Ano 29 • nº 271 | Fevereiro • 2016 • R$ 14,00
PARA O MUNDO
Os consagrados são cartas de Cristo, chamados a serem expressão do rosto misericordioso de Cristo para com a humanidade
MISERICÓRDIA
Reze com as três parábolas de Jesus que mostram o rosto misericordioso do Pai
A PALAVRA- DO PAPA 2016 Na Quaresma, somos chamados à penitência e conversão, buscando a reconciliação com o Pai
#ESSAVAIPROCOMSHALOM Veja as fotos mais belas feitas pelos leitores do ComShalom e da Shalom Maná no mês de janeiro
Os fundamentos do Carisma da Comunidade Católica Shalom
Moyses Azevedo Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom @moysesazevedo
A
o encontrar os discípulos no Cenáculo, Jesus Ressuscitado lhes diz: Paz a vós (Jo 20,19), ou seja, Shalom! Em Jesus, esta saudação é uma real comunicação da Paz, isto é, de toda sorte de bênçãos espirituais e materiais, a felicidade perfeita que o Messias nos traz. É, enfim, o anúncio e a doação da salvação plena. Desta forma, podemos dizer que Jesus é o Shalom do Pai para o mundo, a verdadeira, plena e única Paz que o homem pode ter. Por isso, o Apóstolo diz: Cristo é a nossa Paz (Ef 2,14). Ao doar a Sua Paz aos discípulos (cf. Jo
20,19-22), o Ressuscitado que passou pela cruz e que, por isso, traz suas marcas gloriosas, enviou-os ao mundo em Seu Nome e lhes deu o Seu Espírito para implantar, com o Seu poder, esta Paz no coração de cada homem e de toda a humanidade. Inseridos no seio da Trindade por meio do coração transpassado de Cristo, nEla contemplamos o amor do Pai, bebemos do poder e da santidade do Espírito e, enxertados em Cristo, somos enviados ao mundo para anunciar a Boa Nova da salvação. A Comunidade Católica Shalom é fundamentada nesta experiência do Ressuscitado que passou pela cruz. Ele, para maior glória do Pai, derrama sobre nós o Seu Espírito, e nos envia como discípulos e ministros da Sua Paz. Somos chamados a acolher, viver e testemunhar o Carisma da Paz. A Comunidade é fundamentada na experiência carismática de um novo Pentecostes na Igreja. Através da efusão do Espírito Santo e conseqüente desabrochar e uso dos Seus carismas, com a espiritualidade, vida comum e apostolado que lhe são próprios, serve à Igreja e colabora com a implantação da Paz no mundo. Somos uma Família. Por isto, a Comunidade possui como membros pessoas das diversas formas de vida: celibatários pelo Reino, casais, sacerdotes, seminaristas, diáconos, homens e mulheres, jovens e adultos, pessoas casadas e solteiras. Inspirada na diversidade e unidade da Santíssima Trindade, cada forma de vida
vive plenamente sua identidade própria e a complementariedade com as outras formas. A fim de correspondermos ao chamado divino de sermos discípulos e ministros da Paz, o Senhor nos concede o caminho da CONTEMPLAÇÃO, da UNIDADE e da EVANGELIZAÇÃO. Somos chamados a configurar-nos a Jesus Cristo: Como Ele, somos chamados a ser contemplativos na ação (cf. Lc 5,15-16), a dedicar momentos intensos e demorados à intimidade com o Pai e, ao mesmo tempo, abraçarmos o incansável dever de, ungidos pelo Espírito, anunciar a Boa Nova e fazer o bem a todos os homens. Para vivermos a nossa vocação, o Senhor nos constituiu Comunidade, aos moldes das primeiras comunidades cristãs (cf. At 2 e 4). Somente através da vivência da caridade para com Ele e para com os irmãos, seremos promotores de Sua Paz no mundo (cf. Jo 17, 21-23). A vivência do Evangelho em toda a sua radicalidade gera em nós a santidade. Pelo poder do Espírito e vivência da UNIDADE na caridade, nosso alvo é a santidade, não por presunção, mas por vocação. O amor fraterno na vida comunitária é fruto concreto da CONTEMPLAÇÃO e alavanca para a nossa EVANGELIZAÇÃO. A Comunidade sente-se chamada a refletir a UNIDADE da comunhão de amor da Trindade. A TRINDADE é a fonte e o modelo de nossa vida contemplativa, comunitária e apostólica.
1982 - A NOSSA PRIMEIRA INTERFACE
A INTERFACE Uma lanchonete, uma vocação, uma obra nova, uma via nova: o Caminho da Paz
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982, um pequeno grupo de jovens estudantes universitários, sem talentos ou conhecimentos extraordinários, jovens normais, mas apaixonados por Jesus e pelo Evangelho… foi assim que nasceu a Comunidade Católica Shalom. Deus escolheu não os maiores ou melhores, mas elegeu “os menores” para uma grande missão: ser, no mundo, discípulos e ministros da Paz de Jesus Cristo, “o Ressuscitado que passou pela Cruz”. A nossa primeira interface ‘Shalom’ foi como chamamos a nossa primeira interface, a ‘Lanchonete Shalom’, a ‘lanchonete do Senhor’.
Deus nos dava uma nova inspiração, uma nova sabedoria para tornar Jesus conhecido aos nossos amigos, especialmente aqueles que não aceitavam o convite a uma missa ou a um retiro espiritual, mas que não poderiam recusar um sanduíche, uma pizza e um refrigerante. Entre um sanduíche e outro, uma palavra, um convite à oração, uma experiência de “felicidade que não passa”. A Lanchonete Shalom foi algo que realmente ‘deu certo’, mas ela era apenas uma “porta de entrada”, uma interface! Para além dos lanches, a amizade, a oração, a capela, a presença do Santíssimo Sacramento se tornavam os “lugares de encontro” com o nosso
melhor Amigo, que foi atraindo muitos jovens, muitos homens e mulheres a Si. Ele mesmo nos chamava, atraía e conduzia, tornando-nos uma só família, tornando-nos uma “comunidade”. Jovens, adultos, casais, crianças, sacerdotes com um só desejo: amar e fazer amado Aquele que nos chamou.
Algo novo, algo maravilhoso, um chamado A Família Shalom se tornou um povo numeroso, como um exército coeso, em busca dos muitos homens e mulheres necessitados de Paz. Não demoramos a perceber que o Senhor, através deste movimento de missão e evangelização, nos dava um caminho “para iluminar a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados”, o Senhor dirigia os nossos passos “guiando-os no Caminho da Paz.” (Lc 1, 79) Caminho da Paz! Este é o nome do itinerário espiritual que fomos descobrindo e trilhando, a cada dia fazendo e ajudando tantas pessoas a fazer a experiência de São Tomé ao tocar o lado aberto de Jesus Ressuscitado. Da descoberta de “um Deus que me ama pessoalmente” (Fase Kerigma), que não me quer só como seu servo, mas, na oração e na vida, como seu amigo (Fase Filoteia), do reconhecimento das nossas fraquezas à experiência de uma ‘segunda conversão’ (Fase Metanoia) e a descoberta da verdadeira Paz: “Shalom!”, “Meu Senhor e meu Deus” (Cf. Jo 20,19). Em Jesus, a Paz se torna não somente um sentimento de bemestar, uma ausência de conflitos, o que é já bom e nobre, mas vai além: tornase missão de amor, experimentado na fraternidade de uma vida comunitária, na unidade que é reflexo da Trindade
(Fase Koinonia) e no amor a todos os outros, especialmente as pessoas distantes de Cristo e da Igreja, através da evangelização feita por autênticas testemunhas de Cristo (Fase Martyria).
Novas interfaces para o mesmo Caminho Quando começamos, não sabíamos onde chegaríamos. Hoje, vemos que Deus, na sua Providência e Misericórdia, abriu um novo caminho, no qual entramos nós e uma multidão. A partir da lanchonete, muitas outras interfaces surgiram: escolas, orfanatos, asilos, casas de recuperação de pessoas tóxico-dependentes, para dar conforto físico e espiritual aos mais necessitados; rádios, programas de TV, produções musicais e espetáculos artísticos, ações na internet e nas redes socais para chegar aos mais distantes, nos centros e nas periferias. Sobretudo, cada jovem-irmãomissionário na ‘Obra Shalom’ se torna, ele mesmo, uma interface, expressão do amor de Deus para cada pessoa que se encontra fora ou dentro dos nossos Centros de Evangelização, no trabalho ou na escola, oportuna ou inoportunamente, tornando o amor de Cristo visível em cada espaço da sociedade. Apresentamos, nesta pequena revista, algumas das nossas interfaces em diversas partes do mundo, certos de que, como afirmou São Francisco de Assis, “pouco ou nada fizemos” diante da grande missão de buscar, na criatividade do Espirito Santo, a interface de Paz necessária a implantar onde ainda houver alguém “sentado à sombra da morte”, esperando ansiosamente que alguém lhe estenda a mão e lhe ajude a trilhar o “Caminho da Paz”. Por Franco Galdino
Jovem que fala a língua dos jovens: festa e participação na evangelização em Budapeste
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ungaRio (um pouco de húngaro e um pouco de Rio, a famosa metrópole brasileira) foi o nome que a criatividade escolheu para dar nome à festa, organizada pela Comunidade Católica Shalom, que atrai dezenas de jovens na capital húngara a cada 3 meses. Fruto de uma colaboração entre a Arquidiocese de Budapeste e a Comunidade, o evento teve sua primeira edição há 4 anos, inspirado na histórica “lanchonete do Senhor”, da qual derivou a fundação do Shalom. Os missionários do Shalom contam que a iniciativa nasceu dois anos e meio após a fundação do primeiro núcleo da Comunidade em Budapeste. A Arquidiocese se dispôs a alugar um bar, onde regularmente fosse possível criar um pólo de atração para os jovens, no qual os missionários da Comunidade, auxiliados por outros jovens que haviam conhecido recentemente a Obra Shalom, pudessem conhecer outras pessoas e estabelecer uma amizade. A partir destas amizades, nasceriam espontaneamente convites
para conhecer a ‘casa comunitária’, habitação dos missionários da Comunidade Shalom em Budapeste, e coração da obra evangelizadora que estes desenvolvem na cidade, ou mesmo para participar de encontros ou retiros espirituais que seriam um auxílio no caminho de fé da juventude na capital. Carolina Costa, missionária do Shalom em Budapeste e uma das iniciadoras do HungaRio, conta que a fórmula “jovem que evangeliza outro jovem” é o segredo do êxito do evento. “Vimos, desde o início, um grande engajamento dos jovens que já conhecíamos e que participavam do grupo de oração que tínhamos apenas iniciado. Todos estavam envolvidos e dispostos a trazer essa novidade para Budapeste” – relata a missionária. “Na verdade, eles, os jovens, é que planejavam toda a festa. Nós, missionários, só os apoiávamos e ajudávamos no que era preciso. Este foi o grande ‘segredo’ do nosso percurso evangelizador aqui na capital húngara” – afirma.
As festas HungaRio são compostas de música, dança, apresentações teatrais, jogos e muita conversa entre os jovens. Muito importante também é o convite que se faz pessoalmente aos jovens, durante a festa, para participar de um fim de semana de espiritualidade. Carolina diz que muitos jovens acabam dando esse ‘passo de fé’ e participam dos encontros espirituais depois de verem que os jovens que participam do Shalom em nada perdem a sua “juventude”, mas ao contrário, vivemna dando um testemunho alegre, sem perder o frescor do Evangelho.
que esta realiza, tanto na capital como em outras cidades do país. No frio inverno húngaro, a livraria móvel "convida" também os que se aproximam para tomar um chá. “É a nossa forma de, tomando um chá juntos, não somente buscarmos vender nossos produtos, mas estabelecer novos contatos para a irradiação de nosso serviço evangelizador e para alcançar, portanto, outros jovens” – explica Anderson Silva.
Toda essa dinâmica de engajamento dos jovens deu origem, no início de 2015, a uma outra iniciativa que tem movimentado o núcleo missionário Shalom em Budapeste: a “livraria móvel” e a “oficina de ícones”. Diante da sede de ‘formação cristã’ entre os jovens que dão um passo na fé, em vista de incentivar o caminho de oração dos próprios jovens, formou-se uma equipe, liderada pelo missionário Anderson Silva. Hoje o grupo se reúne todas as quartas-feiras para a produção de novos ícones (trata-se de gravuras coladas em madeira para facilitar o acesso econômico a este ‘instrumento’ de oração, sobretudo aos jovens e aos que não poderiam pagar por um ícone escrito originalmente por um iconógrafo).
Por Rafael d'Aqui
Nos últimos meses, a criatividade juvenil tem ainda acrescentado outros itens à produção, tais como diários de oração especialmente decorados, ímãs com mensagens cristãs, entre outros artigos que podem servir como ‘presentes que evangelizam’. Todos os produtos são levados pelos missionários e pelos jovens em visitas destes às paróquias, ou acompanham a equipe de música e dança da Comunidade Shalom nos concertos
Shalom ou Salam: como fermento na massa na terra de Jesus “Um oásis de vida contemplativa e fraterna para sarar a ferida da divisão”
O
conflito parece não ter fim. Ao menos é a impressão que se tem, seguindo a mídia. Lorena Gadelha é missionária da Comunidade Católica Shalom (conhecida também em Israel como Comunidade Católica “Salam”) na Terra Santa há 14 anos. Ela mesmo já viveu muitos episódios, da hostilidade entre povos a momentos de guerra naquele país. Ela afirma: “De fato, quem vive aqui percebe esta tensão que parece permear nosso cotidiano. Há como que uma ferida da divisão e da discriminação espalhada por todos os setores da sociedade, especialmente no coração das pessoas”. A história da missionária está profundamente ligada com a presença da Comunidade Shalom na Terra de Jesus. “Ao longo dos anos, vamos sempre mais compreendendo a forte necessidade de fomentar a cultura da paz e da reconciliação – destaca Lorena – e ainda mais, entre os jovens, alvo privilegiado das atividades de nossa Comunidade”.
Charles Roseno, também missionário do Shalom em Israel, trabalha atualmente no Santuário da Anunciação em Nazaré. Ele conta que a Comunidade hoje está estabelecida com casas missionárias em Haifa e em Nazaré. “Queremos ser um sinal de comunhão e de nova evangelização, participando na missão da Igreja local, a partir do Carisma de nossa Comunidade, a fim de fortalecer e reavivar a fé neste lugar tão precioso não somente para nós, cristãos – sublinha Charles – mas também para judeus e muçulmanos”. A afirmação de Charles, diante dos dados estatísticos da presença cristã na Terra Santa, pode gerar assombro. Há, na verdade, cerca de 15 mil cristãos em Israel, o que resulta em apenas 2% da população total do país. Os mais céticos pensariam que é um verdadeiro desperdício o envio de 16 missionários pela Comunidade Shalom para atender as necessidades locais. Lorena Gadelha explica: “Creio que estamos aqui não somente para servir os que já estão na Igreja. De algum modo, somos uma ‘minoria criativa’ que busca dar sua contribuição para ‘o todo’. O que queremos ser é um oásis de vida contemplativa e fraterna para todos os que encontramos”. Yara Rocha, também membro da Comunidade, há 10 anos em missão na Terra Santa, fala que o serviço da Comunidade atualmente é mais voltado para o mundo árabe, no que se refere à língua e tradição, onde também boa parte dos cristãos desta região estão ancorados. “Para mim, foi uma bela descoberta o que vi e conheci aqui na Terra de Jesus. Há uma grande variedade de ritos e tradições dentro da Igreja Católica que eu não conhecia no meu país natal” – declara a missionária brasileira. A Comunidade Católica Shalom
está presente em Haifa desde o ano 2000 e hoje conta nesta cidade com oito missionários. Em 2006, iniciouse um novo núcleo missionário na cidade de Nazaré, onde também oito missionários desenvolvem um serviço evangelizador em colaboração com a Custódia Franciscana da Terra Santa, na Basílica da Anunciação. Em meio aos missionários há alguns que aprenderam a língua árabe, outros dedicam-se mais ao hebraico, de acordo com suas responsabilidades e serviços apostólicos. Concretamente, esses “oásis de vida contemplativa e fraterna” são, a princípio, as próprias “casas comunitárias” da Comunidade, nas quais vivem os missionários e onde estes se dedicam ao serviço apostólico e à oração. Mas também há os chamados ‘grupos de oração’, nos quais muitos homens, mulheres, jovens percorrem o “Caminho da Paz”, itinerário de formação e de vida espiritual e missionária oferecido pela Comunidade Shalom. Na Terra Santa, a Comunidade estabeleceu e anima no momento 4 grupos de oração em língua árabe, que atingem diretamente ao menos 70 pessoas. Há grupos em Haifa, em Nazaré e também na cidade de Shefar’am. Os grupos, em geral, reúnem tanto adultos quanto jovens. Em Haifa, os missionários começaram um grupo dedicado especialmente aos jovens e um outro que se realiza na língua hebraica. Omima Fauze Dakwar é natural de Haifa e participa do grupo de oração promovido pelo Shalom há 8 anos. Em seu testemunho, ela afirma que se sentia um pouco perdida na vida antes de conhecer os missionários do Shalom e, diante das muitas decepções da vida, achava que tal tipo de pessoas que ‘ajudam umas as outras’ já não
existisse. “A Comunidade me ensinou a enfrentar meus problemas e desafios diários com a ajuda de Deus. Eles me ensinaram a orar e a olhar para a vida com os olhos de Deus. Com eles aqui em Haifa – conclui – não me sinto só, pois sei que no coração destes missionários sempre há lugar para todos e eles nunca se cansam de servir aos irmãos”. Lorena Gadelha explica que, em Haifa, hoje há oito irmãos árabes que trilham um caminho de discernimento vocacional. Além disso, a Comunidade promove peregrinações a santuários da Terra Santa para os cristãos locais; evangeliza nas casas, em hospitais e em escolas cristãs da Galiléia; realiza cursos de formação humana segundo a doutrina da Igreja; organiza retiros e encontros espirituais; desenvolve uma ação evangelizadora por meio de diversos serviços como: música, pastoreio, aconselhamento, pregação, intercessão, evangelização; e ainda colabora com a animação musical junto à pastoral infantil e de catequese na paróquia melquita de Haifa. A Comunidade Shalom busca
também oferecer eventos de lazer que fomentam uma sadia convivência entre os jovens. Reunindo lazer com espiritualidade, a Comunidade tem organizado nos últimos anos, na Terra Santa, o Festival Halleluya, especialmente voltado para o público jovem com música, dança, teatro e momentos profundos de espiritualidade. A última edição contou com cerca de 250 participantes. Muitos testemunham que o Festival é uma experiência de redescoberta da identidade cristã em meio à discriminação e desafios vigentes na região. Fadi Bahouth, 19 anos, é um dos jovens que encontrou na Comunidade ‘Salam’ um refúgio seguro para alimentar sua fé. Proveniente de uma família cristã da cidade de Shefar’am (que dista 25km de Haifa), ele conheceu o Shalom em 2012 e descreve: “Meu primeiro encontro com os missionários do Shalom me deu a impressão de estar visitando o Céu”. O jovem explica que sente a Comunidade como extensão da sua família. Depois de uma visita à sede da Comunidade no Brasil, em 2014,
Fadi começou a seguir um percurso vocacional e deseja consagrar-se a Deus segundo o ‘Carisma Shalom’. Na cidade de Nazaré, um núcleo de missionários da Comunidade colabora com a Custódia Franciscana no serviço de acolhimento dos peregrinos em visita à Basílica da Anunciação. A Comunidade ali testemunha uma verdadeira transformação na vida de muitas pessoas através de experiências vividas na simplicidade e profundidade próprias da espiritualidade de Nazaré, especialmente no que se refere à oração de intercessão. É o caso, por exemplo, de uma peregrina da América Latina, que testemunhou a um missionário que havia rezado por ela: “Hoje o anúncio do anjo Gabriel aconteceu para mim; aqui fica a minha vida velha e saio deste Santuário com uma vida nova!”. Outras tantas histórias são como a de Judyta Sowa, jovem peregrina polonesa, que descobriu um novo sentido de vida ao encontrar o grupo de missionários do Shalom na Basílica da Anunciação. “Participei da procissão das velas da Basílica, animada pela
Comunidade, depois, durante a visita ao Santuário, tive a oportunidade de me aproximar ainda mais dos missionários, que me convidaram para a adoração ao Santíssimo e para visitar a casa da Comunidade. Assim fiquei conhecendo mais de perto a vida da Comunidade Shalom e tive a oportunidade de fazer um dia de retiro com eles… posso dizer que o acolhimento de cada um dos missionários me trouxe de volta à vida. Hoje continuo um caminho de descoberta da minha vocação, no meu país de origem, a Polônia, onde outros missionários da Comunidade Shalom me acompanham nesta descoberta”.
Por Rafael d'Aqui
Uma trupe artística e missionária jovens latino-americanos levando o Evangelho com arte: A evangelização através da arte no Chile e no Uruguai.
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runa Viana, brasileira, 25 anos. Luis Gonzales, chileno, 24 anos. Maxsuel Lucena, brasileiro, 24 anos. Em todos uma só paixão: falar de Jesus através do teatro, da música e da dança. Bruna é uma jovem missionária da Comunidade Católica Shalom, atualmente responsável pelo Setor de Artes da missão Shalom em Santiago do Chile. Luis é um jovem “normal”, como muitos outros, seduzido pela beleza da arte e que encontra nos espetáculos da missão Shalom chilena uma tradução dos mistérios da fé que professa. Maxsuel, jovem missionário em Montevidéu, um dos países mais marcados pela “laicização” nas Américas, coordena a equipe de artistas evangelizadores da missão Shalom na capital uruguaia. A jovem missionária Bruna, há quase 3 anos no Chile, explica que, nos últimos tempos, têm aumentado os
convites e as oportunidades de levar a mensagem de Jesus através dos espetáculos musicais produzidos pela Comunidade Shalom. Grande êxito tiveram, no último ano, a montagem da versão em espanhol do musical “Filho de Deus, menino meu”, que conta a história do nascimento de Jesus, reunindo diferentes ritmos e danças, assim como a obra teatral “O Canto das Írias”, que narra o mistério da salvação do homem através da Cruz e Ressurreição de Cristo. “Nosso elenco é composto de 20 atores amadores, em sua grande maioria jovens entre 15 e 30 anos. A equipe é reforçada com cerca de 20 outros apoiadores que trabalham o cenário, a produção, as finanças e a comunicação de nossos espetáculos” – explica Bruna. Todos os integrantes, apesar das suas tarefas como estudantes ou profissionais de outros campos, levam muito a sério os ensaios, nos quais, além da técnica artística, os jovens
vivenciam juntos momentos de oração e de formação espiritual. Os espetáculos montados no Chile também tiveram uma versão uruguaia. O público é bastante variado, atingindo famílias e jovens que são convidados por outros jovens integrantes do elenco. Nos últimos anos, as obras teatrais chegaram não somente aos colégios das capitais latino-americanas ou aos grandes encontros diocesanos de juventude, mas também a grandes teatros no coração de metrópoles como Montevidéu, inserindo-se assim no programa cultural das cidades, com uma mensagem cristã. Maxsuel, que lidera um grupo de outros 15 jovens artistas na capital uruguaia, explica que o objetivo é a cada ano montar um novo musical. “Para 2016, estamos trabalhando a montagem do musical ‘Lolek’, sobre a vida de São João Paulo II, de autoria de um missionário de nossa Comunidade. Temos a cada ano uma audição para receber novos atores para o elenco e acolher novos talentos. Não nos preocupamos com grandes números, pois sabemos que o desafio é grande diante da secularização aqui no país, mas cada talento que se soma é uma oportunidade de acompanhar mais um jovem para que use seu talento para Deus e para levar uma mensagem de Paz” – afirma o jovem missionário, coordenador do Setor das Artes no Uruguai. Para além do teatro, Bruna explica que a missão artística da Comunidade Shalom se desenvolve também fortemente no campo musical. “Temos em torno de 14 pessoas que compõem a Banda Shalom no Chile, levando com o canto, a dança e os instrumentos musicais, numa linguagem jovem, a mensagem do Evangelho, especialmente para a juventude – ressalta a missionária. Fazemos em média 3 concertos por
mês em missões paroquiais, escolas, encontros da juventude diocesana ou nacional, em Santiago, mas também fora da capital” – conclui. Luis Gonzales é um espectador assíduo dos musicais apresentados na capital chilena. Ele destaca que as produções da Comunidade Shalom possuem mais do que um caráter profissional. “A música, as cores, as danças, a atuação dos artistas envolvem o público cativando-o de maneira muito particular” – resume o jovem . “O espetáculo ‘Filho de Deus, menino meu’ me coloca dentro do tempo de Advento e Natal e me ajuda muito a preparar meu coração para receber Jesus, contemplando tudo o que Maria e José viveram em torno ao nascimento de Jesus” – afirma Luis. A arte é um meio poderoso para alcançar sobretudo aqueles que desconhecem a Deus e que não estariam dispostos a ouvir falar das coisas de Deus numa conversa normal. “Nossa missão como Setor de Artes, dentro da realidade que vivemos como missionários aqui em Montevidéu, é sensibilizar os corações. Temos visto como isso tem sido possível através do teatro, da dança e da música, pois estes meios revelam, na beleza que expressam, uma centelha do Criador e do próprio Cristo, que nos envia àqueles que perderam a fé ou que se sentem abandonados” – resume Maxsuel. “Na expressão da beleza da arte, nosso público é convidado a experimentar do amor eterno e da alegria verdadeira que não terminam ao fim do espetáculo” – conclui o jovem missionário.
por Rafael D'Aqui
Encontrar em Jesus a própria dignidade: a missão Shalom em Madagascar Compaixão, culinária, esporte e evangelização
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o extremo norte da ilha de Madagascar, a 24 horas de distância da capital (de carro), localiza-se a cidade portuária de Antsiranana, com cerca de 300.000 habitantes. É ali que desde agosto de 2007 cresce silenciosamente uma missão da Comunidade Shalom. Há oito anos, os missionários buscam dar uma resposta à Igreja necessitada de operários para a sua messe, quer no ‘primeiro anúncio’ do Evangelho, quer na nova evangelização neste contexto semi-urbano. Encravada em uma belíssima baía e cercada por um riquíssimo parque natural, paradoxalmente os desafios da localidade de Antsiranana não são poucos, entre os quais: prostituição, instabilidade política, má distribuição das riquezas e exploração desordenada dos bens naturais, epidemias como o HIV/AIDS, malária, abandono de crianças com algum tipo de deficiência, tráfico infantil e exploração feminina. Vanda Santos, 43 anos, originária de Salvador da Bahia, é a atual responsável da pequena comunidade de oito missionários do Shalom que vivem no bairro Scama, na periferia da cidade. Ela explica que a Comunidade instalou-se nesta localidade a convite de Dom Michel Malo, outrora arcebispo, com a tarefa de, através do seu carisma
evangelizador, animar e administrar um centro voltado para crianças e jovens, especialmente portadores de deficiência física. “Em modo profético, o Senhor Arcebispo intuía que a deficiência física era somente uma das tantas deficiências que precisavam ser cuidadas ali naquele lugar onde hoje trabalhamos. Há ainda tantas ‘chagas’ e mazelas na realidade local como a dependência de drogas, o abandono infantil, o desânimo causado pela miséria… situações que também precisavam da atenção e do trabalho da nossa Comunidade” – esclarece Vanda. Os oito missionários que lá vivem e trabalham atualmente são todos brasileiros. Só um dos oito já conhecia a língua francesa antes de desembarcar em Madagascar. “Naturalmente, a língua pode representar uma grande barreira, mas não nos deixamos vencer” – afirma a responsável local da Comunidade. Ela prossegue explicando que todos fazem um grande esforço para preparar-se linguisticamente, apesar do fato que isto inclui não somente empenharse para aprender o francês, língua do antigo país colonizador, mas sobretudo para poder comunicar-se com os mais pobres e menos escolarizados, precisa-se também da língua malgaxe. “Estou convencida de que a preparação linguística não pode ser o único elemento
que define a qualidade do missionário. É preciso, antes de mais nada, ter amor ao povo e querer ir ao povo” – afirma Vanda Santos. A pequena casa comunitária, que forma um só conjunto com o Centro de Evangelização (que possui algumas salas para formação), abriga, em espaços separados, rapazes e moças. Os pontos de encontro da ‘Casa Shalom’ são o refeitório e a capela. Esta última, aberta ao público, esconde o segredo do vigor missionário. Vanda relata que as manhãs da Comunidade são “regadas pela oração, porque é Jesus que nos dá a força e que nos impele a vencermos as nossas barreiras humanas e ir em direção ao povo, para falar do amor dEle”. Ela acrescenta que as tardes, noites e os fins de semana, porém, são cheios de atividades pastorais: “o principal apostolado de nossa missão até hoje tem sido o que chamamos de ‘Projeto José do Egito’, pelo qual atendemos cerca de 45 crianças todas as tardes, em nosso Centro de
Evangelização, oferecendo a estas alfabetização e formação catequética, humana e espiritual. Ao redor deste projeto, nasceram as nossas visitas missionárias diárias ‘porta-a-porta’ pelos bairros da vizinhança, atendendo especialmente a pedidos de oração pelos doentes e pelos familiares das crianças que participam de nossas atividades. Regularmente, visitamos também os enfermos nos 2 hospitais da cidade e ainda coordenamos e animamos um grupo de oração no presídio”. Tudo isso seria suficiente, mas o grupo de missionários não se dá por satisfeito. “Há alguns meses, vínhamos pensando em como chegar a mais pessoas para falar do amor de Jesus, aquelas que nem sempre vão à Igreja ou que muitas vezes se sentem até indignas de Deus” – explica Thamires Pacheco – uma das missionárias que vieram reforçar o time nos últimos meses. Ela conclui: “Foi aí que surgiu no meio de nós uma nova inspiração de Deus para o ano de 2015: promover um curso de culinária
e uma escolinha de vôlei e futebol”. Eugênia Costa, uma das integrantes da Comunidade que lá vive desde 2014, esclarece o objetivo do curso de culinária: “Aqui, devido sobretudo à pobreza, mas também à falta de instrução, a alimentação, em muitas famílias, é restrita somente ao arroz. Vimos, porém, que há outras fontes de nutrientes à disposição que são subutilizadas no preparo das refeições do dia-a-dia. Assim, pensamos em reunir as ‘mamães’ da região para dar um ‘upgrade’ no pão-nosso-de-cada-dia”. Vanda Santos informa que cerca de quarenta mulheres têm participado do curso nos últimos tempos, inclusive “mamães” muçulmanas, atraídas pela novidade. “Olho para elas – constata – e sinto que têm sede de algo a mais, de uma ‘vida em abundância’. Por isso, nossa tarefa é ter a coragem de propor o Evangelho a elas e o fazemos pensando sempre em rezar com elas para agradecer a Deus por Seus dons e Seu cuidado para conosco. Praticamente, toda semana buscamos testemunhar um pouco do amor de Deus de maneira nova e atrativa” – revela entusiasta. Os missionários contam que uma participante testemunhou durante o curso: “Se o Shalom não estivesse aqui, o que seria de nós? O que estaríamos nós fazendo agora? Muito obrigada, meu Deus, por nos amar de forma única, dando-nos essa oportunidade de aprender a preparar nossos alimentos com mais dignidade e entendimento da necessidade do alimento para o corpo, pois nossas almas precisam de um corpo para viver. Obrigada ao Shalom por tão bem manifestar para nós a presença de Deus, por Seu amor que mandou para nosso país missionários tão dedicados e desejosos de nos fazer conhecer e experimentar a misericórdia de Deus”. Mas não só de cozinha vive a missão de Madagascar. Gabriel Angelo,
missionário, fala da inspiração do vôlei e do futebol: “é, na verdade, algo muito simples, pois é uma maneira de chegar àqueles jovens que não vão à Igreja ou que não poderiam imaginar fazer esporte com um missionário. Aproveitamos os encontros fraternos também para propor um retiro espiritual adequado à idade e ao contexto de onde vêm. Para muitos tem sido um reacender da fé”. Com uma longa bagagem missionária e de trabalhos de promoção humana no Brasil, a responsável, Vanda, conclui: “Nesta terra eu reencontrei a alegria de ser missionária. É tudo muito desafiante, mas é aí que vejo a mão misericordiosa de Deus guiando a minha vida e conduzindo o seu povo”.
Por Rafael d'Aqui
Festival Halleluya mistura artes, juventude e felicidade que não passa! "A Festa que nunca acaba" é o slogan do evento que acontece há quase 20 anos no Brasil e atrai mais de um milhão de pessoas. Cerca de 70% do público é composto por jovens.
A
rtes, jovialidade, alegria, inovação, solidariedade, radicalidade. Estes e muitos outros componentes formam o Festival Halleluya. “A Festa que nunca acaba” é o slogan do maior Festival de Artes Integradas do Brasil e reflete as principais atrações do evento: música, dança, teatro e oração para atrair jovens a uma experiência com Jesus e levá-los a uma felicidade que não passa. O Festival supera um milhão de pessoas anualmente em Fortaleza, no Nordeste brasileiro, onde existe há 20 anos. O evento é realizado pela Comunidade Católica Shalom e acontece também em outras capitais do país, como Rio de Janeiro, São Luís e Natal. O Halleluya já foi realizado fora do Brasil, em Roma (Itália), Haifa e Nazaré (Israel), Montevideo (Uruguai) e Toulon (França). Na Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro, o evento foi parte integrante do Festival da Juventude e atraiu um público de dezenas de países. Neste ano, o Halleluya foi realizado na Praça Szczepanski, em Cracóvia (Polônia), durante a JMJ, com o objetivo de atrair jovens do mundo inteiro. O evento esteve dentro da programação oficial do Festival da Juventude da Jornada. O maior Festival de Artes Integradas do Brasil é uma grande arena que reúne povos, comunidades e culturas integradas por um mesmo ideal: ser feliz, viver uma felicidade que não passa! A maior parte do público do Halleluya (entre 70 e 80% dos participantes) é composta por jovens.
No entanto, há espaço para o público de várias idades. Segundo o fundador da Comunidade Shalom, Moysés Azevedo, são necessárias audácia e criatividade para evangelizar os jovens e chegar à alma das cidades. “A parresia do Halleluya a cada ano se reinventa, com uma nova e criativa linguagem, à luz do Espírito Santo, e é fruto de um povo que se une para evangelizar”, disse. A experiência de felicidade que o Halleluya traz não acaba depois dos cinco dias de programação. No fim de semana seguinte, é realizado o “Halleluya Quero Mais” nos Centros de Evangelização da Comunidade Shalom espalhados pela cidade-sede do evento. Trata-se de um “Seminário de Vida no Espírito Santo”, um retiro espiritual que proporciona às pessoas que tiveram uma primeira experiência com o amor de Deus durante o Festival, seguir o caminho da Paz. O Festival Halleluya acolhe, com suas diversas atrações, os mais variados perfis de públicos. Shows de rock, pop, samba, pagode, forró, axé. Ou seja, do clássico ao popular, as atrações agitam o palco principal com grandes nomes da música católica. Os demais espaços temáticos: Adventure, Kids, Misericórdia, Artes Integradas, Solidariedade, dentre outros, completam esse universo de Paz. O Festival Halleluya é também um evento marcado pela solidariedade. Há uma parceria com Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) para a coleta de sangue e cadastro de doação de medula óssea durante o Festival. A parceria também se repete em outras cidades onde existe o evento. Há ainda o incentivo à doação de alimentos não perecíveis. Metade dos alimentos coletados no Halleluya são distribuídos para cidades que sofrem com a seca. A outra parte fica com
os projetos de Promoção Humana da Comunidade Católica Shalom, que atendem moradores de rua, crianças em situação de risco e dependentes químicos.
Espaços temáticos atraem diversos públicos ao Halleluya A arena do Halleluya é a área destinada aos shows e aos espaços temáticos. Em Fortaleza, a área total chega a 80 mil m², aproximadamente, dos quais 60 mil m² são para os shows. O Festival conta com oito espaços temáticos, dentre os quais estão Misericórdia, Adventure, Kids, Quero Mais. O "Espaço da Misericórdia" é o coração do Festival Halleluya. Durante toda a noite acontecem cursos de formação e catequese, Sacramento da Confissão, Oração e Aconselhamento e Seminário de Vida no Espírito Santo. No Espaço também fica a Capela com adoração ininterrupta ao Santíssimo Sacramento durante as cinco noites do evento. A Arena Cultural é uma grande área que concentra espaços temáticos: Pátio Halleluya, Festival de Artes, Halleluya Adventure e Fazendo Barulho. Há ainda o “Halleluya Quero Mais”. Há ainda as praças de alimentação. Completando os espaços, há o Halleluya Kids e o Camarote Lounge. Para quem curte radicalidade, a pedida é o Halleluya Adventure, local que concentra apresentações e campeonatos de skate, patins e bike; em paralelo às atividades do Festival Halleluya. Este espaço encontra-se na Arena Cultural, ambiente criado especialmente para os jovens. Um espaço voltado para parceiros do Festival Halleluya, com stands e expositores, é o Pátio Halleluya, uma feira de negócios composta por empresas que apoiam o Festival e
ajudam na realização do evento. Lá o público pode conferir cursos, sorteios e informações gerais sobre as empresas participantes. No Espaço "Fazendo Barulho", a juventude participa de debates sobre temas da atualidade. Localizado também na Arena Cultural, este espaço tem como foco principal ouvir e interagir com jovens de todas as classes sociais e idades. O espaço leva o nome do programa da Comunidade Católica Shalom que é transmitido pela Rede Vida de televisão. O evento conta ainda com o Festival de Artes, reunindo mostras competitivas de dança, música e teatro. O Halleluya é gratuito, mas conta com um Camarote Lounge para aqueles que desejam ter uma vista privilegiada do palco. Há ainda o Cine Halleluya com grandes filmes católicos e de arte. A Praça "Quero Mais" é um ponto de encontro e interatividade dentro do Halleluya, que conta com música ao vivo e praças de alimentação. Toda a interatividade da ‘Praça Quero Mais’ tem como objetivo fazer com que os jovens possam conhecer o amor de Deus através da música, do Cine Halleluya, do ‘Ônibus Balada’, e, de forma especial, convidá-los para o Seminário de Vida ‘Halleluya Quero Mais’ que acontece na semana sucessiva ao evento. No Halleluya Kids, os pequeninos podem vivenciar jogos, contação de estórias, apresentações teatrais
e atividades pedagógicas durante toda a programação do evento. Tudo é desenvolvido e acompanhado por monitores, a fim de garantir a tranquilidade dos pais enquanto participam das atividades na arena de shows da Cidade da Paz. Destaque vai para o momentoápice de cada um dos dias do evento: a Adoração ao Santíssimo Sacramento a partir do palco principal do Halleluya. Enquanto a multidão reunida na arena principal espera pelos principais shows musicais da noite, um missionário da Comunidade, fazendo um breve anúncio da Palavra de Deus, introduz as pessoas em um momento de oração. O Santíssimo Sacramento, saindo do ‘Espaço da Misericórdia’, percorre a vasta arena, passando muito perto das pessoas, entre cantos de adoração, até chegar ao altar montado sobre o palco. Este é um forte momento de encontro dos jovens com Jesus Cristo, sobre o qual tantos testemunham. Em um determinado momento, uma grande atmosfera de silêncio e oração se estabelece: centenas de milhares de pessoas em adoração, diante de Jesus na Eucaristia. Por Teresa Fernandes
‘Sentar-se à mesa’ da vida comunitária e missionária da Comunidade Shalom. (CONGRESSO INTERNACIONAL DE JOVENS SHALOM, EVRY, FRANÇA, NOVEMBRO DE 2015).
UM PEDAÇO DO CÉU A Comunidade Shalom no coração do mundo. A irradiação da missão.
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m novembro de 2015, realizamos na cidade de Evry, na França, um evento internacional para os jovens da Obra Shalom presentes no continente europeu (contando também com a presença de jovens da Tunísia, de Madagascar, da Terra Santa, do Canadá e do Brasil). Exatamente uma semana depois dos tristes atentados terroristas à cidade de Paris, em 13 de novembro de 2015, 400 jovens da Obra Shalom vindos de cerca de 15 países chegaram à França como “jovens pela paz”. Em um lugar que naquele momento sentia a dor do terror e do ódio, pudemos ver os nossos jovens, como em Pentecostes, tendo juntos a experiência da Paz e de um novo envio missionário, frutos de uma forte efusão do Espírito Santo. Ali não havia mais barreiras de língua ou de cultura, havia apenas “Shalom”, Reconciliação, Comunhão! O ‘diferente’ não era uma ameaça, mas uma oportunidade de unidade! Não havia muros, havia pontes entre as nações, porque havia verdadeiras ‘pontes espirituais’ entre aqueles jovens. Aquela foi uma verdadeira experiência do Céu! Um pedaço do Céu! Jovens vindos de diferentes partes do mundo, rezando juntos, sorrindo juntos, divertindo-se juntos, cantando e louvando a Deus juntos… um pedaço do Céu! Na mesma ocasião, preparamos um espaço chamado ‘Youth Fest’, no
segundo andar da Catedral de Evry, onde acontecia o evento. Neste espaço, havia uma ‘Lanchonete Shalom’ e um pequeno palco. No Youth Fest, os jovens dos diversos países ali representados puderam trazer um pouco da sua cultura para partilhar com os demais. O ambiente tinha se tornado uma “grande mesa” sobre a qual se partilhava da própria cultura, dos próprios valores e experiências. Havia um pouco de tudo… os italianos recitavam textos de Dante Alighieri, os espanhóis dançavam suas coreografias típicas, os holandeses faziam uma peça teatral natalina, os poloneses ensinavam danças enquanto faziam propaganda da JMJ de Cracóvia, os jovens árabes nos ensinavam a falar algumas frases em sua própria língua, os franceses, anfitriões da festa, davam o toque gastronômico predominante da lanchonete, na qual eram vendidos quiches e gateaux nos intervalos do evento. A animação estava por conta de jovens da Hungria e do Brasil, que na maior parte do tempo falavam… inglês! Que mistério! Que mesa farta! Um pedaço do Céu!
Este evento, acontecido recentemente, foi para nós uma pequena imagem daquilo que Deus está construindo no nosso meio: comunhão e missão. Segundo a definição de seus Estatutos, a Comunidade Católica Shalom tem por missão contribuir para renovar a ação evangelizadora da Igreja, com novo ardor, novos métodos e novas expressões, procurando, para este fim, transformar as atividades seculares em meios de evangelização e santificação do mundo. Desejosa de cumprir sua missão de levar muitos homens e mulheres deste tempo a um encontro pessoal com
Jesus Cristo, a Comunidade Shalom, impulsionada pela ação do Espírito Santo e confirmada pela Igreja, avança para encontrar e tocar corações, especialmente de jovens, onde estes estiverem. Com criatividade e parresia (palavra grega que designa, no Novo Testamento, a franqueza e audácia dos discípulos de Cristo na missão de anunciar o Evangelho), queremos estar sempre mais disponíveis a ser enviados a novos espaços, novas terras e novos povos para levar ao mundo inteiro, com alegria, o amor misericordioso de Deus. Até o fim do ano de 2016 a Comunidade Católica Shalom terá chegado a aproximadamente 170 dioceses em 27 países do mundo, na América, na Europa, na África e na Ásia. A Comunidade Shalom teve seu início no Brasil, um país que recebeu tanto de missionários vindos da Europa e de outras partes do mundo. Diante da urgência da missão e da evangelização do mundo, fomos sempre nos sentindo impulsionados e movidos pelas palavras de Jesus: “De graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10,8) Assim, os primeiros missionários da Comunidade Shalom, a partir do Brasil, começaram a ofertar suas vidas em vista da missão. Com o passar dos anos, vimos que a Providência Divina e a voz da Igreja foram nos abrindo e impulsionando a uma difusão missionária que ultrapassava as fronteiras brasileiras, fazendo-nos chegar a várias partes do mundo. Em tantas nações, muitos jovens, famílias, homens e mulheres, começaram a identificar-se com o Carisma, a vida, a espiritualidade e a missão da Comunidade Shalom, e os senhores bispos foram confirmando e encorajando a presença e a ação de nossa Comunidade em suas dioceses. Neste movimento de missão, nossa
família Shalom foi adquirindo cada vez mais o “rosto da humanidade”, trazendo para a “refeição comum” da nossa vida comunitária e missionária pessoas de diversas culturas e nacionalidades. Hoje, por graça de Deus, na Obra Shalom não somos apenas brasileiros, mas também italianos, franceses, uruguaios, chilenos, húngaros, cabo-verdianos, guineenses, poloneses, peruanos, canadenses, árabes, equatorianos, espanhóis, portugueses, argentinos, malgaxes, chineses, colombianos, bolivianos, alemães, suíços, paraguaios, congoleses, guianenses, norte-americanos, holandeses… e esta família vai crescendo, fazendo com que o rosto de nossa Comunidade missionária vá sempre mais coincidindo com o “rosto universal” da Igreja. O Senhor suscita dons e Carismas próprios para este tempo na vida da Igreja e do mundo, em vista de gerar um novo movimento missionário, para uma Nova Evangelização. A Comunidade Shalom faz parte deste novo florescimento do anúncio do Evangelho aos homens e mulheres do terceiro milênio. Queremos, pela graça própria deste Carisma que Deus nos confiou, vivido na Contemplação, na Unidade e na Evangelização, estar a serviço da Igreja no mundo inteiro, disponíveis para a missão.
Por Pe. Cristiano Pinheiro
Eis um quadro geral da presença da Comunidade Shalom no mundo:
NO MUNDO
INGLATERRA
canadÁ
PORTUGAL HOLANDA SUIçA
EstADOS UNIDOS
FRANÇA
polÔnia
ALEMANHA
itÁlia
HUNGRIA
TUNíSIA
GUIANA FRANCESA EQUADOR
PERÚ
brasil
bolivia
cHile
ISRAEL
ARGÉLIA
asia
caBo verde
MOÇAMBIQUE madagascar
paraguaI
uruguaI
Se você se interessa em conhecer melhor a vida e a missão da Comunidade Shalom no mundo, contate-nos através do e-mail: office@comshalom.org Você pode se tornar um benfeitor para contribuir com a ação dos missionários da Comunidade Shalom em todo o mundo. Envie sua doação para: COMUNITA' CATTOLICA SHALOM IBAN: IT40W0335901600100000008887 BIC: BCITITMX Conta Corrente: 100000008887 Banco: Banca Prossima FILIALE DI MILANO 20121 - PIAZZA PAOLO FERRARI 10 - MILANO
pE. cRISTIANO pINHEIRO Assistente Internacional da Comunidade Católica Shalom international@comshalom.org Até os confins da Terra!
A
Comunidade Católica Shalom é reconhecida pela Santa Sé como uma Associação Internacional Privada de Fiéis, cuja missão é contribuir para renovar a ação evangelizadora da Igreja com novo ardor, novos métodos e novas expressões.
Somos uma família, da qual fazem parte homens e mulheres dos diferentes estados e formas de vida presentes na Igreja: sacerdotes, famílias missionárias, celibatários pelo Reino dos Céus e pessoas em um caminho de discernimento de sua vocação específica. Na diversidade destes dons, vivemos uma mesma vida comunitária, na qual fazemos uma forte experiência de comunhão com Deus e de unidade com os irmãos, encontrando aí a força para levar a Paz ao mundo.
Escritório Internacional Shalom Via Dipignano, 67. 00173. Roma-IT. www.comshalom.org comshalom