Belém 400 anos Cidade surgiu para defender entrada da Amazônia de estrangeiros. 400 anos após sua fundação, Belém acumula encantos e desafios Veja como foi a fundação de Belém em 1616 e conheça sua história Cidade surgiu para defender entrada da Amazônia de estrangeiros. 400 anos após sua fundação, Belém acumula encantos e desafios Do G1 PA FACEBOOK A história de Belém começa em outra capital, a vizinha São Luís, no Maranhão: foi a partir dela que a coroa portuguesa planejou conquistar uma terra nova no vale do rio Amazonas, para garantir proteção contra invasores de outras partes da Europa.
português precisava de proteção ali pra entrada do Amazonas onde os holandeses, franceses, ingleses e irlandeses mantinham contato com as populações indígenas de Cametá, Bragança, os Caetés, pacajá e outras regiões” explica o turismólogo e historiador Antônio Norberto.
A preocupação da coroa portuguesa começou em 1615 – três anos após os franceses fundarem a cidade de São Luís em 1612. “A preocupação de Portugal era que esses franceses que estavam aqui, chegassem a região de Belém, então pra consolidar essa presença “O documento que enviou no caso portuguesa, foi enviado Francisco Francisco Caldeira Castelo Bran- Caldeira pra fundar a cidade de co para o Pará foi assinado tam- Belém”, disse o historiador Rodribém aqui, ele é datado do dia 22 go do Norte. de dezembro de 1615. O mundo
A embarcação de Castelo Branco saiu do cais do porto de São Luís levando uma tropa de 120 soldados. A expedição foi um teste de resistência, com tempestades e rios estreitos. Mas depois de quase 20 dias navegando a tripulação avistou a baía do Guajará. Na época da fundação da cidade a baía era um grande mangue, e o que chamava a atenção era a elevação do terreno, perfeita para a construção de uma base que protegesse a entrada da Amazônia. Um local de difícil acesso, mas que parecia muito com o território onde foi erguida São Luís. Como Castelo Branco deixou a capital do Maranhão durante o natal, resolveu chamar a nova cidade de Belém. Os exploradores montaram acampamento onde foi construído posteriormente o forte do Castelo, que ajudou a defender a terra de outras potências que queriam conquistar esta parte do Brasil.
historiador Michel Pinho. Alguns prédios ainda contam parte desta história, preservando a arquitetura da época em seus beirais. O povoado, entretanto, precisava continuar crescendo: as primeiras grandes obras datam do século XVIII, e trazem a marca do arquiteto Antônio Landi.
Belem 400 anos
Rumo ao norte
A casa das 11 janelas é uma destas obras. O prédio foi projetado com duas frentes: o lado voltado para a praça tem influência Portuguesa, e do outro lado a influência é italiana. A poucos metros também foi construída a igreja da Sé, uma das grandes obras de Landi: extraordinária por fora, e suntuosa por dentro.
A obra da catedral já havia sido iniciada quando Landi chegou em Belém, mas ele transformou o projeto para fazer da igreja uma das maiores catedrais portuguesas fora da Europa. Tudo fazia parte de um grande projeto De lá surgiram as ruas da cidade, para deixar a cidade mais bonita. “Landi foi para Belém o que Niemeyer como a rua do norte – hoje Siquei- foi para Brasília”, explica o arquiteto Flávio Nassar. ra Mendes -, a primeira rua de Belém. “Todas as ruas, sem excessão, seguiam o traçado do rio”, explica o
Belém Pará Um dia, um certo Francisco Caldeira Castelo Branco Lixeiro, Baía do Guajará Um cheiro gostoso de madrugada Eu gosto de ti, Belém do Pará Belém Pará… Belém, Belém, Belém Pará… Tem gente que acha que tudo é belo Criança que brinca sem ter jardim É lama, é buraco, é muçum na casa Vou ver pôr-do-sol, Forte do Castelo Belém Pará… Belém, Belém, Belém Pará… À noite, na Doca de Souza Franco Um homem de capa apareceu Tomou em seus braços Joana Rosa E fê-la gemer Sangue escorreu Ele comeu… Belém Pará… Belém, Belém, Belém Pará… É Ver-o-Peso, feira da fome Povo que marcha unido na fé Do outro lado da corda vai o dinheiro Assim é o Círio de Nazaré Vós sois o lírio mimoso Do mais suave perfume Belém Pará… Belém, Belém, Belém Pará…
CHUVA DA TARDE EM BElÉ Neste exato momento está chovendo em Belém. No momento anterior também. E também choveu ontem e anteontem e antes de anteontem e a semana toda e o mês todo. Faz três meses que chove. Isso não quer dizer que chove sem parar. Desde que eu cheguei, houve pouquíssimos dias em que o sol não deu as caras, mesmo que de vez em quando seja uma aparição de rock star, breve, desejada e
uma cortina espessa de água. Juro que em alguns dias eu olho pelos janelões do escritório e não consigo enxergar a paisagem. Mas, dali a uma meia hora, a chuva diminui, e em mais meia hora ela para. O céu abre um pouquinho e o sol pode até reaparecer, para novamente sumir às quatro da tarde e dar lugar a mais um dilúvio. A dupla sol e chuva pode repetir o balé às seis da tarde. Aí o trânsito trava na Avenida Nazaré, engessa na José Malcher e eu me sinto em
casa novamente, olhando para o congestionamento e a chuvinha. Ainda bem que eu não pego carro.
ÉM PARÁ
comentada. No inverno de Belém, não passa um dia sem fazer sol. E não passa um dia sem chover muito. Mas o que mais me impressiona, neste clima daqui, é que a chuva nem sempre faz anúncios formais de que virá. Parece que ela segue a mesma etiqueta das pessoas, em relação às visitas. Outro dia, um amigo de Belém comentou que paraense não avisa quando vai à casa dos outros, simplesmente aparece. A chuva, aqui, é mais uma visita, que vem sem hora e vai-se embora quando bem entende. Em São Paulo, uma visita assim seria um pouco inconveniente, a não ser que fosse de alguém muito, muito íntimo, tipo namorado ou filho. Lá, o fenômeno mais surpreendente é o frio, que aparece sem aviso no meio do dia. Você sai para trabalhar preparado para o calor e, na hora de voltar, a temperatura já caiu uns dez graus. A chuva, não, ela costuma avisar que vem. O dia muitas vezes já começa meio cinza e todo mundo olha pela janela e já sabe que há boas chances de chover. Às vezes, faz 24 horas de tempo nublado sem que a chuva venha, ela fica só avisando, para que os paulistanos se agendem direitinho. Em Belém, não. Não sei o que se passa, mas o dia sempre começa com sol. Às oito da manhã, já está quente, quente. Eu olho pra fora e penso que, se eu não fosse trabalhar, seria um dia lindo para ir a Mosqueiro. Mas, lá pelo meio-dia, o sol vai embora, chegam as nuvens, o céu fica cinza-escuro e, em meia hora, o que era uma manhã de praia se transforma em uma tarde de escritório. Então, chove como se não houvesse amanhã. As janelas tremem, as mangueiras balançam e se forma