Slow fashion manual de moda

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SLOW FASHION MANUAL DE MODA DEFINITIVO PARA O CONSUMO CONSCIENTE


Título original:

MANUAL DE MODA DEFINITIVO PARA O CONSUMO CONSCIENTE Esta obra foi originalmente publicada em 2016 por Editora Senac São Paulo, Brasil Copyright © 2016 Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo, ou em parte, constitui de direito autorais. (Lei 9.610/98) Grafia atualizada respeitando o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa Impresso no Brasil. Preparação: Francyele de Lima Revisão: Francyele de Lima Projeto Gráfico: Francyele de Lima Capa: Francyele de Lima

CIP - Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Lima, Francyele Manual de moda definitivo para o consumo consciente / Francyele Lima 1. ed. - São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2016 ISBN: 111-11-111-1111-1 1. Design de Moda I. Lima II. Título

2. Design Sustentável

3. Slow Fashion

11-11111 CDD: 1111 CDU: 1111


Para mamãe e família, amigos e professores, porque vocês nunca deixaram de acreditam em mim.


SIMPLICITY IS THE ULTIMATE SOPHISTICATION - Leonardo Da Vinci


Bem-vindos! Este trabalho tem como tema a relação entre o Design e a Moda, de que maneira ambos estão interligados e podem utilizar um ao outro para comunicar conceitos, movimentos e ideais. Nas últimas décadas a moda deixa de ser apenas parte de um universo de luxo e se torna parte do cotidiano das pessoas. Hoje, a moda, cada vez mais, representa o que há de mais novo e atual globalmente no mercado. Como por exemplo, a presença das fast fashions. Assim, observa-se que essa rapidez em comercialização levou à um quadro onde é necessário o uso extremo dos recursos naturais e de mão-de-obra barata ou até mesmo ilegal. Em contrapartida, na Europa, surge o slow fashion, um movimento internacional que possui princípios contrários à fast fashion. A moda é uma das áreas que mais possui influência no cotidiano das pessoas, que, aliada corretamente ao design e demais áreas da comunicação, o alcance ao público é amplo. A partir deste conceito, buscou-se neste projeto, concretizar os ideais do slow fashion, através da junção da moda e do design gráfico, que você, leitor, irá ver nas próximas páginas.

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SUMÁRIO


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APRESENTAÇÃO

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MODA

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FAST FASHION

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SLOW FASHION

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ELEMENTAL

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ESSENTIAL COLLECTION

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GUIA DE MARCAS



MODA

Fonte: Pinterest

ORIGEM SIGNIFICADO HISTÓRIA


UMA BREVE HISTÓRIA DA MODA. A moda não está presente em todas as civilizações e em todas as épocas. Para que a moda se tornasse o que ela é hoje, deve-se entender todo o seu processo e evolução até aqui. Segundo Svendsen “a moda não é universal” e, de fato, ela apenas é considerada como um sistema, um fenômeno, a partir do final da Idade Média, época do Renascimento europeu, possivelmente por questões ligadas à expansão do capitalismo mercantil. Durante a Antiguidade e até o século XIV, pouco se nota de mudança no vestuário da sociedade europeia. A moda, até então, não se tratava de uma questão individualista e de autonomia estética. Para Lipovetsky a moda no ocidente pode ser traduzida como uma continuidade, uma repetição de modelos impostos e herdados de gerações passadas. Ainda segundo Lipovetsky “um primeiro momento se impôs durante cinco séculos, da metade do século XIV à metade do século XIX: é a fase inaugural da moda [...]”. Nas sociedades greco-romanas, perduravam séculos e com pouca diferenciação entre os sexos, no final do período medieval, as

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Fonte: Pinterest

MAS AFINAL ... O QUE É MODA?

mudanças econômicas impulsionaram o desenvolvimento de características particulares e individuais. Nas ideias de Treptow, “a moda surge no momento histórico em que o homem passa a valorizar-se pela diferenciação dos demais através da aparência, o que podemos traduzir em individualização. ” Durante os anos da Idade Média, economia e moda acabam influenciando uma à outra. Segundo Braga, devido as novas condições financeiras que a Revolução Industrial trouxe, juntamente com a invenção e uso da máquina de costura, houve uma aproximação de vestuário por partes das diferentes classes. Com isso,

No século XV, a palavra Mode começou a ser utilizada em francês (significando basicamente “modo”), tendo se desenvolvido a partir da palavra latina Modus que fazia referência à medida agrária, e mais tarde passou a significar também “maneira de se conduzir”. Portanto, este sentido de “ao modo”, “à maneira”, passou a designar os gostos, as preferências, como também a maneira como as pessoas se vestiam, suas escolhas estéticas, suas opiniões e gostos do momento... POLLINI, D. Breve História da Moda. São Paulo, Ed. Claridade, 2007.

artistas e os criadores de moda podiam, mais livremente, explorar gostos e novas possibilidades, assim, surgia a alta costura da moda feminina. Na metade do século XX, a moda passa por mais transformações, que, para Lipovetsky, pode-se considerar uma nova fase da história da moda. Após a Segunda Guerra Mundial, segundo Lipovetsky, o desejo pela moda se expandiu grandemente, no que diz respeito a todas as classes da sociedade. No século XXI a moda torna-se mais imediata e continua mudando,com uma rapidez de consumo, status e poder de compra, acarreta em quadros socioambientais sem precedentes.


Fonte: Pinterest

1940

Fonte: Pinterest

1920

Fonte: Pinterest

1900

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

1950

1930

1910


Fonte: Pinterest

2000

Fonte: Pinterest

1980

Fonte: Pinterest

1960

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

2010

1990

1970



FAST FASHION Fonte: Hedonist

MODA DESCARTÁVEL CONSUMISMO CONSEQUÊNCIAS


O LADO QUE NINGUÉM VÊ DA MODA A partir dos anos 80, com a descentralização de produção e negociações, juntamente com o capitalismo, a indústria da moda cria um novo padrão de consumo: baixo custo de produção, rápido escoamento da distribuição e preços atrativos. Isso ocorre anualmente, e “...cerca de 80 bilhões de roupas são vendidas em todo mundo”. Como exemplo desse tripé do mundo da moda, temos a rede espanhola Zara, umas das empresas precursoras do que se chama fast fashion. Com um sistema de logística para eliminar estoques, renovação de vitrine a cada semana, a empresa trabalha com o que há de mais atual e novo no mundo da moda, trazendo às suas lojas, modelos similares aos que se vê nas passarelas da Alta Costura e do Prêt-à-porter. Em 1990, segundo Mendes e De La Haye, um vestido de Alta Costura custava “tanto quanto um carro esporte e um conjunto de alfaiataria tanto quanto um vôo transatlântico”. Ainda segundo as autoras “ Em 1999, a alta moda continuou a ser uma das formas mais imediatas de produção cultural, incorporando e refletindo desenvolvimentos socioeconômicos e tecnológicos”. A internet facilita, cada vez mais, as

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Fonte: Fashionista

“Fast Fashion não é de graça. Alguém, em algum lugar está pagando por ela.”

Fonte: Huffington Post

Lucy Siegle


comunicações, surgem desenvolvimentos têxteis revolucionários, novas fibras e novas tecnologias. Hoje, a realidade é ainda mais rápida. O que até algum tempo atrás demorava para chegar nas lojas e nas mãos dos consumidores, com a internet e redes sociais, esse contato se torna praticamente instantâneo. Segundo Lee, em seu livro, Eco Chic, “uma pesquisa da Churchill Home Insurance descobriu que, em média, as mulheres compram anualmente 14 peças de roupa que jamais usarão”. Mais estudos chegam a comprovar este mesmo fato de consumo desenfreado e o impacto que a moda tem não apenas no mundo, mas também em nós mesmos, as pessoas que compram e utilizam a moda. As lojas de fast fashion oferecem os produtos com um ciclo de vida curto impulsionando ainda mais esse consumo. É um mercado de massa, com produção e venda de roupas extremamente baratas. Um exemplo desta realidade acontecera em 2005. Segundo Lee, aparecera nos cabides da rede de supermercados inglês Tesco, um jeans que custava apenas 3£ (aproximadamente R$ 12,75, atualmente) Eram vendidas cerca de 50 mil unidades por semana. Nos últimos anos, a moda rápida é predominante nas notícias do universo da moda, mas os impactos causados pelo sistema fast fashion, segundo Fletcher e Grose “quase nunca são abordados de forma abrangente e produnda. ” Um dos exemplos, proveniente do lado nada glamoroso da moda, está no grande uso de 18

trabalhos de países subdesenvolvidos orientais, como Bangladesh, segundo país responsável pela maior exportação de vestuário do mundo, com US$ 28 bilhões em transações. O desastre em Bangladesh, no ano de 2013, quando mais de mil pessoas morreram, devido ao desabamento de uma das fábricas que produzia as peças para as grandes lojas de fast fashion, como a GAP, serviu como um início para se fazer moda pensando no bem. Por isso, as precursoras do movimento Fashion Revolution, Carry Somers e Orsola de Castro, designers de moda britânicas, levaram o consumidor a se perguntar: “Quem fez as minhas roupas? ”. No Brasil, a situação é um tanto diferente do que vemos no exterior. De acordo com a Associação Brasileira da

O grande uso de produtos químicos e pesticidas nas plantações de algodão, acarretam em graves doenças para o ambiente e para os humanos.


Fonte: The Ture Cost

Fonte:

Portugal Textiles

Desastre em fábrica de fast fashion, em Rana Plaza, em Bangladesh. Mais de mil pessoas morreram.

Indústria Têxtil (Abit), boa parte do vestuário consumido é produzido dentro do próprio território nacional. Mas o problema não é apenas em relação ao produto final. O Brasil é um dos cinco maiores produtores de algodão do mundo, e é um dos que mais utiliza agrotóxicos para o combate de pragas. Assim, além dos problemas de saúde ocasionados pelo contato com os agrotóxicos, os trabalhadores rurais são expostos a longas horas de trabalho. Sob o pensamento que o público quer sempre mais, a indústria da moda continua produzindo mais, mantendo o nível de desejo necessário, para que assim, o consumo possa sustentar a indústria. Vivemos em uma era em que, segundo Fletcher e Grose (2010, p. 138) “20% da população mundial consome 80% dos recursos naturais da Terra. ”



Fonte: Street Fashion Budapest

SLOW FASHION NOVO MOVIMENTO REMANDO CONTRA MARÉ MODA CONSCIENTE


COMPRE MENOS ESCOLHA BEM FAÇA DURAR. Vivienne Westwood

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No século XX, com a alta costura e o prêt-à-porter, segundo Fabri e Rodrigues, o negócio da moda evoluiu para produções de massa, que representa um método de produção com preços mais baixos. Neste consumo em massa, as marcas buscaram inspirações no prêt-à-porter e acabaram produzindo para serem economicamente mais acessíveis. Anteriormente ao novo século, segundo os autores, cada área era responsável por seu nível no desenvolvimento da produção das peças, ou seja, desde o desenvolvimento das fibras de tecido até o consumidor final, as etapas eram de responsabilidade de cada nível. Em meados dos anos 1980, essa realidade mudou e surgiu uma forma de integração vertical: “modelo em que as empresas unem a produção de tecidos à fabricação dos produtos de vestuário, ou fabricação e venda no varejo”. Essa integração leva-nos à uma rapidez na produção e venda dos produtos, aumentando o número de coleções e a quantidade de troca das peças, sazonalmente. Essa técnica de fabricação de resposta rápida ou QR (quick response) trata-se uma estratégia de negócios que busca reduzir o tempo de espera e rapidez na produção, ou seja, a fast fashion. Nos últimos anos, uma nova transformação ocorreu. Segundo o documentário The True Cost (2015), na década de 1960 a maior parte de roupas vendidas nos EUA eram fabricadas no próprio país. Hoje essa realidade é diferente, entre os cinco maiores exportadores de


vestuário, quatro estão no Sudeste Asiático, como por exemplo a China, Bangladesh, Vietnã e Camboja. O que antes era uma produção local, passa a ser uma produção global, buscando assim, menores custos na produção devido à mão de obra barata, avanços tecnológicos, rapidez da internet, entre outros aspectos, “favorecendo a cultura da cópia e a imitação barata de um produto visto nos desfiles de prêt-à-porter”. Com a rapidez que a indústria da moda propiciou nos últimos anos, “[...] as peças são compradas em quantidade e logo descartadas, já que são percebidas como de pouco valor”. Os problemas ocasionados pelo modelo de fast fashion estão muito mais enraizados. Com isso,

o slow fashion surge como uma proposta para buscar um futuro melhor e mais limpo. Sob o contexto do crescimento exacerbado, surge um movimento forte, o Slow Food, fundado por Carlo Petrini na Itália, em 1986, que vinculava o prazer da comida, preservar os costumes e tradições, culinárias e/ou agrícolas; opõe-se à padronização, tem como seu objetivo ter uma ligação entre o produtor e o consumidor. Deste movimento, surge a moda lenta, em outras palavras, nasce o slow fashion. Segundo Fletcher e Grose, “ ‘Lento’ [...] representa uma visão de mundo diferente, que especifica um conjunto distinto de atividades de moda para promover o prazer da variedade, a multipli-

Os 5 princípios básicos para um guarda-roupa completo: 1. Qualidade: peças que durem várias estações e não descartáveis; 2. Variedade: conseguir misturar as peças chave e os elementos base; 3. Forma e função: roupas que possuem caráter prático e também bonito; 4. Versatilidade: peças que servem para diferentes ocasiões e estações; 5. Personalidade: peças para serem o reflexo de quem você é e seu estilo.

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Fonte: Fashion Revolution

Fonte: Museum Lifestyle


MENTALIDADE RÁPIDA

MENTALIDADE LENTA

PRODUÇÃO EM MASSA

DIVERSIDADE

GLOBALIZAÇÃO

GLOBAL-LOCAL

IMAGEM

AUTOCONSCIÊNCIA

NOVO

CONFIANÇA MÚTUA

DEPENDÊNCIA

CONFECÇÃO E MANUTENÇÃO

NÃO CIENTE DOS IMPACTOS

CIENTE DOS IMPACTOS

CUSTO BASEADO EM MÃO DE OBRA E MATERIAIS

PREÇO REAL, INCORPORANDO CUSTOS SOCIAIS E ECOLÓGICOS

GRANDE ESCALA

PEQUENA E MÉDIA ESCALA

cidade e a importância cultural da moda dentro dos limites biofísicos. ” A moda lenta requer uma infraestrutura modificada e uma produção reduzida de produtos. [...] moda lenta não trata de ‘mandar uma cadeia de lojas melhorar os preços’ ou ‘estipular coleções anuais’. Representa uma flagrante ruptura com as ´práticas atuais do setor e com os valores e objetivos da moda rápida (baseada no crescimento). Na indústria da moda, as roupas com preços baixos, que são conquistados por tecidos ruins, mão de obra barata, volume e quantidade, levam, segundo Fletcher e Grose, a uma mudança nos hábitos de compra e uso dos produtos. “[...] a confecção da peça não sobrevive à lavagem, encorajando a compra de uma nova. Desejos ilimitados, amparados por tendências que mudam rapidamente, são

“Roupas não mudarão o mundo. As mulheres que as usam sim. ”

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Anne Klein

Um típico par de jeans consume em torno de 919 galões de água durante seu ciclo de vida.

80 bilhões de itens de roupa saem das fábricas anualmente


95% da roupa descartada pode ser reutilizada ou reaproveitada

Consumo de roupa produz 1.5 ton. de CO², equivalente a 6000 carros sendo dirigidos.

São €30 bilhões de roupa descartada no Reino Unido

Fonte: Fashion Revolution

2720 litros de água são necessários para fazer uma camiseta, o mesmo que bebemos em 3 anos.

Fonte: Live Fashionable

atendidos com produção ilimitada”. Sobre as diferenças entre os sistemas rápido e lente, as autoras mostram as diferenças no quadro ao lado. Segundo a revista Galileu (mar. 2016), além dos consumidores, os próprios produtores de moda começam a repensar a fast fashion, surgindo projetos que priorizam produções locais, matéria-prima sustentável, e melhores condições de trabalho, sem exploração e trabalho escravo. À exemplo disso, encontram-se empresas que investem em produtos sustentáveis e que se preocupam com o bem-estar dos trabalhadores: People Tree (japonesa), Svetlana (brasileira - carioca), Meus 3 Pontos (brasileira), Insecta (brasileira), Vert (francesa). Uma lista com mais marcas e lojas que propõem o Slow Fashion e similares, encontra-se na página 48 deste manual.


Durante a durante a 23ª edição do São Paulo Fashion Week a vice-presidente executiva do grupo WGSN, Letícia Abraham, divulgou as quatro macrotendências do Outono e Inverno de 2016 e 2017, entre elas, a tendência que aqui estudaremos é o Elemental. Segundo o site Phihunting (2016) esta macrotendência deriva, portanto, do cansaço devido ao excesso de informação que recebemos diariamente das mais diversas mídias.

É neste movimento que encontramos uma alternativa para entender e valorizar detalhes, que tem como características a introspecção do indivíduo; é suavidade, mas com um toque de rigidez, é transparente e translúcido, é uma conexão entre homem e natureza. Características que, segundo estudos, tende a continuar, pois a busca por se desconectar e valorizar mais as relações humanas e ambientais permanece para os próximos anos.

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Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest - Wgsn

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest

Fonte: Pinterest - Wgsn


ESSENTIAL COLLECTION

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SOBRE A COLEÇÃO

A ESSENTIAL COLLECTION é um manifesto contra o consumo desenfreado. Aqui não importa qual seu estilo de se vestir ou qual seu tipo de corpo, desenvolvemos uma coleção com peças chaves para ser a base de montagem para qualquer look. Para que isso fosse possível, utilizamos de cores neutras como o preto, branco, cinza, bege e azul escuro, para que isso traduzisse as tendências de comportamento social para os próximos anos e também, para que o número de possibilidades das combinações destas peças - e das suas - fossem extremamente amplas. Portanto, olhe e imagine cada uma das seguintes peças juntas e individualmente. Elas são as chaves que funcionam para abrir a porta da criatividade para fugir do consumismo. Com as peças atemporais, neutras e de longa vida útil, não necessitamos de consumir excessivamente.

Fotografia: Maicon Douglas Wingeter Garcez Edição: Felipe Eduardo Camargo Modelos: Letícia Camargo, Francyele Lima 32



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COLLECTION

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GUIA DE MARCAS slow fashion / eco-friendly / vegan / sustentável

ROUPAS

Acolá ADA Armário Orgânico Aurora Básico.com Bossa Social Boutique São Paulo Ceu Handmade Coletivo de Dois Comas Cotton Project Crua Doisélles Dre Magalhães Ecoclub Rio Emi Beachwear Flavia Aranha Gabriela Basso Gioconda Clothing Heloisa Faria HEVP Iglou Kids Jouer Couture Karmen King55 Lina Atelier Lina Dellic Loft 747 Made In Jota Maria Nuvem MNML (Minimal) My Fots Nicole Bustamente Oh Studio Lingerie Ominimo Panno Clothing Regina Misk 48

Reptilia Resgate Fashion Santa Expedita Síntese Strong Enough Sueka Svetlana Terra da Garoa Tiê Think Blue Ttrappo Tricoma Verkko Yes I Am

SAPATOS

Cabana Insecta Shoes Nuu Young Folk Riva Vitalina

ACESSÓRIOS Amaratá Anas A Passeio Be More Dog Catarina Mina Crua Design Dora Escudero

Evna Juli Buli Lepreri Maria Tangerina Matulão Misnella Odyssee PP Acessários Somos55 Trópicca Zerezes

INTERNACIONAIS Alternative Aparel ASOS Africa Brook There Blue Canoe Cuyanna Eileen Fisher Everlane Huit Kowtow Monsoon Nau New Balance Osborn Shoes Outdoor Voices Patagonia People Tree Stella McCartney Svilu Synergy Under the Canopy United by Blue Yooxygen Zady


Fonte: Crua Design

Fonte: Insecta Shoes

Fonte: Ada


GLOSSÁRIO SLOW FASHION O termo Slow Fashion refere-se a múltiplas abordagens para comprar ou possuir roupas e moda, tais como: rejeitar a indústria de Moda Rápida (roupas produzidas em massa), comprar o Comércio Justo e produtos feitos localmente, comprar roupas de segunda mão ou vintage, escolher roupas eticamente com tecidos sustentáveis, escolhendo roupas que vão durar mais tempo e são de maior qualidade, moda DIY e comprar menos roupas para diminuir a taxa de consumo de moda. FAST FASHION Fast Fashion é uma descrição das abordagens de rua mais modernas para a moda. Ele descreve a velocidade de transferência de tendências o mais rápido possível das passarelas para as lojas. A velocidade de mudanças das tendências leva à necessidade de produzir lotes

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de peças de vestuário de forma rápida e barata. Ela inevitavelmente leva a uma produção em massa de roupas e uma atitude de desperdício para o consumo de moda, com itens que são negligenciados logo que novos entram para a loja. A indústria Fast Fashion tem sido conectada ao uso de fábricas com más condições de trabalho para os trabalhadores e escolher tecidos baratos e não-sustentáveis que podem causar danos ao meio ambiente. A qualidade das peças de vestuário é reduzida à medida que os varejistas competem com preços mais baixos para atrair os consumidores tradicionais. MODA SUSTENTÁVEL A moda sustentável, também conhecida como moda ecológica ou ética, faz parte da tendência crescente de sustentabilidade e design sustentável. É um processo no qual considerações para impactos éticos


e ambientais são feitas a fim de reduzir o potencial impacto sobre o planeta e outros seres humanos, de criar e fabricar um produto. O objetivo da moda sustentável é fazer parte de um sistema que pode ser apoiado indefinidamente em termos de ambientalismo e responsabilidade social. A moda sustentável visa produzir roupas usando tecidos que são produzidos de forma sustentável, produzidos dentro de um processo ético e durarão graças a uma qualidade superior. Considera-se que todo o ciclo de uma peça de vestuário, do seu desenho a usos potenciais e vida útil, satisfaz uma abordagem sustentável para que seja classificado como moda sustentável. CONSUMIDOR CONSCIENTE Um consumidor consciente é alguém que está ciente dos efeitos negativos da compra de itens que não são produzidos de forma sustentável ou ética. Por esta razão, eles optam por comprar itens

que aderem a certas diretrizes de sustentabilidade e evitar contribuir para a produção em massa e processos de fabricação de desperdício ou nocivos. FAIR TRADE / COMÉRCIO JUSTO O Comércio Justo é um movimento social organizado, iniciado com a intenção de unificar e moderar a produção sustentável e ética. Seu principal objetivo é ajudar os países em desenvolvimento a alcançar melhores condições comerciais e adotar processos sustentáveis. Comércio Justo relaciona-se principalmente com commodities e suas exportações para outros países para negociação. Estes são tipicamente produzidos em países em desenvolvimento como África, Brasil e Índia e enviados para consumo nos mercados domésticos. As mercadorias podem ser alimentos ou tecidos de base, tais como, café, chá, açúcar, algodão e metais preciosos. Em referên-


cia à moda, para uma peça de vestuário ou um tecido para ser Fairtrade Certified, deve atender a determinados critérios em sua produção e custos de negociação. A produção do tecido deve envolver um salário justo para os trabalhadores, ser colhido e produzido de forma sustentável e ser dado um preço justo de negociação. Isto faz com que muitos produtos de Comércio Justo tenham um preço ligeiramente mais elevado, mas o custo extra volta a apoiar os trabalhadores e os países de origem.

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ca que sua origem tenha sido de uma forma sustentável ou orgânica. No entanto, reutilizar esse material novamente é considerado mais respeitador do ambiente do que fabricá-lo novamente para a mesma finalidade.

ENVIRONMENTALLY FRIENDLY O termo “ambientalmente amigável” refere-se a bens e serviços que infligem pouco ou nenhum dano aos ecossistemas ou ao ambiente.

PRODUÇÃO EM BAIXA ESCALA Ao reduzir a quantidade de peças de vestuário produzidas em cada linha, o retalhista está a garantir que as peças de vestuário produzidas são usadas e não descartadas ou desperdiçadas. O objetivo da produção em pequena escala é atender a demanda e não desperdiçar recursos com a produção em massa. Ele também garante as roupas são únicas para o usuário e não será visto repetidamente sobre outras pessoas.

RECICLADO Ser reciclado significa que um material foi reutilizado para outra finalidade. Isso não signifi-

ORGÂNICO Refere-se a qualquer produto produzido a partir de uma forma orgânica que não permite


o uso de pesticidas, herbicidas ou sementes geneticamente modificadas. UP CYCLING Outra forma de reciclagem, no entanto up-cycling, está envolvido na reutilização de um material que é sem propósito ou resíduos e podendo re-utilizá-lo para um material de maior qualidade e melhor valor ambiental. Por exemplo, usando resíduos plásticos para criar um tecido para ser usado para móveis de vestuário. TRANSACIONAL Moda e roupas que se encaixam um apelo atemporal e estilo. Eles não seguem as tendências, mas são transcendentes das estações. Estas são as peças de vestuário que durar mais tempo e poupar dinheiro para os clientes devido ao design clássico e estilo atraente.

Adaptado de: Eco Dictionary - Dicionário Eco. COSSAC UK

Disponível em: http://www.cossac. co.uk/pages/eco-dictionary


Agradecimentos O slow fashion e seu sistema de produção pensam na qualidade do produto e no preço justo. Ao consumir a moda lenta, o usuário sabe e entende de onde veio suas peças. Com roupas feitas de tecidos que tem características de prolongar a vida útil do vestuário, vamos de encontro com as roupas descartáveis que encontramos nas araras das lojas fast fashion, sempre cheias de produtos que milhares de pessoas, ganharam apenas centavos por longas horas de trabalho, em países subdesenvolvidos asiáticos. Esse lado obscuro da moda não aparece com frequência nos noticiários e também não encontramos nas revistas, publicidade e propaganda de moda. Encontrar um jeito de levar isso ao conhecimento da população através de um manual, fora uma solução encontrada ao decompormos e analisarmos o problema inicial. Neste momento entra o trabalho do designer. Portanto, gostaria de agradecer a todos os profissionais, amigos e professores que, de alguma forma, fizeram com que este trabalho se tornasse real, levando assim, os conceitos do movimento Slow Fashion ao conhecimento de cada vez mais pessoas.



Um manual sobre o Slow Fashion, movimento contra a moda acelerada e o consumo desenfreado presente na sociedade nos Ăşltimos anos. A moda nĂŁo precisa ser sinĂ´nimo de ter, mas sim de ser. Ser mais consciente, mais preocupado com o ambiente e com os profissionais ao seu redor, pensando no hoje e no futuro.


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