BOOK EXCELÊNCIA ASBRAER

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Cultivar no um

presente futuro de dignidade



A Extensão Rural como principal elemento integrador de políticas públicas no campo Os serviços públicos de ATER completaram 60 anos de existência e chegam aos dias de hoje como um serviço de excelência para o meio rural brasileiro. Iniciada em 1948, a ATER veio para apoiar as políticas desenvolvimentistas do pós-guerra e, por meio das Associações de Crédito e Assistência Rural – ACAR, prestou serviços de fomento e assistência para promover o bem estar das famílias rurais. Em 1956, passou a ter estatus de Sistema Nacional com a criação da Associação Brasileira de Crédito e Assistência Rural – ABCAR. Nesta época assumiu como papel mais importante a promoção do aumento da produção e produtividade agrícola, ao lado da melhoria das condições nutricionais e de higiene das famílias no meio rural. Em 1970, foi estatizada pela criação da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater, a qual passou a coordenar o Sistema Brasileiro de Assistência Técnica e Extensão Rural – Sibrater, formado pelas empresas estaduais de ATER, as Emater. Foi nesta época que a ATER teve seu auge na difusão de inovações tecnológicas desenvolvidas pela Embrapa e as organizações estaduais de pesquisa. Contando com o crédito rural subsidiado, foi decisiva na modernização da agricultura, e contribuiu para o crescimento econômico do país, produzindo excedentes para a exportação e promovendo o desenvolvimento industrial, difundindo insumos modernos e maquinários no campo. Na década de oitenta, a Extensão Rural se engajou no processo de redemocratização do país e passou a rever o seu papel, frente às evidências dos insucessos da modernização da agricultura tais como, o êxodo rural, exclusão, aumento da pobreza e da degradação ambiental. Mas em 1990, sofreu o chamado desmonte, como resultado das políticas de Estado mínimo, perdendo grande parte de sua capacidade de prestação de serviços, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde vive a maioria dos agricultores familiares do Brasil. Mesmo fragilizada, a Extensão Rural brasileira se fez presente na construção de uma alternativa à proposta da modernização, integrada aos movimentos em favor da inclusão e do desenvolvimento sustentável. A partir de 2003, a Extensão Rural inaugurou uma nova fase, quando o Governo Federal retomou seu papel de coordenador destes serviços. O Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA passou a contar com o Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural – Dater, transferido do Ministério da Produção Agropecuária e Abastecimento para a Secretaria de Agricultura Familiar – SAF. O MDA criou a Política Nacional de ATER - Pnater, com base nas demandas da Agricultura Familiar e do desenvolvimento rural sustentável e em conjunto com os governos estaduais, deu início o processo de reestruturação dos serviços públicos de Ater no país. Foram renovados e ampliados as frotas de veículos, os equipamentos de informática e comunicação, e quadros de pessoal; e foi desenvolvido um amplo processo de capacitação para os extensionistas, com base nos conceitos da Pnater. Apesar de ser necessário crescer e melhorar seus serviços ainda mais, para poder atender todos os agricultores, a ATER já retomou o papel que lhe cabe no atendimento aos agricultores familiares, na implementação de políticas públicas e no desenvolvimento rural sustentável. Esta publicação comemora a retomada da Extensão Rural no país e os avanços conquistados e mostra alguns resultados e esforços empreendidos pelas entidades estaduais de ATER na busca do desenvolvimento rural sustentável. Nas próximas páginas, oferecemos alguns exemplos de experiências desenvolvidas pelas instituições que formam a Rede Asbraer, parceira do MDA. Uma boa leitura!

Arguileu da Silva Martins Diretor do DATER

José Silva

Presidente da ASBRAER


A Rede Asbraer de Extensão Rural A Rede Asbraer é a maior prestadora de serviços de Ater para a Agricultura Familiar no país. Formada pelas instituições estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural atua em 5.298 municípios, que representam mais de 95% do território nacional. Possui 25.616 funcionários que assistem mais de 3 milhões de agricultores familiares. Nos últimos cinco anos a abrangência dos serviços da Rede Asbraer aumentou 37%, reafirmando-a como a rede de serviço com a maior capacidade para disponibilizar informações estratégicas e propor, integrar e viabilizar políticas públicas junto à população que vive no meio rural.

ABRANGÊNCIA DA REDE ASBRAER

6000 5.298 5000

4000

4.296

4.740

4.352

4.341

2003

2004

5.263

4.935

3000

2000

1000

0

2002

2005

2006

2007

2008

Fonte: Pesquisa realizada junto às Associadas em Set e Out/2008


A marca dos trabalhos prestados pelas instituições que formam a Rede Asbraer é a diversidade. Todos os públicos da Agricultura Familiar, tais como as populações que vivem das florestas, dos rios e do mar, os povos indígenas, os quilombolas, os agricultores no semi árido e nas áreas de agricultura moderna, entre outros, são atendidos pelos serviços das entidades estaduais de Ater. A Rede Asbraer atua em mais de 50 cadeias de produtos agropecuários e extrativismo, partilhando conhecimentos e tecnologias, promovendo a organização e o empreendedorismo, valorizando sua cultura, cuidando do meio ambiente, promovendo a inclusão produtiva e social e promovendo a inserção no mercado com a agregar de valor aos produtos da agricultura familiar. A parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário vem contribuindo decisivamente para assegurar a presença do Estado nas comunidades mais distantes do Brasil, promovendo o acesso às políticas voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar e ao desenvolvimento rural sustentável. Isto significa garantia de cidadania e qualidade de vida para quem vive no campo.



Projetos de ExcelĂŞncia em extensĂŁo rural das associadas da asbraer


acre


SECRETARIA DE EXTENSÃO AGROFLORESTAL E PRODUÇÃO FAMILIAR DO ACRE - SEAPROF/AC

1) Recuperação do estoque e uso sustentável de lagos Desde 2004, a recuperação dos estoques pesqueiros e o uso sustentável dos lagos Santo Antônio e Grande garantem a segurança alimentar de 50 famílias acreanas. Com o objetivo de estabilizar ou reduzir a pressão sobre os recursos pesqueiros locais, um plano de manejo comunitário com enfoque no peixe pirarucu (Arapaima gigas) foi construído e um grupo de manejadores, composto por comunitários e pescadores profissionais, foi capacitado em métodos de avaliação dos estoques. O projeto, que envolve a SEAPROF-AC, o IBAMA e a ONG WWF-Brasil, beneficia os moradores das comunidades de Santo Antônio, Paissandu, Areis, Liberdade e Boa Vista. Entre os resultados do trabalho, foi verificado o aumento de 235% no número de pirarucus nos lagos manejados em comparação ao período anterior à ação de recuperação. 2) Recuperação de área degradada por meio de agroflorestas Desde 2006, técnicos da SEAPROF prestam serviços de extensão agroflorestal em uma unidade produtiva familiar de 70 hectares, localizada no Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) Santa Quitéria. A família beneficiada, composta por quatro pessoas, foi orientada em técnicas de manejo do solo, introdução de culturas frutíferas e florestais e beneficiamento de produtos para o comércio. Os resultados mostram sucesso na recuperação ambiental, na segurança e na diversificação alimentar, bem como no aumento e geração de renda ao núcleo familiar. A renda anual da família passou de R$ 4 mil para R$ 14 mil. A produção comercial, que antes se limitava à melancia, pecuária de corte e de leite e prestação de serviços em propriedades de terceiros, se diversificou para banana, abacaxi, maracujá, queijo, mudas frutíferas e florestais (castanhas, urucum, café, abacate, graviola, cupuaçu, copaíba, seringueira, cumaru-ferro, itauba), colorau, polpa congelada de graviola, galinha, porco e gado. Também foram introduzidas espécies com o objetivo de reflorestamento e/ou alimentação, como araçá-boi, laranja, mogno, abacate, coco, jabuticaba, mamão, e seringueira. 3) Programa de certificação de propriedade agroflorestal Durante o ano de 2008, o governo do Estado do Acre criou a Política Estadual de Valorização do Ativo Ambiental Florestal, que tem como finalidade reverter processos de desmatamentos, queimadas e promover a produção sustentável nas propriedades rurais. Este é um dos grandes desafios para a gestão social, ambiental e econômica dos recursos naturais no âmbito das pequenas, médias e grandes unidades produtivas estabelecidas no território acreano. O objetivo central deste componente é incentivar e premiar com bônus e garantir acesso a serviços governamentais e crédito aos proprietários interessados em aderir a processos produtivos sustentáveis baseados na recuperação ou preservação de áreas de reserva legal ou preservação permanente e no uso sustentável da floresta. Com este programa o governo identificou logo de início três mil famílias dispostas a aderir ao processo de certificação. Entretanto, nos próximos nove anos, pretende-se atender 36 mil produtores familiares, definindo a produção sustentável como o norteador do processo de desenvolvimento local.


ALAGOAS


SECRETARIA DE ESTADO DE AGRICULTURA E DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO - SEAGRI/AL

1) Fortalecimento da produção, processamento e comercialização de leite O projeto de fortalecimento da produção, processamento e comercialização do agronegócio familiar do leite no Território da Bacia Leiteira, em Alagoas, é fruto de um pacto social firmado entre 11 prefeituras e 56 organizações associativas de produtores familiares da cadeia do leite, com o apoio do Colegiado Territorial e do Serviço de ATER do Estado de Alagoas. A criação do projeto foi fundamentada em dois fatores principais: a conjuntura em que se encontrava a cadeia do leite no Estado, não permitindo a inserção do agricultor familiar produtor de leite excluído, em função da não adequação a IN 51, que exige a qualificação do produto, através de novos processos na produção. Nesse contexto, considerando a importância do agricultor familiar permanecer no mercado, foi incentivada a agregação de valor à pecuária leiteira e a organização dos produtores. A partir de 2003, foram instaladas 10 unidades comunitárias de resfriamento de leite nos municípios de Jaramataia, Major Izidoro, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Monteirópolis, Olho D´Águas das Flores e Pão de Açúcar, que captam em torno de 13 mil litros de leite/dia, beneficiando 319 famílias de agricultores familiares, com produção média de 39 litros dia/produtor. Desse total 11mil litros/leite/dia estão sendo comercializados diretamente ao PAA Leite. Com a instalação das unidades de resfriamento e constituição das associações, todos os associados passaram por um processo capacitação em associativismo/cooperativismo, planejamento e gestão compartilhada.


AMAPÁ


INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO AMAPÁ - RURAP/AP 1) Associativismo no campo Como forma de dinamizar o meio rural amapaense, esforços especiais foram concentrados no Programa de Associativismo, por meio de ações voltadas para os grupos de agricultores, com destaque para as cooperativas e associações. Esses segmentos fundamentados na organização têm conquistado novas oportunidades de negócios rentáveis pelo aspecto dinâmico de articulação com a sociedade, proporcionando maior renda a todos os cooperados e associados. Entre as ações realizadas estão a organização de comunidades ribeirinhas, por meio de formação de associações; a capacitação em associativismo; e a capacitação administrativa, contábil, em gestão, em planejamento e em criação de projetos. Foram assistidas 98 associações, cinco cooperativas, 35 grupos de produtores, dois conselhos comunitários, duas federações e 16 sindicatos. 2) Amapá e Japão em prol da produtividade Uma parceria entre os governos do Amapá e do Japão vem melhorando a qualidade de vida das comunidades ribeirinhas tradicionais por meio de diversas formas de manejo sustentável dos produtos florestais, agroflorestais e madeireiros, que possuem alta rentabilidade econômica. Entre as ações realizadas estão a implantação de indústrias de reciclagem; a capacitação e inclusão digital da terceira idade; e o treinamento em agricultura e pecuária natural. Também foram ministrados cursos de manejo de açaizais nativos nos municípios de Porto Grande, Serra do Navio e Calçoene e cursos de queima controlada nos municípios de Porto Grande e Tartarugalzinho, além das capacitações sobre fabricação de ração alternativa com produtos florestais e sobre sanidade e manejo animal.


AMAZONAS


INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E FLORESTAL SUSTENTÁVEL DO ESTADO DO AMAZONAS - IDAM/AM 1) Fortalecimento da cadeia produtiva da castanha-do-brasil A partir de 2002, as comunidades rurais do Amazonas foram estimuladas a retomar a produção de castanhas e a desenvolver ações para agregar valor ao produto. A agregação de valor à castanha-do-brasil passou a ser promovida pelo IDAM por meio de capacitações para o manejo adequado às exigências sanitárias internacionais e da implantação de usinas de beneficiamento. As ações, que integram o Programa de Boas Práticas do Manejo da Castanha, proporcionaram o aumento da produção, que passou de 500 toneladas/ano para 7.000 toneladas em 2007, e a construção de usinas de beneficiamento de amêndoa e óleo, que agregaram valor ao produto, que vinha sofrendo com a desvalorização no mercado. Além disso, houve o fomento à organização de associações e cooperativas, com vistas à adequação dos seus produtos aos padrões mínimos de qualidade e à captação de recursos para a melhoria do processo de secagem e armazenamento. 2) Melhoria da qualidade da farinha e outros derivados da mandioca A produção de farinha no Amazonas é feita quase que totalmente de forma artesanal e tem como principal finalidade o autoconsumo das famílias, que comercializam o excedente no mercado local e com intermediários. As condições de infraestrutura dos agricultores e o desconhecimento das boas práticas de fabricação de alimentos acabam por gerar um produto de baixa qualidade. Apesar disso, trata-se de uma atividade de grande importância econômica e social, que envolve mais de 66 mil famílias que exploram pequenas áreas (em média 1,5 hectar) e que, em 2008, produziram quase 184 mil toneladas de farinha. Por conta disso, o IDAM vem desenvolvendo um trabalho para a melhoria da qualidade da farinha através de metodologias participativas e de capacitações. Nos últimos três anos, foram realizados cerca de 60 cursos para 1.200 agricultores familiares, focando as boas práticas de fabricação de farinha e outros derivados de mandioca. Também foram implantadas 33 Unidades Demonstrativas de casas de farinha artesanais, oferecendo condições higiênicas para fabricação e servindo de referência para a construção de novas unidades fabris. Estes esforços vêm permitindo aos agricultores a produção de farinha de boa qualidade, o que se reflete na melhoria do preço recebido e melhoria do mercado do produto. 3) Criação de matrinxã em canal de igarapé O governo do Estado, através do programa Zona Franca Verde, elegeu a piscicultura como prioridade para geração de emprego e renda ao produtor familiar e para aumentar a oferta de pescado ao mercado consumidor. Em geral, se usava o sistema de viveiro de barragem. A partir dos anos 90 foram introduzidos os viveiros escavados e mais recentemente as modalidades de tanque-rede e canal de igarapé. Em 2004, o IDAM implantou uma Unidade Demonstrativa em Manaus, com recursos do Estado e de um convênio com o MDA, onde os técnicos e produtores interessados passaram a receber orientações técnicas sobre essa nova alternativa de criação de peixe, onde os impactos ambientais são os mínimos possíveis. Por meio das Unidades Demonstrativas, o IDAM passou a realizar cursos para extensionistas e produtores, demonstrações de métodos e dias de campo para divulgar esta alternativa de criação de peixes, que somam hoje uma área total inundada no Amazonas em torno de 142 mil m². São criados aproximadamente dois milhões de matrinxãs, que proporcionam uma renda bruta de R$ 14 milhões por ano aos cerca de 700 agricultores familiares envolvidos com esta atividade.


bahia


EMPRESA BAIANA DE DESENVOLVIMENTO AGRÍCOLA - EBDA/BA

1) Homeopatia na agricultura familiar Agricultores baianos de Inhambupe, Alagoinhas, Pedrão, Teodoro Sampaio e Mata de São João estão usando a homeopatia com sucesso no manejo sanitário de animais. As enfermidades que têm sido tratadas em equinos, bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e aves vão desde parasitoses, infecções e traumatismos até a falta de contração no parto e distúrbios de comportamento. Os resultados também são positivos no controle de carrapato, mosca-do-chifre, verminoses e mamites, com custo de 9 a 13 vezes menor que o sistema convencional. Os testes na Estação Experimental de Aramari permitiram reduzir o índice de mamite nas vacas de 20% para cerca de 2%. A partir de 2007, o trabalho foi ampliado para se adequar ainda mais à agricultura familiar. Por conta disso, estão sendo implantados estudos em diversas comunidades com base na sustentabilidade ambiental.

2) Recorde na produtividade de mandioca Produtores de mandioca do sudoeste baiano, historicamente prejudicados por pragas, doenças, secas e pelo uso variedades com baixa produtividade, estão se beneficiando com o uso da variedade Formosa. Ela é mais resistente à bacteriose, tolerante à seca, tem maior produtividade e maior teor de matéria seca nas raízes. Em 2005, com a participação do Banco do Brasil, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola e de um grupo de produtores, foi implantada em Guanambí uma unidade de multiplicação de manivas da variedade formosa. A experiência resultou em colheita recorde em 2007, quando as raízes de um hectare resultaram em 122 sacas (50 kg) de farinha de boa qualidade. Diante dos resultados, em 2007, foram implantadas 11 Unidades de Experimentação e Difusão onde, em conjunto com os agricultores, estão sendo feitas comparações da formosa com as variedades locais. Foram constatadas uma colheita recorde de mandioca na região, menor incidência de pragas, doenças e problemas com a seca e a participação ativa dos agricultores nos estudos.

3) Melhorias na produção de cana-de-açúcar Uma série de atividades na cadeia produtiva da cana-de-açúcar está beneficiando agricultores de municípios como Mucugê, Piatã, Abaíra, Jussiape, Livramento de Nossa Senhora, Barra e Riachão das Neves, além de Caetité, Piripá, Itarantim, Ibicoara, Itanhém e Eunápolis. O trabalho, voltado para o aumento de renda e qualidade de vida das famílias, busca adequar as instalações para a fabricação de derivados da cana, aumentar o rendimento com variedades mais produtivas e reduzir o impacto ambiental da atividade. Com a difusão de pesquisa e tecnologia por meio de assistência técnica e extensão rural, o rendimento médio da cana aumentou cerca de 50% na microrregião de Abaíra. Também se reduziram os impactos ambientais da atividade e a melhor qualidade da cachaça possibilitou ampliar mercados. Na região, se produz mais de 100 mil litros por ano de cachaça, que é exportada até para a União Européia. O projeto já beneficia 278 agricultores familiares e 12 associações de produtores.


cearรก


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO CEARÁ - EMATERCE/CE 1) Geração de emprego e renda nas propriedades por meio do biodiesel Seguindo determinações do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, o Ceará intensificou o cultivo de oleaginosas em consórcio com as principais culturas alimentares. O projeto envolve a capacitação de agricultores por meio de atividades de assistência técnica e extensão rural. Do ponto de vista ambiental, cada família utiliza técnicas simples de redução de insumos químicos e de danos como queimadas e erosão. Para isso, houve apoio do Programa de Convivência com o Semi-Árido. Em 2008, a renda bruta média nas propriedades, que era de R$ 800 por hectare, subiu para R$ 1.100, representando incremento médio de 27%, sem levar em consideração os R$ 150 pagos por hectare de oleaginosa plantado como incentivo do governo estadual. O projeto envolveu a sensibilização de 247 mil agricultores, sendo que mais de 10 mil já aderiram ao programa. A área assistida totaliza 14,3 mil hectares e já foram gerados 4,3 mil empregos diretos e 12,9 mil indiretos.

2) Revitalização do cultivo do cajueiro A cajicultura beneficia 40 mil produtores no Ceará, a maior parte em propriedades familiares. São 380 mil hectares plantados e, em 2008, foram produzidas 120 mil toneladas de castanha. Porém, de 1,3 milhão de toneladas de pedúnculos de caju produzidas, apenas 70 mil foram aproveitadas. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, trabalha para melhorar a renda dos cajicultores. Em 2008, a EMATERCE atendeu 9.830 agricultores, disponibilizando tecnologias modernas de cultivo. Entre elas, a substituição de copas em mil hectares de cajueiros improdutivos; a distribuição de um milhão de mudas de caju anão precoce; a assistência técnica e extensão rural de 25 agroindústrias familiares voltadas para o processamento de castanha e pedúnculo; além de assistência técnica e extensão rural à colheita e comercialização do pedúnculo in natura. A integração de políticas públicas como PRONAF, Seguro da Agricultura Familiar, Programa Mais Alimento, Programa Aquisição de Alimentos e Fundo Estadual de Combate à Pobreza fortaleceram o alcance das metas.

3) Captação da água minimiza perdas na agricultura Para diminuir os riscos impostos pela adversidade do semi-árido cearense aos agricultores, a EMATERCE implantou em 2005 o Projeto de Práticas Agrícolas de Convivência com o Semi-Árido. O projeto propõe o uso da tecnologia de captação da água de chuva in situ. Trata-se de um sistema primário de preparo do solo com a construção de sulcos em curva de nível, com a finalidade de captar e armazenar a água no terreno. A tecnologia possibilita o aproveitamento de água pelas plantas por um período mais longo, fornece maior resistência nos períodos de estiagem e protege o solo. Em propriedades de General Sampaio e Tauá, houve redução de até 73% nas perdas da cultura do milho em comparação com o cultivo convencional. A prática está de acordo com as políticas públicas definidas para agricultura familiar, como ATER, Programa Mais Alimento e Crédito Rural. Entre 2005 e 2008, foram investidos mais de R$ 5,7 milhões, beneficiando cerca de 8.500 famílias.


distrito federal


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO DISTRITO FEDERAL - EMATER/DF

1) COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS EM BRASÍLIA A partir de um seminário sobre comercialização de produtos orgânicos, promovido pela EMATER/DF, 50 agricultores e representantes de entidades ligadas à agroecologia criaram a Associação dos Participantes do Mercado de Produtos Orgânicos de Brasília, que em dezembro de 2001 implantou a Feira do Mercado Orgânico. Com regimento e estatuto próprio, a associação tem diretorias eleitas a cada dois anos e todos os participantes têm certificação de produção orgânica. O Mercado Orgânico envolve 17 agricultores do Distrito Federal como sócios efetivos, além de outros agricultores que fornecem eventualmente. As vendas da associação no varejo atingem R$ 18 mil por semana, sem contar as vendas por atacado, com grande potencial de ampliação pela grande demanda existente. Esse trabalho da EMATER/DF trouxe grandes benefícios aos agricultores envolvidos: geração de renda, oportunidades de trabalho para as famílias dos agricultores e fortalecimento individual e associativo, além do estímulo à conservação ambiental e ao ganho de qualidade na alimentação, tanto pelos produtores quanto pelos consumidores.

2) Projetos Gota D’Água, Água Certa e Produtor de Água Dois projetos de grande impacto positivo para o Distrito Federal foram executados pela EMATER/DF a partir de 1997. A empresa integrou políticas ambientais e de desenvolvimento socioeconômico, a fim de amenizar a limitada disponibilidade de recursos hídricos da região. Programa Gota D’Água - A partir do mote “agua só onde a planta precisa”, o Programa possibilitou o desenvolvimento e adaptação de sistemas de irrigação para utilização dos agricultores familiares da região. Permitiu o desenvolvimento da agricultura irrigada em áreas com baixa disponibilidade de água, favorecendo a inclusão de agricultores familiares no processo produtivo e criando oportunidades de obtenção de renda e ocupação. Atuou por meio da capacitação de técnicos e agricultores e da disponibilização de infraestrutura e equipamentos de irrigação. Projeto Água Certa - Colaborou para o uso racional da água na agricultura irrigada, promovendo a disponibilização de tecnologias, a socialização do conhecimento e a sensibilização e capacitação de trabalhadores rurais e da comunidade em geral. Atuou nas dimensões ambiental, social e tecnológica do processo de irrigação, visando à manutenção da qualidade e da quantidade de água nos mananciais e a redução das perdas. Substituiu sistemas de irrigação com baixa eficiência no aproveitamento da água por sistemas de irrigação poupadores de água.

3) ASSENTAMENTO DA FAZENDA LARGA EM PLANALTINA O desenvolvimento sustentável e a inclusão social são os resultados do trabalho realizado pela EMATER/DF no Assentamento Fazenda Larga, em Planaltina. Criado em 2003 por famílias de carroceiros, o assentamento surgiu da necessidade de remoção das famílias de uma área próxima a Planaltina, local no qual seria criado o Parque Sucupira. Técnicos preparados realizaram palestras educativas sobre cooperativismo e treinamentos sobre sistemas de irrigação poupadores de água, legislação ambiental, plantas medicinais, panificação, horticultura, fruticultura, criação de aves caipira, etc. Esses treinamentos continuam até hoje com temas solicitados pelos agricultores no diagnóstico participativo. O assentamento conta com 57 estufas agrícolas, distribuídas em 14 propriedades; 32 pequenos criatórios de peixe; 12 criadores de frango caipira e a geração de aproximadamente 150 empregos diretos e indiretos. O sucesso do Fazenda Larga hoje serve de exemplo no Brasil e no exterior.


espĂ­rito santo


instituto capixaba de pesquisa, assistência técnica e extensão rural - incaper/es

1) Fitoterapia em Venda Nova do Imigrante Com mais de 20 anos de existência, o Grupo de Fitoterapia da Pastoral da Saúde de Venda Nova do Imigrante é um projeto que consiste no resgate do saber popular sobre plantas medicinais atrelado aos conhecimentos científicos. Esse trabalho envolvendo 50 voluntárias (todas do sexo feminino, sendo a maior parte agricultoras familiares), três técnicos do INCAPER (economista doméstica, técnico agrícola e administrador rural) e quatro funcionários da Prefeitura. A parceria entre as instituições tem como objetivo aprimorar o trabalho das voluntárias, dando respaldo técnico-científico aos saberes tradicionais, além de suporte logístico e administrativo. Deste modo, o Incaper colabora cultivando e identificando as plantas medicinais, além de outras ações na área de extensão rural. Por outro lado, a prefeitura é responsável pelo transporte das plantas medicinais, doação de equipamentos e custeio de viagens. Já a pastoral da saúde, por meio das voluntárias, é responsável pela produção dos fitoterápicos e atendimento aos usuários. Por mês são atendidas mais de 1200 pessoas de mais de nove municípios capixabas e até mesmo do Rio de Janeiro. Os produtos são vendidos a preços acessíveis ou doados a instituições como APAE, hospitais, creches e escolas do município.

2) Desenvolvimento de horta orgânica comunitária O projeto de implantação da horta orgânica comunitária no município de Barra do São Francisco surgiu em meados de 2008, com a sensibilização de agricultores familiares para a necessidade de produzir alimentos saudáveis. Esse projeto trabalhar conceitos como associativismo; agricultura orgânica; agricultura familiar; segurança alimentar; e geração de renda via inclusão produtiva. O projeto prevê o cultivo orgânico de hortaliças, grãos e peixes em uma área coletiva de cinco hectares, que atenderá aproximadamente 50 famílias, envolvendo, principalmente os jovens, que por falta de oportunidades no meio rural estavam migrando para o núcleo urbano. A produção do excedente já tem mercado garantido, uma vez que existe uma feira livre no município, além de um restaurante popular e o próprio PAA. O governo estadual disponibilizou os equipamentos para a irrigação e a prefeitura municipal forneceu os equipamentos para a construção dos tanques e poços. Por outro lado, o INCAPER atuou como instituição parceira no sentido de viabilizar o projeto técnico, dando assessoria na construção do mesmo, bem como as articulações necessárias.

3) Centro de Educação Ambiental de Jucuruaba Na Comunidade de Jucuruaba, no município de Viana, região metropolitana de Vitória, os alunos da rede municipal e estadual do ensino fundamental e a população local (cerca de 2.800 pessoas) fazem parte de um projeto de educação ambiental da INCAPER que visa conscientizar a população rural e urbana sobre a importância de recuperar e preservar a mata nativa da região. No Centro de Educação Ambiental há o atendimento aos visitantes com palestras educativas, seguidas de visitas monitoradas aos projetos ambientais implantados, bem como visitação á trilha ecológica instalada em reserva própria de mata atlântica. O acesso à comunidade quilombola da região e aos assentados rurais fazem parte processo educativo. Por meio do projeto, foram realizados sete eventos relacionados a datas comemorativas ao meio ambiente, com total de 1.450 participantes. Além disso, em 2008, foram produzidas e distribuídas aos agricultores mais de 70 mil mudas de espécies nativas da mata atlântica, plantas medicinais, seringueira e plantas ornamentais.


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AGÊNCIA GOIANA DE DESENVOLVIMENTO RURAL E FUNDIÁRIO AGÊNCIA RURAL/GO

1) Produção de mudas, plantio e aproveitamento de fruteiras nativas do Cerrado Por conta da lei que obriga os produtores a recomporem a Reserva Legal das propriedades e recuperarem as áreas degradadas, tem crescido a demanda em Goiás por sementes e mudas de espécies nativas do cerrado, especialmente das fruteiras, que aliam a questão ambiental com o retorno comercial. Dentre as espécies com potencial econômico, destacam-se: pequi, mangaba, cagaita, baru, cajuzinho, murici, guariroba, araticum e gabiroba. Ciente disso, a Agência Rural passou a promover treinamentos para produtores envolvendo a implantação e manutenção de viveiro; seleção e clonagem de fruteiras do cerrado e seu cultivo para conservação, avaliação e multiplicação; e a recuperação de áreas degradadas. Entre os resultados alcançados pelo trabalho estão a propagação das fruteiras do cerrado; o plantio para a recuperação de áreas degradadas; a recomposição de Reserva Legal das propriedades rurais; o aumento do cultivo de pomares; a preservação das fruteiras nativas do cerrado fora de seu habitat; a ampliação da base alimentar da população; a geração de emprego e renda e ampliação do conhecimento sobre novas tecnologias de propagação, cultivo e manejo das fruteiras do cerrado.

2) Cultivo da banana em Itaguaru e Bom Jardim de Goiás A produção de bananas nos municípios de Itaguaru e Bom Jardim de Goiás é uma atividade importante e feita principalmente por pequenos produtores. Quase a totalidade do cultivo era de banana-maçã que, embora valorizada, é de produção difícil por ser susceptível à doença conhecida como “mal-do-panamá”. A soma e a integração de esforços entre o Estado e os agricultores familiares permitiram o desenvolvimento de um sistema de produção de banana fundamentado em lavouras demonstrativas, visando confirmar e disponibilizar informações sobre mudas de culturas de meristemas; enviveiramento; novas variedades de bananeiras; densidades de plantio; adubações; controle de pragas; desbastes e outras práticas de manejos. Entre os resultados alcançados entre 2005 e 2007 estão a introdução de novas variedades para sustentabilidade da bananicultura; aprimoramento do nível da assistência técnica; inovações tecnológicas disponibilizadas aos agricultores; profissionalização do bananicultor; mudas de alta qualidade distribuídas aos agricultores participantes; beneficiamento de cerca de 120 agricultores e suas famílias; e geração de empregos, rendas e acesso a mercados.

3) Geração de renda por meio do mel do cerrado A SEAGRO e os parceiros da Rede Goiana de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (RG-APL) vêm priorizando, apoiando e organizando o Arranjo Produtivo da Cadeia Apícola do Mel da Região Norte (APL Mel do Norte Goiano). Isso porque a apicultura é uma atividade ecologicamente correta, adaptável a agricultura familiar, com baixo custo inicial e capaz de gerar renda alternativa aos agricultores familiares. O norte de Goiás é conhecido por ter um clima e floradas naturais que são favoráveis à produção de mel silvestre de excelente qualidade. O resultado disso é que os agricultores familiares que se dedicam à apicultura no norte de Goiás estão gerando um produto que alcança bons preços no mercado, assegurando assim mais emprego e renda a essas famílias. Esta ação já beneficia 130 famílias de apicultores familiares, distribuídos em 23 municípios da região, com 3.200 colméias povoadas e uma produção anual superior a 60 toneladas de mel silvestre, organizados em cooperativas e associações. Essas organizações disponibilizam aos seus agricultores embalagens para mel, rótulos personalizados, equipamentos para extração do mel, máquina para envasamento de mel em sachê e para produção de cera alveolada. Além do comércio regional, as organizações também comercializam sua produção para a CONAB através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).


maranh達o


Agência estadual de pesquisa agropecuária e extensão rural - agerp/ma

1) REPOVOAMENTO DE EMAS EM ÁREA DOS KRIKATI O povo Krikati soma uma população de 810 pessoas, reunidas em três aldeias nos municípios de Montes Altos e Lajeado Novo. A reserva tem 147 mil hectares. Nas últimas décadas, os indígenas têm sofrido as sérias conseqüências da degradação ambiental. A fauna esta em processo de extinção, não havendo mais tanta diversidade. Desse modo tiveram que mudar hábitos alimentares, pois os índios mais velhos tinham o costume de caçar e se alimentar de emas. A experiência de repovoamento do cerrado com emas teve início em 2007 com a participação de técnicos da AGERP/MA, apoio da FUNAI e do Centro de Trabalho Indigenista e financiamento do Banco Mundial. O objetivo foi contribuir para o resgate da cultura Krikati no convívio com as emas; sensibilizar os indígenas com ações de preservação e repovoamento de espécies da fauna nativa; envolver a comunidade escolar com ações ambientais e capacitar as famílias envolvidas no manejo com os animais. O trabalho envolve 210 famílias Krikati e uma área de cerrado nativo de 17 hectares, onde são desenvolvidas ações de manejo das aves, nidificação e alimentação.

2) SISTEMAS AGROECOLÓGICOS A experiência de sistemas agroecológicos teve início em novembro de 2008 no Projeto Resgate, no município de Governador Edson Lobão. A experiência consiste na implantação de módulos integrados de sustentabilidade socioeconômica, com uma área de 2.500 m2, tendo como critérios acesso à água potável, energia, mão-de-obra familiar e produção agroecológica. A estrutura funciona em círculos produtivos que fazem analogia ao sistema solar: qualidade de vida, produtividade econômica e equilíbrio ambiental. O sistema de irrigação é de baixo custo e de fácil manejo. Um ponto importante é a diversificação de produtos (hortaliças, leguminosas, frutíferas e plantas medicinais, peixes e aves). O trabalho tem como objetivos: promover a melhoria do padrão alimentar das famílias; melhorar a renda familiar; desenvolver a responsabilidade ambiental no plantio de espécies nativas e/ou frutíferas; e se adequar às tecnologias apropriadas, de baixo custo e de fácil manejo. O público-alvo é de 60 pessoas, jovens e adultos, em tratamento de dependência química. Através desse sistema, o Projeto Resgate teve como resultado a redução das despesas com a aquisição de alimentos hortifrutigranjeiros; a melhoria na qualidade alimentar dos internos; e a capacitação dos internos para a produção de alimentos orgânicos.

3) PÓLO HORTÍCULA A comunidade Cinturão Verde é um projeto de assentamento que beneficiando 60 famílias, em uma área total de 382 hectares. Localiza-se no Distrito Industrial, sendo o acesso feito pelo Aterro Sanitário de São Luís. A comunidade dispõe da seguinte infraestrutura: rede elétrica, estrada de acesso, poços artesianos, cisternas, indústria de processamento de mandioca (financiada pela Embrapa) e implementos e equipamentos agrícolas. Inicialmente, foram implantados seis hectares de coco irrigado. Atualmente, a área cultivada é de 22 hectares, onde são produzidas hortaliças e espécies frutíferas. Sua ampliação se deu com recursos do PRONAF, do qual participaram 45 famílias. Também foi feita a expansão de projetos de criação de galinha caipira, suíno e peixe. Os produtores recebem assistência técnica a AGERP/MA nos aspectos técnicos, social/organizacional, econômico/comercial e ambiental. No Pólo são cultivados: mamão, maracujá, banana, tomate, limão, pimentão, coco, maxixe, quiabo, feijão, berinjela, alface, agrião, espinafre, couve, e pimenta-doce. A principal fonte de renda, que gira em torno de um salário mínimo, é oriunda da comercialização realizada em feiras e pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do Governo Federal.


mato grosso


empresa mato-grossense de pesquisa, assistência técnica e extensão rural - empaer/mt

1) Projeto Cílios D’Água O Projeto Cílios D’Água é um projeto de preservação ambiental construído em parceria entre a EMPAER/MT, a Secretaria Municipal de Educação de Marcelândia, o Instituto ICASA, o Lions Clube e os agricultores familiares do Projeto de Assentamento Bom Jaguar. O objetivo do Projeto é incentivar a recuperação das matas ciliares dos quatro córregos existentes no assentamento. Por meio do Projeto, foram produzidas cartilhas educativas, que auxiliaram os produtores no reflorestamento e manejo de sementes florestais, além de servir para capacitação dos agricultores familiares. O trabalho envolveu cerca de 400 famílias em 375 propriedades do Bom Jaguar e incluiu a distribuição de 14 mil mudas de espécies florestais nativas da região.

2) Projeto Vida Nova O Projeto Vida Nova é uma estratégia de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar com a base metodológica da prestação de ATER. Trata-se de um novo modelo de atuação da EMPAER/MT. O objetivo desse trabalho é promover a segurança alimentar da família rural por meio da auto-sustentação econômica e a auto-gestão dos negócios. O trabalho do Projeto tem se concentrado em ações visando o estímulo e apoio à produção de alimentos básicos na própria terra, com baixo custo e com boa qualidade para a alimentação, diminuindo ou acabando com a dependência dessas famílias em relação aos produtos comercializados em supermercados e outros comércios. As ações beneficiam 10.569 famílias do campo em 60 municípios de Mato Grosso. Foram capacitados pelo Projeto mais de 6.300 agricultores, além de 236 técnicos envolvidos com a Assistência Técnica e Extensão Rural a esses agricultores.


mato grosso do sul


AGÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO E EXTENSÃO RURAL DE MATO GROSSO DO SUL - AGRAER/MS

1) Aldeia produtiva O Programa Aldeia Produtiva iniciou-se em 2008 com o objetivo de promover a cidadania e a quebra do ciclo de pobreza e dependência das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. Técnicos foram capacitados para oferecer a assistência contínua e eficaz aos agricultores indígenas, que foram capacitados para diversificar e melhorar a produção. Pelo Programa foram envolvidas 68 aldeias e mais de 12 mil famílias indígenas foram beneficiadas com o fornecimento de sementes de arroz e de milho, de óleo diesel para plantio e de patrulhas mecanizadas. Além disso, o Programa construiu centros comunitários e forneceu mudas frutíferas e de sementes para implantação de pomares e hortas.

2) Programa MS Leite (Balde Cheio MS) Por meio do Projeto Balde Cheio - uma tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste - a AGRAER vem transferindo tecnologia desde 2008 para o setor leiteiro de Mato Grosso do Sul, utilizando uma metodologia na qual uma propriedade leiteira de cunho familiar transforma-se numa “sala de aula prática”, denominada Unidade de Demonstração (UD). Nas UDs, o conhecimento de todos os envolvidos (pesquisadores, extensionistas e produtores) é atualizado. A partir da implantação do projeto, a UD passa a ser uma referência no município, permitindo que outros produtores acompanhem o trabalho de viabilização da produção de leite sob vários aspectos: técnico, econômico, social e ambiental. No município de São Gabriel do Oeste, ao longo do trabalho, foram realizadas 41 palestras de nivelamento a técnicos e produtores sobre o projeto Balde Cheio MS. Cerca de 1.400 produtores foram atendidos em excursões, palestras e visitas. Como conseqüência do Programa, houve um aumento de produtividade variando entre 30 a 100% no município.

3) Resfriadores comunitários de leite O Projeto de Resfriadores Comunitários consiste numa ação do governo estadual na qual se faz uma aquisição pública e posterior cessão de uso de tanques de resfriamento de leite a grupos de produtores organizados. Além disso, os produtores dos grupos beneficiados são capacitados visando sua profissionalização e a melhoria de seu sistema produtivo e organizacional. O objetivo geral do projeto é de promover maior autonomia, profissionalização e melhoria na renda de pequenos produtores de leite. As ações do Projeto foram embasadas pelas políticas de investimento em infraestrutura (para aquisição dos equipamentos) e em ATER (para acompanhamento dos grupos) Os investimentos são oriundos de fontes do governo federal e governo estadual. Entre 2004 e 2006, foram adquiridos e cedidos para uso 74 resfriadores de leite, que beneficiam atualmente cerca de 1.400 famílias. Em 2009, o Estado já adquiriu 153 resfriadores, que estão sendo repassados a outros 153 grupos de produtores organizados, o que beneficiará outras 3.000 famílias. O Projeto também contribui para a economia de combustível pelos agricultores ao se reduzir pela metade a frequência da coleta do leite. Considerando os 227 grupos beneficiados, há uma economia anual de óleo diesel de cerca de dois milhões litros. Essa economia permite a viabilização de rotas, incluindo produtores que antes não entregavam seu leite, bem como uma negociação do produto com laticínios mais distantes, aumentando poder de barganha dos produtores junto ao mercado comprador pela venda coletiva e dando-lhes maior autonomia.


minas gerais


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS - EMATER/MG

1) Programa Minas Sem Fome Concebido e proposto pela EMATER/MG em 2004, o Minas Sem Fome é um programa que prevê o estímulo a projetos produtivos, tanto na produção quanto no beneficiamento e processamento de alimentos para o autoconsumo e comercialização. Para todos os contemplados é prevista também a capacitação do público e a assistência técnica a estes projetos. Trata-se também de um programa com um controle social bem efetivo, desde a seleção das associações comunitárias a serem beneficiadas, passando pelo crivo do CMDRS e a participação da Administração Pública Municipal, até o procedimento de compras dos insumos, via pregão eletrônico, feito pela própria EMATER/MG. Os projetos que compõem o Programa Minas Sem Fome são relacionados a lavouras comunitárias; hortas; pomares; pequenos animais, apicultura e avicultura de postura; qualidade do leite; unidades de processamento de alimentos; sistemas comunitários de abastecimento de água para famílias rurais; capacitação de beneficiários em projetos produtivos e de jovens rurais. Entre 2004 e 2008 o Programa foi estendido a 776 dos 853 municípios mineiros, atendendo a 1.348.638 famílias, com a aplicação de quase R$ 52 milhões.

2) Programa Certifica Minas (certificação de propriedades produtoras de café) O café é uma das atividades agrícolas de maior expressão econômica e social para Minas Gerais. Daí a atividade ter sido selecionada para a estruturação de um programa voltado à agregação de valor ao produto, na perspectiva da certificação da produção, da conquista de mercados diferenciados e da oferta de café de qualidade aos consumidores. O trabalho, iniciado em 2007, vem sendo desenvolvido em 110 municípios nas quatro principais regiões cafeeiras de Minas, com 2.137 propriedades assistidas tecnicamente e 381 propriedades certificadas pela certificadora suíça IMO Control.

3) Programa de Responsabilidade Ambiental O Programa Estruturador Responsabilidade Ambiental, integrado ao Programa VERdeMINAS, prevê a sistematização e a organização das ações da extensão rural nas questões sociais, econômicas e ambientais, se efetivando por meio de intervenções denominadas de extensão ambiental. A educação e a gestão ambiental aplicada são a base de todos os projetos contidos no Programa, visando a construção de comunidades sustentáveis. Foram estabelecidas parcerias com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Integração - Codevasf, Ministério Público, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. Em seu escopo estão contidos projetos que já apresentam vários resultados positivos, como a implantação de seis Centros de Excelência em Meio Ambiente - Programa VERdeMinas; a assistência a mais de 300.000 agricultores familiares em práticas conservacionistas de produção agropecuária; a execução de 89 projetos de manejo integrado de sub-bacias hidrográficas para a revitalização da Bacia do Rio São Francisco; e a formação de 80 educadores ambientais na primeira edição do Programa de Formação de Educadores Ambientais. Também vale destacar a realização de ações de educação ambiental itinerante em áreas rurais e urbanas na região Norte de Minas Gerais; a capacitação de 358 extensionistas em legislação ambiental e em adequação ambiental de propriedades rurais; o Projeto Eco Social do Cerrado, com 200 sistemas produtivos com planos de adequação ambiental, no bioma cerrado, sendo acompanhados; a produção de 20 documentos técnicos com abordagem ambiental nas áreas de atuação do extensionista na assistência técnica aos sistemas de produção agropecuária; e a produção de conteúdo sobre Educação Ambiental, em vídeo e cartilha, para o Projeto Inovar, da EMATER-MG.


parรก


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DO PARÁ - EMATER/PA

1) Programa Nacional de Georreferenciamento Apícola Em 2007, foi criado o Programa Nacional de Georreferenciamento Apícola (PNGEO), sob a coordenação técnica da EMATER/PA. O trabalho se fundamentou no fortalecimento das instituições associativistas relacionadas à agricultura familiar, disponibilizando sua equipe técnica para o aprimoramento, consolidação e multiplicação da metodologia PNGEO nos demais estados da federação. Estima-se que no Brasil existam cerca de 350 mil apicultores, dos quais 90% são agricultores familiares. Trata-se de um setor muito importante da economia familiar. Foram realizados cinco fóruns no Brasil com a finalidade inicial de sensibilizar a comunidade apícola e as instituições de fomento para a importância da adesão ao programa PNGEO. Cerca de 2.350 pessoas participaram de palestras e 100 técnicos dos outros estados foram treinados em GPS e software. No Pará, 220 extensionistas foram treinados na metodologia do PNGEO, a partir de um convênio com a Secretaria de Agricultura do Estado, que já cadastrou 420 apicultores no Programa. Além disso, graças a esse e outros treinamentos, o trabalho de georreferenciamento tem avançado para outras cadeias produtivas, como o gado leiteiro, a mandioca e o açaí.

2) Manejo sustentável de açaizais A EMATER/PA vem orientando os agricultores familiares na exploração sustentável do açaí (Euteroe oleracea Mart.), por meio de práticas de manejo e do enriquecendo das áreas de açaizais nativos, com a introdução de outras espécies, como o cupuaçuzeiro, e de essências florestais, como o cedro (Cedrela odorata), a virola (Virola surinamensis) e a andiroba (Carapa guianensis). O açaí é o alimento base da maioria da população paraense, em especial os ribeirinhos. A Região Norte detém quase 91% da produção nacional da fruta, sendo o Pará o principal produtor, respondendo por 87% do total. Os municípios de Limoeiro do Ajuru, Ponta de Pedras, Igarapé-Miri, Oeiras do Pará, Muaná, São Sebastião da Boa Vista, Mocajuba, Barcarena, Cachoeira do Arari e Inhangapi, juntos, são responsáveis por 68% da produção nacional. O trabalho de orientação para o manejo sustentável de açazais em 2008 atingiu 12 mil agricultores em 25 mil hectares.

3) Programa de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura A pesca artesanal é responsável por aproximadamente 60% do total do pescado produzido no Pará. A busca pela sustentabilidade desta atividade, em função de relevância social, econômica e ambiental, levou a EMATER a investir, por meio do Programa de Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura, o montante de R$ 902 mil em ações envolvendo quase 10 mil pescadores e aquicultores no ano de 2008. Esse recurso foi viabilizado pelo próprio Estado, além de contar com o aporte do MDA através do PRONAF. Os destaques são para a atividade de ostreicultura e preservação ambiental nas comunidades locais da região do nordeste paraense. É um consórcio de atividades agregando três ações de extensão que envolvem a preservação dos manguezais, a atividade produtiva e o aproveitamento dos resíduos (cascas) das ostras para a produção de artesanato. A atividade envolve o grupo de 15 famílias da Associação Agropesqueira de Nova Olinda, no município de Augusto Corrêa.


paraĂ­ba


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DA PARAÍBA - EMATER/PB

1) Maior produção de leite de cabra do País Com volume diário de cerca de 18 mil litros, a Paraíba é o maior produtor de leite de cabra do Brasil. Por dia, são injetados nos municípios produtores mais de R$ 25 mil, sendo que 90% dos recursos são de origem governamental por meio de programas como Fome Zero, Leite da Paraíba, PAA CONAB e Programa Mais Alimentos. Mais do que colocar o estado no topo do ranking da produção de leite de cabra, os resultados ajudam a tirar da realidade da pobreza uma região sofrida. É no Cariri, no Sertão e no Curimataú que a caprinocultura se tornou a principal atividade agropecuária e econômica. Lá são criadas mais de 420 mil cabras, ovelhas e bodes. Do total, 25% são cabras leiteiras. Nas três regiões, 1.133 agricultores familiares dependem da atividade e estão distribuídos em 37 associações que possuem, ainda, 10 pequenas usinas de beneficiamento.

2) Liderança na produção nacional de abacaxi A Paraíba ocupa o primeiro lugar na produção nacional de abacaxi. Sob orientação da EMATER/PB, a cultura é trabalhada em 37 municípios das regiões administrativas de João Pessoa, Guarabira e Itabaiana, beneficiando centenas de agricultores familiares com uma média de cinco empregos por hectare. São 60 mil empregos diretos e indiretos ao longo da cadeia produtiva. A cultura introduziu, em 2008, R$ 220 milhões na economia do estado com exportação de 80% do produto para as regiões Sul e Sudeste. A produção em 2008 foi de 345 milhões de frutos. Para chegar aos estados consumidores, os agricultores familiares estão utilizando a Bolsa do Comércio de Pernambuco, que até então só trabalhava com grandes produtores. A iniciativa partiu de um trabalho da EMATER/PB, o que permitiu eliminar a figura do atravessador, a quem os agricultores vendiam os produtos por preços muito abaixo do mercado.

3) Experiência de sucesso com o PAA O Programa de Aquisição de Alimentos, na modalidade Compra Antecipada Especial com Doação Simultânea, vem atendendo 234 agricultores familiares que produzem alimentos para 24 instituições como asilos, hospitais, creches, escolas públicas, associações evangélicas e casas de apoio a dependentes químicos. O benefício atinge 6.657 pessoas e a doação dos alimentos é semanal. Os agricultores do município de Sousa, no alto sertão paraibano, são os principais fornecedores de hortifrutigranjeiros e cereais. Em 2008, foram produzidas cerca de 300 toneladas de alimentos. Esse montante injetou R$ 470 mil na economia do município, cumprindo os objetivos do governo de contemplar pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar, fortalecer a agricultura familiar, a geração de trabalho e renda no campo e promover o desenvolvimento da região.


paranรก


INSTITUTO PARANAENSE DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - EMATER/PR 1) Projeto Centro Sul de Milho e Feijão O Projeto Centro Sul é resultado de parcerias em prol da produção de alimentos da agricultura familiar e envolve o EMATER/PR, IAPAR, EMBRAPA, SEAB, FEBRAPDP, Fundação ABC, Fundação Terra, FT Sementes e as prefeituras. Como objetivo, o trabalho quer melhorar a rentabilidade da agricultura familiar, com base no sistema milho/feijão, por meio do aumento da produtividade, diminuição de perdas e custos e melhoria da eficiência do sistema. Os agricultores são orientados a adotar práticas mais adequadas ao desenvolvimento das lavouras, como correção de solo; escolha correta de adubação; melhores opções de adubos verdes; plantio direto; regulagem de máquinas e implementos; além do uso de sementes de boa procedência. O Projeto contempla uma metodologia de planejamento por grupo de agricultores com reuniões e visitas para esclarecer eventuais dúvidas que os agricultores possam vir a ter durante o ciclo das lavouras. Com este trabalho, a produtividade média do feijão nas propriedades assistidas aumentou de 1.100 para 1.800 quilos/hectare. Foram beneficiados 38 municípios de sete regiões do Centro Sul do Paraná: Curitiba/Lapa, Guarapuava, Ivaiporã, Irati, Ponta Grossa, Santo Antônio da Platina e União Vitória, totalizando 2.925 agricultores.

2) Energia elétrica no campo Nos últimos dois anos, mais de 1.000 famílias de agricultores de Reserva passaram a usufruir do conforto de ter energia elétrica em casa por conta do programa Luz para Todos, criado pelo Governo Federal para garantir energia elétrica às famílias do campo. De acordo com levantamentos da Prefeitura e da Companhia Paranaense de Energia (Copel), cerca de 1.200 das 3.000 famílias da área rural não tinham acesso a energia elétrica, totalizando cerca de 3.600 pessoas. As novas ligações de acesso à rede, executadas a partir de um trabalho conjunto coordenado pela Unidade Municipal do EMATER/PR, melhoraram a qualidade de vida e contribuíram para a inclusão social das famílias. O trabalho iniciou-se em 2006 e mobilizou também a Copel, a Prefeitura, sindicatos, associações e outras entidades. O EMATER/PR atuou na realização de reuniões, na divulgação do programa, no cadastramento das famílias e na coleta de documentos, entre outras atividades.

3) Irrigação de pastagens para produtores de leite Um grupo de 76 produtores do município de Salto do Lontra está sendo beneficiado pelo Programa Irrigação Noturna. De abrangência estadual, o Programa visa dotar os agricultores de um sistema de irrigação de baixo custo para reduzir os efeitos da escassez hídrica e aumentar a produtividade e renda das propriedades. A iniciativa, do Governo do Estado, concede tarifa de energia elétrica reduzida em 60% entre as 21h e as 6h30 aos agricultores interessados em fazer a irrigação nesse período. O projeto começou a ser implementado em 2007 e, desde então, já houve incremento de 30% a 40% na produção de forragem. Isso possibilitou aumentar o número de animais no pasto, que passou de 6,2 para 10,3 por hectare. Os beneficiários do Programa recebem acompanhamento diário do EMATER/PR com orientação técnica sobre irrigação, manejo e adubação de pastagem, além de questões ambientais. O objetivo é aumentar a renda das propriedades e incrementar a produção de forragem ofertada aos animais, com qualidade e quantidade o ano todo. Atualmente, são produzidos no município 75 mil litros de leite por dia.


pernambuco


INSTITUTO AGRONÔMICO DE PERNAMBUCO - IPA/PE

1) Revitalização de sub-bacias do rio São Francisco Por meio do Programa de Revitalização das Bacias dos Rios São Francisco e Parnaíba, Pernambuco já mostra resultados no controle de processos erosivos, reflorestamento e proteção de mata ciliar e de topo nas sub-bacias dos municípios de Lagoa Grande, Floresta, Serra Talhada, Pedra, Ibimirim, Inajá, Tupanatinga, Iatí, Águas Belas e Itaíba. Ao todo, o Programa beneficiou 2.255 famílias de pequenos agricultores. A comunidade foi capacitada (680 agricultores e 10 técnicos) e envolvida em métodos participativos de extensão. O resultado desse trabalho foi a construção de 818 hectares de terraços e micro-barragens e de 76 barragens de contenção de sedimentos construídas, visando a estabilização de voçorocas e proteção de nascentes.

2) Controle biológico na agricultura familiar A busca por alternativas no controle de pragas e a adoção de práticas que preservem o ambiente, aumentem a qualidade alimentar e reduzam os custos de produção são ações desenvolvidas pelos agricultores dos municípios de Jurema, Jupi, Calçado, Canhotinho e Lajeado. Esse trabalho, que contou com o importante apoio do PRONAF, tem alcançado excelentes resultados com adoção do uso de práticas alternativas. Cerca de 200 famílias foram beneficiadas diretamente através do controle biológico do ataque do pulgão no cultivo do feijão vigna e phaseolus com uso alternativo de sabão neutro; controle biológico do ataque de mangangava e mosca-da-fruta e incidência de doenças fungicas no maracujá, além do uso de iscas; e cultivo de hortas orgânicas comunitárias sem o uso de agrotóxicos e utilização de composto orgânico.

3) Piscicultura em tanques No município de Petrolândia, a piscicultura em tanque-rede vem sendo desenvolvida no lago de Itaparica e beneficiando agricultores familiares, que foram capacitados e envolvidos em métodos participativos de extensão. O projeto atingiu 140 famílias, que foram beneficiadas com mais uma oportunidade de geração de renda. Além disso, houve a legalização da atividade, por meio da elaboração de plantas, projetos e preenchimentos de formulários e da representação dos interesses das associações junto aos órgãos licenciadores. Outro resultado do trabalho foi o incremento das ações de associativismo, por meio de capacitações, treinamentos e participações regulares nas reuniões mensais.


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INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DO PIAUÍ - EMATER/PI 1) Empreendedorismo na agricultura familiar: Capacitação para processamento de frutas regionais Desde 2004, o EMATER/PI tem capacitado agricultores familiares em processamento de alimentos através de convênios com o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA). Nos três primeiros anos, em função da grande área cultivada com cajueiros (190.000 hectares) e do desperdício do pedúnculo do caju, os trabalhos estiveram concentrados no processamento do pedúnculo com a produção da cajuína e doces, além da utilização da fibra na alimentação das famílias. A partir de 2008, em função da demanda e da experiência adquirida, passou-se a trabalhar com outras fruteiras, com destaque para o umbuzeiro e a gravioleira, proporcionando novas oportunidades de trabalho e renda para a agricultura familiar, ao mesmo tempo em que os jovens são estimulados ao empreendedorismo. Foram realizadas 203 capacitações com média de 18 participantes por curso, beneficiando 3.654 pessoas (2.436 famílias). A metodologia utilizada teve como foco a participação dos agricultores, valorizando o saber local, com ações pautadas no respeito ao meio ambiente, na troca de experiências e na discussão de alternativas de agregação de valor ao produto local, dentro dos princípios da sustentabilidade, aproveitamento integral, gestão econômica e economia solidária. Como resultado, os agricultores familiares, jovens e quilombolas já constituem células de agroindústrias e, embora ainda na informalidade, já dão os primeiros passos para a construção de pequenas agroindústrias.

2) Desenvolvimento sustentável de quilombolas Através das principais ações desenvolvidas nas comunidades quilombolas, de 2004 até 2009, numa ação pioneira no Piauí, o EMATER/PI atendeu 87 comunidades em 35 municípios, somando mais de 14.600 pessoas. Foram realizados 129 cursos com 2.487 participantes, envolvendo 50 técnicos do EMATER/PI, 13 técnicos de outras instituições parceiras e mais 15 lideranças que fazem parte da Coordenadoria Estadual das Comunidades Quilombolas (CECOQ-PI). As atividades visam facilitar a construção do desenvolvimento sustentável de empreendimentos socioeconômicos, no contexto da economia de base familiar, mediante a implementação de ações integradas e complementares de assessoria, assistência técnica, extensão rural e capacitação processual em comunidades negras rurais quilombolas do Piauí. Também pretendem contribuir para despertar nas comunidades negras rurais quilombolas a importância do resgate da sua identidade e do exercício da sua cidadania. Graças a esse trabalho, já se pode constatar uma melhoria de vida de várias comunidades que tiveram acesso a algumas políticas públicas como o PRONAF, abastecimento de água, saneamento, habitação e eletrificação rural. Além disso, os projetos desenvolvidos nas comunidades auxiliaram a melhoria do rebanho e a produção de hortifrutigranjeiros. Entre esses projetos, destacam-se o aproveitamento integral do caju, principalmente na produção de cajuína e doces; e o processamento, em bases agroindustriais, da polpa do umbu, fruta típica do semi-árido, para produção de sucos, doces, geléias e iogurtes.


rio de janeiro


EMPRESA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - EMATER/RIO 1) Projeto de Desenvolvimento da Piscicultura no Rio Sul CONSAD Criar uma alternativa de alimento e renda para famílias rurais carentes. Esse foi o principal objetivo do Projeto de Desenvolvimento da Piscicultura no Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local Rio Sul (Rio Sul CONSAD), executado pela EMATER-RIO. O projeto contou com recursos do Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS) e apoio das prefeituras de alcance do consórcio. O Rio Sul CONSAD é composto pelos seguintes municípios: Rios das Flores, Vassouras, Valença, Paraíba do Sul, Paty do Alferes, Miguel Pereira, Areal, Três Rios, Levy Gasparian, Sapucaia, Paulo de Frontin, Barra do Piraí, Mendes, Paracambi, Piraí, Japeri, Pinheiral e Rio Claro. A idéia foi aproveitar o potencial hídrico da região e incentivar a piscicultura por meio de três ações básicas: 1) construção de viveiros e instalação de tanques-rede em propriedades previamente selecionadas; 2) modernização do Centro de Treinamento em Aquicultura de Rio das Flores, com a aquisição de novos equipamentos e consequente aumento da oferta de alevinos; 3) capacitação técnica das famílias beneficiadas. A EMATER-RIO ficou responsável pela construção dos 133 viveiros e a instalação de 80 tanques-rede nos 18 municípios do CONSAD Rio Sul, beneficiando mais de 1.000 pessoas que já podem contar com uma importante proteína para sua alimentação, além de ganhar uma nova fonte de renda. Também coube à EMATER-RIO a capacitação dos beneficiários do projeto. Foram realizados 13 cursos sobre a criação de tilápias e oito sobre processamento de pescado, com a participação de 244 e 180 beneficiários, respectivamente. 2) Censo da floricultura no Rio de Janeiro O potencial do cultivo e comercialização de flores e plantas ornamentais no Rio de Janeiro e a expressiva vocação do agronegócio regional, somados a necessidade de planejar e implementar uma política pública de estímulo ao crescimento, desenvolvimento e organização da cadeia produtiva da floricultura, foram fundamentais para a realização do Censo da Floricultura no Estado do Rio de Janeiro. O Censo foi realizado pela EMATER-RIO e financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Foram levantados 686 produtores rurais que trabalham com flores e plantas ornamentais, em 53 municípios do Estado do Rio de Janeiro. O trabalho de levantamento de campo envolveu 64 extensionistas locais sob a coordenação estadual de oito gerentes, sendo todos da EMATER-RIO. 3) Programa Social de Promoção de Emprego e Renda na Atividade Rural (PROSPERAR) O diagnóstico das agroindústrias familiares realizado pela EMATER-RIO com o objetivo de conhecer as condições da atividade de transformação dos produtos agropecuários resultou na criação do Programa Social de Promoção de Emprego e Renda na Atividade Rural (PROSPERAR). Desde 2002, já foram beneficiadas 120 famílias com aporte financeiro do tesouro estadual em mais de R$ 2 milhões. Para incentivar a agroindústria de base familiar no incremento da produção, através da criação de facilidades para a legalização e adequação das instalações às normas sanitárias vigentes, o Programa tem um sistema de crédito que já financiou mais de 80 agroindústrias com juros de apenas 2% ao ano. As atividades de ATER foram aprimoradas e passaram a ser orientadas e coordenadas com base numa política pública específica e voltada para as particularidades dos agricultores familiares do Estado do Rio de Janeiro. Resultados como aumento de renda e geração de emprego, avanços no processo de transformação e comercialização contribuem para a consequente melhoria na qualidade de vida das famílias que acessam o Programa.


rio grande do norte


INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO RIO GRANDE DO NORTE - EMATER/RN 1) PROJETO DE HORTICULTURA URBANA E INCLUSÃO SOCIAL - EDUCAÇÃO O Projeto Integrado de Horticultura Urbana e Inclusão Social possui uma proposta ampla e bipartida: uma para geração de renda e outra voltada para o espaço pedagógico. Em ambas, a dinâmica de capacitação continuada é realizada através da assistência técnica por meio de metodologias participativas, que abrangem: visitas técnicas semanais, minicursos, oficinas, seminários, intercâmbios, reuniões e trabalho educativo. Do ponto de vista educacional, o objetivo do trabalho é estimular o processo de reeducação alimentar e nutricional através da implantação de um laboratório “vivo”, enriquecendo os componentes curriculares das escolas com temáticas relacionadas às questões ambientais, de saúde e de cidadania. Nesse caso, o público envolvido é formado pela comunidade escolar de instituições públicas de ensino estadual e municipal: gestores, professores, pais, alunos, funcionários e voluntários da comunidade. Ao todo, são atendidas 12 escolas e um público estimado de 853 pessoas. O resultado do trabalho foi o enriquecimento da proposta curricular nas escolas que optaram por ter a horta como tema gerador para atividades dinâmicas visando a apropriação de diversos saberes e a promoção do desenvolvimento da consciência ecológica, bem como a garantia da saúde com base na prevenção, além da oferta de complemento nutricional da merenda escolar. 2) PROJETO DE HORTICULTURA URBANA E INCLUSÃO SOCIAL - GERAÇÃO DE RENDA Além do foco educacional, o Projeto Integrado de Horticultura Urbana e Inclusão Social é voltado também para a geração de trabalho e renda. Para isso, hortas comunitárias foram implantadas com o intuito de promover a melhoria da qualidade de vida numa ação solidária e sustentável, com a produção e comercialização de hortaliças agroecológicas instaladas em áreas de risco social. O trabalho envolve famílias de ex-catadores de lixo e protagonistas do êxodo rural, como jovens e adultos em áreas de instabilidade social, insegurança alimentar e grupos de saúde de risco. O público beneficiado é de 233 famílias. Entre as hortaliças produzidas, estão: alface, abobrinha, acelga, berinjela, beterraba, brócolis, cebolinha, cenoura, coentro, couve-folha, espinafre, pepino, pimentão verde, quiabo, rúcula e tomate cereja. Somando as hortas (aquelas com fins pedagógicos e as voltadas para geração de renda), são 17 hortas, numa área cultivada de 7,8 hectares. Por meio das hortas, garante-se o provimento de hortaliças em quantidade satisfatória e qualidade agroecológica às famílias beneficiadas. Tratam-se de alimentos isentos de agrotóxicos e produtos químicos, cuja produção, além da segurança alimentar, gera ganhos extras para complementar a renda familiar por meio da comercialização do excedente da produção, o que tem contribuído para a promoção da cidadania, elevando o nível da qualidade de vida e resgatando a dignidade pela oferta de ocupação e renda.


RIO GRANDE DO SUL


ASSOCIAÇÃO RIOGRANDENSE DE EMPREENDIMENTOS DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL - EMATER/RS-ASCAR 1) PRONAF MAIS ALIMENTOS NO RIO GRANDE DO SUL O Plano Safra da Agricultura Familiar 2008/2009 trouxe como destaque o foco na produção de alimentos a partir da criação da linha especial de crédito PRONAF Mais Alimentos, que beneficia projetos de investimento para a produção de alimentos através da aquisição, com desconto, de tratores, motocultivadores, máquinas e implementos agrícolas para agricultores familiares, de fabricação nacional, a partir de acordo entre Governo Federal, ANFAVEA e ABIMAQ. A EMATER/RS-ASCAR buscou participar do processo de forma destacada, capacitando seus técnicos; articulando-se com os movimentos sociais; exercendo o papel de qualificar a demanda através do diálogo com as famílias e com os bancos; analisando as necessidades e alternativas apropriadas para cada situação. Assim, foram elaborados, entre julho de 2008 e junho de 2009, 9.700 projetos para para um total de R$ 546 milhões, sendo 63% referentes a aquisição de tratores. Segundo informações da SAF/MDA, no Brasil serão contratadas, até o final de junho de 2009, 20.000 operações do Mais Alimentos para um total de R$ 1 bilhão, sendo 50% referentes a aquisição de tratores, máquinas e equipamentos. A Região Sul é responsável por 75% do total das operações. Ainda segundo a ANFAVEA, o RS é responsável pela contratação de 49% dos financiamentos de tratores no país. 1) PROJETO HORTO MEDICINAL - RELÓGIO DO CORPO HUMANO Inaugurado em 2004, o Horto Medicinal - Relógio do Corpo Humano é uma metodologia de trabalho desenvolvida pela EMATER/RS-ASCAR em parceria com a Pastoral da Saúde. O Projeto envolve 14 grupos de clubes de mães, beneficiando 200 mulheres, 600 alunos da escola estadual e 300 pessoas por ano que visitam o horto através de visitas e excursões. A iniciativa surgiu da necessidade de conhecer mais as plantas medicinais utilizadas pelas famílias e de reuni-las em um único local. O Horto oferece segurança na produção das plantas medicinais, livres de adubos químicos e contaminantes com um fator inovador: a união das plantas medicinais com os principais órgãos do corpo humano, informando os horários de maior atividade de cada órgão e quais as plantas recomendadas para tratamento de doenças específicas. O Horto é aberto a visitações da comunidade local e serve de espaço para demonstrações técnicas de cultivo e uso de plantas medicinais, além da realização de dia de campo referente às plantas medicinais e à saúde. 2) A CONSTRUÇÃO DE UMA ATER DIFERENCIADA PARA OS GUARANI O trabalho da EMATER/RS-ASCAR junto às comunidades indígenas trouxe inúmeros desafios à Extensão Rural tanto do ponto de vista metodológico quanto da necessidade de capacitação do seu quadro funcional. Esta sistematização reflete sobre o processo de construção de uma ATER diferenciada junto a 21 comunidades Guarani no Rio Grande do Sul, viabilizado através de recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entre 2003 e 2005. O novo modelo de ATER foi construído de forma participativa entre os extensionistas e os guarani, visando o fortalecimento do seu sistema cultural e a melhoria da sua condição de vida. Esse trabalho atingiu uma população de 313 famílias e 1.352 pessoas. Entre os resultados obtidos estão: o fortalecimento da organização interna das comunidades Guarani; a construção de uma metodologia específica para o trabalho junto aos indígenas, respeitando suas diferenças étnicas-culturais; a realização de um diagnóstico participativo nas 21 comunidades Guarani trabalhadas; a implantação de 65 unidades didáticas nos eixos de valorização cultural, segurança alimentar, geração de renda e educação ambiental.


rONDテ年IA


ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA - EMATER/RO 1) Transição ecológica diversifica produção Técnicos da EMATER/RO vem prestando serviços de extensão para a transição ecológica em diversas propriedades no Estado. Um exemplo de sucesso desse trabalho é uma unidade de produção familiar do município de São Miguel d’Oeste. A família assistida é composta por quatro pessoas e vive em uma propriedade de 9,7 hectares, com um rendimento anual de mais de R$ 18 mil. As atividades desenvolvidas na área apresentam grande diversidade: mata, cacau, pupunha, sol-brasil, cedro rosa, banana, café em consórcio florestal, apicultura e hortaliças. Graças ao trabalho da EMATER/RO, não só na implantação da agroecologia, mas também em toda a ação de Assistência Técnica e Extensão Rural, a propriedade em questão alcançou uma série de benefícios: acesso a políticas públicas e crédito rural; aumento de produtividade do café de 16 para 56 sacas/hectare; diversificação das atividades e das fontes de renda da propriedade; comercialização solidária de grande parte da produção; melhoria na qualidade dos produtos com valor agregado; recuperação de mananciais por meio da adoção de práticas conservacionistas; uso de adubação orgânica em algumas culturas; uso sustentável dos recursos naturais para produção de produtos artesanais; implantação de quintal agroecológico; e a melhoria na qualidade de vida da família. 2) Inovação para incremento da renda Diversas ações têm sido executadas pela Emater Rondônia com vistas a tornar as propriedades familiares mais rentáveis e de forma sustentável. Um exemplo está no município de Teixerópolis, em uma unidade de 48,4 hectares, onde vivem oito pessoas que exploram culturas anuais (arroz, milho, feijão e mandioca), café, pastagem, pecuária leiteira, suinocultura e avicultura, com um rendimento anual de R$ 47,7 mil. A partir de 2005, a EMATER/RO orientou a família para inovações na atividade leiteira, como a inseminação artificial, pastejo rotacionado, manejo adequado nas pastagens, suplementação no período de estiagem, manejo sanitário, seleção do rebanho e técnicas de manejo alimentar, o que refletiu no aumento de produção e da produtividade no setor. Como benefícios, houve agregação de valor ao rebanho, já que a cada geração se apresentam animais melhorados geneticamente; aumento na taxa de lotação das pastagens, o que possibilitou um maior número de animais na propriedade; e o aumento da renda familiar. 3) Parceria entre a Prefeitura de Urupá e a EMATER/RO O PMAF (Programa Municipal de Apoio Familiar) é um programa instituído em 2006 pela Prefeitura de Urupá, a partir de propostas levantadas por meio de metodologias participativas junto aos agricultores familiares do município. A execução ficou a cargo da EMATER/RO, que tem por objetivo a recuperação e o fortalecimento da agricultura familiar e a preservação ambiental. Através do Programa, busca-se atender o pequeno agricultor. O objetivo inicial era atender 600 famílias em quatro anos. Porém, a meta foi superada, chegando a 808 famílias. Foi feita a mecanização agrícola, que visa a recuperação de áreas degradadas e o estímulo para o agricultor voltar a produzir. Por meio do PMAF, houve a distribuição de 312 mil mudas de cacau, essências florestais e outras com o objetivo de incentivar a recuperação de matas ciliares e áreas degradadas; a repovoação do rio Urupá, com a soltura de 25 mil alevinos da espécie tambaqui; a implantação de cinco estufas destinadas à produção de hortaliças em escala comercial; a incorporação e mecanização de 947 hectares de pastagens degradadas aos processos produtivos (arroz, feijão, milho, café e cacau); o aumento da produção de alimentos; o inicio da recuperação da mata ciliar do rio Urupá e de APPs nas propriedades das famílias beneficiadas; o melhoramento genético do rebanho, aumentando a produção de leite; e a comercialização da produção através do PAA.


rORAIMA


DEPARTAMENTO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO - DATER/SEAPA/RR 1) Expansão da cultura do abacaxi A exploração da cultura do abacaxi na região da Serra Grande, no município de Cantá, teve início em 1979, quando foram introduzidas, com incentivos do Governo do Estado e da SEAPA, 24 mil mudas da fruta oriundas da região de Taiano, município de Alto Alegre. Atualmente, existem 2 milhões de abacaxizeiros. Além do envolvimento da SEAPA, do Banco da Amazônia e da Prefeitura de Cantá, o trabalho contou com o apoio de proprietários e trabalhadores locais. Hoje, a cultura do abacaxi foi expandida e está nas comunidades de Serra Grande I e II. Uma das vantagens do abacaxi para a comunidade produtora é o ciclo da planta, de 18 a 20 meses, o que garante a exploração durante todo o ano. Em Roraima, após a ação da SEAPA, a cultura do abacaxi passou a envolver diretamente 70 famílias do campo. 2) Expansão da cultura da banana Na região do Taboca, também no município do Cantá, é realizado desde setembro de 2008 um programa de desenvolvimento e melhoramento da produção de banana, envolvendo a associação local dos produtores e seus parceiros. Inicialmente, o objetivo da SEAPA era reduzir a ação dos atravessadores na comercialização. Entretanto, as atividades da Secretaria, somadas à mobilização dos produtores, acabou por maximizar a produção e o lucro das famílias. O trabalho de expansão da cultura da banana vem sendo realizado por meio de uma parceria entre a SEAPA, a Prefeitura do Cantá e a Amazonvale, empresa de beneficiamento, exportação e comercialização. No início eram 12 famílias contempladas com o programa, Destas, 3 já são multiplicadores de mudas, que devem beneficiar mais 9 famílias diretamente.


SANTA CATARINA


Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - EPAGRI/SC

1) Projeto Microbacias 2 O Microbacias 2 é um projeto do Governo do Estado, financiado pelo Banco Mundial, que teve inicio em 2003 e abrange todos os municípios do estado. Sua execução envolve várias secretarias de Estado e entidades, cabendo à EPAGRI/SC as ações de ATER. Foram formadas mais de 900 Associações de Desenvolvimento de Microbacia (ADM). Todas as ações são planejadas e acompanhadas pelas famílias moradoras da região, sendo um processo de ampla participação e organização social. As ações do Projeto beneficiaram diretamente mais de 85 mil famílias. O trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural viabilizou a aplicação de US$ 70 milhões diretamente às famílias por meio de ações e práticas de melhoria de habitação (reforma e melhoria de residências), preservação ambiental (sistemas de tratamento de dejetos, práticas de conservação de solo e água, recuperação de matas ciliares, etc) e geração de renda, além de ações voltadas para a inclusão social. 2) Estímulo à Agroindústria Familiar O objetivo principal do Projeto de Estímulo à Agroindústria Familiar na Região da Associação dos Municípios do Alto Uruguai Catarinense (AMAUC), elaborado pela EPAGRI-SC, é proporcionar aos agricultores novas oportunidades de trabalho e renda, pela agregação de valor aos produtos e serviços da agricultura familiar. A cooperativa tem sido o instrumento que melhor atende as necessidades legais de formalização dos empreendimentos, organização da produção e da comercialização, assegurando a padronização, a qualidade da produção agroindustrial e a regularidade na oferta. Entre os produtos destacam-se: açúcar mascavo, melado, cachaça, mel, laticínios, pães, embutidos, carnes bovinas e suínas, doces, geléias, vinhos, licores, entre muitos outros. A partir do Projeto, criou-se a Central das Cooperativas de Agricultura Familiar (CECAF), constituída por 13 cooperativas de produção agroindustrial. São cerca de 720 produtores de 13 municípios e 150 empreendimentos com 134 produtos diferentes. O Projeto possibilita a geração de mais de 800 empregos diretos e fortalece a inclusão social de gênero, uma vez que mais de 50% dos empreendimentos são gerenciados por mulheres agricultoras. 3) Educação ambiental nas escolas Há mais de 50 anos o serviço de ATER de Santa Catarina realiza um trabalho junto às escolas públicas, municipais e estaduais, no sentido de melhorar a alimentação e estimular o consumo de frutas e hortaliças através do cultivo de horta escolar e capacitação das merendeiras. Hoje, com o Projeto Microbacias 2, são realizadas ações com foco na educação ambiental e na capacitação de professores em 1.400 escolas. As atividades, que envolvem 6 mil professores, 80 mil alunos e centenas de membros da comunidade, vão desde a recuperação de matas ciliares, implantação de aquecedor solar na escola, utilização da água da chuva, saneamento ambiental e visitas nas propriedades rurais até convites para que os agricultores participem na escola falando sobre suas atividades.


s達o paulo


Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de são paulo - CATI/SP

1) CRIAÇÃO DA FAMHESP A formação e o fortalecimento de 526 associações de produtores atuantes na adoção e difusão de sistemas sustentáveis de produção levou à criação da Federação das Associações de Produtores das Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo (FAMHESP), permitindo a organização social e política de um setor tradicionalmente individualista e pouco representado. Para tanto, foi fundamental a atuação da CATI-SP, que sempre estimulou o associativismo. Por meio do associativismo, os agricultores paulistas encontraram o caminho para unir forças na luta por melhorias, como novos equipamentos de informática que permitam a inclusão digital no meio rural e subsídios para aquisição de insumos e máquinas. Um desses exemplos é a Associação de Produtores Rurais de Agissê, no município de Rancharia, que montou na área rural uma escola de informática com 10 computadores e conta com 52 alunos inscritos, das mais variadas faixas etárias, interessados em aprender e renovar seus conhecimentos. 2) CATI LEITE A inserção e o fortalecimento dos agricultores familiares promovidos pelo Programa CATI Leite podem ser representados pelo trabalho de viabilidade da pecuária leiteira que, de 2001 a 2008, trabalhou em 500 unidades demonstrativas. Nestas unidades monitoradas, verificou-se em seis anos um ganho impressionante de produtividade de 1.800 litros/hectares/ano para 8.900 litros/hectares/ano. Esse ganho teve como principais características a melhoria de gestão e manejo das propriedades; a introdução de práticas agrícolas adequadas ao sistema de produção dos agricultores familiares envolvidos; o aumento da produção média de 26 mil litros por dia (para um plantel de 6.300 cabeças) para 47 mil litros por dia (para um plantel de 6.700 cabeças) e a redução da área com pastagens de 5.300 para 1.900 hectares. Essa redução de área permitiu aos agricultores a diversificação de suas atividades, resultando no aumento da renda familiar e na melhoria da conservação dos recursos naturais por meio de novas áreas de preservação ambiental.


sergipe


EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO DE SERGIPE - EMDAGRO/SE 1) Sistema Agroflorestal de Caatinga (SAF Caatinga) O SAF Caatinga foi uma alternativa encontrada pelos agricultores familiares do Povoado Pelado, em Canindé de São Francisco, para manter a caatinga convivendo perfeitamente com a palma, cactácea forrageira extremamente útil para alimentação animal do semi-árido. Essa experiência que os técnicos da EMDAGRO denominaram de Palma da Vida, está sendo desenvolvida na Comunidade Pelado, em Canindé de São Francisco, onde foi instalada uma unidade de observação. Lá, agricultores e técnicos acompanham o desenvolvimento da palma produzida em plena caatinga. Além dos técnicos da EMDAGRO, nove agricultores da comunidade acompanham o trabalho e que participaram de todo o processo, desde o raleamento da área e plantio da palma até a aplicação de biofertilizante. Trata-se de um importante trabalho que preserva a caatinga ao mesmo tempo em que extrai o que ela oferece. 2) Produção e comercialização de produtos orgânicos Agricultores familiares dos municípios de Itabaiana, Areia Branca e Malhador, após um curso de agricultura orgânica, formaram um grupo para trabalhar a produção e comercialização de produtos sem agrotóxicos e sem adubos químicos. Formaram a Associação de Produtores Orgânicos do Agreste de Itabaiana (ASPOAGRE). Planejaram ações de curto, médio e longo prazo e passaram a se reunir semanalmente. A ASPOAGRE organiza feira de produtos agriecológicos desde outubro de 2001, em Aracaju, na sede da Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE). É uma grande oportunidade para os produtores venderem diretamente ao consumidor, disponibilizando em suas barracas uma grande variedade de produtos. Trata-se de uma experiência pioneira em Sergipe. Recentemente, com o apoio de recursos do PRONAF, a Prefeitura de Itabaiana e a Petrobrás instalaram uma agroindústria para beneficiamento de hortaliças. Com isso, os produtores da Associação passaram a ter condições de agregar valor aos seus produtos e atingir novos mercados. 3) Banco de sementes na Comunidade Linda Flor O Programa Bancos de Sementes é uma iniciativa do Governo do Estado de Sergipe, executado pela Secretaria Estadual de Agricultura e Desenvolvimento Agrário e pela EMDAGRO. O objetivo é a produção de sementes selecionadas nas comunidades, equipando os agricultores familiares de conhecimentos para assegurar sua independência através do acesso a sementes de boa qualidade, em época oportuna e apropriada para o plantio. No caso da comunidade de Linda Flor, em Porto da Folha, o Programa vem sendo desenvolvido com o apoio coletivo de 65 produtores que, de forma organizada, vendem parte da produção de sementes. O dinheiro da venda é reinvestido na aquisição de materiais e equipamentos para a comunidade, o que beneficia 92 famílias. Os produtores da região se organizaram em uma associação pela qual implantaram um banco de sementes com a produção coletiva de milho, feijão e mandioca. O banco de sementes mudou a vida dos agricultores, que conseguiram ampliar o uso das suas propriedades, diversificar a produção e a criação de animais, viabilizando mais qualidade de vida para todos.


TOCANTINS


INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DE TOCANTINS RURALTINS/TO 1) Programa Barraginhas A construção de barraginhas é uma técnica simples e muito barata para conservar a água da chuva. Armazenando a água das chuvas nos sítios e fazendas, a barraginha melhora o rendimento das lavouras e evita a erosão do solo e o assoreamento de córregos e rios. O Programa Barraginhas, da RURALTINS, já implantou cerca de 300 barraginhas em 13 municípios do sudeste do estado e prevê a construção de mais 1.000. O Programa atende quilombolas e agricultores familiares e faz parte de uma política pública estadual de desenvolvimento de ações para suprir as necessidades de água nas comunidades que sofrem com a seca. O trabalho é feito por meio da promoção de dias de campo, cursos, distribuição de material técnico e palestras educativas para sensibilização e implantação da tecnologia. Com o armazenamento das águas das chuvas, as famílias têm melhores condições de produzir, o que gera a melhoria da qualidade de vida das famílias e a promoção da cidadania. 2) Projeto Estadual Quintal Verde A produção ecológica de hortaliças tem se consolidado no País como uma alternativa aos agricultores familiares, tanto na produção de subsistência quanto na comercialização, visto que a produção de alimentos sem agrotóxicos gera alimentos com mais qualidade. Sendo assim, a RURALTINS desenvolve no estado o Projeto Quintal Verde, que visa implantar hortas ecológicas em residências, escolas e centros comunitários de pescadores artesanais, quilombolas, ribeirinhos, indígenas e agricultores familiares. Trata-se de uma forma de difundir essa prática e estimular o consumo de alimentos mais saudáveis. O Projeto abrange todos os 139 municípios do estado e já implantou mais de 24 mil hortas, beneficiando cerca de 74 mil pessoas. Por meio da promoção de dias de campo, cursos, distribuição de material técnico e palestras, foram capacitados mais de 2.500 agricultores em relação às práticas e métodos de produção agroecológica. Entre os objetivos do Projeto estão a melhoria e mudança do hábito alimentar dos tocantinenses, a promoção da segurança alimentar e o combate à desnutrição, além do estímulo à geração de renda e novos postos de trabalho e o aquecimento no mercado de hortaliças. 3) Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) O PAA é um programa do governo federal que vem sendo implantado em vários estados por meio de ações do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Em Tocantins, o Programa abrange 113 municípios, beneficiando quilombolas, indígenas e ribeirinhos, além de agricultores familiares. Por meio do PAA, as famílias em risco nutricional e alimentar, cadastradas em entidades sociais recebem alimentos adquiridos pelo governo federal diretamente de agricultores familiares. Ou seja, ao mesmo tempo em que o governo assiste às famílias necessitadas, ele também impulsiona a comercialização na agricultura familiar. Ao todo, até o final de 2009, cerca de 72.500 pessoas estarão sendo assistidas pelo Programa, que beneficia quase 3.000 agricultores em relação à aquisição de produtos. Entre os principais resultados e conseqüências desse trabalho estão o fortalecimento organizacional das comunidades, a inclusão econômica e social dos agricultores, o aumento da diversificação da produção, a instalação de feiras livres e postos bancários, a quitação de antigas dívidas, o apoio e fortalecimento das cozinhas comunitárias e o aumento da produção da agricultura familiar.



Presidente José Silva Soares Vice-Presidente Luis Cláudio Souza Macedo - EMATER/RN Região Norte Sebastião Pelizari Júnior - Ruraltins /TO Região Nordeste Luis Cláudio Souza Macedo - EMATER/RN Região Sul Luiz Ademir Hessmann - EPAGRI/SC Região Sudeste Justino Antônio da Silva - EMATER/RJ Região Centro-Oeste Carlos Magno da Rocha - EMATER/DF

INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ESTADUAIS DE ATER Acre – sEaPRoF – (68) 3226.4365 Alagoas – sEaGRI – (82) 3315.1399 Amapá – RuRaP – (96) 3212.9550 Amazonas – IdaM – (92) 3613.4162 Bahia – EBda – (71) 3285.8300 Ceará – EMatERCE– (85) 3101.2416 Distrito Federal – EMatER – (61) 3340.3044 Espírito Santo – InCaPER – (27) 3137.9888 Goiás – SEAGRO – (62) 3201.8765 Maranhão – aGERP – (98) 3218.9740 Mato Grosso – EMPaER – (65) 3613.1713 Mato Grosso do Sul – aGRaER – (67) 3318.5100 Minas Gerais – EMatER – (31) 3349.8000 Pará – EMatER – (91) 3256.1931

Paraíba – EMatER – (83) 3218.8100 Paraná - EMatER – (41) 3250.2100 Pernambuco – IPa – (81) 3184.7200 Piauí – EMatER – (86) 3216.3854 Rio de Janeiro – EMatER – (21) 2625.6060 Rio Grande do Norte – EMatER – (84) 3232.2224 Rio Grande do Sul – EMatER – (51) 2125.3144 Rondônia – EMatER – (69) 3211.3726 Roraima – datER – (95) 3623.1511 Santa Catarina – EPaGRI – (48) 3239.5500 São Paulo – CatI – (19) 3743.3700 Sergipe – EMdaGRo – (79) 3234.2678 Tocantins – RuRaltIns – (63) 3218.3100



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