10 minute read

Fama benji price fala-nos do seu novo álbum

ÍGNEO «ENCARO ESTE ÁLBUM COMO UM TESTE A MIM MESMO»

Depois do lançamento do seu álbum de estreia – ígneo – a 18 de fevereiro, benji price vai apresentar o disco no Tivoli BBVA, em Lisboa, no dia 4 de abril. O artista, que conta anos de experiência enquanto produtor, abriu as portas a um novo desafio, com o primeiro disco a solo. Em entrevista à FORUM, benji price fala do seu presente, passado e futuro, destacando a forma como a música sempre esteve presente: “Desde que me lembro de ter pensamentos que penso nisso”.

Advertisement

Por Joana Silvério

Como surgiu o nome artístico benji price?

Nunca tive uma alcunha na vida e, não tendo nada que viesse naturalmente, deixei andar. Houve um dia em que estava a trabalhar numa faixa em que mencionava “benjis” – em referência à imagem de Benjamin Franklin nas notas de 100 dólares nos Estados Unidos. É daí que vem o benji. Pouco tempo depois, acrescentou-se o “price” porque o ProfJam estava sempre a lembrar as cenas do Captain Tsubasa.

O que é o ígneo?

Eu encaro este álbum como um teste a mim mesmo. Estou nisto [no mundo da música] como produtor há alguns anos e sinto que já alcancei grande parte daquilo que é possível dentro do panorama do hip-hop nacional. Tendo feito já isso enquanto produtor, e com uma vontade muito grande de fazer música, o passo natural foi começar a fazer coisas para mim. Este projeto acaba por encapsular essa vontade de fazer algo palpável, de materializar uma ideia para algo gravado. É um álbum sobre querer fazer um álbum, é essa a energia.

Essa energia és mais tu? És mais o

João neste álbum do que no SYSTEM

com o ProfJam?

Sim, talvez não num sentido muito biográfico ou narrativo. Neste projeto, quis ir ao extremo e perceber o que é a natureza hiperbólica de ser um rapper. “O que é que é ser um rapper?” é uma pergunta um bocado estranha e a perceção das pessoas normalmente envolve uma versão muito exagerada das nossas personalidades. O meu percurso tem-me levado, cada vez mais, a um ponto de vista de querer fazer isto enquanto João e acho que, com o passar do tempo, vou chegar lá ainda mais.

«Sou uma pessoa muito compelida pela vontade de fazer coisas. Mais do que haver algo em concreto que possa identificar como o objetivo, estou sempre a mudar o que me satisfaz»

«Desde que me lembro de ter pensamentos que eu penso nisso [fazer música]»

Foi por isso que, numa entrevista passada, disseste que este álbum era, de alguma maneira, “a morte do benji price”?

Exatamente. Sinto que com este álbum já encerrei o ciclo do que é fazer um álbum sobre uma ideia concreta de ser rapper. Estando isso feito, o desafio já foi acabado e tenho de procurar outras coisas por fazer. Sinto que consegui realizar aquilo a que me propus, por isso, não consigo antecipar mais nenhum projeto para o futuro que seja uma exploração do que é ser o benji price.

“Girassóis” é o primeiro tema deste álbum a ser lançado. O objetivo da música é romper também aquilo que vinhas a fazer anteriormente?

Sim, sem dúvida. A música “Girassóis” foi a primeira em muitos aspetos. Foi a primeira que eu fiz depois de ter saído do álbum anterior, do SYSTEM, e fez sentido para mim ser a primeira a apresentar-me por ser tão disruptiva em relação ao que vinha para trás. E, porque é a penúltima faixa do álbum, eu sinto que quase todas as outras encadeiam até esse momento. À medida que vais ouvindo o projeto na sua totalidade, ele vai-se afastando mais do sítio onde eu próprio me deixei no álbum anterior. A “Girassóis” é o pináculo desse ponto de viragem.

Num dos versos dessa música, afirmas: “mesmo que eu nunca me ilumine, eu vou esperar sempre pelo dia como girassóis”. Isto é um mote para ti no dia-a-dia?

Sem dúvida. Sou uma pessoa muito compelida pela vontade de fazer coisas. Mais do que haver algo em concreto que possa identificar como

o objetivo, estou sempre a mudar o que me satisfaz. Essa frase existe num contexto de sucesso abstrato, em vez de ser uma coisa muito concreta e palpável. Eu digo isso porque me apetece trabalhar, porque por mais que eu faça alguma coisa, e se isso me trouxer sucesso ou não, eu vou querer fazer mais.

E, se não trabalhasses no panorama da música, o que farias?

Eu trabalhei muitos anos em audiovisuais. Antes de estar exclusivamente na música, trabalhei para canais de televisão e produtoras de filmes. Então, provavelmente, por defeito, estaria a trabalhar nessa área, tendo em conta que já foi a minha profissão. Mas, se não fosse músico nem trabalhasse em audiovisuais, gostava de ter um trabalho que envolvesse fazer coisas com as mãos, por exemplo, chef de cozinha ou carpinteiro. Tanto que o lado mais técnico daquilo que eu faço, como ligar cabos e montar equipamento, é muito divertido para mim.

Sempre soubeste que querias fazer música?

Sim. Desde que me lembro de ter pensamentos que penso nisso.

Quais foram os maiores desafios que já enfrentaste na música?

Fazer dinheiro – é o maior desafio para toda a gente. Como temos uma indústria pequena, para fazeres dinheiro, ou és uma pessoa que se mexe muito e faz muita coisa, que eu acho que é mais o meu caso, ou tens de ser consideravelmente popular durante algum tempo. Não há propriamente uma fase de entrada, não há um salário mínimo na música portuguesa, nem há o estágio profissional remunerado. Então acho que o maior desafio para mim foi saber como é que eu me vou pôr numa posição em que eu consigo sustentar e proliferar na minha vida só fazendo isso.

E já chegaste ao lugar onde imaginavas que chegarias?

Cheguei há algum tempo, mas entretanto já estou a imaginar outra coisa. Há tão pouca coisa me satisfaz, que a partir do momento em que a obtenho, já me esqueci de que a queria. Eu lembro-me de que uma coisa que eu queria muito ter há uns anos era um single de platina, para mim era uma demonstração palpável de ter sucesso. Hoje em dia, fazer um single de platina é uma coisa extraordinariamente banal. Não que seja fácil fazê-lo, mas, como já o fiz umas quantas vezes, a experiência do ponto de vista emocional já traz pouca gratificação. Eu estou sempre a traçar objetivos novos para me manter interessado. Também só estando interessado é que consegues manter um bom nível.

Falando sobre o futuro, o que é que podemos esperar?

Espero uma noite de diversão. Espero conseguir entreter as pessoas que estão a pagar para me ver e estou muito confiante com o que preparei. Vou atuar com a minha banda, que são músicos que respeito e admiro e também são meus amigos. O que vai ser visto ao vivo será uma versão substancialmente diferente daquilo é possível ouvir no álbum e acho que vai ser muito divertido

Falando sobre o futuro, o que é que podemos esperar?

Daqui para a frente, tenho muitos convites para muitas coisas, só que sou mais de estar a trabalhar no estúdio do que a tocar ao vivo. Tenho de ver o que faz sentido para mim. Eu sei que haverá mais concertos, só não sei ainda quais e onde. Depois disso, se calhar vou estar uns meses de volta ao meu trabalho antigo, só a produzir para outras pessoas. Enquanto cantor, vão ter de esperar algum tempo até eu sentir que tenho capacidade de fazer outro álbum.

Mas gostava de, pelo menos para o ano, estar de volta a fazer acontecer alguma coisa, nem que seja a lançar músicas soltas.

«Neste projeto, quis ir ao extremo e perceber o que é a natureza hiperbólica de ser um rapper»

Exames Nacionais. Começa a preparar o teu estudo!

Existem diversas técnicas de estudo e cada aluno tem de perceber a qual se adapta melhor. A solução pode estar mesmo em combinar várias técnicas. “Saber estudar” é muito importante para que rentabilizes o tempo investido. Deixamos-te algumas dicas! Por Luís Duarte Sousa

Dica #1

Organiza o Tempo

Prepara um horário de estudo de acordo com o tempo disponível. Vê a matéria que tens de estudar para cada disciplina, divide-a pelo número de dias que faltam até ao exame e, se possível, deixa uma “folga” de dois dias para imprevistos. Vais ter de estudar para mais do que uma disciplina em simultâneo. Estudar uma de manhã e outra à tarde é, geralmente, um bom método. Por fim, à medida que fores completando tarefas, elimina-as. Vê-las riscadas dar-te-á motivação para continuares. Dica #2

Escolhe o espaço de estudo

Escolhe um local agradável para estudares. Utiliza luz adequada, de preferência, natural. Coloca-te numa posição física confortável e garante que todo o material de que vais necessitar está ao teu alcance imediato. Desliga a televisão. O computador pode estar offline nas sequências de estudo. O telemóvel deve estar em silêncio e num espaço diferente do local de estudo.

Dica #3

Materiais de apoio

Recolhe os materiais de estudo necessários à preparação do exame (caderno, manual, livros de exercícios, recursos online, etc.). Analisa os exames dos anos anteriores, identifica as matérias mais importantes e prepara cenários de resposta para cada um dos temas. Lembra-te de que podes usar os critérios de correção associados aos exames. Dica #4

Apoio à preparação

Se os teus professores disponibilizarem tempo para apoio à preparação dos exames, não deixes de o frequentar. Pede aos teus amigos para partilharem contigo as suas notas e resumos, sobretudo, de matérias que ainda não pudeste estudar. Se conseguires estudar em grupo, organiza sessões de estudo com colegas. Pede a um colega ou professor de apoio que oiça ou leia as tuas respostas.

Dica #5

Começa com antecedência

Não esperes pelo fim das aulas para preparares as matérias. Quando fores estudar, certifica-te de que sentes motivação suficiente para tal. Concentra-te no que vais fazer, não disperses o pensamento por outros assuntos. Identifica os principais pontos fortes e fracos em cada tema/capítulo. Ter acesso a enunciados de exames dos anos anteriores irá permitir-te descobrir quais são as matérias chave. Não é a quantidade, mas a qualidade do estudo que importa.

Dica #6

Consolida o conhecimento

Para treino e consolidação de conhecimentos, resolve as fichas de revisão e provas de exame, esclarece dúvidas sobre aspetos que ainda não estejam suficientemente entendidos, elabora perguntas sobre cada tema e trata de lhes responder enquanto estudas. A assimilação torna-se mais fácil se fizeres resumos com palavras tuas, pois serão essas ideias que vais levar contigo para o exame. Um bom método de estudo é passar os apontamentos a limpo e deves fazê-lo à mão, porque implica maior concentração. Dica #7

Estilo de aprendizagem

Descobre o teu estilo de aprendizagem. Se és uma pessoa visual, os mapas de conceitos ou esquemas ajudar-te-ão a relacionar ideias. Se tens boa memória auditiva, lê em voz alta a matéria. Se tens facilidade na expressão escrita, ensaia respostas teóricas e faz resumos. Concentra-te, especialmente nas matérias que mais erraste durante o teu percurso escolar. Organiza as dúvidas a apresentar nas aulas de apoio marcadas para o efeito. Dica #8

Não te esqueças de cuidar de ti

Se não prestares atenção ao teu cérebro, não poderás funcionar corretamente. Dorme, pelo menos, 8 horas por dia. Reserva algum tempo para te distraíres, lembra-te de que há vida para além da escola. Aproveita parte do dia anterior a cada exame para passear, descansar, de modo a permitir que as aprendizagens efetuadas ganhem o seu sentido.

Dica #9

Dia de exame

Chega a horas ao exame. Na véspera organiza o material necessário, incluindo um relógio. Leva também uma garrafa de água, sem rótulo. Presta muita atenção a todas as indicações que o professor vigilante der. Antes de começares a responder, lê o exame na totalidade de uma forma breve. Usa o relógio para gerir o tempo de realização da prova. Os exames têm um período de tolerância facultativo, não o desperdices, aproveitando para rever o exame e corrigi-lo. Dica #10

Controla o tempo consoante as perguntas

Nas provas escritas, em geral, os alunos começam pelas perguntas mais fáceis. No entanto, quando chegam ao fim do exame estão mais cansados e sem muito tempo para realizar as mais difíceis. Deves conhecer-te: se uma questão mais complexa no início pode afetar o teu desempenho, começa então pelas mais fáceis. Em relação às perguntas de desenvolvimento, faz um esquema sucinto, de forma a organizares as ideias e a tornar a resposta mais clara. Em caso de falta de tempo para concluíres o exame, as cotações podem ajudar-te a decidir entre uma ou outra questão.

This article is from: