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Clubes Ubuntu Juntos contra o Bullying

Estudantes unidos contra o

bullying

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As Escolas Ubuntu uniram-se e, um pouco por todo o país, multiplicaram-se ações de sensibilização para assinalar o Dia Internacional do Combate ao Bullying e o Dia Mundial para a Tolerância.

Em outubro, as Escolas Ubuntu disseram não ao bullying. A 20 de outubro, data em que se assinala o Dia Internacional do Combate ao Bullying, as escolas foram desafiadas a realizar atividades com os Clubes Ubuntu. De norte a sul do país, foram várias as escolas que arregaçaram as mangas. O resultado? Várias ações de sensibilização para combater o bullying. Na

Escola Secundária Camilo Castelo

Branco, em Vila Nova de Famalicão, estudantes fizeram entrevistas no seio da comunidade escolar à volta do tema empatia. Além disso, seguindo a proposta da ALU, assistiriam e debateram “Wonder”, filme realizado por Stephen Chbosky que conta a história de Auggie Pullman, de dez anos, que sofre de síndrome de Treacher Collins, uma malformação congénita rara. Através destes dois momentos, reforçaram o compromisso com a inclusão, a empatia e o respeito. Em Casal de Cambra, no Agrupa-

mento de Escolas Professor Agosti-

nho da Silva, estudantes, professores e assistentes operacionais uniram-se para sensibilizar a comunidade escolar. Todos os alunos foram recebidos à entrada da escola com um sorriso, elogios e um sonoro “bom dia”. O grupo de assistentes operacionais espalhou frases pelos vidros reforçando a diversidade como algo enriquecedor. Foram ainda penduradas lonas pela escola, lembrando que a forma como nos relacionamos deixa marcas. A iniciativa também foi abraçada pelos alunos Ubuntu Júnior do 1º ciclo de São João e Bolembre, em Sintra, que se juntaram para uma conversa sobre o bullying. Os estudantes criaram ainda cartazes de sensibilização que distribuíram por cada uma das salas da escola.

Promover o encontro de culturas

Ainda no âmbito dos Clubes Ubuntu, em novembro a Academia de Líderes

Ubuntu lançou o Mês da Tolerância para promover a cidadania ati-

va, responsável e comprometida. A iniciativa decorre a partir do Dia Mundial para a Tolerância, celebrado a 16 de novembro e proclamado pela Unesco, para a promoção do entendimento entre culturas e povos. Entre os recursos de trabalho sugeri-

bullying

dos, está a leitura de obras literárias infanto-juvenis como O dinossauro, de Manuela Bacelar, O Aquário, de João Pedro Mésseder ou Meninos de todas as cores (em O Meio Galo) e Os Ovos Misteriosos, de Luísa Ducla Soares. Para adolescentes e adultos, há livros como O Menino do Pijama às Riscas, de John Boyne, Se Isto É Um Homem, de Primo Levi, ou Um Longo Caminho para a Liberdade, a autobiografia de Nelson Mandela. Das sugestões fazem ainda parte filmes como Hotel Ruanda, baseado na História de Paul Rusesabagina, um gerente de hotel de luxo que abrigou centenas de refugiados Tutsi durante o genocídio em Ruanda, e curtas-metragens como Os pássaros ou Tolerantia.

Instituto Padre António Vieira recebe prémio José María Antón

No âmbito do Fórum Mundial para a Cidadania e Educação,

o Instituto Padre António Vieira (IPAV) foi reconhecido pela inovação educativa, com o projeto da Academia de Líderes Ubuntu desenvol-

vido nas Escolas Ubuntu. A segunda edição do Prémio é uma homenagem a José María Antón, fundador da Virtual Educa, relembrando o papel da Educação na promoção da transformação social. Esta distinção é entregue a professores, instituições e organizações que tenham implementado iniciativas ou projetos que promovem a transformação social e o desenvolvimento sustentável nas escolas. Até ao momento, a ALU contou com 22 370 participantes, formou 3648 formadores, está representada em 190 países e tem 17 delegações estabelecidas. No último ano letivo, os participantes indicaram um incremento de 67% nos indicadores relacionados com as competências de resiliência, 54% nos indicadores relacionados com as competências de autoconhecimento, 70% nos indicadores relacionados com as competências de autoconfiança e 39% nos indicadores relacionados com as competências relacionais. Durante o Fórum, Rui Marques – Presidente do IPAV - subiu ao palco da Fundação Calouste Gulbenkian para uma apresentação a partir do tema “Educação para a Cidadania: o exemplo das Academias de Líderes Ubuntu”. Durante a apresentação, foi apresentando o modelo Ubuntu e como este “toca o mais essencial da natureza humana”.

2023 será o Ano Nacional dos Professores

Ao longo de 2023, a revista Forum Estudante, em conjunto com vários parceiros, vai “mobilizar e inspirar a sociedade portuguesa para a importância vital dos professores e da carreira docente”. Sabe tudo sobre o Ano Nacional dos Professores aqui!

É com o objetivo de promover e valorizar o estatuto e carreira dos professores que a revista Forum Estudante promove, durante o ano de 2023, o Ano Nacional dos Professores. O conceito base desta iniciativa, que será disseminado ao longo do próximo ano, resume-se na frase “Ser Professor – a forma mais eficaz de construir um mundo melhor”.

Este trabalho será realizado pela revista Forum Estudante, em parceria com várias entidades como estabelecimentos de ensino público e privado, estudantes ou profissionais da área da Educação, mas não só. “Este é um

projeto de 10 milhões de portugue-

ses”, explicou o fundador e CEO da revista Forum Estudante, Rui Marques, durante a sessão de apresentação do projeto, no dia 16 de novembro. A dinâmica da iniciativa é descentralizada, organizada numa perspetiva colaborativa, tendo por base uma plataforma onde é possível a qualquer cidadão ou instituição inscrever propostas de atividades. “Temos a

certeza que existirão centenas de

iniciativas a decorrer em todo o país”, sublinhou Rui Marques.

O objetivo comum dessas ações passará por promover experiências inspiradoras que, através de eventos, programas, prémios ou projetos, valorizem a carreira docente e os professores portugueses, promovendo o seu potencial transformador e a importância fundamental para o país.

Por um mundo “melhor e mais justo”

Durante o lançamento oficial do Ano Nacional dos Professores, Rui Marques explicou que, através desta iniciativa nacional se pretende “dar relevância a um conjunto de pessoas que marcam a nossa vida e ajudam a construir um mundo melhor e mais justo” – os professores.

Realçando que existem “vários desafios relacionados com a profissão” – como questões ligadas à carreira, progressão ou vencimento –, Rui Marques sublinhou que o Ano Nacional dos Professores pretende destacar um elemento em específico: “A ideia

de que uma sociedade não pode progredir verdadeiramente sem os seus professores. São estes homens e mulheres que ajudam a construir um mundo melhor”.

“A Revista Forum Estudante nasceu para os estudantes, mas também para e com os professores”, destacou depois o Diretor da Forum Estudante, Gonçalo Gil. Ao longo dos 31 anos de existência, acrescentou, esta publicação “tem sido uma revista centrada em oferecer formação e informação para os estudantes”. “Este trabalho não é possível sem os professores”, reforçou.

“A melhor profissão do mundo”

Para o Presidente do Conselho das Escolas, António Castel-Branco, também presente na sessão, esta iniciativa pode ter um papel importante na resposta à “grave falta de professores no sistema”, uma vez que “um dos passos impor-

tantes passará por dignificar a profissão e a carreira de professor”.

«Uma sociedade não pode progredir verdadeiramente sem os seus professores. São estes homens e mulheres que ajudam a construir um mundo melhor»

Rui Marques, CEO da revista Forum Estudante

A mesma ideia foi destacada por António Cunha Pereira, da Federação de Associações de Pais de Gaia, que destacou a forma como “o reconhe-

cimento pela profissão de professor

foi esmorecendo ao longo do tempo”. “Penso que o próximo ano pode ajudar todas as partes da comunidade escolar a perceber de que forma podemos ajudar os professores, possibilitando também exercícios de empatia”, acrescentou. Também o Presidente da Associação de Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, Filinto Lima, realçou a importância do trabalho de valorização da profissão de professor, que classificou como “a melhor profissão do mundo”. Para o responsável, “os professores estão desgastados”, devido a questões como a burocratiza-

“Penso que o próximo ano pode ajudar todas as partes da comunidade escolar a perceber de que forma podemos ajudar os professores, possibilitando também exercícios de empatia”

António Cunha Pereira, Federação de Associações de Pais de Gaia

ção, avaliação de desempenho injusta, falta de apoios, vencimentos baixos e precariedade. Por essa razão, concluiu,

“felicitamos esta iniciativa, para que olhemos, durante todo o ano, para

esta classe”.

A voz dos estudantes

Durante a sessão de lançamento do Ano Nacional dos Professores, foi ainda possível ouvir a opinião dos estudantes sobre o tema da valorização da carreira de docente. “Durante

o meu percurso, encontrei professores que me fizeram acreditar em mim e

no meu potencial”, destacou o estudante da Universidade do Porto, Tiago Oliveira, fundador da associação Easy Future. A estudante do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Dalila Gonçalves,

“Acredito que todos nós estamos gratos a pelo menos um professor, na nossa vida. Sem estas pessoas, não estaríamos onde estamos hoje”

Rafaela Anastácio, estudante

deixou depois um agradecimento a todos os professores que “se esforçam para que os seus alunos tenham um futuro melhor”. A estudante destacou também o papel dos docentes no estímulo ao seu desenvolvimento: “Sem-

pre me mostraram que eu era mais do que uma nota num teste”.

Para outra das estudantes presentes na sessão, Rafaela Anastácio, aluna da licenciatura em Psicologia da Universidade do Minho, o papel dos professores é fundamental em momentos como o apoio à tomada de decisão ou o estímulo para o trabalho associativo, por exemplo. “Penso que esta iniciativa é fundamental”, referiu, antes de concluir: “Acredito que todos nós estamos

gratos a pelo menos um professor, na nossa vida. Sem estas pessoas, não estaríamos onde estamos hoje”.

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