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Escolas Ubuntu Tudo sobre a “revolução da empatia”

A “revolução de empatia” passou pelas escolas

De 21 a 25 de fevereiro, a Academia de Líderes Ubuntu desafiou escolas de todo o país a mobilizarem-se para integrar o programa de atividades da Semana Ubuntu da Empatia. O objetivo passou por promover uma “revolução de empatia”, através de ações que façam os jovens “pensar e sentir a partir do ponto de vista do outro”.

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Debates, exibição de filmes, sessões de leitura comentada, criação de murais e de cordões humanos foram algumas das formas como a Semana Ubuntu da Empatia ganhou forma, no final de fevereiro. No total, a iniciativa incluiu a

realização de mais de 700 ações em

426 instituições – a maioria escolas, de norte a sul do país, e que se estenderam até ao Brasil e Cabo Verde. Em comum, as ações realizadas seguiram aquele que foi definido como o propósito desta iniciativa: “Pensar e

sentir a o partir do ponto de vista do ‘outro’, como mote para uma sema-

na de promoção de empatia”. De 21 a 25 de fevereiro, todas as escolas, instituições de ensino superior e casas de acolhimento da rede da Academia de Líderes Ubuntu foram convidadas a participar, implementando sugestões de atividades ou criando as suas próprias ações. O universo online foi também um dos espaços privilegiados da Semana Ubuntu da Empatia. Para além da partilha de fotografias e vídeos que iam chegando da Comunidade Ubuntu, no site desta iniciativa, foram realizados lives diários,

no final de cada dia, onde se apresen-

tavam algumas das ações realizadas. Estes diretos eram conduzidos por estudantes que assumiram o papel de repórteres locais nas instituições participantes e deram a conhecer os exemplos de atividades e recursos. Para o psicólogo escolar do Agrupamento de Escolas de Alto dos Moinhos, em Sintra, Gonçalo Fontes, a participação nesta iniciativa criou uma “verdadeira onda empática entre toda a comunidade escolar”. “Muitos

alunos conheceram pela primeira vez a palavra, muitos outros a colocaram em prática, outros ainda além dos alunos partilharam as suas histórias de empa-

tia”, conta.

“A criatividade era o mote para esta Semana e tivemos atividades muito di-

versificadas e ao longo de todo o país”, explica Ana Ramos, coordenadora de projetos do Instituto Padre António Vieira – instituição que desenvolve a Academia de Líderes Ubuntu.

O papel da empatia

A empatia é um dos pilares do método Ubuntu – a dinâmica que está na base de todas as ações realizadas, ao longo dos últimos anos, por esta academia. Afinal de contas, a filosofia Ubuntu, de origem aficana, traduz-se na expressão “Eu Sou Porque Tu És”,

valorizando a interdependência e a solidariedade.

Nesse sentido, a Semana Ubuntu da Empatia é uma das iniciativas criadas pela Academia de Líderes Ubuntu – Escolas, que por sua vez visa desenvolver

e promover competências pessoais, sociais e cívicas de educadores e alunos participantes. Ao longo dos últimos três anos, o programa já passou por mais de 370

escolas de todo o país. O objetivo passa por “tornar os estudantes agentes de mudança ao serviço da comunidade” que ajudem a “construir sociedades mais inclusivas, justas e solidárias”. “Cada participante da Academia de Líderes Ubuntu é convidado a desenvolver a competência de se descentrar, tornando-se mais capaz de compreender, escutar o outro, de sentir com o outro”, explica o IPAV, que destaca este passo como fundamental para “promo-

ver o encontro, aproximar realidades, desconstruir preconceitos e combater o individualismo”.

Penso que a Semana da Empatia foi muito importante. Conseguimos mostrar a pessoas que não faziam a mínima ideia do significado desta pequena palavra o seu grande significado. Pudemos unir os alunos de diferentes turmas e unir as pessoas para que entendam que não é pelas diferenças que devemos julgar os outros.

Inês Silva, Agrupamento de Escolas da Boa Água

Escolas Ubuntu unem-se pela Paz na Ucrânia

Era meio-dia em Portugal quando, no passado dia 3 de março, uma semana depois do início dos bombardeamentos na Ucrânia, encarregados de educação, alunos e educadores de 233 escolas em todo o país fizeram um minuto de silêncio em solidariedade com o povo ucraniano. Sentados no chão nos recintos escolares, enquanto faziam um minuto de silêncio, as Escolas Ubuntu formaram a palavra “PAZ” como gesto de apelo à paz na Ucrânia. O objetivo passou por “mobilizar as escolas portuguesas para um compromisso e um sinal de esperança e de urgência de paz”. Os registos deste momento foram reunidos num padlet online (QR Code)

Lusitânia Expresso

A aventura mais longínqua da Forum Estudante faz 30 anos

Navegar mais de 17.000 quilómetros até Timor, num velho ferry-boat, com estudantes de 23 países a bordo. E ser intercetado por três fragatas de guerra, ameaçado, obrigado a recuar. No final, cumprir a missão, alertando o Mundo para a situação dramática vivida pelo povo timorense. “Parece mentira” mas não o é. Foi uma das primeiras missões da FORUM ESTUDANTE, corria o ano de 1992. Esta é a história do Lusitânia Expresso.

“Só levamos flores contra canhões”, escreveu Rui Cardoso Martins, 20 anos depois. Num artigo publicado no jornal Público – intitulado “Parece mentira” – o jornalista relata a história da viagem até à costa de Timor e conta um desabafo que ouviu no convés: “é preciso

o mundo estar muito louco para ser preciso fazer uma coisa destas”.

E que coisa faziam, afinal, 120 estudantes de 23 países num velho barco junto à costa de Timor? A iniciativa partira, uns meses antes, da então recém-fundada revista Forum Estudante.

Depois do massacre no Cemitério de

Santa Cruz, em que as forças militares indonésias mataram 400 pessoas, a Forum organizou uma viagem de barco até Timor, com o objetivo de homena-

gear as vítimas e chamar à atenção da comunidade internacional para a situação vivida pelos timorenses.

Anos mais tarde, o então Diretor da Forum Estudante, hoje seu CEO, Rui Marques, contou à RTP os objetivos da iniciativa: “reunir jovens estudantes de

todo mundo, numa atuação pacífica, para que fossem colocar uma coroa

de flores no cemitério de Santa Cruz”. Acima de tudo, porém, o objetivo era “que Timor Leste nunca mais fosse esquecido até ao dia em que pudesse conhecer a liberdade”.

Flores e canhões

Prestes chegar à costa timorense, milhares de quilómetros depois, as forças militares indonésias intercetaram o Lusitânia Expresso, a 16 milhas de Díli. No dia 11 de março de 1992, três fragatas de guerra bloquearam o acesso à costa e deram uma ordem: “abandonem

imediatamente esta área e prossigam

para o mar alto. Over”. Perante a resistência do Lusitânia, os canhões foram mesmo levantados para a posição de ataque. As flores seriam atiradas ao mar. “Para o mar que as levará até ao mar de Timor”, disse então Rui Marques aos restantes tripulantes. “Não chegámos a Timor mas cumprimos a nossa missão”, continuou o Diretor da Forum Estudante: “colocar Timor

na Agenda Internacional”. “Hoje é o

primeiro dia da nova missão”, concluiu. A liberdade do povo timorense chegou oficialmente dez anos depois, a 20 de maio de 2002.

“Internet para todos”. A conferência que fez os estudantes pensar sobre o digital

Conferência organizada pela DECOJovem abordou vários temas do mundo digital que são especialmente importantes para os jovens.

Cibersegurança, Pirataria e Desinformação foram alguns dos temas em

destaque na conferência “All Together On The Web – Internet para todos”, em que participaram mais de 1000 alunos de todo o país.

No dia 24 de fevereiro, a conferência digital “All Together On The Web – Internet para todos” juntou mais de 1000 estudantes do 3.º ciclo do ensino básico e secundário de todo o país. O objetivo foi refletir sobre alguns dos principais temas do mundo digital – da

cibersegurança à desinformação, passando pela pirataria.

A conferência realizou-se em formato híbrido – unindo a vertente digital e presencial, na Escola Secundária de Vergílio Ferreira, em Lisboa – e focou alguns dos temas emergentes do mundo digital. “A Cibersegurança no nível avançado” foi um deles, com destaque para as boas-práticas e informações

importantes sobre segurança e privacidade de dados.

Também o tema da desinformação e fake news esteve em destaque, com o lema “confirma antes de partilhar”, bem como as questões relacionadas com

os direitos de autor, da pirataria e da

contrafação (através do painel “Os piratas na rede”), As últimas novidades na web também foram focadas, graças à presença de especialistas da DECOJovem, do .PT, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, do Centro Nacional de Cibersegurança e do projeto Engenheiras por um dia. Este evento serviu também de divulgação ao concurso Sitestar – a iniciativa da DECOJovem que desafia

os estudantes dos 13 aos 18 anos a criar um site e a mostrar o seu ta-

lento. Depois de fechadas as inscrições, no dia 31 de janeiro, as equipas participantes preparam agora os seus trabalhos, até dia 29 de abril. No dia 25 de maio, serão conhecidos os grandes vencedores. Podes saber mais em sitestar.pt.

Sabe mais nas redes sociais DECOJovem

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