústia, a fé, que se expressa na prece fervorosa e na resignação, pode proporcionar resultados surpreendentes; e que o autocídio jamais será o fim das aflições, ao contrário, converter-se-á no estuário de horrores infernais de que tão cedo não se libertará o trânsfuga. 18 Jan/abril - 2009


Educação Emmanuel/Francisco Cândido Xavier Livro “Luz Bendita” - Edição Ideal

Educa o terreno e terás o pão farto. Educa a árvore e receberás a bênção da fartura. Educa o minério e obterás a utilidade de alto preço. Educa a argila e plasmarás o vaso nobre. Educa a inteligência e atingirás a sabedoria. Educa as mãos e acentuarás a competência. Educa a palavra e colherás a simpatia e cooperação. Educa o pensamento e conquistarás a ti mesmo. Sem o alfabeto anoitece o espírito. Sem o livro falece a cultura. Sem o mérito da lição a vida seria animalidade. Sem a experiência e a abnegação dos que ensinam, o homem não romperia as faixas da infância. Em toda parte, vemos a ação da Providência Divina, no aprimoramento da alma humana. Aqui é o amor que edifica. Além, é o trabalho que aperfeiçoa. Mais adiante é a dor que regenera. Meus amigos, a Terra é nossa escola milenária e sublime. Jesus é o nosso Divino Mestre. O Espiritismo, sobretudo, é obra de educação. Façamos da educação com o Cristo o culto de nossa vida, para que a nossa vida possa educar-se e educar como o Senhor, hoje e sempre.

Jan/abril - 2009 19


Curiosidades doutrinárias Dois jornalistas da revista O CRUZEIRO, David Nasser e Jean Manzon, foram entrevistar Chico Xavier em Pedro Leopoldo/MG. Os repórteres deram nomes falsos dizendo-se estrangeiros. Entrevistaram, fotografaram, inclusive em posições ridículas, o querido médium. Ao se despedirem receberam de presente um livro cada e, ao chegarem no Rio de Janeiro, publicaram uma traiçoeira reportagem. O tempo passou e David Nasser, ao folhear o livro, percebeu, assustado, que a dedicatória continha o seu nome verdadeiro, confirmando com o companheiro Jean Manzon o mesmo fato. David Nasser, arrependido, volta a procurar Chico, que o recebeu com a gentileza característica das almas elevadas. O grande médium sempre evidenciava: “Diz-nos Emmanuel que devemos ter paciência e bondade para com todos, explicando sempre que eles não nos injuriam porque sejam maus e sim por inexperiência ante os assuntos da vida espiritual”. Abraham Lincoln (foto), que foi presidente dos Estados Unidos, é ainda hoje admirado por seu povo. Lincoln se envolveu mais diretamente com o Espiritismo por intermédio de uma obra bibliográfica sobre Margareth Fox, uma das irmãs Fox, que, na década de 1840, despertaram a sociedade americana e mundial para os fenômenos mediúnicos. Lincoln também recebeu uma carta psicografada por James Conkling, por meio da escrita mecânica, que só poderia ser lida frente ao espelho. Esta mensagem foi endereçada pelo espírito Baker. O coronel Edward Baker fora um dos seus principais partidários. Contrariando os princípios teológicos, o coronel encerra sua carta dizendo: céu e inferno são condições, não localidades. Não é de admirar-se o interesse de Lincoln 20 Jan/abril - 2009

pelos fenômenos mediúnicos. No seu livro “Was Abraham Lincoln a Spiritualist?” (Filadélfia, 1891) a Sra. Nettie Maynard faz uma série de narrativas em torno das diversas experiências mediúnicas por ela realizadas na Casa Branca. O prof. Cesare Lombroso, da Universidade de Turim, na revista ARENA, de junho de 1907, comenta a mais marcante experiência que viveu. Participava de reuniões com Eusápia Paladino, médium fantástica que, em transe, dava respostas exatas, em línguas que ela não conhecia. Presenciou fenômenos de levitação, transporte de flores, de objetos pesados e de materialização. Todos os fenômenos eram rigorosamente fiscalizados para que não houvesse perigo de fraudes. Nesta experiência, debaixo de grande emoção, sua mãe materializada chamalhe carinhosamente: “Cesare, fiol mio”, afastando o véu que cobria seu rosto, deulhe um beijo. Henry Ford, magnata norteamericano da indústria automobilística, que deu o seu nome a um dos mais populares veículos existentes, muito antes de sua desencarnação, em entrevista dada a um líder católico, predisse que o Brasil iria liderar o mundo, quando atingisse 200 milhões de habitantes, e se constituiria no eixo da política universal. O falecido senador Robert Kennedy, em seu livro “Desafio da América”, afirmou que “o brasileiro é o único povo do mundo, por suas características eminentemente cristãs, capaz de liderar uma política de pacificação universal”. Declaração extremamente coincidente com o conteúdo do livro psicografado por Chico Xavier, em 1938, autoria de Humberto de Campos, “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.


Notícias comentadas “Dizem que é Darwin, mas não é” “O homem veio do macaco”, “A sobrevivência do mais forte” e “A seleção natural justifica o ‘cada um por si’” constituem afirmativas, em geral, atribuídas ao corpo da teoria evolucionista de Darwin (foto). Na realidade, a teoria diz que o homem e o macaco compartilham um ancestral comum. O elo que evoluiu para o homem é diferente daquele de onde derivam os gorilas e chimpanzés, que continuam ainda hoje evoluídos, mas como macacos. Não são os mais fortes que prevalecem, e sim os mais adaptados. Apesar da competição entre os seres, é a cooperação que prevalece vencedora, como ensinam as formigas e as abelhas. E a Humanidade, acrescentamos. (VEJA, 11/2/2009, Especial, fl. 80) A Doutrina Espírita ensina que a origem da vida vem de Deus, Criador do espírito imortal, pela individualização do princípio espiritual, e da vida biológica, pela “animalização da matéria” com o princípio vital. Este último administrado pela espiritualidade superior que o aplica e adapta às formas biológicas compatíveis com os mundos e os níveis conscienciais dos seres (“O Livro dos Espíritos”, parte 1.ª, capítulos III e IV). O criacionismo explicado pela Doutrina está perfeitamente em sintonia com a evolução; mas a teoria da evolução como entendida pela ciência não leva à fonte causal primeva que é Deus! Tudo evolui. A vida também. A evolução proposta pela ciência contemporânea diz apenas sobre um capítulo da verdadeira dimensão da vida. Pensemos nisso! “A ciência e a fé já foram unidas” “Ensinar Adão e Eva nas aulas de ciências é treva. Astrologia é charlatanismo. Mas grandes descobertas científicas foram feitas por gênios que conviveram bem com idéias religiosas e até superstições... Por eras o lado místico e o científico conviveram sem conflitos na mente humana... O cientista de maior impacto na história, Sir Isaac Newton (1643-1727), ao tempo que mudava o curso do pensamento com suas leis da gravitação universal e da mecânica clássica, considerava-se melhor teólogo que astrônomo e via mais possibilidades na alquimia do que no cálculo infinitesimal.” (VEJA, 11/2/2009, Especial, fls. 88/91) Jan/abril - 2009 21


“A ciência e a religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra, as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de idéias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.” (“O Evangelho segundo o Espiritismo”, capítulo I – item 8: Aliança da Ciência e da Religião) A própria expansão das fronteiras da ciência está levando o conhecimento na direção de Deus. Quanto mais se conhece o mundo infinitesimal, infra-atômico, mais maravilhas estão sendo descobertas, entremostrando a fantástica inteligência por detrás de tudo: Deus, o verdadeiro autor da criação! Em um ponto não distante no futuro, a ciência e a religião, redimidas em suas idiossincrasias, novamente caminharão juntas, alcançando, finalmente, a visão integral da realidade, compreendendo o mundo espiritual e o mundo material em suas particularidades e complementaridade.

Respostas

Verificação de conhecimentos doutrinários - Páginas 12 e 13 Q.1 - “Os Mensageiros” Q.2 - Léon Denis Q.3 - André Q.4 - Em 15 de janeiro de 1861 Q.5 - “Amor, Imbatível Amor” Q.6 - Esquizofrenia Q.7 - Katherine e Margareth. Q.8 - 1944. 22 Jan/abril - 2009


Carta ao atual e futuro ASSINANTE MANTENEDOR Querido(a) irmão(ã), A revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais deixou de circular em seus 30 anos de existência. Sempre com muito sacrifício, levou para todo o Brasil a mensagem consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propostas por nossos benfeitores sob a égide do Cristo. Cabe colocar, que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍRITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciência, que contribua anualmente com um valor sugerido de R$ 15,00 (quinze reais), ou mediante colaboração espontânea acima deste valor, para que possamos custear as três edições da revista (abril/ agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que serão remetidos em seu nome e a distribuição gratuita para centenas de instituições espíritas. Ao enviar sua parcela de contribuição, você estará viabilizando a continuação deste trabalho e apoiando os redatores, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com os custos desta produção, sem nada receber pelos serviços prestados. Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, entendendo que a luta pela vitória do bem é da responsabilidade de todos.

Contribua com a divulgação da Doutrina Espírita. Preencha o formulário no verso. Jan/abril - 2009 23


24 Jan/abril - 2009


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