Luiz Lima
1ª edição Lima, Luiz Nome do Livro: Teus olhos São Bernardo do Campo: Escritório de Mídia, 2011. ISBN: 978-85-60891-19-1 Literatura Brasileira Todos os direitos desta edição reservados a Luiz Lima (Luiz Aparecido de Lima) Copyright 2011 by Luiz Lima Diagramação e capa: Francis Lima Modelo da capa: Paloma Natácia Editora: Escritório de Mídia Rua Jônio, 12, sala 17 09750-340 – São Bernardo do Campo – SP Telefone: (11) 4123-8159
Tio Luiz o pardel * Não quer comer. (p/ Graicy Ayumi)
O coração de quem tem Jesus É diferente. (p/ Eloisa)
* pardal
Que tu abras Teus olhos d’alma, Que ouças com o coração.
Teus olhos
Teus olhos
Teus olhos escuros, Tão claros, Verdes, castanhos, azuis. Que olhos são estes Se não os meus? Teu olhar profundo Tão perto distante, Terno picante, Que flertas na luz do dia, No cair da noite, Que adormeces embriagado d’amor, Tão próximo, Tão só. Que olhar é este Se não o meu?
11
Luiz Lima
Teus olhos escuros, Tão claros, Verdes, castanhos, azuis. Que olhos são estes Se não os meus Que empresto a ti Na dor, na alegria, Em teus devaneios, No amor, No adeus?
12
Que olhos são estes Se não os meus?
Teus olhos
Anjos Dourados
Quando estou No Templo da Paz O que me alegra e me encanta, Dentre outros, São dois anjos dourados Que adentram o Templo, Ora quietos, Ora felizes, quase saltitantes, Fazendo-me sorrir, alegre e feliz Por eles estarem ali Tão próximos de mim. Ah! Pequenos e abençoados Querubins!
04/08/2008
13
Luiz Lima
A desconhecida
Não a conheço, Se a conheço não lembro. Se leio nas linhas do horizonte Teus pensamentos, Não a vejo. Vejo-a no universo de versos Que insiste em pulsar No meu viver. Que vida tu tens? Onde moram teus sentimentos? A escrita foi de outros tempos. Tempos atuais e futuros. Realidades que se misturam Nos moinhos de vento. Fatos da minha história. Da tua, quem sabe? De nossos irmãos? Talvez. Quem se importa com isso Se não o amor?
14
E a flor ao desabrochar Faz a vida Pulsar de novo.
Teus olhos
Novos sãos os momentos Por virem Aqui, ali, além, Nos oásis da vida, Nas dimensões Distantes e perto de nós, Fracos e fortes mortais.
15
Luiz Lima
A rosa
Que o perfume da rosa Seja o perfume da tua alma A nos contagiar na dor, Na tristeza e na alegria.
16
Quando as pétalas Caírem ao chão Após terem revestido a rosa De beleza e magia E no silêncio Tocado nossos corações, Elas se decomporão E renascerão um dia Para comporem A beleza de outra rosa Que irás contagiar Outros corações - quiçá os nossos, Por que não?
Teus olhos
Ao completarem este ciclo, Mostrar-nos-ão em silêncio Que tudo passa, Transforma-se. Porém, Somente o amor transita Por todos os tempos, Atravessa todas as pontes de nós, De todos os povos.
O amor resiste Neste tempo em que se prega A cultura do corpo, Do imediatismo, Do materialismo e nada mais. O amor nos mostra Algo sublime Na intimidade d’almas. Porém, só enxerga Quem se deixa contagiar Pelas lentes do amor. A ti que dizes que amas Que o perfume da rosa Seja o perfume da tua alma A nos embriagar Num cálice de amor.
17
Luiz Lima
Elegante
Tudo o que ela veste Cai como uma luva. É a elegância na essência, Despida de apegos materiais, Sem a falsa superioridade Que torna a socialite indesejada.
13/03/2003
Passaram-se os anos E ela continua revelando elegância No vestir, no agir.
18
03/10/2010
Teus olhos
Vozes
Mesmo no silêncio Há pessoas clamando Por mais vontade política, Por uma sociedade Mais justa, Menos desigual. Sinto-me forte frágil mortal, Prazerosamente fora do sistema. Gosto da paz, Da liberdade de expressão Que o sistema Não consegue dar. Sinto que o povo Precisa observar mais As entrelinhas Para que nelas, Em nome do bem-estar social, Não perdure O interesse pessoal De quem quer Que esteja no Poder.
19
Luiz Lima
Há vozes gritando No silêncio da noite, No movimento do dia. Há vozes abafadas Pelos zunidos das máquinas, Maria. Acode José, Socorre Maria! Não deixem Que os zunidos das máquinas Tirem de teus filhos A alegria. Sei que não estou, Mas há momentos Em que me sinto só Na labuta social Do dia-a-dia.
20
Arroz, feijão, O pão de cada dia. Se a mesa Está mais farta, Educação de qualidade Há tempos É privilégio da minoria.
Teus olhos
Estou na noite A espera de um novo dia. Onde estão teus amores, Maria? José onde está Maria? O que aconteceu José Que a noite virou dia? É preciso observar mais As entrelinhas. Já é tempo de haver Mais vontade política E menos demagogia. Acode José, Socorre Maria! Não paguem com a vida - de vós, de teus filhos, O lucro do lucro, A mais-valia.
21
Luiz Lima
Que bom seria Se na mesa farta De cada dia Teatro, música, dança, Espetáculos circenses, Cinema e musicais Fossem as iguarias Ao alcance da maioria. Vejas, A saúde está de portas abertas Noite e dia, Desde que possas pagar Pra não morreres por negligência Ou por causa das burocracias.
22
Há vozes clamando Na calada da noite, No movimento do dia. Acode José, Socorre Maria! Não deixem que teus filhos Sejam a paga Da mais-valia.
Teus olhos
A chuva
A chuva interrompeu O silêncio da madrugada. Ainda no quarto Ouço um bem-te-vi cantar. Já são quase sete da manhã, Logo será hora de ir trabalhar, Muitos já estão trabalhando. O céu está todo cinza. O sol não se atreveu a surgir E o verde se apresenta Imponente, feliz. Benditas águas de janeiro! Revigorado, o verde se faz notar, Muda a cor da paisagem Nesta pacata selva de pedras, Autêntico solo brasileiro Que abriga culturas diferentes, Unidas pela miscigenação.
23
Luiz Lima
Ainda que muitos queiram, Não podem mandar no coração. Quando os olhos d’almas se cruzam Etnias se misturam No ritmo da canção Que emana Dos corações enamorados
Verão em Bastos, 28/01/2010
24
.
Teus olhos
Por acaso Não foi numa sexta Mas lembramos da chuva, Era domingo. Ao entardecer Estava num bairro, Por acaso Deparei-me com Duas gratas personas. Estava calor Mas a sobremesa Era fria. As pessoas Desciam e subiam Rua a fora. Não era sexta Mas alguns fatos eram lembrados. Estava divertido, Demos passagem à alegria. Falamos de escola, Romance, poesia, profissão, Do silêncio da madrugada. Já paguei a conta Pede água Pra lavar o chão.
25
Luiz Lima
As horas passaram, Ainda tínhamos O dom da graça. Opa! Que susto! Exclamou entre risos A jovem morena. Quase que a garrafa caiu Mas segurei-a. O romance é bom, A história é real. É preciso sonhar Amar é fundamental.
26
As horas passaram, Precisei sair. Mas quem sabe Outra hora a gente se encontra... Enquanto isso, Jovens preciosidades brasileiras, Na quietude da noite Se observares a lua, Vou estar por aí.
Teus olhos
Levanta-te e anda menina Que a vida jรก vai longe, A passos largos.
27
Luiz Lima
Um beijo
28
A lua bem Que tentou Mas não conseguiu Esconder-se totalmente Para não testemunhar Um beijo Teu e meu. Nem o acaso se atreveu Tirar de mim O sabor Dos lábios teus, amor.
Teus olhos
Madrugada
Uma madrugada Digna do bom vinho, Porém, preferi a Bohemia, Devido ao calor Foi mais apropriado. No rito do amor Compartilhamos intimidades, Coisas do dia-a-dia. “Hoje o curso de espanhol Foi só alegria”. Quem diria, Terapia gratuita. Portas abertas, Do quarto, d’alma, do coração. O amor pediu passagem, Se opor a ele Seria sofrimento desnecessário.
29
Luiz Lima
No rádio, Músicas tão minhas, Tão nossas, tão românticas. Por instantes O tempo parou. Não houve, Não há pressa. Quero mais É essa sensação gostosa De amar e ser amado Solto no ar, Dentro do coração, No íntimo d’alma. Mais uma canção de amor É tocada no rádio. Estou no início de uma obra.
30
A madrugada avança, No quarto ela dorme Um sono merecido. A madrugada me convida, Vou pra lida.
Teus olhos
Há uma obra à espera, Pretendo continuá-la, terminá-la, Ainda que não seja Nesta madrugada De poucas brisas, de calmaria.
Madrugada de 09/11/10 - 1h50min
31
Luiz Lima
A banda
Vem amor Ver a banda passar Neste solo da pátria gentil. Risos, lágrimas e glórias Na história deste nosso Brasil. Injustiça e corrupção também há, Quem dera não houvesse não. Vem amor Ver a banda passar, Tu podes sonhar. Penso que o senso crítico É a ferramenta Pra alguns consertos Neste país executar. Mais responsabilidade, Menos carnaval.
32
Vem amor Ver a banda passar. A massa está na sala de espera, Na sala de jantar Os donos do Poder Parece que saboreiam iguarias, Impostos a ratear.
Teus olhos
Talvez uma parte para eles, Outra para parte da mídia, Talvez outra Para parte da justiça – quem sabe? E a parte do povo Onde está? Na sala de espera A massa está cansada de esperar. Exclusões, desigualdades sociais Parece que nunca vão acabar. Vem amor Ver a banda passar, Não deixe de sonhar. Dias melhores virão, Vem ver a banda passar. Praças, moças bonitas, Ipês, palmeiras, bem-te-vis, sabiás, Casais apaixonados, juntos, separados, Barcos no mar, Mares a atravessar.
33
Luiz Lima
Sol nascente, sol poente, Encontro de sóis, Solo desbravado A nos abrigar, Mares a atravessar.
34
Gente faminta, De pão, de oração. Vamos orar – cuidar d’alma. É hora de se alimentar - coloca mais água no feijão. Vem amor, Eis que a banda já vai passar Tocando os corações – convidando a amar. Vem amor Ver a banda passar.
Teus olhos
Perfume
Amanheceu, A madrugada se foi. Saio pra lida, A praia acabou. O cheiro incendeia, perfuma O caminho por onde vou. Cheiro meu e teu, amor Que se multiplica Por onde vou. Amanheceu, A praia acabou. Vou pra lida, Vou que vou. O dever me chama, O prazer me convida, Vou pra vida, pra lida, Vou que vou. Desejos teus, Sonhos meus, amor. Encantos, desencantos, indignaçþes, Tristezas, dores, alegrias, Risos, amores. A vida pulsa pelas ruas Por onde vou.
35
Luiz Lima
36
Vou pra lida, Vou que vou, Nas asas do vento, Nos braรงos do amor. O perfume incendeia O caminho por onde vou, A cada beijo teu e meu Multiplica-se, amor.
Teus olhos
Inspiração
Por mais que eu negue A inspiração flui Pelos meus poros, Corpos invisíveis No meu caminhar A me fazer sorrir. Luzes acesas, Ruas semidesertas, Uma estudante Vai à frente O verbo aprender, Sonhos por virem. No céu uma estrela Está à minha esquerda E a inspiração me acompanha, Em silêncio a sorrir, Levitando como Bolhas de sabão e querubins.
37
Luiz Lima
O menino
O menino adentrou O Templo do Senhor Dormindo nos braços do pai. Hinos e louvores foram cantados, A palavra foi ensinada. No banco do Templo O garoto dormia Um sono tranquilo, profundo Como se brincasse Entre os anjos do cÊu.
38
21/03/2010
Teus olhos
Uma mulher, um menino e um skate.
Em uma mesa À frente de um restaurante, Calmamente ela bebia E um menino Descia pela calçada Sentado numa prancha de skate, Sozinho a brincar na noite. A mulher Aparentava estar tranquila. Em silêncio Observava os transeuntes, Estava em paz consigo mesma. A bebida parecia Tão preciosa E ela tão calma degustava Aquele momento de paz, de sossego Depois de um dia Exaustivo de trabalho.
39
Luiz Lima
As pessoas passavam E ela saudava As que ela conhecia. Enquanto isso, O filho dela repetia a cena, Descia na prancha de skate Pela calçada A brincar na noite Que ia se rompendo.
40
Aquilo me pareceu Sagrado, sublime. Eu vi uma mulher que Apesar das turbulências da vida Degustava um momento de paz. Eu vi um menino Sozinho, tranquilo, Brincando em seu skate, Deslizando pela calçada. Sabia ele que sob o olhar, Sob o cuidado da mãe Estava seguro Como quem está Nos braços da paz.
Teus olhos
Bons costumes
Que sejas de bons costumes Quando acordares Fortaleças as forças Da alma e coração No poder da oração - ainda que não saibas Orar direito. Agradeças a Deus, Peças pra Jesus te proteger, sempre, Em casa, na escola, Onde tu fores. Antes de saíres de casa Abraça mãe, pai e irmãos. Se não tens Que abrace quem de ti Cuida com amor. Peças a benção Para mais um dia de lição. Se assim agires Veras o quanto é bom. Tu ficarás mais leve, Poderás te imaginar flutuando Nas asas do vento Como bolhas de sabão.
41
Luiz Lima
Os Poderes, a Sociedade, a Família.
Houve um tempo Em que o povo sabia De três poderes: o judiciário, O executivo e o legislativo. Depois se juntou a esses A imprensa falada e escrita, O quarto poder. Nos caminhos desses poderes Muitas águas passaram - algumas claras, cristalinas, Outras escuras, opressoras, violentas.
42
Os tempos mudaram, Os campos se esvaziaram, As cidades incharam, As famílias se desestruturaram. Os pais saíram para o trabalho, Muitos filhos foram crescendo Sozinhos, desgarrados, Outros desgarrados já nasceram. Perderam-se os bons costumes. Veio a TV, depois a internet, Acabou o diálogo, O amor desandou.
Teus olhos
Pais e filhos na Igreja Já é quase uma raridade. A TV, os botequins, a internet, As baladas são mais importantes. No leito deste descompasso O crime que nascera outrora Foi se fortalecendo. Graças à ineficiência do Estado, Ao que parece, O crime há tempos é organizado e, Ainda que se negue, É o quinto poder. Há no ar a sensação De que às vezes o crime Parece fazer o dever do Estado. Será que os cinco poderes Às vezes não compartilham O mesmo banquete? A sociedade brasileira - formada por vários povos, Carece de reestruturação familiar.
43
Luiz Lima
O Estado Precisa de reestruturação total Pra resgatar a confiança De seus filhos leais Que ostentam e mantém Este gigante país Nos trilhos do progresso, Que já o faz caminhar firme Entre outras grandes nações.
44
09/02/2010
Teus olhos
Desamor
Tem sido comum Os desamores nos lares. O amor tem ficado lá fora. É preciso mandar O desamor embora. Abram as portas, Deixem o amor entrar, Nos corações, nos lares!
45
Luiz Lima
46
Na regi茫o norte Gosto das matas, Da cor dos far贸is, Do branco marfim e vermelho Na porta da voz.
Teus olhos
Por alguns instantes, imortal.
Esbocei um sorriso, Pais e filhas (uma família) Passaram surpresos, Em silêncio. Andei pela avenida Como se fosse imortal, Saboreei o néctar da imortalidade. Estive frente a frente Com a máquina, Senti-me solto Nas asas do vento. Andei pela avenida Como se fosse imortal. Gostei da sensação Ímpar que senti. Estive só No meio de poucos. A avenida quase deserta Ainda exalava vida pelas vitrinas, Nos passos dos transeuntes, Pelo tráfego dos veículos E nos roncos das motos.
47
Luiz Lima
Andei pela avenida Como se fosse imortal, Saboreei o néctar da imortalidade. O palco estava semivazio, A plateia dispersa. Desfilei sob os olhos da noite, Sob o aplauso do silêncio. Andei pela avenida Como se fosse imortal. Gostei da sensação Ímpar que senti.
48
Avenida Tamoios – Tupã/SP , 25/07/2002
Teus olhos
Canta bem-te-vi
Canta bem-te-vi Que estou a te escutar. Fique à vontade. Em casa tu estás, Aqui te apedrejar Ninguém irá. Canta bem-te-vi Que estou a te escutar. Neste prenúncio de noite Vejo-te, mas não posso Tuas cores enxergar. Teu canto alegre parece ser, Triste tu pareces estar. Canta bem-te-vi Que estou a te escutar. Vejas amigo meu Quão grande é Este universo de Deus, Palácio a nos abrigar.
49
Luiz Lima
Canta bem-te-vi Que estou a te escutar. Não vá ainda, espere, Pra ti vou falar, Liberdade tu tens pra voar E eu pra pensar. Canta bem-te-vi Que estou a te escutar. Pelo teu cantar e meu pensar Ambos sofremos Por teimar em amar.
50
Não vá bem-te-vi Canta que estou a te escutar.
Teus olhos
Mestre e Aluno
Ao mestre compete Saber ensinar, Ao aluno O querer aprender. Um necessita do outro. Quase sempre sĂŁo aprendizes Da arte de conviver. É muito tempo juntos, DesperdĂcio seria Nada aprenderem.
51
Luiz Lima
Mapa d’alma feminina
Se perguntassem ao poeta Se ele poderia desvendar O mapa d’alma feminina, Diria ele por zelo Ao ofício de recolher palavras, Por sabedoria Que tal dom não possuía. E que se possuísse Não poderia, por respeito, Desvendar o mapa d’alma feminina. Não caberia a ele Revelar os segredos Que ela guarda longe Dos olhos mortais.
52
Por isso, a exemplo do poeta, Atenho-me no amor, Na beleza, nos encantos, Nos traços de alegria, de dor, no sorriso Que d’alma feminina Flui a cada emoção vivida. Ah! Quem ousa Desvendar o mapa d’alma feminina? Se o poeta se recusa Por que eu me atreveria?
Teus olhos
Sexta-feira Santa
Dormir, não dormia, Mas ainda estava deitado. Eles chegaram. Sem que eu, nós, esperássemos. Grata surpresa, bênçãos divinas! Entraram, sentaram no sofá, Ficaram na sala. Conversamos, sorriram! Acho que também sorri, Não me lembro. Não demoraram muito, Demoraram o bastante Para serem eternos. Antes de irem Ela perguntou: - O pai já foi à Igreja? O senhor vai à Igreja? Alguma coisa assim. Respondi: - Ainda não. Mais tarde, talvez. Eles se foram. Queria que ficassem mais. Ah! Que bênçãos! Que maravilha!
53
Luiz Lima
54
Lembrei-me da “Visita”. Posso dizer: Deus esteve aqui! Falando, sorrindo, brincando! Sei que não sou, Não somos dignos de tanta graça, Mas Deus Pai Todo Poderoso Tem misericórdia de nós. Fiquei, ficamos, muito felizes! A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo É uma passagem muito Forte e importante Para todos nós Que acreditamos em Deus, Que somos cristãos. Mas, quase não vou à Igreja Na Sexta-Feira Santa. Costumo ficar em casa. Ouço músicas, - mais as canções do Padre Zezinho. Medito, busco a paz interior, A paz de Nosso Senhor Jesus Cristo! Porém, nesta, Senti vontade de ir. Não pude recusar o convite dela, deles, Um verdadeiro chamado de Deus. Fui, fomos, rezamos.
Teus olhos
Tivemos um dia muito abençoado! Todos os dias são abençoados. Há presença de Deus nas coisas boas, Nas dificuldades Deus nos carrega nos braços. Porém, nesta Sexta-Feira Santa, Foi diferente, pude ver, Senti, sentimos, Mais forte a presença de Deus Em nossas vidas. Muito obrigado Senhor Deus Pai Todo Poderoso Por mais estas bênçãos!
18/04/2003 – Sexta-Feira Santa. Nossos filhos – Francis, Pricilia e Paloma estiveram em casa. Visita: Poema do Padre Fábio de Melo – fala da presença de Deus. 11/07/2003
55
Luiz Lima
Quem és tu menina
Quem és tu, menina? Quem sou eu? Sou aquele que caminha No anonimato Juntando palavras Pra servi-las a ti, Aos que amam a arte. Onde estão teus filhos? Eles trabalham, estudam? Ah! Os meus trabalham e estudam A arte de construir, A arte de viver, De representar. O brasileiro nasce artista - Alguns por necessidade, Outros porque está no sangue.
56
E aí menina Quem está em tua mesa? São os teus ou são desconhecidos Que preenchem as lacunas Deixadas por eles?
Teus olhos
Quem senta à tua direita? Quem está à tua esquerda, À tua frente? Teu amado, teus filhos, Teus amores, Ou a mesa está vazia? De teus autores prediletos Quais poemas são mais belos Se não aqueles Que falam de teus encantos, De teus amores, Que falam ao teu coração? Quais se não aqueles Que falam do olhar Daqueles que amam a ti? Sorriso no rosto, Olhar de ternura, Retrato d’alma branda, Esta és tu menina, Mulher que ama, Que és amada pelos teus, Ou o que vejo é uma miragem?
57
Luiz Lima
Quem sou eu? Sou aquele que retira Dos jardins da vida O perfume das flores Pra mulher amada. Sou aquele que recolhe palavras E as oferece Aos que as recebem com amor, E as oferece a ti.
58
Quem ĂŠs tu menina?
Teus olhos
Presente
Vamos construindo o futuro Nos alicerces do presente. Vamos firmes na luta Removendo montanhas, Uma a cada tempo, Nas asas do vento, No raiar do sol, No sol poente. A chuva lava os telhados, As ruas, A alma da gente, Os alicerces, A construção do presente. Presente é vida longa, Beijos ardentes, Lábios nos lábios De quem ama a gente. Respeito, abraços, carinhos, De quem gosta da gente.
59
Luiz Lima
60
N達o permitas, N達o permitais, N達o permitamos Que as montanhas de problemas Impe巽am-nos de ver O sol poente, De ver quem ama a gente.
Teus olhos
Filhos d’arte
Vós sabeis fazerdes Outra coisa que não arte? Saberíamos nós Vivermos sem arte? Não tem sido a arte Uma canção de amor A nos manter Em sintonia com os palcos, No riso, na dor, na alegria, Seja dia, seja noite, A nos manter Nos palcos improvisados Do dia-a-dia? Digam-me filhos meus, O que fazeis se não arte? Qualquer coisa Que vós fazerdes Nela haverá Um toque de arte Porque vós respirais arte.
61
Luiz Lima
Mulher
Diga-me mulher Que sonhos são os teus Senão de amor? Quem habita A fortaleza do teu coração Senão os teus amores, Teus segredos? E ao dar a luz, Feliz sorri ao ver O fruto do teu ventre, Mesmo que a dor do parto Queira te partir ao meio.
62
Não há meios Que possam tirar de ti O dom de gerar a vida, De amar. Quantas vidas Tu geraste e quantas Ainda tu gerarás, Mesmo que não do ventre Mas do teu coração?
Teus olhos
Ah! Mulher, Poderia alguém melhor Conjugar o verbo amar do que ti? Seja qual for o tempo, Presente, tu estás. Tu és esposa, mãe, guerreira, Alegre, triste, feliz, Meiga, sensual – tu és mulher! Maria, Madalena, Helena - todas Maria a amar! Amanheceu, O bem-te-vi cantou, Veio anunciar: O sol já raiou, É hora de levantar. Um filho teu clama o peito - sente-se no direito De ser o primeiro A se alimentar, Outros irão à escola, É hora de trabalhar.
63
Luiz Lima
O bem-te-vi cantou, Veio anunciar, O sol já raiou, Ah! Mulher, É hora de semear o amor Que a une aos teus, Àqueles que te amam, Aos que tu Ensinas a te amar.
64
8/3 – Dia Internacional da Mulher
Teus olhos
Na Praça
Na praça, Lábios se tocam Em beijos excitantes, Crianças brincam, encantam-se, O amor dita as regras, Cadencia o tempo, A vida pulsa vagarosa, Sem medo. Na praça, Beijos picantes, Corpos se esbarram, tocam-se Exalando paixão, desejos. Na praça, Olhares se cruzam, Almas se unem Numa valsa d’amor.
65
Luiz Lima
Na praça, A vida pulsa vagarosa, O verde se faz presente, Os pássaros cantam, Crianças brincam, encantam-se, Pessoas passam. No passar de uma e outra Há no ar mais que dor, Há risos, alegria, Canções falando d’amor. Na praça, Famílias passeiam, A fonte jorra água colorida, Casais se encontram, namoram, A lua, as estrelas, o silêncio Testemunham juras d’amor.
66
Na praça, Lábios se tocam, Corpos se esbarram, Almas se unem Numa valsa d’amor.
Teus olhos
Quando o coração sangra Só o amor pode estancar O sangramento.
67
Luiz Lima
O Adeus de uma jovem Mãe, fui a uma festa. Lembrei que tu pediste Para eu não beber, Não bebi. Senti-me orgulhosa, Não bebi, Resisti aos inúmeros convites. Mãe, sei que agi certo, Que tu sempre tens razão.
68
A festa foi acabando, Os amigos foram saindo, Entrei no carro acreditando Que logo estaria em casa. Saí pela avenida, Um motorista Veio com o veículo dele E bateu forte. Fui lançada Para fora do carro, Fiquei no chão da avenida. Escutei um policial dizer Que o motorista do outro carro Estava embriagado. Agora, estou morrendo Por causa da imprudência alheia. Que culpa tenho eu?
Teus olhos
Mãe, gostaria Que estivesse aqui. Em consequência De um ato impensado A minha vida Está sendo ceifada. Há sangue por toda parte, Vou morrer Em poucos minutos. Mãe, juro que não bebi. Sinto dores agudas, Tu não chegas. Mãe, queria te ver Antes de partir. O motorista parou Para olhar o meu corpo Já quase sem vida. Não disse nada, Apenas me observou.
69
Luiz Lima
Mãe, diga ao meu irmão Para não chorar. Diga para o pai Não ficar bravo. Não tive culpa. Há testemunhas, Elas poderão afirmar Que estou relatando a verdade. Alguém deveria Ter dito ao motorista Para ele não beber Se fosse dirigir. Minha hora está chegando. Mãe, não chore. Acredite em mim, Não tive culpa.
70
Estou com medo, Minha respiração Está muito fraca, São meus últimos instantes.
Teus olhos
Mãe, eu não bebi. Obedeci a ti, Mas vou morrer Dentro de segundos. Por que tem que ser assim? Mãe, mãe, mãe Chegou a minha hora. Nenhum médico Pode fazer nada. Por favor, não chore. Coloque flores do campo No meu túmulo. Eu te amo! Tu não chegaste, Não podes me ver. Adeus minha querida mãe. Estou no último suspiro, Adeus...
O adeus de uma jovem (que antes havia recebido o título de “adeus sem regresso”) é uma adaptação que fiz (a pedido de um amigo) do texto “morte de um inocente”, de autor desconhecido. Infelizmente, passado mais de uma década, vidas inocentes continuam sendo ceifadas devido à irresponsabilidade e imprudência de muitos motoristas. 06/04/2000 – out/2010
71
Luiz Lima
A cena
Há uma música Que emana das palavras Que compõem a cena, o soneto, Que me leva para dentro do ato, Que causa introspecção. O palco está em mim, Eu estou nele, Dele nunca saí.
72
E ao contemplar a cena, A lua nua – pois de tão bela Recusou esconder a nudez Nas vestes do céu, Fluiu de dentro do coração, Dos olhos d’alma A percepção do instante divino, Da perfeição da cena.
Teus olhos
Cena que não seria Tão divina, Tão perfeita, Sem os detalhes, Sem o barraco de Orfeu, Sem a lua – nua, Sem a música, Sem uma linda mulher – cheia de pudor Que vivia nua, Tão perfeita Quanto à lua.
73
Luiz Lima
Registro
74
Uma brisa agradável Invade a sala. Lá fora um leve chuvisco Caía quase despercebidamente No silêncio da madrugada. Agora, alguns pingos de chuva Fazem-se ouvir com mais intensidade. No chão, ela dorme Tranquila quanto à sociedade Dorme em teu leito A espera de um novo amanhecer.
Teus olhos
Um tijolo a cada tempo Choveu bastante, Ainda está chovendo. Benditas chuvas de novembro. Já era tempo de chover Pra tirar a quentura do asfalto - o conforto na selva de pedra Tem seus preços. No rádio Uma canção d’amor. Da alma brota uma música Que me chama e me convida À obra continuar. Um tijolo a cada tempo Na construção da moradia, Da vida, Do verbo amar, querida.
75
Luiz Lima
Espias...
A água corre Para o mar, Mas teu perfume Não está lá. Mesmo nas tempestades Tu juras me amar. Tuas juras são Frutos do coração Ou são pedras d’água Que evaporam e escorrem Para o mar? Tu sabes Que as águas do mar Não podem Minha alma naufragar.
76
Ainda que poucos acreditem, A sede de justiça Há de despertar O senso crítico Contra vãs promessas - Não deixes te enganarem.
Teus olhos
O frio gela O corpo Mas não pode Minha alma gelar. Não há correntes Que possam me acorrentar. Tenho por herança O dom de amar. Ainda que não tenham O condão da eternidade, Gosto das tuas juras Nas noites de luar.
Geleiras derretem, Inundam o mar. Inúmeros poluentes poluem A terra, a água e o ar. A natureza reage, O homem já está pagando, Ainda há muito a pagar.
77
Luiz Lima
Acorda mãe, acorda pai! Por que trocais Por bens materiais A presença, o carinho, o amor Que teus filhos Necessitam de vós? Quem ensinou Vós a agirdes assim? A água corre Para o mar, O vento faz A areia rolar, Balança a onda do mar.
78
Nem o vento, Nem o mar, Podem, de mim, Teu perfume afastar.
Teus olhos
Tu podes, de ti, Tentar me afastar, Porém, não conseguirás, Porque estou em ti, Mesmo sem estar. A água corre Para o mar Mas teu perfume Não está lá, Está em meu caminhar, Eu estou em ti, Mesmo sem estar. Não acreditas? Espias, Estou em ti, Em teu caminhar, Mesmo sem estar.
79
Luiz Lima
Renúncia
O que tu pensas? Por onde tu andas Que não me enxergas? O que atormentas tua alma, Teu coração? Não, Não confesses a mim Teus desejos, Tuas vontades.
80
Hoje me recuso desvendar Os mistérios de tua alma. Nego-me a invadir Teus pensamentos. Abdico-me do desejo De vasculhar teu coração.
Teus olhos
Hoje não anseio Ler os poemas nos muros, No teu e no rosto das pessoas Que passam por mim. Ah! Não acreditas Que posso invadir Tua alma, Teus pensamentos, Teu coração? Nem eu acredito. Mas há momentos Que me vejo invadindo Tua alma, Teus pensamentos, Teu coração, Ou penso estar. Há outros Em que estou Além de mim, Abandonado na minha solidão. Quem se importa?
81
Luiz Lima
Não te importes. Preocupas-te Com teus sonhos e ideais. Em que oásis repousam Teus sonhos? Quem são teus amores? Qual o sabor de teus beijos Se não o néctar do amor Que emana de ti?
82
Ah! Hoje não vou ler O poema em teu rosto, Nem vou invadir tua alma, Teus pensamentos e coração, Vou me abandonar Na minha solidão.
Teus olhos
Saudades
Tu assuntas amor, A menina se mudou, Foi pra Sampa, enamorou-se, Arrumou trabalho, apaixonou-se. Já marcou o casamento, Não pretende mais Voltar para o interior. Às vezes bate uma saudade, amor.
Nov/2010
83
Luiz Lima
84
Preciso respirar ar puro, O perfume das flores do campo, Das rosas, Das flores de jasmim. Preciso respirar Um pouco de ti Para n達o me esquecer de mim.
Teus olhos
Tu sabes
Pelas ruas, Em cada esquina que cruzares, Nas viagens, Na busca de teus sonhos, Desejos e segredos, Na tua fuga de mim, Verás que eu Existo em ti. Não conseguirás me esquecer. Ainda que teus lábios Não pronunciem meu nome, Tua alma clama Por mim. Tu sabes Que eu existo em ti.
85
Luiz Lima
Natal
Tive bons motivos Para comemorar O último Natal Do século vinte. Dentre eles, A visita de meus filhos Francis, Pricilia e Paloma. Praticamente por Mais de duas décadas Mantive o prazeroso hábito De abrir um champanhe Nos primeiros Instantes do Natal. Porém, neste Natal – o último Do segundo milênio d.C., Não houve entusiasmo Para abrir o champanhe. Graças a Deus tive, Tivemos, um dia tranquilo. Espero que a paz, A esperança e a fé Sejam renovadas No coração da humanidade.
86
18h 25/12/2000
Teus olhos
Se observares a lua, as estrelas...
Hoje o céu está tão lindo, São 17h25min. Eu estou numa casa de iguarias Saboreando um manjar dos deuses. Estou por aí contemplando Este universo magnífico Criado por Deus. Na noite, se observares a lua, As estrelas, Verás que estou por aí. Não sou vento frio, Nem chuva de passagem, Quando eu chego, Eu venho pra ficar. * Sou parte da tua realidade, Da realidade de todos Os que me amam - ainda que me neguem. Cento e cinquenta e um anos São como um sopro, Passam depressa Na história da humanidade.
87
Luiz Lima
Vou resistir, Vou transpor O portal do tempo. Sou Fênix, Já ressurgi das cinzas. Tu sabes que ressurgirei, Sempre que necessário. Ainda que chegue a minha hora, Vou estar por aí. Enquanto tu e aqueles Que me amam viverem, Sentirás, sentirão, minha presença, Verás, verão, a mim. Vou sempre ressurgir das cinzas, Pois nasci para a vida!
88
Ainda que queiras, Tu não conseguirás Esquecer-me.
Teus olhos
No rádio, no cinema, na TV, Na internet, no ar, Sempre haverá uma canção Pra lembrares de mim, Haverá uma canção Pra reafirmar Que eu existo em ti E naqueles que me amam. Na noite, se observares a lua, As estrelas, Vou estar por aí. Não sou vento frio, Nem chuva de passagem, Quando eu chego, Eu venho pra ficar. Sou Fênix, Ressurgirei das cinzas, Sempre que necessário Pra ser eterno em ti E em todos os que me amam.
89
Luiz Lima
Se observares a lua, As estrelas, Vou estar por aí, em ti. Sou parte da tua realidade, Ainda que me negues, Tua alma clamará Por mim.
90
*Assim diz a canção “Satisfaz”, do artista, compositor, músico e escritor, Francis J. Lima.
Teus olhos
Pela graça do Pai Desfrutamos de tempos De bonança, de bênçãos Em que vós vindes Porque quereis vir.
91
Luiz Lima
E assim segue a vida...
Teus olhos escuros tão claros, Verdes castanhos azuis. Que olhos são estes Se não os meus?
Dois anjos dourados, Quietos, felizes, saltitantes, Fazendo-me sorrir. Ah! Abençoados querubins!
Teu olhar profundo, Terno picante, Que adormeces embriagado d’amor, Que olhar é este Se não o meu?
92
Não a conheço, Não a vejo. Que vida tu tens?
Teus olhos
E a flor Ao desabrochar Faz a vida Pulsar outra vez. Tudo passa e se transforma. Porém, somente o amor resiste, Mostra-nos algo sublime Na intimidade d’almas.
Os olhos d’alma, Teus olhos d’amor, Tão distantes, tão pertos, amantes, Tão meus, amor.7
A chuva interrompeu O silêncio da madrugada. Amanheceu, O verde se apresenta Imponente, feliz, aconteceu.
93
Luiz Lima
Quando os olhos d’almas se cruzam Etnias se misturam No ritmo da canção Que emana dos corações enamorados.
Não era sexta, Mas lembramos da chuva, Falamos de escola, Romance, poesia, profissão, Do silêncio da madrugada. Na quietude da noite, Se observares a lua, Vou estar por aí.
Nem o acaso se atreveu Tirar de mim O sabor Dos lábios teus, amor.
94
Amanheceu, Saio para lida.
Teus olhos
O cheiro incendeia, perfuma O caminho por onde vou. Cheiro teu e meu, amor.
Meus olhos, Os olhos d’alma, Teus lábios Pronunciando juras d’amor.15
No rito do amor, Compartilhamos intimidades, Coisas do dia-a-dia. Portas abertas – do quarto, Do coração, d’alma. No rádio, Músicas tão nossas, Tão românticas. No quarto, ela dorme Um sono merecido.
95
Luiz Lima
Acorda amor, Vem ver a banda passar. Praças, ipês, moças bonitas, Casais apaixonados, juntos, separados, Barcos no mar, Mares a atravessar. Gente faminta, De pão, de oração. Vem amor, Ver a banda passar, Tocando os corações, Convidando a amar.
96
A inspiração flui Pelos meus poros, Corpos invisíveis No meu caminhar.
Teus olhos
Nas enseadas do teu coração, Repouso meus desejos, Amo-te, amanheço. Tomo café Regado ao sabor Dos teus beijos, amor. 24
Quem és tu menina? Quem sou eu? Sou aquele Que junta palavras Pra servi-las a ti, Aos que amam a arte. Quem és tu menina? Onde estão teus filhos? Quem sou eu? Sou um viajante do tempo Que faço da arte e poesia O prato do dia.
97
Luiz Lima
Meus filhos trabalham, estudam A arte de construir, A arte de viver, de representar. O brasileiro já nasce artista, Meus filhos estão na lida, Pela vida. Quem és tu menina? Quem está à tua mesa? Teu amado, teus filhos, Teus amores, Ou a mesa está vazia? Sorriso no rosto, Olhar de ternura, Retrato d’alma branda, Mulher que ama, Que és amada, Esta és tu menina, Ou o que vejo é uma miragem?
98
Quem sou eu? Ah! Sou aquele que retira O perfume das flores, Que dosa o sabor do amor Pra mulher amada.
Teus olhos
Sou aquele Que recolhe palavras E as oferece Aos que as recebem com amor, E as oferece a ti. Quem és tu menina?
A chuva lava os telhados, As ruas, A alma da gente, A construção do presente. Presente é vida longa, Beijos ardentes, Lábios nos lábios De quem ama a gente.
Na praça, Lábios se tocam Em beijos picantes, Corpos se esbarram, tocam-se, Almas se unem Numa valsa d’amor.
99
Luiz Lima
Na praça, Crianças brincam, encantam-se, O amor dita as regras, A vida pulsa vagarosa, Há no ar Canções falando d’amor. Na praça, Famílias passeiam, pessoas passam, A lua, as estrelas, o silêncio Testemunham juras Enquanto casais rodopiam Numa valsa d’amor.
A água corre Para o mar, Mesmo nas tempestades Tu juras me amar.
100
As águas do mar Não podem Minha alma naufragar. Não há correntes Que possam me acorrentar.
Teus olhos
Teu perfume Está em meu caminhar, Eu estou em ti Mesmo sem estar.
Por onde tu andas? O que te atormentas? Não, não venhas confessar. Recuso-me a desvendar Os mistérios de tua alma, A vasculhar teu coração. Não anseio ler Os poemas nos muros, No teu e no rosto das pessoas Que passam por mim. Não acreditas Que posso? Nem eu acredito.
101
Luiz Lima
Não te importes. Preocupas-te Com teus sonhos e ideais. Onde estão teus amores? Ah! Hoje não vou ler O poema em teu rosto, Nem vou invadir tua alma, Teus pensamentos, teu coração. Não, não confesses a mim Teus desejos...
Pelas ruas, Na busca de teus desejos e segredos, Na tua fuga de mim, Tu sabes e verás Que eu existo em ti.
102
Hoje o céu está tão lindo. Na noite, se observares A lua, as estrelas, Verás que estou Por aí.
Teus olhos
Sou Fênix, Ressurgirei das cinzas, Sempre que necessário, Pra ser eterno em ti. Na noite, se observares A lua, as estrelas, Verás que estou Por aí.
Assim segue a vida, Regada por gotas d’amor Que escorrem dos teus olhos, Tão meus, amor.52
“E Assim Segue a Vida...”, é um poema formado por 51 versos (reescritos ou no formato original) de vários poemas contidos neste livro. Os versos 7, 15 e 52 – são do poema “Teus Olhos II” e o verso 24 – é do poema “Por ti”. Estes dois poemas não estão neste livro.
103
Que sejas de bons costumes, Peças pra Jesus te proteger, sempre. Antes de saíres de casa Abraça mãe, pai e irmãos. Se não tens, Que abrace quem de ti Cuida com amor.
Sumário
11-Teus olhos 13-Anjos dourados 14-A desconhecida 16-A rosa 18-Elegante 19-Vozes 23-A chuva 25-Por acaso 28-Um beijo 29-Madrugada 32-A banda 35-Perfume 37-Inspiração 38-O menino 39-Uma mulher, um menino e um skate 41-Bons costumes 42-Os poderes, a sociedade, a família 45-Desamor
47-Por alguns instantes, imortal 49-Canta bem-te-vi 51-Mestre e aluno 52-Mapa d’alma feminina 53-Sexta-feira Santa 56-Quem és tu menina? 59-Presente 61-Filhos d’arte 62-Mulher 65-Na Praça 68-O adeus de uma jovem 72-A cena 74-Registro 75-Um tijolo a cada tempo 76-Espias... 80-Renúncia 83-Saudades 85-Tu sabes 86-Natal 87-Se observares a lua, as estrelas ... 92-E assim segue vida...